O magnésio é considerado um dos cátions mais abundantes no

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PROGRAMA DE APRIMORAMENTO
PROFISSIONAL
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS
FUNDAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
ADMINISTRATIVO – FUNDAP
Angélica Cristina Scalabrini
Vitor Franco Chaltein de Almeida Ribeiro
COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS ANALÍTICOS NA DOSAGEM DE MAGNÉSIO
EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO
RIBEIRÃO PRETO
2012
PROGRAMA DE APRIMORAMENTO
PROFISSIONAL
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS
FUNDAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
ADMINISTRATIVO – FUNDAP
Angélica Cristina Scalabrini
Vitor Franco Chaltein de Almeida Ribeiro
COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS ANALÍTICOS NA DOSAGEM DE MAGNÉSIO
EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO
Monografia apresentada ao Programa de
Aprimoramento Profissional/ Análises Clínicas/
SES-SP e FUNDAP, elaborada no Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo.
Área: Aprimoramento Análises Clínicas
Laboratório Central de Patologia Clínica.
Orientadores: Prof. Dr. Francisco José
Albuquerque de Paula e Tânia Maria
Beltramini Trevilato Especialista em Análises
Clínicas da FMRP - USP
RIBEIRÃO PRETO
2012
-
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus, que nos iluminou para concretização
deste objetivo.
Aos familiares, por estarem sempre ao nosso lado nos momentos mais
difíceis e complicados.
Aos supervisores e orientadores Tânia Maria Beltramini Trevilato, Marinês
Dilma Barrico Ferrassino e orientador Prof. Dr. Francisco José Albuquerque de
Paula, por toda paciência e dedicação à realização deste trabalho e também por
esta oportunidade de crescimento tanto em nossa vida pessoal como profissional.
Ao nosso amigo de trabalho, Marcos Paulo de S. Muniz por toda atenção e
colaboração neste trabalho.
Aos colegas que se tornaram grandes amigos durante todo esse ano, dos
quais levaremos para sempre em nossos corações por mais distantes que
estejamos.
Aos funcionários que voluntariamente participaram de nossa pesquisa e
colaboraram para que tudo desse certo.
RESUMO
O magnésio é classificado como quarto cátion mais abundante do organismo e o
segundo mais prevalente no meio intracelular, sendo distribuído por todo organismo,
principalmente nos ossos, músculos e tecidos moles como coração e fígado
(WEISINGER; BELLORIN-FONT, 1998; TOPF; MURRAY, 2003). Este íon é
essencial para o funcionamento de diversas enzimas, participa de reações que
exigem ATP e também está relacionado com a replicação e transcrição de DNA e
tradução do RNAm, além de influenciar na estabilização de membranas, condução
nervosa, transporte de íons e atividade de canais de cálcio (SABATIER et al, 2003;
INNERARITY, 2000). O objetivo deste trabalho foi realizar uma comparação entre os
métodos Colorimétrico e de Espectrofotometria de Absorção Atômica com Chama,
utilizados para dosagem de magnésio. Foram armazenadas amostras de soro após a
realização do exame de rotina de pacientes do Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto, n=30 com concentrações de magnésio inferiores a
0,9 mEq/L, n= 30, entre 1,4 a 1,7 mEq/L, n=70, e superiores a 2,1 mEq/L, n=70.
Depois de dosadas no Equipamento de Absorção Atômica com Chama Spectra AA
55B no Setor de Metais do Laboratório de Pediatria, dosamos no equipamento
Colorimétrico Konelab 60i no Setor de Bioquímica do Laboratório Central de
Patologia Clínica. A comparação entre os métodos utilizados demonstrou que os
valores obtidos mantiveram-se no mesmo perfil, as amostras dosadas nas duas
metodologias não apresentaram diferença entre os resultados, pois as técnicas
utilizam intervalos de referência diferentes. A Colorimetria trabalha com valores
de normalidade provenientes do Kit reagente Mg-CPZ utilizado para as análises
(2,06 mEq/L a 3,04mEq/L) que recomenda que cada laboratório estabeleça seus
próprios valores de referência, e a EAA utiliza valores referenciais obtidos a partir de
um estudo populacional na região (1,4 mEq/L a 2,3mEq/L) em congruência com a
literatura (1,6mEq/L a 2,5 mEq/L) . Sugere-se uma avaliação mais detalhada
deste tema, envolvendo a clínica do paciente e outros parâmetros de apoio
diagnóstico para se tratar com maior propriedade sobre a comparação
metodológica. Necessita-se a realização de um estudo populacional em
Ribeirão Preto para a obtenção de um valor referencial de magnésio na
dosagem pelo método Colorimétrico.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Absorção do Magnésio por Transporte Ativo e Passivo
Figura 2 – Excreção do Magnésio pelos Néfrons
Figura 3 – Curva de Calibração no Aparelho Spectra A 55B do Elemento Magnésio
Figura 4 – Condições de Trabalho do Elemento Magnésio
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Comparativo entre 30 amostras de soro com concentrações de
magnésio inferiores a 0,9 mEq/L, obtidos por Colorimetria e Espectrofotometria.
Gráfico 2 – Comparativo entre 70 amostras de soro com concentrações de
magnésio
entre
1,4
mEq/L
e
1,7
mEq/L,
obtidos
por
Colorimetria
e
Espectrofotometria.
Gráfico 3 – Comparativo entre 70 amostras de soro com concentrações de
magnésio superiores a 2,1 mEq/L, obtidos por Colorimetria e Espectrofotometria.
Gráfico 4 – Comparação de valores de acordo com intervalo de referência adotado
para EAA (1,4 A 2,3 mEq/L)
Gráfico 5– Comparação de valores de acordo com intervalo de referência adotado
para Colorimetria (2,06 a 3,04 mEq/L)
.
LISTA DE ABREVIATURAS
AMPc – Monofosfato de Adenosina cíclico
ATP – Adenosina Trifosfato
CPZ III – Clorofosfanazo III
DNA – Ácido Desoxirribonucléico
EAA – Espectrofotometria de Absorção Atômica por Chama
EGTA – Ácido Etileno Glicol Tetracético
HCFMRP – USP – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo
HSH – Hipomagnesemia com Hipocalcemia Secundária
ISE – Eletrodo Íon Seletivo
PTH – Paratormônio
RNA – Ácido Ribonucléico
RNAm – Ácido Ribonucléico mensageiro
TRPM – Melastatina com Potencial de Receptor Transitório
LISTA DE SÍMBOLOS
Mg+2 - Íon Magnésio
Na+ - Íon Sódio
K+ - Íon Potássio
Ca+2 - Íon Cálcio
mMol - Milimolar
g – Gramas
% - Porcentagem
mg/dL – miligramas por decilitros
mg – miligramas
NaCl – Cloreto de Sódio
Cl- - Íon Cloreto
mEq/L – miliequivalente por litro
ºC – Graus Celsius
mg/mL – miligramas por mililitros
mL – mililitros
L – microlitros
nM – nanômetros
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 9
1.1 REGULAÇÃO DA HOMEOSTASIA DO MAGNÉSIO ........................................................................10
1.1.1 ABSORÇÃO DO MAGNÉSIO ...........................................................................................................10
1.1.2 REDISTRIBUIÇÃO .............................................................................................................................11
1.1.3 EXCREÇÃO DO MAGNÉSIO ............................................................................................................12
1.2 FUNÇÕES BIOQUÍMICAS ....................................................................................................................14
1.3 DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO .............................................................................................................14
1.3.1 HIPOMAGNESEMIA ..........................................................................................................................15
1.3.1.1 DIMINUIÇÃO DA INGESTÃO DE MAGNÉSIO ............................................................................16
1.3.1.2 PERDA GASTROINTESTINAL ......................................................................................................17
1.3.1.3 PERDA RENAL ...............................................................................................................................17
1.4 HIPERMAGNESEMIA ...........................................................................................................................19
1.5 TOXICIDADE DO MAGNÉSIO .............................................................................................................19
1.6 TÉCNICAS ANALÍTICAS ......................................................................................................................20
1.6.1 MAGNÉSIO TOTAL............................................................................................................................20
1.6.2 MAGNÉSIO IONIZADO (LIVRE) .......................................................................................................21
1.6.3 MAGNÉSIO INTRACELULAR ..........................................................................................................21
2 OBJETIVO .................................................................................................................................................23
3 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................................................25
3.1 MATERIAIS ............................................................................................................................................25
3.1.1 RECEBIMENTO E ARMAZENAMENTO DE AMOSTRAS .............................................................26
3.2 DOSAGENS DE AMOSTRAS POR ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA COM
CHAMA .........................................................................................................................................................26
3.2.1 PROCEDIMENTO ANALÍTICO .........................................................................................................27
3.3 DOSAGENS DE AMOSTRAS POR MÉTODO COLORIMÉTRICO ..................................................29
3.3.1 PROCEDIMENTO ANALÍTICO .........................................................................................................30
3.4 CONTROLE DE QUALIDADE ..............................................................................................................30
3.4.1 CONTROLE DE QUALIDADE INTERNO .........................................................................................31
3.4.2 CONTROLE DE QUALIDADE EXTERNO .......................................................................................32
4 RESULTADOS ..........................................................................................................................................35
4.1 COMPARAÇÃO ENTRE AMOSTRAS DE SORO COM CONCENTRAÇÕES INFERIORES A 0,9
MEQ/L. ..........................................................................................................................................................35
4.2 COMPARAÇÃO ENTRE AMOSTRAS DE SORO COM CONCENTRAÇÕES ENTRE 1,4 A 1,7
MEQ/L. ..........................................................................................................................................................36
4.3 COMPARAÇÃO ENTRE AMOSTRAS DE SORO COM CONCENTRAÇÕES SUPERIORES A
2,1 MEQ/L. ....................................................................................................................................................37
4.4 COMPARAÇÃO ENTRE OS TRÊS GRUPOS DE AMOSTRAS DE SORO COM SEUS
RESPECTIVOS INTERVALOS DE REFERÊNCIA. ..................................................................................38
5 DISCUSSÃO ..............................................................................................................................................41
6 CONCLUSÃO ............................................................................................................................................43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................45
KOO, W.W.K.; TSANG, R.C. HOMEOSTASE DO CÁLCIO E DO MAGNÉSIO. IN: AVERY GB,
FLETCHER MA, MCDONALD MG. NEONATOLOGIA: FISIOPATOLOGIA E TRATAMENTO DO
RECÉM-NASCIDO. MEDSI, RIO DE JANEIRO, PG 584,1999 ...............................................................46
MATSUDA, Y.; MAEDA, Y.; ITO, M. EFFECT OF MAGNESIUM SULFATE TREATMENT ON
NEONATAL BONE ABNORMALITIES. GYNECOL OBSTET INVEST 44:82,1997 ...........................46
TOPF, J.M.; MURRAY, P.T. HYPOMAGNESEMIA AND HYPERMAGNESEMIA. REV ENDOCR
METAB DISORD. 2003; 4(2): 195-206. .....................................................................................................48
WEISINGER, J.R.; BELLORIN-FONT, E. MAGNESIUM AND PHOSPHORUS. LANCET. 1998;
352(9125); 391-6. .........................................................................................................................................48
8
Introdução
9
1 INTRODUÇÃO
O magnésio é classificado como o quarto cátion mais abundante no
organismo, atrás somente do sódio, potássio e cálcio, e o segundo mais prevalente
no compartimento intracelular, em torno de 99% de seu conteúdo, perdendo apenas
para o potássio. Estima-se que a concentração total de magnésio corporal seja
cerca de 1000 mmol, ou 22,66g. Deste total, 60% encontram-se nos ossos, 20%
localizado nos músculos e os demais 20% em outros tecidos, como por exemplo,
coração e fígado.
Entretanto, a quantidade de magnésio corporal encontrada no compartimento
extracelular representa apenas 1% do total, sendo que, 60% deste cátion
encontram-se na forma livre ionizada presente no soro, 10% ligados a sais de
citrato, fosfato, oxalato e outros ânions, e os outros 30% associados a proteínas. Em
relação à concentração sérica total de magnésio no soro, esta pode variar em uma
estreita faixa de 1,7 a 2,2 mg/dL (WEISINGER; BELLORIN-FONT, 1998; TOPF;
MURRAY, 2003).
Entre suas principais funções, o magnésio participa de várias reações
anabólicas e catabólicas, além de atuar como co-fator enzimático. Com isso, esse
íon se torna essencial para o funcionamento de mais de 300 enzimas, inclusive as
que estão relacionadas com a transferência de grupos fosfato, reações que
necessitam de ATP e também nas etapas relacionadas com replicação e transcrição
de DNA e tradução de RNAm.
Além disso, o magnésio se faz necessário para o metabolismo energético
celular, principalmente na via glicolítica e de ácidos nucléicos, está presente na
síntese de proteínas e apresenta suma importância na estabilização de membranas,
condução nervosa, transporte de íons e atividade de canais de cálcio.
A homeostasia do magnésio é diretamente dependente do balanço entre
absorção intestinal, reabsorção, excreção renal e o equilíbrio ósseo de íons Mg 2+.
Este controle pode sofrer influência de hormônios como a aldosterona, hormônios
paratireoidianos e tireoidianos, ou também por certos tipos de drogas como
diuréticos, aminoglicosídeos e ciclosporinas, além situações de hipercalemia e
expansão do volume extracelular (SABATIER et al, 2003; INNERARITY, 2000).
10
1.1 REGULAÇÃO DA HOMEOSTASIA DO MAGNÉSIO
1.1.1 Absorção do Magnésio
A ingestão média diária de magnésio varia em torno de 300 a 350mg, sendo
este proveniente de alimentos como cereais, grãos, nozes, legumes, vegetais verdes
e alguns tipos de carne e mariscos. Entretanto, a absorção deste íon é inversamente
proporcional a sua ingestão, ou seja, quanto maior for a quantidade de magnésio
ingerido, menor será a porcentagem absorvida. Essa absorção ocorre em todo trato
gastrintestinal, principalmente nas porções do jejuno e íleo, por meio de processo de
transporte saturável e de difusão passiva (TOPF; MURRAY, 2003).
Quando a ingestão de íons magnésio é menor do que as necessidades, a
absorção ocorre de forma ativa por via paracelular e envolve o transporte de sódio.
Porém, em casos de ingestão dietética maior do que o organismo necessite, a
absorção pode ocorrer por meio de difusão passiva (RUDE 1998; VORMANN,
2003).
Atualmente foi descoberta a existência de canais permeáveis ao magnésio
chamados de melastatina com potencial de receptor transitório (transient receptor
potential melastatin) ou somente TRPM, sendo que seus principais subtipos são o
TRPM6 e o TRPM7.
O subtipo TRPM6 é encontrado principalmente no intestino delgado, cólon e
rins, sendo que neste último órgão, estes canais estão presentes na porção apical
das células epiteliais do túbulo distal. Sua expressão gênica torna-se aumentada em
situações de hipomagnesemia, sendo de vital importância para reabsorção ativa de
magnésio.
Em relação ao subtipo TRPM7, este se encontra mais distribuído pelo
organismo e sua atividade envolve a entrada de magnésio na musculatura lisa
vascular. As funções destes receptores são reguladas pela ação da aldosterona e
também da angiotensina II (SCHIFFRIN; TOUYZ, 2005).
11
Figura 1 - Absorção do magnésio por transporte ativo e passivo
Fonte: Adaptado de QUAMME, 2008.
Após ser absorvido, o magnésio é transportado para os meios extracelular e
intracelular ou é armazenado para constituição de alguns tecidos como o osso, por
exemplo. O conteúdo desse íon que não é utilizado é então eliminado nas fezes
(FINE et al., 1991). Entretanto, alguns fatores podem interferir com esta absorção,
sendo que as principais causas estão relacionadas ao estado nutricional do
indivíduo, a ingestão de magnésio e a presença de fatores promotores e inibidores
na dieta. Com isso, a ingestão excessiva de sais de oxalato, fosfato e fibras podem
reduzir a absorção do magnésio devido a sua complexação com esses elementos
(IOM, 1997).
1.1.2 Redistribuição
A migração de íons magnésio do meio extracelular para o meio intracelular é
considerada a causa mais freqüente de hipomagnesemia. Essa translocação pode
ser decorrente de uma síndrome denominada de: ‘‘Síndrome do osso faminto’’, no
qual o magnésio é depositado no osso, de forma a diminuir sua concentração sérica.
Essa doença geralmente ocorre em pessoas que apresentam hiperparatireoidismo
ou também hipertireoidismo.
Estados
hiperadrenérgicos
como
os
provocados
pela
Síndrome
de
Abstinência do álcool contribuem para a ocorrência de hipomagnesemia por meio do
12
aumento dos níveis plasmáticos de catecolaminas que irão aumentar o transporte de
magnésio para o meio intracelular e provocar elevação da oxidação de triglicerídeos.
Essa oxidação causará aumento dos níveis de ácidos graxos livres que provocam a
quelação do magnésio plasmático livre (BERKELHAMMER; BEAR, 1985).
1.1.3 Excreção do Magnésio
Os rins estão diretamente relacionados com a homeostasia do magnésio,
sendo este o principal órgão envolvido na regulação deste íon, já que atuam em
processos de filtração e reabsorção.
Em torno de 70 a 80% do magnésio sérico plasmático são filtrados a partir
dos glomérulos, sendo que 95% deste total são reabsorvidos pelos néfrons. De
forma mais precisa, 15% desta reabsorção ocorre no túbulo proximal, 70% na alça
ascendente de Henle e os outros 15% no túbulo contorcido distal, região esta que irá
determinar a concentração final de magnésio na urina, uma vez que o processo de
reabsorção é interrompido após esse segmento (QUAMME et al., 1997).
Figura 2- Excreção do Magnésio pelos néfrons
Fonte: Adaptado de COLE; QUAMME, 2000.
13
A reabsorção no túbulo contorcido distal ocorre de maneira ativa por
mecanismos transcelulares, que consiste no transporte apical impulsionado por
gradiente eletroquímico favorável, sendo que, em seguida, estes íons são forçados
contra o mesmo gradiente na face basolateral por meio de canais iônicos específicos
para o magnésio (SCHLINGAMANN et al., 2007; SCHMITZ et al., 2004).
Os principais fatores que influenciam a excreção de magnésio pelos rins são
baseados em sua concentração plasmática, na concentração plasmática de cálcio,
no volume de líquido extracelular, na taxa de filtração glomerular, no estado ácidobase e na ação de hormônios (QUAMME, 1997).
A concentração de magnésio plasmática é a principal forma de regulação de
sua excreção por meio dos rins, sendo que o aumento plasmático deste íon inibe a
sua reabsorção por meio da alça de Henle, enquanto que a diminuição estimula os
processos de reabsorção.
A concentração plasmática de cálcio influencia de modo similar na regulação
de íons magnésio, sendo que a hipermagnesemia e a hipercalcemia provocam a
inibição da reabsorção do íon a partir da ativação de receptores sensíveis para
cálcio. A ingestão dietética elevada de cálcio e sódio também pode provocar
aumento da eliminação de magnésio devido a interferências no transporte deste
mineral aos locais de reabsorção. (RUDE 2000; BOHL; VOLPE, 2002).
O uso de medicações que estimulam a diurese, de hormônios tireoidianos e
de aldosterona, assim como o consumo de cafeína e a expansão do volume
extracelular decorrente ao aumento dos níveis de íons sódio favorecem a excreção
renal de magnésio devido ao maior fluxo de sangue que circula pelos rins.
Entretanto, em relação ao paratormônio (PTH), dietas restritas em magnésio e
deficiência na produção ou atuação deste hormônio causam diminuição na excreção
renal do mineral, já que o PTH provoca alterações no potencial de membrana e na
permeabilidade celular, de forma a aumentar a reabsorção tubular de magnésio
(COLE; QUAMME, 2000; VORMANN, 2003).
A ação de outros hormônios como, por exemplo, a vitamina D, calcitonina,
hormônio antidiurético, 1,25-hidroxicalciferol, entre outros, também estimulam a
reabsorção de magnésio por meio da alça de Henle e também pelo túbulo distal. Os
mecanismos de atuação destes hormônios ainda não estão muito bem elucidados,
porém podem estar relacionados ao aumento de AMPc a nível intracelular (EFRATI
et al, 2005).
14
A acidose metabólica crônica provoca perdas de magnésio pelos rins devido à
diminuição da expressão do canal de magnésio TRPM6 no túbulo distal, o que
minimiza a reabsorção deste cátion. Entretanto, a alcalose metabólica crônica
apresenta efeito contrário através do aumento da expressão deste canal
(NIJENHUIS et al 2006).
1.2 FUNÇÕES BIOQUÍMICAS
Entre as funções mais importantes do magnésio é possível citar a constituição
de complexos fosfolipídicos que estabilizam membranas. O déficit deste íon provoca
alterações na permeabilidade da membrana plasmática, aumenta os níveis
intracelulares de cálcio/ fósforo e diminui os níveis de potássio/ fosfato (PLANELLS
et al., 1993).
Na mitocôndria, o magnésio mantém a permeabilidade da membrana, o
acoplamento da fosforilação e produção de moléculas de ATP. O magnésio é
considerado um íon de vital importância para manutenção da integridade física dos
ribossomos, de forma a manter os complexos de RNA junto aos fatores de
alongamento e polimerização de peptídeos e conformação mais estável de
proteínas, além disso, é capaz de oferecer proteção aos lisossomos.
A nível nuclear, o magnésio é importante para proteção da dupla hélice de
DNA, além de facilitar a formação de moléculas de RNAm e ajudar na manutenção
da integridade estrutural dos cromossomos (MAGUIRE, 1990).
1.3 DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO
Estudos epidemiológicos realizados demonstram que elevado número de
pessoas consomem níveis de magnésio inferiores aos recomendados diariamente.
Os valores obtidos nas pesquisas mostram que a maior parte da população ingere
quantidade de magnésio inferior a 80% do que a dose dietética diária recomendada.
15
Se este quadro perdurar por longos períodos de tempo pode facilitar ou até
mesmo, ser a causa do aparecimento de determinados sintomas que, atualmente,
estão associados a outros motivos desconhecidos. Um bom exemplo para eluciadar
a importância do magnésio para a manutenção das funções fisiológicas é a relação
encontrada entre a fadiga crônica, distúrbios do sono, depressão e baixos níveis de
magnésio nos eritrócitos, sintomas estes que desaparecem após o tratamento com o
cátion (WESTER, 1987).
A deficiência de magnésio está diretamente relacionada com inúmeras
alterações cardiovasculares e disfunções renais, gastrintestinais, neurológicas e
musculares. Os principais sinais e sintomas descritos estão relacionados a
complexas alterações eletrolíticas secundárias ao déficit do cátion, sendo que estas
modificações eletrolíticas no sangue e outros tecidos apresentam influência sobre o
desenvolvimento e a manifestação de mudanças químicas e de eletrólitos (SEELIG,
1980).
1.3.1 Hipomagnesemia
A severa deficiência de magnésio está associada ao baixo consumo alimentar
do mineral, a distúrbios gastrintestinais e renais, ou também em casos de perdas
excessivas de tecidos corporais, fluidos ou eletrólitos (SARIS et al., 2000).
As causas gastrintestinais mais freqüentes de deficiência de magnésio
incluem diarréia crônica e aguda, esteatorréia por má-absorção intestinal, após
ressecção pélvica extensa e por meio de mutações dos canais TRPM6 que provoca
rara alteração genética conhecida como HSH (Hipomagnesemia com Hipocalcemia
Secundária).
As perdas em excesso de magnésio por meio dos rins, frequentemente,
constituem a base da depleção dos estoques do íon em função da reabsorção de
sódio nos mesmos segmentos tubulares, já que o transporte de magnésio
acompanha passivamente o transporte de íons sódio. Essa depleção também pode
ser decorrente de defeitos primários na reabsorção tubular de magnésio, devido a
mutações nos canais de transporte que provocam diminuição no transporte de íons
16
magnésio e cálcio na alça de Henle. O uso de medicamentos como diuréticos de
alça, ciclosporinas e tiazidas podem causar perdas urinárias de magnésio, pois
inibem a reabsorção renal (MARTIN, GONZÁLEZ, SLATOPOLSKY, 2008).
Outros fatores que podem alterar as concentrações séricas de magnésio
estão relacionados ao Diabetes Mellito, que surge como conseqüência secundária a
glicosúria e diurese osmótica. O álcool também é importante causa de deficiência de
magnésio,
sendo diagnosticado
em
aproximadamente
30% dos pacientes
alcoólatras admitidos em hospitais. O estresse, mantido e prolongado, incluindo o
causado por procedimentos cirúrgicos invasivos ou em decorrência de doenças
agudas, podem estar associados com níveis séricos reduzidos de magnésio.
As manifestações clínicas mais comuns da hipomagnesemia são quase
imperceptíveis e incluem anorexia, náusea, vômitos, fraqueza muscular e letargia.
Se essa deficiência persistir, os sintomas podem se agravar e começar a ocasionar
perda de peso, lesões cardiovasculares, neurológicas e neuromusculares, que
refletem a influência do magnésio no fluxo de potássio e cálcio para dentro dos
tecidos (SHILS et al., 2003; IANELLO et al., 1997). Existem algumas manifestações
que podem aumentar progressivamente dependendo da gravidade e duração da
deficiência, sendo estes o aparecimento de hiperirritabilidade, hiperexcitabilidade,
espasmos e tetania muscular, que podem conduzir a convulsões, arritmias cardíacas
e edema pulmonar que, frequentemente, apresenta conseqüências fatais (SHILS et
al., 2003).
1.3.1.1 Diminuição da Ingestão de Magnésio
A diminuição dos níveis séricos de magnésio por meio de baixo consumo
alimentar é classificado como causa rara de deficiência do mesmo, já que a maioria
dos alimentos possui quantidades significativas deste elemento. Portanto a
deficiência de magnésio não pode ser atribuída somente a um déficit alimentar, até
mesmo porque os rins apresentam atividade adaptativa compensatória de forma a
manter estoque deste mineral no organismo. A hipomagnesemia por absorção
ocorre mais frequentemente em pacientes alcoólicos, desnutridos ou aqueles que
17
estão sendo submetidos à administração de nutrição parenteral por tempos
prolongados (FITZGERALD; FOURMAN, 1956; BERKELHAMMER; BEAR, 1985).
1.3.1.2 Perda Gastrointestinal
Algumas alterações de absorção intestinal de magnésio podem ser
decorrentes de diarréia ou de ressecção cirúrgica de qualquer parte do intestino.
Pacientes
que
foram
submetidos
à
íleostomias
podem
desencadear
hipomagnesemia devido à inexistência de absorção por esta parte do cólon.
A Hipomagnesemia com Hipocalcemia Secundária (HSH) é classificada como
desordem de origem autossômica recessiva caracterizada por diminuição severa
dos níveis séricos de magnésio associada com a redução dos níveis plasmáticos de
cálcio (hipocalcemia). A fisiopatologia desta doença é relacionada a certo defeito na
reabsorção de magnésio por meio do intestino e também a partir do túbulo distal
(SCHLINGMANN et al., 2002).
1.3.1.3 Perda Renal
Amplas quantidades de desordens tubulares hereditárias estão associadas
com a perda urinária de magnésio. Entre elas, é possível citar a Síndrome de
Gitelman que consiste em um transtorno autossômico recessivo causado por
mutações nos genes que expressam o co-transportador para NaCl no túbulo distal, o
que leva a um quadro de hipopotassemia, hipomagnesemia e hipocalciúria
(NIJENHUIS et al., 2005).
A Síndrome de Bartter também esta relacionada com a diminuição dos níveis
de magnésio por meio de mutações causadas nos genes que expressam canais de
cloro na alça de Henle e no túbulo distal, entretanto, os mecanismos pelo qual esta
síndrome contribui para hipomagnesemia ainda não estão muito bem esclarecidos
(KONRAD; WEBER, 2003).
18
A Hipomagnesemia Familiar com Hipercalciúria e Nefrocalcinose é conhecida
como desordem autossômica recessiva que provoca severa perda renal de
magnésio e cálcio. Esta doença é decorrente de mutações nos genes que
expressam a proteína paracelina-1, que constitui as estreitas junções intercelulares
do túbulo distal e também da alça de Henle. A hipercalciúria gerada leva a
ocorrência de nefrocalcinose, o que resulta em problemas renais crônicos. Essa
doença também pode provocar infecções no trato urinário, nefrolitíase e acidose
tubular renal distal (WEBER et al., 2000).
A Hipomagnesemia Autossômica Dominante com Hipercalciúria provoca
hipocalcemia, hipercalciúria, poliúria e hipomagnesemia decorrente de mutações de
genes que expressam canais de cálcio na alça de Henle e também no túbulo distal.
Essas mutações alteram o limiar destes receptores de forma a aumentar a sua
sensibilidade para os íons cálcio e magnésio. Com isso, ocorrerá diminuição da
reabsorção de cálcio e magnésio nestes dois segmentos dos néfrons, o que eleva a
perda urinária de ambos os íons (PEARCE et al., 1996).
A Hipomagnesemia Isolada de Herança Autossômica Dominante provoca
hipocalciúria e hipomagnesemia leve devido a mutações nos genes que expressam
proteínas constitutivas das bombas de Na+/K+ ATPase na alça de Henle e também
no túbulo distal. Essa mutação provoca alterações no transporte de íons e,
consequentemente, diminuição de sua expressão na superfície celular. Com isso,
ocorre redução na entrada de potássio na célula, o que irá levar a despolarização da
mesma e também ao fechamento dos canais de magnésio TRPM6, de forma a
provocar perda urinária de magnésio (MEIJI et al., 2003).
Por fim, a Hipomagnesemia Isolada de Herança Autossômica Recessiva é
uma doença que surge já na infância e se distingue da forma dominante por meio da
ausência de hipocalciúria. Entretanto, o mecanismo de atuação desta patologia
ainda é desconhecido (GEVEN et al., 1987).
19
1.4 HIPERMAGNESEMIA
A hipermagnesemia consiste na presença de concentrações plasmáticas de
magnésio superiores a 2,4 mg/dL, sendo esta uma anormalidade rara e iatrogênica,
pois os rins são muito efetivos na excreção do excesso deste eletrólito. Os grupos
de pessoas que apresentam maiores riscos de desenvolver sintomas são os idosos,
pacientes com distúrbios pélvicos ou também com insuficiência renal.
As principais manifestações clínicas geradas a partir da elevação dos níveis
séricos de magnésio incluem hipotensão, bradicardia, alterações gastrintestinais,
depressão respiratória, estado mental depressivo e alterações eletrocardiográficas
(WEISINGER; BELLORIN-FONT, 1998).
Os distúrbios cardiovasculares ocorrem por meio do bloqueio de canais de
cálcio que diminuem a condução elétrica no coração que irá provocar atenuação dos
batimentos cardíacos e também redução dos níveis pressóricos. Em relação às
alterações gastrintestinais, estas são decorrentes da diminuição do peristaltismo
intestinal que afeta as células musculares lisas e leva a diminuição da excitabilidade
das fibras nervosas.
Os danos neuromusculares são provocados a partir da inibição da liberação
de acetilcolina nas junções neuromusculares, que terá como conseqüências,
paralisia e hiporreflexia, inclusive a depressão respiratória provocada por fraqueza
ou paralisia dos músculos respiratórios (MATSUDA et al., 1997; KOO; TSANG,
1999).
1.5 TOXICIDADE DO MAGNÉSIO
O consumo de magnésio por meio da dieta não produz efeitos adversos,
exceto em casos de falha das funções renais. Entretanto, a ocorrência de efeitos
tóxicos provocados por este eletrólito pode estar associada, principalmente, ao
consumo de suprimentos farmacológicos. O nível de consumo tolerável estabelecido
20
para o magnésio é de 350 mg por dia, se considerado o consumo exclusivo de
suplementos.
As manifestações iniciais de ingestão excessiva de magnésio por meio de
fontes não alimentares é a diarréia, sendo também possível ocorrer paralisia
cardíaca e muscular, além de falha respiratória em casos extremos onde os níveis
séricos de magnésio chegam a ser cinco vezes maiores do que os valores de
referência recomendados diariamente (BOHL; VOLPE, 2002; IOM, 1997).
1.6 TÉCNICAS ANALÍTICAS
1.6.1 Magnésio Total
Para dosagem de magnésio total no sangue é preferível a utilização de soro
ao plasma, pois o anticoagulante presente pode interferir com a maioria dos
procedimentos. Essa dosagem tem sido realizada por diferentes técnicas, o que
inclui a fotometria, precipitação, titrimetria, fluorometria e espectroscopia de emissão
de chama, sendo que o método de referência para quantificação de magnésio total é
a espectrofotometria de absorção atômica.
A maioria dos laboratórios clínicos utiliza para dosagem de magnésio
métodos fotométricos em analisadores automáticos. Esses métodos utilizam
indicadores metalocrômicos ou corantes que mudam de cor mediante a ligação
seletiva do magnésio presente na amostra (HRISTOVA; HENRY, 2008).
21
1.6.2 Magnésio Ionizado (Livre)
O magnésio livre pode ser quantificado por meio da utilização de ISEs
(Eletrodos para Íons Seletivos) que empregam ionóforos carreadores neutros que
são seletivos para o magnésio. Entretanto, estes ISEs também podem quantificar
cálcio (Ca2+), além do magnésio, sendo necessária correção quimiométrica para
calcular os valores verdadeiros do íon livre na amostra.
Estudos prévios mostraram diferenças significativas no magnésio ionizado
quantificado por diferentes analisadores, sendo que tais oscilações foram atribuídas
à interferência de cálcio livre na amostra, bem como a especificidade insuficiente e a
falta de padronização dos calibradores (HRISTOVA et al., 1995; CECCO et al.,
1997).
1.6.3 Magnésio Intracelular
Avanços metodológicos significativos nas determinações de magnésio
intracelular possibilitaram maior compreensão da homeostasia do mesmo. As
dosagens de magnésio intracelular, atualmente, podem ser feitas por métodos de
fluorescência,
por
espectroscopia
de
ressonância
nuclear
magnética,
por
microeletrodos íons-seletivos e também por microanálise com eletrossonda,
entretanto, essas determinações não são muito empregadas na rotina de um
laboratório clínico (MURPHY, 1993).
22
Objetivo
23
2 OBJETIVO
O objetivo do presente trabalho é realizar uma comparação entre métodos
utilizados na dosagem de magnésio, em amostras de soro, sendo estes, o método
Colorimétrico, realizado no Setor de Bioquímica do Laboratório Central de Patologia
Clínica, e o método de Espectrofotometria de Absorção Atômica com Chama,
realizado no Setor de Metais do Laboratório de Pediatria do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRPUSP).
24
Materiais e Métodos
25
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MATERIAIS
A pesquisa foi realizada no Setor de Metais do Laboratório de Pediatria e no
Setor de Bioquímica do Laboratório Central de Patologia Clínica do HCFMRP –
USP.
Foram coletadas amostras de soro de pacientes internados no hospital e
ambulatório que apresentam quadros patológicos ou não, sem restrição de idade,
sexo e etnia, sendo este material proveniente do Setor de Metais.
O material selecionado totalizou 170 amostras de soro que foram separadas
em três grupos, de acordo com os valores obtidos:

30 amostras com valores inferiores a 0,9 mEq/L;

70 amostras com valores entre 1,4 – 1,7 mEq/L;

70 amostras com valores superiores a 2,1 mEq/L;
Obs.: Durante o período de coleta (mês de maio e junho de 2012) não foi obtido
grande número de amostras com valores inferiores a 0,9 mEq/L, em um total
de 800 amostras processadas neste período.
O
equipamento
utilizado
para
as
respectivas
análises por
método
Colorimétrico foi o Konelab 60i, Marca Thermo Scientific, no qual foram realizados
ensaios com o kit Magnesium CPZ, fornecido pela Empresa Wiener Lab. Group.
(Lote: 1203086790; Referência: 1009367)
O método Espectrofotométrico foi realizado no equipamento Spectra AA 55B,
Marca Varian.
Foram utilizados também:

ponteiras descartáveis,

pipetadores automáticos,

Eppendorf´s,

Sistema de purificação de água (deionizador Milli-Q),

Centrífuga.
26
3.1.1 Recebimento e Armazenamento de Amostras
As amostras biológicas utilizadas para realização do presente trabalho foram
processadas no Laboratório de Pediatria, após serem recebidas no Sistema LIS
(Sistema de Informação Laboratorial). O soro obtido após o processamento foi
transferido para eppendorf´s identificados (data e iniciais do paciente).
Após a conclusão do exame no Setor de Metais, as amostras foram
separadas de acordo com as faixas de valores adotadas. Posteriormente foram
congeladas a temperatura de -20ºC mantendo-se estável por até 30 dias.
3.2 DOSAGENS DE AMOSTRAS POR ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO
ATÔMICA COM CHAMA
Este método baseia-se no princípio de que os átomos em estado fundamental
podem absorver radiação com o auxílio de uma fonte eletromagnética específica
(Lâmpada de Cátodo Oco), no qual a quantidade de radiação absorvida é
proporcional à concentração de átomos presentes na amostra após atomização.
Esta detecção pode ser realizada de forma quantitativa e qualitativa para
semi-metais, e metais presentes no soro, plasma, urina, amostras ambientais, entre
outros.
O Espectrofotômetro de Absorção Atômica é constituído por:

Sistema de Leitura: sistema capaz de conduzir a radiação da fonte do
atomizador até o monocromador;

Detector de Radiação: capacitado para o intervalo operacional do instrumento
(185 a 900 nm). Classificado como um sistema eletrônico que transforma a
resposta do detector em sinal analítico de fácil interpretação;

Fonte de Radiação: utiliza-se uma lâmpada de cátodo oco que fornece o
comprimento de onda compatível com o elemento químico desejado;
27

Monocromador: responsável por separar as demais radiações presentes no
sistema do comprimento de onda específico para o elemento de interesse;

Atomizador: capaz de produzir quantidade significativa de átomos no estado
fundamental do elemento que se deseja analisar.
O elemento a ser quantificado atinge a condição de dispersão atômica gasosa
por meio de uma chama, no qual incide o feixe de radiação de uma fonte apropriada.
Os átomos presentes na amostra, em seu “estado fundamental” são capazes de
absorver energia luminosa e alcançar um “estado excitado”. Com isso, é possível
quantificar a concentração do íon presente na amostra.
3.2.1 Procedimento Analítico
Antes do início das dosagens, é necessário o preparo de soluções padrões,
com concentrações conhecidas, a partir de uma solução estoque de 1000mg/L de
Magnésio (Sigma-Aldrich, solução estoque 42992, Magnesium Standard for AAS)
para que se possa traçar a curva de calibração.
As soluções padrão utilizadas neste protocolo apresentam concentrações de
1,0 mEq/L; 2,0 mEq/L e 3,0 mEq/L.
A curva de calibração é aprovada se os resultados obtidos estiverem dentro
da linearidade estabelecida e previamente orientada pelo manual do equipamento.
28
Figura 3. Curva de Calibração no aparelho Spectra A 55B do elemento magnésio.
Figura 4. Condições de Trabalho do Elemento Magnésio.
Depois de feita a curva de calibração, inicia-se a dosagem das amostras de
sangue e urina previamente diluídas em proporção de 1:50 (4,9mL água milliQ +
100uL da amostra).
Para assegurar a confiabilidade dos resultados obtidos é necessário analisar
as especificações de desempenho que incluem:

Linearidade da curva: 0,5 – 3,5 mEq/L,

Limite de detecção: 0,05 mEq/L

Limite de quantificação: 0,18 mEq/L.
Estas dosagens podem sofrer interferências analíticas caso estejam
hemolisadas, implicando assim na rejeição da amostra.
29
3.3 DOSAGENS DE AMOSTRAS POR MÉTODO COLORIMÉTRICO
A Colorimetria é classificada como um método analítico no qual se determina
a concentração de espécies químicas mediante a absorção de energia radiante (luz),
sendo qualificada como uma técnica de análise quantitativa que envolve a medida
de intensidade de luz monocromática de um composto químico em solução, onde a
quantidade de luz absorvida pelo soluto é diretamente proporcional a sua
concentração.
O equipamento utilizado para este tipo de dosagem é classificado como um
analisador randômico para diagnóstico “in vitro”. Este sistema integrado permite
realizar ensaios automatizados de testes de rotina de química clínica e também de
eletrólitos. O instrumento possui um software de interface com o usuário totalmente
gráfico.
O aparelho Konelab 60i é constituído por:

Carregador de segmentos;

Disco de amostras;

Carregador de cubetas;

Disco de Reativos;

Compartimento de descarte de cubetas;

Recipientes de água destilada e de descarte;

Interface opcional para a linha de transporte automática de amostras, chamada
módulo KUSTI.
A dosagem de magnésio por este método tem como princípio o agente
quelante Clorofosfanazo III (CPZ III) que atua de forma seletiva, e complexa o
magnésio presente na amostra, produzindo um aumento na absorbância de 660nm.
Posteriormente acrescenta-se o EDTA, responsável por subtrair o Mg+2 do complexo
Mg-CPZ III de forma a liberar o CPZ III e permitir a leitura do branco. A diferença de
absorbância entre Mg-CPZ III e CPZ III equivale à absorbância devida somente ao
Mg+2. O EGTA (ácido etilenoglicol tetracético) adicionado na última etapa da reação
tem a função de quelar o cálcio para que não ocorram interferências.
30
3.3.1 Procedimento Analítico
As amostras de soro congeladas a -20ºC, já dosadas no Laboratório de
Pediatria, foram levadas ao Laboratório Central de Patologia Clínica e colocadas em
temperatura ambiente por, no mínimo, 15 minutos para descongelamento.
Posteriormente, estas amostras foram homogeneizadas e transferidas para caçapas
(sample cups) previamente identificadas com o número de amostra estabelecido.
Estas amostras foram então colocadas no equipamento Konelab 60i para
realização das respectivas dosagens. Após o término das análises, as amostras
utilizadas são desprezadas em recipiente adequado.
Os dois tipos de controle utilizados são processados da mesma maneira que
as amostras biológicas e os valores obtidos anotados em planilhas de controle.
A
confiabilidade
dos
resultados
é
baseada
nas
especificações
de
desempenho:

Linearidade da curva: estável até 7,29 mEq/L de Magnésio.

Limite de quantificação: 0,42 mEq/L

Limite de detecção: 0,20 mEq/L.
3.4 CONTROLE DE QUALIDADE
Antes de proceder às dosagens através dos dois métodos estudados, é
necessária a realização do controle de qualidade para avaliação dos parâmetros
analíticos.
No equipamento Spectra AA 55B (EAA), o controle de qualidade é feito a
partir da utilização de um pool de amostras, com dados estatísticos para controle
interno “in house” e também por controles externos fornecidos pela empresa de
exame de proficiência Control Lab.
Em relação ao aparelho Konelab 60i (Colorimetria), foi feito diariamente o uso
de controles internos (standatrol), fornecidos pela empresa responsável pelo
31
equipamento (Wiener Lab. Group), e controles fornecidos pela empresa Control Lab
em dois níveis diferentes (normal e patológico), além de se utilizar os mesmos do
exame de proficiência da primeira metodologia.
3.4.1 Controle de Qualidade Interno
Utilizado como ferramenta de Gestão de Qualidade que permite a avaliação
da precisão dos sistemas analíticos implementados, definida em legislação
(RDC/ANVISA Nº 302), para todos os exames realizados. Este tipo de controle
também permite estimar tendências e outros tipos de erros que possam impactar
nos resultados dos pacientes e realizar a performance do laboratório.
Deve ser realizado em todos os tipos de ensaio e rotinas, preferencialmente
antes da realização das amostras de pacientes.
Portanto, o controle interno de qualidade é um processo estatístico utilizado
para monitorar a precisão dos equipamentos, reagentes e operadores, permitindo
avaliar os processos analíticos.
Os resultados dos controles internos, em ambos os equipamentos, realizados
para execução deste trabalho estão demonstrados a seguir:
Soro Controle Interno (Standatrol) – Magnésio – Konelab 60i
Valor de Referência
Valor Obtido
Média
Faixa
Média
Coeficiente
(mEq/L)
Aceitável
(mEq/L)
de Variação
(mEq/L)
(%)
Normal
2,40
2,04 - 2,77
2,27
5,40%
Patológico
Lote: 082290
5,35
4,71 - 6,00
5,28
1,30%
32
Normal
Patológico
Controle Interno (ControLab) – Magnésio – Konelab 60i
Valor de Referência
Valor Obtido
Média
Faixa
Média
Coeficiente
(mEq/L)
Aceitável
(mEq/L)
de Variação
(mEq/L)
(%)
2,07
1,55 - 2,60
1,93
6,70%
4,98
3,73 - 6,23
5,01
0,60%
Lote: VGH-3N (Normal) / ZGH-3P (Patológico)
Baixo
Médio
Baixo
Médio
Controle Interno (Pool) – Magnésio – Konelab 60i
Valor de Referência
Valor Obtido
Média
Faixa
Média
Coeficiente
(mEq/L)
Aceitável
(mEq/L)
de Variação
(mEq/L)
(%)
1,12
1,04 - 1,20
1,40
25,0%
1,62
1,52 - 1,72
2,01
24,0%
Controle Interno (Pool) – Magnésio – Spectra AA 55B
Valor de Referência
Valor Obtido
Média
Faixa
Média
Coeficiente
(mEq/L)
Aceitável
(mEq/L)
de Variação
(mEq/L)
(%)
1,12
1,04 - 1,20
1,09
2,67%
1,62
1,52 - 1,72
1,64
1,23%
3.4.2 Controle de Qualidade Externo
Auxilia na determinação do desempenho analítico por meio de comparações
interlaboratoriais conduzidos por provedores de ensaios de proficiências.
33
Este controle permite que o laboratório, defina se a precisão (variância) das
corridas analíticas está de acordo com o estimado. A avaliação externa da qualidade
demonstra se a inexatidão em relação ao valor verdadeiro definido para o teste é
aceitável.
Deste modo, se ambos estão de acordo com os limites de validação, pode-se
inferir que os resultados dos pacientes representam valores válidos.
Os dados de controle externo estão expressos abaixo:
Controle Externo (ControLab) – Magnésio – Konelab 60i
Valor de Referência
Valor Obtido
Média
Faixa
Média
Coeficiente
(mEq/L)
Aceitável
(mEq/L)
de Variação
(mEq/L)
(%)
Soro (BQ 01)
2,41
2,25-2,60
2,29
4,97%
Soro (BQ 02)
2,98
2,84-3,12
2,61
12,41%
Soro (BQ 03)
4,41
4,25-4,58
4,03
8,61%
Abril/ 2012
Controle Externo (ControLab) – Magnésio – Spectra AA 55B
Valor de Referência
Valor Obtido
Média
Faixa
Média
Coeficiente
(mEq/L)
Aceitável
(mEq/L)
de Variação
(mEq/L)
(%)
Soro (BQ 01)
2,41
2,25-2,60
2,46
2,07%
Soro (BQ 02)
2,98
2,84-3,12
3,08
3,35%
Soro (BQ 03)
4,41
4,25-4,58
4,44
0,68%
Abril/ 2012
34
Resultados
35
4 RESULTADOS
4.1 COMPARAÇÃO ENTRE AMOSTRAS DE SORO COM CONCENTRAÇÕES
INFERIORES A 0,9 MEQ/L.
1,8
Colorimetria
1,6
1,4
1,2
mEq/L
1
0,8
0,6
EAA (mEq/L)
0,4
0,2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
Gráfico 1: Comparativo entre 30 amostras de soro com concentrações de magnésio inferiores a 0,9 mEq/L,
obtidos por Espectrofotometria de Absorção Atômica com Chama realizado no Setor de Metais do Laboratório de
Pediatria e por Colorimetria realizado no setor de Bioquímica do Laboratório Central de Patologia Clínica do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
36
4.2 COMPARAÇÃO ENTRE AMOSTRAS DE SORO COM CONCENTRAÇÕES
ENTRE 1,4 a 1,7 MEQ/L.
3,5
Colorimetria (mEq/L)
3
2,5
mEq/L
2
1,5
1
EAA (mEq/L)
0,5
0
1
3
5
7
9
11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67 69
Gráfico 2: Comparativo entre 70 amostras de soro com concentrações de magnésio entre 1,4 mEq/L e 1,7
mEq/L, obtidos por Espectrofotometria de Absorção Atômica com Chama realizado no Setor de Metais do
Laboratório de Pediatria e por Colorimetria realizado no setor de Bioquímica do Laboratório Central de Patologia
Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
37
4.3 COMPARAÇÃO ENTRE AMOSTRAS DE SORO COM CONCENTRAÇÕES
SUPERIORES A 2,1 MEQ/L.
6
Colorimetria (mEq/L)
5
mEq/L
4
3
2
EAA (mEq/L)
1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940414243444546474849505152535455565758596061626364656667
Gráfico 3: Comparativo entre 70 amostras de soro com concentrações de magnésio superiores a 2,1 mEq/L,
obtidos por Espectrofotometria de Absorção Atômica com Chama realizado no Setor de Metais do Laboratório de
Pediatria e por Colorimetria realizado no setor de Bioquímica do Laboratório Central de Patologia Clínica do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
38
4.4 COMPARAÇÕES ENTRE OS TRÊS GRUPOS DE AMOSTRAS DE SORO COM
SEUS RESPECTIVOS INTERVALOS DE REFERÊNCIA.
EAA
4,00
3,50
3,00
2,50
EAA (1,4 a 2,3 mEq/L)
2,00
1,50
1,00
0,50
Baixo
Normal
Alto
Gráfico 4: Comparação de valores de acordo com intervalo de referência adotado para EAA (1,4 A 2,3 mEq/L)
Colorimetria
4,00
3,50
3,00
2,50
2,00
Colorimetria
( 2,06 - 3,04
mEq/L)
1,50
1,00
0,50
Baixo
Normal
Alto
Gráfico 5: Comparação de valores de acordo com intervalo de referência adotado para Colorimetria (2,06 a 3,04
mEq/L)
39

A comparação entre os métodos utilizados na dosagem de magnésio, em
amostras de soro, pelo método Colorimétrico e de Espectrofotometria de
Absorção Atômica demonstraram que os valores obtidos mantiveram-se no
mesmo perfil.
 As amostras dosadas por ambos os métodos não apresentaram diferença
entre os resultados, pois as técnicas utilizam intervalos de referência
diferentes.
40
Discussão
41
5 DISCUSSÃO
Sabe-se que o magnésio possui importância significativa para ocorrência de
diversos processos biológicos que controlam a homeostasia do organismo, sendo de
suma importância o controle de seus níveis séricos sanguíneos, visto que níveis
baixos ou elevados deste íon levam a ocorrência de diversas patologias, com
diferentes intensidades e que podem levar o paciente a óbito.
Como visto na introdução, a análise laboratorial de magnésio pode ser
realizada por seis métodos analíticos distintos, sendo que os principais métodos são
a Espectrofotometria de Absorção Atômica e a Colorimetria.
De acordo com Henry (2008), o método de referência para quantificação de
magnésio é a Espectrofotometria de Absorção Atômica, devido à utilização de uma
lâmpada com comprimento de onda específico para identificação do íon, limitando
assim interferências por outras substâncias presentes na amostra.
A comparação entre os valores obtidos em ambos os métodos, de acordo
com seus respectivos intervalos de referência, mostraram um perfil semelhante entre
os grupos selecionados, ou seja, valores considerados baixos na EAA mantiveramse baixos na Colorimetria, assim como, valores classificados como médios e altos
apresentaram mesmo comportamento.
Entretanto, a Colorimetria trabalha com valores de normalidade provenientes
do Kit reagente utilizado para as análises (2,06 mEq/L a 3,04 mEq/L) que
recomenda que cada laboratório estabeleça seus próprios valores de referência. A
EAA utiliza valores referenciais obtidos a partir de um estudo populacional na região
(1,4 mEq/L a 2,3 mEq/L) em congruência com a literatura mencionada acima (1,6
mEq/L a 2,5 mEq/L).
Por isso, para realização de uma comparação metodológica é necessário
estabelecer um valor referencial local, em ambos os métodos, visto que
teoricamente não é recomendado trabalhar com valores de normalidade.
42
Conclusão
43
6 CONCLUSÃO
 Uma avaliação mais detalhada deste tema, envolvendo a clínica do paciente e
outros parâmetros de apoio diagnóstico devem ser realizados para se tratar
com maior propriedade sobre a comparação metodológica.
 Necessita-se a realização de um estudo populacional em Ribeirão Preto para
a obtenção de um valor referencial de magnésio na dosagem por método
Colorimétrico.
44
Referências
45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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problems: 4. Hypomagnesemia. Can Med Assoc J, 132(4):360-8, 1985
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