INFECÇÃO FATAL POR HERPES VÍRUS EM SAGUI-DE-TUFOS-BRANCOS (Callithrix jacchus) (RELATO DE CASO) Harlan Hallamys de Lima Nascimento1, Raul Antunes Silva Siqueira2, Isadora Thalita Filgueira1, Maísa Marina Darub Medeiros1, Temistocles Soares de Oliveira Neto1, Lucas Rannier Ribeiro Antonino Carvalho1, Matheus Lacerda Pereira Lemos1, Ricardo Barbosa de Lucena1. Universidade Federal da Paraíba (UFPB)1 Universidade Estadual do Ceará (UECE)2 [email protected] Palavras chave: Infecção, Herpesvírus, Callithrix jacchus Herpesvírus é um vírus DNA envelopado de genoma complexo conhecido por infectar uma grande variedade de espécies de vertebrados. Esse agente apresenta um alto grau de adaptação nos seus hospedeiros naturais, no entanto após a transmissão cruzada entre espécies é capaz de induzir doença severa associada com alterações patológicas (1). Infecções por herpesvírus acometem primatas, provocando lesões na região da boca, sobretudo língua, borda mucocutânea dos lábios e na conjuntiva da pele, formando vesículas que evoluem para ulceras. O cadáver de um sagui de tufos brancos (Callithrix jacchus) macho adulto foi encaminhado para exame necroscópico pelo Parque Zoobotânico Arruda Câmara João PessoaPB, durante a necropsia foi observado feridas cutâneas ulceradas na região palmar esquerda, com laceração medial de 1,3 cm na região da coxa, o pulmão apresentou múltiplas áreas vermelhas consistentes com pneumonia lobar. Na avaliação histopatológica da pele foi observado espessamento da camada da epiderme (acantose), degeneração balanosa com extensas áreas de ulceração na epiderme recoberta por fibrina associada a agregados bacterianos intra lesionais, além de inclusões basofílicas no núcleo de ceratinócitos. O pulmão apresentou abscesso caracterizado por uma área central de necrose associada a agregados bacterianos basofílicos, circundados por neutrófilos e marcadas áreas de congestão. Os achados de necropsia, bem como as alterações histopatológicas, são consistentes de infecção por herpesvírus. Primatas não humanos e prossímios são mais suscetíveis a infecção, essa doença apresenta curso severo e leva o animal a morte em muitos casos. Podem ocorrer formação de ulceras da mucosa oral, membranas mucosas, e junções mucocutâneas dos lábios acompanhada por necrose focal e hemorragia em todos os órgãos incluindo córtex cerebral (2). Mudanças ambientais associadas com fatores socioculturais tornam os humanos parte do ciclo de vida desses patógenos. O conhecimento do comportamento e ecologia dos primatas em seu ambiente natural pode melhor nós preparar frente a essas ameaças em humanos e em populações silvestres (3). O exame de necropsia, associado à avaliação histopatológica é uma ferramenta fundamental na determinação da ocorrência de herpesvírus em primatas não humanos podendo exercer fundamental importância no diagnostico, bem como estratégias de controle dessa enfermidade. Refêrencias 1. Ludlage E. and Keith M. 2003 Clinical Care and Diseases of the Common Marmoset (Callithrix jacchus) Comparative Medicine Vol 53 Pág 369-382 2. Rensing K. M, K. D. Jentsch, S. Rensing, S. Langenhuyzen, E. Verschoor, H Niphuis, F J Kaup 2003 Fatal Herpes simplex Infection in a Group of Common Marmosets (Callithrix jacchus) Vet Pathol Vol. 40 Pág. 405-411. 3. Wolfe N D, A Escalante A, Karesh W B, Kilbourn A, Spielman A, and Lal A A, 1998.Wild Primate Populations in Emerging Infectious Disease Research: The Missing Link Emerging Infectio us Diseases Vol. 4 Pág 149-158.