XVII Encontro de Iniciação Científica XIII Mostra de Pós-graduação VII Seminário de Extensão IV Seminário de Docência Universitária 16 a 20 de outubro de 2012 INCLUSÃO VERDE: Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável EPH1149 A ESTRATÉGIA MILITAR ROMANA: UMA ANÁLISE TÁTICA DO CERCO DE ALÉSIA JONATHAN CRUZ MOREIRA ALINE LANDIM MOREIRA [email protected] HISTÓRIA (LICENCIATURA) NOTURNO UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ ORIENTADOR(A) CYRO DE BARROS REZENDE FILHO UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ RESUMO No ano de 58 a.C, Caio Júlio César através de lei de autoria do tribuno Publio Vatinio, recebeu um comando proconsular de cinco anos para as províncias romanas da Gália Cisalpina e da Ilíria, mais tarde estendido á Gália Transalpina, iniciando o processo de expansão que atingiria a Bretanha e a Germânia transrenânia, ainda não exploradas pelos romanos. A submissão dos povos da Gália a Roma revelou-se um processo bastante conflituoso desde seu início, permeando migrações vindas do leste, movimentos expansionistas germânicos e revoltas regionais, ao mesmo tempo em que avançavam, a pax romana forneciam oportunidades de expansão territorial e obtenção de despojos de guerra. Dentro deste quadro, este trabalho tem o objetivo analisar a tática adotada por César para vencer o clímax de sublevação gaulesa contra o domínio romano, personificada pelo cerco á cidade de Alésia. Metodologicamente baseia-se em uma revisão bibliográfica específica sobre este tema, que reuniu voluntária ou compulsoriamente, vários povos gauleses contra os desígnios romanos de dominação. Reorganizando as legiões após a derrota de Gergóvia no início do verão de 52 a. C., César efetua um recuo tático, atraindo as forças confederadas gaulesas comandadas pelo arveno Vercingentórix, para a cidade de Alésia em setembro de 52 a. C. Situada em um terreno plano, cercada por montanhas e inúmeras colinas, e ladeada por dois rios, as condições do terreno davam a César a oportunidade de montar uma armadilha tática exemplar: estabelecer um cerco apoiado em fortes medidas defensivas destinadas a conter o exército gaulês em Alésia, ao mesmo tempo em que se punha em uma posição vantajosa para enfrentar exército de resgate cuja presença era inevitável. Para a consecução de seu plano, fez as legiões abrirem um fosso entre os dois rios, inundando-o. A principal linha de defesa foi estabelecida a 119 metros de distância da cidade, protegida por um duplo canal, e com uma muralha de 18 quilômetros de extensão, composta por 23 fortins e intercalada por torres a cada 24 metros. A ereção da linha de defesa, feita sob constante ataque gaulês, além de causar pesadas perdas ao inimigo, comportou várias armadilhas e obstáculos, como estacas de madeira endurecidas pela ação do fogo e estacas escondidas sob a folhagem, tornando praticamente impossível aos sitiados romperem o cerco. Uma segunda linha de defesa foi erigida visando a proteção contra ataques externos. Vercingentórix enviou a cavalaria gaulesa para fora da cidade, a fim de engrossar o exército de resgate que pretendia romper o cerco. A fim de evitar o rompimento das linhas de defesa, reforços foram enviados ao ponto focal, enquanto a cavalaria romana, até então deixada em reserva, foi dividida duas formações. Uma delas investiu diretamente na defesa do fortim ameaçado, enquanto a outra, abandonando a linha de circunvalação envolveu o flanco direito do inimigo, causando grande confusão nas linhas gaulesas, que resultou na frustração do ataque, em fulga e perseguição, além de ser um duro golpe nas expectativas inimigas do rompimento do cerco, cujos suprimentos já atingiam um estágio crítico. No dia seguinte ao frustrado ataque do exército de resgate, Vercingentórix rendeu-se a César e a rebelião das tribos gaulesas teve fim. Como resultado da pesquisa, observa-se que a vitória de César deveu-se não só a extraordinária estrutura de cerco, como também ao desempenho e movimentação tática do exército romano. Conclui-se que o fator decisivo para a vitória foi, menos a solidez das obras defensivas, e mais ao exemplar desempenho tático das diversas unidades, em especial as de cavalaria. A vitória de César em Alésia foi decisiva para a incorporação da Gália Transalpina á orbita romana. Palavras – Chave: Gália, César, Cerco.