UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ANA MARIA MACHADO GUERRA EXAMES IMAGINOLÓGICOS DISPONÍVEIS NO DIAGNÓSTICO DE CARCINOMAS EPIDERMÓIDES DO COMPLEXO BUCO-MAXILOFACIAL Curitiba 2010 EXAMES IMAGINOLÓGICOS DISPONÍVEIS NO DIAGNÓSTICO DE CARCINOMAS EPIDERMÓIDES DO COMPLEXO BUCO-MAXILOFACIAL Curitiba 2010 Ana Maria Machado Guerra EXAMES IMAGINOLÓGICOS DISPONÍVEIS NO DIAGNÓSTICO DE CARCINOMAS EPIDERMÓIDES DO COMPLEXO BUCO-MAXILOFACIAL Curitiba 2010 TERMO DE APROVAÇÃO Ana Maria Machado Guerra EXAMES IMAGINOLÓGICOS DISPONÍVEIS NO DIAGNÓSTICO DE CARCINOMAS EPIDERMÓIDES DO COMPLEXO BUCO-MAXILOFACIAL Esta monografia foi julgada aprovada pela banca examinadora para obtenção do grau de Especialização em Radiologia e Imaginologia Odontológica da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 29 de maio de 2010. Especialização em Radiologia Odontológica e Imaginologia Universidade Tuiuti do Paraná Profa. MSc Ana Cláudia Galvão de Aguiar Koubik Profa.MSc Lígia Aracema Borsato DEDICATÓRIA Algumas pessoas marcam a nossa vida para sempre, umas porque nos vão ajudando na construção, outras porque nos apresentam projetos de sonho e outras ainda porque nos desafiam a construí-los. Quando damos conta, já é tarde para lhes agradecer. Com muito amor dedico este trabalho à memória do meu avô Mathus Alem Guerra que conviveu 27 anos com o carcinoma epidermóide no palato, pelo exemplo de amor incondicional, princípios e valores que me auxiliaram e que vão continuar me guiando pelo resto da minha vida... Não poucas pessoas foram importantes para que mais essa etapa se realizasse. Sem o auxílio deles, nada teria sido possível. Como já disse o Poeta Manoel de Barros, "Os outros: o melhor de mim sou Eles."Assim, fica meu eterno agradecimento a todas as pessoas que contribuíram para que eu concretizasse mais essa etapa. SUMÁRIO Resumo...............................................................................................VII Abstract...............................................................................................VIII 1. Introdução ...........................................................................................10 2. Objetivo ...............................................................................................13 1. Objetivo Geral .................................................................................13 2. Objetivo Especifico ..........................................................................13 3. Fundamentação Teórica .....................................................................14 1. Etiologia, Fatores de Risco e Características Clínicas ...................14 2. Exames Imaginológicos ...................................................................34 3. Tratamento e Prevenção .................................................................48 4. Discussão ............................................................................................63 5. Conclusão ............................................................................................65 6. Referências Bibliográficas .................................................................66 Anexo....................................................................................................72 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Radiografia Oclusal.......................................................39 Figura 2 – Radiografia Panorâmica ...............................................39 Figura 3 – Radiografia de Perfil.......................................................39 Figura 4 – Tomografia Computadorizada corte coronal.................44 Figura 5 – Tomografia Computadorizada corte axial.....................45 Figura 6 – Ressonância Magnética.................................................45 RESUMO Este trabalho tem por objetivo realizar um levantamento bibliográfico da etiologia, fatores de risco, características clinicas, exames imaginológicos, tratamento e prevenção do carcinoma epidermóide do complexo buco – maxilo – facial. Enfatizando os diversos recursos imaginológicos que podem ser utilizados para o diagnóstico precoce, bem como as limitações e indicações de cada exame. Concluise que a radiografia panorâmica é o exame de tomada inicial para o diagnóstico, havendo a possibilidade da indicação imaginológica com mais detalhes, como Tomografia Computadorizada e a Ressonância Magnética. Palavra-chave: carcinoma epidermoide, recursos imaginológicos, complexo buco maxilo – facial ABSTRACT The objective of this paper is to gather a bibliographic survey of the etiology, risk factors, clinical characteristics, image examinations, prevention and treatment of the epidermoid carcinoma of the bucco-maxillary-facial complex. Emphasizing the several imaginological resources that can be used for a precocious diagnosis, as well as the limitations and indications of each examination, one infers that the panoramic radiography is the examination of the initial take for a diagnosis, there being the possibility for more detailed imaginological indication, such as a computerized tomography and magnetic resonance. Key word: epidermoid carcinoma, imaginological resources, bucco-maxiilary-facial complex. 10 1. INTRODUÇÃO O carcinoma de células escamosas representa de 90 à 95% dos neoplasmas malignos da cavidade oral, também conhecido como carcinoma espino-celular ou epidermóide (JOGAIB, et. al., 2006). O câncer bucal é um dos 10 tipos mais comuns de câncer e representa de 3 a 5% do total de neoplasias malignas nos países ocidentais, sendo o carcinoma epidermóide ou carcinoma espinocelular a neoplasia que mais comumente ocorre na boca (MACHADO et al.,2004). São mais freqüentes na mandíbula, ocorrendo duas ou três vezes mais que na maxila, podendo atingir várias áreas da cavidade bucal, como:glândulas parótidas e sub-mandibulares, língua, assoalho bucal, palato, seios maxilares, orofaringe, região retro-molar e processo alveolar (PEREIRA, et. al., 2001). De etiologia discutível e multifatorial. Alguns autores abordam fatores genéticos, ambientais e comportamentais. O fumo e o álcool são considerados fatores de risco de relevância. Hábitos pessoais, a higiene precária, como também a desnutrição merecem atenção. Ainda deve-se ressaltar que os traumas ocasionados por próteses iatrogênicas e elementos dentais com bordas cortantes são fatores a serem considerados, todavia, segundo alguns autores, por si só não determinam a existência desse tipo de lesão (JOGAIB, et. al., 2006). 11 A literatura revela vários recursos imaginológicos usados na tentativa de diagnosticar, delimitar e fazer o estadiamento dessas neoplasias, no entanto nenhum deles foi considerado 100% eficiente, cabendo ao cirurgião escolher qual, ou quais recursos são indicados para cada caso. Vários estudos vêm sendo realizados na tentativa de diminuir a exposição do paciente à radiação ionizante, otimizar as técnicas de diagnósticos por imagem e minimizar o custo, por ser este ainda um fator limitante para alguns exames como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética que, por apresentarem custos elevados, não condizem com a realidade da maioria da população e dos séricos disponíveis para a mesma. Um recurso imaginológico ideal deveria apresentar baixo custo, mínima distorção, capacidade de reconstrução em 3D e pouca ou nenhuma exposição do paciente à radiação ionizante. Devido a essas limitações dos exames imaginológicos, as vezes o profissional tem que planejar e realizar a cirurgia apenas com o auxilio de radiografias convencionais, devendo para tanto lançar mão de um exame clínico minucioso associado a um bom conhecimento semiológico das neoplasias (GREMPEL et.al., 2005). Vários métodos radiográficos são utilizados para determinar a invasão e extensão do carcinoma epidermóide (PEREIRA, et. al., 2001). A prevenção e o diagnóstico são atualmente, as medidas mais eficazes de que dispomos para melhorar o prognóstico dos tumores malignos. Os tumores de boca e orofaringe são tratados com sucesso quando descobertos precocemente (GUEBUR et. al., 2004). 12 A boca é um sítio anatômico de fácil acesso para exame, permitindo que os cirurgiões-dentistas, médicos, generalistas ou o próprio paciente, através do auto-exame, possam visualizar diretamente alterações suspeitas de Câncer, principalmente no estágio inicial, levando ao diagnóstico precoce. No entanto na maioria dos casos o diagnóstico é feito tardiamente. Vários fatores como agilidade no atendimento, disponibilidade de recursos e profissionais competentes, podem influenciar a qualidade da assistência aos pacientes com câncer, mas não influenciam tanto o prognóstico e a sobrevida como o diagnóstico da doença incipiente ( MACHADO et al.,2004). O objetivo do presente estudo é realizar um levantamento bibliográfico da etiologia, fatores de risco, características clínicas, exames imaginológicos, tratamento e prevenção do carcinoma epidemóide. 13 2. OBJETIVO 2.1. Objetivo Geral Realizar um levantamento bibliográfico da etiologia, fatores de risco, características clínicas, exames imaginológicos, tratamento e prevenção do carcinoma epidemóide. 2.2. Objetivos Específicos Mostrar os exames imaginológicos disponíveis e suas características para diagnosticar e avaliar o carcinoma epidemóide do complexo buco-maxilofacial. 14 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1. Etiologia, Fatores de Risco e Características Clínicas Segundo DONATO et al., (1996) 90% a 95% dos cânceres de boca são carcinoma epidermóide caracteriza-se pelo rompimento do epitélio, com formação de uma úlcera de consistência e base endurecida e raramente apresenta consistência mole. O carcinoma exibe normalmente um fundo granuloso e grosseiro, com bordas elevadas circundando a lesão. Clinicamente as lesões de boca podem ser classificadas em ulceradas, nodulares e vegetantes. As ulceradas são divididas em superficial, quando se situa paralelamente ao plano do epitélio, infiltrante quando invade os tecidos subjacentes; e infiltrante destrutiva, quando além da infiltração, ocorre perda de tecido e a lesão se aprofunda constituindo-se numa lesão endofítica. As lesões nodulares caracterizam-se por serem recobertas de mucosa normal e geralmente representam lesões benignas ou malignas de glândulas salivares menores. Já as lesões vegetantes se exteriorizam e por isso, são denominadas exofíticas. Segundo PASLER (1999), o tumor maligno epitelial mais comum na cavidade bucal é o carcinoma epitelial de células escamosas, que cresce infiltrantemente para dentro dos ossos maxilares, partindo da gengiva, da mucosa do assoalho bucal, da língua e do palato. 15 NEVILE et al., (1998) afirmam que 90% das neoplasia malignas que ocorrem na cavidade oral é representada pelo carcinoma epidermóide. Pesquisadores da Faculdade de Odontologia da Universidade do Sul da Califórnia (USC) (2008) fizeram uma conexão entre a incidência de câncer bucal e raça e etnia. Usaram dados do Registro de Câncer da Califórnia, examinaram as taxas de incidência de carcinoma bucal de células escamosas (CBCE) de 1988 a 2001. Em seguida, categorizaram as ocorrências de câncer por órgãos e as pessoas que tiveram câncer por etnia. Eles observaram que homens negros apresentam a maior taxa geral de incidência de CBCE, e que negros e brancos apresentam taxas de câncer bucal mais altas do que hispânicos ou asiáticos. Observaram também que a língua foi o local comum de CBCE para todas as etnias. Observaram que os hábitos culturais e escolhas de estilo de vida estão diretamente ligados à prevalência de câncer bucal em certos grupos. FERNANDES et al., (2007) analisaram que diversas doenças bucais se desenvolvem a partir do epitélio de revestimento da mucosa bucal, dentre elas, o câncer bucal. O carcinoma espinocelular é a neoplasia maligna de maior prevalência entre os vários tipos de câncer que afetam a boca. Esta doença afeta predominantemente homens de idade avançada que usam álcool e cigarros ou viveram grande parte da vida expostos à radiação solar sem a devida proteção. O uso de tabaco e do álcool é reconhecido mundialmente como os fatores de risco mais importantes associados com o desenvolvimento desta doença. Além destes dois fatores de risco, a etiologia do câncer bucal tem sido associada também a fatores dietéticos, viroses e a predisposição genética. 16 LOURENÇO et al., (2007) relatam que os carcinomas de células escamosas podem acometer qualquer parte da cavidade oral, desde os lábios até o arco palatoglosso. Os sítios mais comuns variam geograficamente, refletindo diferentes fatores de risco. Muitos fatores estão envolvidos com a etiologia do câncer bucal. Enquanto os fatores principais para os sítios intrabucais são o uso de tabaco e álcool, a radiação solar ultravioleta representa principal fator etiológico dos carcinomas do lábio inferior. Sabe-se também que a idade do paciente consiste em uma variável que pode estar relacionada ao grau de malignidade do tumor. Pacientes jovens são acometidos por neoplasias malignas mais agressivas, quando comparados aos idosos, nos quais, normalmente, pode-se observar um caráter mais brando dos tumores. Para SOUZA et al., (2006) o carcinoma de seio maxilar representa 0,2% à 0,8% das neoplasias, 3% dos carcinomas de cabeça e pescoço e 80% dos tumores dos seios paranasais. Aproximadamente 85% das neoplasias do antro maxilar são carcinomas epidermóides e de 5% a 15% são adenocísticos. Geralmente os pacientes apresentam tumores avançados na hora do diagnóstico, tendo em vista a localização e a falta de sintomas precoces. Porque quando estão no estágio inicial da doença são erroneamente diagnosticadas como sinusite crônica, pólipo nasal, obstrução do ducto lacrimal ou até mesmo artrite cranial. Paciente apresenta-se com assimetria facial, abaulamento da cavidade oral e extensão do tumor pra cavidade nasal medialmente, e superiormente podendo invadir a órbita e seio etmóide, Antero lateralmente, podem atingir tecidos moles e bochecha e, inferiormente, o assoalho do seio maxilar, alvéolo dentário e palato. Posteriormente, podem 17 atingir a fossa pterigopalatina e os músculos pterigóides. Através da fossa perigóide, pode estender-se superiormente para fissura orbitária e seio cavernoso. Foram analisados dez casos de carcinoma de seio maxilar nesta pesquisa. Os principais sintomas apresentados foram dor e edema em região pré-maxilar (70%), obstrução nasal (20%) e dor dentária (30%). E todos os pacientes apresentaram características clínicas, e uma ou mais extensões. A incidência de metástases a distância é geralmente baixa no carcinoma epidermóide do seio maxilar. O Carcinoma Espinocelular é o tumor mais comumente encontrado na região de cabeça e pescoço (95%). E o principal motivo do prognóstico desfavorável é o diagnóstico tardio. Quando a neoplasia geralmente é diagnosticada já está no estágio III e IV (UICC-TNM,2002), sendo o tratamento mais complicado e doloroso para o paciente. Em conseqüência desses tratamentos os pacientes podem apresentar a xerostomia e a hipossalivação como uma das suas características clínicas. Levando o paciente a sentir dificuldade em se alimentar, impossibilitando a formação do bolo alimentar normalmente em razão da secura total. Apresenta dificuldade em falar e em dormir. A atrofia dos acinos leva à diminuição do fluxo salivar e acarreta a perda das funções da saliva, deixando o meio bucal desprotegido e propenso a infecções secundárias como pro exemplo candidose. A saliva apresenta-se escassa, espessa e pegajosa. A hipossalivação acarreta a perda de qualidade de vida do paciente (GUEBUR et al., 2004). De acordo com LLEWELLYN, JOHNSON, WARNAULASURIYA (2001) o carcinoma epidermóide da boca e orofaringe acomete principalmente os homens na sexta e sétima décadas de vida, sendo raro em pacientes com 18 idade abaixo dos 50 anos. Entretanto também estão verificando a doença em fases mais precoces. JONES, LAMPE, CHEUG (1989) relatam que abaixo dos 40 anos o sexo feminino o carcinoma epidermóide tem maior ocorrência na língua. ZHENG et al., (1997); NEVILLE et al., (1998), MOLLER (1989) destacam a ocorrência do carcinoma epidermóide principalmente na língua. PERUSSI et al., (2002) em seu estudo carcinoma epidermóide da boca em idosos em São Paulo afirmam que o câncer é um processo de falta de controle da proliferação das células e existe indicação que a evolução da doença pode variar em conformidade com algumas características clínicas ou patológicas. Assim, existe uma possibilidade de que a evolução dos indivíduos que desenvolvem câncer em idade mais avançada seja diferente dos que são acometidos pela doença quando mais jovem. E descrevem que a localização do sítio primário da lesão do carcinoma epidermóide ocorreu com maior freqüência na língua (41%), língua e assoalho de boca (30%), gengiva (13%), palato (12%) e região jugal (4%). Esses resultados coincidem com a literatura em que observa-se que a língua é a região mais acometida. Revelam que existe uma maior proporção de mulheres com câncer de boca entre os idosos quando comparadas as 1 as e 2 as idades. Comparativamente, os tumores do andar superior da boca (palato) foram mais freqüentes nos indivíduos com menos de 60 anos enquanto que a localização na língua e assoalho ocorreu com maior freqüência nos pacientes com idade de 60 e mais anos. As diferenças observadas em relação ao sexo e localização não interferem na de sobrevida dos pacientes estudados. 19 NEVILLE et al., (1998) afirmam que a língua é o local mais comumente envolvido pelo carcinoma epidermóide oral, representando mais de 50% dos cânceres orais em estudos de população nos Estados Unidos. Em pacientes jovens a língua é a região em que o carcinoma epidermóide é mais freqüente. De acordo com LEITE, KOIFMAN (1998) no Brasil 40% das lesões cancerígenas orais envolvem a língua. ANTUNES et al., (2001) estudaram a mortalidade no período de 1980 à 1998 na cidade de São Paulo de pacientes com câncer oral e constataram que quase metade dos óbitos foram por lesões localizadas na língua. COSTA et al., (2005) em seu estudo da correlação entre a classificação TNM e as características histológicas de malignidade do carcinoma epidermóide oral com 38 pacientes portadores de carcinoma epidermóide oral observaram que na amostra, 55,26% (21 casos) foram do sexo masculino e 44,75% (17 casos) do sexo feminino, com idades variando entre 40 e 93 anos, sendo a faixa etária compreendida entre 51 a 60 anos a mais prevalente, com 31,57% dos casos. Quanto a localização anatômica da lesão, observou-se que a borda lateral da língua foi a região mais acometida em 50% da amostra (19 casos), seguida pelo lábio inferior com 26,31% (10 casos) e assoalho bucal com 13,15% (5 casos). Outras regiões como lábio superior (2,63%), mucosa jugal (2,63%), orofaringe (2,63%) e ventre da língua (2,63%) foram afetadas, somando entre si em 10,52% (4 casos) da amostra. MACKENZIE et al., (2000) relatam que alguns estudos têm demonstrado uma ocorrência cada vez maior do câncer da cavidade oral e da faringe em todo mundo, principalmente nos homens. Pesquisas apontam também a 20 tendência à ocorrência de carcinoma epidermóide oral em fases mais precoces. FRANCESCHI et al., (2000) analisaram os registros de câncer oral e de faringe em vários locais do mundo, e observaram uma alta incidência destes cânceres entre homens do norte da França, Europa Oriental, sul da Índia e América latina, em que observam-se observa-se combinação de fatores de risco como consumo de tabaco e álcool, além de alguns hábitos dietéticos de risco. A maior incidência de câncer oral no sexo feminino foi na Índia. SCULLY, PORTER (2000) comprovaram em que o câncer da boca mais comum é o carcinoma de células escamosas. Entre os mais comuns localizado boca são: tumores malignos das glândulas salivares, melanoma, neoplasias de tecido ósseo e conjuntivo, alguns tipos de tumores odontogênicos, maxilar andral, neoplasias metastáticas (do peito, pulmão, estômago ou do fígado) e o sarcoma de Kaposi. O câncer da boca é mais prevalente em países que estão em desenvolvimento, principalmente no Sudeste Asiático e no Brasil. Nos países desenvolvidos, o câncer de boca é incomum. Os indivíduos mais acometidos pelo carcinoma de boca são do sexo masculino, principalmente de meia idade, embora esteja aumentando a incidência dessa patologia em indivíduos mais jovens, tabagistas e grupos populacionais de baixo poder sócio-econômico. Dentre os fatores etiológicos, que agem em um indivíduo geneticamente susceptível estão o tabagismo (75% dos acometidos pelo câncer bucal são fumantes, fazem uso de tabaco não industrializado (chamado de ¨fumo de rolo¨), o etilismo, a ingestão de alimentos pobres em vitaminas, sais minerais, como uma dieta pobre em frutas frescas e infecções causadas por microrganismos como vírus e fungos (Cândida sp), imunodeficiência e 21 exposição à luz solar (esta no caso dos lábios). Alguns cânceres podem ser precedidos por lesões denominadas pré – malignas ou malignas, como: eritroplaisas, leucoplasias displásicas (aproximadamente metade dos carcinomas da cavidade oral são associados a leucoplasias – lesões esbranquiçadas na cavidade oral), líquen, fibrose submucosa e imunossupressão crônica (condição da defesa do organismo, causada por algumas doenças, como por exemplo, a AIDS). Há ainda causas menos comuns de neoplasias de boca, como sífilis terciária, lupus eritematoso (doença auto-imune) e síndrome de Plummer-Vinson (caracterizada pela deficiência de ferro – dificuldade de engolir alimentos e líquidos). As neoplasias podem apresentar-se em qualquer lugar na cavidade bucal, sendo mais freqüentes encontradas na margem póstero-lateral da língua e do assoalho da boca. Qualquer lesão da cavidade bucal que dure um tempo maior que três semanas deve ser tratado como suspeita de ser um tumor maligno. Instituto Nacional do Câncer (2002) definiu as principais características clínicas do carcinoma epidermóide: feridas que não cicatrizam nos lábios e na boca; ulcerações superficiais com menos de 2 cm de diâmetro e indolores, podendo sangrar ou não; manchas brancas ou avermelhadas nas gengivas, língua ou mucosa oral; dor na mastigação e deglutição; dificuldade na fala; emagrecimento acentuado; dor e presença de linfadenomegalia cervical. MSD (2009) o risco de câncer bucal é maior para os indivíduos tabagistas e alcoolistas. Uma área castanha, plana, semelhante a uma sarda (mancha do fumante) pode aparecer no local onde habitualmente o tabagista mantém o cigarro ou o cachimbo nos lábios. Apenas uma biópsia (coleta de uma amostra de tecido e exame microscópico da mesma) pode determinar se a 22 mancha é cancerosa. A irritação repetida de bordas pontiagudas de dentes quebrados, de restaurações ou de próteses dentárias (p.ex., coroas e pontes) pode aumentar o risco de câncer bucal. Os indivíduos com antecedente de câncer bucal apresentam um maior risco de desenvolver outro câncer. Juntamente com os cânceres do pulmão e de pele, os cânceres da boca são mais previsíveis que a maioria dos outros cânceres. Os cânceres bucais ocorrem mais comumente nos lados da língua, no assoalho da boca e na parte posterior do teto da boca (palato mole). Os cânceres da língua e do assoalho da boca geralmente são carcinomas epidermóides. No estágio inicial, o câncer de língua é sempre indolor e é quase sempre detectado durante um exame odontológico de rotina. Ele comumente aparece nos lados da língua e quase nunca na parte superior da língua, exceto em indivíduos com antecedente de muitos anos de sífilis não tratada. Os carcinomas epidermóides (de células escamosas) da língua freqüentemente manifestam-se como feridas abertas e tendem a crescer em direção às estruturas subjacentes. Uma área vermelha na boca (eritroplasia) é uma lesão precursora do câncer (lesão pré-cancerosa).O câncer do assoalho da boca é sempre indolor e é geralmente detectado durante um exame odontológico de rotina. Como o câncer de língua, o câncer do assoalho da boca é habitualmente um carcinoma epidermóide que se manifesta como feridas abertas e tende a crescer em direção às estruturas subjacentes. O câncer do palato mole pode ser um carcinoma epidermóide ou um câncer originado nas pequenas glândulas salivares localizadas no palato mole. O carcinoma epidermóide freqüentemente assemelha-se a uma úlcera. O câncer originado nas pequenas glândulas salivares comumente aparece como um pequeno aumento de volume. Quando o revestimento interno e úmido da 23 boca (mucosa oral) é irritado durante um longo período, pode ocorrer o desenvolvimento de uma mancha branca e plana que não é eliminada pela fricção (leucoplasia). A mancha apresenta uma cor branca, pois trata-se de uma camada espessada de queratina (o mesmo material que reveste a parte mais externa da pele e que, normalmente, é menos abundante no revestimento da boca). Ao contrário de outras áreas brancas que surgem na boca (geralmente devidas ao acúmulo de alimentos, bactérias ou fungos), a leucoplasia não pode ser removida. A maioria das leucoplasias é decorrente da resposta protetora normal da boca contra outras lesões. No entanto, no processo de formação desse revestimento protetor, algumas células podem tornar-se cancerosas. Por outro lado, uma área vermelha na boca (eritroplasia) é decorrente de um adelgaçamento do revestimento da boca. A área assume uma coloração vermelha porque os capilares subjacentes tornam-se mais visíveis. Em comparação com a leucoplasia, a eritroplasia é uma lesão que precede o câncer sendo muito mais alarmante. Um indivíduo com qualquer área vermelha na boca deve consultar um médico ou dentista. Uma úlcera é uma ferida que se forma no revestimento da boca quando a camada celular superior deteriora e o tecido subjacente torna-se visível. A úlcera apresenta um aspecto esbranquiçado por causa das células mortas que se encontram em seu interior. Freqüentemente, as úlceras bucais são decorrentes de uma lesão ou da irritação dos tecidos (p.ex., quando a parte interna da bochecha é acidentalmente mordida ou lesada). Outras causas são as aftas e as substâncias irritantes (p.ex., aspirina), quando mantidas junto às gengivas. As úlceras não cancerosas sempre são dolorosas. Uma úlcera indolor e que persiste por mais de dez dias pode ser pré-cancerosa ou cancerosa e deve ser 24 examinada por um médico ou um dentista. Os lábios (mais comumente o lábio inferior) estão sujeitos ao dano causado pelos raios solares (queilose actínica), o qual faz com que eles apresentem fissuras e alterações da cor (vermelho, branco ou um misto de vermelho e branco). O médico ou o dentista pode realizar uma biópsia para determinar se essas manchas irregulares nos lábios são cancerosas. O câncer no lado externo do lábio, é mais comum nos climas quentes. Os cânceres do lábio e de outras partes da boca freqüentemente são duros a palpação e encontram aderidos ao tecido subjacente, enquanto que a maioria dos nódulos não cancerosos nessas áreas movem-se com facilidade. As anormalidades no lábio superior são menos comuns que no lábio inferior, mas apresentam maior propensão a transformar-se em câncer e exigem atenção médica. Um indivíduo que tem o hábito de mascar fumo ou de usar rapé pode apresentar proeminências brancas e com cristas na face interna dos lábios. Essas proeminênicas podem transformar- se em um carcinoma verrucoso. O câncer de mandíbula freqüentemente causa dor e uma sensação estranha ou de dormência, algo semelhante à sensação da diminuição do efeito de um anestésico bucal. As radiografias nem sempre conseguem diferenciar os cânceres dos cistos mandibulares, dos tumores ósseos não cancerosos ou dos cânceres que se disseminaram de outras partes do corpo. No entanto, elas geralmente mostram as bordas irregulares do câncer de mandíbula e podem revelar a destruição das raízes dos dentes próximos pelo câncer. Em geral, é necessária a realização de uma biópsia (coleta de uma amostra de tecido e exame microscópico da mesma) para a confirmação do diagnóstico do câncer de mandíbula. 25 TINOCO et al., (2004) em estudo concluíram que o HPV não apresentou correlação estatísticas significante com o carcinoma epidermóide de cavidade bucal e orofaringe. Os sintomas dos pacientes aparecem nos estágios mais avançados da doença: trismo, inchaço, dores semelhantes à nevralgia, dificultando o diagnóstico precoce dessa neoplasia. Ocorrendo destruição cortical do osso e infiltração nos músculos mastigatórios, ocasionalmente a lesão se desenvolve ao longo da divisão do nervo trigeminal, podendo invadir o interior do crânio (PEREIRA et al., 2001). Segundo o Instituto Nacional do Cancer (2002) os dois principais fatores de risco relacionados ao câncer de boca são o hábito de fumar e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, no qual juntos apresentam efeito sinérgico e sua relação com o câncer de boca é dose dependente, sendo maior risco quanto maior for o número de doses de bebidas e cigarros consumidos. Outros fatores de risco relacionados são: alguns agentes biológicos, como o papiloma vírus humano (HPV); higiene bucal precária; história progressiva de neoplasia do trato aero digestivo e exposição excessiva à luz ultravioleta. CARRARD et al., ( 2007) relataram que o consumo de álcool é um dos principais fatores de risco relacionados ao desenvolvimento do câncer de boca. O dano provocado pelo consumo de álcool na mucosa oral pode ser resultado de sua ação direta, pela sua presença na corrente sanguínea ou de sua atuação sobre outros sistemas. Diversos mecanismos podem influenciar a mucosa oral, não estando claro na literatura qual desses seria o mais importante no que diz respeito à carcinogênese em boca. 26 Vários fatores de risco estão implicados na etiologia do carcinoma epidermoide oral, dentre os quais, citamos o tabaco, betel, álcool, vírus e dieta. Esses fatores relacionados com a herança genética podem ter um efeito carcinogênico sobre as células normais dos sistemas respiratório e digestivo. O carcinoma epidermóide oral pode ocorrer em qualquer localização da boca, sendo os locais mais acometidos a língua, o lábio inferior e o assoalho bucal. Essas regiões são grandes facilitadoras da disseminação do carcinoma para linfonodos regionais e/ou órgãos distantes (COSTA et al., 2005). LA VECCHIA et al., (1997), afirmam que álcool, tabaco, fatores da dieta com baixo consumo de frutas frescas e vegetais podem estar associados em torno de 10 a 15 % dos pacientes com câncer oral na Europa. Além de analisarem estudos epidemiológicos e experimentais, sugerem algum papel etiológico para o HPV no câncer oral. Segundo MANFREDINE (2009) através de levantamentos realizados observou que está ocorrendo um grande incentivo ao consumo indiscriminado de enxaguatórios. Um grande investimento na indução ao uso do produto. E é importante dizer que, ao contrário da pasta, da escova e do fio dental, o colutório não tem indicação universal. É preciso concentrar a utilização para casos específicos. O uso de enxaguatórios bucais no Brasil cresceu 2.277% de 1992 a 2007. Além de não ser essencial à saúde oral, o uso freqüente de enxaguatórios bucais com álcool aumenta os riscos de câncer de boca e da faringe. O álcool não é um agente causador de câncer isoladamente, mas uma enzima do organismo o transforma em acetaldeído, substância que pode alterar as células da boca e causar tumores na região. O problema é usar diariamente o produto, pois o dano constante não dá tempo de as células se 27 repararem. Algumas marcas chegam a ter 26% de álcool, e há pessoas que usam o álcool presente nos enxaguantes contribui para o aumento das taxas de câncer oral de forma similar às bebidas alcoólicas e sabe-se que o álcool é o segundo fator de risco para a doença, depois do tabagismo, aumentando de cinco a nove vezes os riscos. O enxaguante bucal deve ser utilizado em tratamentos específicos, para o restante da população o uso é opcional e desnecessário para uma boa higiene oral. Recomenda-se que na composição do enxaguatório bucal ele não contenha álcool. CARVALHO et al., (2001) em estudo analisaram as principais diferenças clínico-epidemiológicas do carcinoma epidermóide de cavidade oral no sexo feminino quando comparado ao sexo masculino. Foram estudados retrospectivamente os prontuários de 228 pacientes do sexo feminino comparados com 849 pacientes do sexo masculino atendidos no mesmo período no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital de Heliópolis – SP. Concluíram que 85% dos pacientes eram de raça branca, tanto em mulheres quanto em homens. Negros, amarelos e outras representavam apenas 15%. Também não se observou predomínio de nenhuma profissão com um fator de risco identificado. A idade das pacientes do sexo feminino variou de 2 a 100 anos, nos pacientes do sexo masculino encontraram idade entre 17 e 88 anos. A distribuição por faixa etária mostrou uma maior incidência de carcinoma epidermóide de cavidade oral situada entre 51 e 60 anos nos homens, enquanto que nas mulheres esta concentração ocorreu entre 61 e 70 anos. Quanto à distribuição pela faixa etária segundo o etilismo e o tabagismo, observou-se que em pacientes nos quais estes dois hábitos estavam ausentes, a incidência de carcinoma epidermóide de boca ocorreu em uma faixa etária 28 mais tardia. O álcool isoladamente bem como associado ao tabagismo afetou de maneira desfavorável a incidência de carcinoma de cavidade oral, tanto nas mulheres quanto nos homens, proporcionando um aumento da incidência em faixas etárias mais precoces. Quando analisaram o tabagismo, verificaram que as mulheres fumam menor quantidade de cigarros diários que os homens. Esta diferença de comportamento é ainda mais evidente quando avaliamos o etilismo. Setenta e um por cento das mulheres são não-etilistas, enquanto que apenas 8% dos homens, não consomem bebida alcoólica. A distribuição das lesões na cavidade oral mostrou que os dois principais sítios de incidência são a língua e o soalho, entretanto entre as mulheres têm uma menor incidência de lesões de língua e soalho (43%) quando comparado aos homens (61%). O tabagismo e o etilismo não mostraram interferir na distribuição do carcinoma epidermóide nos sítios da cavidade oral. Tanto os pacientes do sexo feminino como os pacientes do sexo masculino chegavam a primeira consulta com doença avançada, seja na lesão primária ou na disseminação regional. Com esse trabalho concluíram que o carcinoma epidermóide de cavidade oral nas mulheres tem características clínico-epidemiológicas peculiares que justificam o desenvolvimento de protocolos de diagnóstico e tratamento específico para ele. PAIVA et al., (2009) demonstraram um caso de carcinoma espinocelular na região do processo alveolar da mandíbula, onde os exames de Tomografia Computadorizada (TC) no pré-operatório não mostraram nenhuma alteração digna de nota. No entanto, com a realização da Ressonância Magnética (RM) alterações iniciais foram observadas na região. Paciente com 51 anos sexo feminino, leucoderma, procurou a clínica de Estomatologia do Curso de 29 Odontologia da Universidade de Brasília para avaliação de alteração persistente na gengiva. Relatou que a lesão iniciou-se com retração gengival que a incomodava há um ano. Quando ocorreu fratura de uma restauração de dente da região, procurou atendimento odontológico para tratamento e percebeu que a alteração gengival havia piorado, com aparecimento de áreas escurecidas. Informou ser portadora de hipertensão arterial; negou uso de tabaco e álcool. Ao exame físico extra bucal não se observou nenhuma alteração digna de nota. Palpação negativa de linfonodos. Ao exame intrabucal, observou-se lesão ulcerada na região vestibular de canino e primeiro pré-molar inferior direito, com bordas endurecidas e elevadas. Presença de exposição parcial das raízes, com aspecto similar ao da periodontite crônica localizada. A citologia esfoliativa demonstrou neoplasia intra-epitelial bucal, com provável invasão. Realizou-se biópsia incisional e o resultado do exame microscópico foi carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado, invasivo. Nas imagens de tomografia computadorizada, observou-se aspecto normal das estruturas anatômicas do pescoço, sem alterações ósseas e nos tecidos moles. Nas imagens por ressonância magnética, observou-se o mesmo aspecto de normalidade das estruturas cervicais. No entanto, observou-se discreto aumento de volume de partes moles e mucosa gengival do corpo mandibular direito, apresentando isso sinal em imagens ponderadas em T1, com tênue realce após contraste endovenoso. A lesão foi estadiada como T1 N0 M0. O tratamento cirúrgico foi mandibulectomia parcial, com preservação da base da mandíbula. A paciente encontra-se em acompanhamento pós-operatório e tratamento complementar (prótese dentária). 30 SCHANTZ et al., (1988) sugerem que pacientes jovens com câncer oral sem história de exposição ao tabaco teriam pior prognóstico devido a uma progressão mais rápida da doença devido a alteração genética. ANKATIL et al., (1996) constataram pacientes portadores de carcinoma epidermóide que não tinham o hábito de consumir álcool ou tabaco. KOCH et al., (1999) observaram em um estudo feito com pacientes fumante e não-fumantes portadores de câncer de cabeça e pescoço. O câncer acomete geralmente mais as mulheres no grupo dos não-fumantes, com predominância na língua. E a ocorrência em pacientes jovens ou idosos. Analisaram baixa alteração genética neste grupo e concluíram que em nãofumantes pode se tratar de uma entidade molecular distinta, cujas alterações genéticas são desconhecidas. LLEWELLYN, JOHNSON, WARNAKULASURIYA (2001) também afirmaram que pacientes que não apresentavam fatores de risco usuais (consumo de tabaco e álcool) constatou-se um pior prognóstico AMORIN FILHO et al., (2004) em seu trabalho analisaram o padrão de disseminação local do carcinoma epidermóide através da delimitação clínica da extensão da lesão primária assim como subsítios invadidos. Foram analisados os prontuários de 290 pacientes com carcinoma epidermóide de base de língua no Departamento de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologista do Hospital de Heliópolis, Hosphel, São Paulo , de 1977 a 2000, com predomínio dos homens (8:1) e da sexta década de vida (41%), 83,8% eram etilistas e tabagistas e em 4,7% os hábitos estavam ausentes. Quanto aos sintomas, odinofagia (37,6%), linfonodo (21,7%) e a média de tempo entre o primeiro sintoma e o diagnóstico 31 de 6 meses (62,0%). Quanto ao estadiamento, tivemos T1-T2 (18,7%), T3 (32,4%), T4 (50,7%). Quanto a disseminação local, em direção à valécula (25,3%), epiglote (18,7%), glote (2,7%), anteriormente para o v lingual em (22,4%) e póstero lateralmente para a prega faringoepiglótica (6,6%) e seio piriforme (2,2%). Quanto a ultrapassagem da linha média, isso ocorreu em 66,2% dos casos, sendo 42,2% (T2), 54,2% (T3) e 82,9%(T4). Concluíram que o carcinoma epidermóide de base de língua é um tumor agressivo de crescimento silencioso, assintomático no início da doença com extensão para outros sítios da orofaringe e até mesmo para fora deste segmento, com alto potencial de infiltração e disseminação cervical uni ou bilateral. VIANA et al., (2005) em relato de estudo feito na avaliação dos aspectos relacionados à qualidade de vida no tratamento radioterápico dos tumores de cabeça e pescoço no setor de radioterapia do Hospital Luxemburgo foram analisados 289 prontuários entre 1999 e 2004. Demonstraram que 60% dos pacientes tratados eram do sexo masculino e com idade superior a 50 anos, em que tiveram como fator desencadeador da doença o tabagismo.O carcinoma de células escamosas aparece 88,59% dos casos de tumor de cabeça e pescoço encontrados nos prontuários tendo a base da língua ao sítio bucal mais acometidos com 13,84%, seguido da orofaringe, com 12,45%. A dor ao ingerir alimentos foi a complicação mais encontrada com 30,70% de odinofagia relatadas. A xerostomia aparece em 17,99% dos casos, seguida da perda do paladar com 11,07%, mucosite com 7,95%, esofagite com 0,34%. A osteorradionecrose e a paralisia do nervo facial não foram encontradas nos prontuários dos pacientes no período relatado. 32 De acordo com um estudo recente dos pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, St. Louis (2009) as estimativas atuais de sobrevida ao câncer de cabeça e pescoço são altamente imprecisas por desconsiderarem muitas das doenças mais comuns que os pacientes têm em adição ao câncer primário. Eles analisaram as fichas clínicas de 183 pacientes com carcinoma de células escamosas da cavidade bucal, garganta e laringe que foram tratados em 1997 e 1998 no Barnes-Jewish Hospital, St. Doenças que ocorreram ao mesmo tempo em que o câncer bucal: nesses pacientes incluíram ataque cardíaco, doença de artérias coronárias, tumores que não o primário, doença psiquiátrica, doença pulmonar, derrame, diabetes e alcoolismo. Os resultados do estudo mostram que 33% dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço desenvolveram novas comorbidades ou um agravamento daquelas existentes na época do diagnóstico inicial e tratamento. Pacientes com comorbidades severas durante o período de acompanhamento apresentaram, em média, um risco de 6 a 7 vezes maior de morte. Estima-se no Brasil que em 2001 cerca de 7.940 novos casos de câncer de boca irão ocorrer para cada 100.000 homens e 2.625 casos para cada 100.000 mulheres, com aproximadamente 2.565 óbitos pela doença para o sexo masculino e 660 para o sexo feminino. Para região Nordeste estima-se que irão ocorrer 1.190 novos casos com cerca de 415 óbitos. Para o estado do Rio Grande do Norte, a estimativa é de 60 casos para 100.000 homens e de 30 casos para 100.000 mulheres, sendo a estimativa de óbitos de 20 e 10 casos respectivamente (MINISTÉRIO da SAÚDE 2001). 33 3.2. Exames Imaginológicos A radiografia desempenha um papel fundamental no tratamento de pacientes com câncer. Exames por imagens podem auxiliar na definição de um diagnóstico inicial de tumor. Tais imagens ainda ajudam no estadiamento adequado da doença, desde cânceres pequenos e iniciais a cânceres maiores que tenham se disseminado. Uma avaliação radiográfica apropriada auxilia o cirurgião ou o radioterapeuta a determinar a extensão anatômica do tumor de forma que o mesmo possa ser excisado ou irradiado adequadamente. A investigação radiológica tem potencial de determinar a presença de envolvimento ósseo em tumores de tecidos moles e permitir que o profissional avalie o envolvimento de linfonodos e o resultado do tratamento (WHITE e PHARAH, 2007). A ressonância magnética é a técnica que apresenta melhor qualidade de imagem para tecidos moles, sem utilização de radiação ionizante e sem riscos biológicos conhecidos. A utilização de exames de imagem em neoplasias malignas de cabeça e pescoço aumentou muito nas últimas duas décadas, com o desenvolvimento de métodos modernos, também chamados métodos de última geração. Outras modalidades de exames por imagem, como tomografia computadorizada, ultrassonografia, imagem por ressonância magnética, cintilografia óssea e PET (Positron Emission Tomography) devem complementar o exame clínico para avaliar a localização primária, extensões e invasão de estruturas adjacentes. A RM fornece informações sobre extensão da lesão, possível infiltração de grandes vasos e comprometimento de 34 linfonodos, contribuindo para a determinação de tratamento e prognóstico.Vários autores referem-se à crescente utilização destes métodos na preservação dos pacientes no tratamento do câncer de boca . Exames de RNM e TC realizados geralmente 6 meses após a radioterapia podem contribuir na detecção de alterações locais,em complemento ao exame clínico. Persistência ou recorrência de assimetria dos tecidos e/ou aumento de volume são sinais suspeitos de persistência ou recorrência do tumor. A TC e RM constituem os exames principais para a avaliação por imagem dos carcinomas espino celulares de boca e orofaringe. A TC é superior para a avaliação de invasão óssea e comprometimento ganglionar, enquanto que a RM mostra melhor as alterações em tecidos moles adjacentes, invasão da medula óssea, invasão perineural, extensão e delineamento das bordas da lesão. Além disso, apresenta melhores resultados para avaliação de lesões pequenas (estadiamento T1 e T2, ou seja, até 4 cm) e iniciais Nas imagens de RM, em T1, os carcinomas espino-celulares têm intensidade de sinal semelhante ao assoalho bucal e músculos da língua e menor sinal que a gordura; em T2 há um aumento de sinal em relação aos músculos e com uso de contraste (gadolínio) em T1 há aumento maior do sinal de RM na região do tumor. A invasão perineural é observada na RM através do aumento de volume de um nervo na região próxima ao tumor primário. Um protocolo mínimo para avaliação de carcinoma espinocelular de boca, por meio de RM, incluem seqüência T1, T1 com contraste e T2 O uso rotineiro da TC no pré-operatório de pacientes com carcinoma espinocelular é fundamental para a avaliação da lesão primária, possível invasão óssea e principalmente definição de envolvimento nas cadeias de linfonodos cervicais. O estadiamento da lesão é 35 necessário para o planejamento cirúrgico e/ou radioterápico, bem como para prognóstico e as condutas de acompanhamento do paciente. A RM complementa informações obtidas pela TC, relativas a tecidos moles, comprometimento da medula óssea, invasão perineural, sendo decisiva no diagnóstico de lesões de pequeno tamanho. Havendo disponibilidade de equipamentos de RM, deve este exame ser indicado rotineiramente. Uma das desvantagens da ressonância magnética é o custo elevado do exame. Porém, atualmente os valores estão diminuindo e os aparelhos já estão disponíveis na rede pública. Pelo fato da RM não utilizar radiação ionizante, não representa riscos biológicos para o paciente, constituindo-se em método seguro para seguimento pós-operatório dos pacientes por sua capacidade de detecção precoce de possíveis recidivas dos tumores de boca e orofaringe Concluiu- se que RM é útil e complementa o estudo por imagens das lesões iniciais do câncer bucal, propiciando melhor qualidade no diagnóstico das lesões iniciais dos tecidos moles (PAIVA et. al., 2009). WUERHMANN & MANSON-HING (1997), registram que a radiografia deve ser considerada como meio ou método pelo qual uma tentativa de diagnóstico pode ser feita. As radiopacidades em tecidos ósseos são mais freqüentes associadas com alterações de desenvolvimento lento que, causando alterações ósseas, podem ser vistas basicamente como não destruidoras. Por outro lado, as radiolucências são, de alguma forma, necessariamente destrutivas. Para NEVILLE et al., (2004) o carcinoma epidermóide nas radiografias aparecem como uma radiotransparência “roída por traças”, com margens rotas 36 e mal definidas, uma aparência semelhante a osteomielite. A destruição do osso subjacente pode ser dolorosa ou assintomática. O carcinoma de células escamosa pode erodir o osso subjacente em qualquer direção, provocando uma radiolucência de limites polimorfos e irregulares, caracterizada por bordas mal definidas e não-corticalizadas. A estrutura interna das lesões de carcinoma de células escamosas é totalmente radiolúcida, ocasionalmente pequenas ilhas de osso trabecular residual normal são visíveis nessa radiolucência central (WHITE E PHAROAH, 2007). Segundo HIGASHI (1999) os tipos de destruição ósseas em carcinoma são: “Permeável” onde se assemelham à permeabilidade da água na areia, com bordos “Rotos” e mal-definidos. “Comido por mariposa” como o próprio nome diz as rarefações se assemelham literalmente a esta imagem com remanescentes de fragmentos ósseos. E “Por pressão” onde a cavidade apresenta-se como um prato fundo, com margens relativamente suaves, mas a análise minuciosa da imagem radiográfica revela bordo infiltrativo. Muito comum no arco inferior edêntulo. Radiograficamente, as neoplasias ósseas malignas apresentam, geralmente, margens irregulares e destruição óssea sem remodelação, entretanto essas características não podem ser utilizadas como diagnóstico final de malignidade, sendo indispensável, a realização de biópsia (MAST et al.,1992). A introdução da informática por meio dos seus equipamentos e programas foi fator determinante para o considerável avanço no diagnóstico por imagem e, quando associado a métodos de exames invasivos, utilizando 37 radiação ionizante, contribui para melhoria da qualidade e precisão da imagem (CAMPOS et al.,1998). Para VAN den BREKEL et al., (1998) 30% dos casos de infiltração tumoral não são evidenciados na radiografia panorâmica, e outros apresentaram limites imprecisos, isto é devido ao grande número de sobreposições de estruturas que dificultam a visualização do tumor. A radiografia Panorâmica pode evidenciar alterações ósseas em estágios bem iniciais, embora uma neoplasia possa ser confundida, por exemplo, com uma lesão periodontal, gerando alto índice de falso-positivo, o que ressalva a importância da anamnese e exame clínico detalhados, bem como a realização de biópsia para que se possa estabelecer o diagnóstico de neoplasia e instituir a terapêutica adequada. Ela é capaz de fornecer os limites súpero-inferiores da neoplasia, principalmente em mandíbula (NAKAYAMA et al.,1999). JOGAIB et al., (2006) em relato de caso clínico de carcinoma de células escamosas oral, em paciente, sexo masculino, 46 anos, elitista e tabagista; observaram na análise radiográfica (panorâmica e perfil) que a lesão mostravase ampla radioluscente estendendo-se da região de MID à região de PMID, com limites mal definidos e aspecto de “roído de traça” na periferia. Aparência de flutuação dental, destruição da lamina dura dos elementos envolvidos na lesão, aspecto de fratura patológica, reabsorção óssea alveolar do tipo “por pressão” e de limites mal definidos (Fig. 1, 2 e 3). 38 Figura 1 – Radiografia oclusal inicial. Reabsorção óssea alveolar do tipo “por pressão”, mostrando a aparência “comido por mariposa” com margens irregulares. Aparência de dente solto no alvéolo e aspecto de fratura patológica (JOGAIB et al., 2006). Figura 2 – Radiografia panorâmica – mostra destruição da lâmina dura dos alvéolos dos elementos dentários, aspectos de flutuação dental com margens mal definidas e fraturas patológicas na mandíbula (JOGAIB et al., 2006). Figura 3 – Radiografia de perfil – mostra osteólise difusa na região anterior da mandubula (JOGAIB et al., 2006). Devido a complexidade da anatomia óssea crânio-maxilo-facial e da intensa sobreposição de imagens dos ossos adjacentes, os exames radiológicos convencionais tornam-se, às vezes, inapropriados para uma adequada análise das características e limites da neoplasia ( HASHIMOTO et al., 2000). 39 PEREIRA et al., (2001) afirmaram, entretanto, que a radiografia Panorâmica apresenta grande limitação em determinar a localização e extensão das neoplasias e que a mesma apresentava 0% de sensibilidade para detectar a extensão da neoplasia para os tecidos moles, sendo incapaz de fornecer dados essenciais para diagnóstico, tratamento e prognóstico dos carcinomas. A Tomografia Computadorizada é um dos exames mais úteis para avaliar neoplasias malignas por oferecer condições de analisar claramente as alterações de tecidos moles e ósseos, assim como a extensão da lesão, sendo mais sensível que a Ressonância Magnética na detecção de neoplasias ósseas (com ou sem envolvimento de tecido mole) e superior a outras técnicas, pois tem a capacidade de detectar mínimo envolvimento da cortical óssea no caso de neoplasias com origem em tecido mole (CASTELIJNS & VAN DEN BREKEL, 1993). KALAVREZOS et al., (1996) afirmam que a TC é um método muito mais sensível na avaliação primária dos carcinomas epidermóides (tamanho, localização e expansão para tecidos moles). PARISE (2000) diz que a TC e a RM são exames utilizados para estadiamento das neoplasias da cavidade oral, proporcionando uma visão global óssea e de partes moles e de áreas adjacentes. Sendo a Ultrassonografia e a Cintilografia óssea podem ser usadas como exames complementares. Segundo SCULLY, PORTER (2000) a extensão do carcinoma pode ser detectada através de exames como a tomografia computadorizada, a 40 ressonância nuclear magnética, que determinam além da extensão, o grau de invasão. O ultra-som também é um exame para o diagnóstico do tumor, quanto por citologia. Ultimamente, estão sendo introduzidas técnicas de exames moleculares para a determinação do prognóstico das lesões tumorais e para a identificação de metástases nodais. PEREIRA et al., (2001) em seu estudo análise de carcinomas epidermóides por meio de radiografia panorâmica e tomografia computadorizada observaram aspectos radiográficos como, localização e extensão do tumor, infiltração óssea e de tecidos moles e destruição das corticais. Os aspectos radiográficos de 48 pacientes com diagnóstico histopatológico de carcinomas epidermóides, localizados em várias regiões do complexo buco-maxilo-facial. Foram comparados e analisados. Concluíram que por meio de radiografia panorâmica e tomografia computadorizada observaram que vários métodos são utilizados para determinar a extensão e invasão do carcinoma epidermóide. No estágio inicial da doença podemos diagnosticar com uma radiografia panorâmica, porém nos estágios mais avançados a determinação da lesão fica comprometida. O diagnóstico deverá ser realizado com base em radiografias conjugadas. A Tomografia Computadorizada oferece conjunto de cortes que possibilitam a interpretação com imagens conjugadas para determinação de modificações morfológicas resultantes de doenças malignas ou benignas da cavidade oral. Proporcionando resultados mais direcionados, com alta qualidade de imagem com resoluções anatômicas excelentes e redução dos artefatos. Possibilitando análise do grau de infiltração, o envolvimento das corticais ósseas, sendo possível a localização primária do tumor. A confiabilidade e especificidade da TC é proporcionada 41 pela técnica bastante sensível demonstrando mais claramente a localização do tumor, destruição da cortical óssea e envolvimento de estruturas moles adjacentes, a excelente correlação com os achados cirúrgicos, auxiliando no diagnóstico e no planejamento do tratamento de carcinomas epidermóides. Entretanto a radiografia panorâmica, apesar de ser um exame auxiliar no diagnóstico inicial, demonstrou apenas delimitações imprecisas e pouco nítidas da lesão. Devido à superposição de estruturas ósseas e ausência na relação da lesão com o tecido mole adjacente. Tornando inviável o uso do método para o diagnóstico, tratamento e prognóstico dos carcinomas. PASCOAL et al., (2001) em seu trabalho, analisaram a validade da Tomografia Computadorizada no estudo do acometimento ósseo mandibular nos tumores de loja amigdalina e região retromolar, chegaram a conclusão que a TC apresentou correlação significativa com os resultados histopatológicos em 89% da casuística, portanto mostrou-se um método de avaliação eficaz para o estudo do acometimento ósseo mandibular. Atualmente as opções de exames complementares, que auxiliam o diagnóstico e o planejamento cirúrgico para tratamento de neoplasias ósseas malignas são diversas, como a tomografia computadorizada, a ressonância magnética, a ultra-sonografia e a radiografia convencional. Para solicitá-los deve-se agir sempre com bom senso profissional, dando importância considerável às condições do paciente e ao tempo disponível para a realização da intervenção, pois as vantagens e desvantagens destes exames podem repercutir sobre o tratamento e o prognóstico destas neoplasias (MARSH et al., 1984; HASSFELD & MÜHLING, 2001). 42 SOUZA et al., (2003) discutiram as vantagens e desvantagens do aspecto técnico do exame de RM e TC e chegaram as seguintes conclusões: A maior vantagem da TC, em comparação com a RM, é a sua mais rápida aquisição da imagem, a maior disponibilidade de equipamentos e seu menor custo. A TC permite melhor avaliação óssea da mandíbula e da base do crânio, está menos sujeita a artefatos de movimento e pode-se avaliar a vascularização normal e das lesões mediante injeção endovenosa de meio de contraste iodado. Por outro lado, materiais dentários metálicos interferem no estudo da região oral por causarem grandes artefatos, assim como a densidade óssea e dos dentes. Para amenizar este artefato o paciente deve ficar com a boca entreaberta, com a ajuda de um espaçador. Um tumor primário com sutil erosão óssea cortical ou alveolar é mais bem observado na TC com cortes coronais. Na TC, os músculos são difíceis de serem diferenciados de tecidos neoplásicos, por apresentarem densidades similares. Entre as vantagens sobre a TC, a RM demonstrou um notável contraste entre tecidos moles na avaliação das estruturas da cavidade oral, além da sua capacidade multiplanar de obter imagens coronais, sagitais e axiais, facilitando o planejamento cirúrgico e a identificação da extensão intracraniana dos tumores, especialmente nos forames oval e lácero. O maior tempo de exame, maior custo e contra-indicação de pacientes com claustrofobia, dispnéia intensa e portadores de implantes podem ser considerados como desvantagens perante a TC. Na ponderação de imagens em T1, há melhor diferenciação da interface tumor gordura e, por sua vez, em T2 ocorre o mesmo na interface tumor-músculo, sendo mais sensível à presença de doenças do que a TC. Os artefatos causados por materiais metálicos ou pela 43 densidade óssea são pouco significantes. Há boa diferenciação entre lesões císticas ou sólidas. Lesões hipo ou hipervasculares, em função da ausência de sinal (“flow-void”), devido ao fluxo vascular, permite determinar vasos sanguíneos, diferenciação com linfonodos, com eficiência, sem a utilização de material de contraste endovenoso. No entanto, imagens pesadas em T2 podem superestimar dimensões tumorais. Ao utilizar o meio de contraste paramagnético (gadolínio endovenoso), reduz-se o tempo de relaxação longitudinal (T1), aumentando a intensidade de sinal da área impregnada, melhorando a delineação dos tumores vascularizados e reduzindo o sobreestadiamento provocado, por exemplo, por edema perilesional. Em muitos casos a diferenciação entre lesões inflamatórias reacionais e neoplasias é inespecífica. Pequenos tumores são mais homogêneos, porém mais pobremente definidos, e grandes tumores podem apresentar-se heterogêneo, com necrose central, com intensidade de sinal alta, como tumores sólidos. A RM é superior à TC quanto à detecção de pequenos tumores (Fig. 4, 5 e 6). Figura 4 – Carcinoma espinocelular de palato duro. Corte coronal de tomografia computadorizada, janela de partes moles. Massa de limites mal definidos distendo amplamente o hemipalato duro direito, com extensão superior para o seio maxilar e fossa nasal, e inferiormente para a cavidade oral (SOUZA et al., 2003). 44 Figura 5 – Carcinoma espinoelular do trígono retromolar. Corte axial de tomografia computadorizada, janela de partes moles. Notar massa com densidade de partes moles, de limites mal definidos, ocupando a região do trígono retromolar a esquerda (SOUZA et al., 2003). Figura 6 – Carcinoma espinocelular de soalho da boca. Cortes axiais de ressonância magnética, ponderação em T1. Massa com intensidade de sinal intermediária na porção anterior do soalho da boca à direita. Notar a presença do mesmo material com intensidade de sinal intermediária obliterando o conteúdo gorduroso da cavidade medular da mandíbula adjacente (setas) (SOUZA et al., 2003). A TC e a RM são técnicas bem estabelecidas e úteis para melhor avaliar a invasão de estruturas além do sitio de origem. A TC fornece mais detalhes do acometimento ósseo do que a RM. Sendo que as duas apresentam análises precisas complementares desempenhando um importante papel no planejamento cirúrgico, conduta terapêutica e prognóstico (SOUZA et al., 2006). 45 PAIVA et al., (2009) demonstraram um caso de carcinoma espinocelular na região do processo alveolar da mandíbula, onde os exames de TC no pré operatório não mostraram nenhuma alteração digna de nota. No entanto, com a realização da RNM alterações iniciais foram observadas na região. De acordo com GREMPEL et al., (2005) em seu trabalho os recursos imaginológicos no diagnóstico de neoplasias malignas do complexo bucal e maxilofacial, segundo eles as neoplasias malignas se apresentam sob diversas formas e comportamentos, tornando difícil, às vezes seu diagnóstico, que quando inadequado ou retardado, podem dificultar o tratamento e comprometer o prognóstico do paciente. Um recurso imaginológico ideal deveria apresentar um custo baixo, mínima distorção, capacidade de reconstrução em 3D e pouca ou nenhuma exposição do paciente à radiação ionizante. A Tomografia Computadorizada parece ser o recurso imaginológico mais indicado para avaliação das neoplasias ósseas do complexo bucal e maxilofacial, sendo um exame de valor relevante para diagnóstico, estadiamento e planejamento cirúrgico, ainda mais quando associada à reconstrução em 3D. Mas devido ao custo elevado da tomografia computadorizada e da ressonância magnética, não condizem com a realidade da maioria da população e dos serviços disponíveis. O diagnóstico e plano de tratamento das neoplasias malignas devem estar intimamente ligados a um exame clínico minucioso, anamnese detalhada, bom conhecimento da semiologia de cada neoplasia e exame imaginológico satisfatório, que seja ao mesmo tempo acessível. Os cirurgiõesdentistas devem agir com bom senso avaliando seu custo-benefício. O Ministério da Saúde (2000) orientou que os exames por imagem local devem ser realizados antes das biópsias, com a finalidade de evitar alterações 46 anatômicas e tumorais provocadas pelo hematoma cirúrgico. Rotineiramente o diagnóstico do tumor ósseo e o estudo dele quanto a extensão, destruição, contorno, osso reacional são feitos através de radiografias simples, que nem sempre são de boa qualidade. Para estadiamento, planejamento e tratamento cirúrgico de neoplasias malignas da região bucal e maxilofacial é conveniente o conhecimento da sua extensão, do seu relacionamento com estruturas circunvizinhas e do seu tipo, associado a um bom conhecimento anatômico e semiológico, além de bom contraste para diferenciar tecido neoplásico de tecido normal ao exame imaginológico. Afirmaram ainda que para se instituir um correto tratamento deve - se unir os achados clínicos com os imaginológicos, na tentativa de delimitar as extensões e limites aparentes, superficiais e profundos da lesão (HENROT et al.,1999). 47 3.3. Tratamento e Prevenção As opções de tratamento mais comuns para pessoas com cânceres bucais são cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapias-alvo mais recentes. Uma pessoa que esteja recebendo radioterapia na região de cabeça e pescoço, ou tenha histórico desse tipo de tratamento, pode desenvolver determinadas complicações, que incluem boca seca, lesões sensíveis na cavidade bucal, dentes hipersensíveis, cárie dentária de evolução rápida e dificuldade de engolir. A quimioterapia também pode ter efeitos significativos na cavidade bucal (Ministério da Saúde, 2000). Durante o período de tratamento do câncer de cabeça e pescoço, o paciente deve escovar os dentes delicadamente duas vezes ao dia a menos que o dentista faça outra recomendação. O dentista pode recomendar um enxaguatório bucal sem álcool para complementar a escovação diária. Se o paciente desenvolver uma condição chamada de boca seca, o dentista poderá recomendar um substituto da saliva, uma saliva artificial que é vendida sem prescrição em farmácias. Aplicações de flúor freqüentes também podem ser recomendadas. Como qualquer infecção bucal pode ter implicações sérias, os pacientes devem contatar o dentista ou médico imediatamente se experimentarem qualquer problema não usual na boca, nos dentes ou na garganta (INCA, 2003). Em MSD (2009) o êxito do tratamento dos cânceres bucais e labiais depende em grande parte do grau de evolução do quadro. Os cânceres bucais 48 raramente disseminam-se para regiões distantes no corpo, mas eles tendem a invadir a cabeça e o pescoço. Se todo o câncer e o tecido normal circunjacente forem removidos antes do câncer disseminar se aos linfonodos, a probabilidade de cura é alta. Entretanto, se ele já tiver disseminado aos linfonodos, a probabilidade de cura será muito menor. Durante a cirurgia, além do câncer na boca, são removidos os linfonodos situados sob e atrás da mandíbula e ao longo do pescoço. A cirurgia de cânceres bucais pode ser desfigurante e psicologicamente traumática. O indivíduo com câncer da boca ou de garganta deve ser submetido à radioterapia e à cirurgia ou apenas à radioterapia. Freqüentemente, a radioterapia destrói as glândulas salivares e o paciente apresenta boca seca, o que pode causar cáries e outros problemas dentais. Como os maxilares expostos à radiação não cicatrizam bem, os problemas dentais devem ser tratados antes da administração da radiação. Qualquer dente que possa causar problemas é extraído e é dado um tempo para a cicatrização. A boa higiene dental é importante para os indivíduos que foram submetidos à radioterapia por causa de um câncer bucal. Essa higiene inclui exames regulares e cuidados domiciliares meticulosos, incluindo aplicações diárias de flúor. Se o indivíduo sofrer uma extração dentária, a oxigenioterapia hiperbárica pode auxiliar a mandíbula a cicatrizar melhor. O benefício da quimioterapia é limitado para o câncer da boca. As bases do tratamento são cirurgia e radioterapia. SCHANTZ et al., (1988) relatam que pacientes jovens com câncer oral sem história de exposição ao tabaco teriam pior prognóstico devido a uma progressão mais rápida da doença devido a alteração genética. 49 Para SCULLY, PORTER (2000) a detecção do câncer bucal da boca acontece tardiamente em muitos pacientes. Caso a doença seja diagnosticada antecipadamente seu tratamento se torna mais fácil de ser realizado e com menor incidência de complicações como os resultados estéticos e funcionais. O tratamento do câncer da boca pode ser feito através de cirurgia, quimioterapia ou radioterapia. A cirurgia é largamente utilizada no tratamento dessa doença. A quimioterapia e a radioterapia possuem uma aplicação ainda restrita, sendo em alguns casos, ocasionalmente. O tratamento dentário, seja com finalidade preventiva ou curativa, é essencial antes da real radioterapia, para minimizar os efeitos adversos desta intervenção e a doença da boca, tipo de tratamento devido ao óbito ter ocorrido logo após o diagnóstico e não foram obtidas informações relativas à terapia utilizada em 6 pacientes. MACHADO et al., (2004) em seu trabalho que teve como objetivo avaliar o perfil epidemiológico relacionados ao estadiamento clínico, tratamento proposto e sobrevida dos 35 pacientes com câncer bucal atendidos no período de 1993 a 1998, na Clínica de Diagnóstico Bucal do Departamento de Odontologia da Universidade de Taubaté. Em relação à terapia do câncer, a radioterapia foi o único tratamento para 45,71% dos pacientes, seguida pela associação entre a radioterapia e cirurgia (22,86%) e pela utilização exclusiva da cirurgia (5,71%). Sendo que 3 pacientes não foram submetidos a qualquer tratamento. VARGAS et al., (2000) sugerem um comportamento mais agressivo para o carcinoma epidermóide na porção anterior da língua em mulheres jovens que passam por tratamento quimioterápico e radioterápico. 50 ANTUNES et al., (2001) estudaram a mortalidade no período de 1980 à 1998 na cidade de São Paulo de pacientes com câncer oral e constataram que quase metade dos óbitos foram das lesões localizadas na língua. LLEWELLYN, JOHNSON, WARNAKULASURYA (2001) afirmaram que pacientes que não apresentavam fatores de risco usuais (consumo de tabaco e álcool) constatou-se um pior prognóstico. O tratamento realizado no caso da paciente do sexo feminino com 23 anos de idade não-fumante, portadora de carcinoma epidermóide na região lateral da língua foi: a quimioterapia e radioterapia. No decorrer do tratamento a lesão se tornou mais agressiva, desenvolveu metástase contra-lateral em linfonodo submandibular esquerdo, ficando sob acompanhamento periódico, vindo a óbito um ano após o diagnóstico inicial (ANDRADE, 2002). De acordo com GUEBUR et al., (2004) no tratamento do carcinoma epidermóide umas das terapias mais eleitas é a radioterapia. Os pacientes com possibilidade de cura (45% à 50%), 70% recebem este tratamento. Quando o tumor é diagnosticado tardiamente em estágios mais avançados, os radiologistas precisam optar pelo hiperfracionamento, no qual o paciente recebe duas doses diárias de radiação, com dose diária menor por fração, ficando em cerca de 160 cGy/2x/dia. A diminuição do fluxo salivar não estimulado é uma constante na radioterapia de cabeça e pescoço, quando as glândulas maiores estão presentes na área irradiada. Tem sido usados há muitos anos uma variedade de substitutos salivares para diminuir os efeitos indesejáveis da xerostomia, como por exemplo a administração sistêmica do cloridrato de pilocarpina. E também o uso de radioprotetores como o 51 aminofostine apresentam efeitos positivos sobre as glândulas salivares. A prevenção e o diagnóstico precoce dos tumores malignos são responsáveis por um prognóstico mais favorável. VIANA et al., (2005) Analisaram em seu trabalho Avaliação dos aspectos relacionados à qualidade de vida no tratamento radioterápico dos tumores de cabeça e pescoço no setor de radioterapia do Hospital Luxemburgo foram estudados 289 prontuários entre 1999 e 2004 e concluíram que o sucesso terapêutico é a premissa importante para manutenção da vida. A possibilidade de reabilitação social, a recuperação das funções mastigatórias e fonativas devem ser levadas em consideração no planejamento para cada paciente dentro de uma visão multidisciplinar. Durante as sessões de radioterapia quando as seqüelas aparecem os tratamentos são direcionados para cada manifestação clínica no intuito de minimizar seus efeitos e as complicações tais como o emprego de solução de bicarbonato de sódio, anti fúngicos e saliva artificial. Entretanto, não foi relatada a existência de um programa de seguimento das seqüelas destes pacientes após o tratamento radioterápico. SAWADA et al., (2005) analisaram que a radioterapia é um tratamento de ampla utilização para pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço , que tem por objetivo destruir as células neoplásicas para que haja redução ou desaparecimento da neoplasia maligna. Entretanto, pode produzir alterações importantes na qualidade de vida desses pacientes durante e após o tratamento. Fizeram um estudo exploratório e descritivo com 32 pacientes com câncer de cabeça e pescoço, submetidos à radioterapia no HCFMRP-USP, sendo 7 do sexo feminino e 25 do sexo masculino. Os efeitos colaterais relatados foram dor na boca (40,6%), pele ressecada (65,7%), dificuldade de 52 engolir (50%), pouca disposição para atividades (40,7%), irritado, deprimido, triste (56,3%), náuseas (28,1%), dores de garganta (34,4%), coceira na pele (53,2%), insônia (40,7%), boca seca (84,5%), cansaço e fadiga (28,1%), mal estar estomacal (25%), saliva pegajosa (75,1%), dificuldade no paladar (72%), falta de apetite (37,6%), vômitos (12,5%), rouquidão (34,4%), incômodo na pele (22%) e dificuldade de mastigar (9,3%). Este estudo permitiu levantar quais os principais efeitos colaterais da radioterapia, sua influência na qualidade de vida e descobrir que os domínios físicos mais afetados estão relacionados à produção de saliva e problemas na alimentação, além de aspectos emocionais como depressão e ansiedade. Chegaram a conclusão que os profissionais de saúde devem estar atentos a esses aspectos, atuando com medidas preventivas para amenizar os efeitos colaterais da radioterapia fornecendo informações sobre o tratamento, considerando os desconfortos e orientando medidas para aliviá-los, além de promover suporte para reduzir a ansiedade e depressão, a fim de promover enfrentamento desses pacientes ao tratamento. E acreditam que os efeitos colaterais dependem da dose de radiação e que os mesmos se diferenciam e podem ser amenizados ao longo do tempo. SOUZA et al., (2006) revelam em seu trabalho intitulado Carcinoma de Seio Maxilar: Análise de dez casos que a combinação de cirurgia e radioterapia pós-operatória oferece melhor sobrevida que a radioterapia sozinha. Os tumores irressecáveis destroem base do crânio ou envolvem a artéria carótida interna, mesmo com radioterapia e quimioterapia pós operatória não apresentam bom prognóstico, sendo este método geralmente escolhido para pacientes que já desenvolveram metástase à distância. Pacientes que não podem passar pela cirurgia, são tratados com a radioterapia paliativamente. 53 Alguns autores recomendam tratamentos agressivos em pacientes com doença metastática. Devido à descoberta tardia dos tumores extensos e a impossibilidade de rececçao cirúrgica completa o prognóstico apresenta-se bem desfavorável. Sendo que a sobrevida em 5 anos varia de 20% a 40%. Pesquisadores de Massachusetts (2007) avaliaram dados fornecidos por 42.340 homens cadastrados no Estudo de Acompanhamento dos Profissionais de Saúde, observando a ocorrência de lesões bucais pré-malignas, uso de suplementos nutricionais e a própria dieta relatados em intervalos de dois a quatro anos entre 1986 e 2002. Os participantes com as maiores ingestões nutricionais de vitamina C tinham 50% de redução no risco de desenvolver précâncer bucal em comparação com os que tinham baixa ingestão. Nenhuma redução de risco foi observada em participantes que usavam suplementos de vitamina C. Os pesquisadores teorizam que algum componente em alimentos ricos em vitamina C, ou uma interação entre eles, pode oferecer proteção contra o pré-câncer bucal e estimulam uma dieta que inclua alimentos ricos em vitamina C e uma variedade de nutrientes. Os cientistas também examinaram a ingestão de vitamina E, vitamina A e carotenóides e não encontraram nenhuma evidência da relação entre pré-câncer bucal e beta-caroteno, licopeno ou luteína/zeaxantina. Homens que fumavam e usavam suplementos de vitamina E e/ou suplementos de beta-caroteno apresentaram um aumento do risco para pré-câncer bucal. De acordo com um estudo recente dos pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, St. Louis, as estimativas atuais de sobrevida ao câncer de cabeça e pescoço são altamente imprecisas por 54 desconsiderarem muitas das doenças mais comuns que os pacientes têm em adição ao câncer primário. Eles analisaram as fichas clínicas de 183 pacientes com carcinoma de células escamosas da cavidade bucal, garganta e laringe que foram tratados em 1997 e 1998 no Barnes-Jewish Hospital, St. doenças que ocorreram ao mesmo tempo em que o câncer bucal: nesses pacientes incluíram ataque cardíaco, doença de artérias coronárias, tumores que não o primário, doença psiquiátrica, doença pulmonar, derrame, diabetes e alcoolismo. Os resultados do estudo mostram que 33% dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço desenvolveram novas comorbidades ou um agravamento daquelas existentes na época do diagnóstico inicial e tratamento. Pacientes com comorbidades severas durante o período de acompanhamento apresentaram, em média, um risco de 6 a 7 vezes maior de morte. O tipo de tratamento que os pacientes receberam – quimioterapia, radioterapia, cirurgia ou uma combinação desses métodos – não fizeram diferença no número ou severidade das comorbidades. CARMO et al., (2009) estabeleceram um modelo experimental de carcinogênese bucal, investigando os efeitos da vitamina E do óxido de nitroquinolina nesse processo, foram usados 112 camundongos e divididos em 4 grupos. Com essa pesquisa chegaram a seguinte conclusão, que o óxido de nitroquinolina não induziu o carcinoma epidermóide de boca. Entretanto, alguns resultados sugeriram que a vitamina E parece atuar como um antioxidante importante, potencialmente preventivo desses tumores. Além disso, os dados também sugerem um papel inibidor da vitamina E, no índice de proliferação celular. Esta experiência apontou, portanto, novas possibilidades quanto ao 55 tratamento e prevenção de tumores malignos bucais, através da utilização de micronutrientes, como a vitamina E. JOGAIB et al., (2006) em relato de caso clínico de carcinoma de células escamosas oral, em paciente, sexo masculino 46 anos, etilista e tabagista, elegeram como tratamento inicial uma biópsia incisional, cultura e citologia esfoliativa. O resultado do exame anátomo-histo-patologico revelou carcinoma epidermóide de células escamosas infiltrante. Paciente foi encaminhado para o INCA, devido ao estágio avançado da doença, onde o procedimento terapêutico foi a radioterapia. Após o retorno do INCA o paciente foi encaminhado para o serviço de radioterapia em Volta Redonda, sendo feito curativos semanais. Também sendo assistido por uma equipe multidisciplinar por um período de 6 meses. Em seguida abandonou o tratamento, retornou cinco meses depois. O processo patológico estava localizado, mas o estado geral do paciente estava comprometido e veio a falecer. CARVALHO et al., (2003) relataram um caso clínico no trabalho intitulado Reabilitação em câncer avançado de cavidade oral em paciente irradiado com implantes osseointegrados, em paciente, 59 anos que apresentava carcinoma epidermóide de língua extenso tratado com glossectomia total e radioterapia pós-operatória e 4 anos após o tratamento, desenvolveu uma segunda lesão em palato duro, tratado com radioterapia e resgate cirúrgico com ressecção total da infraestrutura do maxilar. Com o prognóstico reservado, o paciente foi reabilitado com implantes de titânio e prótese com sucesso, mesmo após a radioterapia. 56 Segundo a American Cancer Society (2008) as opções de tratamento mais comuns para pessoas com cânceres bucais são cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapias-alvo mais recentes. Uma pessoa que esteja recebendo radioterapia na região de cabeça e pescoço, ou tenha histórico desse tipo de tratamento, pode desenvolver determinadas complicações, que incluem boca seca, lesões sensíveis na cavidade bucal, dentes hipersensíveis, cárie dentária de evolução rápida e dificuldade de engolir. A quimioterapia também pode ter efeitos significativos na cavidade bucal. Durante o período de tratamento do câncer de cabeça e pescoço, o paciente deve escovar os dentes delicadamente duas vezes ao dia a menos que o dentista faça outra recomendação. O dentista pode recomendar um enxaguatório bucal sem álcool para complementar a escovação diária. Se o paciente desenvolver uma condição chamada de boca seca, o dentista poderá recomendar um substituto da saliva, uma saliva artificial que é vendida sem prescrição em farmácias. Aplicações de flúor freqüentes também podem ser recomendadas. Como qualquer infecção bucal pode ter implicações sérias, os pacientes devem contatar o dentista ou médico imediatamente se experimentarem qualquer problema não usual na boca, nos dentes ou na garganta. Para CHAMBERS et al., (2009) pessoas com câncer de cabeça e pescoço tipicamente recebem doses altas e cumulativas de radiação, o que torna as glândulas salivares incapazes de produzir saliva adequada. O fluxo reduzido de saliva que resulta em boca seca, uma condição conhecida como xerostomia, pode ser causada por certos distúrbios médicos e geralmente é um efeito colateral de terapias médicas. Alguns dos problemas comuns associados com boca seca incluem uma garganta constantemente irritada, sensação de 57 ardência, problemas com a fala, dificuldade de engolir, rouquidão ou vias aéreas secas. Tratamentos de acupuntura duas vezes por semana parecem aliviar os sintomas debilitantes da boca seca entre pacientes que recebem tratamento com radiação para câncer de cabeça e pescoço A terapia da acupuntura baseia-se na prática chinesa antiga de inserir e manipular agulhas muito finas em pontos precisos do corpo para aliviar dor ou restaurar a saúde. O estudo incluiu 19 pacientes com xerostomia que haviam completado a radioterapia pelo menos há quatro semanas. Receberam tratamentos com acupuntura duas vezes por semana durante quatro semanas. Os pontos de acupuntura localizavam-se nas orelhas, queixo, dedo indicador, antebraço e superfície lateral da perna. Os pesquisadores constataram que a acupuntura produzia melhoras mensuráveis nos sintomas. Uma avaliação da qualidade de vida conduzida nas semanas 5 e 8 também mostraram melhoras significativas dos índices de qualidade de vida registrados no início do estudo. Pesquisadores da Universidade do Estado de Ohio (OSU) (2009), observaram que nutrientes retirados do abacate podem atacar algumas células de câncer bucal e evitar que outras células pré-cancerosas se desenvolvam em verdadeiros cânceres de boca. Pesquisas anteriores encontraram uma associação entre o consumo de frutas e vegetais e o risco reduzido de vários tipos de câncer. Esse efeito é atribuído aos altos níveis de fitonutrientes e fitoquímicos encontrados nas frutas e vegetais de cores escuras. Concentrados no “Avocado de Hass”, a variedade mais prontamente disponível de abacate, os pesquisadores da OSU constataram que os fitoquímicos extraídos da fruta de casca rugosa podem ter como alvo múltiplas trajetórias sinalizadoras e aumentar a quantidade de oxigênio reativo dentro das células bucais pré- 58 cancerosas, levando à morte celular. Entretanto, os mesmos químicos não têm o mesmo efeito negativo nas células normais e saudáveis. Além de seus possíveis efeitos na prevenção do câncer bucal, o abacate é rico em outros fitonutrientes benéficos e antioxidantes que incluem vitamina C, folatos, vitamina E, fibras e gorduras insaturadas. Em um estudo de proteoma salivar, os pesquisadores de cinco instituições: The Scripps Research Institute; Universidade de Rochester; Universidade do Sul da Califórnia; Universidade da Califórnia, São Francisco; e Universidade da Califórnia, Los Angeles (2008), usaram técnicas de espectrometria de massa, os pesquisadores identificaram 1.166 proteínas na saliva proveniente da glândula parótida e submandibular/sublingual. Verificaram que mais de um terço das proteínas da saliva também eram encontradas no proteoma do sangue. Quando compararam essas proteínas com rotas de proteínas conhecidas e outros proteomas, tiveram uma primeira visualização da função das proteínas centrais. Utilizaram o termo “saliva” para significar secreções da glândula salivar, uma vez que uma teoria emergente afirma que a mistura de proteínas nas secreções da glândula salivar se assemelha muito com aquela do sangue, tornando a saliva um substituto diagnóstico potencial para o sangue. Os pacientes poderão um dia cuspir em um recipiente em vez de tirar sangue para fazer exames para detecção de câncer. Pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard (2006) examinaram o consumo de frutas e vegetais e a incidência de lesões bucais pré-malignas num grupo de 42.311 americanos inscritos no Estudo de Acompanhamento de Profissionais da Saúde, um estudo começou em 1986 59 para avaliar uma série de hipóteses sobre saúde bucal masculina relacionando fatores nutricionais com a incidência de doenças graves como câncer, cardiopatias e outras doenças vasculares. No total, 207 casos de lesões bucais pré-malignas foram registrados no grupo de estudo entre 1986 e 2002. Entretanto, o consumo de frutas cítricas, sucos de frutas cítricas e frutas e vegetais ricos em vitamina C foi associado com risco de desenvolver lesões bucais pré-malignas reduzindo significantemente em 30 % a 40% nos pacientes que continham quantidades maiores desses ítens na sua dieta. Os pesquisadores da Faculdade de Odontologia da UCLA (2008) desenvolveram o teste de saliva humana. Previram com precisão o câncer bucal em 93% dos casos. Pesquisadores afirmaram que o achado poderia levar a uma nova forma indolor de teste de câncer bucal. A descoberta é um dos diversos potenciais testes diagnósticos resultando de um mapeamento que identificou todas as 1.116 proteínas exclusivas das glândulas salivares.. Mais de 90% dos cânceres que se iniciam na boca são cânceres de células escamosas, que afetam mais de 300.000 pessoas mundialmente. Coletaram amostras de saliva de 64 pacientes com esse tipo de câncer bucal, comparando-as com as amostras de 64 pacientes saudáveis. Cinco biomarcadores protéicos previram câncer bucal 93% das vezes. CARMO (2009), estabeleceram um modelo experimental de carcinogênese bucal, investigando os efeitos da vitamina E do óxido de nitroquinolina nesse processo, foram usados 112 camundongos e divididos em 4 grupos. Com essa pesquisa chegaram a seguinte conclusão, que o óxido de nitroquinolina não induziu o carcinoma epidermóide de boca. Entretanto, alguns resultados sugeriram que a vitamina E parece atuar como um antioxidante 60 importante, potencialmente preventivo desses tumores. Além disso, os dados também sugerem um papel inibidor da vitamina E, no índice de proliferação celular. Esta experiência apontou, portanto, novas possibilidades quanto ao tratamento e prevenção de tumores malignos bucais, através da utilização de micronutrientes, como a vitamina E. Dizem os pesquisadores do Sylvester Comprehensive Cancer Center da Universidade de Miami (2007) que o bochecho com um enxaguatório bucal pode ser a mais nova ferramenta no diagnóstico para detectar carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço em seu estágio inicial. O câncer de cabeça e pescoço pode atingir lábios, dentes, gengivas, bochechas, soalho da boca, língua, palato mole, amídalas, parte posterior da garganta e laringe. Quando detectado precocemente, os níveis de cura dos pacientes superam os 80 %. Infelizmente, somente 50% dos cânceres de cabeça e pescoço são detectados precocemente atualmente e curados. Os pesquisadores então usaram a solução de bochecho para determinar se o DNA dos pacientes foi quimicamente modificado devido ao câncer, uma doença chamada DNA hipermetilado. Um estudo piloto subseqüente mostrou hipermetilação nas amostras de nove em 11 pacientes com câncer de cabeça e pescoço que tinham níveis baixos de CD44 no estudo original. O estudo mostrou que um teste com um bochecho, simples o suficiente para ser administrado em qualquer centro de saúde comunitário é capaz de detectar câncer em aproximadamente 90% das vezes. Fatores de risco para câncer de cabeça e pescoço podem incluir o uso de tabaco e álcool, exposição prolongada ao sol, irritação bucal crônica, deficiência nutricional, uso de enxaguatórios bucais que 61 contém álcool, infecção com papiloma vírus humano, refluxo gastresofágico e o sexo. 62 4. DISCUSSÃO Para (JOGAIB et al.,2006; NEVILLE et al.,2004) o carcinoma epidermóide nas radiografias aparecem como uma radiotransparência “roída por traças”, com margens rotas e mal definidas, HIGASHI (1999), os tipos de destruição ósseas em carcinoma são: “Permeável” onde se assemelham à permeabilidade da água na areia, com bordos “Rotos” e mal-definidos. “Comido por mariposa” E “Por pressão” onde a cavidade apresenta-se como um prato fundo, com margens relativamente suaves, WHITE e PHAROAH (2007), o carcinoma de células escamosa pode erodir o osso subjacente em qualquer direção, provocando uma radiolucência de limites polimorfos e irregulares, caracterizada por bordas mal definidas e não-corticalizadas. A estrutura interna das lesões de carcinoma de células escamosas é totalmente radiolúcida, ocasionalmente pequenas ilhas de osso trabecular residual normal são visíveis nessa radiolucência central. A radiografia Panorâmica pode evidenciar alterações ósseas em estágios bem iniciais NAKAYAMA et al., (1999); PEREIRA et al., (2001) , VAN DEN BREKEL et al., (1998), afirmam que 30% dos casos de infiltração tumoral não são evidenciados na radiografia panorâmica e todos concordam juntamente com HASHIMOTO et al., (2000), que em decorrência da complexidade anatômica óssea crânio-maxilo-facial e da intensa sobreposição de imagens dos ossos adjacentes, os exames radiológicos convencionais tornam-se, às vezes, inapropriados para uma adequada análise das características e limites da neoplasia devido ao grande número de sobreposições de estruturas que 63 dificultam a visualização do tumor, gerando alto índice de falso-positivo, PEREIRA et al.,(2001), acrescentam a mesma apresenta 0% de sensibilidade para detectar a extensão da neoplasia para os tecidos moles, não fornecendo dados essenciais para diagnóstico, tratamento e prognóstico dos carcinomas. Para SOUZA et al.(2006), a TC fornece mais detalhes do acometimento ósseo do que a RM, GREMPEL et al.(2005), em TC parece ser o recurso imaginológico mais indicado para avaliação das neoplasias ósseas do complexo bucal e maxilofacial, em contra partida PAIVA et al. (2009), constataram que em um caso de carcinoma espinocelular na região do processo alveolar da mandíbula os exames de TC no pré operatório não mostraram nenhuma alteração digna de nota, entanto, com a realização da RM alterações iniciais foram observadas na região já SOUZA et al. (2003), conclui que a RM é superior à TC quanto à detecção de pequenos tumores. Segundo GREMPEL et. al. (2005), o diagnóstico e plano de tratamento das neoplasias malignas devem estar intimamente ligados a um exame clínico minucioso, anamnese detalhada, bom conhecimento da semiologia de cada neoplasia e exame imaginológico satisfatório, que seja ao mesmo tempo acessível. 64 5. CONCLUSÃO A Radiografia Panorâmica é o exame inicial, geralmente pedido como protocolo para todos os pacientes na detecção de um provável diagnóstico de carcinoma epidermóide de células escamosas, podendo ser detectado ou não na imagem radiográfica, devido as sobreposições das estruturas anatômicas. A Tomografia Computadorizada e a Ressonância Magnética são exames utilizados para avaliar com melhor detalhamento as neoplasias da cavidade oral, proporcionando uma visão global óssea, de partes moles e de áreas adjacentes, sendo que a Ultrasonografia e a Cintilografia óssea podem ser usadas como exames complementares. O diagnóstico deverá ser realizado com base em radiografias conjugadas e achados clínicos na tentativa de delimitar as extensões e limites aparentes da lesão. Para solicitá-los deve-se agir sempre com bom senso profissional, dando importância considerável às condições do paciente e ao tempo disponível para a realização da intervenção, pois as vantagens e desvantagens destes exames podem repercutir sobre o tratamento e o prognóstico destas neoplasias O diagnóstico da maioria dos casos de câncer bucal ainda é feito em fases avançadas dificultando o tratamento e reduzindo o índice de sobrevida dos pacientes, havendo, portanto, a necessidade de campanhas educativas e de prevenção, enfatizando o diagnóstico precoce para resultados mais favoráveis em termos de prognóstico. 65 REFERENCIA BIBLIOGRAFICA - ADA, ASSOCIAÇÃO DENTAL AMERICANA. Consumo aumentado de frutas pode reduzir o risco de câncer bucal em homens, 2006. www.colgate.com.br acesso em 15/01/2010. - ADA, ASSOCIAÇÃO DENTAL AMERICANA. Enxaguatório bucal poderia detectar câncer de cabeça e pescoço, 2007. www.colgate.com.br acesso em 15/01/2010. - ADA, ASSOCIAÇÃO DENTAL AMERICANA. 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