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18 :: TIdigital / Eventos / Dev in Rio
Dev in Rio 2009
Joomla!, Django, Ruby on Rails, Java e muito mais
na primeira edição do evento que defende a união de
linguagens e soluções em um só ambiente
Por Flávia Freire
Competência e determinação. Bastaram estas duas
qualidades para tornar real a ideia de Guilherme Chapiewski,
coordenador especialista em desenvolvimento de software na
Globo.com, e de Henrique Bastos, diretor de tecnologia da
Myfreecomm. A primeira edição do Dev in Rio foi organizada
em menos de um mês e nem por isso deixou a desejar em alguma
coisa. Um mix de linguagens e ideias em um só evento que reuniu
cerca de 400 profissionais de desenvolvimento de software em
plena segunda-feira, lotando o auditório do Centro de Convenções
SulAmerica, no Rio de Janeiro.
O dia começou com Joomla! e Java...
O evento contou com seis palestrantes, três nacionais e
três internacionais. Após as boas-vindas dos idealizadores,
o norte-americano Ryan Ozimek, CEO da PICnet Inc. e
membro do Steering Committee da Open Source Initiative e
da diretoria da Open Source Matters, comandou a palestra
“O molho secreto: como as comunidades do Joomla! e
Open Source estão melhorando o cenário de tecnologia...
e mudando o mundo!”. Ele destacou o sucesso do sistema
de gerenciamento de conteúdo Joomla!. “O Joomla! tem
diferentes significados para diferentes pessoas. Existem
mais de 10 milhões de sites desenvolvidos com o sistema
pelo mundo, fáceis de administrar e com uma interface muito
bonita. O software é livre, seguro e de alta qualidade”,
disse. Segundo ele, a tamanha repercussão do CMS se deve
à independência, ou seja, por não haver uma empresa por
trás e ter sido desenvolvido por uma comunidade. “O que
mais nos importa é o relacionamento que construímos com
a comunidade. Muito mais que os códigos. O trabalho da
comunidade tem que ser recompensador, pois existem
pessoas que trabalharam durante cinco, sete anos, e ficaram
esgotadas. Tivemos que conversar com elas e mostrar a nossa
visão do projeto. É um projeto que age de forma autônoma.
Por isso, defendemos que o código precisava ser livre e
deveríamos abrir a lista dos desenvolvedores para o público
para que as pessoas pudessem se envolver mais rápido.
Nossa missão é proporcionar uma plataforma flexível para
publicação digital e colaboração”.
O Java está morto? Esta foi a questão-chave da palestra de
Nico Steppat e Guilherme Silveira. Nico, responsável técnico
da Caelum no Rio de Janeiro, e Guilherme, especialista em
Java para a web e um dos responsáveis pelo desenvolvimento do
framework VRaptor, levantaram as qualidades da plataforma,
mesmo admitindo que a linguagem já não é mais tão inovadora
como antes. “A plataforma Java é portável, segura e onipresente.
Não rodamos apenas a linguagem Java na plataforma Java.
Hoje podemos rodar Ruby, Scala, Python, Groovy, FXScript
e outras, que são transformadas em bytecode e interpretadas
pela plataforma. Pode-se escrever uma parte do código em
Ruby e outra em Groovy. Consegue-se ter um programa grande,
com várias linguagens”, disseram. Eles ressaltaram que esta
é a era do ‘programador poliglota’. “A gente não acredita no
programador de uma linguagem só. Ele tem que saber mais do que
isso. Misturar todas as linguagens é bom para tirar proveito do
que cada uma tem de melhor, em vez de escrever todo o programa
em apenas uma linguagem. Elas devem se comunicar”.
...prosseguiu com Ruby on Rails e Django...
A seção de palestras do turno da tarde foi aberta por
Fabio Akita, gerente de produtos de hospedagem na Locaweb.
Entusiasta de Ruby on Rails, ajudou a implantar o framework
pela primeira vez em um grande hosting no Brasil e organizou,
no ano passado, o Rails Summit Latin America, primeiro grande
evento de Rails da América do Sul. Na palestra “Ecossistema
Ruby on Rails”, destacou a beleza do código. “Beautiful Code
é extremamente importante porque gera benefícios como a
Ryan Ozimek ministra a primeira palestra do evento
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facilidade de manutenção”. Akita citou uma série de ferramentas
ágeis para o programador desenvolver softwares de qualidade. “É
inconcebível um projeto de software onde não há um repositório.
Para isso, temos o Gitorious (gitorious.org) e o Github (github.
com). Deve-se sempre fazer integração contínua, com ferramentas
que fazem testes automaticamente, como o CruiseControl
(cruisecontrolrb.thoughtworks.com)”. Para Deployment, Akita
sugeriu o Capistrano (capify.org) e, para monitoramento, o New
Relic (newrelic.com).
O Ruby on Rails surgiu em 2003 e a comunidade Rails
começou do zero em 2005. Segundo Akita, sites foram sendo
criados aos poucos para informar sobre o framework, como
o Peepcode.com, o Railscasts.com e o Rubylearning.org, este
para cursos online . D a í , v e i o o R u b y i n s i d e . c o m q u e a c a b o u
ganhando a versão brasileira (rubyinside.com.br). Na mesma
época, começaram a ser publicados diversos livros e eventos
por todo o mundo.
Outr a ab or da g e m d a d a p o r A k i t a n a p a l e s t r a f o i o m i t o
de que Rails é pouco usado e deu como exemplo uma série
de websites que utilizam RoR. “Parte do Twitter é em Rails,
o Guitar Hero, o iL i k e , o S l i d e S h a r e , o N e w Y o r k T i m e s e o
Susie Studio sãos o u t r o s s i t e s q u e t a m b é m u t i l i z a m R a i l s ” .
De qualquer forma, alertou sobre as pessoas que pensam
em Rails como uma salvação. “Isso não existe, pois o
programador ruim vai fazer programação ruim em qualquer
lugar. E em Rails não é diferente”, disse.
Jacob Kaplan-Moss veio de Kansas, nos EUA, para
palestrar no Dev in Rio. O discurso começou com o PHP.
“É a linguagem de desenvolvimento web mais popular que
existe, mas manter o código PHP existente é algo muito
pesado, pois vamos acrescentando coisas e mais coisas à
medida que vão sendo necessárias”, declarou. É por isso
que Jacob diz ter escolhido o Python. “O Python é muito
utilizado aqui no Brasil, ele é bem parecido com Ruby.
Precisamos tornar o desenvolvimento web absurdamente
rápido e por isso precisamos de ferramentas que tornam
isso viável”. A apresentação sobre o Python foi só para
introduzir o framework Django. “Em julho de 2005 lançamos
o Django. A versão 1.0 chegou em setembro de 2008 e a
1.1 em julho desse ano. O Django tem cinco anos e meio
de existência e quatro de código aberto”. Jacob destacou
algumas das principais características do framework.
“Vale a pena citar a interface administrativa do Django.
Há outras vantagens como a url específica, que pode ser
configurada, e a documentação muito bem organizada para
buscas (djangoproject.com). A comunidade é bastante ativa,
temos uma excelente mala-direta fora que o Django tem o
conceito de aplicações plugadas que podem ser habilitadas e
desabilitadas”. Jacob finaliza sobre as qualidades do Django
dizendo que para tudo que o desenvolvedor quiser criar,
sempre há uma aplicação em Django. Ao final da palestra,
citou ferramentas que trabalham com o framework como
a Satchmo (satchmoproject.com), para criação de lojas
virtuais, e a Pinax (pinaxproject.com), uma plataforma open
source em Django para criação de aplicações diversas. Para
quem quiser ver o Django em ação, Jacob indicou os sites
Mahalo (mahalo.com) que tem dez milhões de visitantes
por mês e foi totalmente construído em Django. O ambiente
cloud da NASA também utiliza Django e os sites Globo.com,
Google, RapidSms, Orbitz e VMWare utilizam a ferramenta
Code Review, feita em Django.
... e terminou com muita filosofia!
O responsável pelo fim de tarde cheio de reflexões foi
o especialista em desenvolvimento de software ágil Jeff
Patton. Na palestra “Software bem sucedido começa fora
do código: usando técnicas ágeis para criar produtos de
sucesso”, Jeff alertou sobre a forma como o desenvolvedor
deve entender os usuários do seu produto. “Você não
será seu próprio usuário nem o cliente com quem está
trabalhando. Espero que desenvolva um software que seja
adotado por vários usuários”. Jeff destacou que pessoas
diferentes valorizam coisas diferentes e fazem coisas
diferentes. Então, deve-se saber quem vai adotar o seu
produto. “Se entendo as metas do produto, para alcançálas preciso chegar a certa quantidade de usuários. Para
isso, devo saber quais usuários são essenciais e causar
impacto após a entrega. Comece a priorizar, de maneira
clara, antes de começar a se enrolar, dando ênfase às
características do seu produto”, completou.
O que se pôde perceber no Dev in Rio 2009 foi
o incentivo para que os desenvolvedores possam
aplicar soluções diversificadas a seus sites. Estude,
se aprimore, esteja aberto às novas ferramentas,
frameworks e linguagens. Saiba compará-las para poder
sugar a melhor parte de cada uma delas, e integrá-las
de forma amigável e organizada.
Auditório do Centro de Convenções SulAmerica lotado
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