Avaliação das taxas de infecção hospitalar em uma unidade de

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TEMAS LIVRES
Revista Científica da FMC - Vol. 3, nº 2, 2008
TEMAS LIVRES: APRESENTAÇÕES ORAIS
Avaliação das taxas de infecção hospitalar em uma unidade de terapia intensiva.
Gomes NC, Padrão MC, França RA.
Faculdade de Medicina de Campos. Hospital Escola Álvaro Alvim. Campos dos Goytacazes-RJ.
Introdução: A infecção nosocomial é um sério problema de saúde
pública, representando desafio antigo aos profissionais de saúde.
Sabe-se que a UTI é um setor de pacientes graves, com
permanência hospitalar aumentada, com rotina de procedimentos
invasivos que aumentam a incidência de infecções hospitalares e
conseqüentemente os custos e a morbidade. Por esse motivo,
preconiza-se a execução de um programa de prevenção de
infecções hospitalares que permita a diminuição das taxas de
infecção, de morbimortalidade e os custos.Objetivos: Avaliar as
taxas de infecção hospitalar (IH) na Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) do HEAA e descrever os agentes etiológicos isolados nas
culturas das Síndromes Infecciosas Hospitalares e estabelecer o
perfil de sensibilidade aos antimicrobianos. Metodologia: Tratase de um estudo descritivo e prospectivo, cujos critérios de inclusão
são: pacientes com mais de 19 anos, internados por pelo menos 3
dias na UTI durante o período de estudo, que tenham dados
disponíveis nos prontuários. Para coleta de dados utilizou-se uma
ficha contendo dados clínicos e demográficos, e outra referente à
vigilância mensal de IH baseada no sistema NNISS. Para análise
dos dados calcularam-se as taxas referentes à IH na UTI. As
culturas obtidas no hospital foram avaliadas para obtenção do perfil
microbiológico. Resultados: São referentes à coleta feita de julho/
07 a julho/08. A pneumonia hospitalar ligada à ventilação mecânica
foi a IH mais freqüente, sendo o principal agente etiológico a Klebsiella
spp.. Os meses nos quais foi constatada maior incidência de IH
foram janeiro e junho/08, seguidos por novembro/07 e maio/08. Já
em uma análise particular da taxa de cada tipo de infecção por 1000
pacientes/dia, notou-se uma predominância das infecções do trato
urinário e de sepse/CVC em novembro/07, já a de infecção do trato
respiratório/VM em outubro/07. A maior taxa de mortalidade ocorreu
em junho/08, enquanto a de letalidade foi em abril/08. Conclusões:
Constatou-se que apesar do conhecimento atual das medidas de
prevenção quanto às IH, estas permanecem freqüentes e com
elevados índices de morbimortalidade. Foi observado um perfil
microbiológico particular da UTI do HEAA, podendo direcionar
terapia antimicrobiana empírica mais eficaz.
Miocardiopatia em dois menores infectados pelo HIV, sob terapia anti-retroviral e com
doença estável.
Delpupo G, Simões FA, Miranda Filho FS, Guedes GC, Hirata GN, Hentzy GB, Duarte GGBC, Porto EFM, Fernandes RCSC.
Faculdade de Medicina de Campos. Hospital Escola Álvaro Alvim. Campos dos Goytacazes-RJ.
Hospital Ferreira Machado. Campos dos Goytacazes-RJ.
Introdução: A infecção pelo vírus HIV além de aumentar a
susceptibilidade a infecções por patógenos comuns e oportunistas
também se associa a uma variedade de complicações específicas
como, por exemplo, a cardiomiopatia. Apesar da eficácia da terapia
anti-retroviral potente em prevenir tais manifestações, na medida
em que ela permite um aumento da sobrevida isto também contribui
para a ocorrência de doença cardíaca entre menores infectados.
Objetivo: Relatar 2 casos de miocardiopatia em menores infectados
pelo HIV por transmissão vertical. Método: Revisão de prontuário.
Relato de Caso: 1º caso: VRS, 10 anos, sexo feminino, teve o
diagnóstico de infecção pelo HIV em 2004. Um ano após, categoria
clínico-imunológica N2, foi introduzida a associação Zidovudina,
Lamivudina e Efavirenz com a qual atingiu carga viral indetectável
após 16 semanas e teve ascensão do CD4 de 19,6% para 28,9%.
Uma semana antes da hospitalização por insuficiência cardíaca
(junho de 2008) apresentou febre elevada por 72 horas, coriza
serosa e diarréia, sendo constatada durante a investigação, severa
miocardiopatia e presença de trombo em aurícula esquerda.
Medicada com digitálico, diurético, inibidor da enzima de conversão,
beta-bloqueador e anticoagulante, desenvolveu parada cardíaca
por ocasião da alta, evoluindo em 48 horas para óbito. CD4: 960
cel/ml (26%) e Carga viral (CV): 3.944 cópias/ml na internação.
2º caso: CCMA, 14 anos, sexo masculino, em uso de Zidovudina e
Lamivudina desde julho de 1999. Em junho de 2008 apresentou
picos febris, diarréia, tonteiras, cansaço aos esforços e queda do
apetite. Durante hospitalização foi constatada severa miocardiopatia
manejada com digitálico, diuréticos, inibidor da enzima de conversão
e beta-bloqueador. CD4: 438 (36%); CV: 3.483 cópias/ml.
Conclusões: O comprometimento cardíaco na infecção pelo HIV é
multifatorial e pode ocorrer mesmo no contexto de uma doença
clinicamente estável pelo uso de anti-retrovirais. A limitação na
atividade física, a taquicardia e a hepatomegalia dolorosa podem
sugerir tal complicação, freqüentemente precipitada por
agravamento de anemia pré-existente, quadro infeccioso e
deficiência nutricional. A sua identificação e manuseio precoces são
fundamentais para prevenção da mortalidade e morbidade a ela
associadas.
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TEMAS LIVRES
Revista Científica da FMC - Vol. 3, nº 2, 2008
Herpes Zoster como expressão da Síndrome de Reconstituição Imune em menor infectada
pelo HIV e em uso recente de terapia anti-retroviral.
Gomes RFR, Fernandes RCSC.
Faculdade de Medicina de Campos. Centro de Testagem e Aconselhamento do Programa Municipal DST/AIDS. Campos dos Goytacazes-RJ.
Introdução: A síndrome de reconstituição imunológica ocorre em
pacientes infectados pelo HIV e submetidos à terapia anti-retroviral,
que desenvolvem uma resposta inflamatória patológica a infecções
previamente tratadas ou subclínicas. Objetivo: Descrever os
achados clínicos e laboratoriais de um quadro de Herpes zoster por
reconstituição imunológica em uma escolar infectada pelo HIV e
recentemente tratada com anti-retrovirais. Método: Revisão de
prontuário. Relato de Caso: Menor de 7 anos de idade teve o
diagnóstico de infecção pelo HIV por transmissão vertical,
estabelecido a partir do quadro de infecções cutâneas recorrentes,
adenopatias, parotidite, paroníquia por Candida e anemia moderada.
Carga viral no início do acompanhamento: 137.373 cópias/ml; CD4:
498 células/ml (9%); CD8: 2.786 células/ml; CD4/CD8 = 0,18.
Classificação clínico-imunológica: A3. Foi instituída terapia com
Zidovudina, Lamivudina e Efavirenz, além de ser feita a profilaxia
da Pneumocistose com Trimetropim sulfametoxazol. Vinte dias após
apresentou Zoster de localização abdominal e que coincidiu com a
queda abrupta da carga viral e a ascensão da dosagem de CD4.
Nesta ocasião a carga viral foi de 689 cópias/ml e o CD4 de 755
células/ml. Medicada com Aciclovir evoluiu com recuperação
completa. Conclusão: O presente relato ilustra o fenômeno da
reconstituição imunológica em paciente recentemente tratada com
anti-retrovirais. Ele deve ser distinguido de um agravamento da
doença. É importante, portanto, o acompanhamento rigoroso dos
pacientes infectados pelo HIV, com severa imunodepressão e que
iniciam tratamento anti-retroviral, pois tal eventualidade pode
determinar quadros inclusive fatais e exigir procedimentos especiais
como a utilização de corticóides ou até mesmo a suspensão dos
anti-retrovirais.
Avaliação dos casos referenciados para o ambulatório de referência de Toxoplasmose
no município de Campos dos Goytacazes, de 1998 a 2008.
Abreu AMOW, Oliveira LMGB, Rangel MO, Bastos MCM, Silveira MV, Gomes NMF.
Faculdade de Medicina de Campos – Departamento de Morfofisiologia.
Introdução: Em 1998, a Secretaria de Saúde do Município de
Campos dos Goytacazes, instituiu o “Programa de Prevenção,
Diagnóstico e Tratamento para Toxoplasmose” implantando o
Ambulatório de Referência para Toxoplasmose, baseado nos
estudos feitos pela Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro e pela Faculdade de Medicina de Campos. Objetivo:
Após dez anos do Programa, objetivou-se avaliar os casos
referenciados para este Ambulatório, como forma de entender o
impacto da toxoplasmose na região de abrangência. Métodos:
Estudo observacional transversal, de 1998 a 2008, em 1099
prontuários médicos, tendo sido excluídos aqueles com dados
incompletos. As variáveis observadas foram: data da primeira
consulta, idade, sexo, diagnóstico e localidade. Os dados foram
tabulados no Excel 2000 e analisados por frequência de ocorrência.
Resultados: Constatou-se uma média de 95,4 atendimentos anuais.
Dos 1099 casos, 100 (9,09%) eram negativos, 88 (8%) sem
resultado e 106 (9,64%) eram filhos de mãe com toxoplasmose na
gestação. Dos positivos, a toxoplasmose gestacional foi a mais
prevalente com 246 casos (30,56%); seguida pela crônica com
240 (29,81%); aguda com 162 (20,12%) e ocular com 104
(12,92%); Na gestacional a forma aguda estava em 207 casos
(84,14%); crônica em 29 (11,79%) e ocular em 10 (4,06%). Do
total, 5,2% eram oriundos de municípios circunvizinhos, sendo que
dos referentes ao Município de Campos dos Goytacazes, 88,3%
concentravam-se na região urbana. Destes, 55,5% estavam mais
na extensão da margem esquerda do Rio Paraíba do Sul, e 44,5%
estavam mais nos bairros periféricos da margem direita. O número
de casos de toxoplasmose aumentou com a idade. Conclusão:
Das formas referenciadas, a gestacional foi a mais prevalente
demonstrando a preocupação com o risco de transmissão vertical.
A localização ribeirinha da toxoplasmose à margem esquerda do
Rio Paraíba e a interiorização urbana na margem direita podem
estar associadas ao padrão socioeconômico da população.
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TEMAS LIVRES
Revista Científica da FMC - Vol. 3, nº 2, 2008
Crise Tireotóxica em jovem portadora de Doença de Graves - Relato de Caso.
Vieira DS, Balarini GM, Lima GAC, Fasciani Junior HC, Maciel NR, Lima RC.
Santa Casa de Misericórdia de Campos dos Goytacazes,RJ
Objetivo: Relatar um caso de Crise Tireotóxica ocorrido em
paciente em tratamento irregular da doença de base. Relato de
caso: CGP, 26 anos, feminina, solteira, branca, natural de CamposRJ. Há 20 dias, apresentando dispnéia progressiva, dor torácica,
palpitações, vômito e agitação psico-motora. Portadora de Doença
de Graves, há 5 anos em acompanhamento irregular, tendo
interrompido o tratamento espontaneamente. Em uso de
anorexígenos (não sabe quais). Nega cardiopatia prévia. Ao exame:
Acordada, dispnéica, agitada, febril (39º C). Tremor fino de mãos.
Hipocorada +/4+, hidratada, acianótica, ictérica+ /4+. Bócio difuso,
de consistência fibro-elástica, sem nódulos palpáveis. ACV: RCR2T
BNF. PA: 100x60 mmHg FC: 180 bpm. AR: crepitações em bases.
ABD: indolor, peristáltico, sem massas ou visceromegalias. MMII:
sem alterações. Laboratório: Ht: 30,5%; Hb: 10,1g/dL; Hem: 3680M/
ul; Leucócitos:13500 (1/0/0/9/79/12/1); Uréia: 41mg/dL; Creatinina:
1,2mg/dL. Glicemia: 126mg/dL. Enzimas musculares normais. LDH:
7070. T4 livre: 21,2ug/dl e TSH inferior a 0,001uIU/ml. ECG:
taquicardia supraventricular paroxística. RX de tórax: aumento de
área cardíaca e sinais de congestão. Ecocardiograma:
miocardiopatia dilatada, FE 24%, hipocinesia difusa.
Resultados: Evoluiu com rebaixamento do nível de consciência,
edema agudo de pulmão não-hipertensivo, retenção de escórias
nitrogenadas, anasarca e manutenção do quadro febril refratários
à conduta proposta (intubação oro-traqueal, adenosina,
propiltiouracil, hidrocortisona, lugol, propranolol, aminas vasoativas,
diuréticos), indo a óbito após 24 horas. Manobras de ressuscitação
cardio-pulmonar sem sucesso. Conclusões: Sabe-se que dentre
as tireotoxicoses, a crise tireoideana se associa mais freqüentemente
à Doença de Graves. A interrupção do tratamento e provável
cardiopatia prévia são possíveis fatores desencadeantes. Além disso,
o uso de adrenérgicos ou hormônios tireoideanos como fórmula de
emagrecimento é possível. Não se evidenciou processo infeccioso.
O quadro clínico (exacerbação da tireotoxicose, disfunção cardíaca,
hepática, neural e febre), associado aos achados laboratoriais
permitiu o diagnóstico, que foi corroborado pelo alto índice de Burch
& Wartofsky (80). Tendo em vista a alta morbimortalidade desta
grave e rara complicação das tireotoxicoses, conclui-se que o
reconhecimento da Crise Tireotóxica e seu tratamento precoce
permanecem como elementos fundamentais no manejo desta doença.
TEMAS LIVRES: PÔSTERES
Potencial Hipoglicemiante da planta Cissus Verticillata
Barcelos AF, Pacheco IA, Gomes AFV, Abreu AMOW, Lemos GCS.
Faculdade de Medicina de Campos, Departamento de Morfofisiologia. Campos dos Goytacazes-RJ.
Problematização: A Cissus verticillata, popularmente conhecida
como “insulina vegetal” ou “planta da insulina”, é comumente utilizada
no tratamento do diabetes mellitus. Porém, poucos estudos científicos
comprovam sua eficácia. Objetivo: avaliar a eficácia da Cissus
verticillata em sua atuação como hipoglicemiante. Metodologia:
foram acompanhados vinte e quatro camundongos da espécie Suiça,
divididos em três grupos, a saber: o grupo Controle 1, que não
recebeu o fitomedicamento; o grupo Controle 2, em que se induziu
o diabetes melito, com o aloxano; e o grupo Test em que se induziu
o diabetes melito, com o aloxano e foi medicado com o extrato da
Cissus verticillata. Foram realizadas três medidas de glicemia, com
intervalos de 10 dias. Os dados foram avaliados através de gráfico
comparativo (tempo versus nível glicêmico) obtidos a partir dos três
diferentes grupos. Resultados: o Controle 1 apresentou aumento
médio da glicemia para nível de 129,4 mg/dl. No grupo Controle 2
apenas um dos animais induzidos se manteve diabético enquanto
os outros recuperaram a capacidade de produzir insulina. No
grupo Teste observou-se progressiva redução da glicemia em um
grupo de animais e recuperação da capacidade de produzir insulina
em outro.Conclusões: 1- Um subgrupo do grupo teste formado
por seis camundongos que foram induzidos com aloxano e ficaram
diabéticos, ao longo do experimento, apresentaram recuperação
dos níveis glicêmicos. 2- Um subgrupo do grupo teste formado por
dois camundongos e que permaneceram diabéticos durante todo o
experimento, apresentaram diminuição dos níveis glicêmicos quando
em uso do chá da Cissus verticillata. 3- Apesar do tamanho pequeno
da amostra, existem evidências indicando que a Cissus verticillata
tenha um efeito hipoglicemiante que merece ser investigado, em
busca do isolamento do princípio ativo.
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TEMAS LIVRES
Revista Científica da FMC - Vol. 3, nº 2, 2008
Morbidade por causas externas em Campos dos Goytacazes.
Miranda MCB, França RA, Andrade TBAI, Almeida VB, Moraes SRSM, Teixeira CL.
Setor de Emergência do Hospital Ferreira Machado, Campos dos Goytacazes-RJ
Introdução: As causas externas que representam um sério
problema de saúde pública na atualidade compreendem um conjunto
de causas de mortes não naturais e eventos mórbidos, nos quais
estão incluídos todos os tipos de acidentes, de lesões intencionais e
as lesões provocadas em circunstâncias de intencionalidade
ignorada. A importância crescente das causas externas é
evidenciada, a partir da década de 80, através da mudança no
perfil de mortalidade, quando passam a representar a primeira
causa de morte, principalmente no grupo de 5 a 49 anos, o que as
torna as principais responsáveis por anos potenciais de vida
perdidos, acarretando perda econômica para o país. Objetivo:
Descrever os principais aspectos epidemiológicos da morbidade
hospitalar por causas externas no setor de emergência do Hospital
Ferreira Machado município de Campos dos Goytacazes.
Metodologia: TIPO DE ESTUDO: transversal. Variáveis: idade,
sexo, dia da semana, local de ocorrência, período do dia, presença
de acompanhante, faixa etária do acompanhante, intencionalidade
do evento, tipo de ocorrência, tipo de lesão, local da lesão ou
injúria, destino do paciente. Período de Coleta: Março a Maio de
2008 com intervalo de 9 dias entre as coletas. Instrumento de
coleta de dados: questionário fechado previamente validado.
Resultado: O sexo masculino foi o mais acometido com 61%, a
faixa etária foi a de 21 a 30 anos (23,6%) e 94,4% são de natureza
acidental. No tipo de ocorrência, as quedas ocuparam o primeiro
lugar (32%), seguidas pelos acidentes de transporte. Dentre estes,
a maioria envolveu bicicleta (44%) e motocicleta (41%). Constatouse que os acidentes de trabalho representam 9% das causas
externas. As conseqüências mais encontradas foram contusões
(32,2%) e feridas (31,5%), sendo os locais mais freqüentes nos
membros superiores e inferiores (39,2%) e extremidades (28,9%).
A maioria dos pacientes obteve alta, representando 81,5% dos
casos. Apenas 6% das vítimas de causas externas apresentaram
hálito etílico. Conclusão: Constatou-se que as quedas são as
causas externas mais prevalentes no Município, seguidas pelos
acidentes de transporte, acometendo pacientes jovens do sexo
masculino. Ainda, os acidentes de trabalho e as violências foram
pouco expressivos. Embora as ocorrências sejam numerosas, as
conseqüências foram brandas, acarretando um alto número de alta
hospitalar.
Doença do Armazenamento do Glicogênio tipo III: Relato de Caso.
Gomes RFR, Silva TM, Garcia TC, Caùs VC, Tancredi VVS, Duarte GGBC, Fernandes RCSC.
Hospital Escola Álvaro Alvim. Faculdade de Medicina de Campos, RJ
Introdução: As glicogenoses são desordens herdadas do
metabolismo do glicogênio. A incidência varia de 1 caso para 20.000
a 43.000 nascidos vivos. Existem 12 tipos, sendo a classificação
baseada na deficiência enzimática e nos tecidos acometidos. Os
episódios de hipoglicemia e o aumento do fígado são os principais
achados nas formas com envolvimento hepático. Objetivo: Relatar
um caso de Doença de Cori em lactente. Método: Revisão de
prontuário. Relato de caso: IMA, branca, 1 ano e 10 meses, 12Kg
foi admitida com aumento de volume abdominal e desmaios. Ao
exame físico menor com nutrição regular, hidratada, hipocorada +/
4+. Ausculta cardiopulmonar normal. Abdome globoso, fígado a
10cm da reborda costal direita. Baço não palpado. Exames
complementares: Hemoglobina: 11.3g%; Hematócrito: 35,5%;
6100 leucócitos, 4% de eosinófilos, 0% bastão, 21% segmentados,
73% linfócitos, 2% monócitos; Plaquetas: 381.000; Glicemia 78mg/
dl, uréia 14mg%; Creatinina: 0,5mg%; bilirrubina total 0,4%,
bilirrubina direta 0,3mg%; Transaminase glutâmico oxaloaclética:
193U; Transaminase glutâmico pirúvica: 523U; Fosfatase alcalina:
175U; proteínas totais: 6,6g%, albumina 3,7g%, globulina 2,9%;
Colesterol: 244mg/dl; Triglicerídeos: 353mg/dl. Ultra-som de abdome
confirmou a hepatomegalia. Acompanhante orientada para uso de
amido de milho, dissolvido em água gelada no intervalo das refeições
para prevenção de hipoglicemia. Biópsia hepática demonstrou
hepatócitos com acúmulo de glicogênio, fibrose perissinusoidal e
peri-venular e esboço de nódulos. Conclusão: Na doença de
Cori existe atividade deficiente da enzima 1,6 amiloglicosidase,
resultando em acúmulo excessivo de glicogênio anormal nos
hepatócitos, com fibrose periportal e, às vezes, progressão para
cirrose micronodular. A hepatomegalia, as crises de hipoglicemia, a
dislipidemia como no presente caso e mais tardiamente o
envolvimento muscular devem nos alertar para esta rara entidade,
a exigir imediata intervenção para prevenir as conseqüências de
hipoglicemia.
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TEMAS LIVRES
Revista Científica da FMC - Vol. 3, nº 2, 2008
Pseudomixoma Peritoneal: Relato de Caso.
Lemos LVB, Lemos MM, Maraes RA, Monteiro LS, Brasil FG, Martins KFC, Silva JB.
Faculdade de Medicina de Campos. Hospital Escola Álvaro Alvim - Departamento de Clínica Médica/Clínica Cirúrgica. Campos dos Goytacazes, RJ.
Introdução: O pseudomixoma peritoneal (PMP) é um tumor
incomum, de curso indolente, que se caracteriza pela presença de
ascite mucinosa e disseminação tumoral na cavidade abdominal,
estando comumente associado a tumores benignos ou malignos do
apêndice ou ovários. Esta condição, geralmente assintomática, pode
se manifestar com dor, distensão abdominal, suboclusão intestinal e
massa palpável de limites imprecisos, entre outros achados clínicos
inespecíficos. O diagnóstico é baseado no aspecto macroscópico
de ascite mucinosa e implantes peritoneais, associado aos aspectos
histológicos e às características da lesão aos estudos por imagem. A
presença de ascite mucinosa recorrente e obstrução conferem maior
gravidade e um prognóstico menos favorável. Objetivo: Descrever
os achados clínicos, radiológicos e cirúrgicos do pseudomixoma
peritoneal em um paciente idoso do sexo masculino. Método:
Revisão de prontuário. Relato de Caso: Paciente de 77 anos
apresentando há 12 meses quadro de ascite refratária,
emagrecimento e massa abdominal palpável, além de lesão retal
perceptível ao exame digital. Biópsia transretal evidenciando
neoplasia mucinosa de baixo grau. Tomografia computadorizada
de abdomen confirmando a presença de ascite e grande massa
aderida difusamente às alças intestinais. Realizada cirurgia
laparotômica, durante a qual foi observada lesão irressecável, com
acentuada aderência às alças intestinais, inclusive com invasão do
epíplon. Conclusão: O PMP, apesar do baixo grau de malignidade
permanece como uma neoplasia de cura difícil, e apresenta taxas
de sobrevida em 5 a 10 anos entre 50 e 20%, sendo importante
sua diferenciação do adenocarcinoma que se caracteriza por alto
grau de malignidade e pior prognóstico.
Síndrome de Steven-Johnson na Toxoplasmose Gestacional.
Ribeiro NCR, Batista KB, Ribeiro MO, Laterça FJ.
Hospital Ferreira Machado, Departamento de Doenças Infecto-Parasitárias, Campos dos Goytacazes-RJ.
Introdução: A Síndrome de Stevens-Johnson é uma forma grave,
às vezes fatal, de eritema bolhoso, que acomete o tegumento e as
mucosas oral, genital, anal e ocular. As lesões cutâneas são máculas
eritematosas, bolhas sero-hemorrágicas e púrpuras. O início é
geralmente abrupto, podendo ocorrer: febre, mal-estar, dores
musculares e artralgia. A patologia pode evoluir para um quadro
toxêmico com alterações do trato gastrointestinal, sistema nervoso
central, rins e coração (arritmias e pericardite). Pode ser
desencadeada por drogas, infecções virais e bacterianas.
Objetivo: Relatar um caso de Síndrome de Steven-Johnson em
gestante de 24 semanas durante o tratamento para toxoplasmose,
a fim de avaliar o seu risco-benefício neste período específico.
Método: Revisão de prontuário e análise da literatura médica.
Relato de Caso: RMR, 24 anos, casada, branca, com 24 semanas
de gestação, iniciou quadro clínico com aparecimento de lesões
cutâneas difusas, de aspecto bolhoso e descamativo, de coloração
eritematosa associado a púrpuras, sugerindo eritema polimorfo e
lesões em mucosa conjuntival, oral e genital, após uso de
sulfadiazina, caracterizando a síndrome de Steven-Johnson. As
lesões eram extensas e havia infecção secundária em algumas
delas. Conclusão: Concluímos que frente a um caso de
toxoplasmose gestacional, devemos levar em consideração a relação
risco-benefício para determinar a real necessidade de tratamento,
tendo em vista a gravidade das reações adversas causadas pelas
drogas utilizadas, sendo de extrema importância os exames
sorológicos para se determinar qual estágio da toxoplasmose.
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TEMAS LIVRES
Revista Científica da FMC - Vol. 3, nº 2, 2008
Impacto de um Programa de palestras na Prevalência de Síndrome Metabólica em
População da periferia de Campos dos Goytacazes.
Fassbender CPB, Novaes EC, Balarini GM, Brandes JL, Pereira LV, Rangel MO, Junqueira MO, Silveira MV, Maciel NR, Gomes NMF, Paula
PF, Lima RC, Marius RM, Vasco TR, Teixeira TV, Souza VA, Caldas MA.
Faculdade de Medicina de Campos-RJ.
130x85mmHg e G > 100mg/dl. Resultados: A prevalência de SM
foi maior pela IDF (61,3% da população total estudada; 61,1%
considerando apenas as mulheres e 61,2% entre os homens) que
pela NCEP (53,8% do total; 61,1% das M e 38,2% dos H). A taxa
de concordância, definida como o percentual de participantes
classificados como apresentando SM ou não apresentando SM
pelas 2 definições, foi de 90,6%. A discordância ocorreu em 10
casos. Discussão: NCEP não identificou 9 pts classificados como
portadores de SM pela IDF, dos quais 8 eram homens e com CA
entre 95 e 100 cm. IDF não diagnosticou SM em 1 pt que tinha 3
fatores metabólicos, mas o IMC e a CA eram baixos, não
apresentando assim a condição principal e indispensável para o
diagnóstico de SM pela IDF, a obesidade central. Conclusão: A
prevalência de SM em população residente na periferia da cidade
de Campos dos Goytacazes – RJ foi muito elevada e a IDF identificou
mais pts com SM que a NCEP, especialmente entre os homens.
Objetivo: Comparar a prevalência de síndrome metabólica (SM)
em população residente na periferia da cidade de Campos dos
Goytacazes – RJ, utilizando a definição da Federação Internacional
de Diabetes (IDF) e National Cholesterol Education Program (NCEP)
e investigar as características dos casos discrepantes. Material e
Métodos: De outubro a dezembro de 2007 avaliamos, através de
um estudo transversal, a presença de SM em 106 pacientes (pts),
72 mulheres, média etária de 49 + 14 anos, utilizando os critérios da
NCEP e IDF. NCEP define SM pela presença de no mínimo 3 de 5
fatores: Circunferência abdominal (CA) >102 cm em homens (H) ou
> 88 cm em mulheres (M); triglicerídeos (TG) >150 mg/dl; HDL colesterol (HDL-c) < 40mg/dl (H) ou < 50 mg/dl (M); pressão arterial
(PA) > 130x85mmhg e glicemia de jejum (G) > 100mg/dl. IDF foca
na obesidade central, definida como CA > 90 cm (H) ou > 80 cm (M)
ou índice de massa corpórea (IMC) > 30Kg/m2 no grupo étnico da
América do Sul associado a no mínimo 2 fatores adicionais: TG >
150mg/dl; HDL-c < 40mg/dl (H) ou < 50 mg/dl (M); PA >
Síndrome Metabólica: perfil dos moradores na periferia da cidade de Campos dos
Goytacazes- RJ.
Fassbender CPB, Novaes EC, Balarini GM, Brandes JL, Pereira LV, Rangel MO, Junqueira MO, Silveira MV, Maciel NR, Gomes NMF, Paula
PF, Lima RC, Marius RM, Vasco TR, Teixeira TV, Souza VA, Caldas MA.
Faculdade de Medicina de Campos-RJ.
Objetivo: Avaliar e comparar as características clínicas de pacientes
(pts) com e sem síndrome metabólica (SM) residentes na periferia
da cidade de Campos dos Goytacazes-RJ. Material e Métodos:
Comparamos 57 pacientes portadores de SM (Grupo I) com 49 pts
sem a síndrome (Grupo II) pela definição da National Cholesterol
Education Program (NCEP), através de um estudo observacional
transversal. A NCEP define SM pela presença de no mínimo 3 de 5
fatores: Circunferência abdominal (CA) >102 cm em homens (H) ou
> 88 cm em mulheres (M); triglicerídeos (TG) >150 mg/dl; HDL colesterol (HDL-c) < 40mg/dl (H) ou < 50 mg/dl (M); pressão arterial
(PA) > 130x85mmHg e glicemia de jejum (G) > 100mg/dl.
Resultados: A SM foi mais prevalente nas mulheres (Grupo I – 44
mulheres, 77,2% X Grupo II – 28 mulheres, 57,2%, p = 0,027);
com maior faixa etária (Grupo I – 52,6 + 11,8 anos X Grupo II – 44,9
+ 15,4 anos; p = 0,005 e; maior índice de massa corpórea (Grupo
I – 30 + 5 Kg/m2 X Grupo II – 26,7 + 4 Kg/m2; p = 0,0002). As
variáveis que definem a SM, exceto a pressão arterial diastólica,
foram diferentes entre os grupos: CA de 102,2 + 9,5 cm X 91,3 + 10
cm, p < 0,0001; TG de 154,1 + 85 mg/dl X 89,3 + 38 mg/dl, p <
0,0001; HDL-c de 38,7 + 7,2 mg/dl X 46,6 + 9,7 mg/dl, p < 0,0001;
G de 136,9 + 76,9 mg/dl X 95,2 + 33,1 mg/dl, p = 0,001; PA sistólica
de 141,8 + 23,8 mmHg X 126,1 + 20,9 mmHg; p = 0,0004 e PA
diastólica de 86,8 + 14,1 mmHg X 82,5 + 14,5 mmHg; p = 0,118. O
nível de escolaridade, renda per capita, tabagismo, etilismo e
atividade física não foram diferentes entre os grupos. Discussão:
O etilismo e a atividade física não foram diferentes entre os grupos
com SM e sem SM provavelmente pela baixa freqüência de ambos
na população estudada. Conclusão: Em população residente na
periferia da cidade de Campos dos Goytacazes, a NCEP identificou
SM predominantemente em mulheres, com maior faixa etária e mais
sobrepeso ou obesidade.
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TEMAS LIVRES
Revista Científica da FMC - Vol. 3, nº 2, 2008
Cuidar da pressão arterial para proteger os rins: um olhar sobre os transplantes.
Piraciaba TT, Piraciaba MCT, Piraciaba JCB, Prazeres TR.
Faculdade de Medicina de Campos-RJ
Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) acomete os
indivíduos de modo silencioso, sendo muitas vezes diagnosticada
quando os danos já são quase ou totalmente irreversíveis. É uma
das causas mais comuns de insuficiência renal crônica (IRC) terminal,
responsável por muitos pacientes em programas de diálise e
transplante. Diante disso, a pergunta da pesquisa foi qual a
prevalência da HAS como doença de base em transplantes renais.
Os resultados obtidos podem direcionar campanhas de prevenção
à HAS e suas complicações. Objetivos: Determinar quantos
pacientes submetidos ao transplante renal tiveram a HAS como
doença de base num serviço de Campos dos Goytacazes.
Métodos: Estudo retrospectivo de 75 prontuários referentes aos
pacientes submetidos ao transplante renal no período de junho/
l998 a junho/2007. Os dados coletados foram armazenados numa
tabela no Microsoft Office Excel. Resultados: A principal doença
de base que os pacientes apresentaram foi a Glomerulonefrite
Crônica, com 62,6% de prevalência. A segunda maior causa foi a
HAS; 11 (14,6%) pacientes a apresentaram. Destes, a idade média
foi 44,5 anos e 8 eram do sexo masculino. Ressalte-se que 3
pacientes tiveram Nefrosclerose como doença de base, com idade
média de 59,3 anos, todos do sexo masculino. Conclusão: A HAS
foi determinante para muitos pacientes submetidos ao transplante
renal, tanto para os que a tiveram como doença de base, quanto
para os que tiveram Nefrosclerose como tal. Por isso, deve-se
chamar atenção da população para o cuidado da pressão arterial,
conscientizando-a das complicações da HAS, como a insuficiência
renal crônica. Ela pode levar à necessidade do transplante e
submeter o paciente a uma longa lista de espera. Portanto, há
necessidade de realizar campanhas de prevenção, tanto para a
população acima de 40 anos, idade dos pacientes estudados, quanto
para os mais jovens, a fim de que se tenha o diagnóstico precoce da
HAS.
Avaliação dos conhecimentos em medicina e biologia do sono dos internos da Faculdade
de Medicina de Campos (RJ).
Seraphim CB, Esmeraldo Junior GSM, Conway SG, Escocard ML, Bittencourt LRA.
Faculdade de Medicina de Campos-RJ
Introdução: Estudos epidemiológicos têm demonstrado que os
distúrbios do sono (DS) são altamente prevalentes, sendo os
principais considerados de grande risco para a saúde pública por
causarem sonolência excessiva diurna, alterações
neuropsicológicas, predisporem a acidentes e por proporcionarem
doenças cardiovasculares. Embora as queixas e os DS sejam muito
frequentes, com conseqüências graves para a saúde e segurança
do indivíduo, apenas uma pequena porcentagem dos DS é
diagnosticada pelos serviços de saúde. Dados da literatura
demonstram que estudantes de medicina recebem pouco ou nenhum
ensinamento formal sobre sono. Como forma de fomentar a difusão
da Medicina e Biologia do Sono (MBS) entre os profissionais de
saúde, alguns trabalhos têm proposto a introdução da disciplina
sobre MS na grade curricular médica na forma de cadeira eletiva.
Objetivos: Avaliar o grau de conhecimento de MBS dos alunos da
5a e 6a séries (internos) da graduação médica da Faculdade de
Medicina de Campos (FMC), onde o Departamento de Fisiologia e
Farmacologia fornece aulas referentes à MBS. Em seguida, foi
comparado o resultado da FMC com o dos alunos da graduação
médica da UNIFESP. Material e Métodos: O questionário ASKME
(Assessment of Sleep Knowledge in Medical Education) foi escolhido
para avaliar o conhecimento em MBS dos internos de medicina da
FMC. Este questionário, auto-administrável, contempla 30
afirmativas sobre o sono e seus distúrbios que devem ser classificadas
como “verdadeiro”, “falso” ou “não sei”. A análise estatística foi
realizada no Software SPSS, versão 13.0, com p < 0,05. As variáveis
foram submetidas ao teste de Kolmogorov-Smimov e a seguir aos
testes Student t-test e Mann Whitney U-fest, caso essas
apresentassem distribuição normal ou não, respectivamente.
Resultados e Discussão: A comparação entre o 5° (5,2 com DP
1,5) e 6° ano (5,5 com 1,3 de DP) mostrou que os alunos não
apresentaram diferença de conhecimento estatisticamente
significativa. A nota média do ASKME para graduação médica
obrigatória (2° ano) e eletiva da UNIFESP (3° e 4° anos) foi de 5,8
(1,2 DP) e 6,3(1,4 DP), respectivamente. E a nota média da FMC
foi de 5,3 (1,7 DP), apresentando os alunos da FMC mais
conhecimento em Princípios do Ciclo Circadiano que os da
UNIFESP, sendo que nas demais áreas os alunos da UNIFESP
apresentaram maior conhecimento.Conclusões: Assim, o ensino
formal em MBS oferecido pelo departamento de Fisiologia e
Farmacologia da FMC supre as necessidades de ensino geral
sobre MBS quando comparados com outra universidade. É
importante salientar que algumas áreas relacionadas à MBS
(Princípios Básicos, Arquitetura do Sono, Narcolepsia e Parassonia)
ainda estão carentes na FMC e necessitam de maiores
aprofundamentos no ensino.
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TEMAS LIVRES
Revista Científica da FMC - Vol. 3, nº 2, 2008
Prevalência e fatores associados às malformações congênitas no município de Campos
dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil.
Almeida DF, Ribeiro MR, Fernandes RCSC, Medina-Acosta E.
Faculdade de Medicina de Campos - Hospital Escola Álvaro Alvim. Campos dos Goytacazes - RJ.
Introdução: As malformações congênitas constituem alterações
de estrutura, função ou metabolismo que resultam em anomalias
físicas ou mentais, podendo ou não ser simples ou múltiplas e de
maior ou menor importância clínica. No Brasil, com o decréscimo da
taxa de mortalidade infantil, elas têm ganhado um grande destaque
como uma causa importante de mortalidade infantil, sendo
responsáveis por 15% das mortes infantis na cidade do Rio de
Janeiro em 2000 e 18% em 2003. Segundo o Ministério da Saúde
(fonte DATASUS), a prevalência de malformações congênitas em
neonatos no Brasil no ano de 2005 foi de 18.808 casos para
3.035.096 nascidos vivos, merecendo destaque o fato de que a
ocorrência de malformação congênita foi dada como ignorada em
243.816 neonatos o que configura uma falha no atendimento. Um
estudo realizado em nossa cidade sobre a prevalência de fissuras
labiopalatais no período de 1999 a 2004 constatou que dos 46.707
nascidos vivos, com mães no município, 63 casos possuíam algum
tipo de fissura labiopalatal, representando uma prevalência de 1,35
casos por 1000 nascidos vivos. Objetivos: Estimar a prevalência
de malformações congênitas em recém-nascidos no município de
Campos dos Goytacazes para o ano 2008. Método: Estudo
transversal, com a coleta dos dados dos prontuários de todos os
nascidos vivos em quatro maternidades do município. As seguintes
variáveis maternas foram analisadas: idade, escolaridade, localidade
em que reside, paridade, realização ou não pré-natal e o número
de consultas. Em relação ao recém-nascido foram estudados o tipo
de malformação, o peso ao nascer, prematuridade e a ocorrência
de morte perinatal. Resultados: Foram avaliados 2552 prontuários
de recém-nascidos (vivos e natimortos) nas quatro maternidades
em estudo Destes prontuários foram relatados 42 casos de
malformações congênitas, assim distribuídos pelas instituições:
Hospital dos Plantadores de Cana: 22 casos; Santa Casa de
Misericórdia de Campos: 13 casos; Sociedade Portuguesa de
Beneficência de Campos: 7 casos; Hospital Pró-Clínicas: nenhum
caso. Conclusões: A maioria das anomalias encontradas foi simples,
sendo constatados apenas 3 casos de malformações múltiplas. Houve
predominância de recém-nascidos do sexo masculino (28 casos)
em relação ao sexo feminino (14 casos), demonstrando que ocorreu
para este primeiro semestre o dobro de casos do sexo masculino
em comparação ao feminino. No mês de janeiro foram relatados 9
casos; fevereiro, 8 casos; março com 8 casos; abril com 4 casos;
maio com 10 casos e junho com 4 casos (com os prontuários ainda
não fechados). Observa-se então um maior número de casos no
mês de maio o que reflete um caráter possivelmente sazonal do
aparecimento de anomalias, como já discutido no trabalho realizado
no município de Pelotas, Rio Grande do Sul em que foi observado
um alto grau de sazonalidade nas malformações múltiplas
encontradas, com predomínio no inverno.
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