Eduardo J Moraes Aspectos gerais do planejamento em implantodontia Aspectos Gerais do Planejamento em Implantodontia A previsibilidade de sucesso apresentada pela Implantodontia na atualidade estimula a sua prática clínica, e tornou o implante dentário uma importante ferramenta para soluções de diversos problemas clínicos. Entretanto, a seleção de pacientes e o planejamento continuam sendo fatores de extrema importância para o sucesso do tratamento. Quando um paciente procura um profissional de Odontologia para repor um ou vários elementos perdidos, é importante que antes de propormos o implante dentário como o tratamento de primeira escolha, seja feita uma avaliação objetiva com alguns requisitos fundamentais para o tratamento, que são: 1. Condições gerais do paciente; 2. Condições locais do paciente; e 3. Conscientização do paciente. Independente do grau de complexidade do tratamento para as diversas situações clínicas, a experiência profissional tem demonstrado que podemos considerar estas condições básicas com uma tríade para o sucesso do tratamento. A primeira sessão clínica consiste em uma consulta de triagem, com o objetivo de enquadrar o paciente dentro das condições básicas para o tratamento. Deve-se procurar obter o máximo de informações sobre as condições gerais e locais do paciente, a fim de estabelecermos objetivamente os parâmetros fundamentais sobre o caso. Em seguida, devemos transmitir ao paciente os aspectos gerais sobre a sua condição, assim como em que consiste o tratamento com implantes, a fim de que haja uma conscientização do indivíduo em relação a esta proposta. Condições Básicas para o Tratamento 1. Condições gerais do paciente Uma anamnese dirigida com objetivo de se fazer uma revisão da condição sistêmica, com perguntas objetivas possibilita avaliar aspectos relevantes da história medica e odontológica do paciente. Após uma análise do questionário de saúde, deve ser observado o aspecto físico, assim como aspectos da rotina de vida do paciente (alimentação, atividade física, hábitos viciosos,etc..). Os exames laboratoriais devem ser solicitados a fim de que possa ser feita uma revisão dos órgãos e sistemas. Devemos fazer uma revisão dos seguintes orgãos e sistemas: - Cardiovascular; - Pulmonar; - Renal; - Hematológico; - Endócrino; - Hepático; - Ósseo; e Rio de Janeiro, 30/09/2012 1 Eduardo J Moraes Aspectos gerais do planejamento em implantodontia - Neurológico. Exames p/ Avaliação do paciente a. Questionário de saúde (História Médica e Odontológica); b. Exames laboratoriais: - Hemograma; - Coagulograma Completo; - Bioquímica do Sangue (Dosagens: Uréia, creatinina, glicose, cálcio, fosfatase alcalina, colesterol); - Exame de Urina (Elementos Anormais Sedimentados); e c. Parecer médico No caso de se constatar algum distúrbio sistêmico, convém que seja solicitado um parecer médico especializado no sentido de se prevenir problemas e intercorrências cirúrgicas. Para isso é importante classificar o paciente em relação ao nível de distúrbio sistêmico. A American Society of Anestesiology estabeleceu uma classificação, como está descrito abaixo. Classificação de Distúrbio Sistêmico da American Society of Anestesiology ASA I: Ausência de distúrbio sistêmico ASA II: Distúrbio leve ASA III: Distúrbio moderado ASA IV: Distúrbio Severo ASA V: Moribundo ASA VI: Morte cerebral As condições sistêmicas que permitem submeter o paciente a uma reabilitação com implantes são: ASA I, ASA II e ASA III. Para as demais condições, está contra-indicado qualquer tratamento eletivo. 2. Condições Locais Uma análise das condições locais é o segundo passo a ser dado no planejamento em Implantodontia. Para analisarmos as condições locais são necessários exames no auxílio diagnóstico, que são: - Exame clínico; Diagnóstico por imagens; e Modelos de estudo. Rio de Janeiro, 30/09/2012 2 Eduardo J Moraes Aspectos gerais do planejamento em implantodontia Exame Clínico O exame clínico nos permitirá de forma objetiva obter informações elucidativas para estabelecermos o diagnóstico, as quais deverão ser comprovadas com os exames radiográficos e os modelos de estudo. Os seguintes aspectos devem observados durante o exame clinico: 1. Espaço edêntulo; 2. Condições da fibromucosa; 4. Condições dos elementos remanescentes; 5. Disfunções orofaciais; 6. Condições ósseas remanescentes; 7. Aspectos biomecânicos; e 8. Aspectos estéticos. Espaço Edêntulo Consiste na análise superficial do espaço edêntulo disponível para avaliarmos o número de elementos dentários perdidos e estudarmos o número de fixações que poderão ser instaladas. Nos edêntulos parciais com ausências intercaladas convém analisar a inclinação dos elementos vizinhos no sentido de definir o espaço protético. Um espaço reduzido entre os arcos, em decorrência da extrusão de elementos dentários ou da maxila posterior, pode inviabilizar a reabilitação ou acarretar em um plano de tratamento que exija um tratamento prévio mais amplo que pode incluir: ortodontia, protético reabilitador e cirúrgico ortognático. Condições da Fibromucosa A palpação nos permite observar a resiliência na mucosa da crista óssea remanescente que é um sinal característico de reabsorção. Além disso, permite uma melhor percepção da anatomia do rebordo e espessura da mucosa. Nos edêntulos parciais, convém fazer uma análise comparativa do nível ósseo da área edêntula e os elementos dentários vizinhos, pois desníveis acentuados demonstram sinais de perda óssea. A ausência de mucosa queratinizada é um dos fatores de risco para o sucesso dos implantes dentários. Por isso, uma análise prévia desta condição poderá modificar o plano de tratamento, tendo em vista que em algumas situações a cirurgia mucogengival pode se tornar fundamental para o preparo da fibromucosa da área edêntula a ser implantada. Condições dos Elementos Dentários Remanescentes A saúde dos elementos dentários deverá ser bem avaliada antes de estabelecermos um plano de tratamento, tendo em vista que a presença de cárie, doença periodontal e lesões crônicas podem comprometer o tratamento. Elementos que não estejam hígidos devem ser avaliados em relação à extensão do tratamento ao qual serão submetidos, assim como o seu possível comprometimento por longo prazo e os futuros prejuízos que possam trazer a reabilitação. Rio de Janeiro, 30/09/2012 3 Eduardo J Moraes Aspectos gerais do planejamento em implantodontia Disfunções Orofaciais Atualmente, as disfunções orofaciais são muito freqüentes em pacientes que necessitam de tratamento reabilitador. Por outro lado, os conceitos atuais para o diagnóstico destes distúrbios diferem de princípios que associavam exclusivamente a problemas oclusais. Nos dias de hoje, sabemos que as disfunções articulares e as disfunções musculares, podem ser tratadas de formas distintas e antes da reabilitação com implantes. Uma limitação de abertura pode ser um sinal de disfunção articular, tendo em vista que esta limitação de espaço nas regiões posterior da mandíbula e maxila, dificulta os procedimentos de instalação das fixações. Um espaço limitado impede uma instrumentação adequada do leito ósseo impossibilitando um posicionamento satisfatório do implante, podendo comprometer a reabilitação protética. Condições Ósseas Remanescentes Como foi descrito anteriormente, a resiliência da fibromucosa e uma análise comparativa do contorno ósseo de elementos dentários vizinhos com as áreas edêntulas, nos permite visualizar depressões que denotam sinais de perda óssea horizontal. O nível da crista alveolar remanescente do espaço edêntulo e o nível de um dente vizinho, sinalizam a possibilidade de perda óssea vertical. Entretanto, é importante utilizar exames para o auxílio no diagnóstico das condições ósseas tais como: exames radiográficos, tomografias e modelos de estudo. MISCH & JUDY, estabeleceram uma classificação de condição óssea que consideramos um excelente parâmetro para análise das condições ósseas remanescentes que são: Divisão A: Rebordos ósseos que apresentam uma altura superior a 10 mm e espessura maior que 5 mm. Divisão B: Rebordos ósseos que apresentam uma altura superior a 10 mm e espessura de 5mm. Divisão Bw: Rebordos ósseos que apresentam uma altura superior a 10 mm e espessura inferior a 5 mm. Divisão Cw: Rebordos ósseos que apresentam uma altura óssea superior a 10 mm e espessura de ate 2,5 mm; Divisão Ch: Rebordos ósseos que apresentam altura óssea inferior a 10 mm. Divisão D: Rebordos ósseos que apresentam atrofia severa. A estabilidade da interface e o sucesso da reabilitação dependem da qualidade óssea, principalmente em decorrência das forças mastigatórias incidem sobre a prótese e são dissipadas na interface osso-implante. A análise da densidade óssea requer atenção para o planejamento cirúrgico em função da necessidade da alteração na seqüência de brocas para possibilitar uma instrumentação adequada para cada densidade óssea. Com o objetivo de estabelecer parâmetros para esta condição, MISCH estabeleceu a seguinte classificação: Rio de Janeiro, 30/09/2012 4 Eduardo J Moraes Aspectos gerais do planejamento em implantodontia Densidade 1 (D-1): Denso compacto (mandíbula anterior); Densidade 2 (D-2): Poroso denso (mandíbula posterior); Densidade 3 (D-3): Trabeculado fino (maxila anterior); e Densidade 4 (D-4): Trabeculado grosso (maxila posterior). Densidade 5 (D-5): Osso imaturo Aspectos Biomecânicos Aspectos relacionados à posição do elemento na arcada, forma da arcada, número de implantes e diâmetro dos implantes são fatores que devemos considerar relevantes no planejamento básico de uma reabilitação com implantes. As cargas mastigatórias na região posterior de maxila e mandíbula podem variar de 400 a 800 N. A literatura propõe a utilização de implantes de largo diâmetro ou dois implantes para substituição de molares. Nos edêntulos totais em que se propõe a reabilitação com uma prótese clássica de Brånemark, a forma do arco é um fator preponderante para a definição da extensão do cantilever. Aspectos Estéticos Durante o exame clínico convém observar os aspectos clínicos relevantes que podem interferir no resultado estético da reabilitação. Estes aspectos podem ser críticos em algumas situações, devendo ser avaliados e discutidos antes da elaboração do plano de tratamento. A reposição de elementos perdidos na maxila anterior de pacientes edêntulos parciais com linha de sorriso alta, principalmente em situações de reposição de elementos unitários, é considerada uma condição de estética crítica. Muitas vezes, nestas condições é necessária a realização de vários procedimentos para se obter uma resolução estética satisfatória, tais como: enxertos ósseos, enxertos mucogengivais, manipulação de tecidos moles e posicionamento adequado do implante para preservação do espaço biológico possibilitando a formação de papila interdentária. Diagnóstico por Imagens Os principais exames para se estabelecer um diagnóstico por imagens são os seguintes: - Radiografia Panorâmica; - Radiografias Periapicais; - Telerradiografia de perfil; - Tomografia Computadorizada e Cone Beam Radiografia Panorâmica A radiografia panorâmica nos permite analisar as condições ósseas e as principais estruturas anatômicas adjacentes a áreas implantáveis, tais como: Rio de Janeiro, 30/09/2012 5 Eduardo J Moraes - Aspectos gerais do planejamento em implantodontia Canal alveolar inferior; Forame mentoniano; Seio maxilar; Fossa nasal; Fossa pterigomaxilar; e Forame incisivo. Embora apresente distorção, alguns autores sugerem a utilização de um guia radiográfico que possibilita uma análise da distorção radiográfica. Por outro lado, convém lembrar a existência de aparelhos modernos que em função de apresentarem uma distorção padrão de aproximadamente 26%, possibilitam uma melhor avaliação. A presença de áreas radiolúcidas são características de lesões císticas isoladas ou associadas a elementos dentários devem ser observadas. A altura óssea referente à relação da crista alveolar e estruturas nobres, ou seja, o canal alveolar inferior é fundamental para a instalação de implantes na mandíbula. Na maxila, a altura óssea remanescente e sua relação com as fossas nasais, seios maxilares e fossa pterigopalatina, auxilia o diagnóstico da condição óssea da maxila. A densidade óssea sob o ponto de vista macroscópico possibilita a identificação dos alvéolos de exodontias recentes, assim como imagens de patologias ósseas que possam comprometer o tratamento. Radiografia periapical O exame periapical deve ser utilizado principalmente em pacientes edêntulos parciais com o objetivo de se avaliar os elementos dentários remanescentes. Recomenda-se a técnica do paralelismo para evitar a distorção e com isso possibilitar uma imagem mais nítida e com maior precisão. Telerradiografia de Perfil A telerradiografia de perfil é uma modalidade de exame que embora não seja muito utilizada, é recomendada principalmente nos planejamentos dos enxertos para a avaliação de leitos de regiões doadoras intra-orais. Esta tomada radiográfica apresenta uma menor distorção, possibilitando uma melhor avaliação da altura do canal alveolar inferior quando se deseja remover blocos ósseos da região retromolar. Uma outra indicação é para a avaliação da região de mento como área doadora de enxerto, assim como no planejamento cirúrgico de reabilitações protéticas do tipo protocolo de Brånemark. Tomografia Computadorizada (TC) e Tomografia Cone Beam (T.Volumétrica) Atualmente com o desenvolvimento do sistema Dentascan, que é um programa aplicado ao tomógrafo computadorizado helicoidal com uma distorção de aproximadamente 2%, é possível obter uma análise precisa das condições ósseas remanescentes facilitando sobremaneira o planejamento das reabilitações com implantes osseointegrados. A aplicação da tomografia computadorizada na Implantodontia merece algumas considerações, tendo em vista que deve ser utilizada de forma criteriosa em função do custo Rio de Janeiro, 30/09/2012 6 Eduardo J Moraes Aspectos gerais do planejamento em implantodontia beneficio desta modalidade de exame. Geralmente é indicada para o diagnóstico e tratamento de reabilitações de arcos edêntulos totais com implantes, assim como no planejamento de reconstruções ósseas de arcos com atrofias severas. A TC é de fundamental importância no diagnóstico de lesões preexistentes de seio maxilar, em função das limitações diagnósticas apresentadas pelas tomadas radiográficas convencionais (Panorâmica, Mento-naso e Waters Waldron). No planejamento de cirurgias de elevação de seio maxilar, as patologias preexistentes de seio maxilar, que não são detectadas nos exames de radiográficos. Atualmente a tomografia volumétrica (Cone Beam) possibilita um diagnóstico por imagens com maior precisão e nitidez, com uma menor quantidade de radiação. Inclusive para avaliação dos elementos dentários possibilitando a visualização de fraturas radiculares, o canal alveolar inferior e demais estruturas anatômicas de importância para o planejamento cirúrgico na Implantodontia. Está sendo muito utilizada no diagnostico para cirurgia e implantodontia, pois permite incidências semelhantes às realizadas nas radiografias panorâmicas, porém sem distorção. Modelo de Estudo O modelo de estudo é recomendado no planejamento em Implantodontia, em função da reprodução da condição bucal do paciente possibilitando uma análise mais detalhada e conseqüentemente um melhor diagnóstico. A montagem em articulador também é aconselhada em algumas situações principalmente nos casos das grandes reabilitações em edêntulos parciais em que existe a necessidade da elaboração do enceramento diagnóstico. 3 – Conscientização do paciente Dentre as condições básicas para o tratamento com implantes dentários a conscientização do paciente é um dos fatores fundamentais para o sucesso. Tendo em vista que o paciente deve estar ciente do que consiste o tratamento, sua duração, as limitações e os riscos. Na nossa experiência clínica apresentamos rotineiramente ao paciente na primeira consulta um formulário explicativo contendo informações detalhadas do tratamento com implantes, assim como um termo de consentimento onde procuramos estabelecer deveres e obrigações do paciente para o sucesso da reabilitação. Estes formulários fazem parte da documentação de rotina do consultório, com textos padronizados utilizando uma linguagem que possibilite o fácil entendimento por parte do paciente. Em algumas situações convém elaborarmos termos de consentimento personalizados no sentido de enfatizarmos aspectos que julgarmos serem importantes e de difícil entendimento. Durante esta fase sugerimos que para a triagem e seleção do paciente candidato a uma reabilitação com implantes devemos avaliar três condições que são: - Tem indicação para o tratamento; - Está apto para o tratamento; e - Fatores de risco. Por meio de análise básica devemos transmitir aspectos gerais do que possivelmente consistira o seu tratamento. Evidentemente para se elaborar um plano de tratamento, como abordamos anteriormente existe a necessidade de exames auxiliares. Entretanto, nesta fase Rio de Janeiro, 30/09/2012 7 Eduardo J Moraes Aspectos gerais do planejamento em implantodontia inicial, informações gerais sobre o tratamento com implantes podem ser bastante elucidativas no sentido de estimular ou desestimular o paciente por meio da conscientização, exercendo o real processo de triagem e seleção. Indicação de tratamento Todo paciente edêntulo total ou parcial é um candidato em potencial a uma reabilitação com implante, entretanto devemos considerar esta modalidade de tratamento como uma opção. Evidentemente, existem situações em que o implante dentário é a opção de primeira escolha, porém, após uma explicação no que consiste o tratamento, pode-se concluir que esta não é a melhor escolha para aquele indivíduo. Por isso, aspectos relacionados ao perfil psicológico e os anseios do paciente devem ser analisados de forma clara e objetiva, no sentido de prevenir surpresas indesejáveis. Em função disso, os riscos e limitações devem ser enfaticamente discutidos com o intuito de esclarecer o paciente quanto à realidade do tratamento proposto. É importante lembrar que existem contraindicações temporárias e definitivas para submeter um indivíduo a uma reabilitação com implantes. Indivíduos com distúrbios sistêmicos leves ou moderados sem acompanhamento médico, assim como pacientes jovens que ainda não completaram o crescimento esquelético, estão contraindicados temporariamente ao tratamento com implantes. Para pacientes em radioterapia e quimioterapia o tratamento com implantes está contraindicado. Entretanto a literatura cita que dependendo do nível de radiação a que foi submetido o paciente, este poderá ser tratado com implantes dentários com período mínimo de 1 ano após o término da terapia. Aos pacientes submetidos à quimioterapia, aconselha-se a instalação de implantes ao término do tratamento no sentido de se evitar riscos de infecções oportunistas durante o período de tratamento. Os indivíduos com distúrbios sistêmicos severos do tipo ASA IV apresentam condições de saúde desfavoráveis para serem submetidos a qualquer tratamento eletivo. Apto para o tratamento Muitas vezes o paciente tem a indicação para o tratamento, porém não está apto para a realização do tratamento em função de apresentar uma condição bucal remanescente que deve ser tratada previamente para viabilizar o tratamento em questão, assim como uma condição sistêmica que o impossibilita a submeter-se temporariamente ao tratamento. Como foi citado anteriormente o estado bucal remanescente deve ser analisado durante o exame clinico. Elementos dentários comprometidos, problemas oclusais e doença periodontal podem interferir no sucesso do tratamento. Desta forma, devem fazer parte da reabilitação, sendo incluídos no plano de tratamento e executados dentro de um planejamento. Obviamente estes aspectos devem ser analisados e apresentados ao paciente como uma das fases do tratamento, assim como explicar a sua relevância para o sucesso da reabilitação. Fatores de risco Como abordamos anteriormente os pacientes apresentam condições que podemos considerar favoráveis ou desfavoráveis para uma reabilitação com implantes. O tabagismo, a dependência química, a doença periodontal crônica, hábitos parafuncionais, a posição no elemento na arcada, as limitações biomecânicas, a diabete e os distúrbios neurológicos são Rio de Janeiro, 30/09/2012 8 Eduardo J Moraes Aspectos gerais do planejamento em implantodontia condições desfavoráveis para uma reabilitação com implantes. Os fatores de risco devem ser considerados e apresentados ao paciente antes da realização do tratamento, no sentido de conscientizá-lo em relação à problemas preexistentes e que devem ser encarados como uma condição de rotina variável de indivíduo a indivíduo. O grau de complexidade também deve ser considerado, tendo em vista que no paciente de risco torna-se mais difícil se estabelecer a previsibilidade de sucesso do tratamento. Outro aspecto está relacionado com a invasividade cirúrgica, principalmente nos pacientes diabéticos, pois além dos riscos trans-cirúrgicos existe ainda a possibilidade de complicações a curto e médio prazo. Bisfosfonatos Os bisfosfonatos são medicamentos amplamente administrados a pacientes portadores de metástases tumorais em tecido ósseo e a pacientes com osteoporose. A droga reduz a reabsorção óssea, estimula a atividade osteoblástica, assim como inibe o recrutamento e promove a apoptose de osteoclastos. A associação entre o uso dos bisfosfonatos e uma forma peculiar de osteonecrose dos maxilares tem sido relatada, principalmente, em pacientes submetidos a exodontias. Além disso, são relatados dois casos clínicos em que os pacientes desenvolveram osteonecrose dos maxilares apóso uso de bisfosfonatos. Portanto os pacientes que estão sendo submetidos a tratamento utilizando bisfosfonatos devem ser avaliados e está contraindicado temporariamente o tratamento reabilitador. Rio de Janeiro, 30/09/2012 9