Instituto de Educação — infantil e juvenil Primavera, 2012. Londrina, ______ de ____________________. Nome: ___________________________________Ano:____________ tempo Início: _________ Término: _______ Total: ________ Edição XX MMXII texto I Grupo C VINDOS DA ÁFRICA Breve História do Mundo, de Ernst H. Gombrich O país às margens do Nilo Aqui, como prometido, vai começar a história. Aqui vamos nós: 5100 anos atrás, no ano de 3100. C., época em que supõe-se, um rei chamado Menés reinava sobre o Egito. Se você quiser saber mais detalhes sobre o caminho para o Egito, aconselho que pergunte a uma andorinha. Todos os anos, no outono, quando chega o frio, as andorinhas voam da Europa para o sul. Passam por cima das montanhas, sobrevoam a Itália, depois um trecho sobre o mar, e, em seguida, chegam à parte da África que fica mais próxima da Europa. Perto dali é o Egito. Na África faz muito calor e passa meses e meses sem chuva. Assim, em muitas regiões, poucas plantas crescem. Há várias regiões só de deserto. É o caso das terras que se entendem à direita e à esquerda do Egito. No Egito também não chove, mas o país não precisa da chuva, pois é atravessado em todo o seu comprimento por um grande rio, o Nilo. Duas vezes por ano, quando chuvas abundantes alimentavam suas nascentes, o Nilo transbordava de seu leito e inundava todo o país, obrigando as pessoas a se deslocarem de barco entre as casas e às palmeiras. E quando a água recuava, a terra estava elegantemente embebida e adubada por uma lama suculenta. Em seguida, sob o calor do sol, os cereais cresciam como em nenhum outro lugar. Por isso, desde tempos muito antigos os egípcios dirigiam preces ao Nilo, como se ele fosse Deus. Quer ouvir uma música que eles compuseram há 4000 anos? "Graças te dou, ó Nilo, porque sais da terra e vêm aqui para dar alimentos aos egípcios. Você é quem irriga os campos e pode alimentar nossos rebanhos. Quem molha o deserto que está tão longe da água. Quem faz a cevada e trigo crescer. Quem enche e aumenta os celeiros, que dá alguma coisa aos pobres É para ti que tocamos harpas e cantamos". Assim é como os antigos egípcios cantavam. E eles tinham razão. Graças ao Nilo, o país se tornou rico e também se tornou muito poderoso. Um rei governava acima de todos os egípcios. O primeiro desses reis teria sido Menés. Sabe quando isso aconteceu? Foi nos anos 3100 a.C. Sabe o nome que se dava então aos reis do Egito? Faraós. O faraó era incrivelmente poderoso. Ele morava em um enorme palácio de pedra, com grandes e grossas colunas e muitos pátios internos. Todos no país lhe deviam obediência e deviam trabalhar para ele. Nos anos 2500 a.C., um outro faraó chamado Quéops ordenou a todos os seus súditos que trabalhassem na construção de seu túmulo. Ele queria que seu túmulo fosse do tamanho de uma montanha - e assim foi. Ele ainda existe hoje. É a famosa pirâmide de Quéops. Talvez você já tenha visto muitas vezes na fotografia. Mas você não pode imaginar o seu tamanho. Qualquer grande igreja caberia dentro dele. Você pode subir nos seus blocos gigantescos, é como escalar uma montanha. No entanto, foram homens que transportaram aqueles blocos enormes, que os colocaram um sobre o outro, sem máquinas complicadas, usando no máximo polias e alavancas. Tudo tinha de ser arrastado e empurrado com as mãos. Imagine, com este calor da África! Assim, ao longo de 30 anos, quase 100.000 homens trabalharam duro para o faraó, fora do período de trabalho nos campos. Quando eles caíam de cansaço o capataz os chicoteava para obriga-los a voltar ao trabalho. Eles deslocavam e erguiam um peso colossal, à custa de um esforço terrível, para construir o túmulo do rei! Que ideia esquisita, você deve estar pensando, mandar construir um túmulo tão gigantesco! Isso faz parte da religião do antigo Egito. Os egípcios acreditavam em muitos deuses. (Os que acreditam em vários deuses são chamados de politeístas). Segundo eles, vários de seus deuses tinham governado anteriormente na terra como reis. Era o caso do deus Osíris e sua esposa, Íris. Acreditavam que até o Sol fosse um deus, que eles chamavam de Amon. O mundo subterrâneo também tinha seu deus, chamado Anúbis, representado com cabeça de chacal. Em sua crença, o faraó era filho do deus Sol, por isso eles o temiam tanto e aceitavam obedecer cegamente a ele. Para venerar seus deuses, os antigos egípcios talharam na pedra esculturas majestosas, da altura de um prédio de cinco andares. Construíram templos do tamanho de uma cidade inteira. Diante desses templos, ergueram pedras de granito, talhadas de um único bloco, com a extremidade em ponta. Essas pedras têm o nome de obeliscos (essa palavra vem do grego e significa “lança pequena”). Em algumas cidades da Europa, como Paris, na praça Concórdia, existem obeliscos trazidos do Egito. A religião egípcia atribuía caráter sagrado a alguns animais, como o gato, e também representavam certos deuses com a aparência de animais. A esfinge, com corpo de leão e cabeça humana, encarnava um deus poderoso. A escultura que a representa ao lado das pirâmides é tão monumental que poderia abrigar um templo. Há mais de 5000 anos, de vez em quando encoberta pelas areias do deserto, a esfinge vela sobre os túmulos dos faraós. Quem sabe quanto tempo ainda ela continuará montando guarda? Mas a coisa mais importante na religião egípcia era a crença de que, depois da morte, a alma das pessoas deixava o corpo, mas continuava precisando dele, de certa forma. A alma não podia ser imortal se o corpo virasse pó. Por isso a conservação dos corpos era tão importante. Eles eram esfregados com bálsamos e sumos de plantas, depois eram envolvidos em longas tiras de tecido para evitar o apodrecimento. Esses corpos assim preservados chamavam-se múmias. Hoje, depois de muitos milhares de anos, essas múmias continuam intactas. A múmia era colocada dentro de um caixão de madeira, que por sua vez era colocado dentro de um caixão de pedra. Este não era sepultado diretamente na terra, mas era colocado dentro de uma rocha, escavada com essa finalidade. Que era rico, como o “filho do Sol”, o rei Quéops, mandava construir uma montanha de pedra para abrigar seu caixão, achando que dentro dela a múmia estaria em segurança. Infelizmente, os esforços e o poder do rei Quéops foram inúteis, pois sua pirâmide foi encontrada vazia! Por outro lado, em outros túmulos foram encontradas as múmias de outros faraós e de inúmeros egípcios daquela época. Os túmulos parecem aposentos em que as almas podiam visitar seus corpos. Neles foram encontrados alimentos, móveis, roupas e muitas pinturas, que representavam cenas da vida do falecido e também sua própria efígie, para que a alma não se enganasse de túmulo quando fosse visitá-lo.