402874 – ESCOLA S/3 S. PEDRO VILA REAL Disciplina: Biologia e Geologia FICHA DE TRABALHO Ano: 11º Durante as primeiras décadas do século XX pensava-se que a informação necessária para formar um ser vivo estava nas proteínas. Contudo, investigações realizadas vieram mostrar que um outro grupo de moléculas era responsável pelo armazenamento dessa informação, os ácidos nucleicos. O DNA já tinha sido descoberto por Friedrich Miescher em 1869, mas a descoberta teve pouca importância, porque essas moléculas foram consideradas demasiado simples para albergarem a complexa informação que permitia a formação e o funcionamento de um ser vivo. Em 1928, os trabalhos realizados pelo bacteriologista Frederick Griffit, abriram caminho para um conjunto de trabalhos experimentais que viriam a permitir identificar o material genético. EXPERIÊNCA DE Griffit Frederick Griffit trabalhava com bactérias, conhecidas na época como pneumococos e que são, actualmente, classificadas como pertencentes à espécie Streptococcus pneumoniae. Algumas estirpes de S. pneumoniae produzem uma cápsula de polissacarídeos, enquanto quer outras estirpes são desprovidas de cápsula. Quando cultivadas em placas de Petri, as estirpes que produzem cápsula formam colónias com aspeto liso, enquanto as estirpes não capsuladas crescem, originando colónias com aspeto rugoso. As estirpes lisas, S. pneumoniae são virulentas, podendo provocar pneumonia e outras infecções em mamíferos. Particularmente, nos ratos, estas infecções são geralmente fatais. Griffit procedeu então, da seguinte forma: 1. Identifique qual das estirpes é patogénica para os ratos. 2. Indique como é que a experiência foi controlada. 3. Justifique a sobrevivência dos ratos do terceiro lote. 4. Surgiram bactérias vivas do tipo S, no sangue dos ratos do quarto lote. Explique este facto. 5. Refere as principais conclusões da experiência de Griffit. Griffit verificou que havia uma substância química, a que chamou princípio transformante, responsável pela transformação de um tipo de bactérias noutro. Na sequência dos trabalhos de Griffit, a equipa de Oswald Avery interessou-se sobre a natureza bioquímica do material genético, questionando-se sobre qual seria a substância que era transferida das bactérias tipo S mortas para as bactérias tipo R vivas, tornando-as virulentas. 1. Identifique o problema que levou a equipa de Avery a realizar estes procedimentos experimentais. 2. Formule uma hipótese que pudesse ter sido elaborada por Avery e colaboradores que conduziram à realização destas experiências. 3. Indica a(s) placa(s) em que o princípio transformante se mantém ativo. 4. Refere como se fez o controlo da experiência. 5. Os resultados da experiência permitem apoiar a ideia de que o DNA é o princípio transformante. Comente a afirmação. 6. Procure interpretar os resultados das experiências de Griffit, com base nas observações de Avery. TRABALHOS DE Hershey e Chase Em 1953, Alfred Hershey e Martha Chase utilizaram vírus que infectaram com bactérias, por isso, chamados bacteriófagos, que contribuíram para confirmar definitivamente que a molécula de ADN é o suporte físico da informação genética e não as proteínas. No entanto, estes investigadores interrogavam-se sobre a forma como se reproduziam os bacteriófagos. Note-se que os vírus são seres muito simples, que não apresentam metabolismo próprio, não sendo, por isso, considerados seres vivos. São constituídos por ácidos nucleicos (DNA ou RNA) envolvidos por uma cápsula de natureza proteica e geometria variável. Como não são capazes de se reproduzirem ou realizarem outros processos metabólicos por si, dependem de outros seres que infectam, como, por exemplo, as bactérias, as plantas ou os animais. No processo de infecção, o vírus introduz na célula que vai parasitar o seu material genético, ficando a cápsula no exterior. Nas suas experiências, estes investigadores utilizaram bactérias de Echerichia coli e vírus designados T2, capazes de as infectar. Antes de iniciarem as suas experiências, estes investigadores tiveram em consideração que: - os vírus não penetram nas células (a cápsula fica no exterior); - as proteínas da cápsula do vírus não têm fósforo (P), mas apresentam enxofre (S); - O ADN apresenta na sua constituição fósforo, mas não enxofre. Isolaram então, dois lotes de bacteriófagos, que marcaram radioativamente. Num dos lotes, marcaram só o enxofre das proteínas (35S) e no outro somente o fósforo do DNA (32P). Note-se que, uma vez no interior da bactéria, o DNA do vírus multiplicse e, por outro lado, a bactéria passa a produzir proteínas virais, que vão constituir a cápsula de novos vírus, ou seja, a bactéria passa a “obedecer às ordens” do vírus. 1. Indique os objetivos destas experiências (A e B). 2. Explique porque é que estes cientístas marcaram radioativamente as proteínas e o DNA dos vírus. 3. Descreva os resultados obtidos nos dispositivos A e B 4. Refira as semelhanças e as diferenças entre os dispositivos A e B. 5. “Os trabalhos de Hershey e Chase rforçam a hipótese de que o DNA é responsável pela transmissão da informação genética”. Comente a afirmação. Em 1950, estudos realizados por Rosalind Franklin permitiram obter os primeiros dados sobre a dimensão e estrutura do DNA. Esta investigação recorreu à difração de raios X , bombardeando amostras de ADN cristalizado. Esta técnica permite obter a estrutura molecular de compostos cristalizados, indicando que o ADN possuía uma estrutura em hélice. Em 1953, James Watson e Francis Crick, com base nos resultados das experiências anteriores apresentaram, na Universidade de Cambridge, o modelo para a dupla hélice de ADN. Segundo este modelo, a molécula de ADN é composta por duas cadeias polinucleotídicas, que se dispõem em sentidos inversos, designando-se, por isso, antiparalelas. (Adaptado de: Biologia 11; Areal Ed. 2008; Desafios (vol.1) Asa Ed., 2008)