pontes ou translaes continentais

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A DINÂMICA TERRESTRE
PONTES OU TRANSLAÇÕES CONTINENTAIS?
Suess propôs no início do século XX, um modelo da estrutura interna da Terra em três camadas:
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um núcleo de níquel e ferro que designou de NIFE;
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uma camada intermédia de silício e magnésio, o SIMA;
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e uma fina camada externa de silício e alumínio, o SAL.
Para Suess, os continentes e os oceanos tinham a mesma
composição.
Para os defensores da Teoria das Pontes Continentais como Suess,
os continentes antigos eram mais vastos e os fragmentos que os
ligavam jazem hoje no fundo dos mares devido a um processo de
abatimento.
Contudo, a Teoria da Isostasia opõe-se à tese dos abatimentos continentais. Segundo esta teoria, os
continentes, massas leves de silício e alumínio, flutuam sobre uma camada mais densa, de natureza
simática, à semelhança de um equilíbrio hidrostático. Nesta perspectiva, a imersão das pontes
continentais não acontece espontaneamente, apenas sendo possível por acção de uma sobrecarga, à
semelhança do que acontece com as jangadas.
O desenvolvimento da Sismologia e o registo da propagação das ondas sísmicas no interior da Terra, no
início do século XX, sugeriram uma diferença de composição e de densidade entre a crusta continental e
a crusta oceânica. Wegener propõe, então, que a crusta oceânica terá uma composição idêntica ao SIMA
de natureza basáltica, mais densa, conforme dados sismológicos. Por
sua vez, a crusta continental, de natureza granítica, mais leve,
corresponderá ao SAL, que Wegener passou a designar SIAL.
À hipótese das pontes continentais Wegener contrapõe a hipótese das
translações continentais - os continentes são massas siálicas, leves,
que se deslocam horizontalmente na crusta oceânica, mais densa
e de natureza simática, a qual, ao longo dos tempos geológicos, se
comporta como um fluido viscoso.
A Teoria das Pontes Intercontinentais era consentânea com a
perspectiva contraccionista do Globo. Contudo, apesar da coerência, o
modelo mobilista proposto por Wegener teve forte rejeição da comunidade científica. Os motivos terão
sido diversos, como, por exemplo:
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Wegener escrevia em alemão, o que terá sido um obstáculo inicial para divulgar amplamente a sua
obra;
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a obra de Wegener, A Génese dos Continentes e dos Oceanos, só foi traduzida para inglês,
francês, espanhol e russo em 1924, seis anos antes da sua morte na Gronelândia;
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os norte-americanos ridicularizaram a teoria de Wegener, talvez movidos, também, pelo sentimento
anti-germânico que se gerou após a Primeira Guerra Mundial;
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Sir Harold Jeffreys, um eminente físico-matemático da prestigiada escola de St. John, Cambridge,
que, em 1926, publicou um trabalho intitulado A Terra, no qual considerava que os argumentos
geológicos eram frágeis, porquanto não tinham o rigor dos argumentos matemáticos;
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a influência da Igreja e a visão dominante de um mundo criado à imagem dos relatos bíblicos.
A DERIVA CONTINENTAL DE WEGENER
“A primeira ideia de translações continentais veio-me ao espírito em 1910. Ao considerar o mapa do
globo, fui subitamente atingido pela concordância das costas do Atlântico, mas ao princípio não me
detive, pois achava semelhantes translações inverosímeis. No Outono de 1911, tive conhecimento de
conclusões paleontológicas que admitiam a existência de uma antiga ligação por terra entre o Brasil e a
África. Isto levar-me-ia a fazer um exame prévio e sumário dos resultados relacionados com o problema
das translações”.
in WEGENER, A., A Génese dos continentes e dos oceanos. Teoria das Translações Continentais
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A TEORIA DA TECTÓNICA DE PLACAS
Durante a II Guerra Mundial o geólogo Harry Hess, oficial da marinha norte-americana, procedeu ao
levantamento da topografia do oceano Pacífico, tendo obtido dados surpreendentes. Contrariamente ao
que se imaginava, o relevo do fundo oceânico era mais do que uma enorme e tranquila planície
submersa. Hess identificou montanhas submarinas, imponentes vulcões, alguns dos quais emergiram,
originando ilhas vulcânicas, e zonas profundas designadas fossas oceânicas.
Paralelamente, a datação de rochas dos fundos oceânicos revelou que a sua idade não ultrapassava,
sensivelmente, os 200 M.a..
Hess apresentou informalmente, em 1959, a sua teoria, que Robert Dietz veio a designar por Teoria da
Expansão dos Fundos Oceânicos. A ascensão de magma do interior da terra ao longo do vale de rifte
forma crusta oceânica, a qual se expande a partir da dorsal médio-oceânica, em direcção às fossas
oceânicas, onde é destruída.
A morfologia dos
fundos oceânicos:
Entretanto, dados da sismologia tinham revelado que, sensivelmente entre os 220 e 410 km de
profundidade (ao nível, portanto, do manto), a velocidade de propagação das ondas sísmicas diminui,
sugerindo que o material rochoso se encontra num estado de menor rigidez, admitindo-se mesmo que se
encontre num estado próximo da fusão e, pontualmente, em fusão parcial.
A esta faixa de baixa velocidade sísmica, dotada de
mobilidade devido à sua fluidez parcial, Dietz deu o nome
de astenosfera, e ao conjunto de rochas suprajacentes
(rochas da crusta e de parte do manto superior), que se
comportavam como uma unidade rígida, deu o nome de
litosfera. Nesta perspectiva, os continentes são parte
integrante da litosfera, a qual deriva sobre a astenosfera.
A expansão dos fundos oceânicos e a deriva
dos continentes, segundo Hess e Dietz
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Estudos geofísicos relacionados com a localização dos epicentros sísmicos na superfície da terra
evidenciaram uma distribuição bem delimitada. A projecção destes dados sísmicos no mapa-mundo
evidenciou que as zonas demarcadas coincidiam, na sua maioria, com as zonas da dorsal médio-ocênica
e com as grandes fossas oceânicas. O autor Wilson propôs, em 1965, que a superfície da Terra estaria
dividida em grandes porções de litosfera, cada uma delas constituindo uma placa litosférica.
Segundo esta perspectiva tectónica, a superfície da Terra, mais propriamente a litosfera, está fracturada
em placas rígidas que deslizam sobre a astenosfera, sendo que a actividade geológica associada aos
seus limites (construtivos, destrutivos ou conservativos) permite compreender e explicar os fenómenos
sísmicos e vulcânicos, bem como a formação e a distribuição das grandes estruturas da superfície
terrestre, nomeadamente os oceanos e as montanhas.
- Os continentes são parte integrante das placas litosféricas – o movimento das placas sobre a astenosfera obriga à
deriva dos continentes.
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-- A formação do istmo do Panamá constitui um bom exemplo das modificações que
podem ocorrer na superfície terrestre devido à mobilidade das placas litosféricas.
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A formação do estuário do
Panamá permitiu a deslocação
de muitos animais da América do
Norte para a América do Sul e
desta para a América do Norte.
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