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Seu pé direito agora também na Medicina.
UNIFESP-22/12/2001
BIOLOGIA
01. Devido ao fato de serem muito simples em termos de
organização, podemos afirmar que os vírus provavelmente
tiveram sua origem antes do surgimento das primeiras
células procarióticas.
a) A afirmação apresentada pode ou não ser considerada
válida?
b) Justifique sua resposta.
Resolução:
a) A afirmação não é válida, uma vez que os vírus são
parasitas intracelulares obrigatórios.
b) Como seres acelulares e parasitas obrigatórios, os vírus
dependem de células preexistentes para sobrevivência
e reprodução.
Devemos lembrar que os vírus não apresentam a
“maquinaria metabólica” de síntese protéica, utilizando
ribossomos, enzimas etc da célula parasitada. Lembre-se
também de que as enzimas controlam as reações
metabólicas.
02. Os quadrinhos retirados da Folha de S. Paulo (03.10.2001)
fazem referência ao exoesqueleto.
a) O exoesqueleto é uma característica exclusiva dos
insetos? Justifique.
b) Cite uma vantagem e uma desvantagem adaptativa
decorrentes da presença do exoesqueleto.
UNIFESP2002
Resolução:
a) Não. Tal característica está presente, na forma articulada, em todos os demais artrópodos, tais como crustáceos, aracnídeos, diplópodes e quilópodes. Já alguns
moluscos podem apresentar uma concha externa que
representaria um exoesqueleto não articulado.
b) Desvantagem: limitação ao crescimento.
Vantagem: proteção contra desidratação, para os
terrestres, e proteção mecânica, para os demais. Além
disso, qualquer esqueleto pode ser utilizado como
alavanca para os movimentos quando ligado aos
músculos, facilitando a coordenação motora e
economizando energia.
03. Nos vertebrados, a presença de ovos com casca
representou um grande avanço em termos de adaptação
evolutiva.
a) Esse caráter está presente em quais grupos de
vertebrados?
b) Que novidade evolutiva substituiu a função
desempenhada pelos ovos com casca? Comente sobre
uma provável conseqüência do surgimento desse
caráter.
Resolução:
a) Répteis, aves e mamíferos monotremados.
b) A novidade seria a placenta, que teve como conseqüência a possibilidade de viviparidade total. Nesse
caso, as vantagens para os mamíferos placentários
seriam:
• menor produção de ovos e maior investimento na
qualidade do embrião;
• maior garantia de preservação da prole – mamíferos
vivíparos não têm necessidade de chocar os ovos e
proteger o ninho expondo-se aos predadores. Além
disso, a fêmea participa de forma mais efetiva da
nutrição e excreção do embrião.
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04. Mamíferos e angiospermas são considerados grupos de
grande sucesso adaptativo, em parte, devido aos seus
mecanismos de reprodução. Com relação à reprodução
sexuada,
Não-disjunção ocorrendo em . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a) descreva como ocorre a fecundação num mamífero.
b) descreva como ocorre a fecundação numa angiosperma.
Resolução:
a) A fecundação é interna: milhões de espermatozóides
agridem a membrana do óvulo com enzimas
acrossômicas, até que um consiga penetrar, com seu
núcleo, na célula gamética feminina. Imediatamente, o
óvulo produz uma membrana de fecundação que impede a penetração de outros espermatozóides. A penetração do núcleo masculino estimula a anáfase II feminina, formando um núcleo haplóide funcional e o último corpúsculo polar. A fecundação propriamente dita
ocorre quando o núcleo haplóide masculino se une ao
núcleo haplóide funcional feminino, formando, finalmente, o zigoto diplóide.
b) O grão de pólen, ao tocar no estigma da planta, é estimulado a germinar o microprotalo (tubo polínico). Este
leva um núcleo vegetativo e dois núcleos espermáticos
haplóides, considerados como gametas masculinos. Tal
tubo penetra na micrópila do óvulo, permitindo a união
de um dos núcleos espermáticos n com a oosfera n
(gameta feminino), produzindo o zigoto 2n (fecundação primária). Um outro núcleo espermático, também n,
une-se a dois núcleos polares, ambos n femininos, formando uma célula triplóide (fecundação secundária).
Da fecundação primária, surgem o embrião e
cotilédones. Da secundária, surge um endosperma
triplóide secundário. O embrião utilizará os cotilédones
e o endosperma para sua nutrição.
05. A Síndrome de Down caracteriza-se pela presença de um
cromossomo 21 a mais nas células dos indivíduos afetados.
Esse problema pode ser decorrente da não-disjunção do
cromossomo 21 em dois momentos durante a formação dos
gametas. Considerando a ocorrência de tal não-disjunção,
responda:
a) Em quais momentos ela pode ocorrer?
b) Copie, em seu caderno de respostas, o quadro e os
contornos abaixo; utilize os contornos para representar
uma das duas possibilidades, indicando na lacuna
pontilhada qual delas foi escolhida para ser
representada.
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Resolução:
a) Anáfase I e anáfase II.
b) Não-disjunção ocorrendo em anáfase II.
2n = 46
n = 23
n = 23
n = 23
n = 23
n = 22
n = 24
06. A banana que utilizamos na alimentação tem origem por
partenocarpia, fenômeno em que os frutos são formados
sem que tenha ocorrido fecundação. Existem, porém,
bananas selvagens que se originam por fecundação cruzada.
a) Uma pessoa perceberia alguma diferença ao comer uma
banana partenocárpica e uma banana originada por
fecundação cruzada? Justifique.
b) Qual dos dois tipos de bananeira teria maior sucesso
na colonização de um novo ambiente? Justifique.
Resolução:
a) Sim. Bananas originadas por fecundação cruzada
produzem sementes.
b) As bananeiras que surgiram por fecundação cruzada,
por apresentarem maior variabilidade genética. Esse
fato pode aumentar as possibilidades de adaptação da
planta às variações do meio ambiente.
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07. Considere os grandes biomas do Brasil:
cerrados, florestas, pampas e caatingas.
a) Em qual deles espera-se encontrar maior abundância
de anfíbios?
b) Justifique sua resposta, relacionando as características
do ambiente com as deste grupo de vertebrados.
Resolução:
a) Nas florestas deve-se encontrar maior abundância de
anfíbios.
b) Os anfíbios apresentam fecundação externa e desenvolvimento larval em meio aquático, sendo os adultos
de respiração pulmonar e cutânea. Desta forma, dependem não só de disponibilidade de água, mas também de
um ambiente com atmosfera úmida. As florestas brasileiras, principalmente as da Mata Atlântica e da Amazônia, apresentam vegetação arbórea de copa densa e
latifoliada. Neste ambiente, a disponibilidade de água e
temperaturas elevadas permitem uma alta taxa de
transpiração, elevando a umidade da atmosfera. Podemos dizer também que a temperatura em regiões equatoriais e tropicais se mantém relativamente constante,
devido ao sombreamento das copas e ao efeito estufa
natural, contribuindo para o metabolismo de tais animais pecilotérmicos.
08. Observe a figura e o gráfico
100
Fl
Peso seco (%)
80
or
es
Sementes
Rece
Folhas
ptác
ulos
Folhas
Mortas
60
3
A biomassa de um organismo, população ou comunidade
é expressa em termos de “peso seco” (massa seca).
Analise o gráfico e responda:
a) No caso das plantas, o “peso seco” (massa seca) nos
fornece uma indicação indireta de que processo? Por
quê?
b) Considerando os principais eventos na vida de uma
planta, explique sucintamente os resultados
apresentados pelo gráfico.
Resolução:
a) Fotossíntese. “Peso seco” ou massa seca indica
indiretamente a fixação da energia luminosa em energia
química, representada pela materia orgânica incorporada. Parte da energia assimilada é transformada em calor
na respiração, e outra, em biomassa.
b) O gráfico deve ser analisado de tal forma que os espaços relacionados a raízes, caule, folhas etc representem
a porcentagem de biomassa dessas estruturas na planta, ao longo de sua vida. Notamos que, até agosto, o
maior percentual de biomassa concentra-se primeiramente nas raízes, com muitas substâncias de reserva,
que vão diminuindo à medida que crescem as folhas.
As reservas estão sendo consumidas, enquanto as folhas crescem e realizam a fotossíntese. Assim, vê-se o
percentual de biomassa das folhas aumentado. Conclui-se que esta fase representa a germinação da semente e o período de juventude da planta. De agosto a
setembro, a planta passa a investir na espessura do
caule e na produção de flores para a reprodução. De
setembro a outubro, ocorre um grande número de fecundações, tornando maior o percentual de biomassa
das sementes e receptáculos (formação de
pseudofrutos). Neste período, notamos também a queda de folhas, demonstrando que tal planta deve ser
descídua, vivendo em uma estação seca, quando as
folhas caem para evitar a transpiração.
40
Caules
20
Raízes
0
ago.
set.
out.
GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL DE PESO SECO
ENTRE DIFERENTES PARTES DA PLANTA “CARDOMORTO”
OU “TASNEIRINHA” (Senecio vulgaris, Compositae), DURANTE
SEU CICLO DE VIDA.
Modificado de Ricklefs, R. A Economia da Natureza, 1993.
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COMENTÁRIO DA PROVA DE BIOLOGIA
A Unifesp elaborou uma prova dedutiva, que exigiu raciocínio
e domínio da matéria de forma equilibrada e interativa. Observamos a ausência de questões de Genética, Anatomia e
Fisiologia Humana, assuntos relevantes para selecionar candidatos à área de Biomédicas. O assunto Evolução, embora
não estivesse presente de forma direta, foi indiretamente abordado nas questões sobre Botânica, Ecologia, Reprodução,
Desenvolvimento e Fisiologia dos Seres Vivos.
100
Fl
Peso seco (%)
80
or
es
Sementes
Rece
Folhas
ptác
ulos
DISTRIBUIÇÃO DAS QUESTÕES DE BIOLOGIA
Zoologia
38,9%
Folhas
Mortas
60
Botânica
27,8%
40
Caules
20
Raízes
0
ago.
set.
out.
Vírus
22,2%
Ecologia (Biomas)
11,1%
09. A revista Ciência Hoje (no 140, 1998) publicou um artigo
relatando que pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz
desenvolveram uma vela preparada com o bagaço da
semente de andiroba, cuja queima é capaz de inibir o apetite
das fêmeas do mosquito Aedes aegypti.
a) Cite uma doença transmitida por este mosquito.
b) Explique, através do mecanismo de contágio, como a
vela de andiroba pode colaborar na diminuição da
proliferação desta doença.
Resolução:
a) Febre amarela (virose).
b) O vírus está presente na saliva da fêmea do inseto.
Quando a fêmea de Aedes aegypti pica, injeta saliva
para evitar a coagulação sangüínea e, só posteriormente, suga o sangue para se alimentar (o sangue de
homeotérmicos é utilizado também como elemento de
maturação dos ovos deste inseto). Na inoculação da
saliva, ocorre a transmissão do vírus ao ser humano.
Portanto, inibindo o apetite do mosquito, dimunui-se a
incidência da doença.
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