Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI JORNADA SULBRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA FLORIANÓPOLIS - SC Sumário ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 Editorial 1) VIVA VIDA - VIDA VIVA......................................................................................................................................................................................................................5 Live Life - Life Live Jorge Bins Ely Resumo Expandido/Expanded Summary 2) Coxoplastia Vertical em ex-obesos mórbidos...................................................................................................................................................................10 Thighplasty in former morbidly obese Fernando Sanfelice André, Bruna Jacobowski, Raphael S S André, Fernando S S Andre 3) Dissecção anatômica da artéria interóssea posterior e sua relevância no aprendizado e no planejamento das cirurgias reparadoras do membro superior...........................................................................................................................................................................................16 Study and anatomic dissection of posterior interosseous artery and its relevance in learnig and planning of the repairs surgerys in distal arms. Ana Cristina Beitia Kraemer Moraes, Imma Hassan, Matheus Vargas, Amanda Pereira, João Eduardo Batisnello 4) Miotomia fechada glabelar.........................................................................................................................................................................................................18 Closed glabelar myotomy Rogerio Schutzler Gomes, Jorge Bins Ely 5) Relato do primeiro ano de experiência do banco de pele do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba................................22 Report of the first year of experience of the tissue bank in Hospital Evangélico de Curitiba Luiz Henrique Calomeno, Marcelus Vinicius de Araújo Nigro, Alysson Matioski, Flavia Thaiana Bonato, Sara Merlin Maschieto 6) Há necessidade de drenagem após utilização de pontos de adesão na área doadora do retalho do músculo latíssimo do dorso?....................................................................................................................................................................................................................................................28 Is Suction Drainage useless when associated to quilting suture at donor site area of latissimus dorsi myocutaneous flap? Francisco José Fontenele Bezerra, Rosely Moraes Gonçalves de Moura 7) Paralisia facial idiopátia pós operatória imediata de ritidoplastia: descrição de caso, diagnóstico e tratamento.......................32 Facial rhytidectomy with immediate postoperative idiopathic paralysis: case description, diagnosis and treatment. Léo Doncatto, Magda Furlanetto, Diogo Benini 8) Estudo clínico preliminar da utilização do conceito dos Propeller flaps em cirurgia reparadora complexa...................................35 Preliminary clinical study about Propeller flaps concept application in complex reconstructive surgery Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior, Daniel Pinheiro Machado da Silveira, Barbara d’Avila Goldoni, Pedro Bins Ely, Ronaldo Scholze Webster 9) Tratamento de queloides em região auricular com ressecção, corticoteria e betaterapia: série de casos.......................................39 Auricular region keloid treatment with resection, corticoteria and betatherapy: a case series Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior, Mariana Zancanaro, Geraldo Cesar Castro Althoff, Michel Pavelecini, Pedro Bins Ely 10)Retalho bilobado musculocutâneo nasal para reparo de defeito na ponta do nariz: resultados estéticos e satisfação dos pacientes..............................................................................................................................................................................................................................................42 Nasal myocutaneos bilobate flap for the repair of nasal tip defects: aesthetics results and patients satisfation Geraldo Cesar Castro Althoff, Angelo Syrillo Pretto Neto, Barbara d’Avila Goldoni, Daniel Pinheiro Machado da Silveira, Pedro Bins Ely 11)Blefaroplastia inferior com reposicionamento de bolsas gordurosas com fixação periostal: série de casos.................................45 Lower blepharoplasty with repositioning bags greasy with periosteal fixation: case series Geraldo Cesar Castro Althoff, Angelo Syrillo Pretto Neto, Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior, Mariana Zancanaro, Pedro Bins Ely 12)Colapso valvular nasal..................................................................................................................................................................................................................48 Nasal valve collapse Lucía Barbieri, Virginia Giachero, Héctor Juri 13)Sir Harold Gillies: uma vida extraordinária.........................................................................................................................................................................52 Sir Harold Gillies: an extraordinary life Milton Paulo de Oliveira, Pedro Salomão Piccinini, Gibran Busatto Chedid, Renato Franz Matta, Carlos Oscar Uebel 14)Abdominoplastia multifuncional: diminuição do tempo cirúrgico com trabalho em equipe..................................................................56 Multifuncional abdominoplasty: less surgical time with teamwork Gibran Busatto Chedid, Renato Franz Matta, Pedro Salomão Piccinini, Marcelo Recondo Cheffe, Carlos Oscar Uebel, 15)Sindactilia – revisão de literatura e relato de caso de sindactilia simples completa...................................................................................59 Syndactyly - review of literature and case report of simple complete syndactyly Barbara d’Avila Goldoni, Daniel Pinheiro Machado da Silveira, Geraldo Cesar Castro Althoff, Pablo Pase, Pedro Bins Ely 16)Reconstrução de mama utilizando retalhos perfurantes baseados no músculo reto do abdome - escala de preservação muscular...............................................................................................................................................................................................................................................62 Breast reconstruction using perforator flaps based in the rectus abdominis muscle – muscle sparing classification system Barbara d’Avila Goldoni, Daniel Pinheiro Machado da Silveira, Geraldo Cesar Castro Althoff, Ronaldo Scholze Webster, Pedro Bins Ely 17)Reconstrução tardia de mama: benefícios da lipoenxertia no preparo da zona de mastectomia.........................................................66 Delayed breast reconstruction: the benefits of fat graft to prepair the mastectomy zone Mariana Zancanaro, Geraldo Cesar Castro Althoff, Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior, Rafael Netto, Pedro Bins Ely Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 18)Algoritmo de tratamento da paralisia facial do adulto.................................................................................................................................................69 Adult facial paralysis: algorithm for treatment Mariana Zancanaro, Daniel Pinheiro Machado da Silveira, Lydia Masako Ferreira, Marcos Ricardo Oliveira Jaeger, Pedro Bins Ely 19)Queloide em membro inferior associado a calcinose cutis – relato de caso...................................................................................................71 Keloid in the lower limb associated with calcinosis cutis - literature review . Geraldo Cesar Castro Althoff, Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior, Mariana Zancanaro, Elisete Pereira de Souza, Pedro Bins Ely 20)Complicação incomum após abdominoplastia em paciente pós-obeso............................................................................................................74 An unusual complication of abdominoplasty in a post bariatric patient Thayse Antoniolli Crestani, Daniele Walter Duarte, Carolina Trombini, Sara Vanazzi, Michelle Brys Odrisolla 21)Dimensões palpebrais antes e após blefaroplastia: efeito sobre as amplitude da região orbitopalpebral.....................................78 Eyelid dimensions before and after blepharoplasty: effect on the amplitude of orbitopalpebral region Léo Doncatto, Magda Furlanetto 22)Diagnóstico e tratamento da síndrome de incompatibilidade ao silicone: relato de caso.......................................................................82 Silicone implant incompatibility syndrome (Siis) Diagnosis And Management: A Case Report Guilherme Barreiro, João Maximiliano Pedron Martins, Mirian Pedron 23)Comparação entre gêneros das medidas palpebrais antes e após blefaroplastia........................................................................................85 Comparison between genders lid measurements before and after blepharoplasty Leo Doncatto, Magda Furlanetto 24)Técnica de otoplastia no Hospital de Clinicas de Porto Alegre: revisao de casos..........................................................................................91 Otoplasty Technique in Hospital de Clinicas de Porto Alegre: a review of cases Jorge Luis Hoyos Ramirez, Marcus Vinicius Martins Collares, Antônio Carlos Pinto Oliveira, Arthur Helson Russowsky Herter, Daniel Gustavo Deggerone 25)Reconstrução de asa nasal com retalho nasogeniano interpolado de pedículo subcutâneo – relato de caso..............................94 Nasal ala reconstruction with interpolated subcutaneous tissue pedicle melolabial flap - case report Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior, Barbara d’Avila Goldoni, Geraldo Cesar Castro Althoff, Mariana Zancanaro, Pedro Bins Ely 26)Ninfoplastia: plástica dos pequenos lábios com ancoramento cutâneo na coxa...........................................................................................97 Labiaplasty: anchoring the labia minor at the inner thigh Osvaldo Pereira, Kuang Hee Lee, Jorge Bins Ely 27)Enxerto de gordura autologo associado ao lifting cervicofacial para tratamento de pacientes muito magras...........................100 The use of micro fat graft in the face and neck lift in very thin patients Maria Roberta Cardoso Martins, Luiz José Muaccad Gama, Marcelo Rodrigues da Cunha Araujo 28)Modelos de impresión 3D en el planeamiento preoperatorio de fracturas de mandíbula y en la enseñanza académica... 103 Three-dimensional printing models in the preoperative planning of jaw fractures and academic education Gustavo Mantrana, Oscar Jacobo, Denisse Hartwig, Virginia Giachero, Hector Juri 29)Reimplante digital baseado apenas na artéria colateral..........................................................................................................................................107 Is it possible to perform a digital replantation without venous anastomoses? Marcos Jaeger, Victor Vieira Orsi, Pedro Bins Ely, Lydia Masako Ferreira 30)Tratamento da lesão do nervo fibular: 10 anos de prática......................................................................................................................................113 Treatment of fibular nerve injury: 10 years of practice Christina Gerber Suksteris, Luiz Fernando Franciosi, Luciene Amaral de Oliveira 31)Tratamento cirúrgico da microstomia com técnica de Converse.........................................................................................................................116 Surgical treatment of microstomia with converse technique José Luiz Takaki, Marcelus Vinicius de Araujo Nigro, Flavia Thaiana Bonato, Alysson Matioski 32)Transtorno dismórfico corporal e rinoplastia.................................................................................................................................................................121 Body dysmorphic disorder and rhinoplasty Felipe de David, José Augusto Calil, Alfredo Gragnani Filho 33)Experiência do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Cajuru em reconstrução de membro inferior com retalho solear nos últimos 8 anos........................................................................................................................................................................................126 Experience of the Departament of Plastic Surgery of Cajuru Hospital in lower limb for reconstruction with soleus flap In the last 8 years . Rogerio Bittencourt, Guilherme H. G. Moreira, Guilherme A. Bachtold, Alexandre T. Zarpellon, Ivana de Oliveira Gus 34)Algoritmo no tratamento do nevus congênito gigante do dorso com risco de malignização...............................................................131 Algorithm for the giant congenital melanocitic nevi of the back with Malignation Risk Nilo Amaral Neto, Ronald Melvin Zuker, Lydia Masako Ferreira, Pedro Bins Ely, Marcos Ricardo de Oliveira Jaeger 35)Blefaroplastia inferior com retalho do orbicular..........................................................................................................................................................135 Blepharoplasty bottom with retail orbicularis Paulo Roberto da Silva Mendes, Marcelo Evandro dos Santos 36)Reconstrução perineal pós grangrena de Fournier: relato de dois casos e revisão da literatura.......................................................139 Perineal reconstruction post Fournier’s gangrene: report of two cases and literature review Felipe Santos Xavier, Renato da Silva Freitas, José Paulo Tapié, Gilvani Azor de Oliveira e Cruz, Ana Carolina Damm dos Santos Gomes de Farias 37)Dermolipectomia abdominal em abdome com cicatriz transversa supraumbilical pré-existente – série de casos e revisão da literatura.....................................................................................................................................................................................................................................144 Abdominal Dermolipectomy in Abdomen with a preexisting supraumbilical transverse scar - case series and review of the literature Daniel Pinheiro Machado da Silveira, Barbara d’Avila Goldoni, André Alves Valiati, Michel Pavelecini, Pedro Bins Ely 38)Reconstrução de pálpebra superior com retalho de pálpebra inferior............................................................................................................148 Upper eyelid reconstruction with lower eyelid flap Thiago Alessandro Ferri, Gustavo Walter Palmeiro, Eduarda Lencina Mattos, Gherusa Helena Milbratz, Jorge Bins Ely Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 38)Mastopexia com uso de implantes nas grandes perdas ponderais....................................................................................................................152 Breast augmentation and mastopexy after massive weight loss patients Willian Vargas da Cruz, Paulo Roberto da Silva Mendes, William Seidel, Alexandra Sofia Queiroz e Nacimento, Jorge Bins Ely 39)Tratamento da antélice retificada com técnica de escoriação utilizando lâmina de Beaver.................................................................156 Plain antelix treated with escoriation technique: alternative approach Mariana Zancanaro, Barbara d’Avila Goldoni, Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior, Marcos Ricardo Oliveira Jaeger, Pedro Bins Ely 40)Retalho em ombreira bilateral pré-expandido em paciente com retração cervical pós-queimadura – relato de caso..........159 Bilateral pre-expanded shoulder flap in patient with postburn scar contracture of the neck – case report Daniel Pinheiro Machado da Silveira, Barbara d’Avila Goldoni, Mariana Zancanaro, Pablo Fagundes Pase, Pedro Bins Ely 41)Cicatrização: aplicação de células-tronco adiposo-derivadas..............................................................................................................................163 Healing: application of adipose- derived stem cell João Maximiliano Pedron Martins, Guilherme Barreiro, Jorge Ramirez, Daniel Deggerone, Marcus Vinicius Martins Collares 42)Enxertos de cartilagem em rinoplastia: técnica de enxerto em forma de gravetos (stick graft)..........................................................166 Graft cartilage in rhinoplasty: graft technique in the form of sticks (graft stick) Gustavo Moreira Costa de Souza, Sergio Moreira da Costa, Rodolfo Guedes Afiune, Klaus Rodrigues de Oliveira, Tiago Luiz Miolo 43)Cervicoplastia anterior direta: indicações e resultados em homens.................................................................................................................172 Direct Cervicoplasty: indications and results in male patients William Massami Itikawa, Renato da Silva Freitas, Ruth Maria Graf, Ovidio Ferreira Lacerda, José Antônio Faeda Filho 44)Reconstrução de mama com uso de dispositivo de expansão externa............................................................................................................177 Breast reconstruction whith external expansion device Patricia Regina Bigolin, Maria Cecília Clos Ono, Ruth Maria Graf, Priscilla Balbinot, Alfredo Benjamim Duarte da Silva 45)Rinofima: aspectos importantes da patologia e tratamento cirúrgico com eletrocautério....................................................................180 Rhinophyma: important aspects of the disease and its surgical treatment with the electrical scalpel. Bruno Cosme Caiado, Brasil Ramos Caiado Neto, Larissa Cosme Caiado, Farid Hakme 46)Reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional associada a tela de polipropileno (Márlex)...........183 Three-dimensional reconstruction of skull vault with titanium mesh associated with polypropylene mesh ( Marlex ) Gustavo Moreira Costa de Souza, Klaus Rodrigues de Oliveira, Rodolfo Guedes Afiune, Tiago Luiz Miolo, Miguel Lopez 47)Tratamento de queimaduras elétricas...............................................................................................................................................................................186 Treatment of electrical burns Diego Machado Silvano, Daniel Ongaratto Barazzetti, Alexandra Sofia Cruz Queirós e Nascimento, Miguel Angel Rodríguez Silva, Jorge Bins Ely 48)Rol del colgajo toracodorsal lateral em la reconstruccion mamaria. nuestra experiencia em Uruguay..........................................190 Role of lateral thoracodorsal flap in breast reconstruction. our experience in Uruguay Paola Corsino, Natalia Cortabarría, Hector Juri 49)Qualidade de vida e câncer de pele não-melanoma.................................................................................................................................................194 Quality of life and non-melanoma skin cancer Thiago Alessandro Ferri, Kuang Hee Lee, Daniel Ongaratto Barazzetti, Rosemeri Maurici, Jorge Bins Ely 50)Avaliação pré-operatória com angiotomografia da integridade dos vasos toracodorsais para reconstrução de mama com músculo grande dorsal em pacientes com esvaziamento axilar prévio...........................................................................................................197 Preoperative evaluation with tomographic angiography of thoracodorsal vessels for breast reconstruction with latissimus dorsi in patients with previous axillary lymph node dissection Daniel Pinheiro Machado da Silveira, Geraldo Cesar Castro Althoff, Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior, Rafael Netto, Pedro Bins Ely 51)Heridas maxilofaciales por armas de fuego civiles: Presentación de 2 casos clínicos............................................................................201 Maxillofacial civilian gunshot wounds: presentation of 2 clinical cases Nicolás Urroz, Gabriel Otormin, Hector Juri 52)Análise de 12 casos operados com o retalho médio frontal no Hospital de Câncer de Barretos – Unidade de Porto Velho...........206 Analysis of 12 cases operated with the average forehead flap in Barretos Cancer Hospital - Porto Velho Unit Rodolfo Luis Korte, Laryssa Fernanda Feitosa, Ana Elisa Kadri Castilho, Marcos Ednelson Garcia Bello, Chrystiano de Campos Ferreira 53)Experiência de hospital especializado no tratamento precoce do fissurado através da modelagem nasoalveolar.................211 Hospital experience specialized in early treatment through modeling cracked nasoalveolar Marcos Ricardo de Oliveira Jaeger, Mario Morganti, Edela Puricceli, Pedro Bins Ely 54)Subcisão percutânea tracionada com fios.......................................................................................................................................................................215 Combinad subcision using upward stitch traction Osvaldo João Pereira Filho, Kuang Hee Lee, Jorge Bins Ely 55)Reconstrução auricular subtotal com cartilagem recuperada pós amputação traumática....................................................................219 Auricular reconstruction using the same post traumatic cartilage Osvaldo João Pereira Filho, Kuang Hee Lee, Jorge Bins Ely 56)Lift Facial e procedimentos associados.............................................................................................................................................................................222 Facial lift and ancillary procedures Osvaldo João Pereira Filho, Kuang Hee Lee, Jorge Bins Ely 57)Colgajo de músculos temporal em reconstrucción orbitária postexenteracion .........................................................................................226 Orbital reconstruction after exentaration with temporal muscle flap Álvaro Martín Fernández Galup, Virginia Giachero, Denisse Hartwig, Hector Juri Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 3 Arquivos Catarinenses de Medicina SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA DIRETORIA NACIONAL ACM - Gestão 2014/2017 Presidente Rafael Klee de Vasconcellos Presidente: João de Moraes Prado Neto - SP 1º Vice-Presidente: Níveo Steffen - RS 2º Vice-Presidente: Denis Calazans Loma - SP Secretário Geral: Luciano Ornelas Chaves - DF Secretário Adjunto: Henrique Nascimento Radwanski - RJ Tesoureiro Geral: Luís Henrique Ishida - SP Tesoureiro Adjunto: Arnaldo Lobo Miró - PR Vice-presidente Eduardo Nobuyuki Usuy Jr Secretário Geral Roger Pirath Rodrigues Diretor Administrativo/ Financeiro Sergio Marcos Meira Diretora Científica Concetta Esposito DEPARTAMENTO DE EVENTOS CIENTÍFICOS - DEC Diretor Geral: Humberto Campos - BA Secretário: Claudio Cardoso de Castro - RJ Assessores Regionais: Claudia Nunes Machado - SP Fernando Serra - RJ Eduardo Luiz Nigri dos Santos - MG Francisco de A. M. Carvalho - Norte-Nordeste Mauro Deós - Sul Nelson Fernandes de Moraes - Centro-Oeste Diretor de Comunicação Ronaldo Della Giustina Diretor de Defesa Profissional Andre Mendes Arent Diretor de Esportes Antonio Dimas Neve Jacobowski Diretor de Publicações Científicas Ademar José de Oliveira Paes Jr Diretor de Regionais Jonas Krischke Sebastiany CHANCELARIA Osvaldo Saldanha - SP Diretora Sócio-Cultural Luciana Paladini DIRETORIA REGIONAL - SC Presidente: Paulo Roberto da Silva Mendes - SC Secretário: Fernando Sanfelice André - SC Secretário Adjunto: Luiz Fernando Delpizzo Miranda - SC Tesoureiro: João Justino Accioli de Vasconcellos - SC Tesoureiro Adjunto: Eduardo Arnault dos Santos Lima - SC Comissão Científica Local: Jorge Bins Ely - SC CONVIDADOS ESTRANGEIROS Malcolm Paul - Califórnia - USA Héctor Juri - Montevideo - Uruguay CORPO EDITORIAL ESPECÍFICO DESTE SUPLEMENTO 1 - VOLUME 44 – 2015 PRESIDENTE DE HONRA Claudio Cardoso de Castro - SP EDITOR: Prof Titular Jorge Bins Ely – M.D. – M.Sc. – Ph.D. CO-EDITORES: Prof Armando José d’Acampora - M.D. – Ph.D. Prof Pedro Bins Ely – M.D. – M.Sc. – Ph.D. Osvaldo João Pereira Filho - M.D. HOMENAGEADO REGIONAL Iberê Pires Condeixa - SC HOMENAGEADO NACIONAL Secretaria da SBCP - SC: Susana Luciano de Oliveira Alexis Lemos Pacheco - RS Os editores não se responsabilizam pelo conteúdo dos trabalhos. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 4 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 EDITORIAL Viva vida - vida viva Live life - life live Jorge Bins Ely da Costa Estima é falar de alegria, é falar do Rio Grande do Sul, pioneiro que foi, juntamente com Dr. Miguel Angelo de Mello Lartigau [falecido em 1965] e o Prof. Jorge Fonseca Ely, meu querido pai. Nossa homenagem póstuma ao saudoso Dr. Antonio da Costa Estima é profunda, sincera, depositada na Vera sua esposa, presente aqui em Jurerê Internacional. Vera foi nossa homenageada como representante das mulheres de cirurgiões plásticos na X. JORNADA SULBRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA, da qual tive a honra de presidi-la em 1994. O destaque científico desta Jornada fica por conta do Prof. Malcolm D. Paul dos Estados Unidos da University of California e Best Doctors in America, Orange County Top Doctors. Mais um destaque desta Jornada será a presença do professor Héctor Juri - Cátedra de Cirugia Plastica y Centro Nacional de Quemados. Hospital de Clinicas, Montevideo - Uruguay VIDA é tudo. Enquanto houver VIDA haverá esperança! Na estrada da vida, mais vale uma auto-pista curta do que uma ruela longa! O ideal seria uma auto-pista longa, nunca uma ruela curta. Na verdade o que devemos mesmo é celebrar a VIDA, comemorar estarmos VIVOS, brindar: VIVA VIDA! Em muito mudou o balizamento do início e do fim do que chamamos VIDA. Do nascimento à morte. O nascimento - há poucos séculos - era o momento do primeiro berro do recém-nascido, quando não era afogado por algum defeito grave, tipo lábio leporino, um “Darwinismo” ao extremo. Com o estetoscópio, a VIDA passou a iniciar quando dos batimentos cardíacos fetais; posteriormente feto com 3 meses, e, mais recentemente a mórula, e, atualmente na própria fecundação, quando óvulos fecundados podem ser congelados. Já a morte, aparentemente mais fácil, torna-se cada vez mais difícil de determiná-la. Desde a parada respiratória, depois a cardíaca, passando pela morte cerebral até à criomedicina, quando pessoas são congeladas “aguardando a eternidade”, com futuras curas de patologias. Ficção científica? Quem sabe! Pessoalmente acreditamos na eternidade pelo ácido desoxirribonucleico - DNA. A expectativa de vida, dos agora nascidos na América do Norte, chega a 120 anos. Calcula-se que a única cirurgia que existirá dentro de 50 anos seja de trauma. Impactante. A XXXI JORNADA SULBRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA foi capitaneada pelo Dr. João de Moraes Prado Neto nacionalmente e, em Santa Catarina, pelo Dr. Paulo Roberto da Silva Mendes. Evidentemente auxiliados pelos seus secretários, tesoureiros e Departamento de Eventos Científicos DEC: Humberto Campos - BA; Secretário: Claudio Cardoso de Castro - RJ e Mauro Deós - RS - Sul. SANTA CATARINA: Presidente: Paulo Roberto da Silva Mendes - SC; Secretário: Fernando Sanfelice André - SC; Secretário Adjunto Luiz Fernando Delpizzo Miranda - SC; Tesoureiro: João Justino Accioli de Vasconcellos - SC; Tesoureiro Adjunto: Eduardo Arnault dos Santos Lima - SC e Comissão Científica Local: Jorge Bins Ely - SC. É uma satisfação enorme que entregarmos este suplemento da revista ARQUIVOS CATARINENSES DE MEDICINA volume 44 e integrar a região sul de forma democrática e científica com estes 57 resumos expandidos indexados. Oriundos 5 do Uruguay, 1 Rio de Janeiro, 3 São Paulo, 1 Rondonia, 1 Ceará, 2 Minas Gerais, 28 Rio Grande do Sul, 11 Santa Catarina e 5 do Paraná. Registramos a competente atuação dos colegas Rogério Bitencourt PR, Luiz Fernando Franciosi RS e Rodrigo d’Eça Neves SC na organização do Encontro de Residendes. Gostaríamos de dividir os méritos deste suplemento com com os Professores Armando José d’Acampora e Pedro Bins Ely, sem esquecer Dr. Osvaldo João Pereira Filho, co-editores. Queremos agradecer à Professora Titular da Cirurgia Plástica da UNIFESP-EPM Dra. Lydia Masako Ferreira pelo estímulo à criação do Mestrado Profissionalizante em Cirurgia Plástica aqui na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por ocasião da banca para Professor Titular, da qual tivemos a honra de galgar. Nosso Presidente de Honra Dr. Claudio Cardoso de Castro, além de ser secretário do Departamento de Eventos Científicos DEC, é nosso amigo e irmão faz décadas, homenagem justa e perfeita. Dr. IberePiresCondeixa,alémdecirurgiãoplástico,políticocompetente, nosso homenageado regional, presidirá - regionalmente - o Congresso Brasileiro de 2017. Meu contemporâneo Dr. Alexis Lemos Pacheco, amigos desde os tempos da PUCRS, é o nosso Homenageado Nacional carimbando o passaporte da grandeza e pujança da cirurgia plástica SULBRASILEIRA. Falar do Dr. Antonio www.jorgebinsely.com BONS VENTOS - TUDO BINS [email protected] Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 5 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 JORNADAS SULBRASILEIRAS REALIZADAS Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 6 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 MENSAGENS na Revista Arquivos Catarinenses de Medicina, tradição dos colegas catarinenses, fruto de invejável disciplina e competência do amigo Jorge Bins Ely. Amigos , Uma vez mais a sedutora cidade de Florianópolis será palco da (31ª) Jornada SulBrasileira de Cirurgia Plástica, sob os auspícios da Reg- SC, muito bem capitaneada pelo amigo e presidente Paulo Roberto da Silva Mendes; desta feita o tema principal será “FACE” e seus desdobramentos que envolvem não somente os avanços cirúrgicos “state of the art”, como também os procedimentos não invasivos que tanto tem aumentado na nossa lida diária . O ambiente paradisíaco aliado a qualidade científica, tudo somado a confraternização com os colegas fazem com que a 31ª Jornada SulBrasileira seja imperdível! Forte abraço do amigo Para abrilhantar o evento, vocês estarão diante das grandes sumidades brasileiras no assunto, como também poderão desfrutar dos conhecimentos do nosso convidado estrangeiro, Dr. Malcolm Paul, ícone dessa área de atuação nos EUA. Tudo isso em ambiente, intimista e informal, que como sabemos, oferece maior oportunidade de aprendizado aos colegas . Não bastasse, ainda teremos a apresentação dos 58 trabalhos , cujos resumos expandidos serão publicados Joao de Moraes Prado Neto - SP Presidente Nacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Caros Colegas, todos os trabalhos científicos na revista Arquivos Catarinenses de Medicina que é indexada. Aguardo vocês na Ilha da Magia. É com grande alegria que esperamos receber todos vocês nesta 31ª Jornada SulBrasileira de Cirurgia Plástica. Os responsáveis pela organização do evento trabalharam muito para proporcionar a todos enriquecimento científico e uma experiência agradável de convívio, digno de grandes eventos. Desnecessário dizer que a nossa querida Floripa atrai visitantes de todo o mundo graças as belezas naturais e a simpatia do seu povo. O hotel Jurerê Beach Village, escolhido como sede, na praia de Jurerê Internacional, permite que todos possam trazer suas famílias para desfrutar esta que ê considerada a praia mais badalada da ilha. Paulo Roberto da Silva Mendes - SC Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional Santa Catarina Como já é tradicional em nossos eventos, publicaremos Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 7 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 MENSAGENS Caros colegas, empenhado em formatar o Congresso Brasileiro em Belo Horizonte e todas as jornadas regionais funcionam como terreno fértil de novos talentos para renovação, participe e mostre seu trabalho. O nosso presidente Prado Neto assim como nós queremos fazer do último evento da nossa gestão o melhor de todos os tempos. Florianópolis com sua exuberante beleza natural e com o seu povo encantador nos aguarda em abril para mais uma Jornada SulBrasileira de Cirurgia Plástica. Estamos trabalhando de forma continuada há alguns meses para aliarmos aos encantos da cidade uma grade científica repleta de novidades onde será estimulado a todo o momento a discussão e troca de ideias. Portanto, arrumem as malas e venham aprofundar os conhecimentos da cirurgia do Segmento Cefálico. Abraços calorosos. A Jornada SulBrasileira tem tradição de qualidade científica e debates calorosos. Para tanto, formatamos uma grade com nomes de peso da região e de outras partes do país procurando dispensar um tempo importante para os debates, momento em que o conhecimento se aflora e o ensino sai da mesa principal e se incendeia com a participação da platéia. Para isso acontecer só dependemos agora da sua presença e participação ativa. Faça isso por nós. Humberto Campos - BA Diretor do Departamento de Eventos Científicos (DEC) O Departamento de Eventos Científicos já está O Departamento de Eventos Científicos da SBCP planejou esta 31ª Jornada SulBrasileira tendo como temas centrais a face e nariz, temas esses sempre de grande interesse para nós cirurgiões plásticos. Além das treze mesas redondas, seis conferências com palestrantes do Brasil e do exterior, Programa de Educação Continuada e o Núcleo de Produção Científica, é tradição criar espaço para apresentação dos trabalhos científico. De maneira original, esses trabalhos são editados com esmero e competência pelo Prof. Jorge Bins Ely e publicados em um suplemento da Revista: Arquivos Catarinenses de Medicina. Cabe salientar que, pioneiramente, há quase 15 anos, as Jornadas SulBrasileiras promovem o Encontro dos Residentes do Cone Sul, permitindo que os trabalhos sejam apresentados em mesas compostas exclusivamente por residentes, além de integrar nossos residentes com os do Uruguay. Felizmente a Jornada SulBrasileira vem crescendo em número de participantes e interesse e, nesse ano, já são 200 colegas que fazem parte deste programa Científico. Desta forma, com o maior número possível de participações e estimulando à produção científica, entendemos que o espírito das Jornadas Regionais é mantido e estimulado. Mauro Deós - RS Assessor da Região Sul do Departamento de Eventos Científicos da SBCP. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 8 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 HOMENAGEADOS Presidente de Honra Homenageado Nacional Claudio Cardoso de Castro - RJ Alexis Lemos Pacheco - RS Homenageado Regional Homenagem Póstuma Iberê Pires Condeixa - SC Antonio Costa Estima - RS CONVIDADOS ESTRANGEIROS Cátedra de Cirugia Plastica y Centro Nacional de Quemados Hospital de Clinicas, Montevideo MALCOLM PAUL Califórnia - USA Héctor Juri - Uruguay Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 9 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Coxoplastia Vertical em ex-obesos mórbidos Thighplasty in former morbidly obese Fernando Sanfelice André , Bruna Jacobowski2, Raphael S. S. André3, Fernando S S Andre4 1 RESUMO ABSTRACT Introdução: Com o aumento da realização de cirurgias bariátricas, cresce também o número de pacientes para realização de cirurgias plásticas a fim de melhorar o contorno corporal após a perda maciça de peso A coxoplastia é um dos procedimentos mais realizados, devido a grande quantidade excedente de gordura e de pele acumulados na região interna das coxas. Ojetivo: Relatar a conduta utilizada no tratamento das coxas dos pacientes submetido a Gastroplastia Métodos: Estudo transversal retrospectivo de 77 pacientes participantes do serviço de obesidade mórbida do Hospital Regional de Joinville. A maioria dos pacientes foram mulheres (94%) e a média de idade foi de 40,81 anos. As cicatrizes resultantes foram: vertical na porção medial da coxa ou associada com mínima cicatriz na linha da virilha. Resultados: Obtivemos melhora significativa do formato e da flacidez as coxas. O seroma foi a intercorrência mais frequente, sendo responsável por 64 % dos casos, seguido por celulite e Linfocele com 12%. Conclusão: A escolha da técnica utilizada, pode proporcionar correção satisfatória do formato das coxas, de acordo com análise das fotos de pré e pós operatório . A melhora na qualidade de vida foi subjetiva, baseada apenas no relato dos pacientes, independente de qual técnica/tática foi utilizada. Background: With the increase of performing bariatric surgery also increases the number of patients to perform plastic surgery to improve the body contour after massive weight loss coxoplastia is one of the most common procedures, due to the large amount of excess fat and skin accumulated on the inner thighs. Objective: To report the conduct used in the treatment of the thighs of patients undergoing gastroplasty Methods: A retrospective cross-sectional study of 77 patients participating in the morbidly obese service Joinville Regional Hospital. Most patients were female (94%) and the average age was 40.81 years. The resulting scars were vertical in the medial portion of the thigh or associated with minimal scarring in line with the groin. Results: We found a significant improvement of format and sagging thighs. The seroma was the most common complication, accounting for 64% of cases, followed by cellulite and Lymphocele with 12%. Conclusion: The choice of the technique used, can provide satisfactory correction of the thighs format, according to analysis of the photos of before and after surgery. The improvement in quality of life was subjective, based solely on the reports of patients, regardless of which technique / tactic was used. Descritores: coxoplastia, cirurgia plastica, plastica apos perda ponderal Keywords: thighplasty, plastic surgery, plastic after massive weigth loss 1. Membro Titular SBCP, coordenador da Cirurgia Plástica do Hospital Regional de Joinville 2. Cirugiã geral, cirurgiã geral 3. academico de medicina 4. academico de medicina Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 10 Coxoplastia Vertical em ex-obesos mórbidos INTRODUÇÃO pela técnica de Fobi Capela por laparotomia, com idade acima de 23 anos, submetidos à coxoplastia no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt - Joinville - SC, entre o período de Março de 2007 a Novembro de 2014. A obesidade é uma doença metabólica crônica, de etiologia multifatorial que atualmente, com o aumento da prevalência, tornou-se um problema de saúde pública tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento, como o Brasil. Os 4 pacientes restantes do estudo obtiveram grande perda ponderal após severa restrição dietética. Os dados foram obtidos através de análise de prontuários. As técnicas operatórias foram baseadas na escala de Pittsburgh. Os resultados foram analisados com comparação de fotografias de pré e pós operatório, além das informações subjetivas do pacientes. Devido aos diversos fatores causais para a obesidade a abordagem terapêutica é ampla e conta com apoio nutricional e psicológico, prática de exercícios físicos, uso de medicamentos anti obesidade. Entretanto, tratamentos convencionais para obesidade são ineficazes em grande parte das vezes, o que tem aumentado em muito a abordagem intervencionista: a cirurgia bariátrica 1 . Rotina pré-operatória Todos os pacientes foram submetidos a exames laboratoriais (hemograma, glicemia, coagulograma, proteínas totais e frações, uréia, creatinina, cálcio, ferro sérico , ferritina e Vit B12), avaliação cardiológica (eletrocardiograma e radiografia de tórax) e avaliação anestesiológica. Com o aumento da realização das cirurgias bariátricas, cresce também o número de pacientes que necessitam de cirurgias plásticas a fim de melhorar o contorno corporal após a perda maciça de peso. As principais cirurgias realizadas são: abdominoplastia, mastoplastia, coxoplastia, braquioplastia, torsoplastia e gluteoplastia. Os pacientes submetidos à gastroplastia só tiveram sua cirurgia plástica programada após comprovação de 1 ano da cirurgia anterior, peso estabilizado há 6 meses, índice de massa corpórea (IMC) abaixo de 30 e liberação da equipe multidisciplinar (psicólogo, nutricionista, cirurgião bariátrico, hematologista, endocrinologista). Excepcionalmente pacientes com IMC acima de 30, mas com limitação funcional importante ( dificuldade de deambulação) tiveram a sua cirurgia indicada, a fim de proporcionar melhora na qualidade de vida e permitir o inicio de atividades físicas. As deformidades da coxas pós-obesidade, de acordo com a Escala de Pittsburgh, são classificadas em 3 tipos: Tipo 1: deformidade com moderado acúmulo de gordura; Tipo 2: pronunciado acúmulo de gordura e no tipo 3: grandes dobras cutâneas com pouco ou nenhum tecido gorduroso2.. Em qualquer destas circunstâncias, o tratamento é cirúrgico e a avaliação dos resultados é meramente subjetiva2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,14 OBJETIVO Os pacientes que apresentaram grande perda ponderal, sem cirurgia bariátrica, puderam ser submetidos à cirurgia sem as exigências do outro grupo (pós-gastroplastia), exceto quanto à normalidade dos exames pré-operatórios e à avaliação anestesiológica. O objetivo do presente trabalho é relatar uma análise específica dos pacientes atendidos no serviço de obesidade do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt (HRHDS), Joinville- SC, que foram submetidos a coxoplastia pela Técnica de Cram & Aly, adaptada e modificada pelo autor sênior, e demostrar resultados de pós operatórios. Foram incluídos no estudo pacientes submetidos a gastroplastia redutora e pacientes que apresentaram perda ponderal expressiva sem cirurgia. Foram analisados fatores pré, per e pósoperatórios, com a finalidade de evitar, identificar e tratar adequadamente intercorrências e complicações e relatar os resultados obtidos. Técnica operatória Adotamos, no nosso serviço, a técnica de Cram & Aly, modificada pelo autor sênior ( tração caudo-cranial do retalhos). A modificação proposta pelo autor resulta em cicatriz exclusivamente vertical ou combinada com mínima cicatriz na linha da virilha. A marcação dos excessos de pele seguiu uma rotina: Estando a paciente em pé, com os joelhos fletidos e as coxas abduzidas, a fim de destacar o tendão do músculo adutor da coxa. Traçamos uma linha reta do púbis até o joelho. Pelo pinçamento bigital marcamos os excessos de pele e gordura no sentido da circunferência interna das coxas. Unimos esses pontos, iniciando-se MÉTODO Realizamos um estudo transversal retrospectivo, num total de 77 pacientes ex-obesos, de ambos os sexos, dos quais, 73 foram submetidos a gastroplastia redutora Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 11 Coxoplastia Vertical em ex-obesos mórbidos na virilha, até o final do excesso de pele . Fazemos a ressecção do retalho em bloco, a partir da extremidade distal da marcação e suturamos progressivamente os bordos da ferida, com tração para a porção proximal da coxa. (FIG 1 ABCD ) dos pacientes possuíam algum tipo de co-morbidade em tratamento, por Hipertensão Arterial ou Diabetes Mellitus tipo 2, sendo a Hipertensão arterial a mais prevalente (52%). Tabagismo atual ou prévio estava presente em apenas 3 dos 77 pacientes. O tempo médio entre a cirurgia bariátrica e a coxoplastia foi de 3,9 anos. Esse espaço de tempo foi devido à opção de realização de outras cirurgias plásticas previamente ( Abdominoplastia e Suspensão do púbis , Mamaplastias ). O Fechamento definitivo da ferida operatória, sem descolamento adicional,é realizado em 2 ou 3 planos, de acordo com a espessura do tecido dos bordos da ferida. Utilizamos os fios de poliamida 3-0 monofilamentar nas porções profundas, poliamida monofilamentar 4-0 na subderme, e sutura contínua intradérmica com poliglecrapone 3-0. A drenagem é utilizada em todos os casos, seja com drenos tipo laminar, ou por aspiração contínua a vácuo, dependendo da extensão da área cruenta existente após a ressecção do retalho. Obtivemos resultados satisfatórios com a técnica utilizada. Ressecção adequada dos excessos de pele e gordura, bom posicionamento das cicatrizes e melhora na qualidade de vidas dos pacientes, de acordo com análise das fotos de pré e pós operatório e das informações das pacientes, ainda que subjetivas. (FIG 2,4 – ABCD ) A ferida operatória é coberta com pomada antibiótica, ocluída com gazes estéreis, enfaixamento com atadura crepom e compressão moderada. Complicações e intercorrências, decorrentes do procedimento cirúrgico foram identificadas em 66% dos pacientes. Dentre as intercorrências, foram encontradas: seroma (64%) e hipertrofias/queloides (2,5%). Dentre as complicações: celulite (12%), deiscência (10%), linfocele (10%), necrose nas extremidades proximais dos retalhos (2,5%) e hematoma (1,7%). Rotina pós operatória • antibioticoterapia (cefazolina endovenosa, 2 g intraoperatoriamente e 2 g/dia, durante a permanência hospitalar; Cefalexina 2 g /dia por mais 5 dias após a alta hospitalar); Dos pacientes que apresentaram algum tipo de complicação/ intercorrência, 74% foram submetidos à drenagem de hematoma ou seroma, 10% necessitaram de antibioticoterapia adicional (celulites FIG 5 ), e 12% necessitaram de reintervenção cirúrgica para tratamento da complicação ou intercorrência (necroses, deiscências, ressecção de bolsas de seroma, cicatrizes hipertróficas FIG 6) . • curativos diários durante a internação e a cada 3 dias, por 60 dias após a alta hospitalar (fita microporosa); • mobilização precoce, deambulação no 1º dia de pós operatório, em todos os casos; • sondagem vesical de demora por 24 horas • compressão elástica no 1º dia de pós-operatório •drenagem contínua a vácuo, até que o volume drenado fosse menor que 50 ml/dia, ou drenagem laminar. DISCUSSÃO A coxoplastia com grande cicatriz na virilha foi descrita pela primeira vez em 1957 por Lewis e não se mostrou muito aceita devido a inúmeras complicações pós-operatórias, como migração inferior e alargamento das cicatrizes, reaparecimento precoce da ptose e tração lateral da vulva, assim como deiscências parciais e totais da ferida operatória, hematomas e dificuldade de retorno venoso. Foi então que Lockwood desenvolveu uma técnica com o ancoramento da derme na fáscia de Colles a fim de um resultado cirúrgico mais estável e com menos complicações. Outros autores descrevem suas abordagens pessoais. Este estudo, entretanto, utilizou a Técnica Cram & Aly (modificada e adaptada pelo autor sênior). O tempo ideal para realizar a cirurgia plástica é quando há a estabilidade na perda de peso, em média 18 meses após a cirurgia bariátrica, quando o IMC atinge 30 kg/m2. No caso dos • não utilizamos anticoagulantes de rotina; exceto nos casos em que havia indicação obrigatória , segundo o Protocolo Caprini ( enoxiparina 40 mg/dia ). RESULTADOS Foram submetidos à coxoplastia 77 pacientes no período de Março de 2007 a Novembro de 2014. Deste total, 73 pacientes (94,80 %) foram submetidos previamente à cirurgia bariátrica pela técnica de FobiCapella por Laparotomia e apenas 4 pacientes (5,20% obtiveram perda de peso através de dieta. A média do IMC pré bariátrica foi de 50,73. O IMC pré coxoplastia, ou seja, pós gastroplastia de 30,55 para um P=0,005 após teste T. Apesar de obesos, apenas 25% Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 12 Coxoplastia Vertical em ex-obesos mórbidos pacientes apresentarem IMC acima destes índices, é necessário revisar o aspecto nutricional, estimular a prática de exercícios físicos para que haja um melhor resultado pós operatório e menor reganho de peso há longo prazo. Em alguns casos, o excesso de pele e tecido adiposo, era tão importante que a cirurgia foi realizada mesmo com o paciente apresentando índices de IMC acima do preconizado, já que havia dificuldade limitante na deambulação, impedindo atividades físicas que poderiam aumentar a redução ponderal. weight loss. Aesthet Surg J. 2012; 5 (1): 20-25. 6. Junior WC, Modolin M, Rocha RI, Mulatti SC, Gemperli R, Ferreira MC. Treatment of coxofemoral dysmorphia in formerly obese patients. Rev. Bras. Cir. Plást. 2012; 27(4): 594-99. 7. Modolin MLA, Cintra Junior W, Gemperli R, Rocha RI, Lima e Silva E, Pares DFS, et al. Coxoplastia póscirurgia bariátrica: avaliação dos resultados. Rev. Bras. Cir. Plást. 2011; 26(3): 512-7. 8. André FS. Cirurgia plástica após grande perda ponderal. Rev. Bras. Cir. Plást. 2010 25(3): 532-9. A complicação maior (deiscência) neste trabalho ocorreu, apesar de todos os cuidados adotados . Entretanto, nenhuma das pacientes estudadas apresentou migração cicatricial caudal ou tração vulvar significativa, também não há registro nos prontuários de retoque posterior por retirada insatisfatória de tecido. A adaptação da ressecção vertical, com a tração ínferosuperior das bordas da ferida, resultou em mínima ou nenhuma cicatriz na virilha, eliminando a exposição vaginal tardia, e diminuindo os riscos de necroses proximais dos retalhos cutâneos das coxas. 9. Cram AE, Aly AS. Lower extremity body contouring after massive weight loss. In: Aly A, ed. Body contouring after massive weight loss. St. Louis: Quality Medical Publishing; 2006. p. 213-36. 10.Montenegro L, Albuquerque LMM, Tardelli, HC, Rodrigues JM, Lustri G, et al. Técnica do retalho triangular para cruroplastia medial após grandes perdas ponderais em mulheres. Rev. Bras. Cir. Plást; 2010; 25 (4): 700-704. 11.Kaluf R, Azevedo FN, Rodrigues LO. Sistemática cirúrgica em pacientes ex-obesos. Rev. Soc. Bras. Cir. Plást. 2006, 21(3): 166-74. Neste estudo não foi realizado a lipoaspiração juntamente com as técnicas empregadas apesar de ser preconizado por alguns autores. 12.Mazzarone F, Pitanguy I, Gabriele J, Nunes D, Vargas A, Dermolipectomia crural com prolongamento médio anterior em pacientes pós obesidade, Rev. Bras. Cir. Plást., 2005; 20 (3), 142-7 CONCLUSÃO O paciente submetido à gastroplastia e as suas conseqüências, são um desafio ao cirurgião plástico. Apesar de complicações e intercorrências estarem presentes, a técnica escolhida, mostrou-se segura, facilmente reproduzível e proporcionou resultados satisfatórios. 13.Roxo CDP, Roxo ACW, Roxo CW, Coxoplastia obliqua em pacientes após grandes perdas ponderais, Rev. Bras. Cir. Plást. 2012; 27(1), 119-23 14. Carvalho ACO, Sanches J, Lipolifting de coxa: Cicatriz crural com ancoragem duplo ligamentar, Rev. Bras. Cir. Plást. 2009; 24 (3), 368-372 REFERÊNCIAS FOTOS 1. Fradiño J, Benchimol AK, Coutinho WF, Appolinário JC Cirurgia bariátrica: Aspectos clínico-cirúrgicos e psiquiátricos. Rev Bras Psiq. 2004; 26 (1): 47-51. 2. Song AY, Jean RD, Hurwitz DJ, Fernstrom MH, Scott JS, Rubin JP. A classification of contour deformities after bariatric weight loss: the Pittsburgh Rating Scale. Plast Reconst Surg. 2005; 116(5):1535-44. 3. Moreno CH, Neto HJG, Junior AH, Malheiros CA. Thighplasty after bariatric surgery: Evaluation of lymphatic drainage in lower extremities. OBES SURG. 2008; 18: 1160-1164. 4. Lockwood TE. Lower body lift with superficial fascial system suspension. Plast Reconstr Surg. 1993; 92(6):1112-22. 5. Labardi L, Gentile P, Gigliotti S, Marianetti M, Colicchia GM, Pascali M, et al. Medial thighplasty: Horizontal and vertical procedures after massive Fig 1-A - Marcação Vertical Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 13 Coxoplastia Vertical em ex-obesos mórbidos Fig 1-B - Retalho D ressecado Fig 2-B - POS OP D Fig 1-C - Retalho E ressecado Fig 2-C - PREOP E Fig 1-D - PO imediato Fig 2-D - POS OP D Fig 2-A - PREOP E Fig 3-A - PREOP D Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 14 Coxoplastia Vertical em ex-obesos mórbidos Fig 4-B - POS OP D Fig 3-B - POS OP D Fig 4-C - PREOP E Fig 3-C - PREOP E Fig 4-D - POS OP E Fig 3-C - POS OP E Fig 5 - Celulite Coxa Fig 4-A - PREOP D Fig 6 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 15 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Dissecção anatômica da artéria interóssea posterior e sua relevância no aprendizado e no planejamento das cirurgias reparadoras do membro superior. Study and anatomic dissection of posterior interosseous artery and its relevance in learnig and planning of the repairs surgerys in distal arms Ana Cristina Beitia Kraemer Moraes1, Imma Hassan2, Matheus Vargas3, Amanda Pereira4, João Eduardo Bastianello5 RESUMO ABSTRACT A dissecção de estruturas anatômicas são de relevada importância para o aprendizado das técnicas em cirurgia. O tratamento reparador das porções distais do antebraço e da mão que sofreram lesões traumáticas é um desafio e requer o conhecimento dos procedimentos que possam cobrir estas áreas. O objetivo deste trabalho é identificar o trajeto da artéria interóssea posterior, as suas relações e o seu arco de rotação em dissecção cadavérica como treinamento no aprendizado para a utilização do retalho desta artéria no membro superior distal. Este é um estudo observacional no qual foram analisados 8 espécimes (cadáveres) e 9 peças anatômicas, do anatômico da Universidade Católica de Pelotas - RS. Os resultados obtidos correspondem aos da literatura e mostram o amplo eixo de rotação desta artéria para os fins de confecção do retalho. O aprendizado e a prática do cirurgião requerem um agregado de conhecimentos que ultrapassam o saber teórico e que pode ser maximizado nas dissecções anatômicas. The dissection of anatomical structures are of high importance for learning surgical techniques. The restorative treatment of distal portions of the forearm and hand who suffered traumatic injuries is challenging and requires knowledge of techniques that can cover these areas. The objective of this work is to identify the path of the posterior interosseous artery, their relationships and their rotation range in cadaveric dissection as training in learning to use the flap of this artery in the distal upper limb. This is an observational study which analyzed 8 specimens (bodies) and 9 anatomical parts, anatomical the Catholic University of Pelotas - RS. The results correspond to the literature and show the wide axis of rotation of this artery flap for manufacturing purposes. The learning and the surgeon’s practice require an aggregate of knowledge beyond the theorical knowledge and can be maximized in anatomical dissections. Keywords: flap, posterior interossea, dissection Descritores: retalho , interóssea posterior, dissecção Introdução: 1.Mestre em Saúde e Comportamento, Professora do departamento de Morfofisiologia da UCPEL-PELOTAS-RS A dissecção de estruturas anatômicas são de relevada importância para o aprendizado das técnicas cirúrgicas, uma vez que o aluno e o cirurgião podem associar o conhecimento anatômico teórico, com a dissecção e fazer a correlação clínico-cirúrgica, para finalizar com o tratamento. Neste trabalho utilizamos a 2.Monitora da anatomia humana, aluna do 3 ano do curso de medicina da UCPEL 3. Monitor de anatomia humana, aluno do 3 ano do curso de medicina 4.Monitora da anatomia humana, aluna do 3 ano do curso de medicina da UCPEL 5. Monitor de anatomia humana, aluno do 3 ano do curso de medicina Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 16 Dissecção anatômica da artéria interóssea posterior e sua relevância no aprendizado e no planejamento das cirurgias reparadoras do membro superior. artéria interóssea posterior, que é um ramo da artéria interóssea comum. Esta artéria percorre um trajeto posterior através da membrana interóssea entre o rádio e a ulna, penetrando entre os músculos supinador e abdutor longo do polegar. O seu trajeto percorre um caminho entre o epicôndilo lateral do úmero e o processo estilóide da ulna. A artéria interóssea posterior é responsável pela irrigação do retalho de antebraço que leva o seu nome, permitindo a reconstrução de áreas do terço distal do antebraço e dorsal do punho e da mão que sofreram lesões traumáticas. A reconstrução destas regiões por meio deste tipo de retalho tem a vantagem de em um tempo cirúrgico cobrir uma área exposta com segurança na mobilidade e na vascularização do retalho. 10cm em 17,6%, 9,5cm em 11,7% e 7,5cm em 11,7%, permanecendo a média de 8,5cm. O arco de rotação da artéria centrado na articulação rádio-ulnar foi de 12 a 14 cm em 50% , 25% no intervalo de 8,8 a 10,5 cm e 25% no de 15 a 20cm, sendo as duas medidas mais prevalentes: 12cm e 14cm em 11,7% dos achados. A média das distâncias foi de 13cm. Discussão: A dissecção de cadáveres parece uma ferramenta com grande potencial para o treinamento cirúrgico, apesar dos modernos instrumentos de aprendizado: como softweares, meios robóticos e digitais. A dissecçao em cadáver tal qual a disseccáo cirúrgica em um procedimento real, não pode ser descartado nem substituído. A importância do retalho posterior de antebraço rescinde no fato de ser uma opção para a cobertura de estruturas nobres que não podem ser cobertas por simples aproximaçao tecidual ou enxerto cutâneo. A identificaçao correta da artéria interóssea posterior garante a confecçao e o sucesso do retalho. Por este motivo o conehcimetno anatômico- cirúrgico se torna relevante e necessário. Objetivo: Identificar o trajeto da artéria interóssea posterior, as suas relações e o seu arco de rotação em dissecção cadavérica como treinamento no aprendizado para a utilização do retalho desta artéria no membro superior distal. Metodologia: Conclusão: Este é um estudo observacional no qual foram analisados 8 espécimes (cadáveres) e 9 peças anatômicas, do anatômico da UCPel, previamente dissecados para estudo. Utilizou-se uma fita métrica para verificar as distâncias da artéria interóssea posterior ao epicôndilo lateral do úmero, da porção da artéria interóssea anterior, localizada sobre a parte proximal do músculo pronador quadrado, ao processo estiloide ulnar e o comprimento do arco de rotação da artéria interóssea posterior centrado na articulação rádio-ulnar . A análise estatística foi feita no STATA. O reconhecimento das estruturas anatômicas no planejamento cirúrgico e na sua materialização, bem como as modificações que estas estruturas podem apresentar são de extrema importância para o sucesso de uma cirurgia. A dedicação com o estudo anatômico, as indicações clínicas e o tratamento definitivo requerem do cirurgião um agregado de conhecimentos que ultrapassam o saber teórico, que pode ser maximizado nas dissecções anatômicas. Referências: Resultados: 1. Lima, S, J; Costa, R, P, D; Oliveira, E; Prudente, F. G; Mendonça, M, P; Camargo, C, S. Retalho da artéria interóssea posterior na cobertura das lesões graves do antebraço, punho e mão. Disponível em: http:// www.scielo.br/pdf/rbort/v44n1/v44n1a06.pdf. Acesso: junho, 2014. 2. Alain Gilbert, Alain C Masquelet , Raoul Tubiana. An Atlas of Surgical Techniques of the Hand and Wrist . Dos 17 espécimes avaliados, 53% correspondem a peças de membros superiores e 47% a membros superiores em cadáveres. A distância encontrada do epicôndilo lateral do úmero (ELU) ao tronco da artéria interóssea posterior foi de 42% no intervalo de 9,2 a 13cm, 29% no intervalo de 6,5 a 7,8 cm, 29% no de 8 a 9 cm e a distância de 10cm em 17,6% dos achados, com média de 9cm. As distâncias da porção da artéria interóssea anterior, localizada sobre a parte proximal do músculo pronador quadrado ao processo estiloide da ulna, mais prevalentes foram de 8cm em 23,5% , 3. Moore, Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 6ª ed, Guanabara Koogan, 2011. 4. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 Gardner, Weston Deuain. Anatomia do corpo humano. 2ª ed, Atheneu Sp, 2009. XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 17 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Miotomia fechada glabelar. Closed glabelar myotomy Rogerio Schutzler Gomes1, Jorge Bins Ely2 RESUMO ABSTRACT Introdução: o tratamento das rugas glabelares e hiperatividade consiste em impedir a contração dos músculos relacionados. Estamos propondo um acesso fechado para tratamento da musculatura glabelar. Métodos: 28 pacientes foram operados. A miotomia foi realizada usando fio de aço ou fio de poliglactina. Resultados: bons resultados foram alcançados em todos casos, com impedimentos dos músculos glabelares e resolução das rugas glabelares horizontais e verticais e melhora da hiperatividade, durante o período avaliado. Nenhum caso de recidiva foi observado. Discussão: os resultados de longo prazo para rugas glabelares são alcançados com miotomia ou miectomia. A miotomia glabelar fechada evita algumas complicações possíveis com outras técnicas cirúrgicas disponíveis, diminui o tempo cirúrgico utilizando material cirúrgico convencional e evita cicatrizes. Conclusão: a miotomia fechada glabelar parece ser uma boa alternativa a outras opções cirúrgicas. Background: Glabelar-muscle hyperactivity and consequent wrinkles treatment consists of impediment of the related muscles. We propose a closed approach for glabelar-muscle treatment. Methods: 28 patients were operated. Myotomy is carried out using steel wire or polyglactin. Results: good results were achieved in all cases. No one case of recurrence was observed. Discussion: the long-lasting surgical-treatment options for glabelar wrinkles are myotomy or myectomy. The closed glabelar miotomy avoids some possible complications associated with other related options, decreases surgical time using conventional surgical instruments and avoid scars. Conclusions: the closed glabelar myotomy seems to be a good alternative to other surgical options. Keywords: Rhytidoplasty, Esthetics, Plastic Surgery Descritores: Ritidoplastia, Estética, Cirurgia Plástica 1.Membro Titular Sociedade Brasileira de Cirurgia Plastica, Staff do Serviço Cirurgia Plastica e Queimados do Hospital Universitário Florianópolis - SC 2.Professor Titular de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de Santa Catarina. Chefe/Regente do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário - UFSC Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 18 Miotomia fechada glabelar. INTRODUÇÃO OBJETIVO meses. O acompanhamento mais longo nesta série de casos tem 24 meses em 4 casos. Bons resultados resultados foram alcançados em todos os casos (figuras 5-10), com impedimento das rugas glabelares verticais e horizontais no período avaliado, apresentando ablação das rugas e melhora da hiperatividade muscular. As complicações observadas foram parestesia temporária na região frontal central, em 15 casos, que melhorou espontaneamente em 3-6 meses. Recidiva da contração muscular não ocorreu em nenhum caso, no período avaliado. Hematoma foi observado durante o procedimento em 6 casos e foi drenado com compressão manual e mantido com curativos conforme descrito, sem recorrência. O edema atingiu a região glabelar e palpebrais, associada a equimoses, melhorando em 7-10 dias. Nenhum caso de seroma ou assimetria foi observado. Descrever o uso de uma técnica alternativa para miotomia dos músculos glabelares, sem incisões. DISCUSSÃO As rugas resultantes da contração e hiperatividade da musculatura glabelar são queixas frequentes em consultórios de cirurgia plástica1. Os músculos relacionados a rugas e hiperatividade são o corrugados do supercílio, com porções oblíqua e horizontal, o depressor supercílio, o prócero e a porção medial das fibras orbitais do músculo orbicular dos olhos2. O tratamento é o impedimento destas estruturas. Isto pode ser feito quimicamente com a toxina botulínica3,4, com efeito temporário, ou cirurgicamente através do acesso coronal clássico5,6, acesso endoscópico7-12, acesso superciliar13, acesso trans-blefaroplastia14,15 e acessos não-endoscópicos mínimos16,17. Originalmente, o acesso cirúrgico para tratamento da musculature glabelar era pela incisão coronal clássica5-6,11. Mais recentemente, a técnica endoscópica7-12, o acesso superciliar13, o acesso trans-blefaroplastia14,15 e outros acessos não-endoscópicos com incisões mínimas tem emergido como alternativas menos invasivas16,17. A principal vantagem da miotomia glabelar fechada é o fato de não ter incisão, com menos possibilidade de complicações. As desvantagens é que é feita sem visão direta com possibilidade teórica de lesão dos nervos da região e possibilidade de recorrência. Ambas hipóteses não foram observadas nos casos estudados. Atribuímos isto à miotomia em múltiplos níveis, o que dificulta a regeneração muscular, pouca variação anatômica dos nervos supra-troclear e supra-orbitário nesta topografia e experiência pessoal em miotomia13,19-20. O resultado é similar ao obtido com outras técnicas cirúrgicas e a toxina botulínica, mas com resultados de longo prazo. Na nossa opinião, este novo acesso é mais fácil e rápido que demais técnicas cirúrgicas disponíveis, com mínimas e transitórias complicações possíveis. Não encontramos referências de miotomia glabelar fechada na literatura revisada (MEDLINE, LILACS). MÉTODO Vinte e oito pacientes foram operados por esta técnica. Os pacientes foram preparados com marcação em expressão forçada para rugas glabelares verticais e horizontais. Os nervos supra-orbital e supra-trocleares foram marcados em suas projeções anatômicas (figura 1). A miotomia foi realizada utilizando fio agulhado de aço trançado ou poliglactina número 0, iniciando inferiormente (próximo do rebordo orbitário), passando profundamente justa-periostal e saindo na região frontal acima dos limites da musculatura glabelar (figura 2). Depoi se retorna com a agulha, usando o mesmo orifício de saída da agulha na região frontal, passando em direção inferior no plano subcutâneo até o orifício de entrada, próximo do rebordo orbitário (figura 3). Com esta manobra, a musculature glabelar é ¨abraçada¨ pelo fio, e ¨serramos¨ o músculo com movimentos suaves de vai-e-vem do fio (figura 4). Repetimos esta manobra 4-5 vezes em cada lado da região glabelar, evitando a projeção marcada dos nervos. Os músculos prócero e depressor supercílio são liberados com manobras semelhantes horizontais (2-3 passadas), próximos da sutura fronto-nasal (figura 4). A hemostasia é feita com compressão manual por 5-10 minutos durante o procedimento. Curativos são feitos com espumas retangulares revestidas com tecido de algodão e faixas elásticas, que são retirados após 24 horas. Os retornos foram realizados com 1 dia, 1 semana, 1-3-6 meses. CONCLUSÃO A miotomia glabelar fechada parece ser uma boa alternativa a outros acessos cirúrgicos por dispensar a necessidade de incisões, evitar recidiva e pouca possibilidade de complicações. RESULTADOS Todos os casos foram avaliados após 1, 3, 6 e 12 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 19 Miotomia fechada glabelar. incision. Plast Reconstr Surg 95: 691, 1995. REFERÊNCIAS 16.Knize, D.M. Limited Incision Foreheadplasty. Plast. Reconstr. Surg. 103(1): 271-84, 1999. 1. Isse, N.G., Elahi, M. The corrugator supercilii muscle revisited. Aesthetic Surg. Journal 21: 209, 2001. 2. Knize, D.M. 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Report of the first year of experience of the tissue bank in hospital Evangélico de Curitiba Luiz Henrique Calomeno1 , Marcelus Nigro2, Alysson Matioski3, Flavia Thaiana Bonato3, Sara Merlin Maschieto3 RESUMO ABSTRACT As queimaduras constituem um importante problema de saúde pública. O objetivo do aloenxerto é servir como um curativo biológico temporário para auxiliar no controle da dor, proteção das estruturas profundas, promoção da reepitelização e restauração das importantes funções da pele.Atualmente existem apenas 4 bancos de pele no Brasil. O objetivo deste trabalho é relatar o primeiro ano de experiência do banco de pele inaugurado no HUEC. O banco de pele do HUEC realizou 45 captações de doadores cadavéricos em junho 2013 até agosto 2014, sendo em sua maioria doadores masculinos, com idade média de 36,4 anos e com morte de causa neurológica em sua maioria. Nesse primeiro ano, o banco contabilizou 31.314,63 cm² de área de pele viável para transplante.Foram realizados um total de 52 transplantes, A experiência do hospital aponta para o sucesso na aplicação de aloenxertos em outras patologias além de queimaduras The skin burns are an important public health problem. The goal of the allograft is to serve as a temporary biological dressing to aid in pain control, protection of the deep structures, promoting re-epithelialization and restoration of the important functions of the skin .The objective of this study is to report the first year of experience of the skin bank Established at HUEC.: The skin bank of the HUEC obtained 45 captures of cadaveric donors between june 2013 e august 2014. In the first year, the bank colected 31314.63 cm ² of viable area for transplant. The hospital experience points to the successful application of allografts in other diseases besides burns, justifying the importance of disseminating the benefits of allograft for other medical areas. KEYWORDS: TRANSPLANTATION, BURN UNIT, GRAFT DESCRITORES: TRANSPLANTE, QUEIMADOS, ENXERTO 1. Preceptor no Serviço HUEC - Curitiba. 2. Chefe do Serviço HUEC - Curitiba. 3. Residente HUEC - Curitiba. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 22 Relato do primeiro ano de experiência do banco de pele do hospital Universitário Evangélico de Curitiba. INTRODUÇÃO MÉTODO As queimaduras constituem um importante problema de saúde pública (ROCH et al., 2007). No Brasil, estima-se que são responsáveis por aproximadamente 1.000.000 de acidentes por ano. O principal uso de aloenxertos é no tratamento de queimaduras graves. Apresenta também utilizações em grandes perdas de pele, em feridas cirúrgicas, úlceras de membros inferiores, pé diabético, pioderma gangrenoso, doenças bolhosas, entre outros usos. O objetivo do aloenxerto é servir como um curativo biológico temporário para auxiliar no controle da dor, proteção das estruturas profundas, promoção da reepitelização e restauração das importantes funções da pele como regulação térmica e controle de perda de fluidos, além de ser uma barreira contra infecções (FIMIANI et al., 2005; PIANIGIANI et al, 2005; KAGAN et al., 2005; JUNQUEIRA et al., 2007, SCHIOZER, 2012). Por essas razões promove uma redução significativa no tempo de internamento e nos índices de mortalidade, além de gerar redução de custos (PIANIGIANI et al, 2005; SCHIOZER, 2012). Historicamente, o primeiro a captar e aplicar auto e aloenxertos foi Reverdin em 1871 (REVERDIN, 1871). Porém a utilização de aloenxertos de pele especificamente para feridas por queimadura foi descrita somente em 1881 por Girdner (GIRDNER, 1881). Em 1949, surgiu o primeiro banco de pele apropriado, criado pela Marinha dos Estados Unidos.No Brasil, com a criação da Lei nº 2268 em 1997, estabeleceu-se que o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) passou a ser responsável por gerenciar a captação e distribuição de órgãos e tecidos humanos para finalidades terapêuticas. Seguindo a legislação vigente, atualmente existem quatro bancos de pele no país: Banco de tecidos do Instituto Central do HC de São Paulo; Banco de Tecidos Humanos da Santa Casa de Porto Alegre; Banco de tecidos do NorteNordeste (SCHIOZER, 2012); e o Banco de Pele do HUEC de Curitiba, oficialmente inaugurado no dia 17/06/2013. Foram coletados dados referentes ao primeiro ano de funcionamento do banco de pele do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, considerando dois períodos diferentes. O primeiro relacionado a um ano da primeira captação de pele entre os dias 27/06/2013 a 26/06/2014 e o segundo correspondente a um ano da primeira aplicação de pele entre os dias 28/08/2013 a 27/08/2014. Os dados foram obtidos a partir da análise dos arquivos do banco e prontuários dos doadores cadavéricos de pele e seus respectivos receptores, levando-se em conta a documentação necessária quanto à causa mortis e doação de órgãos. Com os dados obtidos pelo banco entre junho de 2013 até agosto de 2014 foi realizado um estudo estatístico e epidemiológico do tipo retrospectivo. RESULTADOS Em seu primeiro ano de funcionamento o banco de pele do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba realizou a captação da pele de 45 doadores cadavéricos. Dentre esses doadores, 46,6% foram mulheres e 53,3% homens. A média das idades foi 36,42 anos, com a maior de 60 anos e a menor 15 anos. A maioria dos doadores foi de pele branca, 91%, não tendo nenhuma doação de pacientes com cor de pele preta ou amarela. A maior parte das causas da morte dos doadores foi de origem neurológica. Trauma crânio encefálico (TCE) grave e acidente vascular encefálico (AVE) totalizaram juntos 55,6%. Todas as captações de pele ocorreram em hospitais da grande Curitiba-PR, sendo que 44,44% foram no HUEC, seguido pelos outros grandes hospitais de trauma da cidade (tabela 2). Em relação ao aproveitamento da pele doada, 48,9% dos doadores tiveram toda pele captada viável para utilização, 42,2% tiveram a pele captada totalmente descartada e 6,7% tiveram parte da pele captada viável e parte descartada. O primeiro ano do banco terminou com pele de 1 doador em processamento (tabela 2). A região corpórea de onde foi retirada a pele também é especificada na tabela 2 a qual mostra que 84,4% das captações foram realizadas em dorso e membros inferiores. O total de pele coletada no primeiro ano de funcionamento do banco foi 31.314,63 cm². A maior doação de pele totalizou 2.453,6 cm² e a menor 422,2 cm². Foi obtida a média de 1.252,59 cm² por doador. Do total de lotes, 41 foram viáveis para utilização, 38 foram descartados e 2 continuaram em processamento ao término do primeiro ano, o que significa que estavam em testes microbiológicos ou em fases de manipulação. Dos lotes viáveis, 38 foram transplantados e 3 continuaram OBJETIVO Somente em 2013 o Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba (HUEC) atendeu cerca de 4500 vítimas de queimaduras e pelo menos 10% desses pacientes precisaram ser internados com indicação para o uso de aloenxertos, demonstrando a importância da criação de um banco de pele no setor. O objetivo deste trabalho é relatar o primeiro ano de experiência do banco de pele inaugurado no Hospital Universitário Evangélico de Curitiba. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 23 Relato do primeiro ano de experiência do banco de pele do hospital Universitário Evangélico de Curitiba. o sexo masculino na população curitibana (DATASUS). A grande maioria dos doadores em Curitiba (91,1%) foi de pele branca, provável reflexo de uma população predominantemente caucasiana. Pelo fato do banco de pele do HUEC não tratar a pele captada, por uma série de fatores, diferente de outros bancos nacionais e maioria internacionais, o número de lotes descartados foi alto (46,91%), superando a literatura nacional em aproximadamente 30 pontos percentuais quando comparadado ao do banco de Porto Alegre entre os anos de 2008 a 2012. Esses dados levam a uma reflexão sobre a possibilidade de se começar a tratar a pele coletada e questionar quanto à colonização por agentes infecciosos dos doadores, já que muitos passaram previamente pela UTI. Comparando a área média por doador, contabilizamos 1.252,59 cm², número compatível com a obtida pelo Banco de Porto Alegre nos anos de 2008 a 2010 que foi de 1.364,46 cm² (MINUZZI FILHO,2010) e bem inferior ao de Helsinki que foi de 3.062 cm². Assim como todos os bancos, cujos artigos publicados foram revisados nesse estudo, o banco de pele do HUEC teve a maior parte da pele captada destinada a pacientes vítimas de queimaduras. O banco de pele do HUEC em seu primeiro ano de funcionamento proporcionou pele para 30 pacientes, resultado proporcional ao banco de pele de Porto Alegre que beneficiou mais de duzentas pessoas durante 5 anos (SILVEIRA et al., 2013). estocados no banco, sob refrigeração, com validade de até 2 anos. Com relação aos lotes descartados, 42,1% foram por motivo de desenvolvimento de estafilococo coagulase negativo, 18,4% por desenvolvimento de bacilo gram positivo não clostridium e 15,8% por desenvolvimento de fungos filamentosos. A pele de um único doador beneficiou até 5 pacientes, com uma média de 2,36 receptores por doador, beneficiando um total de 30 pacientes. Em relação ao perfil dos receptores, 66,7% foram do sexo masculino e 33,3% do feminino, com idade média de 29,09 anos. Para os 30 pacientes foi realizado um total de 52 transplantes. A instituição onde foram realizados 88,5% desses transplantes foi o HUEC, 7,7% ocorreram no Hospital Universitário Regional Norte do Paraná em Londrina, 2% ocorreram no Hospital Vita Batel de Curitiba e 2% no Hospital Regional São Paulo (Santa Catarina). O total de pele enxertada correspondeu à área de 28.940,83 cm² . A maioria dos pacientes que recebeu aloenxerto foi vítima de queimadura (25 pessoas - 45 transplantes). Os outros 7 transplantes ocorreram para o tratamento de pé diabético com gangrena, lesões por trauma, má formação congênita e necrose pós-síndrome compartimental. DISCUSSÃO Oo Banco de Pele do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, em seu primeiro ano de funcionamento, recebeu pele de 45 doadores cadavéricos. Na literatura nacional, observa-se um número de captações similar ao Banco de Pele de Porto Alegre que em 2012 realizou 40 captações (SILVEIRA et al., 2013), e superior ao banco de tecidos do Instituto Central do Hospital das Clínicas de São Paulo que obteve 152 doadores durante os anos de 2001 a 2006 (SCHIOZER, 2012). Quando comparado a bancos internacionais, como por exemplo, o Banco de pele de Helsinki na Finlândia, o banco do HUEC obteve também um valor superior de doadores, já que Lindford et al. (2010) observaram uma variação de 7 a 20 doadores por ano durante 2001 a 2008. Há uma carência de informações sobre os dados epidemiológicos dos doadores e receptores de vários bancos de pele nacionais e internacionais, principalmente em países desenvolvidos como os da América do Norte os quais em 2005 já possuíam cerca de 54 bancos operacionais. No presente estudo, encontramos quantidade semelhante de mulheres e homens doadores de pele, 46,7% e 53,3% respectivamente. Esperávamos uma diferença maior nessa relação já que o número de óbitos por causas externas, no ano de 2012, foi 3,36 vezes superior para CONCLUSÃO Observa-se que o número de captações realizadas e a área de pele coletada em nosso serviço estão compatíveis com outros bancos de pele nacionais. Embora, não signifique que tivemos um aproveitamento compatível a esses bancos, haja vista as altas taxas de descarte obtidas. Por essa razão, deve-se haver a reflexão sobre a necessidade de um aprimoramento de técnicas e um futuro tratamento da pele do banco. A experiência do hospital aponta para o sucesso na aplicação de aloenxertos em outras patologias além de queimaduras, justificando a importância da divulgação dos benefícios do aloenxerto para outras áreas médicas. Considerando que um doador pode beneficiar vários pacientes e que, a maioria da pele captada teve uma rápida utilização devido a grande demanda e possibilidades de aplicações, encorajamos um aumento das campanhas de doação de órgãos / pele para a conscientização da população sobre a importância e a possibilidade de salvar várias vidas com a doação de pele. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 24 Relato do primeiro ano de experiência do banco de pele do hospital Universitário Evangélico de Curitiba. REFERÊNCIAS FOTO 1. BALAN, M. A. J.; OLIVEIRA, M. L. F. DE; TRASSI, G. Características das vítimas de queimaduras atendidas em unidade de emergência de um hospital escola do noroeste do Paraná. Ciência, Cuidado e Saúde, v. 8, n. 2, p. 169–175, 2009. 2. CRUZ, B. DE F.; CORDOVIL, P. B. L.; BATISTA, K. DE N. M. Perfil epidemiológico de pacientes que sofreram queimaduras no Brasil: revisão de literatura. Revista Brasileira de Queimaduras, v. 11, n. 4, p. 246–250, 2012. 3. CURADO, A. L. C. F. Redução da dor em pacientes queimados através da acupuntura [Monografia]. Goiânia: Universidade Estadual de Goiás; 2006. 4. FIMIANI, M.; PIANIGIANI, E.; SIMPLICIO, F. C. DI; et al. Other uses of homologous skin grafts and skin bank bioproducts. Clinics in dermatology, v. 23, n. 4, p. 396– 402, 2005. 5. GIRDNER, J.H. Skin grafting with graft taken from the dead subject. Medical Record, NY, v.20, p.119120,1881 6. JUNQUEIRA, J. J. M.; ERAS, A. E.; POLO, E. F.; HERSON, M. R.; SANTOS, V. A. DOS. 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Cadernos de informações de Saúde – versão maio/2010. Disponível em: http:// tabnet.datasus.gov.br/tabdata/cadernos/pr.htm. Acesso em 15 out. 2014. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 25 Relato do primeiro ano de experiência do banco de pele do hospital Universitário Evangélico de Curitiba. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 26 Relato do primeiro ano de experiência do banco de pele do hospital Universitário Evangélico de Curitiba. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 27 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Há necessidade de drenagem após utilização de pontos de adesão na área doadora do retalho do músculo latíssimo do dorso? Is Suction Drainage useless when associated to quilting suture at donor site area of latissimus dorsi myocutaneous flap? Francisco José Fontenele Bezerra1, Rosely Moraes Gonçalves de Moura2 RESUMO ABSTRACT Introdução: A utilização de pontos de adesão em grandes áreas descoladas (área doadora do retalho grande dorsal na reconstrução mamária) constitui-se um avanço na diminuição de morbidade cirúrgica (seroma) apesar da persistência da utilização de drenagem a vácuo. Método: Duzentos e Setenta e cinco pacientes foram submetidas à mastectomia e reconstrução mamária com retalho do músculo latíssimo do dorso (mais fixação dos retalhos cutâneos descolados do dorso com suturas de fixação) sem a utilização de drenagem na área fixada. Resultados: Não houve perda dos retalhos. Não houve formação de seroma no dorso. Houve três pacientes com deiscência cirúrgica no dorso, trinta e seis pacientes com necrose do retalho cutâneo da mastectomia e oito pacientes apresentaram seroma em região do hemi-tórax da mama reconstruída. Conclusão: Observou-se que a técnica de fixação dos retalhos descolados torna questionável a utilização de métodos de drenagem no dorso. Introduction: The incidence of seroma at donor site area (after using quilting suture) when the latissimus dorsi myocutaneous (LDM) flap is raised had decreased to low rates although combined suction drainage is still performed. Methods: Two hundred and Seventy-five patients with breast cancer diagnosis were submitted to latissimus dorsi myocutaneous flap breast reconstruction (and quilting sutures at LDM’s donor site area), without any drainage at donor site-area. Results: There were no flap losses. There was no seroma formation at donor site-area. There were three patients with donor site wound dehiscence, thirty-six patients with native skin flap losses and eight patients with seroma in breast reconstructed area. Conclusion: The suction drainage seems to be unnecessary when associated to quilting suture at donor site area of latissimus dorsi myocutaneous flap. DESCRITORES: Seroma, Retalhos Complicações pós-operatórias KEYWORDS: s, Surgical Flaps, Postoperative complications Cirúrgicos, 1. Residencia medica na UNIFESP, cirurgião plastico Instituto do Câncer do Ceará 2. Residencia medica na UFC, cirurgiã plastica Instituto do Câncer do Ceará Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 28 Há necessidade de drenagem após utilização de pontos de adesão na área doadora do retalho do músculo latíssimo do dorso? INTRODUÇÃO foram utilizados drenos nesta área. TÉCNICA CIRÚRGICA A reconstrução mamária com retalho do músculo latíssimo do dorso (RMLD) é amplamente utilizada como alternativa ao emprego do retalho do músculo reto do abdome (TRAM) na reconstrução mamária com tecidos autógenos após mastectomia radical. O RMRLD foi dissecado com auxílio de eletrocautério e após sua passagem por túnel subcutâneo axilar procedeu-se a confecção dos pontos de adesão dos retalhos descolados com fio de poliglactina 910, 2-0, em intervalos regulares, distando entre si 4 a 6 cm, tracionando-se os retalhos para o centro da ferida e incluindo seus bordos na sutura final. (figuras 1 e 2). O músculo latíssimo do dorso é também utilizado nas reparações de cirurgias conservadoras da mama quando não há suficiente tecido mamário para compor uma nova mama. A utilização da técnica de adesão dos retalhos descolados (TARD), inicialmente descritos por Baroudi et al (1996) e Titley et al (1997), mudou a incidência da formação de seroma como a principal complicação em cirurgias de grandes descolamentos de retalhos cutâneos. Um dreno de sucção foi introduzido na região mamária, com saída de sua extremidade pela linha axilar anterior e posicionado apenas na mama reconstruída e na região axilar. Foi retirado no 6º dia de pós-operatório, quando não havia dissecção linfonodal, e no 14º dia de pós-operatório quando houve necessidade de linfadenectomia axilar. Contudo, persiste ainda a utilização de dreno de sucção, mesmo quando há confecção de pontos de adesão nas áreas descoladas dos retalhos cutâneos de dorso3,4 apesar de mostrar-se desnecessário quando é utilizado em retalhos abdominais.1, 5, 6 Todas as pacientes, com exceção de 47 pacientes que complicaram, foram examinadas no 6º ao 114º dia de pós-operatório e após 30 dias de pós-operatório, sendo posteriormente encaminhadas para terapia adjuvante (quando necessário). OBJETIVO RESULTADOS O objetivo deste trabalho foi avaliar prospectivamente uma série de 275 pacientes mastectomizadas e submetidos à RMLD mais TARD sem a utilização de drenagem no dorso. Das 47 pacientes que complicaram, em 36 pacientes houve necrose de retalho cutâneo da mastectomia com necessidade de revisão cirúrgica na 4º semana de pósoperatório (figura 3) e em 8 pacientes houve presença de seroma na região hemi-tórax da mastectomia com resolução através de punções seriadas. (Figura 4). Em 03 pacientes houve deiscência da cicatriz cirúrgica no dorso, evoluindo com cicatrização por 2º intenção. MÉTODO De outubro de 2006 a janeiro de 2015, uma série de duzentos e setenta e cinco pacientes portadoras de carcinoma ductal de mama, em estádios clínicos iniciais da doença, candidatas a mastectomia (conservadora ou radical) e também candidatas a RMLD, foram incluídas neste protocolo de pesquisa prospectiva. Nas consultas seguintes de revisão pós-operatória procedeu-se a exame físico observando-se adequada fixação dos retalhos no dorso e ausência de liquido no subcutâneo pela palpação(exame clinico). Em algumas(poucas) pacientes houve dúvida na presença de líquido, sendo as pacientes encaminhadas para realização de exame ultra-sonográfico, que revelou apenas lâminas de liquido, não superiores a 10 cm3. A idade média foi de 51,9 anos (variando de 28 a 72 anos), o índice de massa corpórea (IMC) foi de 27,2 kg/ m2 (variando de 18,56 a 36,65 kg/m2). Cento e cinquenta pacientes foram submetidos à reconstrução tardia, As demais foram submetidas à reconstrução imediata de quadrantectomias (quinze pacientes), reconstrução de pele de parede torácica (doze pacientes) ou mastectomia com preservação de pele (noventa e oito pacientes), as quais houve necessidade de utilização de implantes de silicone para complementação da reconstrução mamária. DISCUSSÃO Seroma é uma complicação comum após dissecação extensa de retalhos cutâneos, surgindo após o 7º a 10º dia de pós-operatório, tendo sido relacionada a vários fatores como idade do paciente, obesidade, linfadenectomia axilar associada, uso de eletrocautério, uso de medicamentos anticoagulantes, hipertensão arterial, entre outros3,7 Entretanto a utilização de dreno Todos os pacientes foram submetidos à TARD na área doadora do retalho do latíssimo do dorso e não Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 29 Há necessidade de drenagem após utilização de pontos de adesão na área doadora do retalho do músculo latíssimo do dorso? CONCLUSÃO nos primeiros dias de pós-operatório não interfere com a presença de seroma, prevenindo apenas a formação de hematomas.6 Após o estudo prospectivo de 30 pacientes mastectomizadas e submetidas a RMLD mais TARD com a utilização de drenagem no dorso e região torácica anterior realizada pelos autores 8 houve a observação de que havia mínima saída de líquido pela extremidade do dreno posicionada no dorso além da inexistência da formação de seroma após sua retirada no 7º dia de pós-operatório. Nesta nova série de 275 pacientes mastectomizadas (e submetidas a RMLD mais TARD) não se procedeu a colocação de dreno na área do dorso, apenas na região torácica anterior (mama reconstruída mais axila) sendo o mesmo retirado no 6º dia de pós-operatório, quando não havia dissecção linfonodal e no 14º dia de pósoperatório quando havia linfadenectomia axilar. Houve ausência de sintomatologia dolorosa e/ou de presença de líquido no dorso à movimentação (presentes antes da adoção das suturas de adesão no dorso). O exame físico ainda é o principal e mais acessível método de avaliação da presença de seroma em retalhos cutâneos descolados no dorso (área doadora do retalho do latíssimo do dorso). 8 Houve necessidade de avaliação ultrasonográfica em nove pacientes quando o exame físico foi inconclusivo para a presença de liquido no subcutâneo. A avaliação ultrasonográfica revelou a existência de lâminas de liquido nunca superiores a 10 cm3 neste grupo de nove pacientes, não havendo indicação de punção percutânea na região. A adequada fixação dos retalhos descolados à parede torácica posterior (obtida pelos pontos de adesão) era visível desde os primeiros dias de pós-operatório e mantinha-se indefinidamente. (Figura 5 e 6). Houve tres casos de deiscência cirúrgica na cicatriz de dorso atribuído a uma maior necessidade de pele do retalho miocutâneo para cobertura de plastrão de mastectomia irradiado, sendo a ferida tratada conservadoramente (cicatrização por 2º intenção). Os casos de necrose do retalho cutâneo da mastectomia foram atribuídos à fina espessura dos retalhos cutâneos dissecados (pelo mastologista) quando da mastectomia sendo dependentes da maior habilidade do cirurgião em dissecar a glândula mamária sem lesar o subcutâneo suprajacente. Houve oito casos de seroma em região para-esternal ipsilateral à mama reconstruida, por nós atribuidos à falha técnica no posicionamento do dreno de sucção, sendo tratados com punções periódicas.. Fig. 1 – Decúbito Lateral Direito. Inicio dos pontos de adesão. Fig. 2 - Decúbito Lateral Direito. Conclusão dos pontos de adesão.Fig. 3 – Paciente no 7º dia de pósoperatório evoluindo com necrose cutânea do retalho da mastectomia.Fig. 4 - Paciente no 8º dia de pós-operatório evoluindo com seroma em região para-esternal direita. Fig. 5 e 6 – Adequada fixação dos retalhos com pontos de adesão e sem utilização de dreno no dorso. Concluímos que a utilização de suturas de adesão em retalhos cutâneos descolados na área doadora do retalho do latíssimo do dorso torna questionável a utilização de métodos de drenagem adicionais. Figura 1 Figura 2 Figura 3 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 30 Há necessidade de drenagem após utilização de pontos de adesão na área doadora do retalho do músculo latíssimo do dorso? REFERÊNCIAS Figura 4 1. Baroudi R., Ferreira C.A.A. Contouring the hip and the abdomen. Clinics in Plastic Surgery. 1996; October, v. 23, nº 4. 2. Titley OG, Spyrou G.E, Fatah M.F.T. Preventing seroma in the latissimus dorsi flap donor site. Br. J. Surg. 1997; 50: 106-8. 3. Pogson CJ, Adwani A, Ebbs SR. Seroma following breast cancer surgery. Eur. J. Surg. Oncol. 2003; Nov., 29(9): 711-7. 4. Rios JL, Pollock T, Adams WP. Progressive tension sutures to prevent seroma formation after Latissimus Dorsi harvest. Plast. Reconstr. Surg. 2003; 112: 1779. 5. Pollock H, Pollock T. Progressive tension sutures: a technique to reduce local complications in abdominoplasty. Plast. Reconstr. Surg. 2000; 105: 2583. Figura 5 6. Nahas FX, Ferreira LM, Ghelfond C. Does quilting suture prevent seroma in abdominoplasty?. Plast. Reconstr. Surg. 2007; 119(3): 1060-4. 7. Spear SL, Boehmler JH, Taylor NS, Prada C. The role of the latissimus dorsi flap in reconstruction of the irradiated breast. Plast. Reconstr.Surg.2007; 119(1): 1-8. 8. Bezerra FJF, De Moura RMG. Utilização da “Técnica de Baroudi-Ferreira” no fechamento da área doadora do retalho do músculo latíssimo do dorso. Rev.Soc. Bras. Cir. Plástica. 2007; vol. 22(2): 103-6. Figura 6 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 31 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Paralisia Facial Idiopátia pós operatória Imediata de Ritidoplastia: Descrição de caso, diagnóstico e tratamento. Facial rhytidectomy with Immediate postoperative idiopathic paralysis: case description, diagnosis and treatment. Léo Doncatto1, Magda Furlanetto2, Diogo Benini3 RESUMO ABSTRACT Trata-se do relato de um caso peculiar de uma paciente submetida á ritidoplastia com plicatura do smas e que teve uma evolução favorável, sem complicações, especialmente do tipo paresia ou paralisia facial. No décimo segundo dia de pós operatório teve um quadro de paralisia facial de toda a hemiface esquerda. Após avaliação neurológica e otorrinolaringológica, com a realização de exames de eletroneuromiografia e ressonância magnética dos trajetos do nervo facial desde a sua origem até a sua porção muscular. O seu diagnóstico estabelecido foi de paralisia de Bell. Foi instituído tratamento imediato com corticoide, antiviral, anti-inflamatórios, fisisoterapia e acumpuntura. Paciente teve recuperação favorável, com o retorno da mímica facial progressiva e quase plena, até o momento. Deve-se destacar a dramaticidade de um quadro destes, a dificuldade de estabelecer o diagnóstico e a ansiedade e angústia de não se saber se o quadro se restabelecerá e comprovar que não foi uma complicação cirúrgica. This is the story of an unusual case of a patient submitted will facelift with SMAS plication and had a good recovery, without complications, especially the type paresis or facial paralysis. In the twelfth postoperative day had a facial paralysis of the entire left facial. After neurological and otorhinolaringology evaluation, with the completion of eletroneuromiografia scans and magnetic resonance imaging of the facial nerve paths from its origin to its muscular portion. Your diagnosis was Bell’s palsy. Immediate treatment was instituted with corticosteroids, antiviral, anti-inflammatory, and fisisoterapia acumpuntura. Patient had a favorable recovery, with the return of progressive and almost full facial movements, yet. It should be emphasized the drama of a framework of these, the difficulty in establishing the diagnosis and anxiety and anguish of not knowing whether the frame will reset and having to prove that it was not a surgical complication. DESCRITORES: Ritidoplastia, Paralisia Facial, Paralisia de BelI KEYWORDS: Rhitidoplasty, Facial paralysis, Bell palsy 1. Doutorado, Cirurgião Plástico, Professor e Coordenador do Curso de Medicina da Universidade Luterana do Brasil. 2.Mestrado, Fisioterapeuta, Professora de Morfologia do Curso de Medicina da Universidade Luterana do Brasil. 3. Acadêmico, Acadêmico de Medicina da Universidade Luterana do Brasil. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 32 Paralisia Facial Idiopátia pós operatória Imediata de Ritidoplastia: Descrição de caso, diagnóstico e tratamento. INTRODUÇÃO RESULTADOS A ritidoplastia com plicatura do sistema músculo aponeurótico facial (smas) é uma técnica para o rejuvenescimento facial, sendo mais agressiva e efetiva do que a ritidoplastia cutânea. Esta abordagem, mais complexa, trata não somente a flacidez de pele, quanto as estruturas profundas musculares da face. O sistema músculo aponeurótico superficial da face (smas) foi muito bem descrito por Mitz e Peyronie em 1976. Skoog em 1.974 e Owsley em 1.977 fizeram as primeiras publicações mostrando os benefícios do tratamento do smas em ritidoplastia1,2,3. A Paralisia de Bell ou Paralisia Facial é a perda de movimento dos músculos inervados pelo sétimo par de nervo craniano, o nervo facial, de causa idiopática sem causa conhecida, podendo variar desde choques térmicos e elétricos até causas virais. É de ocorrência unilateral de início súbito, deixa os pacientes extremamente angustiados e preocupados com a evolução do quadro e com sua causa. Pode ser precedida por dor na região do pavilhão auricular ou por situação de estresse, ansiedade e, posteriormente, por depressão e angústia. Pode afetar a salivação, o paladar e o lacrimejamento, dependendo do topografia do acometimento do nervo facial. A paralisia facial periférica (PFP) foi descrita por Sir Charles Bell (17741842) em 1821. Inicialmente, todos os quadros de paralisia do nervo facial passaram a ser chamados de Paralisia de Bell (PB) 4,5,6. Entretanto, com a descoberta de causas da doença, apenas os quadros idiopáticos mantiveram esta denominação. Em pesquisas sobre a PFP, a PB é a forma clínica mais comum1-3. Sua incidência foi estimada em 20 a 30 casos em cada 100.000 pessoas4-6. Embora seja o tipo mais frequente de PFP, a causa da PB ainda é objeto de inúmeras teorias e questionamentos7. Esta é uma das complicações que poderiam ser atribuídas à cirurgia realizada, além de outras tais como hematomas e seromas, assimetrias, necrose de pele. OBJETIVO Relatar um caso raro, de uma paciente submetida à ritidoplastia com plicatura do smas e que mesmo sem apresentar qualquer complicação imediata, em cerca de duas semanas do pós-operatório, apresentou paralisia hemifacial completa, sem causa aparente. DISCUSSÃO No entanto, estas complicações seriam percebidas de imediato ao acordar da paciente ou teriam hematomas ou seromas associados. Dadas as características do caso, e não se encontrando citações anteriores, suspeitou-se de uma caso raro de paralisia de Bell associada à rititdoplastia com plicatura do smas. As suposições foram compartilhadas e confirmadas por neurologistas e otorrinolaringologias, após a realização de eletroneuromiografia e ressonância MÉTODO Relato de Caso: JB, 50 anos, sexo feminino, hígida, submetida à ritidoplastia com plicatura do smas e que não apresentou qualquer complicação. No décimo segundo dia de pós-operatório apresentou dificuldades de fechar o olho esquerdo, de mastigar ou falar com precisão, dormência na hemiface esquerda, dor no ouvido esquerdo e repuxamento da boca para o lado direito. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 33 Paralisia Facial Idiopátia pós operatória Imediata de Ritidoplastia: Descrição de caso, diagnóstico e tratamento. magnética. Foi instituído tratamento imediato com corticoides, antivirais, anti-inflamatórios e complexos vitamínicos B, além de acumpuntura, fisioterapia e massoterapia. A paciente fez revisões semanais, isso trouxe-lhe confiança na relação com o cirurgião e sua equipe, teve evolução favorável da paralisia, com a recuperação progressiva e quase total da inervação e dos movimentos da hemiface afetada. CONCLUSÃO A ritidoplastia com plicatura do smas é uma técnica segura, embora não isenta de complicações. A associação com a paralisia hemifacial de Bell não deve ser descartada quando tal complicação ocorre num período pós operatório mediato. É fundamental instituir tratamento imediato e envolver outras especialidades e áreas na investigação e tratamento, para o bem estar da paciente e recuperação mais breve do quadro. REFERÊNCIAS 1. Cardoso de Castro, C. Smass/Platisma. In Cláudio Cardoso de Castro, Cirurgia de Rejuvenescimento Facial, Rio de Janeiro, ed. Medsi, 1998, 153-91. 2. Noone RB. Suture suspension malarplasty with SMAS plication and modified SMASectomy: a simplified approach to midface lifting. Plast Reconstr Surg. 2006, Mar;117(3):792-803 3. Letizio, NA, Anger, J, Baroudi R. Ritidoplastias: smasplastia cervicofacial mediante sutura de vetores. Rev Bras Cir Plást. 2012;27(2):266-71. 4. Montedonio J, Queiros Filho W, Pousa CET, Paixão MP, Almeida AEF. Fundamentos da ritidoplastia. Surg Cosmet Dermatol. 2010;2(4):305-14. 5. Santos, MAO, Caiaffa Filho, H, Vianna, MF e colaboradores. Varicella zoster virus in bell’s palsy: a prospective study . Braz J Otorhinolaryngol. 2010;76(3):370-3. 6.PatrocÌnio, JÁ, PatrocÌnio, LG, Fogaça, AS. Complicações de ritidoplastia em um serviço de residêcia médica em otorrinolaringologia. Rev Bras Otorrinolaringol. 2002, maio/jun. v68, n.3, 338-42. 7.Liriano, RYG, Magalhães, SB, Flávia Barros e colaboradores. Relação da presença de hiperacusia em pacientes com paralisia facial periférica de Bell . Rev Bras Otorrinolaringol. 2004, nov./dez, v.70, n.6, 776-9. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 34 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Estudo clínico preliminar da utilização do conceito dos Propeller flaps em cirurgia reparadora complexa Preliminary clinical study about Propeller flaps concept application in complex reconstructive surgery Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior1, Daniel Pinheiro Machado da Silveira1, Barbara D’Avila Goldoni1, Pedro Bins Ely2, Ronaldo Scholze Webster3 RESUMO ABSTRACT Introdução: O conceito de propeller flap designa um retalho ilhado fasciocutâneo com duas porções desiguais cujo ponto pivô é o pedículo formado por vasos perfurantes dissecados, podendo o retalho ser rotado em qualquer angulação até 180°. Método: Foram relatados 3 casos de cirurgia reparadora complexa em que foram realizados propeller flaps, e realizada revisão na literatura sobre os conceitos de propeller flaps. Resultados: Os conceitos de propellers flaps foram aplicados com sucesso em 2 casos de reconstrução do membro inferior e 1 caso de reconstrução da região lombar baixa. Conclusões: Os propeller flaps permitem a cobertura de ferimentos complexos de partes moles em um único tempo cirúrgico, acarretando baixa morbidade e resultados com adequada qualidade estética e funcional. Introduction: The propeller flap concept means an islanded fasciocutaneous flap with two unequal portions whose axle point is the pedicle consisting of dissected perforating vessels. This flap may be rotated at any angle up to 180 °. Method: Three case study reports about complex reconstructive surgery in which propeller flaps were performed, in addition to propeller flaps concept literature review. Results: The concepts of propellers flaps were successfully applied to two cases of lower limb reconstruction and to 1 case of lower back reconstruction. Conclusions: The propeller flaps allow coverage of complex soft tissue injuries in a single surgical procedure, resulting in low morbidity and results with adequate aesthetic and functional quality. DESCRITORES: Propeller flaps , cirurgia reparadora complexa , retalhos KEYWORDS: Propeller flaps , complex reconstructive surgery , retail 1.Médico residente, Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 2. Professor adjunto e chefe do Serviço, Professor adjunto do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre 3.Professor adjunto, Professor adjunto do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 35 Estudo clínico preliminar da utilização do conceito dos Propeller flaps em cirurgia reparadora complexa INTRODUÇÃO Katsaros em 1982 descreveu pela primeira vez o conceito de propeller flap ao realizar um retalho ilhado do músculo tensor fascia lata baseado em seu pedículo vascular que foi rotado em 180 ° para cobrir um defeito na parede torácica. Em 1991 Hyakusoku et al. [1] publicou o caso de um retalho baseado em um pedículo central subcutâneo, com forma semelhante a uma hélice que foi rotado em 90°. Posteriormente em 2006, Hallock [2] relatou um retalho fasciocutâneo baseado em vasos perfurantes dissecados e rotado 180 °. O conceito de propeller flap designa um retalho ilhado fasciocutâneo com duas porções desiguais cujo ponto pivô é o pedículo formado por vasos perfurantes dissecados, podendo o retalho ser rotado em qualquer angulação até 180 ° [3]. OBJETIVO Demonstrar a aplicabilidade clínica do conceito propeller flaps para casos de reconstruções complexas. MÉTODO Foram relatados 3 casos de cirurgia reparadora complexa em que foram realizados propeller flaps. Realizou-se revisão do prontuário dos pacientes, bem como de registros fotográficos. Foi feita uma revisão da literatura utilizando-se a base de dados do PubMed, utilizando-se dos termos “propeller flap”, “review propeller flap”. RESULTADOS Caso 1 Paciente masculino, 45 anos, com área cruenta em calcâneo esquerdo e exposição do tendão calcâneo. Foi confeccionado um propeller flap tendo por base vasos perfurantes dos vasos fibulares. O retalho proporcionou cobertura total do tendão calcâneo, tendo o paciente apresentado boa evolução pós-operatória. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 36 Estudo clínico preliminar da utilização do conceito dos Propeller flaps em cirurgia reparadora complexa Caso 2 Caso 3 Paciente feminina, 62 anos, com histiocitoma fibroso maligno, em membro inferior esquerdo. Foi realizada exérese da lesão que resultou em um grande defeito na porção lateral do membro inferior esquerdo. Neste caso optou-se pela confecção de um retalho baseado em perfurantes dos vasos fibulares, que proporcionou bom resultado estético e funcional. Paciente masculino com 1 mês de idade, apresentando meningomielocele, com falha terapêutica na tentativa de reparo com fechamento direto, por provável excesso de tensão. Foi confeccionado um retalho tendo por base vasos perfurantes dos vasos intercostais laterais posteriores. O paciente teve uma satisfatória evolução devido a cobertura livre de tensão proporcionada pelo propeller flap. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 37 Estudo clínico preliminar da utilização do conceito dos Propeller flaps em cirurgia reparadora complexa DISCUSSÃO e superficial. A insuficiência arterial verdadeira é uma complicação mais rara. Quando houver um espasmo arterial duradouro o retalho pode ser realocado em sua posição original e rotado posteriormente quando houver reestabelecimento do fluxo sanguíneo. [6] Discussão Os retalhos confeccionados com os conceitos de propeller flaps representam uma excelente alternativa para reconstrução de ferimentos complexos de partes moles. A nutrição fornecida por vasos perfurantes como os propeller flaps, tem por base o conceito dos “territórios de angiossomos”, que postula que uma artéria perfurante é capaz de nutrir um território anatômico delimitado (angiossoma) bem como uma porção correspondente de até 50% do angiossoma adjacente[4]. Tal fundamento embasa o planejamento e confecção de retalhos de estilo livre (free-style flaps), pois proporciona uma ampla gama de possibilidades de perfurantes e seus respectivos territórios anatômicos. CONCLUSÃO Os propeller flaps podem ter grande diversidade de formas e de sítios doadores, suas indicações podem ser extendidas para cobertura de defeitos variados de membros superiores, inferiores, regiões sacra, isquiática, região torácica anterior e posterior. A liberdade de desenho do retalho e a possibilidade de rotação em torno de um ponto pivô constituído pela esqueletização dos vasos perfurantes nutridores fornece um fechamento sem tensão. Dessa forma os propeller flaps permitem a cobertura de ferimentos complexos de partes moles em um único tempo cirúrgico, acarretando baixa morbidade e resultados com adequada qualidade estética e funcional. Os propeller flaps tem grande aplicabilidade para defeitos dos membros inferiores, principalmente dos 1/3 distais, em feridas com exposição do tendão calcâneo ou da tíbia. Esses defeitos constituem um grande desafio de cobertura, sendo que enxertos podem gerar resultados ruins tanto funcionalmente quanto estéticos. [5] REFERÊNCIAS Os casos 1 e 2 exemplificam situações de reconstruções complexas dos membros inferiores em que o conceito de propeller flaps foi aplicado com bons resultados. No caso 1, o retalho confeccionado teve por base vasos perfurantes provenientes dos vasos fibulares, com uma adequada cobertura ao tendão calcâneo exposto. Para o fechamento do defeito secundário criado após a rotação do retalho foi necessário um enxerto de pele parcial. No caso 2 o defeito criado após exérese do tumor na porção lateral da perna esquerda foi adequadamente coberto pelo retalho, sendo o defeito secundário fechado primariamente, sem a necessidade de enxertia. 1.Murakami M, Hyakusoku H, Ogawa R. “The Multilobed Propeller Flap Method.” Journal of Plastic & Reconstructive Surgery. 116:2. 2. G. G. Hallock, “The propeller flap version of the adductor muscle perforator flap for coverage of ischial or trochanteric pressure sores,” Annals of Plastic Surgery, vol. 56, no. 5, pp. 540– 542, 2006. 3. Teo TC. “The Propeller Flap Concept”. Clinics in Plastic Surgery, 37 (2010) 615–626. 4. Callegari PR, Taylor GI, Caddy CM, et al. “An anatomic review of the delay phenomenon: I. Experimental studies”. Plastic and Reconstructive Surgery, 1992;89(3): 397–407 [discussion: 417–8]. O caso 3 apresenta um paciente com meningomielocele e um defeito na região lombar baixa, em que foi confeccionado um retalho baseado em perfurantes dos vasos intercostais laterais posteriores, que obteve uma cobertura adequada, sem tensão e consequente cicatrização adequada. 5.Pignatti M, D’Arpa S, Cubison TCS, “Novel fasciocutaneous flaps for the reconstruction of complicated lower extremity wounds,” Techniques in Orthopaedics, vol. 24, no. 2, pp. 88–95, 2009. 6. D’Arpa S, Toia F, Pirrello R, Moschella F, Cordova A. “Propeller Flaps: A Review of Indications, Technique, and Results” BioMed Research International Volume 2014, Article ID 986829, 7 pages. Os casos descritos evoluíram adequadamente, sem complicações precoces ou tardias. Dentre as potenciais complicações relatadas na literatura a congestão venosa é a mais frequente, podendo sem temporária quando a circulação se reestabeleceu após determinado período, ou permanente, condição que deve ser prontamente reconhecida e tratada para não evoluir para necrose do retalho. Relata-se uma taxa de necrose em até 5% dos casos, que geralmente é parcial Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 38 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Tratamento de queloides em região auricular com ressecção, corticoteria e betaterapia: série de casos. Auricular region keloid treatment with resection, corticoteria and betatherapy: a case series. Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior1, Mariana Zancanaro1, Geraldo Cesar Castro Althoff1, Michel Pavelecini2, Pedro Bins Ely3 RESUMO ABSTRACT Resumo: Introdução: Queloides originam-se por alterações no processo cicatricial em que há uma proliferação aumentada de fibroblastos e da produção de colágeno. Dentre as formas de tratamento encontramse excisão, injeção intralesional de corticosteróides, radioterapia, entre outros. Métodos: Foram revisados os registros em prontuários e registros fotográficos de 11 casos de pacientes submetidos ao tratamento combinado de ressecção, corticoteria e betaterapia. Resultados: Foram incluídos no estudo 11 pacientes com diagnóstico prévio de queloides na região auricular, já submetidos a tratamento prévio com exérese. não sendo verificada recidiva das lesões em nenhum caso após realização da betaterapia. Conclusões: Na análise de 11 casos de quelóides recidivados de orelhas, tratados com excisão, infiltração intralesional com corticosteróide e 10 sessões de betaterapia, com seguimentos variando de 2 a 36 meses, não observamos nenhuma nova recidiva. Introduction: Keloids originate by changes in the scar tissue healing process in which there is an increased fibroblast proliferation and collagen production. Among treatment options there are excision, intralesional injection of corticosteroids, radiation therapy and others. Methods: Review of 11 medical and photographic records of patients who underwent combined treatment of resection, and corticoteria betatherapy. Results: Eleven patients with a previous diagnosis of auricular keloids, already submitted to previous treatment with excision were analyzed at this study. As outcome no lesion recurrence after completion of betatherapy were found in any of the cases. Conclusions: Analyzing the 11 cases of recurrent ear keloids treated with excision, intralesional corticosteroid infiltration and 10 betatherapy sessions, with a 2 to 36 months followup range, no further recurrences were observed. KEYWORDS: keloikeloid , keloid treatment , betatherapy DESCRITORES: queloide, tratamento de queloide, betaterapia 1.Médico residente, Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 2.Médico Instrutor, Médico Instrutor do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre 3. Professor adjunto e chefe do Serviço, Professor adjunto do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 39 Tratamento de queloides em região auricular com ressecção, corticoteria e betaterapia: série de casos. INTRODUÇÃO O período de seguimento variou de 2 a 36 meses, sendo que em 8 orelhas tivemos período de observação acima de 6 meses, não sendo verificada recidiva das lesões em nenhum caso. Queloides são tumores benignos originados por alterações no processo cicatricial em que há uma proliferação aumentada de fibroblastos e da produção de colágeno. Tais eventos parecem ser mediados por uma super expressão de fatores de crescimento, como o fator de crescimento beta (TGF-beta), fator de crescimento vascular endotelial (VEGF), e fator de crescimento do tecido conjuntivo (CTGF). [1-3]. Indivíduos com ascendência africana e asiática são mais suscetíveis ao desenvolvimento de quelóides [4], essas lesões são 15 vezes mais frequentes em indivíduos negros em relação à caucasianos, com maior incidência durante a puberdade. As lesões podem ser assintomáticas, mas freqüentemente causam sintomas. Em um estudo conduzido por Lee et al, 46% dos pacientes referem dor e 86% prurido. A- Paciente pré tratamento tratamento combinado OBJETIVO B- Pacientes após Relatar uma série de casos de pacientes com queloides em região auricular submetidos ao tratamento combinado de com ressecção, corticoterapia e betaterapia. MÉTODO Materiais e métodos: Foram revisados os registros em prontuários e registros fotográficos de 11 casos de pacientes submetidos ao tratamento combinado de ressecção, corticoterapia e betaterapia. Realizou-se uma revisão na literatura através da base de dados PubMed utilizandose os termos “keloids”, “keloids treatment”, “review keloids treatment”, “keloid radiotherapy”. Resultado da série de casos e seguimento DISCUSSÃO A associação de terapias no tratamento de lesões queloideanas parece ser mais efetiva do que terapias isoladas conforme dados da literatura. Estudos mostram que injeções intralesionais isoladas podem ter resposta em até 70% dos casos, porém com taxas de recorrência de até 50% num período de 5 anos [5]. RESULTADOS Foram incluídos no estudo 11 pacientes com diagnóstico prévio de queloides na região auricular, já submetidos a tratamento prévio com exérese (com ou sem corticoterapia, mas sem betaterpia), com recidiva das lesões. Todos os pacientes foram submetidos ao tratamento combinado de exérese, infiltração intralesional com triancinolona 20mg/ml e 10 sessões de betaterapia. Da mesma forma a excisão isolada possui taxas de recorrência de 50-100%. Porém quando aliada à terapêutica com injeções de triancinolona no préoperatório, intra-operatório ou pós-operatório essas taxas são inferiores à 50% [6]. A betaterapia procedeu-se com acelerador linear de elétrons, com energia de 4 MeV, na dose de 24 Gy, no período de 2 semanas, através de campo direto no leito operatório, com doses diárias, iniciada a primeira em até 24 horas pós excisão. O tratamento radioterápico aplicado após excisão cirúrgica demonstra taxas de resposta de 70-90% em alguns estudos. Características que podem predizer pior resposta são lesões localizadas no tórax, de Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 40 Tratamento de queloides em região auricular com ressecção, corticoteria e betaterapia: série de casos. grandes proporções e provenientes de queimaduras [7 ]. Estudo realizado em 2003, The German Patterns of Care Study, relatou uma recorrência de apenas 11.4% em 880 casos de pacientes submetidos à radioterapia após excisão cirúrgica. Assim a associação de radioterapia no pós-operatório pode ser considerada efetiva e segura sendo baixo o índice de complicações relatadas. O potencial risco de carcinogenese é muito baixo quando o tratamento é feito com baixas doses de radiação e sob condições adequadas como proteção dos tecidos adjacentes (glândula tireoide, mamas). [8] 6. Berman B, Bieley HC. Adjunct therapies to surgical management of keloids. Dermatol Surg 1996; 22:126. 7. Viani GA, Stefano EJ, Afonso SL, De Fendi LI. Postoperative strontium-90 brachytherapy in the prevention of keloids: results and prognostic factors. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2009; 73:1510. 8.Flickinger JC. A radiobiological analysis of multicenter data for postoperative Keloid radiotherapy. Int. J. Radiation Oncology Biol. Phys., Vol. 79, No. 4, pp. 1164–1170, 2011 A radioterapia após a excisão do queloide pode inibir uma porção significativa de fibroblastos de proliferação rápida, reduzindo a possibilidade de uma cicatrização anômala e recidiva da lesão queloideana. Quando realizada de forma precoce e sob condições controladas, como nos casos do presente estudo, pode ser considerada uma forma eficaz e segura de complementação terapêutica na tentativa de redução de recidivas. CONCLUSÃO Na análise de 11 casos de quelóides recidivados de orelhas, tratados com excisão, infiltração intralesional com corticosteróide e 10 sessões de betaterapia, com seguimentos variando de 2 a 36 meses, não observamos nenhuma nova recidiva. REFERÊNCIAS 1. Nemeth AJ. Keloids and hypertrophic scars. J Dermatol Surg Oncol 1993; 19:738. Teofoli P, Barduagni S, Ribuffo M, et al. Expression of Bcl-2, p53, c-jun and c-fos protooncogenes in keloids and hypertrophic scars. J Dermatol Sci 1999; 22:31. 2. Nakaoka H, Miyauchi S, Miki Y. Proliferating activity of dermal fibroblasts in keloids and hypertrophic scars. Acta Derm Venereol 1995; 75:102. 3. Fujiwara M, Muragaki Y, Ooshima A. Keloid-derived fibroblasts show increased secretion of factors involved in collagen turnover and depend on matrix metalloproteinase for migration. Br J Dermatol 2005; 153:295. 4.Chike-Obi CJ, Cole PD, Brissett AE. Keloids: pathogenesis, clinical features, and management. Semin Plast Surg 2009; 23:178. 5. Shaffer JJ, Taylor SC, Cook-Bolden F. Keloidal scars: a review with a critical look at therapeutic options. J Am Acad Dermatol 2002; 46:S63. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 41 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Retalho Bilobado Musculocutâneo Nasal para Reparo de Defeito na Ponta do Nariz: Resultados Estéticos e Satisfação dos Pacientes Nasal Myocutaneos Bilobate flap for the repair of nasal tip defects: Aesthetics results and Patients Satisfation Geraldo Cesar Castro Althoff1, Angelo Syrillo Pretto Neto2, Barbara D’Avila Goldoni3, Daniel Pinheiro Machado da Silveira4, Pedro Bins Ely5 RESUMO ABSTRACT Introdução: A ponta nasal é um região anatômica de frequente acometimento por tumores cutâneos malignos sendo o retalho bilobado musculocutâneo nasal uma alternativa de tratamento. Método: Análise retrospectiva de 8 casos não-seriados, submetidos a reconstrução de ponta nasal com retalho bilobado musculocutâneo nasal no ano de 2012. Resultados: O resultado estético final realizado por dois avaliadores cirurgiões plásticos foi semelhante. Quatro pacientes julgaram que obtiveram um resultado excelente; três pacientes julgaram seu resultado estético como muito bom; e um pacienteu afirmou que seu resultado estético foi bom. Conclusão: O retalho bilobado musculocutâneo nasal é uma alternativa técnica factível para determinados defeitos da ponta nasal Introduction : The nasal tip is an anatomical region of frequent involvement by malignant skin tumors and the bilobed flap nasal myocutaneous an alternative treatment. Method : Retrospective analysis of 8 non- series cases undergoing nasal tip reconstruction with bilobed flap nasal musculocutaneous in 2012. Results: The final aesthetic result performed by two evaluators plastic surgeons was similar . Four patients judged which achieved excellent results ; three patients judged their cosmetic result as very good ; and patients said his aesthetic result was good. Conclusion: The bilobed flap nasal myocutaneous is a feasible alternative for certain defects of the nasal tip. DESCRITORES: Nariz, Satisfação do paciente Retalho KEYWORDS: Nose, Myocutaneous Flap, Patient Satisfaction Musculocutâneo, 1.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia, Médico Residente 2. Instrutor do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Recons, Instrutor do Serviço 3.Médica Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia, Médica Residente 4.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia, Médico Residente 5.Professor adjunto do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia, Professor Adjunto e Chefe do Serviço Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 42 Retalho Bilobado Musculocutâneo Nasal para Reparo de Defeito na Ponta do Nariz: Resultados Estéticos e Satisfação dos Pacientes INTRODUÇÃO idade dos pacientes foi de 64 anos, variando de 59 a 71 anos de idade. A ponta nasal é um região anatômica de frequente acometimento por tumores cutâneos malignos, cujo tratamento pode representar um desafio terapêutico. Existem diversos tipos de reconstrução descritas, sendo o retalho bilobado musculocutâneo nasal uma alternativa de tratamento. Todos os pacientes apresentavam diagnóstico prévio de carcinoma basocelular em ponta nasal confirmado por biópsia incisional prévia. Os defeitos obtidos após a ressecção com margens dos tumores variaram de 0,9 a 1,5 cm, e com tamanho médio de 1,1 cm de diâmetro (Tabela 1). O desenho original do retalho bilobado é atribuído a Esser, que descreveu seu uso em 1918 para reconstrução de defeito na ponta nasal.1 Zimany e colaboradores expandiram seu uso para reconstrução de outras zonas anatômicas.2 Em nenhum dos casos ocorreram complicações pós-operatórias como infecção, deiscência de sutura, necrose cutânea ou cicatrização anômala. Todos os pacientes obtiveram margens tumorais livres na análise anatomopatológica pós-operatória. Nas reconstruções da ponta nasal, este retalho é usado idealmente para cobertura de defeitos de até 1,5cm de maior diâmetro, localizados na zona central ou lateral da ponta nasal e sem extensão para a asa nasal. 3 O resultado estético final realizado pelos dois avaliadores foi semelhante. Quatro pacientes julgaram que obtiveram um resultado excelente; três pacientes julgaram seu resultado estético como muito bom; e um pacienteu afirmou que seu resultado estético foi bom. A Tabela 2 resume as notas dos dois avaliadores e a autoavaliação dos pacientes. A Figura 1 demonstra as fotos de pré-operatório e 6º mês de pós-operatório da paciente 7. OBJETIVO Avaliar o resultado estético e a satisfação dos pacientes aos 6 meses de pós-operatório da reconstrução da ponta do nariz utilizando o retalho bilobado musculocutâneo nasal. MÉTODO Análise retrospectiva de 8 casos não-seriados, submetidos a reconstrução de ponta nasal com retalho bilobado musculocutâneo nasal no ano de 2012. Todos os pacientes foram submetidos à ressecção de tumores cutâneos malignos na ponta nasal cujo defeito resultante não ultrapassou 1,5cm. No 6º mês de pós-operatório foram avaliados o resultado estético e o grau de satisfação dos pacientes. DISCUSSÃO O retalho bilobado musculocutâneo é uma alternativa técnica factível para correções de defeitos da ponta nasal, principalmente aqueles secundários da ressecção de tumores cutâneos malignos. Para a avaliação do resultado estético, foram selecionados 2 cirurgiões plásticos não participantes dos procedimentos que avaliaram fotografias padronizadas dos pacientes obtidas no 6º mês de pósoperatório. Utilizou-se uma escala analógica de 1 a 10, sendo 1 a pior nota e 10 a melhor nota. O retalho se comporta como um retalho de rotação modificado, com a vantagem de uma menor restrição de movimento presente nos retalhos de rotação puros.3 O grau de satisfação dos pacientes foi avaliado através de questionário preenchido pelos mesmos no 6º mês de pós-operatório e variava entre ruim, razoável, bom, muito bom e excelente. Tem sua melhor utilização nas reconstruções do terço caudal do nariz, onde outros tipos de retalhos nasais cutâneos é dificultosa. Numa revisão de 400 reconstruções nasais, este tipo de retalho foi o mais comumente usado.4 RESULTADOS A principal desvantagem do retalho bilobado musculocutâneo nasal é que a maioria das incisões necessárias para a sua criação produzem cicatrizes que não são paralelas às linhas de relaxamento cutâneo. Um total de 8 pacientes foram submetidos ao procedimento nos ano de 2012. Três pacientes eram do sexo masculino e cinco do sexo feminino. A média de Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 43 Retalho Bilobado Musculocutâneo Nasal para Reparo de Defeito na Ponta do Nariz: Resultados Estéticos e Satisfação dos Pacientes CONCLUSÃO O retalho bilobado musculocutâneo nasal é uma alternativa técnica factível para determinados defeitos da ponta nasal com resultados satisfatórios tanto por parte dos cirurgiões quanto dos próprios pacientes. REFERÊNCIAS 1.Esser JFS. Gestielte lokale nasenplastik mit zweizipfligen lappen: deckung des sekunderen defectes vom ersten zipfel durch den zweiten. Dtsch Z Chir. 1918;143:385-90. 2. Zimany A. The bilobed flap. Plast Reconstr Surg. 1953;11(6):424-34. 3. Baker SR. Local Flaps in Facial Reconstruction, Second Edition. 2007. 4. Zitelli JA: The bilobado flap for nasal reconstruction. Arch Dermatol 125:957, 1989. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 44 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Blefaroplastia Inferior com Reposicionamento de Bolsas Gordurosas com Fixação Periostal: Série de Casos Lower blepharoplasty with Repositioning Bags Greasy with periosteal fixation : Case Series Geraldo Cesar Castro Althoff1, Angelo Syrillo Pretto Neto2, Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior3, Mariana Zancanaro4, Pedro Bins Ely5 RESUMO ABSTRACT Introdução: A blefaroplastia está entre os cinco procedimentos cirúrgicos estéticos mais realizados no Brasil, sendo reconhecida como um dos procedimentos mais difíceis de aprender e dominar em cirurgia estética. Método: Relato de 12 casos de pacientes submetidos a blefaroplastia inferior com reposicionamento de bolsas gordurosas com fixação periostal. Resultados: Todos os pacientes obtiveram uma melhora na região órbitomalar com concavidade sobre o septo orbital com uma suave transição para a convexidade da face. Conclusão: A blefaroplastia inferior associada ao reposicionamento de bolsas de gordura com fixação periostal mostrouse uma alternativa satisfatória para suavização da transição órbitomalar. Introduction : Blepharoplasty is among the five most performed cosmetic surgery in Brazil and is recognized as one of the most difficult procedures to learn and master in cosmetic surgery. Method : Report of 12 cases of patients undergoing lower blepharoplasty with fat bags repositioning with periosteal fixation. Results: All patients had an improvement in órbitomalar region with concavity on the orbital septum with a smooth transition to the convexity of the face. Conclusion: The lower blepharoplasty associated with fat pockets repositioning with periosteal fixation proved to be a satisfactory alternative to smoothing the orbitomalar transition. DESCRITORES: Blefaroplastia, Estética, Cirurgia Plástica KEYWORDS: Blepharoplasty , Esthetics, Surgery, Plastic 1.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia, Médico Residente 2. Instrutor do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Recons, Instrutor do Serviço 3.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia, Médico Residente 4.Médica Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia, Médica Residente 5.Professor adjunto do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgi, Professor Adjunto e Chefe do Serviço Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 45 Blefaroplastia Inferior com Reposicionamento de Bolsas Gordurosas com Fixação Periostal: Série de Casos INTRODUÇÃO de transição órbitomalar. A Figura 1 demonstra as fotos de pré e 3º mês de pós-operatório. A blefaroplastia está entre os cinco procedimentos cirúrgicos estéticos mais realizados no Brasil. Em 2011, mais de 90.000 procedimentos foram realizados no país.1 Nos Estados Unidos, para os pacientes com idades entre 51 e 64 anos, a blefaroplastia foi a cirurgia cosmética mais realizada com cerca de 75 mil procedimentos realizados. Apesar de quase 85% dos pacientesserem mulheres, a blefaroplastia é o terceiro procedimento estético mais comum em homens.2 DISCUSSÃO Em contraste com a freqüência do procedimento, a blefaroplastia é reconhecida como um dos procedimentos mais difíceis de aprender e dominar em cirurgia estética, cujo objetivo principal é restaurar contornos periorbitais e do terço médio da face. A cirurgia da pálpebra inferior é um procedimento com anatomia complexa e deformidades estéticas associadas. Uma pálpebra inferior jovem é verticalmente curta, com uma concavidade sobre o septo orbitário com uma transição suave para a bochecha, que é arredondada e com máxima plenitude sobre a região do zigoma.3 OBJETIVO Relatar os resultados pós-operatórios de pacientes submetidos a blefaroplastia inferior com reposicionamento de bolsas gordurosas com fixação periostal. Descrições iniciais de blefaroplastia inferior focavam-se na remoção de tecidos, particularmente pele e gordura subcutânea.4,5 Entretanto, recente discussões acerca do procedimento têm se focado na preservação e reposicionamento ao invés da remoção de tecidos. MÉTODO Este procedimento foi revolucionado por Loeb, que propôs a preservação da gordura periorbital e sua utilização para suavizar o sulco nasojugal.6,7,8 Foram selecionados 12 pacientes com queixas anatômicas na região orbitomalar submetidos à blefaroplastia inferior. A média de idade foi de 62 anos, sendo a maioria dos pacientes do sexo feminino. Foram excluídos do estudo pacientes com qualquer contraindicação para procedimentos eletivos, incluindo distúrbios da coagulação e tabagismo. A utilização do reposicionamento das bolsas gordurosas com fixação periostal para a suavização da transição órbitomalar foi utilizada em todas pacientes avaliadas como parte integrante do procedimento da cirurgia das palpebras inferiores. Todos os pacientes foram submetidos à blefaroplastia inferior transcutânea, com confecção de retalho miocutêno, reposicionamento de bolsas de gordura com fixação periostal, associado a cantopexia lateral. Todos os pacientes foram submetidos a blefaroplastia superior no mesmo procedimento. No seguimente destes pacientes, apesar de curto, verificou-se uma melhora importante da transição órbitomalar, sem a associação de complicações pósoperatórias significativas. CONCLUSÃO RESULTADOS A blefaroplastia inferior associada ao reposicionamento de bolsas de gordura com fixação periostal mostrou-se uma alternativa satisfatória para suavização da transição orbitomalar. Todos os pacientes obtiveram uma melhora na região órbitomalar com concavidade sobre o septo orbital com uma suave transição para a convexidade da face. A média de seguimento dos pacientes foi de 6,8 meses. Não observou-se complicações pós-operatórias, incluindo scleral show, ectrópio ou lesões corneanas. REFERÊNCIAS Como exemplo, descrevemos o caso de uma paciente de 53 anos com queixa de excesso cutâneo em pálpebras superior, bem como depressão na região 1) Site SBCP. Pesquisa SBCP-ISAPS. 2) American Society for Aesthetic Plastic Surgery. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 46 Blefaroplastia Inferior com Reposicionamento de Bolsas Gordurosas com Fixação Periostal: Série de Casos Cosmetic Surgery National Data Bank: Statistics 2012. 3) Mendelson BC. Fat preservation technique of lowerlid blepharoplasty. Aesthet Surg J. 2001;21:450-9. 4) Parkes M, Fein W. Further experience with the pinch technique for repair of eyelid deformities. Arch Ophthalmol. 1976;94:1534–6. 5) Parkes M, Fein W, Brennan HG. Pinch technique for repair of cosmetic eyelid deformities. Arch Ophthalmol. 1973;89:324–328. 6) Loeb R. Aesthetic Surgery of the Eyelids. New York: Springer-Verlag; 1989. 7) Loeb R. Naso-jugal groove leveling with fat tissue. Clin Plast Surg. 1993;20:393–400; discussion 401. 8) Loeb R. Fat pad sliding and fat grafting for leveling lid depressions. Clin Plast Surg. 1981;8:757–76. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 47 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Colapso valvular nasal Nasal valve collapse Lucía Barbieri , Virginia Giachero2, Héctor Juri3 1 RESUMO ABSTRACT El colpaso valvular nasal es una patología cada vez más frecuente a causa de etiologías secundarias tras procedimientos quirúrgicos a nivel de la región nasal. Para su resolución existen diferentes opciones quirúrgicas y no quirúrgicas. La válvula nasal funciona en base a la resistencia de la ley Starling, es por ello que se torna necesario cierto grado de rigidez en el componente lateral nasal para evitar el colapso durante la inspiración. En este artículo pretendemos realizar una breve revisión de estas opciones y nos centraremos en los injertos de cartílago autólogo. Nasal valve collapse is an increasing pathology due to secondary etiologies like after surgical procedures in the nasal region. There are different surgical and non-surgical options for its treatment. The nasal valve operates on the strength of the Starling law, which is why a degree of rigidity becomes necessary at the nasal lateral component to prevent collapse during inspiration. In this article we briefly review these options and focus on autologous cartilage grafts. KEYWORDS: Treatment, Obstruction, Graft DESCRITORES: Tratamento, Obstrução, Enxerto INTRODUÇÃO La válvula nasal interna está delimitada por el borde inferior del cartílago triangular y tabique nasal, presentando un ángulo normal entre 10 - 15º. Se trata de la región nasal con menor área de sección de corte, produciendo una resistencia de casi el 50% al pasaje aéreo. La válvula nasal externa se delimita lateralmente por la porción caudal del cartílago alar y tejidos blandos y medialmente por la columela. Existen múltiples causas de obstrucción nasal, las cuales podemos dividir en estáticas y dinámicas como ser hipertofia cornetes y desviaciones septales (mayoría), constricción ósea por la apertura piriforme, variaciones anatómicas de la pared lateral cartilaginosa, hematoma, absceso, lesión ocupante de espacio, estenosis cicatrizal, neurogénica (ej. Parálisis del nervio facial). Por otro lado se las agrupa debidas a desórdenes primarios o secundarios. Dentro de los primarios encontramos estrechamiento o debilidad de la pared lateral nasal congénita o adquirida, sin una causa 1. Médico, Residente 2. Cirujano plástico, Profesor adjunto 3.Cátedra de Cirugia Plastica y Centro Nacional de Quemados. Hospital de Clinicas, Montevideo - Uruguay. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 48 Colapso valvular nasal horizontal de flexión, Ozturan, la cual estabiliza y ensancha la válvula nasal interna a través de una sutura en “U” de cartílagos laterales, plegando el cartílago lateral convexo hacia afuera y tensionándolo. Otros múltiples con el colgajo en “j”, condrocutáneo de base superomedial, injerto lateral superior splay (Guyuron 1998), injerto en alas de gaviota, rinopexia lateral (Hommerich). aparente. Y dentro de los secundarios las que aparecen luego de rinoplastias, por cicatrices, traumatismos o quemaduras. Un 13% son por disfunción de la válvula nasal interna por colapso, cada vez más frecuente por etiología secundaria. Su fisiopatología se entiende por la ley de Poiseuille, que describe que al estrechar el área valvular nasal, aumenta el volumen de flujo y se debe desarrollar una mayor presión inspiratoria negativa y por otro lado el efecto Bernoulli define que el aumento de la velocidad de un fluído se compensa por una disminución de su presión. El colapso se debe a la movilidad de las paredes laterales por este efecto Bernoulli (1738). Como resultado se produce el colapso de alas nasales. OBJETIVO El objetivo de este artículo es realizar una actualización a propósito de las múltiples opciones terapéuticas existentes, dando una visión general de las mismas. Por otro lado busca demostrar la eficacia del tratamiento quirúrgico del colpaso valvular nasal de etiología primaria. El diagnóstico se realiza mediante la exploración clínica del área valvular nasal, exploración con endoscopio de válvula nasal interna, maniobra de Cottle (descrita por Heinberg y Kern – 1975, consistente en la tracción lateral a nivel del SNG, siendo positiva al mejorar el flujo aéreo), maniobra de Bachman , que estabiliza o ensancha la válvula con instrumentos y para distinguir el colapso de paredes de hipertrofia cornetes se realiza la aplicación de sustancias descongestivas. Por otro lado se valora la integridad del nervio facial y tono e integridad de musculatura nasal. MÉTODO Para cumplir con nuestros objetivos realizamos una revisión bibliográfica del tema utilizando diferentes los medios disponibles. Una vez analizada la bibliografía, decidimos realizar dos tipos de técnicas quirúrgicas en un caso clínico que consultó en la policlínica de la Cátedra de Cirugía Plástica, Reparadora y Estética del Hospital de Clínicas de Montevideo en el pasado 2014. Para su tratamiento existen múltiples técnicas, de difícil planificación, que requieren amplio conocimiento de la fisiopatología y anatomía, otorgando muchas veces resultados subóptimos, siendo la mayoría centradas en válvula nasal interna, en cartílago triangular y otras centradas en el cartílago alar. Dentro de las opciones no quirúrgicas contamos con los dilatadores internos o externos para ensanchar el área valvular nasal. Las quirúrgicas incluyen cartílagos expansores o Spreader grafts, descritos por Sheen en 1984. Cartílago en listón o alar batten graft, Toriumi 1997, colocados desde la apertura piriforme a unión del tercio lateral y medial de crura lateral. Amplían y fortalecen la pared lateral supra alar. Cartílago en mariposa, en el cual el injerto es puesto a través de la incisión con la forma de V apuntando caudalmente y puesto simétricamente sobre el dorso nasal, sobre el septum y bajo el borde cranial del cartílago alar y expanden la válvula nasal por un efecto spring. Punto de lateralización del colapso valvular, Paniello 1996, que va de cartílago lateral superior a maxilar superior, produciendo una tracción lateral y cefálica. Implante Breathe, Wenger 2004, el cual tiene un principio similar a injerto en alas de mariposa. Estabiliza y ensancha válvula nasal interna. Su material es de titanio, con forma de clip, situado en sectores caudales de cartílago lateral. Sutura flaring, que expande ángulo de válvula nasal interna por punto en “U” de porción lateral de cartílago lateral a través del dorso a opuesto. Sutura en “u” Se trataba de una paciente de 18 años, atópica, sin otros antecedentes personales a destacar, que presentaba una obstrucción al pasaje de flujo aéreo nasal de un año de evolución, progresiva, sin respuesta a tratamientos no médicos, en la cual diagnosticamos un colapso valvular nasal interno y externo de etiología primaria mediante un correcto examen físico y realización de historia clínica. La paciente fue valorada por otorrinolaringología para apoyar nuestro diagnóstico y descartar cualquier etiología diferencial de obstrucción nasal. El tratamiento optado fue quirúrgico. Realizamos la colocación de injertos Spreader y Batten. El cartílago utilizado se obtuvo de concha auricular izquierda (indistinto) y se realizó el moldeado de las tiras previo a su colocación. Posteriormente se realizó un seguimiento postoperatorio valorando los resultados y aparición de eventuales complicaciones. Los resultados fueron valorados de forma subjetiva por la paciente y objetivamente mediante examen físico y registro fotográfico. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 49 Colapso valvular nasal RESULTADOS Intraoperatorio injertos Batten Los resultados obtenidos fueron excelentes. Ya desde el postoperatorio inmediato a los 5 días, una vez retirado el mechado endonasal realizado, la paciente subjetivamente refirió una notoria mejoría en el pasaje al flujo aéreo, la cual era objetivable al examen físico mediante visualización inferior de la región nasal de forma estática y dinámica a la inspiración profunda sin producirse el colapso de las válvulas nasales. Se controló de forma semanal por un mes y luego mensual por 4 meses, no apareciendo complicaciones. La mejoría se mantuvo en el tiempo durante el período de control, sin evidenciarse ningún grado de retracción que produjera un colapso ya sea total o parcial a nivel de la válvula nasal interna o externa en la evolución. Intraoperatorio injertos Spreader Preoperatorio vista de frente 3 meses postoperatorio vista de frente Preoperatorio vista inferior (en inspiración profunda) Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 50 Colapso valvular nasal CONCLUSÃO 3 meses postoperatorio vista inferior (en inspiración profunda) En conclusión podemos decir que el colapso valvular nasal es una preocupación cada vez más frecuente debido al aumento de las etiologías secundarias, para cuyo tratamiento existen múltiples opciones terapéuticas. Dentro de las mismas encontramos que la utilización de injertos Spreader y Batten, en nuestro caso debido a etiología primaria es un tratamiento con excelentes resultados, conduciendo a una mejoría subjetiva y objetiva en el pasaje al flujo aéreo nasal postoperatorio a corto plazo y mantenida en el tiempo. REFERÊNCIAS 1. Rabfis15.uco.es/MecFluidos/Programa/Untitles-19. htm 2. Rev. Otorrinolaringol. Cir. Cabeza cuello 2009; 69:281-286. “Puesta al día en manejo de la obstrucción nasal por colapso valvular” 3. Alfredo Naser G, Patricio Tabilo C, Gustavo Bravo C,María I Camesco D DISCUSSÃO 4. GMS Curr Top Otorhinolaryngol Head Neck Surg. 2007; 6: Doc 07. “Disorders of the nasal valve area” Marc boris Bloching Como dijéramos el colapso de las válvulas nasales es una patología cada vez más frecuente por causas secundarias debidas a procedimientos quirúrgicos sobre la región nasal. 5. Grabb & Smith. S Plastic Surgery 6th ed., 2007, cap.51 Teniendo en cuanta su fisiopatología es que se diseñaron para su tratamiento múltiples opciones, la mayoría de las técnicas quirúrgicas están centradas en la válvula nasal interna y otras en el cartílago alar. Dentro de estas se incluye el uso de cartílagos expansores o Spreader grafts, descritos por Sheen en 1984, colocados a cada lado del septum, entre este y los cartílagos laterales, y el cartílago en listón o alar batten graft, descritos por Toriumi en 1997, estos últimos colocados desde la apertura piriforme a unión del tercio lateral y medial de crura lateral de manera que amplían y fortalecen la pared lateral supra alar. 6. Handbook of Plastic Surgery, 2004, cap.110 7. Rhinoplasty Dissection Manual, 1999, cap.8 8. Functional Reconstructive Nasal Surgery, 2003;1:15 En este artículo encontramos que la utilización de estos dos tipos de injertos para el tratamiento del colapso valvular nasal es una opción viable, realizable y con resultados óptimos mantenidos en el tiempo. Comprobamos dicha aseveración mediante un caso clínico presentado en nuestra cátedra. La etiología del colpaso y obstrucción al flujo aéreo en esta ocasión fue primaria. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 51 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Sir Harold Gillies: uma vida extraordinária Sir Harold Gillies: an extraordinary life Milton Paulo de Oliveira (MSc) , Pedro Salomão Piccinini (MD) , Gibran Busatto Chedid (MD)3, Renato Franz Matta (MD)4, Carlos Oscar Uebel (PhD)5 1 2 RESUMO ABSTRACT Historicamente, as guerras foram um dos maiores catalisadores para o avanço da medicina, e especialmente da cirurgia. Já em 400 a.c., Hipócrates dizia que “aquele que quer ser um cirurgião deve ir para a guerra”. A I Guerra Mundial não foi, como muitos previam, o conflito armado definitivo, como se vê hoje com as guerras no Oriente Médio e recrudescimento de tensões na Europa Oriental, mas foi a propulsora para o desenvolvimento e amadurecimento da cirurgia plástica reconstrutiva. Sem dúvida a maior autoridade da cirurgia plástica nas primeiras décadas do século XX foi o inglês Sir Harold Delf Gillies. Nosso artigo faz uma análise da vida pessoal e do legado que Gillies deixou para a cirurgia plástica e reconstrutiva moderna. Historically, war has been the greatest catalyst for the advancement of medicine, and even more so surgery. Hypocrates, in 400 AC, said that “he who wants to become a surgeon should go to war”. World War I wasn’t, as many had predicted, the definitive armed conflict, as one can see from the current wars in the Middle East and the burgeoning tensions in Eastern Europe, but it was the propulsion engine for the development and coming of age of reconstructive plastic surgery. Without a doubt, the greatest authority in plastic surgery in the first decades of the 20th Century was the New Zealandborn Sir Harold Delf Gillies. Our article analyzes his personal life and the legacy that Gillies left to modern plastic and reconstructive surgery. DESCRITORES: história da medicina, cirurgia plástica, cirurgia KEYWORDS: history of medicine, plastic surgery, cirurgia 1. Professor de Cirurgia Plástica 2. Residente de Cirurgia Plástica 3. Residente de Cirurgia Plástica 4. Residente de Cirurgia Plástica 5. Professor de Cirurgia Plástica, Chefe do Serviço do HSL - PUCRS Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 52 Sir Harold Gillies: uma vida extraordinária INTRODUÇÃO a Primeira Guerra Mundial. Com o início da Segunda Guerra Mundial, converteu a ala privada do hospital Park Prewett, Basingstoke, Inglaterra (conhecido também como Rooksdown House - a antiga ala psiquiátrica do instituto), em um hospital de cirurgia plástica com 120 leitos. Foi descrito como um professor brilhante. Como um mestre artesão na sala cirúrgica, ele enfatizava a importância vital da minuciosa hemostasia na reconstrução com retalhos. Sua máxima de “nunca jogue fora qualquer coisa até ter certeza de que não a necessitará” é uma doutrina que se perpetua em todos os campos da cirurgia plástica e reparadora. Gillies estava constantemente desenvolvendo novas técnicas para lidar com problemas comuns. Dois anestesistas que trabalhavam com Gillies, Stanley Rowbotham e Ivan McGill, se tornaram líderes de sua especialidade, e foram os desenvolvedores da técnica de intubação nasotraqueal, que posteriormente se tornou largamente difundida. Ao final da guerra, observadores americanos vieram para Sidcup; o mais significativo desses foi Vilray Blair, o qual, juntamente com Varaztad Kazanjian trabalhara como dentista em hospitais franceses e era considerado o “milagreiro da Frente Ocidental”, retornou para os EUA para fundar a cirurgia plástica e maxilofacial daquele país. Gillies, em seu livro “Principles and Art of Plastic Surgery”, de co-autoria de Millard, contrastou o entusiasmo com que o establishment médico norteamericano abraçou a cirurgia plástica comparado com as dificuldades e obstáculos que enfrentava no Reino Unido Após a Guerra, já como Commander of the British Empire (CBE, honraria real britânica), Gillies foi eleito para o corpo clinico do St. Bartholomew’s Hospital, como um dos poucos cirurgiões plásticos britânicos da época (se calcula que haviam apenas três ou quatro no início da Segunda Guerra Mundial). Um de seus pupilos foi seu primo distante, Archibald McIndoe, que foi seu assistente clínico por muitos anos, e um dos expoentes da cirurgia plástica britânica na II Guerra Mundial. Se tornou “consultant”, cargo máximo para um médico no sistema de saúde inglês, da Marinha, da Real Força Aérea, do Ministério da Saúde e de outros seis hospitais. Recebeu o titulo de Sir (cavalheiro) em 1930. Iniciada a Segunda Guerra Mundial em 1939, ele organizou equipes de cirurgia plástica ao redor do país, e dirigiu pessoalmente a maior unidade, no Hospital Park Prewett, Basingstoke. Após a guerra ele foi membro fundador da Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos (British Association of Plastic Surgeons) e foi seu primeiro presidente. Gillies se manteve ativo como professor até sua morte, aos 78 anos, em setembro de 1960. O interesse de Sir Harold Gillies, CBE, FRCS (Commander of the British Empire, Fellow of the Royal College of Surgeons), no tratamento de deformidades nasais e outras anormalidades faciais levaram-no a ser um dos fundadores da cirurgia plástica facial no início do século XX. Nascido em Dunedin, Nova Zelândia, em 1882, seu pai era membro do Parlamento da Nova Zelândia e sua mãe era também de família distinguida do país. Educado em uma escola primária proximo a Rugby, retornou ao Wanganui College, onde foi capitão da equipe de críquete. Durante a infância, teve uma fratura do cotovelo, o que viria tanto a beneficiar quanto a incomodá-lo futuramente. Posteriormente, estudou no Gonville and Caius College, Cambridge, Inglaterra, em 1901 e cursou a faculdade de Medicina na Universidade de Cambridge, Inglaterra, período durante o qual demonstrou habilidade muito acima da média em remo (chegou a remar no famoso duelo Oxford x Cambridge de 1904). Além disso, provou ser um exímio golfista, jogando inclusive na equipe inglesa contra a Escócia no mais antigo clube de golfe do mundo, o histórico St. Andrews, Escócia. OBJETIVO Realizar uma análise da vida pessoal e do legado de Sir Harold Gillies como principal personagem da cirurgia plástica mundial no início do século XX, colocando em contexto o quão avançados eram alguns de seus conceitos e seus famosos “comandos de Gillies”, e ajudando a compreender melhor suas contribuições, tanto em técnicas cirúrgicas quanto em instrumental, além da contribuição para o desenvolvimento da Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos e da cirurgia plástica mundial como um todo. MÉTODO Realizamos uma busca no PubMed e Google, com os termos “Harold Gillies”, “history of plastic surgery”, “history of craniofacial surgery”, “British plastic surgeon”, “plastic surgery during war”. Incluímos artigos em língua inglesa e francesa, além de alguns livros sobre o tema. RESULTADOS Professor Gillies treinou em otorrinolaringologia no St. Bartholomew’s Hospital, Londres. Apesar de não ter treinamento formal em cirurgia plástica, se distinguiu ao tratar inúmeros pacientes com lesões faciais graves decorrentes do uso de armamento mais pesado durante Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 53 Sir Harold Gillies: uma vida extraordinária DISCUSSÃO a recomendação de registrar de forma completa o prontuário médico, incluindo ilustrações ou fotografias do pré e pós-operatórias. Mesmo no início do século XX, a importância disso tanto para ensino quanto para efeitos médico-legais era amplamente reconhecida. Contribuições técnicas Em 1917, Gillies descreveu uma série de casos onde músculo temporal foi usado como retalho de transposição para deformidades causadas por perda do zigomático. Sua inspiração para esta técnica provinha de cirurgiões alemães que usavam retalhos de fáscia temporal para tratamento de paralisia facial. Após a Guerra, muitos cirurgiões passaram a utilizar esse retalho para suporte e reconstrução da órbita. Reconstrução com retalho de rotação e avanço Extensa lesão facial por estilhaços de artilharia Excisão de cicatriz e confecção de retalho em H, com resultado pós-operatório Publicou alguns artigos, mas não de forma tão extensa quanto se imaginaria. Seu livro-texto “Principles and Art of Plastic Surgery” (1920), de co-autoria de Millard, possuía apenas duas referências. Em 1932, descreveu o uso de retalhos pediculados diretos, ao invés de retalhos de tubo pediculados, por necessitar de apenas dois tempos cirúrgicos. Trabalhou e publicou sobre tratamento de fendas palatinas, tanto congênitas, quanto as adquiridas da guerra. Além de seu papel na cirurgia facial reconstrutiva, Gillies se destacou também como pioneiro da cirurgia reconstrutiva genital, principalmente em cirurgia de mudança de sexo. Jacques Joseph ja havia realizado, no período inter-guerras, cirurgia de masculino para feminino, mas ninguém havia ainda realizado troca de feminino para masculino. Ele foi convencido a tentar a cirurgia numa paciente, estudante de medicina à época, chamada Laura Dillon, que havia se submetido a dupla mastectomia e uso de andrógenos exógenos previamente, e havia mudado seu nome para Michael. A cirurgia inicial foi em 1946, e obteve um certo êxito, a despeito do formato imperfeito do neo-pênis. Um dos preceitos pregados por Harvey e adotado por Cushing, e uma mudança de paradigmas, foi o debridamento cirúrgico precoce das lesões craniofaciais, o que ajudou a reduzir casos de infecção local e abscessos cerebrais, mesmo antes da descoberta dos antibióticos. Sir Harold Gillies, CBE, FRCS CONCLUSÃO Gillies, o grande nome da cirurgia plástica inglesa e mundial no início do séc. XX, deixou um legado incrível. Não apenas para os milhares de pacientes que ele tratou durante sua vida, mas também com suas contribuições para o desenvolvimento da cirurgia plástica como uma especialidade reconhecida e respeitada. Seus comandos se mantêm atuais até hoje e são especialmente relativos para os jovens cirurgiões plásticos; concluímos deixando alguns deles abaixo: Diversos instrumentos cirúrgicos foram desenvolvidos ou aprimorados por Gillies, entre eles pinças, o seu elevador de zigoma, ganchos de pele, porta-agulhas e tesouras, usados até hoje. Muito se fala que seu porta-agulhas epônimo, mais ergonômico, se deve à antiga fratura no cotovelo que sofrera na infância e que limitara sua capacidade de pronar e supinar. Gillies fazia questão de apontar os três elementos de um tecido que precisavam ser reconstruídos: 1) a camada externa, a pele; 2) a sustentação cartilaginosa e óssea; e 3) a membrana mucosa de revestimento interno. Esses princípios se mantêm atuais nos dias de hoje. 1) O cuidado pós-operatório é tão importante quanto o planejamento ou a cirurgia em si. Quão fútil não é perder um enxerto ou retalho por falta de bons cuidados pós-operatórios. 2) A velocidade na cirurgia consiste em não fazer a mesma coisa duas vezes. 3) Nunca descarte nadalgo até ter certeza de que não o necessitará. Uma de suas contribuições mais importantes foi Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 54 Sir Harold Gillies: uma vida extraordinária 4) O barco salva-vidas. É bom ter um plano reserva. 15.James F. Fraser, MS, and Charles Scott Hultman, MD, MBA. America’s Fertile Frontier How America Surpassed Britain in the Development and Growth of Plastic Surgery During the Interwar Years of 1920–1940. Annals of Plastic Surgery. Vol 64, Number 5, May 2010 5) Mantenha registros, com desenhos ou máquina fotográfica. 6) Diagnostique antes de tratar 7) Perdas devem ser substituídas por tecido semelhante 16.Gillies HD. Demonstration on Rhinoplasty. Proc R Soc Med. 1918;11(Laryngol Sect):87-90. REFERÊNCIAS 17.Freshwater MF. A critical comparison of Davis’ Principles of Plastic Surgery with Gillies’ Plastic Surgery of the face. Journal of Plastic, Reconstructive & Aesthetic Surgery (2011) 64, 17e26. 1. Pound, R. Gillies: Surgeon Extraordinary. London, United Kingdom: Michael Joseph; 1964:79. 2. Rudy J. Triana, Jr, MD. Sir Harold Gillies. Arch Facial Plast Surg, 1, 1999; 142-3. 18.Gillies HD, Fry WK. A New Principle In The Surgical Treatment Of “Congenital Cleft Palate,” and Its Mechanical Counterpart. Br Med J. 1921 Mar 5;1(3140):335-8. 3. Harold Ellis. Two pioneers of plastic surgery: Sir Harold Delf Gillies and Sir Archibald McIndoe. British Journal of Hospital Medicine, December 2010, Vol 71, No 12. 19.P. J. Sykes, MA, A. N. Bamji. Plastic Surgery During the Interwar Years and the Development of the Speciality in Britain. Annals of Plastic Surgery, Vol 65 (4), Oct 2010. 4. Angelika Taschen. Capítulo III - La Sorprendente História de La Cirugía Estética. p.95. In Cirugía Estética, Ed. Taschen, 2005. 5. Haiken E.Venus Envy. A History of Cosmetic Surgery. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1997. 6. Simpson DA And David DJ. World War I: The Genesis Of Craniomaxillofacial Surgery? ANZ J. Surg. 2004; 74: 71–7. 7. Gillies HD, McIndoe AH. The Role Of Plastic Surgery In Burns Due To Roentgen Rays And Radium. Annals Of Surgery. 101, 1935; 979-96. 8. Gerike, AE. World War I and My Mother’s Jaw. JAMA Facial Plast Surg/Vol 15 (No. 1), Jan/Feb 2013. 9. Speculand B. The origin of the temporalis muscle flap. Br J of Oral and Maxillofacial Surgery (1992) 30, 390-392. 10.Gillies HD. The Design Of Direct Pedicle Flaps. Br Med J. 1932 Dec 3;2(3752):1008. 11.G. M. FITZGIBBON. The Commandments of Gillies. Br J Plast Surg. 1968 Jul;21(3):226-39 12.Bamji A. Sir Harold Gillies: surgical pioneer. Trauma 2006; 8: 143–156. 13.Chambers JA, Davis MR, Rasmussen TE. A Band of Surgeons, a Long Healing Line: Development of Craniofacial Surgery in Response to Armed Conflict. J Craniofac Surg 2010 ;21: 991-997. 14. Chambers JA, Ray PD. Achieving Growth and Excellence in Medicine. The Case History of Armed Conflict and Modern Reconstructive Surgery. Ann Plast Surg 2009;63: 473–478. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 55 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Abdominoplastia multifuncional: diminuição do tempo cirúrgico com trabalho em equipe Multifuncional abdominoplasty: less surgical time with teamwork Gibran Busatto Chedid1, Renato Franz Matta2, Pedro Salomão Piccinini3, Marcelo Recondo Cheffe4, Carlos Oscar Uebel5 RESUMO INTRODUÇÃO O trabalho em questão tem como objetivo ressaltar os benefícios do trabalho em equipe durante a realização de abdominoplastia multifuncional, diminuindo o tempo cirúrgico, consequentemente complicações intra e pós operatórias e melhorando a relação entre a equipe médica. Descreve-se a técnica utilizada por quatro médicos residentes do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital São Lucas da PUCRS. A primeira paniculectomia abdominal foi descrita por Kelly nos Estados Unidos em 1899. Ocorreram modificações da técnica no século 20, mas foi o reporte do Pitanguy em 1967 que orientou às bases da abdominoplastia moderna (1). Segundo a OMS existe uma prevalência de sobrepeso e obesidade crescente (2). A obesidade continua como um dos maiores problemas de saúde que podem diminuir a expectativa de vida nos Estados Unidos. As co-morbidades associadas com esta condição são numerosas incluindo DM tipo 2, apneia do sono, osteoartritis e câncer (3). Os pacientes que sofrem grandes perdas ponderais apresentam hérnias de parede abdominal associada à intensa flacidez e excesso de pele (4). A cirurgia bariátrica é reconhecida como único tratamento para obesidade mórbida, sendo demonstrada a melhora considerável da qualidade de vida (2). A abdominoplastia multifuncional é considerada por muitos cirurgiões como a forma mais segura, que permite a retirada de maior quantidade de tecido e menor índice de complicações (4). O advento dos procedimentos bariátricos criou um novo contingente de pacientes ex-obesos que buscam na cirurgia plástica a correção dos grandes excessos cutâneos resultantes da sua grande perda ponderal. Muitos destes pacientes não são adequadamente tratados pelas técnicas convencionais de dermolipectomia abdominal com cicatriz horizontal apenas. Este fato levou ao nascimento de técnicas que permitem a ressecção do excesso cutâneo no sentido horizontal e vertical, resultando numa grande cicatriz em T invertido (âncora) (5) . A abdominoplastia em âncora tem sua história com início a partir de Weinhold em 1909 e Somalo em 1940, seguidos por Duffourmentel em 1959, Castañares em 1967 e Regnault em 1975 com a chamada incisão de “Flor de Lis”. Nesta técnica pode se fazer num mesmo tempo cirúrgico o tratamento do abdome anterior em avental mais o contorno corporal (4) ressecando o DESCRITORES: Abdominoplastia , Cirurgia Bariátrica , Complicações Intraoperatórias ABSTRACT The work in question aims to highlight the benefits of teamwork while performing multifunctional abdominoplasty, reducing surgical time, consequently intra and post operative complications and improving the relationship between the medical staff. Describes the technique used by four residents of the Plastic Surgery Service of the Hospital São Lucas. KEYWORDS: Abdominoplasty, Bariatric Surgery, Surgical complications 1. Residente de cirurgia plástica do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital São Lucas da PUCRS 2. Residente de cirurgia plástica do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital São Lucas da PUCRS 3. Residente de cirurgia plástica do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital São Lucas da PUCRS 4. Preceptor do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital São Lucas da PUCRS 5. Chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital São Lucas da PUCRS Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 56 Abdominoplastia multifuncional: diminuição do tempo cirúrgico com trabalho em equipe tecido em monobloco como preconizado por R. Pontes (6) . Respeito ao tempo cirúrgico nas abdominoplastias multifuncionais; Cardoso et al. descreveram um tempo cirúrgico médio de 199 minutos (115 a 410 minutos) (5). Para Roxo et al. o tempo médio de cirurgia foi 4 hrs (4). OBJETIVO O objetivo do trabalho é ressaltar os benefícios do trabalho em equipe durante a realização de abdominoplastia multifuncional. MÉTODO Paciente em decúbito dorsal sob anestesia geral. Realizada antissepsia com clorexidine aquoso e colocação de campos estéreis segundo padrão. Marcação de incisão transversal supra-púbica 7cm acima da fúrcula vaginal, em direção à linha de Dumm bilateralmente. Marcação de neo-umbigo a 16 cm inferior da fúrcula esternal Desenho de dois retalhos bilaterais de 2cm largura por 3cm de altura segundo técnica de Corrêa e Iturraspe. Marcação da incisão vertical com duas linhas divergentes bilaterais a partir da fúrcula esternal em direção às linhas arqueadas abdominais superiores, conformando dois retalhos triangulares laterais, segundo técnica descrita por Roxo (Fig. 1). RESULTADOS Foi obtido um resultado estético agradável e um tempo cirúrgico desde a incisão até o final da sutura de 2 hrs. 50 min. (Fig. 2). Realizada infiltração com solução anestésica e adrenalina 1:200.000 sob áreas da incisão cirúrgica. Incisão sobre marcação. Descolamento de tecido excedente (triângulo superior e laterais) até a aponeurose dos retos abdominais, mantendo pedículo umbilical, realizado concomitantemente por três dos 4 cirurgiões que realizavam o descolamento e a exérese do tecido em sincronia, mantendo a fluidez do ato cirúrgico. O terceiro auxiliar foi encarregado da realização de hemostasia. Procedeu-se ao clampeamento do pedículo umbilical com posterior incisão e sutura transfixante. Realizada a ressecção do excesso de tecido dermogorduroso em bloco com posterior revisão da hemostasia. Marcação das linhas de plicatura e correção da diástase abdominal com prolene 0, desde apêndice xifóide até o púbis. DISCUSSÃO O neo-umbigo foi confeccionado segundo a técnica de Corrêa e Iturraspe com Monocryl 3-0 utilizando os retalhos retangulares centrais. Sutura em três camadas até a pele, com Nylon 3-0, vicryl 3-0 e vicryl 4-0 (subcutâneo, sub-dérmico e intradérmico). Finalizando com curativo local e malha corporal elástica. A abdominoplastia multifuncional caracteriza-se por ser uma cirurgia laboriosa devido as grandes ressecções decorrentes da perda ponderal importante prévia do paciente após procedimento bariátrico. Esta diminuição gera um grande excedente de tecido dermogorduroso Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 57 Abdominoplastia multifuncional: diminuição do tempo cirúrgico com trabalho em equipe CONCLUSÃO a ser extirpado para que o a paciente volte a ter um contorno corporal satisfatório. Concluímos que realizando o ato cirúrgico em conjunto e sincronizado, podemos diminuir o tempo cirúrgico e consequentemente os risco de complicações intra e pós-operatórias, aumentando também o entrosamento da equipe médica. Toda cirurgia plástica que impõe ao cirurgião grandes ressecções gera por consequência maior tempo cirúrgico, que vem a aumentar o risco de complicações cirúrgicas intra e pós operatórias, como também os custos administrativos de tempo de sala cirúrgica e planejamento do mapa cirúrgico diário aonde outras especialidades, também precisam que seus procedimentos iniciem sem atraso. REFERÊNCIAS 1. Jordan J, Shechner S, Jacobs J. Abdominoplasty following massive weight loss. Seminars in Plastic Surgery. 2006; 20(1): 15-23. Encontramos na abordagem em equipe, uma forma de diminuir o tempo deste laborioso procedimento, principalmente em se tratamento da quantidade de ressecções e suturas realizadas por planos que o mesmo envolve, aonde a presença de somente um cirurgião principal com um auxiliar seria, por mais hábil e objetivos que estes fossem, um tanto demorada. 2. Rocha R, Gemperli R, Modolin M, et al. Cirurgias plásticas para readequaçãoo de contorno corporal de pacientes submetidos a cirurgia bariátrica durante a adolescência. Rev Bras Cir Plast. 2012; 27(4): 588-593. Como principal benefício, observamos que o tempo reduzido, reduz também o tempo em que nosso paciente permanece sob anestesia e sob suas complicações inerentes, tal qual as complicações tromboembólicas e perda sanguínea significativa que tanto imprimem precaução e temor aos cirurgiões plásticos. 3. Must A, Spadano J, Coakley E, et al. The disease burden associated with overweight and obesity. JAMA. 1999; 282: 1523-1529. 4. Roxo C, Roxo A, Almenares M. Abdominoplastia multifuncional: estúdio retrospectivo de 5 anos de experiência con 108 pacientes. Cir Plást Iberolatinoam. 2008; 34(3): 201-210. A abordagem em equipe também aumenta o entrosamento e sincronia entre os médicos residentes em formação, o que vem a diminuir a competitividade e individualidade do profissional e aumentar o espírito de equipe e fortalecimento dos laços formados entre os médicos em formação, que solidificam a equipe do serviço de residência médica (Fig. 3). 5. Cardoso H, Bacco D,Eiras G, et al. Padronização cirúrgica das abdominoplastias em âncora pós gastroplastia. Rev. Bras Cir Plast. 2011; 26(1): 266274. 6. Pontes R. Plástica abdominal importância de sua associação à correção das hérnias incisionais. Rev Bras Cir Plast. 1966; 52: 85. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 58 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Sindactilia – revisão de literatura e relato de caso de sindactilia simples completa Syndactyly - review of literature and case report of simple complete syndactyly Barbara d’Avila Goldoni1, Daniel Pinheiro Machado da Silveira2, Geraldo Cesar Castro Althoff3, Pablo Pase4, Pedro Bins Ely5 RESUMO ABSTRACT Introdução: A sindactilia corresponde a uma fusão variável dos tecidos moles, esqueléticos ou ambos em dígitos adjacentes, e ocorre quando o processo normal de separação dos dedos e formação do espaço interdigital falha em algum grau. Método: A cirurgia está indicada na maioria dos casos de sindactilia, exceto em casos de sindactilia incompleta sem prejuízo funcional, casos em que há doença concomitante que impeça cirurgia ou em casos em que devido à complexidade da deformidade o tratamento possa levar a piora funcional. Resultado: Bons resultados podem ser esperados em caso de sindactilia simples, enquanto em sindactilia complexa , em contraste, o resultado após a separação é em geral limitado pelas anomalias associadas e severa falta de pele, que resulta em aumento de retração cicatricial e consequente redução da mobilidade. Conclusão: A cirurgia, embora pareça simples, demanda planejamento tridimensional detalhado, técnica apurada e fechamento cuidadoso Introduction: Syndactyly corresponds to a variable fusion of the soft and skeletic tissues, or both, in adjacent digits, and occurs when normal process of interdigital space formation fails. Method: Surgery is indicated in most cases of syndactyly, except in cases of incomplete syndactyly in which there is no functional limitation, cases in which there is concurrent disease that prevents surgery or when complexity of the lesion may lead to worsening of function. Results: Good results can be expected in cases of simple syndactyly, whereas in complex syndactyly, on the other hand, results are usually limited because of associated anomalies and severe lack of skin, that leads to scar contraction and reduced mobility. C onclusion: Although surgery may seem simple, it demands tridimensional detailed plan, technique and careful closure of wounds. KEYWORDS: hand, reconstruction, syndactyly DESCRITORES: mão , reconstrução, sindactilia 1. Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 2. Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 3. Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 4. Médico Instrutor do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre 5.Professor adjunto e chefe do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 59 Sindactilia – revisão de literatura e relato de caso de sindactilia simples completa INTRODUÇÃO incidência de anormalidades em tendões e feixes neurovasculares aumenta com a complexidade da sindactilia1,2.(Figuras 1 e 2) A sindactilia corresponde a uma fusão variável dos tecidos moles, esqueléticos ou ambos em dígitos adjacentes, e ocorre quando o processo normal de separação dos dedos e formação do espaço interdigital falha em algum grau. Durante o desenvolvimento normal os dedos se formam como condensações de mesoderme na extremidade dos membros superiores. Os espaços interdigitais se formam mediante um processo de apoptose que evolui proximalmente a partir das extremidades dos dedos. Na avaliação da sindactilia deve-se considerar os espaços interdigitais acometidos, a extensão da sindactilia, o envolvimento da unha e a presença de outras anomalias. A avaliação deve incluir o membro superior afetado, a mão contralateral a parede torácica e os pés. Uma radiografia poderá demonstrar fusão óssea, um dígito extra (sinpolidactilia) ou outra alteração articular ou óssea. A sindactilia isolada é uma anomalia relativamente comum com uma incidência de aproximadamente 1 para 2000. É bilateral em 50% dos casos, e tem história familiar positiva em 10 a 40% dos casos, com herança autossômica dominante. Expressão variável e penetrância incompleta respondem pela predominância em homens (2:1). A sindactilia pode ser vista isolada ou associada a outras deformidades da mão como polidactilia, clinodactilia, braquidactilia entre outras, tanto como uma anomalia específica da mão ou como parte de síndromes. A cirurgia está indicada na maioria dos casos de sindactilia, exceto em casos de sindactilia incompleta sem prejuízo funcional, casos em que há doença concomitante que impeça cirurgia ou em casos em que devido à complexidade da deformidade o tratamento possa levar a piora funcional. Em casos de sindactilia isolada o acometimento do espaço entre o 3º e 4º dedos é o mais freqüente (57%), seguido pelo espaço entre o 4º e o 5º dedo (27%)1. A liberação da sindactilia já foi realizada desde o período neonatal até a infância, sendo os melhores resultados obtidos quando a cirurgia é realizada após os 18 meses. O objetivo é a liberação dos dedos até a idade escolar3. OBJETIVO O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão da literatura sobre a abordagem clínica e cirúrgica da sindactilia, abrangendo avaliação e tratamento desta condição. Além disso, ressalta-se a título de ilustração um caso de sindactilia simples completa operado no Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Em casos de sindactilia envolvendo mais de dois dedos o procedimento deve ser realizado em estágios, evitando assim o risco de lesar ambos os feixes vasculonervosos de um dedo comprometendo sua perfusão. MÉTODO A incisão cirúrgica deve ser planejada para otimizar o uso da pele na construção de retalhos para a cobertura digital e minimizar a contratura cicatricial sobre articulações com comprometimento das mesmas. A técnica de Cronin que utiliza retalhos triangulares dorsais e palmares em zigzag permanece a base de muitas técnicas. A cobertura das áreas cruentas remanescentes deve ser realizada preferencialmente com enxerto de pele total, sendo as áreas mais usadas como doadoras a hipotenar, volar do punho e inguinal, além da medial do braço4 - 6. Um dos principais objetivos da correção da sindactilia é a reconstrução da comissura interdigital. O método mais frequentemente usado utiliza um retalho de base retangular elevado do dorso da sindactilia com avançamento em direção à região palmar. A sindactilia é chamada completa quando acomete todo o espaço interdigital, e incompleta quando afeta qualquer porção entre a comissura e as pontas dos dedos. A sindactilia simples apresenta fusão apenas de pele e tecidos moles, enquanto a complexa apresenta deformidades esqueléticas. A sindactilia complexa complicada apresenta falanges ou dedos acessórios interpostos entre espaços interdigitais anormais. A Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 60 Sindactilia – revisão de literatura e relato de caso de sindactilia simples completa RESULTADOS REFERÊNCIAS Bons resultados podem ser esperados em caso de sindactilia simples, enquanto em sindactilia complexa , em contraste, o resultado após a separação é em geral limitado pelas anomalias associadas e severa falta de pele, que resulta em aumento de retração cicatricial e consequente redução da mobilidade (Figuras 3 e 4). 1. Simon P. Kay, David B. McCombe, and Scott H. Kozin. Deformities of the hand and finger. In: Green’s Operative Hand Surgery, 6ª ed. Filadélfia: Elsevier; 2011. P. 1291-300. 2. Vieira Filho, JGC. Deformidades congênitas da mão. In: Carreirão S, Carneiro Junior, LVS, (Eds) Cirurgia Plástica para a formação do especialista. 2ª ed. São Paulo: Atheneu; 2011. p. 399-406. As complicações precoces podem incluir comprometimento vascular, infecção, deiscência de sutura e perda de enxerto. Fechamento das suturas livre de tensão é essencial para reduzir risco de deiscência, além de desengorduramento e uso de enxertos. Com o passar do tempo a comissura pode ser levada distalmente por contratura cicatricial. A presença de cicatrizes longitudinais na base dos dedos pode precipitar tais contraturas, além da perda de enxertos com cicatrização por segunda intenção. A contratura articular pode ocorrer quando retrações cicatriciais ocorrem na superfície palmar das articulações, e pode demandar reintervenção com novo enxerto de pele ou quebra de cicatriz para seu elongamento. 3. Jones N, Upton J: Early release of syndactyly within six weeks of birth, Orthop Trans 17:360-1, 1992. 4. Cronin T: Syndactylism: Results of zig-zag incision to prevent postoperative contracture, Plast Reconstr Surg 18:460-8, 1956. 5.Ekerot L: Syndactyly correction without skingrafting, J Hand Surg [Br] 21:330-7, 1996. 6. Greuse M, Coessens BC: Congenital syndactyly: defatting facilitates closure without skin graft, J Hand Surg [Am] 26:589-94, 2001. DISCUSSÃO A sindactilia afeta a criança em crescimento de forma estética, funcional e de desenvolvimento. Quando no primeiro espaço interdigital inibe o desenvolvimento da pinça. Quando afeta os demais dedos inibe a movimentação independente, especialmente a abdução. Além disso, quando acomete dedos de tamanhos diferentes pode levar a deformidades com desvio do dedo mais longo em direção ao dedo mais curto com contratura em flexão que progride com o crescimento. CONCLUSÃO A complexidade e a técnica requerida para liberação de sindactilia são frequentemente subestimadas. A cirurgia, embora pareça simples, demanda planejamento tridimensional detalhado, técnica apurada e fechamento cuidadoso. O procedimento usualmente requer tempo e paciência da equipe cirúrgica. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 61 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Reconstrução de mama utilizando retalhos perfurantes baseados no músculo reto do abdome - Escala de preservação muscular Breast reconstruction using perforator flaps based in the rectus abdominis muscle Muscle sparing classification system Barbara dAvila Goldoni1, Daniel Pinheiro Machado da Silveira2, Geraldo Cesar Castro Althoff3, Ronaldo Scholze Webster4, Pedro Bins Ely5 RESUMO ABSTRACT Introdução: A tendência atual no tratamento do câncer de mama é de buscar métodos de tratamento que causem menor deformidade. O desenvolvimento de técnicas de reconstrução baseadas em retalhos perfurantes está em consonância com esta tendência. Método: A evolução dos retalhos como o retalho miocutâneo transverso do abdome livre (free TRAM) em retalho miocutâneo transverso do abdome poupador de músculo (muscle sparing TRAM) e retalho perfurante da artéria epigástrica inferior (DIEP flap) demonstra preocupação crescente com a menor morbidade do sítio doador. Resultado: a principal vantagem dos retalhos perfurantes é que estes poupam a musculatura e a inervação motora, reduzindo a morbidade do procedimento e preservando função. Conclusão: as técnicas autólogas de reparação da mama baseadas em vasos perfurantes podem ser utilizadas com proporcional diminuição ao músculo reto do abdome. Introduction: The latest trend in breast cancer treatment is to look for treatment options that cause less deformity. The development of reconstruction techniques based in perforator flaps is part of this trend. Method: The evolution of flaps like the free transverse rectus abdominis myocutaneous flap (TRAM flap) in the muscle sparing TRAM and the deep inferior epigastric artery flap (DIEAP flap) demonstrates attention in order to diminish morbidity of the donor site. Results: The greatest advantage of the perforator flaps is that they spare muscle and motor inervation, reducing morbidity of the procedure and preserving function. Conclusion: The autologous techniques of breast reconstruction based in perforator vessels can be used with reduction of damage to the rectus abdominis muscle. KEYWORDS: breast, reconstruction, perforator flaps DESCRITORES: mama, reconstrução, retalhos perfurantes 1.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 2.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 3.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 4. Professor adjunto do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre 5.Professor adjunto e chefe do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 62 Reconstrução de mama utilizando retalhos perfurantes baseados no músculo reto do abdome - Escala de preservação muscular INTRODUÇÃO do abdome pediculado (TRAM) se deu por Hartrampf em 19824(Figuras 1). Estudos da anatomia vascular posteriormente demonstraram que a vascularização arterial dominante se dava através da artéria epigástrica inferior. Com o entendimento de que o músculo reto do abdome poderia carregar um retalho maior de pele e subcutâneo quando baseado no sistema vascular profundo, diversos microcirurgiões passaram a adotar o retalho miocutâneo transverso do abdome livre para reconstruções de mama. Serafin et al. foram os primeiros a relatar o uso de retalho livre na reconstrução de mama5, sendo Holmstrom et al. os pioneiros no uso de tecido abdominal como retalho microcirúrgico para reconstrução de mama - o TRAM livre6 (Figura 2). A tendência atual no tratamento do câncer de mama é de buscar métodos de tratamento que causem menor deformidade, buscando ressecar o tumor preservando o tecido saudável adjacente¹. O desenvolvimento de técnicas de reconstrução baseadas em retalhos perfurantes está em consonância com esta tendência por buscar minimizar o dano ao sítio doador do retalho. A evolução dos retalhos como o retalho miocutâneo transverso do abdome livre (free TRAM) em retalho miocutâneo transverso do abdome poupador de músculo (muscle sparing TRAM) e retalho perfurante da artéria epigástrica inferior (DIEP flap) demonstra essa preocupação crescente com a menor morbidade do sítio doador². OBJETIVO Descrever a progressão da preservação do músculo reto do abdome utilizando as técnicas autólogas de reparação baseadas em vasos perfurantes em casos do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. MÉTODO Retalhos perfurantes são denominados de acordo com sua artéria de origem desde o consenso de Gent³. Estudos anatômicos demonstram que a artéria nutridora de um retalho perfurante normalmente surge na superfície profunda do músculo e fornece vasos perfurantes musculocutâneos que penetram através do músculo para suprir a gordura e a pele. Em outras situações um vaso pode se originar da artéria nutridora e caminhar através de uma membrana septocutânea até a pele e subcutâneo. Estes últimos são chamados vasos perfurantes septocutâneos. Com o passar do tempo foi se tornando evidente que a morbidade do sítio doador poderia ser reduzida se a quantidade de músculo a ser retirada com o retalho fosse também diminuída, juntamente com menor lesão do músculo remanescente no abdome (Figuras 3). Koshima e Soeda foram os primeiros a relatar o uso de retalhos baseado em vasos perfurantes7. A dissecção cuidadosa dos vasos perfurantes através do músculo até a artéria nutridora leva à forma mais pura de um retalho perfurante e desse modo preserva a integridade muscular e nervosa motora. Ocasionalmente variações anatômicas ou preocupações sobre a perfusão tecidual encontrada durante o procedimento pode levar a opção de incluir certa porção de músculo no retalho, alterando assim seu design para um dos retalhos poupadores de músculo. Allen e Treece realizaram o primeiro retalho perfurante de artéria epigástrica inferior para reconstrução de mama com transferência unicamente de tecido subcutâneo e pele com preservação total do músculo reto do abdome8 (Figura 4). A introdução do retalho miocutâneo transverso Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 63 Reconstrução de mama utilizando retalhos perfurantes baseados no músculo reto do abdome - Escala de preservação muscular retalho reduzido para adequar-se ao tamanho da mama contralateral da paciente10. Uma contraindicação absoluta ao uso de retalho de abdome inferior para reconstrução mamária é a abdominoplastia prévia. Lipoaspiração prévia constitui contraindicação relativa, sendo necessária adequada avaliação pré-operatória da viabilidade vascular nesta situação. Tabagismo ativo até quatro a seis semanas antes da cirurgia contribui para necrose gordurosa, perda parcial do retalho, atraso da cicatrização e perdas parciais ocasionais de retalho tanto no sítio da mastectomia quanto no sítio abdominal. Cirurgias abdominais prévias também podem comprometer a perfusão do retalho. RESULTADOS Nahabedian e colaboradores desenvolveram uma classificação para descrever o grau de preservação muscular do músculo reto do abdome9 (Tabela 1). Tabela 1. Classificação de Preservação Muscular As pacientes devem preferencialmente completar terapia com radiação antes da reconstrução, porque embora o retalho perfurante em geral tolere a radiação, o resultado da reconstrução em longo prazo é superior quando não há irradiação sobre a área reconstruída10-12. CONCLUSÃO Esta classificação demonstra o contínuo entre estes retalhos, que requerem abertura da fáscia anterior do músculo reto do abdome e quantidade variáveis deste mesmo músculo. As técnicas autólogas de reparação da mama baseadas em vasos perfurantes podem ser utilizadas com proporcional diminuição da agressão ao músculo reto do abdome. Assim, a principal vantagem dos retalhos perfurantes é que estes poupam a musculatura e a inervação motora, reduzindo a morbidade do procedimento e preservando função (Figura 5 - Preservação do nervo intercostal). No entanto, cabe lembrar que existe uma troca que deve ser considerada em reconstrução de mama usando os retalhos baseados no músculo reto do abdome. Quanto menor o dano causado à musculatura e à fáscia, em um esforço de minimizar a morbidade abdominal, menos perfurantes são incluídos, e o risco de complicações, como necrose gordurosa e perda do retalho, aumenta13, 14. REFERÊNCIAS 1. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Mastologia e Sociedade Brasileira de Cancerologia no Tratamento Cirúrgico do Câncer de Mama. Finalizado em janeiro de 2011. 2. Elliott LF, Hartrampf CR, Jr. Breast reconstruction: progress in the past decade. World Journal of Surgery. 1990;14(6):76375. DISCUSSÃO A maioria das mulheres com câncer de mama que serão ou foram submetidas a mastectomia são candidatas em potencial a reconstrução mamária autóloga com retalho perfurante, sendo o mais seguro dentre os baseados no músculo reto do abdome o DIEAP flap. Em uma revisão de Granzow e colaboradores encontrou-se que o retalho correspondia em média a 120% do peso da peça de mastectomia, sendo assim o 3. The “Gent” consensus on perforator flap terminology: preliminary definitions. Plastic and Reconstructive Surgery. 2003 Oct ;112(5):1378-83; quiz 1383, 1516; discussion 1384-7. 4. Hartrampf CR, Scheflan M, Black PW. Breast reconstruction with a transverse abdominal island flap. Plastic and Reconstructive Surgery. 1982;69(2):21625 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 64 Reconstrução de mama utilizando retalhos perfurantes baseados no músculo reto do abdome - Escala de preservação muscular 5. Serafin D, Georgiade NG. Transfer of free flaps to provide well vascularized, thick cover for breast reconstructions after radical mastectomy. Plastic and Reconstructive Surgery. 1978;62(4):52736. 6. Holmstrom H. The free abdominoplasty flap and its use in breast reconstruction. An experimental study and clinical case report. Scandinavian Journal of Plastic and Reconstructive Surgery. 1979;13(3):42327. 7. Koshima I, Soeda S. Inferior epigastric artery skin flaps without rectus abdominis muscle. British Journal of Plastic Surgery. 1989;42(6):6458. 8. Allen RJ, Treece P. Deep inferior epigastric perforator flap for breast reconstruction. Annals of Plastic Surgery. 1994;32(1):328. 9. Nahabedian MY, Momen, B, Galdino, G, Manson, P. Breast Reconstruction with the Free TRAM or DIEP Flap: Patient Selection, Choice of Flap and Outcome. Plastic and Reconstructive Surgery. 2002; August 110(2). 10.Granzow JW, Levine JL, Chiu ES, Allen RJ. Breast reconstruction using perforator flaps. Journal of Surgical Oncology. 2006;94(6):44154. 11. Chang DW. Breast Reconstruction with Microvascular MSTRAM and DIEP Flaps. Archives of Plastic Surgery. 2012;39(1):310 12.Hamdi M, Larsen M, Craggs B, Vanmierlo B, Zeltzer A. Harvesting free abdominal perforator flaps in the presence of previous upper abdominal scars. Journal of Plastic, Reconstructive & Aesthetic Surgery : JPRAS. 2013. 13.Atisha D, Alderman AK. A systematic review of abdominal wall function following abdominal flaps for postmastectomy breast reconstruction. Annals of Plastic Surgery. 2009;63(2):22230. 14.Rozen WM, Whitaker IS, Chubb D, Ashton MW. Perforator number predicts fat necrosis in a prospective analysis of breast reconstruction with free TRAM, DIEP, and SIEA flaps. Plastic and Reconstructive Surgery. 2010;126(6):22868; author reply 89. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 65 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Reconstrução Tardia de Mama: Benefícios da Lipoenxertia no Preparo da Zona de Mastectomia Delayed Breast Reconstruction: The Benefits of Fat Graft to Prepair The Mastectomy Zone Mariana Zancanaro1, Geraldo Cesar Castro Althoff2, Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior3, Rafael Netto4, Pedro Bins Ely5 RESUMO ABSTRACT O enxerto de gordura tem se mostrado útil na reconstituição do tecido subcutâneo e na melhora das condições cutâneas e da vascularização local, podendo ser alternativa no preparo da zona de mastectomia antes de reconstruções tardias de mama. Neste trabalho serão analisados 2 casos com uso de lipoenxertia em zona de mastectomia com otimização da qualidade dos tecidos. A experiência com a técnica mostrou segurança no preparo da zona de mastectomia para realização de reconstrução. Nesta situação, as propriedades regenerativas do enxerto de gordura podem ter contribuído no resultado final. Autologous fat grafting is useful as a regenerative tissue. The use of fat graft in breast surgery is described in mastectomy and in breast conserving surgery. There are few descriptions of the use of fat graft to prepair the mastectomy zone before delayed reconstruction. We describe two cases of delayed breast reconstruction that were submitted to fat transfer before the reconstruction. We observed improvement of tissue elasticity and reduction of signs of radiodermatitis. The final result of breast reconstruction was optimized by previous fat graft. DESCRITORES: Mamoplastia, Mastectomia, Neoplasias da Mama KEYWORDS: Mamoplasty, Mastectomy, Breast Neoplasms INTRODUÇÃO Apesar do aumento na proporção de reconstruções imediatas pós-mastectomia, um grupo significativo de pacientes ainda é encaminhado à reconstrução tardia. Nestes casos, observam-se alterações importantes no sítio da mastectomia, incluindo atrofia da pele e do tecido subcutâneo. Nos casos de radioterapia prévia, as condições podem ser ainda mais desfavoráveis em virtude da desvascularização, fibrose e rigidez dos tecidos locais. Mesmo com utilização de retalhos, o resultado do tratamento é limitado pelas condições da área receptora. 1.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 2.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 3.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 4.Instrutor do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre O enxerto de gordura tem se mostrado útil na reconstituição do tecido subcutâneo e na melhora da vascularização local, podendo ser alternativa no preparo da zona de mastectomia antes de reconstruções 5. Professor adjunto do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 66 Reconstrução Tardia de Mama: Benefícios da Lipoenxertia no Preparo da Zona de Mastectomia tardias de mama. O tecido adiposo é metabolicamente ativo e secreta diversos hormônios, citocinas e fatores de crescimento. Ele é abundante em células-tronco mesenquimais que, em circunstâncias apropriadas, podem diferenciar-se em uma gama de diferentes tipos celulares e secretar fatores angiogênicos específicos.1 O potencial regenerativo do adipócito e das células precursoras mesenquimais promove a neovascularização, que contribuiria na melhora de lesões degenerativas, crônicas e atróficas – como aquelas causadas por irradiação ionizante. Caso 2. Paciente feminina de 49 anos, mastectomizada há 2 anos, apresentava atrofia do subcutâneo na zona da mastectomia (Figura 03). A lipoenxertia foi realizada em toda a extensão do tórax anterior, na região subcutânea e em múltiplos planos, num total de 180 mL. Após três meses, foi colocado expansor tecidual com cobertura do peitoral maior e serrátil anterior. Após expansão, foi realizada troca do expansor por implante de silicone e simetrização da mama contralateral com mastopexia, lipoaspiração e colocação de implante de silicome em posição retromuscular. Apesar da atrofia inicial na zona da mastectomia, verificou-se cobertura satisfatória do implante após troca do expansor. Neste tempo cirúrgico foi possível identificar a formação de nova camada de subcutâneo na zona de lipoenxertia, confirmando a integração do enxerto (Figura 04). OBJETIVO Relatar o uso de lipoenxertia na zona da mastectomia previamente à reconstrução mamária. Não foram observadas complicações associadas à lipoenxertia nos casos descritos. MÉTODO Relato de 2 casos submetidos à lipoenxertia previamente à reconstrução tardia da mama realizados no Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da ISCMPA/UFCSPA. O tecido adiposo foi coletado da região abdominal após infiltração da área com solução de adrenalina 1:200.000. A lipoaspiração foi realizada com seringa de 60ml e cânula de 3mm. Após decantação, a gordura foi transferida para seringas de 3 mL para infiltração com cânula 2mm com 1 orifício para enxertia. Após a lipoenxertia, as pacientes foram submetidas a procedimento de reconstrução mamária conforme avaliação clínica e anatômica. RESULTADOS Caso 1. Paciente feminina de 46 anos, tabagista ativa, com história de mastectomia radical modificada à direita associada à radioterapia adjuvante há 2 anos. Ao exame físico, apresentava atrofia dos tecidos na zona da mastectomia e sinais de radiodermatite leve (Figura 01). A lipoenxertia foi realizada em toda a extensão do tórax anterior (área da mastectomia), na região subcutânea e em múltiplos planos, num total de 220 mL. Após três meses, foi realizado retalho de grande dorsal associado a expansor tecidual. Quatro meses após, foi realizada troca do expansor por implante de silicone e nova lipoenxertia na mama direita. A simetrização da mama contralateral foi realizada com mastopexia periareolar e colocação de implante de silicone em posição retromuscular. A avaliação do resultado permite identificar boa elasticidade da pele na mama reconstruída, permitindo contorno muito semelhante à mama contralateral (Figura 02). Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 67 Reconstrução Tardia de Mama: Benefícios da Lipoenxertia no Preparo da Zona de Mastectomia DISCUSSÃO REFERÊNCIAS O avanço no diagnóstico e tratamento das neoplasias mamárias permite que, na maioria dos casos, seja indicada a reconstrução imediata pós-mastectomia. Em muitos casos, no entanto, a reconstrução tardia ainda é realizada. 1. Pearl, R.A., S.J. Leedham, and M.D. Pacifico, The safety of autologous fat transfer in breast cancer: lessons from stem cell biology. J Plast Reconstr Aesthet Surg, 2012. 65(3): p. 283-8. 2. Largo, R.D., et al., Efficacy, safety and complications of autologous fat grafting to healthy breast tissue: A systematic review. J Plast Reconstr Aesthet Surg, 2013. Na reconstrução tardia, a escolha da técnica leva em consideração as condições locais na zona da mastectomia, radioterapia e condições clínicas/ anatômicas da paciente. Neste contexto, são comuns a atrofia do subcutâneo, o adelgaçamento da pele, as cicatrizes hipertróficas e a aderência cutânea aos planos profundos, o que pode limitar o resultado pósoperatório da reconstrução. 3. Losken, A., et al., Autologous fat grafting in secondary breast reconstruction. Ann Plast Surg, 2011. 66(5): p. 518-22. 4. Villani, F., et al., Fat Graft before breast reconstruction by latissimus dorsi. Plast Reconstr Surg, 2010. 126(4): p. 190e-192e. A lipoenxertia tem se mostrado uma alternativa eficaz na cicatrização de feridas complexas secundárias à radiodermatite5. Em cirurgia mamária também é eficaz e efetiva na atenuação de defeitos secundários à mastectomia e à cirurgia conservadora.3 No entanto, há poucos relatos de sua utilização para melhora das condições locais antes da reconstrução mamária.4 5. Rigotti, G., et al., Clinical treatment of radiotherapy tissue damage by lipoaspirate transplant: a healing process mediated by adipose-derived adult stem cells. Plast Reconstr Surg, 2007. 119(5): p. 1409-22; discussion 1423-4. 6. Villani, F., et al., Current applications and safety of autologous fat grafts: a report of the ASPS Fat Graft Task Force. Plast Reconstr Surg, 2010. 125(2): p. 758-9; author reply 759. Embora as lesões teciduais induzidas pela radioterapia sejam de caráter crônico, o enxerto de gordura é eficaz na atenuação – e até reversão – dos danos actínicos. O elevado número de células precursoras mesenquimais no tecido adiposo contribuiu para o caráter regenerativo do tratamento. Nos casos descritos, a reintervenção cirúrgica permitiu detectar a formação de nova camada de subcutâneo na zona previamente enxerta, caracterizando a viabilidade do enxerto e confirmando a melhora da cobertura local. O sucesso da reconstrução mamária tardia com implantes é muito dependente das condições dos tecidos locais. Nossa experiência inicial mostrou-se segura no preparo da zona da mastectomia nos dois casos descritos. Além disso, o baixo grau de morbidade do procedimento facilita a aplicação da lipoenxertia no preparo da zona de mastectomia.5 As complicações relacionadas ao à lipoenxertia incluem necrose gordurosa, formação de cistos e calcificação – todas bem reconhecidas mas que raramente causam morbidade significativa.6 CONCLUSÃO A lipoenxertia mostrou-se segura no preparo da zona da mastectomia na reconstrução tardia de mama. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 68 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Algoritmo de Tratamento da Paralisia Facial do Adulto Adult Facial Paralysis: Algorithm for Treatment Mariana Zancanaro , Daniel Pinheiro Machado da Silveira , Lydia Masako Ferreira3, Marcos Ricardo Oliveira Jaeger4, Pedro Bins Ely5 1 2 RESUMO INTRODUÇÃO A Paralisia Facial no adulto é uma síndrome que têm implicações estéticas e funcionais, com tratamento complexo que pode incluir ou não a reanimação facial. Em casos onde a reanimação facial está contraindicada, pode-se considerar o tratamento para simetrização da face. O presente trabalho visa sistematizar o tratamento da paralisia facial por meio de um algoritmo embasado na experiência dos autores e na literatura. A paralisia facial é uma condição desfigurante e interfere na apresentação social do indivíduo. Sua principal etiologia é idiopática, estimando-se em torno 15 % as que evoluem com mau prognóstico, não retornando a função da placa motora. Para maioria dos pacientes com esta etiologia é uma condição transitória. Outras causas podem ser citadas , como, ressecção de neoplasias como sacrifício do nervo facial, trauma, infecções virais ou bacterianas, doenças neurodegenerativas¹. As opções de tratamento são variadas e dependem principalmente do tempo transcorrido desde a lesão. Os tratamento podem englobar ou não reanimação da face, isto é, manutenção das funções musculares próximas às cavidades ósseas. Quando a possibilidade de reanimação é descartada, a oferta de um tratamento para simetrização pode ser considerada. O principal objetivo do tratamento da paralisia facial é promover uma reanimação muscular simétrica, coordenada , voluntária e funcionamento dos esfíncteres ocular e oral de maneira involuntária e competentes². DESCRITORES: Paralisia facial, Paralisia de Bell, Nervo Facial ABSTRACT Adults Facial Paralysis is a syndrome with aesthetics and functional implications and complex treatment that can or cannot include facial reanimation. In cases when facial reanimation is contraindicated, we can consider facial symmetrization as treatment. This study aims to systematize the treatment of facial paralysis through an algorithm grounded in the experience of the authors and literature. KEYWORDS: Facial Paralysis, Bell Palsy, Facial Nerve OBJETIVO Formular uma proposta sistematizada de tratamento por meio de algoritmo, associando a experiência do serviço de cirurgia plástica e da literatura. 1. Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre MÉTODO 2. Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Estudo retrospectivo de 42 pacientes consecutivos, associado a revisão não-sistemática da literatura atual. A causa da paralisia foi tumor do ângulo pontinhocerebelar, trauma e paralisia de Bell , na maioria dos casos. A classificação de House-Brackmann era 5 ou 6, em 16 pacientes. Os pacientes foram fotografados no pré e pós-operatório. Todos os pacientes assinaram termo de consentimento informado. 3. Professora Titular Disciplina Cirurgia Plástica UNIFESP 4. Instrutor do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 5. Professor adjunto do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Chefe do Serviço de Cirurgia Plástica da Irmandade Santa Casa de Mise Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 69 Algoritmo de Tratamento da Paralisia Facial do Adulto RESULTADOS Proporcionar a manutenção do tônus muscular gera resultados mais satisfatórios, enquanto a demora para encaminhar o tratamento propicia resultados limitados. O procedimento de baby-sitter foi um grande avanço na técnica atual, já que é capaz de diminuir a taxa de atrofia muscular4. Recrutar a placa motora dos músculos de interesse pode ser feita tanto com nervo motor , quanto com nervo sensitivo, como inclusive já descrito pelo autor sênior. Em trabalhos experimentais James Bain demosntrou que estimulação da placa motora, na presença de reparo de nervo, dimunui atrofia muscular da área correspondente. As técnicas utilizadas para reanimação facial envolvem enxerto de nervo cross-facial . O procedimento de babysitter foi de grande valia para manutenção do tônus muscular. Retalhos microcirúrgicos utilizando músculo grácil são adequados para manter sorriso³. O algoritmo produto deste trabalho proposto é evidenciado na figura 1 e reflete as técnicas preconizadas por grande centros de tratamento associada a experiência do autor sênior deste artigo A padronização da utilização dos retalhos colabora com a otimização dos resultados . A reanimação facial é um processo complexo que necessita pelo menos dois procedimentos para obtenção de resultado desejável. É importante que a equipe esteja preparada para realizar microcirurgia e reintervenções quando necessário. Técnicas adjuntas também são um grande colaborador para melhora de resultados. CONCLUSÃO Os pacientes apresentados neste estudo tiveram evolução satisfatória. O tratamento realizado foi otimizado e pode ser comparável a outros centros de tratamento do paciente com paralisia facial. A sistematização da prática colabora para um desfecho favorável no tratamento de pacientes que necessitam reanimação facial. REFERÊNCIAS 1. Atkin PA. Diagnosis and management of Bell’s palsy. Practitioner. 2003;247(1642):36,39,42-3. 2. Ferreira MC. Aesthetic considerations in facial reanimation. Clin Plast Surg. 2002;29(4):523-32. 3.Ferreira MC, Marques de Faria JC. Result of microvascular gracilis transplantation for facial paralysis-personal series. Clin Plast Surg. 2002;29(4):515-22. DISCUSSÃO O nervo facial é essencial para desenvoltura social do indivíduo. A mímica facial reflete os sentimentos e percepções. Além disso, a proteção de estruturas nobres na face passa pela adequada função deste nervo, protegendo as cavidades oral e ocular. 4. Mersa B, Tiangco DA, Terzis JK. Efficacy of the “babysitter” procedure after prolonged denervation. J Reconstr Microsurg 2000;16(1):27-35.3 A anatomia do nervo facial é de essencial compreensão para adequados diagnóstico e tratamento da paralisia facial. É crucial o conhecimento detalhado das possíveis variações apresentadas individualmente, especialmente no que diz respeito as conexões entre troncos principais(frontozigomático e cervicofacial) . Um adequado tratamento começa com o diagnóstico e acompanhamento precoce por equipe multidisciplinar. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 70 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Queloide em membro inferior associado a Calcinose Cutis – Relato de caso. Keloid in the lower limb associated with Calcinosis Cutis - Literature Review. Geraldo Cesar Castro Althoff1, Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior2, Mariana Zancanaro3, Elisete Pereira de Souza4, Pedro Bins Ely5 RESUMO INTRODUÇÃO O Queloide é moléstia frequente no dia-a-dia do Cirurgião Plástico tendo resposta ao seu tratamento desapontadora em um número expressivo de casos. Neste relato de caso foi descrito a associação de Queloide e Calcinose Cutis em um paciente de 46 anos após um politraumatismo grave em membro inferior direito. Após extensa revisão da literatura foi encontrado apenas um artigo com esta mesma associação de patologias mostrando a raridade de tal conjunção de doenças. O Queloide é um dos tipos de cicatriz patológica em que o Cirurgião Plástico atua como balizador do seu tratamento (1,2). Frequentemente são sintomáticos com prurido e dor. Sabe-se que ele tem predileção por indivíduos afrodescendentes e orientais, ocorrendo mais em indivíduos jovens, são mais frequentes em pacientes com história famíliar positiva, entretanto não apresenta padrão genético definido. Apresenta predileção pelo tronco, cabeça e pescoço (3). Pode ocorrer em qualquer fase da cicatrização, mesmo anos após a injúria dérmica (3). DESCRITORES: Queloide, Calcinose, Cirurgia Plástica A Calcinose Cutis é uma doença rara caracterizada pela deposição de sais de cálcio insolúvel na pele e tecido celular subcutâneo. Esta síndrome pode ser subdividida em quatro subtipos: Distrófica, Metastática, Idiopática e Calcifilaxia (4). Dentre os subtipos citados acima a variedade Distrófica é a mais frequente e caracteriza-se pela deposição de cálcio cutâneo secundário a Trauma Tecidual, Doenças do Tecido Conjuntivo e Neoplasias com níveis séricos de cálcio e fosfato normais (5). No exame físico é frequente a identificação de nodulação endurecida em uma área específica sendo possível a ocorrência de ulceração com drenagem de conteúdo esbranquiçado (5). ABSTRACT The keloid disease is common in day- to-day Plastic Surgeon with response to its disappointing treatment in a significant number of cases . In this case report described the association of keloid and Calcinosis Cutis in a 46 yearold patient after a severe multiple trauma in the right lower limb . After extensive review of the literature found only one item with the same combination of conditions showing the rarity of such a conjunction of diseases. KEYWORDS: Keloid, Calcinosis, Surgery, Plastic OBJETIVO Relatar um caso de Queloide em Membro inferior direito associado a Calcinose Cutis Distrófica (CCD). 1.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia, Médico Residente 2.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia, Médico Residente MÉTODO 3.Médica Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia, Médica Residente Descrição de um caso de Queloide em membro inferior direito associado a CCD e revisão da literatura, tendo em vista a raridade de tal associação. 4.Instrutor do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Recons, Instrutor do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 5.Professor Adjunto do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgi, Professor Adjunto e Chefe do Serviço Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 71 Queloide em membro inferior associado a Calcinose Cutis – Relato de caso. RESULTADOS Figura 1. Pré-operatório Paciente ELS, 46 anos, natural e procedente de Porto Alegre vem encaminhado do Serviço de Reumatologia da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre por lesão nodular em maléolo lateral direito de 8,5 cm X 6 cm com comprometimento parcial da deambulação. História de queimadura aos 2 anos por escaldamento e formação de queloide cervical tratado aos 7 anos por ressecção cirúrgica com recidiva tratada com aplicação de Triancinolona Hexacetonida. Sofreu atropelamento em 2007 tendo sofrido Trauma crânio encefálico e múltiplas lesões em membros inferiores, relata que após houve o surgimento de lesão endurecida e com crescimento progressivo na região do maléolo lateral direito tendo evoluído com posterior ulceração. A conduta da equipe de Cirurgia Plástica da Irmandade Santa Casa de Porto Alegre foi o encaminhamento do paciente para o Serviço de Cirurgia Oncológica e Dermatologia sendo que estes após avaliação e biópsia com resultado Inflamação crônica e fibrose sugeriram a ressecção da lesão para melhor definição do quadro. Após reavaliação do paciente foi optado por exérese e enxerto de pele parcial (área doadora tendo sido a coxa contralateral). O pós-operatório não apresentou intercorrências clínicas, porém houve perda precoce do enxerto mesmo sem a ocorrência de hematoma ou infecção local. Após quinze dias a equipe recebeu o exame anatomopatológico que trazia o diagnóstico de Queloide associado à Calcificação Distrófica. A conduta do Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa foi nova avaliação da Dermatologia tendo sido então dado o diagnóstico de CCD (após avaliação laboratorial). Figuras 1, 2,3 e 4. Figura 4. Um mës de pós-operatório Figura 2. Transoperatório (após resseçao) Figura 3. Peça cirúrgica Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 72 Queloide em membro inferior associado a Calcinose Cutis – Relato de caso. DISCUSSÃO A CCD é uma afecção rara e após extensa revisão da literatura foi encontrado apenas um relato de caso da associação desta doença com Queloide (6). Há outros relatos de associação da CCD com cicatriz após queimadura (7). Seu diagnóstico é histológico e a diferenciação de suas outras formas se dá pela análise laboratorial do cálcio e fosfato que na CCD é normal. No presente caso o manejo da ferida no momento foi conservador com curativos a base de Alginato de Cálcio e tratamento sistêmico da Patologia com Diltiazem, lembrando que neste caso não existe tratamento padrão ou qualquer guideline terapêutico sendo inúmeras as opções. CONCLUSÃO A associação de Queloide com Calcinose Cutis e extremamente rara e a presença desta patologia teve provável influência negativa na evolução da enxertia de pele parcial. REFERÊNCIAS 1. Atiyeh BS, Costagliola M, Hayek SN. Keloid or hypertrophic scar: the controversy: review of the literature.Ann Plast Surg. Jun 2005;54(6):676-80. 2. Butler PD, Longaker MT, Yang GP. Current progress in keloid research and treatment. J Am Coll Surg. Apr 2008;206(4):731-41. 3. Berman B, Viera MH, Amini S, Huo R, Jones IS. Prevention and management of hypertrophic scars and keloids after burns in children. J Craniofac Surg. Jul 2008;19(4):989-1006 4. Reiter N, El-Shabrawi L, Leinweber B, Berghold A, Aberer E. Calcinosis cutis: part I. Diagnostic pathway. J Am Acad Dermatol. Jul 2011;65(1):1-12. 5. Aksoy HM, Ozdemir R, Karaaslan O, Tiftikcioglu YO, Oruc M, Kocer U. Incidental idiopathic calcinosis cutis in a rhytidectomy patient. Dermatol Surg. Aug 2004;30(8):1145-7. 6. Redmond WJ, Baker SR. Keloidal Calcification. Arch Dermatol. Aug 1983;119(3):270-272. 7. Ebrahim, Mohammed K et al.Heterotopic calcification in burn scars and non-healing ulcers. Burns. Aug 2003; 29 (5):461 – 468. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 73 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Complicação incomum após abdominoplastia em paciente pós-obeso An Unusual Complication of Abdominoplasty in a Post Bariatric Patient Thayse Antoniolli Crestani1, Daniele Walter Duarte2, Carolina Trombini3, Sara Vanazzi4, Michelle Brys Odrisolla5 RESUMO ABSTRACT Abdominoplastia é a cirurgia de contorno corporal mais realizada após a cirurgia bariátrica. Descrevemos uma complicação incomum em uma paciente feminina, submetida a cirurgia de obesidade há dois anos, que foi admitida na emergência hospitalar com intensa dor abdominal no segundo dia de pós-operatório de abdominoplastia desenvolvendo sinais de obstrução intestinal. Adesão entre as alças provocando dobra intestinal foi confirmada como sendo causa da obstrução durante a laparotomia. Este caso enfatiza a importância de se considerar outras causas de dor abdominal não diretamente relacionadas a abdominoplastia, especialmente em pacientes submetidos a cirurgias intra-abdominais prévias. A plicatura da aponeurose do reto abdominal durante a abdominoplastia, neste caso, teve um importante papel na gênese da obstrução instestinal ao provocar um aumento da pressão intraabdominal que , por sua vez , pode ter provocado a dobra intestinal. Abdominoplasty is a body contouring surgery most performed after bariatric surgery . We describe an uncommon complication after abdominoplasty in a female patient who underwent obesity surgery two years ago. She was admitted to the emergency room with severe abdominal pain on the second day of the surgery with signs of small bowel oclusion. At laparotomy a kinked bowel adhesion was found to be the real cause of the problem. This case emphasizes the importance of considering other causes of abdominal pain not directly related to abdominoplasty, especially in patients who underwent previous intra-abdominal surgery. The plication of the rectus abdominis fascia during abdominoplasty , in this case , played an important role in the pathogenesis of intestinal obstruction throught an increase of intra-abdominal pressure that, in turn, could have caused the intestinal kink. KEYWORDS: Abdominoplasty, Bariatric surgery DESCRITORES: Abdominoplastia, Obstrução intestinal, Cirurgia bariátrica Bowel obstruction, 1.Membro Aspirante Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Residência Cirurgia Plástica Concluída Hospital Ernesto Dornelles 2.Membro Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástic, Fellow em Cirurgia Crâniomaxilofacial Hospital de Clínicas de Porto Alegre 3.Membro Aspirante Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Médica Residente Hospital Ernesto Dornelles 4.Membro Aspirante Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Médica Residente Hospital Ernesto Dornelles 5. Membro Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástic, Preceptora do Serviço Credenciado SBCP de Cirurgia Plástica Hospital Ernesto Dornelles Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 74 Complicação incomum após abdominoplastia em paciente pós-obeso INTRODUÇÃO Figura 1Pré-operatório A Obesidade é uma questão de tramento prioritário que afeta 312 milhões de adultos no mundo (1). A alta eficácia das cirurgia bariátrica em tratar e resolver o problema do excesso de peso fez aumentar o número desses procedimentos(2). Após perda de peso maciça, muitos pacientes são encaminhados ao cirurgião plástico para realizar procedimentos que corrijam o excesso de pele e flacidez. Abdominoplastia é o procedimento mais frequentemente realizado nesses pacientes e embora seja considerado um procedimento simples, atinge taxas de complicações de até 50% dos casos em algumas séries. As principais complicações da abdominoplastia são seroma, hematoma, abscesso, deiscências de sutura e tromboembolismo pulmonar (3)(4)(5)(6). Entretanto, os cirurgiões plásticos devem estar alertas para algumas outras raras complicações que também ocorrer após a abdominoplastia. OBJETIVO Relatar um caso raro, de uma paciente feminina, ex-obesa, submetida a cirurgida bariátrica há 2 anos e submetida a abdominoplastia com plicatura da aponeurose do músculo reto abdominal, que apresentou-se com dor abdominal intensa no segundo pós-operatório de abominoplastia e quadro de obstrução intestinal. Figura 2 Pós-operatório 2 meses MÉTODO Relatar o caso de uma paciente feminina de 25 anos submetida há 2 anos a uma cirurgia bariátrica laparoscópica com técnica de bypass gástrico em Y de Roux com emagrecimento gradual de 50 kg. Apresentava-se na avaliação inicial com grande flacidez e excesso de pele no abdome em sentido vertical e transversal sendo então submetida a abdominoplastia, no Hospital Ernesto Dornelles, com técnica abordando estes dois segmentos com cicatriz final vertical e horizontal em âncora. Foi realizada durante abdominoplastia ampla plicatura da aponeurose dos músculos reto abdominais para corrigir diastase muscular e lipoaspiração da região dos flancos. (Figura 1 e 2) Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 75 Complicação incomum após abdominoplastia em paciente pós-obeso Figura 4 Aderência intestinal e o estreitamento do lúmen visualizados na ponta do dedo) No segundo dia de pós-operatório a paciente compareceu a emergência do mesmo hospital com dor abdominal intensa. O exame físico era normal, exceto para dor na linha média acima da linha de plicatura da aponeurose dos retos abdominais durante a palpação superficial. Foi submetida a internação hospitalar para observação e analgesia. Após três dias de tratamento clínico otimizado, não apresentou melhora da dor e iniciou com sintomas de obstrução intestinal. A tomografia computadorizada mostrou uma pronunciada distensão do intestino delgado. com um estreitamento súbito de lúmen intestinal . Também chamou a atenção o fato do músculos retos abdominais, que tiveram sua aponeurose suturada durante a abdominoplastia a fim de corrigir a diastase muscular, estarem protruindo para a cavidade abdominal justamente acima da distensão do intestino delgado. (Figura 3) Figura 3Estreitamento do intestino mostrado pela seta branca delgado RESULTADOS Descrevemos um caso de uma paciente ex-obesa, previamente submetidos a um procedimento bariátrico há dois anos que desenvolveu uma obstrução do intestino delgado dois dias após a abdominoplastia com boa resolução do quadro após adequado tratamento cirúrgico, sem sequelas funcionais ou impedimentos no resultado estético da abdominoplastia com técnica em âncora. Os cirurgiões devem estar cientes de que obstruções intestinais podem surgir a qualquer momento Na revisão da literatura foi possível identificar apenas um relato de obstrução intestinal após a abdominoplastia que ocorreu dois anos após o procedimento, como consequência do deslocamento de um porto colocados quatro anos antes durante uma banda gástrica ajustável por laparoscopia (7). Considerando a clínica e o exame tomográfico, nós julgamos tratar de uma obstrução instetinal causada por uma hérnia interna e a paciente foi então conduzida à laparotomia realizada por cirurgião do aparelho digestivo. A exploração da cavidade abdominal revelou uma intensa aderência que levou a dobra da alça e um estreitamento sutil de intestino delgado e outras aderências múltiplas menores (Figura 4). As adesões foram lisadas e uma sutura foi realizada entre a área dobrada e o mesentério, a fim de evitar outras recorrência. O pós-operatório correu sem intercorrências e a paciente teve alta hospitalar após 4 dias da laparotomia. DISCUSSÃO Um alto índice de suspeição é necessário para diagnosticar esta entidade e a exploração cirúrgica deve ser realizada o mais rapidamente possível, uma vez que a imagem radiológica do abdome tem limitações importantes (8). Nossa primeira hipótese diagnóstica era uma hérnia interna, que é a causa mais comum de obstrução do intestino delgado após bypass gástrico laparoscópico (9). Entretanto a laparotomia revelou uma densa adesão entre as alças causando uma dobra no intestino delgado como a causa da obstrução. Este caso também ilustra a possibilidade das limitações da imagem radiológica no estabelecimento de um diagnóstico específico em nessas situações. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 76 Complicação incomum após abdominoplastia em paciente pós-obeso Os autores estão conscientes de que isto poderia ter ocorrido por acaso, mas acreditamos que a ampla plicatura da aponeurose muscular dos retos abdominais realizada durante a abdominoplastia, para correção da diastase muscular, levou a um aumento da pressão intra-abdominal, que, por sua vez, provocou a dobra intestinal. Não é possível afirmar com segurança, mas a imagem de tomografia computadorizada é compatível com esta hipótese, mostrando o músculo retos abdominais salientes claramente protraindo para dentro da cavidade abdominal. Além disso, existe um nexo temporal da causalidade entre a abdominoplastia e o rápido aparecimento dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente. 7. Sarkar S, Smith D, Scott MH. A rare complication of abdominoplasty after bariatric surgery. Ann. Plast. Surg. 2010 Jan;64(1):7–8. 8. Rogula T, Yenumula PR, Schauer PR. A complication of Roux-en-Y gastric bypass: intestinal obstruction. Surg. Endosc. 2007 Nov;21(11):1914–8. 9. Husain S, Ahmed AR, Johnson J, Boss T, O’Malley W. Small-bowel obstruction after laparoscopic Roux-en-Y gastric bypass: etiology, diagnosis, and management. Arch. Surg. Chic. Ill 1960. 2007 Oct;142(10):988–93 CONCLUSÃO Concluímos que este caso enfatiza a importância de buscar o diagnóstico diferencial de dor abdominal após procedimentos de contorno corporal em pacientes previamente submetidos a intervenções cirúrgicas bariátricas. Também alerta para a preocupação do equilíbrio entre os riscos e os benefícios de uma ampla plicatura da aponeurose dos retos abdominais nestes pacientes. REFERÊNCIAS 1. Haidar YM, Cosman BC. Obesity Epidemiology. Clin. Colon Rectal Surg. 2011 Dec;24(4):205–10. 2. Neaman KC, Hansen JE. Analysis of complications from abdominoplasty: a review of 206 cases at a university hospital. Ann. Plast. Surg. 2007 Mar;58(3):292–8. 3. Fraccalvieri M, Datta G, Bogetti P, Verna G, Pedrale R, Bocchiotti MA, et al. Abdominoplasty after weight loss in morbidly obese patients: a 4-year clinical experience. Obes. Surg. 2007 Oct;17(10):1319–24. 4. Shermak MA. Body contouring. Plast. Reconstr. Surg. 2012 Jun;129(6):963e–78e. 5. Michaels J 5th, Coon D, Rubin JP. Complications in postbariatric body contouring: postoperative management and treatment. Plast. Reconstr. Surg. 2011 Apr;127(4):1693–700. 6.Iglesias M, Ortega-Rojo A, Garcia-Alvarez MN, Vargas-Vorackova F, Gonzalez-Chavez AM, GonzalezChavez MA, et al. Demographic factors, outcomes, and complications in abdominal contouring surgery after massive weight loss in a developing country. Ann. Plast. Surg. 2012 Jul;69(1):54–8. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 77 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Dimensões palpebrais antes e após blefaroplastia: efeito sobre as amplitude da região orbitopalpebral Eyelid dimensions before and after blepharoplasty: effect on the amplitude of orbitopalpebral region Léo Doncatto1, Magda Furlanetto2 RESUMO das dimensões foram maiores entre a sobrancelha e o rebordo ciliar superior, entre as comissuras palpebrais e entre as sobrancelhas e o rebordo ciliar Inferior. Conclusão: As avaliações permitem concluir que o processamento de imagens digitais possibilita avaliações quantitativas de parâmetros palpebrais nas blefaroplastias. Pode-se observar uma grande redução na soma das dimensões das medidas das palpebrais nas mulheres após a blefaroplastia, ao contrário dos homens, mesmo após a ressecção dos excessos de pele sobre saliente. Introdução: Os primeiros sinais de envelhecimento que surgem na região periorbital, apresentam excesso de pele e gordura ou alongamento da margem palpebral inferior. A blefaroplastia é a cirurgia empregada para corrigir tal problema. Métodos: Foram avaliados 20 pacientes submetidos à blefaroplastia estética, sendo 10 mulheres e 10 homens, através de fotos digitais analisadas em quatro dimensões em cada pálpebra, comparando os resultados pré e pós operatórios. Resultados: No grupo das mulheres, constatou-se um aumento da distância intercantal, um aumento da abertura da fenda palpebral e da distância da sobrancelha ao rebordo ciliar inferior. Do contrário, as distâncias entre as sobrancelhas e o rebordo ciliar superior não aumentaram. No grupo dos homens houve aumento apenas da abertura das fendas palpebrais. Por outro lado, mesmo com a ressecção dos excessos de pele e flacidez, não houve aumento das dimensões entre a sobrancelha e o rebordo ciliar superior, inferior e intercantal. Discussão: No grupo de mulheres, a retirada dos excessos de pele das pálpebras superiores e inferiores deixou as suas regiões orbito palpebrais sem pregas cutâneas e com uma aparência mais ampla. Houve um aumento das distâncias entre as comissuras palpebrais e da distância entre a sobrancelha e o rebordo ciliar inferior. Já a distância entre as sobrancelhas e o rebordo ciliar superior diminuiu, pois houve a ressecção dos excessos de pele das pálpebras superiores. Nos homens houve uma maior abertura das fendas palpebrais com maior exposição do globo ocular, pela retirada dos excessos de pele. Porém, a soma total DESCRITORES: Blefaroplastia, Pálpebras, Cirurgia Plástica ABSTRACT Introduction: The first signs of aging that appear in the periorbital area, with excess skin and fat or stretching of the lower eyelid margin. Blepharoplasty is a procedure employed to correct this problem. Methods: We evaluated 20 patients undergoing aesthetic blepharoplasty, 10 women and 10 men, through digital photos analyzed in four dimensions on each eyelid, comparing the pre and post operative. Results: In the group of women, there was an increase in intercantal away, up the opening of the eyelid closure and the distance from the eyebrow to the lower riparian edge. Otherwise, the distances between the eyebrows and the upper riparian edge not increased. In the group of men there was an increase only the opening of the palpebral fissures. Moreover, even with the resection of the skin and sagging excess, there was no increase in the dimensions between the eyebrow and the upper edge ciliary lower and intercantal. Discussion: In the group of women, the removal of excess skin of the upper and lower eyelids left its eyelid orbito regions without 1. Doutorado, Cirurgião Plástico, Professor e Coordenador do Curso de Medicina da Universidade Luterana do Brasil. 2. Mestrado, Fisioterapeuta, Professora de Morfologia do Curso de Medicina da Universidade Luterana do Brasil. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 78 Dimensões palpebrais antes e após blefaroplastia: efeito sobre as amplitude da região orbitopalpebral skin folds and with a wider appearance. There was an increase in distance between the commissures eyelid and the distance between the eyebrow and the lower edge gallery. Now, the distance between the eyebrows and the upper riparian edge decreased because there was resection of the excess skin of the upper eyelids. In men there was a greater opening of the palpebral fissures with greater exposure of the eyeball, the removal of excess skin. However, the total sum of the dimensions were higher between the eyebrow and the upper riparian edge, between the eyelid and the corners between the eyebrows and the Lower riparian edge. Conclusion: The evaluations can be concluded that the digital image processing enables quantitative evaluations of eyelid parameters in blepharoplasty. One can observe a large decrease in the sum of the size measurements of the eyelid after blepharoplasty in women, unlike men, even after resection of the projecting over the excess skin. processamento digital das imagens tornam as avaliações mais precisas, não invasivas e muito precisas. Com isso, podemos avaliar as medidas das posições palpebrais, comparar as dimensões palpebrais, havendo a perspectiva de uma utilização destes dados para indicar ou contra-indicar procedimentos, avaliar o prognóstico dos resultados de cada paciente5. Este estudo se propõe a realizar uma avaliação entre pacientes submetidos à blefaroplastia superior e inferior, comparando as posições e dimensões das mesmas em pacientes de ambos os sexos. OBJETIVO INTRODUÇÃO Avaliar as dimensões palpebrais antes e após blefaroplastia e o efeito que isso traz para a abertura da amplitude da região orbitopalpebral. O estudo foi realizado através de uma análise de fotos de casos de blafaroplastias, utilizando-se de fotos digitais onde são tomadas medidas de quatro pontos em cada pálpebra procurando-se obter o ganho nas dimensões palpebrais com a retirada de excesso de pele e bolsas de gordura. Para maior precisão desta avaliação, utilizou-se um programa de tratamento de imagens. O interesse por procedimentos estéticos da face é comum em ambos os sexos, cirúrgicos ou não1. MÉTODO KEYWORDS: Blepharoplasty, Eyelid, Plastic Surgery A blefaroplastia tem sido frequentemente empregada para suavizar a expressão facial de forma crescente pela população, especialmente para reduzir a sensação de cansaço2. Foi realizado um estudo com a avaliação de 40 pálpebras, de 20 pacientes submetidas à blefaroplastia estética superior e inferior, sendo 10 mulheres e 10 homens. As fotos dos pacientes foram obtidas de forma subsequentes e aleatoriamente, através de fotos obtidas em um site de busca na internet, onde foram procuradas com o nome “blefaroplastia ou blepharoplasty”. Foram operados por cirurgiões diferentes, sendo adultos, apresentando cicatrizes consolidadas e sem outras patologias, cirurgias prévias ou deformidades palpebrais ou faciais. Os primeiros sinais de envelhecimento surgem na região periorbital, sendo caracterizado por alterações na qualidade ou quantidade de pele, pela herniação da gordura ou pelo alongamento da margem palpebral inferior, a chamada dermatocalásia1. A queda ou excesso de pele das pálpebras produz uma imagem de envelhecimento facial, cansaço, dificuldade de visão e infecções conjuntivas de repetição, diminuição do campo visual, causado por obstrução mecânica do campo de visão, cefaléia frontal e excessiva fadiga à leitura, pelo uso crônico da musculatura frontal para vencer a obstrução visual3. As fotos foram obtidas com equipamentos digitais, coloridas, não editadas e nítidas e tomadas por fotógrafos diferentes. Utilizou-se o sistema UTHSCSA ImageTool - University of Texas Health Science 6 para processar as imagens digitalizadas, o qual foi calibrado para cada foto, utilizando-se a distância entre ambas as bases das asas nasais como pontos de referência para cada caso, sendo os resultados apresentados em percentagens. A avaliação dos resultados em cirurgia plástica é pertinente, pois a satisfação o do paciente é um fator preponderante e se baseia em comparacoes subjetivas ou de fotografias comuns, estudos das posições palpebrais são qualitativas ou feitas com o uso de compassos portanto, portanto, com baixa confiabilidade2,3,4. Os parâmetros avaliados foram: 1. Distância intercantal palpebral(DIP); 2- Abertura da fenda palpebral (AFP); 3. Medida entre as sobrancelhas e os cílios superiores(SCS); 4- Medida entre as sobrancelhas e os cílios Inferiores(SCI). As medidas foram obtidas de Medidas quantitativas com a utilização e o Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 79 Dimensões palpebrais antes e após blefaroplastia: efeito sobre as amplitude da região orbitopalpebral cada paciente, através da extensão de linhas passando pela pupila e ligando as extremidades citadas em cada um dos pontos citados acima e demonstrado abaixo na figura 1. réguas, trenas ou compassos. Esse tipo de metodologia, é insuficiente para a medida de outras grandezas mais complexas como curvas, ângulos e áreas3,5,8. A análise de imagens através de processamento digital permite a obtenção de dados mais precisos para uma análise quantitativa entre pontos selecionados e que podem influenciar na seleção de técnicas, dos pacientes e dos resultados clínicos e cirúrgicos2,4,6. Pontos avaliados sobre as fotos digitais. RESULTADOS As médias das percentagens das medidas das quatro dimensões palpebrais são apresentadas abaixo na Tabela 1. Embora a fase de remodelamento de uma ferida cirúrgica possa demorar mais de um ano, no período de 90 dias acredita-se que boa parte da cicatrização já tenha acontecido em tempo suficiente para terem ocorrido as alterações histológicas mais dinâmicas e significativas5,8,9. A comparação pré e o pós operatória das mulheres permitiu constatar um aumento da distância distância intercantal palpebral, da abertura da fenda palpebral e da distância da entre a sobrancelha e o contorno ciliar inferior. Assim, retirada dos excessos de pele deixou as suas regiões orbito palpebrais mais amplas, com uma aparência mais aberta, observações também corroboradas por outros autores1,5,9,10. Já as distâncias entre as sobrancelhas e o rebordo ciliar superior diminuíram, pois com a ressecção dos excessos de pele das pálpebras superior, o acúmulo de pele pendente projetava a pálpebra superior sobre a inferior. A redução desta dimensão foi positiva para os benefícios estéticos, pois deixa os olhos mais abertos. Figura 01 Nos 10 homens do estudo apenas as medidas da abertura das fendas palpebrais foi maior após a blefaroplastia. Houve uma abertura das fendas palpebrais com maior exposição do globo ocular, abrindo dessa forma o campo visual das pupilas pela retirada dos excessos de pele. Por outro lado, as dimensões pós-operatórias foram maiores entre o rebordo ciliar superior, as comissuras palpebrais e as sobrancelhas e o rebordo ciliar Inferior. No grupo das mulheres, constatou-se um aumento da distância intercantal, um aumento da abertura da fenda palpebral e da distância da sobrancelha ao rebordo ciliar inferior. Do contrário, as distâncias entre as sobrancelhas e o rebordo ciliar superior não aumentaram. No grupo dos homens houve aumento apenas da abertura das fendas palpebrais. Por outro lado, mesmo com a ressecção dos excessos de pele e flacidez, não houve aumento das dimensões entre a sobrancelha e o rebordo ciliar superior, inferior e intercantal. Uma hipótese aventada para este fato é que os homens possuem pele mais espessas e firmes, contribui para a presença de pele residual e edema mais persistente pós-operatório. DISCUSSÃO A parente uma melhora visual após a blefaroplastia deve-se à retirada dos excessos, deixando a região orbito palpebral sem excessos de pele e uma abertura maior das fendas palpebrais. Outros trabalhos que avaliam a abertura da fenda palpebral e do sulco palpebral superior antes e após a blefaroplastia também constataram um aumento da mesma, e em alguns casos até gerando uma maior exposição corneana8,10. A etiopatogenia do processo de envelhecimento periorbital é multifatorial e as mudanças nesta região são relacionadas a idade e incluem protrusão das bolsas adiposas, excesso de pele na pálpebra superior e inferior, entre outros7,8. Muitas das avaliações clínicas dos resultados relacionados às dimensões das fendas palpebrais em geral são obtidos com instrumentos simples como Fica evidente que o método de avaliação de Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 80 Dimensões palpebrais antes e após blefaroplastia: efeito sobre as amplitude da região orbitopalpebral resultado mais utilizado em cirurgia plástica através de imagens digitais e de programas de computador, outro aspecto seria o suprimento das expectativas póscirúrgicas dos pacientes, de forma satisfatória e com maior probabilidade de acerto4,8. 8. Viana, GAP. Resultados clínicos e satisfação dos pacientes após blefaroplastia Inferior. Rev. Col. Bras. Cir. 2011; 38(5): 317-322. 9.Cruz, AAV, Baccega, A. Análise bidimensional computadorizada da fenda palpebral. Arq Bras Oftalmol 2001;64:13-9 Estes resultados têm apontado que atualmente, a sociedade e o mercado de trabalho têm exigido uma aparência cada vez mais jovial, mostrando que desde a primeira vez que Narciso viu o reflexo de seu rosto em um lago, a humanidade esta obcecada com a sua aparencia3,8,9. 10.Grafl, R, Auerswald, A, Bernardes, A e cols. Blefaroplasia Inferior Transconjuntival. Rev. Soc. Bras. Cir. Phist. Sao Paulo, 2001, mai/ago, v.16 n.2 p. 59-74. CONCLUSÃO As avaliações permitem concluir que o processamento de imagens digitais possibilita avaliações quantitativas de parâmetros palpebrais nas blefaroplastias. Pode-se observar uma grande redução na soma das dimensões das medidas das palpebrais nas mulheres após a blefaroplastia, ao contrário dos homens, mesmo após a ressecção dos excessos de pele sobre saliente. REFERÊNCIAS 1. Schellini, AS, Preti, RC, Yamamoto, RK e cols. Dimensões palpebrais antes e após blefaroplastia superior - Avaliação quantitativa. Arq Bras Oftalmol. 2005;68(1):85-8 2. Koji, IC. Autoestima em pacientes submetidas a blefaroplastia. Rev. bras. cir. Plást; 2012, jan, mar, 27(1):3136, 3. Schellini, AS, Valezi, VG, Passos, W. Complicações da blefaroplastia superior. Rev Bras Oftalmol. 2012; 71 (4): 253-5 4. Paixão, MP, Miot, HÁ, Machado Filho, CDS. Avaliação do impacto da blefaroplastia superior na qualidade de vida utilizando questionário padronizado: estudo piloto. An Bras Dermatol. 2008;83(1):32-7. 5. Lessa, S, Sebastiá, R, Flores, E. Cantopexia Simples. Rev. Soc. Bras. Cir. Plast. Sao Paulo v.14 0.1 p. 59-70 jan/abr. 1999 6.https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=& esrc=s&source=web&cd=7&cad=rja&uact=8&v ed=0CE4QFjAG&url=http%3A%2F%2Futhscsaimagetool.software.informer.com%2F&ei=Hez4VM jBCc60sASL4IDgAQ&usg=AFQjCNFqgesTiX5b9M00 zlfjUtGRrp3K7Q&sig2=M4_yj-LJcj2EWRuq8PPIFQ 7. Viana, GAP, Osaki, MH, Nishi, M. Blefaroplastia inferior: poderia a cirurgia proporcionar satisfação aos pacientes? Arq Bras Oftalmol. 2012;75(6):402-6 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 81 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Diagnóstico e tratamento da síndrome de incompatibilidade ao silicone: relato de caso Silicone implant incompatibility syndrome (siis) diagnosis and management: a case report Guilherme Barreiro1, João Maximiliano Pedron Martins2, Mirian Pedron3 RESUMO ABSTRACT INTRODUÇÃO: siliconose é a Síndrome Autoimune Induzida por Adjuvantes desencadeada pela utilização de próteses de silicone. Seu diagnóstico baseia-se em critérios maiores e menores e seus achados clínicos, ainda que inespecíficos, geram grande desconforto. OBJETIVO: relatar caso típico, seu diagnóstico e tratamento. MÉTODO: revisão de prontuário e da literatura mundial. RESULTADOS: paciente com duas cirurgias prévias procurou atendimento devido dor em linha mamária. Decidiu-se pela reabordagem atentando para ressecção da cápsula e substituição da prótese. A paciente evoluiu com melhora dos sintomas e em um mês já não possuía restrições. DISCUSSÃO: a proposição de critérios diagnósticos da ASIA organizou e facilitou as descrições de casos na literatura. O caso relatado demonstra a apresentação da síndrome e como o seu manejo adequado pode ser fundamental para o bem-estar das pacientes. INTRODUCTION: Silicosis has been described as the Autoimmune Syndrome Induced by Adjuvants triggered by the use of silicone implants. The diagnosis of ASIA is based on defined major and minor clinical criteria. OBJECTIVE: communicate a typical case, as well as its treatment. CASE REPORT: patient with two previous procedures sought help due to constant pain in bilateral mammary line. A reintervention was decided for capsule resection, with attention to the capsules integrity, and implant substitution. The patient’s symptoms improved quickly and she had resumed her daily activities with no restriction. DISCUSSION: the case reported clearly demonstrates the syndrome presentation and how its diagnosis and adequate management can be key for the patients’ well-being. The improvement achieved with the management in the case reported stimulates research in the understanding of the disease, aiming at a positive impact in their quality of life after remission of their complaints. DESCRITORES: Mamoplastia, Autoimunidade, Dor KEYWORDS: Mammaplasty, Autoimmunity, Pain 1. Graduação pela UFRGS, Médico Residente HNSC 2. Graduação pela ULBRA, Médico Residente HCPA 3. Mestre pela UFRGS, Cirurgiã Plástica Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 82 Diagnóstico e tratamento da síndrome de incompatibilidade ao silicone: relato de caso INTRODUÇÃO The surgery was conducted under epidural anesthesia, using the small inverted-T incision, and minimal scar technique (Fig 1) (6). The excess peri-areolar and infraaerolar skin was removed to treat the lower-pole breast sagging. The lower pedicle was then constructed and isolated to help cover the new implant. On dissection, liquid silicone gel was bilaterally identified below the implant capsule (Fig 2), as well as fibers of the Pectoralis major interwoven to the capsule of the right implant. Intense fibrosis was found in the lateral rim of the implant, extending the axillary aspect in both sides. The implants were explanted with attention to the capsules integrity. The previous implant – Mentor® 320cc of cohesive gel – was replaced by Alergan® 235cc. The lower pedicle was used to cover the new implant. The patient’s symptoms improved quickly and within one month she had resumed her daily activities with no restriction, without the complaints previous to the surgery. After six months the patient remained asymptomatic and happy with the cosmetic result. Regardless of its supposed inert nature and incapacity to induce immune reactions (1), silicone implants have recently been associated to inflammatory or autoimmune syndromes. Within this context, the Silicone Implant Incompatibility Syndrome (2) or Silicosis (3) has been described as the Autoimmune/Inflammatory Syndrome Induced by Adjuvants (ASIA) triggered by the use of silicone breast implants. The diagnosis of ASIA is based on major and minor clinical criteria (4), and its recent description has opened a wide field of research in regard to early and late effects on patients’ quality of life. The most prominent clinical aspects such as arthralgia, myalgia, and sleep disturbances, although unspecific, generate great impact and discomfort on patients’ lives. Case series have been described (5), reinforcing the importance of knowing the disease, as well as of the early diagnosis and need for the improvement of management optimizing the results. OBJETIVO The objective of this report is to communicate a typical case, as well as its treatment, and the positive impact that adequate management has over outcome. MÉTODO The research was conducted through patient authorized medical records analysis during the whole treatment period. The main studies on ASIA’s diagnosis and treatment published in the MEDLINE database were also reviewed. Figure 1 Minimal-scar technique RESULTADOS 53-year-old female patient, augmentation mammoplasty in 1995 with silicone implant; second surgery in 2009 for implant substitution with the objective of correcting ptosis as well as breast augmentation. Sought help due to constant pain in bilateral mammary line, close to the scar, with distal linear irradiation to upper limbs. The pain started three years after the second surgery. The patient denied constitutional symptoms, previous history of atopic or rheumatologic diseases, or other comorbidities. Thorough laboratory screening was conducted for rheumatological diseases (Table 1), besides a panel for myositis, including specific and associated exams, all negative. A reintervention was decided together with the patient, for capsule resection and implant substitution. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 83 Diagnóstico e tratamento da síndrome de incompatibilidade ao silicone: relato de caso Figure 2 Silicone gel under the capsule The role of CK dosing is also a research line in patients with ASIA and localized pain. In this patient, postoperative total CK, although in the upper normal limits, decreased as symptoms improved. Although unspecific, laboratory documentation from the diagnosis to the end of the postoperative period is, in our opinion, highly relevant, not only for clinical followup but also to register and disseminate those findings. CONCLUSÃO The cases of ASIA and silicosis have become more and more frequent in the literature, and the dissemination of personal experiences should be encouraged. The improvement achieved with the management in the case reported stimulates research in the understanding of the pathophysiology, diagnosis, and treatment of those patients, aiming at a positive impact in their quality of life after remission of their complaints. REFERÊNCIAS 1. Carvalho, JF, Barros, SM e JC, Branco. Asia or Shoenfeld’s syndrome: highlighting different persperspectives for diffuse chronic pain. Acta Reumatol Port. 2011, Vols. 36: 10-2. DISCUSSÃO Undoubtedly Shoenfeld and Agmon-Levin contributed in a decisive way to coin the name “ASIA - Autoimmune/ inflammatory Syndrome Induced by Adjuvants”, in a way it encompasses clinical situations such as silicosis, Gulf War Syndrome (GWS), Macrophage Myofasciitis Syndrome (MMF), sick building syndrome (SBS), and post-vaccination phenomena, which share similar signs and symptoms. From their descriptions, many reports followed and a wide research field was open. Proposing diagnostic criteria also rendered the documentation process more organized, facilitating case descriptions in the literature. 2. Cohen Tervaert, JW e Kappel, RM. Silicone implant incompatibility syndrome (SIIS): A frequent cause of ASIA (Shoenfeld’s syndrome). Immunol Res. 56(23):293-8, 2013 Jul. 3. Caldeira, M e Ferreira, AC. Siliconosis: Autoimmune/ Inflamatory Syndrome Induced by Adjuvants (ASIA). IMAJ. 2012, pp. 14:137-8. 4. Shoenfeld, Y e Agmon-Levin, N. ‘ASIA’ - autoimmune/ inflammatory syndrome induced by adjuvants. J Autoimmun. 36:4-8, 2011. The case reported clearly demonstrates the syndrome presentation and how its diagnosis and adequate management can be key for the patients’ well-being. Similar to historical cases already registered in the literature (7), the remission of signs and symptoms after implant explantation with its capsule unquestionable demonstrates the etiology of the disease. In this sense it is important to emphasize the role of removing the capsule, especially for those patients who want to keep some type of implant, as the one reported here. This may at first seem laborious but in our opinion it is crucial for symptoms resolution. We are aware that even in the absence of capsule rupture, the so-called silicone “bleeding” may occur, what increases local inflammatory response (8), confirming the need for total resection of the adjacent tissues during surgery. 5. Maijers, MC et al. Women with silicone breast implants and unexplained systemic symptoms: a descriptive cohort study. Neth J Med. 71(10):534-40, 2013 Dec. 6.Pedron, M. Minimal-scar breast reduction and mastopexy. Aesthetic Plast Surg. 2005 JulAug;29(4):261-73. 7. Kaiser W, Biesenbach G, Stuby U, Grafinger P, Zazgornik J. Human adjuvant disease: remission of silicone induced autoimmune disease after explantation of breast augmentation. Ann of the Rheum Disees 1990;49:937e8. 8. Barker DE, Retsky MI, Schultz S. ‘Bleeding’ of silicone from bagel breast implants, and its clinical relation to fibrous capsule reaction. Plast Reconstr Surg 1978;61:836e41. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 84 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Comparação entre gêneros das medidas palpebrais antes e após blefaroplastia Comparison between genders lid measurements before and after blepharoplasty léo Doncatto1, Magda Furlanetto2 RESUMO das dimensões obtidas nas 20 pálpebras masculinas analisadas demonstraram maior dimensão antes da blefaroplastia, comparando-se com as medidas após as blefaroplastias, num percentual de 3,16% das áreas analisadas. Discussão: Pode-se inferir que no grupo de mulheres, a retirada dos excessos de pele das pálpebras superiores e inferiores deixou as suas regiões orbito palpebrais mais amplas, com uma aparência mais ampla, sem excessos ou acúmulo de tecidos sobresalientes. Essa distensão dos tecidos, resultou num aumento das distâncias entre as comissuras palpebrais, abrindo as fendas palpebrais e as distâncias entre a sobrancelha e o rebordo ciliar inferior, observações corroboradas por outros autores. Do contrário, as distâncias entre as sobrancelhas e o rebordo ciliar superior diminuíram, pois com a ressecção dos excessos de pele das pálpebras superiores, o acúmulo de pele pendente projetava a pálpebra superior sobre a inferior. Esse fato, ao contrário do que parece, foi positiva para o benefício estético dos casos, pois uma redução da distância entre as sobrancelhas e o rebordo ciliar superior deixa os olhos mais abertos, exatamente pela retirada da pele sobresaliente. A soma total dos ganhos das dimensões obtidas nas pálpebras femininas, demonstraram uma redução total das medidas 70,79% após a blefaroplastia em comparação com as mesmas medidas obtidas antes da blefaroplastia. Para os homens, houve uma abertura das fendas palpebrais com maior exposição do globo ocular aparente, abrindo dessa forma o campo visual das pupilas pela retirada dos excessos de pele. Por outro lado, embora pequena na soma total das dimensões obtidas, as dimensões dos pontos avaliados antes da blefaroplastia em comparação com o pós blefaroplastia, foram maiores entre a sobrancelha e o rebordo ciliar superior, entre as comissuras palpebrais e entre as sobrancelhas e o rebordo ciliar Inferior. Conclusão: As avaliações realizadas permitiram concluir que o processamento de imagens digitais possibilita avaliações quantitativas de parâmetros palpebrais nas blefaroplastias. Pode-se observar uma grande redução Introdução: Os primeiros sinais de envelhecimento, muitas vezes, surgem na região periorbital, pela qualidade ou quantidade de pele, herniação da gordura ou alongamento da margem palpebral inferior. A blefaroplastia tem sido empregada devido à crescente preocupação com a estética, a disputa pelo mercado de trabalho que exige pessoas de melhor aparência e, também, ao cansaço e redução de campo visual superior. Métodos: Foram avaliados 10 pacientes masculinos e 10 femininos submetidos à blefaroplastia estética. Os casos foram obtidos de forma aleatória na internet, sendo as suas fotos digitais analisadas em quatro dimensões em cada pálpebra para avaliar-se as mudanças provocadas nas dimensões palpebrais através da blefaroplastia, comparadas com as fotos anteriores ao procedimento. Resultados: No grupo das mulheres, constatou-se um aumento da distância intercantal, um aumento da abertura da fenda palpebral e da distância da sobrancelha ao rebordo ciliar inferior. Do contrário, as distâncias entre as sobrancelhas e o rebordo ciliar superior não aumentaram. A soma total dos ganhos das dimensões obtidas nas pálpebras femininas, demonstraram uma redução total das medidas 70,79% após a blefaroplastia em comparação com as mesmas medidas obtidas antes da blefaroplastia, pela ressecção dos tecidos flácidos e em excesso. No grupo dos homens, o estudo mostrou que apenas as medidas da abertura das fendas palpebrais foi aumentou após a blefaroplastia. Por outro lado, mesmo com a ressecção dos excessos de pele e flacidez, não houve aumento das dimensões entre a sobrancelha e o rebordo ciliar superior, inferior e intercantal, comparando as fotos de antes e após a blefaroplastia. Ao contrário do grupo feminino e embora em pequenas percentagens, as somas 1. Doutorado, Cirurgião Plástico, Professor e Coordenador do Curso de Medicina da Universidade Luterana do Brasil. 2.Mestrado, Fisioterapeuta, Professora de Morfologia do Curso de Medicina da Universidade Luterana do Brasil. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 85 Comparação entre gêneros das medidas palpebrais antes e após blefaroplastia and the lower riparian edge, observations corroborated by other authors. Otherwise, the distances between the eyebrows and the upper riparian edge decreased, because with the resection of excess upper eyelid skin, the skin buildup pending design the upper eyelid over the lower. This fact, contrary to what seems, was positive for the aesthetic benefit of cases, since a reduction of the distance between the eyebrows and the rim makes more eyes upper riparian open, exactly by the withdrawal of the skin sobresaliente. The total sum of earnings of the dimensions obtained in female eyelids, demonstrated a total reduction of 70.79% measures after blepharoplasty in comparison with the same measurements obtained before the blepharoplasty. For men, there was an opening of the eyelid slits with greater exposure of the eyeball apparent, thus opening the visual field of the pupils by the removal of excess skin. On the other hand, although small in the sum total of the dimensions obtained, the dimensions of the points evaluated before blepharoplasty in comparison with the post blepharoplasty, were higher between the eyebrow and the overlap between the upper riparian eyelid commissures and between the eyebrows and the Lower riparian edge. Conclusion: The evaluations carried out allowed to conclude that digital image processing enables quantitative assessments of eyelid parameters in blepharoplasties. One can observe a great reduction in the sum of the dimensions of the measures of the eyelid in women after blepharoplasty, unlike men, where there has been an increase in measures of the dimensions of the eyelid after blepharoplasty, although resection of excess skin sobresaliente. na soma das dimensões das medidas das palpebrais nas mulheres após a blefaroplastia, ao contrário dos homens, onde houve um aumento das medidas das dimensões das palpebrais após a blefaroplastia, embora a ressecção dos excessos de pele sobre saliente. DESCRITORES: Blefaroplastia, Paralisia Facial, Cirurgia Plástica ABSTRACT Introduction: the first signs of aging, often, arise in the region around the eyes, on the quality or quantity of skin, fat herniation or stretching of the lower eyelid margin. Blepharoplasty has been employed due to the growing concern with the aesthetics, the contest for the labour market that requires people to look better and also the tiredness and reduced visual field above. Methods: we evaluated 10 male and 10 female patients undergoing blepharoplasty aesthetics. The cases were collected at random on the internet and its digital photos analyzed in four dimensions on each eyelid for assessing changes caused in the eyelid blepharoplasty through dimensions, compared with the previous photos to the procedure. Results: In women’s group, found an increase of distance intercantal, an increase of palpebral fissure opening and the distance the ciliary edge lower eyebrow. Otherwise, the distances between the eyebrows and the upper riparian edge have not increased. The total sum of earnings of the dimensions obtained in female eyelids, demonstrated a total reduction of 70.79% measures after blepharoplasty in comparison with the same measurements obtained before the blepharoplasty, for tissue resection and flabby in excess. The Group of men, the study showed that only the opening measures of the eyelid slits was increased after blepharoplasty. On the other hand, even with the removal of excess skin and sagging, there was no increase in size between the eyebrow and the riparian edge top, bottom and intercantal by comparing the pictures of before and after blepharoplasty. Unlike the female group and although in small percentages, the sums of the dimensions obtained in 20 male analyzed showed larger eyelids before blepharoplasty, comparing with the measures after the blepharoplasties, a percentage of 3.16% of the analyzed areas. Discussion: one can infer that in the Group of women, the removal of the excess skin of the upper and lower eyelids left their orbiting Jupiter regions broader eyelid with a wider appearance, without excesses or accumulation of sobresalientes fabrics. This tissue distension, resulted in an increase of the distances between the palpebral commissures, opening the eyelid slits and the distances between the eyebrow KEYWORDS: Blepharoplasty, Facial paralysis, Plastic Surgery INTRODUÇÃO O maior interesse do sexo feminino por procedimentos estéticos, cirúrgicos ou não, não é surpresa, e caracteriza potenciais fatores socioculturais e econômicos que podem justificar esta diferença1. A blefaroplastia tem sido frequentemente empregada devido à crescente preocupação com a estética, a disputa pelo mercado de trabalho que exige pessoas de melhor aparência e, também, ao cansaço e redução de campo visual superior2. Com frequência, os primeiros sinais de envelhecimento, muitas vezes, surgem na região periorbital, sendo caracterizado por alterações na qualidade ou quantidade de pele, pela herniação da Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 86 Comparação entre gêneros das medidas palpebrais antes e após blefaroplastia gordura ou pelo alongamento da margem palpebral inferior2,3. Avaliar as dimensões palpebrais antes e após blefaroplastia e o efeito que isso traz para a abertura da amplitude da região orbitopalpebral, comparando os resultados obtidos nos homens e nas mulheres. O estudo foi realizado através de uma análise de fotos de casos de blafaroplastias, utilizando-se de fotos digitais onde são tomadas medidas de quatro pontos em cada pálpebra procurando-se obter o ganho nas dimensões palpebrais com a retirada de excesso de pele e bolsas de gordura. Para maior precisão desta avaliação, utilizouse um programa de tratamento de imagens. A chamada dermatocálase, então, consiste num excesso de pele na pálpebra superior, inferior, ou ambas, podendo também incluir a presença de excesso de gordura e tecido muscular hipertrófico nas pálpebras3. A queda ou excesso de pele das pálpebras produz uma imagem de envelhecimento facial, cansaço, dificuldade de visão e infecções conjuntivas de repetição, diminuição do campo visual, causado por obstrução mecânica do campo de visão, cefaléia frontal e excessiva fadiga à leitura, pelo uso crônico da musculatura frontal para vencer a obstrução visual2. MÉTODO Foi realizado um estudo com a avaliação de 40 pálpebras, de 20 pacientes submetidas à blefaroplastia superior e inferior, sendo 10 do gênero feminino e 10 do gênero masculino. Os pacientes foram obtidos de forma subsequentes e escolhidos aleatoriamente, com fotos obtidas em um site de busca na internet, onde foram procuradas com o nome “blefaroplastia”. Todos foram submetidos à blefaroplastia estética, operados por cirurgiões diferentes, sendo adultos, apresentando cicatrizes consolidadas e sem outras patologias, cirurgias prévias ou deformidades palpebrais. A avaliação dos resultados em cirurgia plástica é especialmente pertinente, pois a satisfação o do paciente é o fator preponderante na determinacao do sucesso. Normalmente, esta avaliacao se baseia em comparacoes subjetivas de imagens fotograficas selecionadas, entretanto deveria ser considerada de baixa confiabilidade. A avaliação do aspecto psicologico do paciente e suas expectativas em relação a cirurgia tambem deveriam ser analisadas. Para tanto, uma avaliação mais objetiva dos resultados poderia fornecer orientacao mais confiavel sobre o padrao preferencial na pratica clinica do dia-a-dia. Deste modo, diferentes escalas de mensuracao estao sendo adotadas em diferentes situacoes, para comparar os resultados cirúrgicos 2,3,4. As fotos foram obtidas com equipamentos digitais, coloridas, não editadas e nítidas. As fotografias foram feitas por fotógrafos diferentes. Utilizou-se o sistema UTHSCSA ImageTool - University of Texas Health Science6 para processar as imagens digitalizadas, o qual foi calibrado para cada foto, utilizando-se a distância entre ambas as bases das asas nasais como pontos de referência. Os parâmetros avaliados foram: 1. Distância intercantal palpebral(DIP); 2- Abertura da fenda palpebral (AFP); 3. Medida entre as sobrancelhas e os cílios superiores(SCS); 4- Medida entre as sobrancelhas e os cílios Inferiores(SCI). As medidas foram obtidas de cada paciente, através da extensão de linhas passando pela pupila e ligando as extremidades citadas em cada um dos pontos citados acima e demonstrado abaixo na figura 1. A blefaroplastia que se propõe a corrigir os problemas funcionais e cosméticos, que ocorrem, é melhor avaliada através de estudos das posições palpebrais são qualitativas ou feitas com o uso de compassos. Medidas quantitativas com a utilização e o processamento digital das imagens tornam as avaliações mais precisas, não invasivas e muito precisas4,5. Com isso, podemos avaliar as medidas das posições palpebrais, comparar as dimensões palpebrais. Embora poucos sejam os estudos nesse sentido, há a perspectiva de uma utilização destes dados para indicar ou contra-indicar procedimentos, avaliar o prognóstico dos resultados de cada paciente5. Pontos avaliados sobre as fotos digitais. Este estudo se propõe a realizar uma avaliação comparativa entre pacientes submetidos à blefaroplastia superior e inferior, comparando as posições e dimensões das mesmas em pacientes de ambos os sexos. OBJETIVO Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 87 Comparação entre gêneros das medidas palpebrais antes e após blefaroplastia RESULTADOS o estabelecimento de valores normativos de variáveis lineares como a distância entre a margem palpebral superior e inferior e o centro pupilar 7-9, é claramente insuficiente para a medida de outras grandezas mais complexas como curvas, ângulos e áreas3,5,7,8. As médias das percentagens das medidas das quatro dimensões palpebrais são apresentadas abaixo na Tabela 1. A análise de imagens através de processamento digital de imagens permite a obtenção de dados mais precisos para uma análise quantitativa entre pontos selecionados e que podem influenciar na seleção de técnicas, dos pacientes e dos resultados clínicos e cirúrgicos. O estudo de uma imagem permite atribuir valores espaciais entre dois ou mais pontos ou a sua luminância aos pontos (pixeis) que compõem a figura4,5,7. No grupo das mulheres, constatou-se um aumento da distância intercantal, um aumento da abertura da fenda palpebral e da distância da sobrancelha ao rebordo ciliar inferior. A soma total dos ganhos das dimensões obtidas nas 20 pálpebras femininas, demonstraram uma redução total das medidas 70,79% após a blefaroplastia em comparação com as mesmas medidas obtidas antes da blefaroplastia. Do contrário, as distâncias entre as sobrancelhas e o rebordo ciliar superior não aumentaram. O uso do processamento digital de imagem aplicado à morfometria da fenda palpebral fornece um conjunto de dados inteiramente concordantes com os já citados na literatura e, além disso, possibilita novas e refinadas análises quantitativas da sua morfologia. A conjugação de fotografias digitais e uso do microcomputador deve fazer parte do arsenal semiótico do cirurgião oculoplástico moderno2,4,8. Embora a fase de remodelamento de uma ferida cirúrgica possa demorar mais de um ano, no período de 90 dias acredita-se que boa parte da cicatrização já tenha acontecido em tempo suficiente para terem ocorrido as alterações histológicas mais dinâmicas e significativas3,7. No grupo dos homens houve aumento apenas da abertura das fendas palpebrais. Por outro lado, mesmo com a ressecção dos excessos de pele e flacidez, não houve aumento das dimensões entre a sobrancelha e o rebordo ciliar superior, inferior e intercantal. Ao contrário do grupo feminino e embora em pequenas percentagens, as somas das dimensões obtidas nas 20 pálpebras masculinas analisadas demonstraram maior dimensão no antes da blefaroplastia, comparando-se com as medidas após as blefaroplastias, num percentual de 3,16% Durante a analise das fotografias observou-se que a maioria dos pacientes tinha flacidez cutanea (74%), bolsas adiposas na pálpebra inferior (76%) e deformidade denominada de sulco nasojugal pronunciado (74%). Estas tres condicoes foram as principais responsaveis pelo procura de tratamento cirurgico4,7. Os resultados obtidos do grupo de 10 mulheres, perfazendo 20 pálpebras foram comparados entre o pré e o pós operatório das pacientes. Foram comparadas as medidas das distâncias Intercomissuras palpebrais(DIP), das distâncias da abertura da fenda palpebral(AFP) e das distâncias entre a sobrancelha e o rebordo ciliar inferior(SCI). Constatou-se um aumento da distância DIP, um aumento da distância da AFP e da distância da SCI, no pós-operatório. Pode-se inferir que nesse grupo de mulheres, a retirada dos excessos de pele das pálpebras superiores e inferiores deixou as suas regiões orbito palpebrais mais amplas, com uma aparência mais aberta, sem excessos ou acúmulo de tecidos sobre salientes. Essa distensão dos tecidos, resultou num aumento das distâncias entre as comissuras palpebrais, abrindo as fendas palpebrais e as distâncias entre a sobrancelha e o rebordo ciliar inferior, observações DISCUSSÃO A etiopatogenia do processo de envelhecimento periorbital é multifatorial e as mudancas nesta regiao são relacionadas a idade e incluem o aparecimento de ritides, esclera aparente, deflacao da região infraorbital, protusao das bolsas adiposas, excesso de pele na pálpebra superior e inferior, festoes, entre outros. Alem da atenuação desta flacidez indicava se realizar a cantoplastia ou a cantopexia para tratar a frouxidão tarsoligamentar7,8. Muitas das avaliações clínicas dos resultados relacionados às dimensões das Fendas Palpebrais em geral são obtidos com instrumentos simples como réguas, trenas ou compassos 6. Esse tipo de metodologia, que foi extremamente importante para Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 88 Comparação entre gêneros das medidas palpebrais antes e após blefaroplastia principalmente, pois como se viu, não ficou demonstrada uma redução das medidas das dimensões das medidas palpebrais após a blefaroplastia, exceto da abertura da fenda palpebral, fato corroborado por outros autores4,7,9. corroboradas por outros autores4,5,7,9,10. Do contrário, as distâncias entre as sobrancelhas e o rebordo ciliar superior não aumentaram, pois com a ressecção dos excessos de pele das pálpebras superior, o acúmulo de pele pendente projetava a pálpebra superior sobre a inferior. Ao contrário do que parece, a redução desta dimensão avaliada foi positiva para o benefício estético do caso, pois uma redução da distância entre as sobrancelhas e o rebordo ciliar superior deixa os olhos mais abertos, exatamente pela retirada da pele sobre saliente. Outros trabalhos que avaliam a abertura da fenda palpebral e do sulco palpebral superior antes e após a blefaroplastia também constataram um aumento da mesma, e em alguns casos até gerando uma maior exposição corneana, uma redução do filme lacrimal contribuindo para o desenvolvimento da síndrome do olho seco5,8. Os avanços na compreensão da topografia dos compartimentos adiposos da face, a perda de volume dos tecidos da face durante o envelhecimento e a descrição detalhada dos ligamentos faciais tem propiciado o melhoramento das técnicas de rejuvenescimento facial e periorbital2,3,5,8. A soma total dos ganhos das dimensões obtidas nas 20 pálpebras femininas, demonstraram uma redução total das medidas 70,79% após a blefaroplastia em comparação com as mesmas medidas obtidas antes da blefaroplastia. Os resultados obtidos das 20 pálpebras avaliadas nos 10 homens que fizeram parte do estudo mostraram que apenas as medidas da abertura das fendas palpebrais (AFP) foi maior após a blefaroplastia, comparando com as dimensões de antes da mesma. Houve uma abertura das fendas palpebrais com maior exposição do globo ocular aparente, abrindo dessa forma o campo visual das pupilas pela retirada dos excessos de pele. Por outro lado, embora pequena na soma total das dimensões obtidas, as dimensões dos pontos avaliados no préoperatório em comparação com o pós-operatório, foram maiores entre a sobrancelha e o rebordo ciliar superior(SCU), entre as comissuras palpebrais(DIP) e entre as sobrancelhas e o rebordo ciliar Inferior(SCI). Fica evidente que o método de avaliação de resultado mais utilizado em cirurgia plástica através de imagens digitais e de programas de computador, comparando tomadas pré e pós-operatórias tem sido mais útil do que os tradicionais, contribuindo para uma melhora na busca de resultados mais seguros e confiáveis Também poderão melhor estimar as mudanças necessárias para melhoria de sua aplicabilidade, amenizando ou até evitando as complicações. Outro aspecto seria o suprimento das expectativas pós-cirúrgicas dos pacientes, de forma satisfatória e com maior probabilidade de acerto3,8,9. Observou-se que pacientes submetidos a blefaroplastia tiveram uma melhora na autoestima após a cirurgia, demostrando que a desaprovação com o corpo estaria diretamente relacionada a baixa autoestima, como demonstrado por diversos autores3,7,8. Várias hipóteses podem ser aventadas para este fato, dentre elas que os homens possuírem pele mais espessas e firmes, contribui para a presença de pele residual e edema mais persistente pós-operatório. Estes resultados têm apontado que atualmente, a sociedade e o mercado de trabalho têm exigido uma aparência cada vez mais jovial, mostrando que desde a primeira vez que Narciso viu o reflexo de seu rosto em um lago, a humanidade esta obcecada com a sua aparência3,8,9. Portanto, embora aparente uma melhora substancial após a blefaroplastia, a retirada dos excessos torna a região orbito palpebral sem excessos de pele, mas não reduz as suas medidas, ficando, no entanto, bem saliente e aparente que a abertura maior das fendas palpebrais assume uma posição de destaque. Ao contrário do grupo feminino e embora em pequenas percentagens, as somas das dimensões obtidas nas 20 pálpebras masculinas analisadas demonstraram maior dimensão no antes da blefaroplastia, comparando-se com as medidas após as blefaroplastias, num percentual de 3,16% CONCLUSÃO As avaliações realizadas permitiram concluir que o processamento de imagens digitais possibilita avaliações quantitativas de parâmetros palpebrais nas blefaroplastias, podendo-se observar uma grande redução na soma das medidas palpebrais nas mulheres após a blefaroplastia, ao contrário dos homens, onde houve um aumento das medidas das dimensões palpebrais após a blefaroplastia, embora a ressecção dos excessos de pele sobre saliente. Certamente, o fato que torna essa blafaroplastia desejável pelos homens, então, está relacionada com a retirada das dobras e da pele sobre saliente das pálpebras e o aumento das fendas palpebrais, Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 89 Comparação entre gêneros das medidas palpebrais antes e após blefaroplastia REFERÊNCIAS 1. Schellini, AS, Preti, RC, Yamamoto, RK e cols. Dimensões palpebrais antes e após blefaroplastia superior - Avaliação quantitativa. Arq Bras Oftalmol. 2005;68(1):85-8 2. Koji, IC. Autoestima em pacientes submetidas a blefaroplastia. Rev. bras. cir. Plást; 2012, jan, mar, 27(1):31-6, 3. Schellini, AS, Valezi, VG, Passos, W. Complicações da blefaroplastia superior. Rev Bras Oftalmol. 2012; 71 (4): 253-5 4. Paixão, MP, Miot, HÁ, Machado Filho, CDS. Avaliação do impacto da blefaroplastia superior na qualidade de vida utilizando questionário padronizado: estudo piloto. An Bras Dermatol. 2008;83(1):32-7. 5. Lessa, S, Sebastiá, R, Flores, E. Cantopexia Simples. Rev. Soc. Bras. Cir. Plast. Sao Paulo, 14 0.1; 59-701999 6.https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=& esrc=s&source=web&cd=7&cad=rja&uact=8&v ed=0CE4QFjAG&url=http%3A%2F%2Futhscsaimagetool.software.informer.com%2F&ei=Hez4VM jBCc60sASL4IDgAQ&usg=AFQjCNFqgesTiX5b9M00 zlfjUtGRrp3K7Q&sig2=M4_yj-LJcj2EWRuq8PPIFQ 7. Viana, GAP, Osaki, MH, Nishi, M. Blefaroplastia inferior: poderia a cirurgia proporcionar satisfação aos pacientes? Arq Bras Oftalmol. 2012;75(6):402-6 8. Viana, GAP. Resultados clínicos e satisfação dos pacientes após blefaroplastia Inferior. Rev. Col. Bras. Cir. 2011; 38(5): 317-22. 9.Cruz, AAV, Baccega, A. Análise bidimensional computadorizada da fenda palpebral. Arq Bras Oftalmol 2001;64:13-9 10.Grafl, R, Auerswald, A, Bernardes, A e cols. Blefaroplasia Inferior Transconjuntival. Rev. Soc. Bras. Cir. Phist. Sao Paulo, 2001, mai/ago, v.16 n.2 p. 59-74. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 90 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Técnica de otoplastia no Hospital de Clínicas de Porto Alegre: revisão de casos. Otoplasty technique in “Hospital de Clínicas de Porto Alegre”: a review of cases Jorge Luis Hoyos Ramirez1, Marcus Vinicius Martins Collares2, Antônio Carlos Pinto Oliveira3, Arthur R. Herter4, Daniel Gustavo Deggerone5 RESUMO ABSTRACT Objetivo: Descrever a técnica de otoplastia utilizada no serviço de Cirurgia Plástica do HCPA, por meio da revisão de casos no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2014. Métodos: Estudo prospectivo realizado com 86 pacientes, apresentando deformidade bilateral, totalizando 172 otoplastias. Resultados: A idade média dos pacientes foi 16,73 anos. 36% dos pacientes eram do sexo masculino e 64% do sexo feminino. Foi realizada técnica de raspagem da cartilagem bilateral em 97,7%, e unilateral em 2,3%. Em media 3-4 pontos de Mustardé foram empregados por orelha. Ressecção de concha bilateral em 34,9% e unilateral em 3,5% dos pacientes. Foram registradas complicações em 3,5% do total de otoplastias. Com uma taxa de redicidiva de 5,8 %, sobre o total de otoplastia realizada. Conclusão: O uso da combinação das técnicas de Stenstrom e Mustardé permite a correção da malformação sendo de fácil execução, mesmo por cirurgiões menos experimentados. Objective: To describe the otoplasty technique used in the Plastic Surgery Service of HCPA, through the review of cases from January 2012 to December 2014. Methods: A prospective study with 86 patients, with bilateral deformity, totaling 172 otoplasties. Results: The mean age of patients was 16.73 years. 36% of patients were male and 64% female. Scraping technique of bilateral cartilage was performed in 97.7%, and unilateral in 2.3%. On average 3-4 Mustardé sutures were employed by ear. Bilateral concha resection in 34.9% and unilateral in 3.5% of patients. Complications occurred in 3.5% of total otoplasties. With a recurrence rate of 5.8% on total otoplasty performed. Conclusion: The use of the combination of Stenstrom and Mustardé techniques allows the correction of the malformation, being easy to perform, even for less experienced surgeons. DESCRITORES: Otoplastia, Orelha Deformidade congênita de orelha KEYWORDS: Otoplasty, Proeminent ear, Congenital ear deformity proeminente, 1. R1 estrangeiro Serviço Cirurgia Plástica HCPA 2. Chefe do Serviço Cirurgia Plástica HCPA 3. Médico Contratado do Serviço de Cirurgia Plástica HCPA 4. R3 Serviço Cirurgia Plástica HCPA 5. R2 Serviço Cirurgia Plástica HCPA Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 91 Técnica de otoplastia no hospital de clinicas de porto alegre: revisao de casos. INTRODUÇÃO O paciente posicionado em decúbito dorsal era submetido à infiltração com solução anestésica de marcaina 0,5% com vasoconstritor 1:200 000. Foi realizada anestesia geral nos pacientes com idade igual ou menor a 9 anos de idade além da infiltração local. Curativo realizado em todos os paciente com gaze embebida em Nebacetin e colocada ao longo da incisão retroauricular e fossa escafoide e triangular, assim como na concha auricular; finalizando com curativo em capacete com atadura. A incidência de orelha em abano é de 5 % na população caucasiana, sendo a deformidade congênita de orelha externa mais comum 1. A maioria do pacientes que deseja realizar correção da deformidade encontrase na faixa de idade de 5 a 16 anos, sendo motivados pela pressão social e psicológica no ambiente em que se desenvolvem 2. Anatomicamente a deformidade é caracterizada por um pobre desenvolvimento da antihélice e um aumento do ângulo escafoconchal (>90º), dentre outras alterações estruturais 3. Atualmente existem múltiplas técnicas cirúrgicas para correção do defeito anatômico, sendo o principal objetivo das mesmas a criação de orelhas com formato adequado para simetria e aparência natural 4. As técnicas atuais são uma combinação de princípios nos quais existe manipulação do antihélice, seja com incisões, abrasão e sutura da cartilagem, seja com alteração da concha com excisão da cartilagem conchal ou sutura para diminuição do ângulo entre concha e mastoide 5. RESULTADOS Estudo realizado com 86 pacientes, apresentando deformidade bilateral, totalizando 172 otoplastias. A idade média dos pacientes foi 16,73 anos (5-60 anos, dp + - 11,5 anos). Trinta e seis por cento dos pacientes (31) eram do sexo masculino e 64% (55) do sexo feminino. A porcentagem total de crianças (<12 anos) de 44,18 % (38), de adolescentes (13 anos < X < 17 anos) de 27,9% (24) e de adultos (> 18 anos) de 27,9% (24). Foi realizada técnica de raspagem da cartilagem bilateral em 97,7% (84), e unilateral em 2,3% (2). Em media 3-4 pontos de Mustardé foram empregados por orelha. Ressecção de concha bilateral em 34,9% (30) e unilateral em 3,5% (3) dos pacientes. Realizado ponto de Furnas em 10,5% (9) pacientes, de modo bilateral em 7,0% (6) e unilateral 3,5% (3). O tratamento do lóbulo de modo bilateral foi realizado em 7,0% (6), e do polo superior com resseção de cartilagem de modo unilateral em 3,5% (3) do total dos pacientes. Foram registradas complicações em 3,5% (6) do total de otoplastias, apresentado hematoma em 1,2% (2), epidermolise em 0,6% (1) e granuloma em 1,7% (3) do total de otoplastias; precisando de intervenção por complicação em 3,5 % (3) dos pacientes. Com uma taxa de recidiva de 5,8 % (10), sobre o total de otoplastia realizada, precisando reintervenção pela mesma em 3,5% (6) das otoplastias totais. OBJETIVO Este trabalho objetivou descrever a técnica de otoplastia usada no serviço de Cirurgia Plástica do Hospital de Clinicas de Porto Alegre UFRGS, demostrando a taxa de recidiva, complicações e re intervenção; no ambiente de ensino hospitalar, nas mãos do residente de primeiro ano do serviço. MÉTODO Estudo retrospectivo que avaliou pacientes submetidos à otoplastia bilateral, de janeiro de 2012 a dezembro de 2014, no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital de Clinicas de Porto Alegre – UFRGS. Todos os pacientes submetidos à otoplastia por orelhas em abano bilateral foram incluídos no estudo. A técnica empregada implicou sempre na raspagem anterior da cartilagem auricular e pontos de mononylon 4-0, preconizados por Mustardé, para confecção de neo antihélice. A ressecção de concha uni ou bilateral, assim como pontos de Furnas e tratamento do lóbulo auricular foram indicados em casos com deformidade especificas. Nenhum paciente que apresentava microtia, alteração craniofacial, alteração lobular isolada ou alteração do polo superior ou deformidade congênita que não fosse orelha em abano foi incluso no estudo. Todas as cirurgias foram realizas pelo médico residente do primeiro ano de graduação, sempre sobre supervisão do médico contratado ou chefe do serviço. Os pacientes submetidos a raspagem de cartilagem bilateral e pontos de Mustardé, dez apresentaram recidiva. Do total de pacientes com ressecção de concha (33), 4 tiveram recidiva (12,1%) e 3 pacientes tiveram algum tipo de complicação (9,1%). Dos 9 pacientes em que foram realizados pontos de Furnas, 33,3% (3) apresentaram recidiva; apenas 1 paciente com outra complicação. Dos pacientes que apresentaram complicação, apenas 1 teve recidiva. As outras 10 recidivas não foram relacionadas a complicações cirúrgicas. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 92 Técnica de otoplastia no hospital de clinicas de porto alegre: revisao de casos. DISCUSSÃO 9. Saciloto A. Baggio M. Bittencourt R. Kaimoto CL. Huber P. Mima W. Tirapelle R. Otoplastia: Sistematização da técnica e análise de resultados inicias em ambiente universitário. Arquivos Catarinenses de Medicina. 2007; 36 (1): 98 -102 Em nossa experiência, a técnica realizada com raspagem da cartilagem na face anterior - Stenstrom 6 -, junto ao posicionamento com pontos de Mustardé 7 para confecção de neo antihélice, tem proporcionado um resultado satisfatório em nossos pacientes, com baixo índice de recidiva e complicações. A resseção de cartilagem conchal e aproximação da concha com ponto de Furnas 8 só são essenciais para casos selecionados. Dentre as complicações apresentadas, o granuloma foi a mais comum, seguido de hematoma. Em comparação com outro estudo prospectivo no ambiente universitário 9 , as taxas de recidiva são similares. CONCLUSÃO O uso da combinação das técnicas de Stenstrom e Mustardé permite a correção da malformação sendo de fácil execução, mesmo por cirurgiões menos experimentados. REFERÊNCIAS 1. Mascio D, Castagnetti F, Baldassarre S. Otoplasty: Anterior Abrasion of Ear Cartilage with Dermabrader. Aesth. Plast. Surg. 2004; 27:466-471. 2. Bradbury ET, Hewison J, Timmons MJ. Psychological and social outcome of prominent ear correction in children. British Journal of Plastic Surgery. 1992; 45:97-100 3. Avelar JM. Correcao de Orelhas em Abano. In: Melega JM, Baroudi R, eds. Cirurgia plástica fundamentos e arte: cirurgia estética. Rio de Janeiro: Medsi;2003. P. 271-280 4. Ribeiro JAS, Silva GS. Finesse in Otoplasty in Four Steps. Aesth. Plast. Surg. 2012; 36:842-852. 5. Thorne CH. Otoplasty and Ear Reconstruction. In: Thorne HC, Bartlett SP, Beasley RW, Aston SJ, Gurtner GC, Spear SL. Grabb an Smith’s Plastic Surgery. Wolters Kluwer/ Lippicott Wilians & Wilkins; 2006. P. 297 – 312 6. Stenstrom SJ. A natural technique for correction of congenitally prominent ears. Plast. Reconstr. Surg. 1963; 32: 509. 7. Mustardé JC. The correction of prominent ears using simple mattress sutures. Br. J. Plast. Surg. 1963; 16:170. 8. Furnas DW. Otoplasty for prominent ears. Clin Plastic Surg. 2002; 29: 273 – 288. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 93 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Reconstrução de asa nasal com retalho nasogeniano interpolado de pedículo subcutâneo – Relato de caso Nasal ala reconstruction with interpolated subcutaneous tissue pedicle melolabial flap Case report Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior1, Barbara d’Avila Goldoni2, Geraldo Cesar Castro Althoff3, Mariana Zancanaro4, Pedro Bins Ely5 RESUMO ABSTRACT Introdução: A exérese de tumores nasais pode causar importante distorção anatômica e prejuízo funcional caso não sejam seguidas de procedimentos reconstrutivos. Objetivo: Relatar um caso de reconstrução de asa nasal com uso de retalho nasogeniano interpolado que tive adequado resultado estético e funcional. Materiais e Métodos: Foram revisados o prontuário e registros fotográficos de 1 caso de reconstrução nasal com uso de retalho nasogeniano interpolado. Conclusão: O retalho nasogeniano interpolado constitui uma excelente opção para reconstrução desta subunidade anatômica, na medida em que preserva o sulco alar e mantém patente a válvula nasal externa. Introduction: The removal of nasal tumors can cause significant anatomical distortion and functional impairment if not followed by reconstructive procedures. Objective: To report a ala nasal reconstruction case with use of interpolated subcutaneous tissue pedicle melolabial flap where adequate aesthetic and functional result were found. Materials and Methods: Medical records and photographic records of one nasal reconstruction with interpolated subcutaneous tissue pedicle melolabial flap case was reviewed. Conclusion: The interpolated subcutaneous tissue pedicle melolabial flap is an excellent choice for reconstruction of this anatomical subunit, since it preserves the alar groove and keeps patent the external nasal valve. DESCRITORES: reconstrução nasal, reconstrução de asa nasal, retalho nasogeniano KEYWORDS: nasal reconstruction, reconstruction, melolabial flap nasal ala 1.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 2.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 3.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 4.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 5.Professor adjunto e chefe do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 94 Reconstrução de asa nasal com retalho nasogeniano interpolado de pedículo subcutâneo – Relato de caso INTRODUÇÃO posicionado na linha acima do sulco nasogeniano com o centro um pouco acima da altura comissura labial. Este foi incisado e dissecado no plano subcutâneo. Utilizouse cartilagem conchal, retirada por via retroauricular para construir o arcabouço de sustentação da asa nasal e assim preservar a função da válvula nasal externa. O retalho foi incisado e rotado, sendo seccionada a porção triangular superior após sua rotação para acomodação, foi realizado fechamento primário do defeito nasogeniano remanescente (figura 2 e 3). A exérese de tumores nasais pode causar importante distorção anatômica e prejuízo funcional caso não sejam seguidas de procedimentos reconstrutivos. As lesões de asa nasal possuem o risco de levar ao desabamento da válvula nasal externa com prejuízo à função respiratória [1] . Neste cenário o retalho nasogeniano interpolado se apresenta como uma adequada opção para reconstrução desta subunidade anatômica [2]. OBJETIVO O artigo tem por objetivo relatar um caso de reconstrução de asa nasal com uso de retalho nasogeniano interpolado que teve adequado resultado estético e funcional. MÉTODO Foram revisados o prontuário e registros fotográficos de um caso de reconstrução nasal com uso de retalho nasogeniano interpolado. Realizou-se uma revisão bibliográfica sobre reconstrução nasal na base da dados do pubMed utilizando-se dos termos “nasal reconstruction”, “nasal flaps”, “nasal tumors”. Aguardou-se um período mínimo de 30 dias para que ocorresse autonomização do retalho. No terceiro tempo cirúrgico realizou secção do pedículo subcutâneo e refinamento do retalho para que ficasse com uma espessura mais adequada para harmonia nasal. RESULTADOS Paciente masculino, 71 anos, com tumor cutâneo em asa nasal esquerda, cuja biópsia mostrou carcinoma basocelular. Até o presente momento tem-se 6 meses de seguimento do paciente. Sendo que não ocorreu desabamento da asa nasal preservando-se a função da válvula nasal externa. O paciente demonstrou-se satisfeito com o resultado estético, não desejando novo procedimento de refinamento (figura 4). O tumor nasal foi ressecado, deixando-se a ferida cruenta até ter-se o resultado definitivo do exame anatomopatológico, que mostrou margens de ressecção livres (figura 1). Figura 4 pré secção e pós secção do pedículo subcutâneo O segundo tempo cirúrgico foi realizado com a confecção do retalho nasogeniano interpolado de pedículo subcutâneo, com preservação de pelo menos 5 mm de tecido abaixo do sulco alar, região anatômica de fundamental importância para estética nasal [3]. Para marcação cirúrgica utilizou-se um molde com as mesma dimensões da asa nasal contralateral, Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 95 Reconstrução de asa nasal com retalho nasogeniano interpolado de pedículo subcutâneo – Relato de caso DISCUSSÃO O presente estudo mostrou um caso de reconstrução complexa de asa nasal com uso de retalho nasogeniano interpolado. Acreditamos que nesse caso foi fundamental ter-se aguardo o resultado definitivo do exame anatomopatológico, para que o procedimento de reconstrução fosse realizado com segurança. O planejamento cirúrgico, com exata marcação baseada em um molde da asa nasal contralateral, bem com uso de cartilagem para que se mantenha um arcabouço de sustentação são partes fundamentais para um adequado resultado estético e funcional. CONCLUSÃO Defeitos da asa nasal mesmo que pequenos podem gerar colapso da válvula nasal externa, principalmente à inspiração, causando assim importante prejuízo funcional. Dessa forma para a maioria dos defeitos nesta topografia serão necessários procedimentos de reconstrução[4]. O retalho nasogeniano interpolado constitui uma excelente opção para reconstrução desta subunidade anatômica, na medida em que preserva o sulco alar e mantém patente a válvula nasal externa. REFERÊNCIAS 1. Constantian MB: The incompetente external nasal valve: Pathophysiology and tretment in primary and secondary rhinoplasty. Plast Reconstr Surg 93:919, 1994. 2. Menick FJ: Reconstruction of the nose, In Baker SR, Swanson NA (eds) Local Flaps in Facial Reconstruction, St. Louis, Mosby, 1995. 3. Baker SR, Johnston TM, Nelson BR: The importance of maintaining the alar facial sulcus in nasal reconstruction. Arch Otolaryngol Head Neck Surg 121:617, 1995. 4. Burget GC, Menick FJ: Aesthetic Reconstructuion of the Nose, St. Louis, Mosby, 1993. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 96 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Ninfoplastia: Plástica dos Pequenos Lábios com Ancoramento Cutâneo na Coxa Labiaplasty: Anchoring the Labia Minor at the Inner Thigh Osvaldo Pereira1, Kuang Hee Lee2,Jorge Bins Ely3 RESUMO INTRODUÇÃO O rejuvenescimento vaginal é cada vez mais procurado por mulheres preocupadas com a atratividade da região vulvar. Elas preferem a região pubiana com área pilosa mínima e pequenos lábios pouco expostos ou totalmente invaginados sob os lábios maiores. Dispõe-se de diversas técnicas seguras e eficazes destinadas a esse objetivo. Neste artigo indica-se detalhe técnico que torna mais precisa as técnicas clássicas. No transoperatório a labia minora é suturada na coxa interna da coxa com pontos separados ou contínuo. A manobra facilita o procedimento e o torna mais preciso. A anatomia pubiana é composta de pequenos e grandes lábios comumente asssimétrico com variações na aparência. Embora a queixa que motiva a procura pelas pacientes seja inicialmente estética, o roçar durante o exercício, descomforto com o uso das roupas e invaginação no intercurso não são incomuns como causa de desconforto functional 1. O rejuvenescimento vaginal é cada vez mais procurado por mulheres preocupadas com a atratividade da região vulvar. A aparência pré-pubere da genitália feminina tem sido propalada na mídia impressa e internet. Elas preferem a região pubiana com área pilosa minima e pequenos lábios pouco expostos ou totalmente invaginados sob os lábios maiores (Figura 1). Dispõe-se de diversas técnicas seguras e eficazes destinadas a esse objetivo 2-7. Neste artigo indica-se detalhe técnico que torna mais precisa as técnicas clássica. DESCRITORES: Ninfoplastia, Pequenos Lábios , labia minora ABSTRACT Labiaplasty or labia minora reduction is the most common procedure requested by women concerned with the appearance of their vulvar area. Safe and effective surgical procedures exist to trim the labia minora. In this article technical pitfalls are delineated to proportionates precision to the differents technical approaches. The labia minora is temporarily attached to the internal thigh surface with stitches, in a single or running fashion. This maneuver stabilizes that flaccid, asymmetric structure. In consequence, the treatment is more precise and easy to do. OBJETIVO O propósito do estudo é demonstrar que os pequenos lábios ao serem fixados à coxa interna por meio de pontos separados ou sutura contínua torna a ninfoplastia mais precisa e facilita a aplicabilidade das diferentes técnicas. MÉTODO KEYWORDS: Labiaplasty, Labia minora, Ninfoplasty O estudo investigou doze procedimentos realizados entre 2006 à 2014. A média de idade foi de 24 anos. Todos os pacientes eram de cor branca. O ápice do pequeno lábio é suturado à região medial da coxa homolateral. Apenas um ponto é necessário em caso da ressecção em cunha, plástica em “Z” ou “W”. Se for indicada a ressecção linear de toda a borda 1. Titular SBCP, Cirurgião Plástico 2. Especialista SBCP, Cirurgião Plástico 3.Professor Titular de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de Santa Catarina. Chefe/Regente do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário - UFSC Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 97 Ninfoplastia: Plástica dos Pequenos Lábios com Ancoramento Cutâneo na Coxa dos pequenos lábios, sutura-se temporariamente todo o contorno deste na coxa com pontos contínuos. Infiltra-se a area a ser ressecada com xilocaína 2% com vasoconstrictor promovendo tumescência moderada. Os cotos remanescentes são suturados por planos: muscular internamente, depois os ápices e mucosa externa e interna com pontos separados com fios absorvíveis tipo catgut 5-0 ou monofilamentado absorvível(Figura 2, 3, 4,). 5. Miklos JR, Moore RD. Labiaplasty of the labia minora: Patients indication for pursuing surgery. J Sex Med. 2008; 5:1492-1495. 6. Giraldo F, Gonzáles C, de Haro F. Central wedge nymphectomy with 90-degree Z-plasty for aesthetic reduction of the labia minora. Plast Reconst Surg. 2004; 113: 1820-1825. 7.Triana L, Robledo AM. Refreshing labiaplasty techniques for plastic surgeons. Asthetic Plast Surg. Aesthetic PLast Surg. 2012;36: 1078-1086 RESULTADOS Pequenos lábios com configuração anatômica e simetria foram obtidos em todos os casos tratados. Não registrou-se complicações relevantes (Figura 6). FOTOS DISCUSSÃO Neste artigo indica-se detalhe técnico que pode ser usado conjuntamente com diversos procedimentos indicados no tratamento da hipertrofia e ou assimetria da labia minora. Fixar a borda desta em seu ponto medial ou em sua totalidade à coxa interna durante o planejamento e confecção torna a ninfoplastia mais fácil e precisa. Em recente revisão da literatura de 247 artigos, envolvendo 1949 pacientes, sete técnicas destacam-se: deepitelização, excisão direta, plástica em W” , plastica em “Z”, excisão da borda, excisão composta a excisão a laser 2. Independente da técnica indicada, ao fixar na coxa interna o tecido mole, amorfo da labia minora com pontos separados ou contínuo, estabilizamos a àrea a ser ressecada. Deste modo, o tratamento é mais fácil e preciso. CONCLUSÃO Fixar a borda dos pequenos lábios na coxa interna por meio de suturas temporariamente no transoperatório torna a ninfoplastia fácil e precisa. Fig 02 - Ancoramento dos pequenos lábios com fios na parte interna da coxa REFERÊNCIAS 1.Hamori CA. Aesthetic Surgery of the Female Genitalia: Labiaplasty and Beyond. Plast Reconstr Surg. V.134-4-p661-673, 2014. 2. Hanna MK; Nahai, F. Central Wedge Nymphectomy with a 90-Degree Z-Plasty for Aestheti Reduction of the Labia Minora. Plast Reconstr Surg. 113(6):18261827, May 2004. 3. Motakef S; Rodrigues-Feliz J; Chung MT.; More. Plast Reconstr Surg. 135(3)774-788, MARCH 2015. 4. Alter GJ. A new technique for Aesthetic labia minora reduction. Ann. Plast Surg. 1998;40:287-290 Fig 03 - Estabilidade da labia minora ajuda o planejamento independente da assimetria com o lado já tratado Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 98 Ninfoplastia: Plástica dos Pequenos Lábios com Ancoramento Cutâneo na Coxa Fig 04 - Trans Operatório final Fig 07 - Detalhe da naturalidade da labia minora Fig 05 - A simetria das peças ressecadas Fig 06 - Aspecto após 3 meses do tratamento Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 99 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Enxerto de gordura autologo associado ao Lifting cervicofacial para tratamento de pacientes muito magras The use of micro fat graft in the face and neck lift in very thin patients Maria Roberta Cardoso Martins1, Luiz José Muaccad Gama2, Marcelo Rodrigues da Cunha Araujo3 RESUMO ABSTRACT As técnicas de rejuvenescimento facial apresentaram uma grande evolução nos últimos anos e a associação da ritidoplastia ao enxerto de gordura autólogo se apresenta como uma boa opção para o tratamento de pacientes muito magras e que apresentam um aspecto de esqueletização do terço inferior da face e pescoço. O objetivo do presente estudo é avaliar a melhora do rejuvenescimento cervicofacial de pacientes muito magras submetidas a ritidoplastia associada a enxerto de gordura autólogo. 20 pacientes foram submetidas a lifting cervicofacial associado a lipoenxertia. Em 16 pacientes observou-se melhora satisfatória do contorno facial e da flacidez cutânea, melhora da volumetria e da qualidade da pele e ausência de bandas platismais, o que mostra que a associação do enxerto de gordura autólogo com o lifting cervicofacial proporciona um resultado satisfatório para o tratamento das pacientes muito magras com pele atrófica. The facial rejuvenation techniques showed a great development in recent years and the association of rhytidoplasty autologous fat graft is presented as a good option for the treatment of very thin patients who have a skeletonized appearance of the lower third face and neck. The aim of this study was to assess improvement of cervicofacial rejuvenation in very thin patients undergoing rhytidoplasty associated with autologous fat graft. 20 patients were submitted to cervicofacial lifting associated with fat grafting. In 16 patients we observed satisfactory improvement of facial contour and skin laxity, improves the volume and quality of the skin and absence of platysmal bands, that shows that the combination of autologous fat graft with cervicofacial facelift provides a satisfactory result for the treatment of very thin patients with atrophic skin. KEYWORDS: face, fat, graft DESCRITORES: face, gordura, enxerto 1. Especialista SBCP, cirurgiã plástica 2. Titular SBCP, cirurgião plástico 3. Titular SBCP, cirurgião plástico Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 00 Enxerto de gordura autologo associado ao Lifting cervicofacial para tratamento de pacientes muito magras INTRODUÇÃO As técnicas de rejuvenescimento facial apresentaram uma grande evolução nos últimos 10 anos visando a obtenção de um resultado mais satisfatório e duradouro. O espectro de pacientes que procuram o rejuvenescimento fácil é amplo, variando desde pessoas muito magras a pessoas com sobrepeso e obesidade, e de pacientes jovens, na faixa dos 40 anos até a década de 80. Dentre essas técnicas destacamos a ritidoplastia associada a enxerto de gordura autólogo, para o tratamento de um grupo específico de pacientes muito magras e que apresentam um aspecto de esqueletização do terço inferior da face e pescoço. Essas pacientes apresentam um aspecto de pele atrófica, derme muito fina e de pouca elasticidade. O intuito do enxerto de gordura autólogo não é somente volumetria, mas uma melhora de qualidade da pele. OBJETIVO O objetivo do presente estudo é avaliar a melhora do rejuvenescimento cervicofacial de pacientes muito magras submetidas a ritidoplastia associada a enxerto de gordura autólogo. MÉTODO De março de 2013 a março de 2015, foram operadas 20 pacientes do gênero feminino, com idade variando de 51 a 65 anos, sem ritidoplastia prévia. Todas as pacitentes foram operadas no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo e submetidas a anestesia geral. Iniciou-se a cirurgia com a coleta da gordura da face interna da coxa após infiltração de soro fisiológico com adrenalina numa solução de 1:500.000. A gordura foi decantada e transferida de seringas de 10cc para seringas de 1cc. Enquanto preparou-se a gordura, realizou-se infiltração da face seguida de lipoaspiração do submento, sem ultrapassar a área do pescoço em que será realizada a lipoenxertia. Procedeu-se ao enxerto de gordura no pescoço, com múltiplas passadas, de acordo com a técnica de Coleman, com injeção de aproximadamente 0,1cc de gordura em cada passada, totalizando 15 a 20cc de gordura injetadas no pescoço dessas pacientes. Seguiu-se a ritidoplastia com plicatura do SMAS plastisma e plicatura das bandas mediais do platisma. As pacientes foram avaliadas por registro fotográfico por outros 2 cirurgiões plásticos em 3, 6, 12 e 24 meses pós-operários. Os aspectos avaliados foram contorno facial, flacidez cutânea, presença ou ausência de bandas platismais, volumetria e qualidade da pele. RESULTADOS Em 16 pacientes observou-se melhora satisfatória do contorno facial e da flacidez cutânea, melhora da volumetria e da qualidade da pele e ausência de bandas platismais. Em 4 pacientes observamos uma facidez cutânea residual e em 2 casos observamos recidiva das bandas platismais após 1 ano. DISCUSSÃO A ritidoplastia apresentou grande evolução nos últimos anos e um arsenal de procedimentos complementares pode ser utilizado a fim de ser obter resultados mais satisfatórios. Nos casos de pacientes muito magras, como descritas neste estudo, a ritidoplastia isolada pode não ser suficiente para resolver as deformidades da pele e volume facial dessas pacientes. A associação da lipoenxertia ao lifting cervicofacial proporciona uma melhora importante nesses resultados, uma vez que melhora não só a questão do volume facial, mas também uma melhora na qualidade da pele, proporcionando resultados harmoniosos e satisfatórios. CONCLUSÃO A associação do enxerto de gordura autólogo com o lifting cervicofacial proporciona um resultado satisfatório para o tratamento das pacientes muito magras com pele atrófica. REFERÊNCIAS 1.Tonnard P, Verpaele A, Peeters G, Hamdi M, Cornelissen M, Declercq H. Nanofat grafting: basic research and clinical applications. Plast Reconstr Surg. 2013 Oct;132(4):1017-26. 2. Alharbi Z, Opländer C, Almakadi S, Fritz A, Vogt M, Pallua N. Conventional vs. micro-fat harvesting: how fat harvesting technique affects tissue-engineering approaches using adipose tissue-derived stem/ stromal cells. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2013 Sep;66(9):1271-8. 3. Friji MT. Nanofat grafting: basic research and clinical applications. Plast Reconstr Surg. 2014 Aug;134(2):333e-334e. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 01 Enxerto de gordura autologo associado ao Lifting cervicofacial para tratamento de pacientes muito magras 4.Stuzin JM. Discussion: Nanofat grafting: basic research and clinical applications. Plast Reconstr Surg. 2013 Oct;132(4):1027-8. 5. Memar O, Nezamabadi A, Milani BY, Milani FY, Djalilian A. Nanofat grafting: basic research and clinical application. Plast Reconstr Surg. 2014 May;133(5):728e. 15.Condé-Green A, de Amorim NF, Pitanguy I. Influence of decantation, washing and centrifugation on adipocyte and mesenchymal stem cell content of aspirated adipose tissue: a comparative study. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2010 Aug;63(8):1375-81. 6. Condé-Green A, Baptista LS, de Amorin NF, de Oliveira ED, da Silva KR, Pedrosa Cda S, Borojevic R, Pitanguy I. Effects of centrifugation on cell composition and viability of aspirated adipose tissue processed for transplantation. Aesthet Surg J. 2010 Mar;30(2):249-55. 7. Fisher C, Grahovac TL, Schafer ME, Shippert RD, Marra KG, Rubin JP. Comparison of harvest and processing techniques for fat grafting and adipose stem cell isolation. Plast Reconstr Surg. 2013 Aug;132(2):351-61. 8. Fisher C, Grahovac TL, Schafer ME, Shippert RD, Marra KG, Rubin JP. Adipocyte-derived stem and regenerative cells in facial rejuvenation. Clin Plast Surg. 2012 Oct;39(4):453-64. 9. Coleman SR. 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Métodos: se realizaron modelos de prototipado rápido usando impresoras 3D de tecnología FDM, a partir de imágenes tomográficas de pacientes con fracturas de mandíbula; los mismos fueron sometidos a pruebas de calidad y fueron usados en la planificación preoperatoria y en actividades de docencia académica. Resultados: Obtuvimos modelos 1:1, de bajo costo y confiables para la planificación preoperatoria, se redujo un 20% el tiempo anestésico-quirúrgico, los residentes y los docentes se mostraron satisfechos con el uso de los modelos para la discusión clínica de los pacientes y para la planificación preoperatoria. Conclusión: Los modelos de prototipado rápido creados con tecnología FDM de bajo costo, son una excelente herramienta para la planificación preoperatoria de fracturas de mandíbula y en la enseñanza académica Objective: Demonstrate the utility of the 3D printed models with FDM technology, in the pre-operatory planning of mandible fracture reconstruction and the academical learning. Methods: We created models using 3D printers with FDM technology, from CT images of patients with mandible fractures, then, these passed through quality and accuracy examination, and were used for the pre-operatory plan and for academic purposes. Results: We obtained real scale models (1:1 proportion), of low cost and reliable for the pre-operatory planning, reducing the anesthesicsurgical time in at least 20%, and achieving great satisfaction among plastic surgery professors and residents. Conclusion: The printed FDM technology models, rapidly created with low cost, are an excellent utility for the pre-operatory planning of mandible fracture reconstruction and for academic purposes. DESCRITORES: Imagem Trisimensional, Fixação Interna de Fraturas Mandíbula, KEYWORDS: Imaging, Three-Dimensional, Mandible, Fracture Fixation, Internal 1. Residente de Cirugia Plastica de 2do año 2. Profesor Agregado de la Cátedra de Cirugía Plástica 3. Asistente de Cátedra 4. Profesora adjunta de la Cátedra de Cirugía Plástica 5.Cátedra de Cirugia Plastica y Centro Nacional de Quemados. Hospital de Clinicas, Montevideo - Uruguay Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 03 Modelos de impresión 3D en el planeamiento preoperatorio de fracturas de Mandíbula y en la enseñanza académica. INTRODUÇÃO 3. Disminuir el tiempo anestésico-quirúrgico. El éxito de la reconstrucción mandibular depende de un diagnóstico preciso y una planificación preoperatoria minuciosa. La radiografía convencional y la tomografía computarizada (TC) se utilizan para completar el diagnóstico clínico de este tipo de fracturas, aportando datos imagenológicos importantes para el estudio de las características de las fracturas y el planeamiento preoperatorio. En los últimos años el desarrollo de imágenes tomográficas tridimensionales ha permitido al cirujano, docente y estudiantes una mejor orientación espacial de las características fracturarias, facilitando la planificación quirúrgica y la enseñanza académica. La utilización de modelos tridimensionales en medicina para simulación de enfermedades o deformidades se remonta al renacimiento con la creación de modelos de latex llamados ¨Moulages¨ (1) La introducción en medicina de modelos reproducibles y precisos de estructuras óseas seleccionadas es bastante reciente, la posibilidad de generar reconstrucciones tridimensionales con imágenes tomográficas fue mencionada por primera vez en 1980, y la construcción del primer modelo tridimensional físico del que se tenga registro fue en 1987. (1) Las impresoras 3D han revolucionado la forma de convertir imágenes en objetos físicos tridimensionales, logrando cada vez mejores resultados en cuanto a calidad, definición y costo. El nacimiento de esta revolucionaria tecnología tiene sus comienzos en 1988, (2) cuando Chuck Hall crea la ¨Estereolitografía¨; desde entonces se ha convertido en una herramienta de gran ayuda en la planificación de cirugías maxilofaciales, (2) pero su alto costo la han hecho poco difundida y accesible en nuestro medio. Presentamos una alternativa para esta técnica, haciendo uso de impresoras de tecnología FDM (Fused Depostition Modeling) para la impresión de modelos 3D de mandíbulas con fracturas, con buena calidad y definición para la planificación preoperatoria y enseñanza académica. 4. Mejorar la calidad de la enseñanza a los residentes de Cirugía Plástica en cirugías de reconstrucción mandibular. OBJETIVO - Objetivo General: Demostrar la utilidad de los modelos de impresión 3D con tecnología FDM en la planificación preoperatoria de fracturas de mandíbula y en la enseñanza académica. - Objetivos específicos: 1. Desarrollar modelos de impresión 3D de bajo costo como alternativa a los modelos estereolitográficos existentes. 2. Evaluar la calidad y el costo de los modelos de prototipado rápido con tecnología FDM para su aplicación en cirugía reconstructiva de mandíbula. 5. Proveer a los docentes de una estrategia de evaluación de destrezas manuales de los residentes en este tipo de cirugías sin afectar la calidad de atención a los pacientes. MÉTODO Para el estudio fueron incluidos 4 pacientes con fracturas de mandíbula de diferentes características que consultaron a la emergencia del Hospital de Clínicas de la Universidad de la República en Montevideo, entre Octubre de 2014 y Enero de 2015; parte de la evaluación de estos pacientes incluyó la realización de tomografía computarizada (TC) (Fig. 1) Mediante un tomógrafo Siemens Somaton Sensation 64, con cortes axiales óseos de 0.5mm de espesor, el archivo digital fue almacenado en un DVD en formato DICOM, seguidamente este archivo fué analizado y modificado digitalmente usando un software (Mesh lab) para obtener un diseño CAD (Development of computer assisted design) de un modelo tridimensional virtual de la mandíbula en formato .STL (STereo Lithography) (Fig 2) para finalmente ser llevada a cabo la impresión mediante el uso de una impresora ¨open source¨ de tecnología FDM (Fused Deposition Modeling) creada en Uruguay,(Fig. 3) el material empleado para la impresión fué el PLA (Polylactic Acid) por sus características biodegradables que lo hacen amigable con el medio ambiente. El espesor de las capas de impresión fue de 0.2mm; y el tiempo de impresión de cada modelo fué de 6 horas; Los modelos obtenidos fueron evaluados rigurosamente realizando medidas comparativas entre las medidas obtenidas en la tomografía, las medidas de los modelos de prototipado rápido y las medidas realizadas en vivo en los pacientes durante el intraoperatorio; para esto fueron pautadas estructuras anatómicas como guías de referencia, midiendo la altura mandibular de la sínfisis, de los cuerpos a nivel de los sectores 3.4 y 4.4 y el ancho de la ramas montantes, así como también el espesor de las corticales óseas en los lugares de fijación de las placas de osteosíntesis. (Fig. 4) Los modelos fueron utilizados por los docentes de la Cátedra de Cirugía Plástica de Montevideo para la enseñanza académica de los residentes que ahí se forman y en la planificación preoperatoria de cada paciente, realizando el análisis completo de los trazos de fractura, reduciéndolos y efectuando la selección y premoldeado de placas de osteosíntesis y la selección de los tornillos de acuerdo al espesor de las corticales para la fijación de las fracturas, (Fig. 5) finalmente cada paciente fué operado usando el material de osteosíntesis previamente seleccionado y premoldeado. (Fig. 6) Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 04 Modelos de impresión 3D en el planeamiento preoperatorio de fracturas de Mandíbula y en la enseñanza académica. RESULTADOS Figura 1. Volúmenes de Reconstrucción Tridimensional por TC de diferentes tipos de fracturas mandibulares. A: Fractura parasinfisiaria izquieda y de ángulo. B: Fractura de cuerpo derecho, se ha separado digitalmente la unidad mandibular del macizo facial. C: Fractura de cuerpo derecho. D: Fractura de ángulo derecho. Las mediciones comparativas permitieron conocer que los modelos creados son a escala real en proporción 1:1. Todas las mediciones fueron concordantes, las placas pre-moldeadas se adaptaron perfectamente a la anatomía mandibular de cada paciente luego de la reducción de las fracturas en el intraoperatorio y los tornillos seleccionados fueron precisos en las longitudes seleccionadas. El tiempo anestésico-quirúrgico se redujo un 20% con respecto a cirugias similares realizadas sin esta técnica. Residentes y docentes se mostraron satisfechos con el uso de los modelos para la discusión clínica de los pacientes y para la planificación preoperatoria y destacaron las ventajas de manipular modelos físicos versus las imágenes tridimensionales tomográficas, el costo de los modelos creados con esta tecnológia fue muy por debajo del costo promedio de los modelos creados con técnica estereolitográfica. DISCUSSÃO Figura 2. Reconstrucción digital en computador apartir de las imágenes tomográficas. Los modelos estereolitográficos han sido ampliamente usados en el planeamiento de cirugías maxilofaciales, (2) y han sido muy difundidas las ventajas de estos modelos, siendo de gran utilidad en el diagnóstico y plan de tratamiento, mediante la visualización directa de las estructuras anatómicas, guías y plantillas qui¬rúrgicas, diseño de incisiones, resecciones quirúrgicas, apreciación de defectos óseos para injertos, adaptación de placas de reconstrucción, (4) fabricación de prótesis, menor tiempo quirúrgico, menor tiempo de anestesia, menor tiempo de exposición de la herida quirúrgica, resultados predictibles, herramienta educacional para el paciente (2) (5) en contraparte también presentan desventajas como errores en el tamaño real y su alto costo (2) Siendo esta última, la responsable de la poca difusión de esta tecnología en nuestro medio. La creación de nuevas tecnologías de impresión 3D como la FDM (Fused Deposition Modeling) han permitido crear piezas de prototipado rápido a un menor costo, La precisión de este tipo de impresión 3D es dependiente de la calidad de la imagen, así como también de las especificaciones de la impresora utilizada, las impresoras FDM más modernas permiten impresiones de capas de 0.1mm, sin embargo las vibraciones originadas por el movimiento de la impresora en funcionamiento hacen que las impresiones raramente alcancen ese espesor, siendo usualmente de 0.5mm, (6) en nuestro estudio hemos logrado con una impresora de bajo presupuesto, impresiones de muy buena calidad con espesores de 0.2mm. Figura 3. Modelos de prototipado rápido en PLA (Polylactic Acid), creados con impresora open source de tecnología FDM (Fused Deposition Modeling). Alrededor del mundo cada vez son más las publicaciones de investigaciones con el uso de esta tecnología, este año se ha publicado en Italia un Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 05 Modelos de impresión 3D en el planeamiento preoperatorio de fracturas de Mandíbula y en la enseñanza académica. estudio con el uso de tecnología FDM para recrear fracturas óseas en traumatología, los resultados han sido muy similares a los nuestros, en cuanto a las ventajas de esta nueva técnica en la planificación preoperatoria y en la educación. Es conocido que el tiempo de cirugía es directamente relacionado con los riesgos de complicaciones intra y postoperatorias; uno de nuestros objetivos ha sido disminuir el tiempo Anestésico-Quirúrgico. El moldeado de las placas, las mediciones de las corticales óseas y la selección de los tornillos consumen gran parte del tiempo quirúrgico y dependen de la complejidad de la fractura y de las habilidades del cirujano, por lo tanto su realización en el preoperatorio mediante modelos de prototipado rápido, acorta el tiempo de cirugía; Algunos autores han demostrado una reducción de 0.4 hr en el tiempo quirúrgico de reconstrucciones mandibulares con colgajos libres, (7) mientras otros autores han reportado una reducción de 1.4 hr en el tiempo quirúrgico usando modelos de prototipado rápido en el planeamiento preoperatorio de reconstrucciones mandibulares; (8) En nuestro estudio logramos una reducción del 20% del tiempo quirúrgico. 4. Mehra P, Miner J, D’Innocenzo R, Nadershah M. Use of 3-d stereolithographic models in oral and maxillofacial surgery. J Maxillofac Oral Surg. 2011 Mar;10(1):6-13. 5.Alvarez Quesada C, Carrillo Baaracaldo JS, Fernández Sanchez J, Grille Alvarez C. Avances en equipamiento y sus materiales, un paso hacia el futuro. Científica Dent. 2006;3(2):151-6. 6. Starosolski ZA, Kan JH, Rosenfeld SD, Krishnamurthy R, Annapragada A. Application of 3-D printing (rapid prototyping) for creating physical models of pediatric orthopedic disorders. Pediatr Radiol. 2014;44:216-221. 7. Lethaus B, Poort L, Böckmann R, Smeets R, Tolba R, Kessler P. Additive manufacturing for microvascular reconstruction of the mandible in 20 patients. J Craniomaxillofac Surg 2012;40:43 6. 8. Hanasono MM, Skoracki RJ. Improving the speed and accuracy of mandibular reconstruction using preoperative virtual planning and rapid prototype modeling. Plast Reconstr Surg 2010;125:80. CONCLUSÃO Los modelos de prototipado rápido con impresión 3D de bajo costo mediante el uso de impresoras con tecnología FDM, representan una excelente alternativa a los tradicionales y costosos modelos de estereolitografía, siendo de buena calidad, confiables y precisos para la planificación preoperatoria de cirugía reconstructiva de fracturas de mandíbula, logrando reducir los tiempos operatorios y mejorando la enseñanza académica en la formación de residentes de Cirugía Plástica. REFERÊNCIAS 1. H. F. Sailer, P. E. Haers, C. P. E. Zollikofer, T. Warnke, F. R. Carls, P. Stuck The value of stereolithographic models for preoperative diagnosis of craniofacial deformities and planning of surgical corrections. Int. J. Oral Maxillofac. Surg. 1998; 27: 327-333. _9 Munksgaard, 1998. 2. Rev. Estomatol Herediana. 2013 OctDic;23(4):216-22., Estereolitografía en Cirugía Maxilofacial, Fredy Gutierrez-Ventura1,a, Rodrigo Robles-Apac1,b. 3. Surg Innov. 2015 Feb 2. pii: 1553350614547773. Three-Dimensional Printing of Bone Fractures: A New Tangible Realistic Way for Preoperative Planning and Education. Bizzotto N1, Sandri A2, Regis D2, Romani D2, Tami I3, Magnan B2. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 06 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Reimplante digital baseado apenas na artéria colateral Is it possible to perform a digital replantation without venous anastomoses? Marcos Ricardo de Oliveira Jaeger1, Victor Vieira Orsi2, Pedro Bins Ely3, Lydia Masako Ferreira4 RESUMO Justificativa: Reimplante de partes perdidas é um procedimento que restabelece a sensibilidade (polpa digital) e a capacidade de pinçamento de pequenos objetos. Em algumas situações, a ausência de artéria e veia para a anastomose torna o reimplante impossível. O objetivo deste trabalho é demonstrar que o reimplante pode ser possível quando apenas a artéria está disponível para anastomose, caso a amputação for distal à articulação interfalangeana distal. Paciente e Método: Adulto jovem de 21 anos com amputação completa distal à articulação interfalangeana distal. Mecanismo de amputação guilhotina. Perda de dois segmentos, indicador e terceiro dedo. Menos de 6 horas até o restabelecimento do fluxo arterial. A técnica de reimplante e o resultado funcional foram avaliados pelo teste de discriminação de dois pontos (Semmes- Wenstein) e restabelecimento da força (pinça digital). Resultado: Artéria digital foi coaptada restabelecendo o fluxo sanguíneo. Neurorrafia permitiu o retorno da sensibilidade da polpa digital. A manipulação repetitiva do leito e placa unqueal foi incorporada à rotina de pós-operatório o que diminuiu a congestão venosa. O reimplante foi bem sucedido. O teste de Semmes Weinstein mostrou retorno da sensibilidade protetiva à região reimplantada. O retorno da pinça digital ficou evidente após doze semanas. Conclusão: O reimplante de partes perdidas das extremidades digitais pode ser possível mesmo na ausência de veia receptora quando o nível da amputação for distal à articulação interfalangeana distal. A ausência de veia receptora para a anastomose 1.Professor Substituto em Anatomia Humana da UFRGS (2009- 2010), PósDoutorando em Cirurgia Translacional UNIFESP-EPM 2. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Cirurgião Plástico GHCHospital Cristo Redentor 3.Chefe do Serviço da Disciplina de Cirurgia Plástica da UFCSPA, Professor Adjunto de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 4.Chefe do Serviço da Disciplina de Cirurgia Plástica da UNIFESP-E, Professora Titular da Disciplina de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de São Paulo e Escola Paulista de Medicina pode gerar congestão vascular do segmento reimplantado, de forma que manobras adicionais como a sangria do leito unqueal poderão ser necessárias na primeira semana de pós operatório. DESCRITORES: reimplantes, microcirurgia, anatomia ABSTRACT Background: Replantation of loosen parts reestablish sensibility (finger pulp) and the ability to grasp small objects. There are situations in which the absence of artery and vein precludes the replantation. The aim of this paper is to demonstrate the feasibility of the very distal digit replantation in the presence of the collateral artery without the corresponding vein. When the amputation occurs distal to the interphalangeal joint. Patient and Method: A 21 year old girl presented with complete distal amputation at the level of the interphalangeal joint, sustained after a sharp trauma. Loss of parts of the second and third fingers were observed, and patient was referred for treatment in the first six hours after te injury. Replantation technique and functional result was verified by the Semmes Wenstein test and by teh return of the digital pinch. Result: Artery anastomoses allowed return on inflow to the amputated part. Neurorraphy permitted return of protective sensibility to the finger pulp. Repetitive manipulation of the unqueal plaque was adopted to diminish venous congestion. Replantation was successful, which was attested by the return of the two point discrimination test (Semmes Weinstein) to the replanted part. Pinch was obtained after 12 weeks. Conclusion: Replantation of loosen parts of fingers may be possible in the absence of vein in the amputated part if the level of injury is distal to the interphalangeal joint. The absent receptor vein may generate venous congestion of the replanted segment, so that additional maneuvers such as unqueal bed abrasion may be necessary in the first week of the post operative period. KEYWORDS: replantation, microsurgery, anatomy Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 07 Reimplante digital baseado apenas na artéria colateral INTRODUÇÃO tridigital e do retorno da sensibilidade (18- 19). Extremidade digital distal é o segmento além do nível da articulação interfalangeana distal -DIP. Esse segmento inclui a placa unqueal, matriz unqueal, falange distal, tecido da polpa digital, pele glabra e impressões digitais. O dedo distal portanto é especializado em função: destaca-se a sensibilidade e a capacidade de pinçar pequenos objetos como alfinetes, pregos e agulhas. Tabela 1. Indicações e contraindicações para os reimplantes de extremidade superior Dificuldades nas técnicas atuais de reimplante tem inviabilizado a reposição de segmentos perdidos a esse nível. Outras formas de reposição deste segmentos perdido – substituição – são: enxertos compostos, retalhos de avançamento e retalhos à distância. Entretanto, o reimplante microcirúrgico ainda se constitui em técnica de eleição para a maior parte dos especialistas no assunto (1- 4), exceto nos casos onde ocorreu grave esmagamento ou destruição dos tecidos moles no coto amputado. Esse trabalho demonstra que o reimplante microcirúrgico é possível a esse nível, mesmo na ausência de veia receptora (5- 17). INDICAÇÕES REIMPLANTE E CONTRAINDICAÇÕES PARA O Idade do paciente, mecanismo da lesão, estado geral do paciente, resultado funcional provável, motivação do paciente são alguns dos fatores que temos levado em consideração quando da indicação da tentativa de reposição do segmento perdido ou amputado (4- 8). As indicações gerais e contraindicações estão detalhadas na Tabela 1. Reimplante de polegar deve sempre ser considerado, já que sozinho responde por cerca de 4050% da função da mão. Da mesma forma, reimplante de múltiplos dedos é usualmente indicado, já que a limitação funcional poderá ser muito grave. Em alguns casos, podemos realizar a transposição de segmentos amputados a fim de preservar uma pinça rudimentar. Reimplante de apenas um dedo - exceto do polegar permanece controverso, já que um dedo reimplantado rígido pode impactar negativamente no movimento dos outros dedos. Reimplantes distais à inserção dos flexores superficiais usualmente são tentados, já que a pinça digital fica melhorada pelo simples aumento de comprimento do dedo, mesmo se a DIP permanecer rígida após o reimplante. Em crianças, a tentativa de reimplante deveria ser executada sempre. Algumas exceções podem ser percebidas nos casos de determinadas profissões, como nos músicos. Os escores funcionais têm se mostrado melhores para os reimplantes de segundo – indicador - e terceiro dedos da mão quando comparados à amputação, por causa da preservação do comprimento digital, pinça bi ou Indicações Amputação do polegar Amputação de múltiplos dedos Amputação ao nível da palma da mão Amputação de um único dedo, distal à inserção do flexor digital superficial Qualquer amputação em criança Contraindicações Lesão por esmagamento ou avulsão Amputação em múltiplos níveis Comorbidades com risco de vida Amputação de um único dedo, proximal à inserção do flexor digital superficial Incapacidade do paciente de se adaptar ao programa de reabilitação Tempo de isquemia prolongado OBJETIVO O objetivo deste trabalho é demonstrar que o reimplante microcirúrgico dos dedos pode ser possível quando apenas a artéria está disponível para anastomose, caso a amputação for distal à articulação interfalangeana distal. MÉTODO Adulto jovem gênero feminino, 21 anos, não fumante, apresentando amputação completa distal à articulação interfalangeana distal. Extremidades de segundo e terceiro dedos da mão não dominante, esquerda, amputadas por guilhotina de papel. Perda de segmentos da placa unqueal, polpa, matriz unqueal, falange. Menos de 6 horas após o traumatismo foi admitida para a tentativa de reimplante, onde foi restabelecido o fluxo arterial. A indicação de reimplante foi baseada em: disponibilidade da parte amputada; ausência de esmagamento ou avulsão do segmento perdido; presença de artéria saudável sob a luz do microscópio; ausência de comorbidades graves incluindo aspectos psicológicos. O procedimento cirúrgico consistiu de fixação óssea; debridamento e limpeza meticulosa; anastomose arterial sob magnitude de 300x, fio monofilamentar 11-0 Ethicon Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 08 Reimplante digital baseado apenas na artéria colateral (Ethilon)® referência W2850 da Johnson e Johnson. A veia colateral foi considerada insuficiente no coto distal à amputação. A fim de prevenir congestão venosa, realizou-se descolamento parcial da placa unqueal que foi embebida em solução de heparina tópica – solução de 25.000 unidades diluída em 500ml de soro, refeitas diariamente. Abrasões ou punções a esse nível foram repetidas nos primeiros sete dias de pós-operatório, várias vezes ao dia, pela própria equipe médica. Não foram utilizadas sanguessugas - medical leeches – já que não estão facilmente disponíveis em nosso meio. Após sete dias, o paciente obteve alta hospitalar. Nas primeiras semanas de pós-operatório, observou-se formação de intensa placa de epidermólise – facilmente confundida com necrose de parte reimplantada – que submetida à contraprova da punção digital permitia visualização de contínuo sangramento atestando a viabilidade. Após várias semanas, a parte reimplantada foi submetida à avaliação pelo teste da discriminação de dois pontos – Semmes Weinstein – e da pinça digital. (Figuras 1-3) após três semanas. Observe o aspecto. escurecido, simulando necrose total da porção reimplantada. Figura 5: Aspecto do segmento reimplantado após três semanas. Observe o aspecto da porção reimplantada após remoção da placa de necrose – epidermólise. Figura 6: Aspecto funcional – pinça do segmento reimplantado. Figura 7: Aspecto funcional. Observe o encurtamento do segmento reimplantado em relação ao lado oposto, e a preservação da placa unqueal e polpa digital. RESULTADOS O restabelecimento do fluxo sanguíneo através da reanastomose da artéria colateral permitiu a reposição da parte perdida no trauma. A neurorrafia permitiu o retorno da sensibilidade após várias semanas. O teste de Semmes Weinstein demonstrou o retorno da sensibilidade protetiva na região da polpa digital. O teste de Semmes Weinstein avaliado na extremidade reimplantada sem anastomose venosa não demonstrou diferença em relação ao observado no lado oposto. A força da pinça digital retornou após doze semanas. O tempo de seguimento foi de aproximadamente quatro meses. Não foi observada intolerância ao frio neste período. O volume da polpa digital e o contorno da placa unqueal foram restabelecidos após este período, se bem que com um certo grau de atrofia. (Figuras 4-7) LEGENDAS DAS FIGURAS Figura 1: Aspecto de amputação de segundo e terceiro dedos da mão. Observe o nível da lesão acometendo placa e leito unqueal, e a dificuldade de visualização dos vasos colaterais a esse nível. Figura 2:Aspecto da amputação. Observe acometimento ao nível da articulação. o Figura 3: Segmento amputado e limpo. Observe a integridade da unha e placa unqueal passível de reimplante. Figura 4: Aspecto do segmento reimplantado Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 09 Reimplante digital baseado apenas na artéria colateral DISCUSSÃO O treinamento em microcirurgia é um processo árduo, que vai de encontro às necessidades atuais do arsenal do cirurgião plástico. Eventualmente, alguns destes microcirurgiões participarão em equipes assistenciais nas equipes dos transplantes. Completado o período de treinamento laboratorial, a participação em equipes que repõe em caráter de urgência partes perdidas ou amputadas devido a traumatismos é o caminho natural, mesmo para aqueles que não tem intenção de preservar este tipo de habilidade a longo prazo. O reimplante microcirúrgico de extremidades dos dedos é o procedimento de escolha para as amputações distais, mas não está disponível em muitos locais aqui no Brasil, sobretudo devido ao nosso panorama de atendimento em saúde. Reimplantes digitais são difíceis de ser executados. As anastomoses dos pequenos vasos digitais – com calibre de até 1mm – e a ausência de vasos colaterais no coto amputado podem até mesmo impedir a realização do reimplante. A sutura inadequada tende a induzir tromboses vasculares e subsequente perda do reimplante. A taxa de sucesso para o reimplante bem indicado deveria estar em torno de 80%. Recentemente, microcirurgiões com mais de dez anos de experiência tem demonstrado sua experiência com reimplantes na ausência de anastomoses venosas (10-17). Neste relato, demonstramos a possibilidade de reimplantar extremidades na presença de vasos digitais muito pequenos, onde a ausência de veia colateral disponível para a anastomose poderia contraindicar o reimplante. Estudos anteriores demonstraram que o número de anastomoses venosas em um procedimento de reimplante estava relacionado à sobrevida do segmento reimplantado, sendo que a anastomose de duas ou mais veias seria superior à utilização de apenas uma veia para anastomose (14). Entretanto, essa assertiva pode não ser verdadeira para as zonas de Tamai I e II (9,10). Nestes casos, a confecção da anastomose arterial poderia permitir a sobrevida do coto reimplantado, mesmo na ausência da anastomose venosa (17). Entretanto, outras estratégias para diminuir a congestão venosa devem ser postas à prática: sangramento externo por estimulação da placa unqueal (11,12), criação de uma ferida aberta na parte amputada (9, 13), shuntingss arteriovenosos (14,15) etc... Temos preferido a sangria por exaustão do leito unqueal através de mobilização da placa unqueal ou perfuração da unha, de forma repetitiva, já que os demais Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 10 Reimplante digital baseado apenas na artéria colateral expõe o coto de amputação a maior risco de infecção e aumentam o tempo de cirurgia. Alguns concordam que a simples amputação poderia representar a saída mais fácil para a regeneração de extremidades amputadas. Encurtamento ósseo e formação de neuroma de coto são situações clínicas observadas nestes casos. O seguimento destes pacientes têm mostrado que a preservação da polpa digital com sensibilidade protetiva permite o retorno completo da função da parte perdida. Preservação do comprimento dos dedos também é outra vantagem da técnica de reimplante microcirúrgico, que se associa também ao retorno do contorno anatômico próximo ao normal da região. Em relação à questão funcional e estética dos reimplantes, os dados podem ser conflitantes. A deformidade da placa unqueal em dedos reimplantados sem anastomose venosa pode ocorrer devido às repetitivas abrasões ao nível da base da unha e matriz unqueal em reimplantes quando se utilizou apenas a artéria colateral. Parece não ocorrer prejuízo da função da pinça quando se realiza reimplantes tão distais (Zona I de Tamai, ou seja, distal à inserção do tendão flexor digital profundo) (18- 19). Ainda, a neurorrafia parece propiciar o retorno da sensibilidade da polpa digital, se bem que na ausência de coaptação nervosa, o retorno da sensibilidade também acontece com o tempo (10, 17). Dados relativos ao tempo de isquemia, agressividade do mecanismo da lesão, tempo de recuperação funcional e sensitiva, e interferência de outros fatores como o tabagismo podem ser estudados em uma série maior de pacientes. CONCLUSÃO O reimplante de partes perdidas das extremidades digitais pode ser possível mesmo na ausência de veia receptora quando o nível da amputação for distal à articulação interfalangeana distal. A ausência de veia receptora para a anastomose pode gerar congestão maior do segmento reimplantado, de forma que manobras adicionais como a sangria do leito unqueal poderão ser necessárias no pós operatório inicial. Reimplantes digitais deveriam ser encorajados mesmo na ausência de veia no coto amputado, caso o nível da amputação seja distal à inserção do tendão flexor digital profundo. REFERÊNCIAS 1. Komatsu S, Tamai S. Successful replantation of a completely cut-off thumb. Plast Reconstr Surg. 1968;42:374–377. 2. Weiland AJ, Villarreal-Rios A, Kleinert HE, Kutz J, Atasoy E, Lister G. Replantation of digits and hands: Analysis of surgical techniques and functional results in 71 patients with 86 replantations. J Hand Surg Am. 1977;2:1–12. 3. Morrison WA, O’Brien BM, MacLeod AM. Evaluation of digital replantation: A review of 100 cases. Orthop Clin North Am. 1977;8:295–308. 4. Kim WK, Lim JH, Han SK. Fingertip replantations: Clinical evaluation of 135 digits. Plast Reconstr Surg. 1996;98:470–476. 5. Patradul A, Ngarmukos C, Parkpian V. Distal digital replantations and revascularizations: 237 digits in 192 patients. J Hand Surg Br. 1998;23:578–582. 6. Akyürek M, Safak T, Kecik A. 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A cirurgia de transposição tendinosa, associada ao treinamento pré e pós-operatório com a técnica de reabilitação por espelho, se mostrou clinicamente mais eficiente que a microneurorrafia isolada. A secção de um nervo periférico causa importantes perdas, tanto sensitivas como motoras. Apesar de todo o avanço que se teve nessa área, nada fez mudar a velocidade do axônio em direção a placa motora.1 Por essa razão pode transcorrer um longo período até que eles alcancem o seu objetivo. Além disso, em alguns casos a recuperação motora é muito pobre e a volta da função é precária e inexistente. A lesão do nervo fibular, objeto deste trabalho, causa uma grave perda funcional na loja ântero-lateral muscular da perna, ocasionando uma marcha característica, pois o paciente epresenta a perda da dorsi-flexão do pé.2,3,4,5 Utilizando um treinamento pré-operatório específico com espelhos e a transposição músculo-tendinosa específica, pode-se trazer ao paciente, num breve período pós-operatório, um andar mais adequado.6 DESCRITORES: Transferência tendinosa, Nervo fibular, Terapia do espelho ABSTRACT After 10 years of practice in the treatment of fibular nerve injury in an increasing number of patients, was observed a better rehabilitation after change the focus of the treatment of the paralysis. The tendon transfer surgery associated with mirror therapy, was clinically more effective than only microneurorrafy. KEYWORDS: Tendon transfer, Peroneal/ fibular nerve, Mirror therapy OBJETIVO Este trabalho tem como objetivo evidenciar o olhar para uma lesão de nervo periférico como uma paralisia causada por esse evento e demostrar que, na paralisia causada pela lesão do nervo fibular, o melhor tratamento é a reabilitação pré e pós-operatória com a utilização de espelhos associado à transposição musculo-tendinosa. A combinação desses tratamentos se mostrou mais eficaz que a microneurorrafia do nervo. MÉTODO 1. Residente em Cirurgia Plástica- HED 2. Membro titular da SBPC, Preceptor do Serviço de Cirurgia Plástica do HED Após o diagnóstico da paralisia causada pela lesão do nervo fibular o paciente é encaminhado à reabilitação onde se emprega espelhos. Aguardam-se pelo menos três meses para o aparecimento de alguma contração (tipo M1) da musculatura proximal paralisada. O paciente deve utilizar uma tala que lhe permita deambular sem que o pé esteja na posição equino-varo. 3. Residente em Cirurgia Plástica- HED Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 13 Tratamento da lesão do nervo fibular: 10 anos de prática Uma vez não aparecendo nenhuma contração, o paciente é levado à cirurgia. Utiliza-se a transposição tendinosa do músculo tibial posterior através da membrana interóssea, técnica que se mostrou mais eficaz por proporcionar uma maior dorsiflexão plantar.7,8,9 O tendão desse músculo é fixado no cuneiforme lateral. Depois do procedimento, o paciente permanece por três semanas com uma tala gessada ou ortopédica e após, recebe uma bota gessada que deve permanecer por trinta dias até que se complete a cicatrização do tendão tibial posterior no osso escolhido. Logo em seguida, o paciente é encaminhado à reabilitação - onde mais uma vez são utilizados espelhos. O paciente mantém durante todo esse período uma tala ou órtese para manter o pé em posição adequada. Após aproximadamente 30 dias, o paciente é encorajado a caminhar - inicialmente com muletas. RESULTADOS Pelo menos, nos últimos dez anos, tem-se utilizado essa rotina de tratamento nos pacientes com paralisia causada pela lesão do nervo fibular. Os resultados obtidos são substantivamente melhores e mais rapidamente alcançados, se comparados ao tradicional reparo microcirurgico do nervo fibular. DISCUSSÃO Quando um nervo periférico é seccionado uma cascata de eventos tem início. A degeneração Walleriana inicia-se de pronto com o desaparecimento dos mediadores químicos das placas motoras. Outros episódios importantes também podem ser notados. Os neurônios cerebrais, relacionados com a musculatura e com a área sensorial do nervo seccionado, buscam novas sinapses com os neurônios da vizinhança. Este acontecimento é conhecido como neuroplasticidade. Existe uma modificação do mapa cortical atrelada a esse evento.10,11,12,13,14,15 A atenção, o estímulo visual, o aprendizado e a repetição geram uma interpretação cerebral distinta.8Esse é o conhecimento usado durante o processo de reabilitação da paralisia. É colocado entre as pernas do paciente, um espelho com a face refletora voltada para o membro inferior não paralisado e estimulada à realização de movimentos de dorsi-flexão e flexão plantar com os dois pés. O pé com a paralisia fica atrás do espelho e fora da visão do paciente. Com isso, ele só enxerga o pé sadio e a sua imagem refletida. Como a imagem no espelho plano é virtual, parece, ao paciente, que o pé refletido é o contralateral e que apresenta um movimento perfeito e indolor. A terapia dos espelhos melhora a organização cortical em três etapas principais: A primeira delas é o “Treino da Lateralidade” - onde o paciente tem dificuldade de identificar, através da imagem refletida no espelho, o conceito de direito e esquerdo. A segunda etapa é caracterizada pela imaginação do movimento do membro paralisado. Este fato pode ativar uma área cortical similar aos movimentos efetuados. A última das etapas é o “feetback visual no espelho”. Consiste em fazer o paciente observar a imagem refletida do membro sadio. Isto causa uma ideia de que o membro paralisado esteja se movimentando.10,17 O objetivo de uma transferência tendinosa é promover atividade motora à musculatura paralizada, eliminar deformidades causadas pela paralizia da musculatura antagonista e promover uma maior estabilidade, devolvendo um balanço muscular. A seleção do tendão a ser transferido exige que o musculo tenha força suficiente para suprir a função daquele que está paralizado. O tendão transferido deve ser colocado o mais próximo possível da musculatura a ser suprida, com o cuidado de não causar lesão nervosa ou vascular durante a sua passagem.8 As principais técnicas cirúrgicas de transposição do tendão tibial posterior para o anterior são a de Barr e a de Ober.8 De acordo com a técnica de Ober, o tendão e o músculo tibial posterior passam através do compartimento tibial anterior do dorso do pé e são fixados na base do terceiro metatarso.8,18 Pela técnica de Barr, o tendão e o músculo tibial posterior passam através da membrana interóssea e são fixados no cuneiforme lateral ou na base do terceiro metatarso.8, A associação entre o procedimento cirúrgico de transposição tendinosa e a terapia do espelho permitem com que o músculo tibial posterior transposto, que antes da cirurgia tinha a função de flexão plantar, passe rapidamente a fazer a função do músculo tibial anterior – seu antagonista. Com isso, observa-se uma marcha adequada em um período de aproximadamente três meses após o procedimento cirurgico. CONCLUSÃO No Serviço de Microcirurgia do Hospital Cristo Redentor - GHC - Porto Alegre, RS, após 10 anos de experiência no tratamento da paralisia causada pela lesão do nervo fibular foram observados melhores resultados, proporcionando ao paciente um retorno funcional precoce, com a terapia do espelho associada à adequada transposição músculo-tendinosa. Esse tratamento foi clinicamente superior às técnicas microcirurgicas convencionais de reparo do nervo fibular. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 14 Tratamento da lesão do nervo fibular: 10 anos de prática REFERÊNCIAS 1. Franciosi LFN, Molon MP. Tratamento das paralisias causadas por lesões de nervos periféricos: o que há de novo?. Rev. Bras. Cir. Plást. 2010; 25(supl): 1-102 2. 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Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 15 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Tratamento cirúrgico da microstomia com técnica de Converse Surgical treatment of microstomia with Converse technique José Luiz Takaki1, Marcelus Nigro2, Flavia Thaiana Bonato3, Alysson Matioski4 ABSTRACT RESUMO Microstomia é o termo utilizado para referência de uma abertura diminuída da cavidade oral. Pode ser decorrente de trauma, queimadura elétrica ou térmica, ingestão de substâncias cáusticas, entre as causas mais comuns. O objetivo desse trabalho é a revisão da literatura sobre microstomia e seus principais tratamentos, assim como a descrição de casos tratados no serviço de cirurgia plástica e queimados do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba. Os pacientes foram em sua maioria do sexo masculino, com idade variando de 7 a 55 anos, todos vítimas de queimadura. A etiologia mais frequente das queimaduras foi o choque elétrico. Em todos os casos foi aplicada técnica de comissuroplastia de Converse com excelente resultados estéticos e funcionais. A técnica de comissuroplastia de Converse é reprodutível e deve ser uma opção para o tratamento da microstomia. Microstomia is the term used to reference a decreased opening of the oral cavity. May be due to trauma , electrical or thermal burns , ingestion of caustic substances, among others. The aim of this study is to review the literature on microstomia and its main treatments, as well as a description of cases processed in the plastic surgery service of Hospital Evangélico in Curitiba. The patients were mostly male , aged 7-55 years, all burn victims . The most frequent cause of burns was the electric shock. In all cases Converse comissuroplasty technique was applied with excellent aesthetic and functional results . The comissuroplasty technique is reproducible and should be an option to treat microstomy. KEYWORDS: burn, microstomia, mouth DESCRITORES: queimados, microstomia, boca 1.Preceptor 2. Chefe do serviço 3.Residente 4.Residente Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 16 Tratamento cirúrgico da microstomia com técnica de Converse INTRODUÇÃO RESULTADOS Microstomia é o termo utilizado para descrever uma abertura diminuída da cavidade oral. Pode ser decorrente de trauma, queimadura elétrica ou térmica, ingestão de substâncias causticas ou também pode ocorrer após cirurgia reconstrutiva da boca, quando ocorrem retração e formação de tecido cicatricial impedindo sua abertura. Raramente, também pode estar associada à desordens sistêmicas, como esclerodermia, síndrome de Freeman-Sheldon, epidermólise bolhosa, assim como em alguns defeitos genéticos. Os pacientes eram em sua maioria do sexo masculino (4), com idade variando de 7 a 55 anos, todos vítimas de queimadura. A etiologia mais frequente das queimaduras foi o choque elétrico (57%), seguida por queimadura por escaldadura e química. Em dois pacientes, houve a necessidade da realização da cirurgia uma segunda vez, por recidiva da constricção em um caso e no outro por microstomia muito importante, com tratamento em dois tempos. Em ambos os casos, esperou-se o tempo de 6 meses entre um procedimento e outro. Essa enfermidade está comumente associada a problemas relacionados a comprometimento de adequada higiene dental, expressão facial, vocalização, nutrição, dificuldade de intubação e também relacionada à dificuldade de interação social. Griskevich diz que o tratamento cirúrgico da microstomia tem dois objetivos: restaurar a amplitude da abertura bucal e diminuir o defeito estético causado pela deformidade oral. Em todos os casos foi utilizada técnica de comissuroplastia de Converse. Foi optado pela realização de anestesia local ou local com sedação. A figura 1 mostra desenho esquemático do planejamento cirúrgico, conforme é descrito a seguir. Figura 1:Técnicas de tratamento cirúrgico para microstomia. Fonte: Pitanguy et al. (1979) O tratamento pode ser feito através de técnica cirúrgica ou não, através do splints orais. Dentre as técnicas cirúrgicas, existem diversas descrições de retalhos e avanços mucosos. Levando em consideração que cada lesão apresentase de forma diferente, é difícil a padronização de conduta. O melhor tratamento deverá sempre ter o melhor aproveitamento tissular regional possível, com as menores transposições e mobilizações, sendo necessária a análise de cada caso individualmente, para que se obtenha o melhor resultado estético e funcional. Descrita em 1959 por Kazanjian e posteriormente modificada por Converse, a técnica de Converse ou Converse-Kazajian, é uma comissuroplastia, com intervenção no orbicular e confecção de retalhos mucosos, com rápida recuperação e baixa recidiva. OBJETIVO O objetivo desse trabalho é a realização de uma revisão da literatura sobre a microstomia e seus principais tratamentos, assim como a descrição dos casos tratados no serviço de cirurgia plástica e queimados do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, no ano de 2013 e 2014. MÉTODO Para realização desse trabalho foi feita a análise dos prontuários dos pacientes, assim como fotos de documentação, com o pré e pós operatório É demarcada nova linha final da comissura bucal com base na linha pupilar. Após a demarcação deste ponto, marcam-se dois retalhos triangulares saindo deste ponto em direção ao lábio superior e inferior. Retira-se o tecido cicatricial abaixo desta delimitação, com liberação da musculatura orbicular. Na área de mucosa exposta, após essa ressecção, faz-se uma secção da mucosa, horizontalmente, parando antes do término da área cruenta, onde então, incisa-se de forma semicircular de maneira a obter-se 3 retalhos de mucosa, um lateral, um superior e um inferior. Os retalhos são avançados e suturados à pele com pontos de Gillies com categute, de forma a não haver tensão. É mantida dieta líquida ou pastosa de rotina, assim como uso de enxaguante bucal com clorexidine. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 17 Tratamento cirúrgico da microstomia com técnica de Converse Figura 2: Marcação pré operatória em paciente masculino, 23 anos, vítima de queimadura elétrica. Figura 3: Pós operatório (03 meses) paciente. do mesmo Figura 4: Paciente masculino, 50 anos, vítima de grave queimadura em face, marcação pré operatória (primeira cirurgia). Figura 5 e 6: Pré operatório e pós imediato da segunda cirurgia, mesmo paciente. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 18 Tratamento cirúrgico da microstomia com técnica de Converse Figura 7 e 8: Pós operatório tardio, um ano. para tratamento da microstomia com acometimento principalmente da comissura. O retalho de Kazanjian, também conhecido como retalho de Converse, é uma técnica de comissuroplastia que apresenta bons resultados estéticos e funcionais. É de fácil aprendizado, execução, reprodutibilidade e pode ser realizado com anestesia local. Sua realização em centro de queimados com alto volume de atendimentos, como o do Hospital Evangélico, associado a serviço de residência, mostra grande versatilidade e bons resultados.Neste relato todos os pacientes receberam anestesia local, com sedação associada somente nos de menor idade. Todos receberam alta no mesmo dia da cirurgia e no retorno de uma semana já mostravam baixo desconforto e limitações devido à cirurgia, com retorno rápido às atividades. Possui baixo risco de recidivas, uma vez que o retalho lateral previne a ocorrência da contratura pós-operatória. Nesta técnica, o reposicionamento das comissuras é baseado na distância interpupilar e são retirados da área demarcada o tecido cicatricial cutâneo, subcutâneo e parte do músculo orbicular. Nesta amostra houve necessidade de reoperação por recidiva em apenas um paciente, 14% da amostra. DISCUSSÃO As microstomias causam prejuízo estético e funcional importantes, dificultam a fala, a higiene oral, alimentação, entre outros. Podem sem de grau leve a grave, de diversas etiologias como as já previamente citadas, e devem ter sua avaliação e tratamento individualizados. Griskevich diz que o tratamento cirúrgico da microstomia tem dois objetivos: restaurar a amplitude da abertura bucal e diminuir o defeito estético causado pela deformidade oral. O manejo dessa enfermidade é crítico no cuidado dos pacientes queimados e deve ser considerado uma prioridade, uma vez que causa um grande impacto na qualidade de vida. Vários tratamentos já foram propostos, desde simples ressecções, uso de próteses, até realização de enxertias e retalhos. Dependendo da extensão da microstomia, principalmente a causada por queimadura, temos uma ampla gama de opções para seu tratamento. Desde splint (próteses e órteses orais), passando por uso de laser e luz pulsada até enxertos e retalhos mais ou menos complexos. Dependendo do principal local de comprometimento e retração, pode-se empregar retalho de v-y, zetaplastias, retalho de Abbé, Estlander, entre outros. A técnica de Converse - Kazanjian é bem empregada A técnica de Converse- Kazanjian é de fácil aprendizado e reprodutibilidade, podendo ser aplicado em grandes centros de queimados, como o do presente estudo, em grande volume de pacientes, com baixos índices de complicações e alto índice de sucesso. CONCLUSÃO A técnica de Converse se mostrou uma boa opção no tratamento de pacientes com microstomia, por apresentar facilidade técnica, baixa morbidade e possibilidade de reoperação em caso de falha no tratamento. Levando-se em consideração as particularidades de cada caso, cabe ao cirurgião escolher a conduta a ser seguida. REFERÊNCIAS 1. Smith PG, Muntz HR, Thawley SE. Local myocutaneous advancement flaps: Alternatives to cross-lip and distant flaps in the reconstruction of ablative lip defects. Arch Otolaryngol. 1982; 108: 714-8 2.Martins WD. Queiloplastia para correção de microstomia secundária por queimadura química. Dens. 1987;3(1):5-7. 3. Al-Qattan MM, Gillett D, Thomson HG. Electrical burns to the oral commissure: does splinting Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 19 Tratamento cirúrgico da microstomia com técnica de Converse obviate the need for commissuroplasty? Burns. 1996;22(7):555-6 4. Mordjikian E. Microstomia grave decorrente de queimadura de soda cáustica: relato de caso. Revista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. 2002; 17: 37-50. 5. Pitanguy I, et al. Queimaduras elétricas do lábio. Rev Bras Cir. 1979;69(516):181-93 6. Grishkevich VM. Post-burn microstomia: anatomy and elimination with trapeze-flap plasty. Burns: Journal of the international society for burn injuries. 2010; 37: 484-9. 7. Gulses A. Microstomia: a rare but serious oral manifestation of inherited disorders. Advances in the Study of Genetic Disorders [livro na internet]. 2011 [Acesso em: 13 de outubro de 2014]. Disponível em: http://www.intechopen.com/books/advances-in-thestudy-of-genetic-disorders/microstomia-a-rare-butserious-oral-manifestation-of-inherited-disorders Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 20 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Transtorno dismórfico corporal e rinoplastia Body dysmorphic disorder and rhinoplasty Felipe de David1, José Augusto Calil2, Alfredo Gragnani Filho3 RESUMO ABSTRACT Introdução: O transtorno dismórfico corporal é definido como uma preocupação excessiva com um defeito sutil ou imaginado na aparência física, levando a um sofrimento ou incapacidade na função social ou ocupacional. É um transtorno relativamente comum e, por vezes, incapacitante. Sua prevalência na população geral é de 0,7% a 3% e entre pacientes de cirurgia estética varia de 6% a 15%, chegando a 54% em alguns estudos. O exame de transtorno dismórfico corporal facilita o diagnóstico deste transtorno e pode fornecer parâmetros adicionais na avaliação do sucesso de cirurgias plásticas. Está traduzido para o português e devidamente validado. Objetivo: determinar a prevalência de transtorno dismórfico corporal em pacientes que buscam por rinoplastia. Pacientes e métodos: Foram estudados pacientes que se apresentaram ao serviço de Cirurgia Plástica do HSPMSP procurando por rinoplastia. Foram estabelecidas alterações nasais e formulado um plano cirúrgico individualizado para cada paciente, baseado no exame físico e nas queixas do mesmo. Os pacientes respoderam aos questionários de qualidade de vida SF-36, autoestima de Rosemberg, ETDC e auto avaliaram em escala análoga visual sua impresão do nariz. Resultados: Dezessete (29,8%) pacientes apresentam certo grau de insatisfação com a aparência. Em 11 (19,3%) pacientes a preocupação com a aparência causa angústia clinicamente significante ou prejuízo em áreas sociais, profissionais, ou outras áreas importantes de funcionamento. Conclusão: Existe uma prevalência de transtorno dismórfico corporal em pacientes que procuram por rinoplastia maior do que na população em geral e a gravidade dos sintomas desta patologia claramente afeta o seu funcionamento diário. Introduction: Body dysmorphic disorder is an excessive concern with a slight or imagined defect. In body appearence leading to marked distress or impairment in social, occupational, or other áreas of functioning. It is a relatively common disorder, sometimes disabling. Its prevalence in general population is 0,7% to 3% and varies between 6% and 15%, reaching 54% in some series in patients seeking for plastic surgery. The body dysmorphic disorder examination (BDDE) facilitates diagnostico f teh disorder and provides aditional parameters for a plastic surgery success. It is translated and validadted in portuguese Objective: Determine the prevalence of body dysmorphic disorder in patients seeking for rhinoplasty. Patients and methods: It was studied patients seeking for rhinoplasty in Plastic Surgery department of HSPM-SP. Is was established nasal deformities and formulated a surgical plan individualized for each patient, based on fisical examination and patients’ complaints. Patiens answered the questionaries of life quality SF-36, Rosemberg’s self-esteem, BDDE and visual analogue scale of nose beauty. Resultados: Seventeen (29,8%) patients presented some degree of insatisfaction with appearence. In 11 (19,3%) patients the concern with appearence causes anguish clinically significant or injury in social, professional or other áreas. Conclusão: There is a prevalence of body dysmorphic disorder in patients seeking for rhinoplsty bigger than in general population and the severity of the symptoms clearly affects daily functioning. DESCRITORES: Transtorno dismorfofobia, rinoplastia KEYWORDS: Body dysmorphic disorder, dysmorphophobia, rhinoplasty dismórfico corporal, 1. Residente em Cirurgia Plástica no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo 2.Regente do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo 3.Médico Assistente no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 21 Transtorno dismórfico corporal e rinoplastia INTRODUÇÃO São cada vez mais frequentes as queixas estéticas na sociedade contemporânea objetivando a perfeição das formas do corpo. A melhora na imagem corporal é o principal motivo na busca por cirurgia ou procedimentos estéticos. O nariz possui posição central na face e é fundamental não apenas para a harmonia facial, como também para uma aceitação psicológica normal das pessoas; portanto, a rinoplastia apresenta papel importante na cirurgia estética facial1. O formato do nariz é com frequência um fator que causa distúrbio, consciente ou inconscientemente, no desenvolvimento da personalidade e imagem corporal2. A imagem corporal, por sua vez, é uma importante motivadora na busca da cirurgia plástica3-5. No Brasil, em 2011, foram realizadas 43.809 rinoplastias, posicionando-se como uma das cirurgias estéticas mais realizadas no país, atrás apenas de lipoaspiração, mastoplastias e abdominoplastia6. O transtorno dismórfico corporal, primariamente chamado de dismorfofobia, pouco estudado até recentemente, é definido como uma preocupação excessiva com um defeito sutil ou imaginado na aparência física, levando a um sofrimento ou incapacidade na função social ou ocupacional. É um transtorno relativamente comum e, por vezes, incapacitante. Apesar da possível alta prevalência, ainda não há abordagem padronizada ou guideline para a identificação corrreta destes pacientes7. Este transtorno está frequentemente presente de forma subclinica 8-11. Além da timidez com o assunto, os pacientes por vezes demonstram julgamento equivocado sobre a origem psiquiátrica dos seus problemas e, com frequência, buscam tratamento estético porque estão convencidos de que necessitam de melhora estética e não de psiquiátrica. Grandes estudos relataram taxas de transtorno dismórfico corporal de 0,7% a 3% na população em geral12-14 e 1,5% a 5,3% em estudantes universitários15-17. A real prevalência do transtorno em uma população de pacientes de cirurgia estética é desconhecida. Alguns estudos sugerem que é muito mais comum entre estes pacientes, com taxas variando de 6% a 15%8,18,19, chegando a 54% em estudos com amostragens menores10,20. Esta disparidade deve-se à falta de uniformidade nos métodos de detecção do transtorno. Há uma tendência para o consenso de que o transtorno dismórfico corporal deveria ser considerado uma contraindicação para cirurgia estética. Qualquer parte do corpo pode ser o foco de preocupação no transtorno dismórfico corporal, mas as áreas mais comumente envolvidas são pele, cabelo e nariz21-24. Rinoplastia estética é um dos procedimentos estéticos mais requisitados pelos pacientes com o transtorno9,10,23,24. Existem poucos estudos avaliando a prevalência de transtorno dismórfico corporal em pacientes que procuram rinoplastia, apresentando uma prevalência média de 20,7%10. Além disso, o perfil clínico dos pacientes com sintomas do transtorno que procuram por rinoplastia não está claro. O desenvolvimento e a validação de questionários de qualidade de vida relacionados à saúde tem se tornado uma área importante da pesquisa médica devido à necessidade de monitorar e avaliar o tratamento oferecido aos pacientes, ao invés de simplesmente lidar com as queixas e relatos dos mesmos. O exame de transtorno dismórfico corporal (ETDC) pode fornecer parâmetros adicionais na avaliação do sucesso de cirurgias plásticas. É um instrumento de qualidade de vida que foca na imagem corporal do paciente. Este questionário inclui 34 perguntas que avaliam o grau de insatisfação relacionada ao uma característica física e facilita o diagnóstico de de transtorno dismórfico corporal. Está traduzido para o português e devidamente validado 25. OBJETIVO O objetivo deste estudo é determinar a prevalência de transtorno dismórfico corporal e seus sintomas em pacientes que procuram por rinoplastia. MÉTODO 3.1. Pacientes O estudo foi conduzido no Departamento de Cirurgia Plástica do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo (HSPM-SP). Foi obtida aprovação do Comitê de Ética do Hospital. Todos os pacientes com idade igual ou superior a 15 anos e que procuraram por rinoplastia estética e/ ou funcional entre Janeiro e Agosto de 2014 foram convidados a participar do estudo, e após concordarem, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido específico. Sessenta e quatro pacientes procuraram o ambulatório de rinoplastia do departamento de Cirurgia Plástica neste período. Destes, 5 foram excluídos do estudo porque a equipe contraindicou a cirurgia (por impossibilidade de alcançar resultado pretendido pelo paciente) e 2 pacientes foram excluídos por não completarem corretamente os questionários. Todos os demais 57 pacientes concordaram em participar do estudo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. 3.1.1. Critérios de inclusão Foram incluídos no estudo todos os pacientes que se apresentaram ao serviço de Cirurgia Plástica do HSPM-SP procurando por rinoplastia. 3.1.2. Critérios de exclusão Foram excluídos do estudo pacientes com contraindicações clínicas para a realização de cirurgia, assim como aqueles cuja avaliação identificou impossibilidade de melhora estética nasal ou de obtenção de resultado desejado Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 22 Transtorno dismórfico corporal e rinoplastia através da cirurgia. 3.2. Cálculo do tamanho amostral Nos anos de 2011, 2012 e 2013, foram realizadas uma média de 50 rinoplastias por ano no HSPM, estimando o tamanho amostral em 50 pacientes. 3.3. Questionários A todos os pacientes foram fornecidos questionários na consulta pré-operatória. Estes questionários são validados e apresentam o seguinte objetivo: 1) Análise demográfica (Tabela 1) 2) Avaliação do paciente do formato do seu nariz utilizando uma escala análoga visual, com 0 significando muito ruim e 10 significando perfeito. 3) O exame de transtorno dismórfico corporal (ETDC), que pode fornecer um parâmetro adicional para avaliar o resultado na cirurgia plástica e possíveis queixas dos pacientes. O ETDC é um instrumento que trata unicamente da imagem corporal do paciente. O questionário inclui 34 questões que avaliam o grau de insatisfação relacionado a uma característica física e facilita o diagnóstico de transtorno dismórfico corporal. É confiável e já validado em diversas línguas, incluindo o português. 4) Uma aferição genérica de autoestima, a escala de Rosemberg, devidamente validada, para avaliar a autoestima dos pacientes antes da rinoplastia e uma eventual alteração no pós-operatório, comparada à possível alteração no ETDC. 5) Uma aferição genérica de qualidade de vida, o questionário SF-36, devidamente validado, para averiguar aspectos da qualidade de vida dos pacientes antes e após a rinoplastia, comparando à possível alteração no ETC. 3.4. Interpretação dos questionários Na interpretação do ETDC, aqueles que alcançaram uma pontuação igual ou superior a 66 no somatório das respostas apresentam certo grau de insatisfação com a aparência e em pacientes que atingem pontuação 4 ou maior em perguntas específicas relacionadas a situações sociais ou profissionais, a preocupação com a aparência causa angústia clinicamente significante ou prejuízo em áreas sociais, profissionais, ou outras áreas importantes de funcionamento, caracterizando o transtorno dismaórfico corporal. 3.5. Avaliação das deformidades nasais Todos os pacientes foram submetidos a exame físico no ambulatório de nariz do departamento de Cirurgia Plástica, onde foram estabelecidas alterações nasais e formulado um plano cirúrgico individualizado para cada paciente, baseado no exame físico e nas queixas do mesmo. Foi realizada Tomografia Computadorizada nos casos em que a equipe achou necessário para complementar a avaliação. 3.6. Técnicas operatórias As manobras necessárias para o sucesso da rinoplastia e sua sequência são amplamente dependentes das queixas e expectativas do paciente e da análise nasofacial detalhada. 3.7. Acompanhamento pós-operatório Todos os pacientes submetidos ao estudo estão sendo acompanhados no pós-operatório por um período de um ano para avaliação do resultado e seguimento clínico, assim como estão sendo submetidos aos questionários de qualidade de vida, autoestima, ETDC e questionário de satisfação com rinoplastia, para avaliar as alterações decorrentes da cirurgia. 3.8. Delineamento Experimental Trata-se de um estudo prospectivo e observacional. Os pacientes foram submetidos a exame pré-operatório de acordo com protocolo de avaliação pré-operatória criado no Serviço de Cirurgia Plástica do HSPM. Foi estabelecido plano cirúrgico, baseado no mesmo protocolo, e os pacientes foram submetidos a rinoplastia com avaliação transoperatória e possibilidade de alteração do plano cirúrgico. Os paciente responderam ao ETDC no préoperatório e responderão 1 ano após a cirurgia, assim como ao questionário de satisfação com rinoplastia, de qualidade de vida e de auto-estima um ano após a cirurgia. Na escala de Rosemberg, pacientes que atingem pontuação entre 15 e 25 possuem uma autoestima normal e no questionário SF-36 as pontuações variam de 0 (pior qualidade de vida) até 144 (melhor qualidade de vida). O principal motivo da utilização destes questionários é a avaliação da possível modificação dos resultados no pós-operatório, com o seguimento deste estudo. RESULTADOS 4.1. Características demográficas As características demográficas dos pacientes participantes do estudo encontram-se na tabela 1. 4.2. Prevalência de transtorno dismórfico corporal Como resultado, encontramos que 17 (29,8%) pacientes apresentam certo grau de insatisfação com a aparência. Em 11 (19,3%) pacientes a preocupação com a aparência causa angústia clinicamente significante ou prejuízo em áreas sociais, profissionais, ou outras áreas importantes de funcionamento. Todos os pacientes (100%) possuem uma autoestima considerada normal, com resultados cima de 15 pontos na escala de Rosemberg, sendo a pontuação mais baixa encontrada de 20. Todos os pacientes possuem uma boa pontuação no questionário SF-36, identificando uma boa qualidade de vida em aspectos gerais. DISCUSSÃO O nariz possui uma posição central da face e qualquer deformidade causa um impacto psicológico importante, fazendo com que se torne a área do corpo de preocupação mais prevalente em pacientes com Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 23 Transtorno dismórfico corporal e rinoplastia transtorno dismórfico corporal1,10,22,22-24. Além disso, estudos já demonstraram que pacientes que apresentam o transtorno e foram submetidos a rinoplastia estética ficaram satisfeitos com o resultado após a cirurgia10. De acordo com a definição atual, transtorno dismórfico corporal representa uma preocupação excessiva com um defeito leve ou imaginado na aparência física, levando a sofrimento significativo e/ou incapacidades na vida diária7. Entre 0,7 a 3% da população geral apresentam estes criterios12-14. Os pacientes que se apresentam para o cirurgião plástico muitas vezes possuem defeitos leves na aparência que são corrigíveis por cirurgia plástica, tornando o julgamento de um leve defeito na aparência altamente subjetivo nesta população. Sugere-se, portanto, que o grau de disturbio emocional e incapacidade comportamental são indicadores mais fiéis de transtorno dismórfico corporal nestes pacientes, sem levar em conta a severidade do defeito físico3,21,22. Este estudo determina a prevalência de transtorno dismórfico corporal e seus sintomas em pacientes que procuram por rinoplastia em hospital público terciário no Brasil, investigando as diferenças demográficas e características clínicas de acordo com a gravidade dos síntomas. A prevalencia de pacientes com sintomas de transtorno dismórfico corporal na população estudada é maior do que na população em geral, com 19,3% dos pacientes apresentando angústia clinicamente significativa ou prejuízo em áreas sociais, profissionais, ou outras áreas importantes de funcionamento diário. A prevalência está próxima da média encontrada na literatura, que é de 20,7%10. Pacientes submetidos a rinoplastia secundária apresentaram pontuações mais altas no ETDC, com 50% pacientes apresentando certo grau de insatisfação com a aparência. Nenhum dos pacientes do estudo relatou qualquer distúrbio conhecido de ordem psiquiátrica, mostrando que, apesar da alta prevalência de pacientes com transtorno dismórfico, os mesmos são relutantes em relacionar suas queixas com causas psicológicas. Os homens participantes do estudo apresentaram pontuações no ETDC maiores que as mulheres, com uma prevalência de 33% de transtorno dismórfico na população masculina. Não houve correlação significativa entre os sintomas do transtorno e idade, estado civil, etnicidade, razões e motivações para a cirurgia. Vinte e três pacientes (40,3%) obtiveram uma pontuação de 3 ou menos na escala análoga visual referente a estética do nariz. Uma correlação encontrada de grande interesse no estudo foi que destes, 6 (23%) pacientes apresentaram diagnóstico de transtorno dismórfico corporal. Uma proporção apenas um pouco maior do que na população total em estudo. Os pacientes com o transtorno frequentemente pensam a respeito do seu defeito por muitas horas no dia e frequentemente apresentam comportamento repetitivo como olhar-se no espelho e maquiar-se. Não houve qualquer relação entre a presença de sintomas de transtorno dismórfico corporal e uma baixa autoestima ou baixa qualidade de vida nas atividades diárias nos questionários de Rosemberg e SF-36. O presente estudo será complementado com a avaliação dos pacientes e aplicação dos questionários já aplicados adicionando um questionário validado de satisfação com rinoplastia com um ano de pós operatório. CONCLUSÃO Este estudo evidencia uma prevalência de transtorno dismórfico corporal em pacientes que procuram por rinoplastia maior do que na população em geral e que a gravidade dos sintomas desta patologia claramente afeta o seu funcionamento diário. REFERÊNCIAS 1. Andretto Amodeo C. The central role of the nose in the face and the psyche: Review of the nose and the psyche. 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Objetivo: Relatar a experiência do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Cajuru em Curitiba na reconstrução de defeitos dos membros inferiores com retalho solear de pedículo proximal nos últimos 8 anos. Método: Realizado estudo retrospectivo dos casos de reconstrução com músculo sóleo no período de dezembro de 2006 a dezembro de 2014. Resultados: Do total de 43 pacientes, 36 eram do sexo masculino (83,7%) e 7 do sexo femino (16,2%) com idade média de 40,51 anos. A principal causa foi trauma e as lesões localizavam-se predominantemente no terço médio 46,51% (20 casos) e distal 44,18% (19 casos). Necrose superficial distal do retalho foi a complicação mais observada em 9 casos. Conclusão: Em nossa casuística, o retalho solear foi utilizado com sucesso para tratamento de feridas complexas do terço médio e distal. The reconstruction of the lower limbs is a major challenge for the plastic surgeon and the soleus muscle flap is an alternative for treatment. Objective: To report the experience of the Department of Plastic Surgery of Cajuru Hospital in Curitiba in the reconstruction of defects of the lower limbs with soleus proximal pedicle flap in the last 8 years. Method: Retrospective study of the reconstruction cases using soleus muscle flap from December 2006 to December 2014. Results: Of the 43 patients, 36 were male (83.7%) and 7 female (16, 2%) with a mean age of 40.51 years. The main cause was trauma and lesions were located predominantly in the middle third 46.51% (20 cases) and distal 44.18% (19 cases). Distal superficial necrosis of the flap was the most common complication observed in 9 cases. Conclusion: In our series, the soleus muscle flap was successfully used for the treatment of complex wounds located in the middle and distal third. DESCRITORES: Músculo Esquelético, Fraturas da Tíbia, Ferimentos e Lesões KEYWORDS: Muscle Skeletal , Tibial Fractures , Wounds and Injuries 1.Membro titular da sbcp, regente do serviço de cirurgia plastica do hospital universitário cajuru 2.Residente 3.Residente 4.Residente 5.Residente Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 26 Experiência do serviço de cirurgia plástica do hospital universitário cajuru em reconstrução de membro inferior com retalho solear nos últimos 8 anos. INTRODUÇÃO MÉTODO Traumas de grande impacto nos membros inferiores costumam resultar em fraturas expostas com perda de substância tanto de partes moles quanto óssea. As opções reconstrutivas com retalhos se tornam limitadas principalmente nos defeitos maiores e de localização distal. Estes defeitos apresentam maior grau de desvascularização e contaminação. 1,2,3 O estudo retrospectivo foi conduzido através da revisão de prontuários eletrônicos do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Cajuru em Curitiba. O período estudado foi de dezembro de 2006 a dezembro de 2014. Foram avaliados o número de pacientes, sexo, idade, causa do trauma, localização da lesão e complicações pós-operatórias. Além dos retalhos microcirúrgicos, uma das melhores opções para reconstrução regional é através do uso de retalhos musculares para cobrir lesões, aumentar circulação local e combater às infecções. 4 O uso de retalhos musculares do sóleo apresenta grande versatilidade na reconstrução dos membros inferiores sendo este músculo indicado para defeitos maiores do terço médio e superior e de lesões menores da região inferior da perna.5, 6 O retalho do músculo sóleo foi descrito e utilizado por Ralf Ger na década de 1960 e posteriormente descrito por Mathes et al. na década de 1980.7,8 Ele tem sido empregado na cobertura de fraturas expostas do terço médio da perna devido ao seu amplo arco de rotação e volume, sendo capaz de ocluir cavidades ósseas. 9, 10 O sóleo é um músculo grande que forma o tríceps sural juntamente com os músculos gastrocnêmios medial e lateral e ocupa a região posterior profunda da perna. A porção lateral do músculo sóleo originase na superfície posterior da fíbula e o suprimento sanguíneo é através da artéria fibular. Já o ventre medial origina-se na superfície medial da tíbia e a vascularização é pela artéria tibial posterior caracterizando tipo II pela classificação de Mathes e Nahai. O músculo sóleo une-se no septo muscular juntamente com as fáscias dos músculos gastrocnêmio medial e lateral para constituir o tendão de Aquiles, o qual se insere no calcâneo. A principal função do músculo sóleo é ajudar na deambulação devido sua atuação na flexão plantar.4, 6, 11, 12 Utilizamos o retalho do músculo sóleo na reconstrução destes segmentos desde 1986 obtendo excelentes resultados. OBJETIVO Técnica operatória: Todos os pacientes receberam anestesia de acordo com equipe anestésica. Nos casos em que o paciente apresentava fratura fixada com placas e parafusos, estas foram substituídas por fixação externa pela Ortopedia. O paciente foi posicionado em decúbito dorsal com o membro inferior em rotação externa para confecção do retalho. Foi realizado uma incisão na região medial da perna se estendendo da ferida até a região posterior do maléolo medial localizando o músculo em área com anatomia não comprometida 4. Após avaliação das perfurantes da artéria tibial posterior, o músculo sóleo foi desinserido do tendão de Aquiles e elevado o retalho, realizando a ligadura dos pedículos mais distais preservando o maior número de perfurantes, até que fosse possível a rotação para cobertura da exposição óssea 4. O espaço do compartimento muscular foi drenado com dreno de Penrose. Na ferida operatória e na fixação de retalho foi utilizado fio de náilon monofilamentar 2-0 e 3-0. Geralmente a enxertia de pele parcial foi realizada em segundo tempo para evitar a perda do mesmo pelo sangramento do procedimento da rotação do retalho. RESULTADOS Foram localizados prontuários de 43 pacientes com diferentes feridas do membro inferior com exposição óssea que apresentaram reconstrução com retalho solear. Destes 43 pacientes, havia 36 homens (83,7%) e 7 mulheres (16,2%). A idade dos pacientes variou de 18 a 83 anos com média de 40,51 anos de idade. Este trabalho tem como finalidade relatar a experiência do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Cajuru na reconstrução de defeitos de membros inferiores com retalho solear nos últimos 8 anos. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 27 Experiência do serviço de cirurgia plástica do hospital universitário cajuru em reconstrução de membro inferior com retalho solear nos últimos 8 anos. Gráfico 1 Distribuição de pacientes por faixa etária liberados para troca de curativo pela enfermagem e fisioterapia. A alta pela equipe da cirurgia plástica variou de 7 a 15 dias. Figura 1 A - Paciente com fratura exposta de terço distal de perna direita. B - Pós-operatório imediato de retalho solear com pedículo proximal A principal causa desses defeitos foi o trauma em 42 pacientes (97,67%) e o outro paciente úlcera e exposição óssea de origem vascular (Gráfico 2). Gráfico 2 Distribuição de pacientes por etiologia Figura 2 Pós-operatório tardio de 3 anos de retalho solear Quanto a localização da lesão, 46,51% (20 casos) no terço médio e 37,21% (16 casos) no terço inferior. Casos com lesões maiores de exposição óssea atingindo terço médio-superior foram encontrados em 9,3% (4 casos) e médio-inferior 6,98% (3 casos) (Tabela 1). Tabela1 Figura 3 A - Paciente com necrose de partes moles e fratura exposta em terço médio de perna direita. Localização do trauma B - Pós-operatório tardio de 2 anos de retalho solear O período entre o trauma do membro inferior com exposição óssea e a rotação do retalho variou de 5 a 30 dias. Após 7 a 10 dias da enxertia, os pacientes foram Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 28 Experiência do serviço de cirurgia plástica do hospital universitário cajuru em reconstrução de membro inferior com retalho solear nos últimos 8 anos. Figura 4 A - Paciente com fratura exposta em terço médio de perna direita. das condições sistêmicas necessárias para abordagem cirúrgica. 11 Dos 43 casos operados, 19 eram localizados no terço distal isoladamente ou associado com terço médio. Os defeitos do terço distal que foram passíveis de reconstrução com retalho sóleo eram pequenos como nos casos relatados por Pu 14. B - Pós-operatório imediato de retalho solear Figura 5 Visualização intra-operatória perfurantes distais de artéria tibial posterior para retalho solear Em seu artigo, Pu utiliza o retalho de hemisóleo com pedículo distal para estes defeitos de terço distal, porém, defeitos maiores ainda exigem retalhos microcirúrgicos. Beck et al em publicação sobre retalho sóleo para cobertura de defeitos em terço distal confirmam que esta é uma opção viável. 13, 14, 16 Defeitos extensos do terço médio e superior podem exigir a associação de retalhos musculares com os músculos gastrocnêmios. Pu descreve a associação dos músculos sóleo e gastrocnêmio para a cobertura de grandes perdas teciduais, com boa evolução pós-operatória nos seus quatro casos avaliados. Em nossa casuística, tivemos 4 casos também com bons resultados. Bacelar também descreve o uso de dois ou mais músculos, se possível migrando-os parcialmente para evitar sequelas funcionais. 10, 16 A necrose superficial da região distal do retalho foi a complicação mais frequente, ocorrendo em 9 casos (20,93%). A reintervenção cirúrgica entretanto, foi necessária em apenas 2 casos. Este resultado é semelhante aquele encontrado na literatura, que varia de 12,5 a 25% 10, 13, 14, 16. Bacelar descreve 18 casos de reconstrução com retalho sóleo, com necrose distal em 16,7% dos casos, sem necessidade de reintervenção 10. DISCUSSÃO Neste trabalho foi utilizado o retalho de músculo solear de pedículo proximal em 43 casos para tratamento de exposição óssea do terço médio e inferior da perna. Em todos os casos obteve-se sucesso com o retalho, podendo ser realizado em hospitais onde não existem condições para realizar retalhos microcirúrgicos, que apresentam um alto custo e necessitam equipe treinada. A principal causa dos defeitos foi o trauma. É importante ressaltar que o hospital é referência em trauma, o que explica esta tendência. Outros artigos referentes à reconstrução dos membros inferiores com retalhos musculares também trazem trauma como a principal causa, exceto naqueles hospitais que possuem referência oncológica. 11, 13, 14, 15 O tempo de internação prolongado foi observado em alguns dos pacientes, vítimas de traumas graves, sem possibilidade de intervenção imediata devido a instabilidade clínica e outras lesões associadas. Nestes casos, realizava-se troca de curativos aguardando melhora Acreditamos que este índice de complicações sejam relacionadas com trauma na área doadora e comorbidades associadas (obesidade, tabagismo, doença vascular periférica, idade avançada, diabetes). Atualmente podem contribuir no tratamento deste tipo de paciente o uso da terapia a vácuo, fisioterapia precoce, oxigenoterapia hiperbárica, intervenção precoce do cirurgião plástico e uma melhor compreensão da anatomia da extremidade inferior. 4, 5 CONCLUSÃO Concluímos que no atendimento destes 43 casos nos últimos 8 anos conseguimos com retalho solear com pedículo proximal tratar feridas complexas do terço médio e distal com sucesso. Em nossas mãos o retalho solear se demonstrou seguro, bem vascularizado, de fácil realização e baixo déficit funcional, sendo um retalho muito importante no arsenal terapêutico do cirurgião plástico. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 29 Experiência do serviço de cirurgia plástica do hospital universitário cajuru em reconstrução de membro inferior com retalho solear nos últimos 8 anos. REFERÊNCIAS 1. Stark W.J. 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Further Experience with the Medial Hemisoleus Muscle Flap for Soft-Tissue Coverage of Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 30 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Algoritmo no tratamento do nevus congênito gigante do dorso com risco de malignização Algorithm for the giant congenital melanocitic nevi of the back with malignation risk Nilo Amaral Neto1, Ronald Melvin Zuker2, Lydia Masako Ferreira3, Pedro Bins Ely4, Marcos Ricardo de Oliveira Jaeger5 RESUMO ABSTRACT Introdução: Nevus Melanocítico Congênito (NMC) é uma lesão pigmentada incomum e não familiar. A ressecção total tem sido deixada de lado no tratamento dessas lesões devido a observação de que o risco de malignização ter se demonstrado inferior ao previamente relatado. Objetivo: Apresentar um algoritmo para a avaliação e tratamento do nevus melanocítico congênito gigante do dorso. Materiais e métodos: Crianças portadoras de nevus melanocítico congênito gigante do dorso, acompanhadas e tratadas por equipe multidisciplinar composta de dermatologista pediátrico e cirurgião plástico. Resultados: A abordagem em etapas das lesões melanocíticas gigantes do dorso não compromete o tratamento. Discussão:Não existem evidências exatas de que o tratamento cirúrgico do NMC reduza o risco de desenvolver o melanoma maligno. Conclusão:O algoritmo apresentado demonstra como o NMC no dorso e com risco de malignização deveria ser abordado na atualidade. Introduction: Giant congenital melanocytic nevi (CMN) is a uncommon non-familial pigmented lesion. Total ressection, a common practice in the past, is being left behind due to the observation that the risk of malignation is inferior than it was previously thought. Objective: The objective of the following paper is to present an algorithm for evaluation and treatment of CMN in the back. Materials and methods: Children with giant congenital melanocitic lesions in the back were accompanied and treated by a multidisciplinary team of Pediatric Dermatologist and Plastic Surgeon. Results: The staged approach of giant congenital melanocitic lesions of the back didn’t compromise the treatment. Discussion: There are no exact evidences that surgical treatment of CMN reduces the risk for developing malignant melanoma. Conclusion: The algorithm presented shows how CMN in the back and with risk of malignation due to the region it is located and with associated risks must be approached nowadays. DESCRITORES: Nevus, Cirurgia, Ressecção KEYWORDS: Nevus, Surgery, Resection 1.Membro Aspirante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Reparadora do Hospital Federal dos Servidores do Estado 2. Cirurgião Plástico, Professor do Departamento de Cirurgia da Universidade de Toronto 3. Professora Titular UNIFESP-EPM 4. Professor Adjunto da UFCSPA 5.Doutor em Ciências da Saúde pela Pontifícia Universidade Católic,Preceptor de Cirurgia Plástica ISCMPA Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 31 Algoritmo no tratamento do nevus congênito gigante do dorso com risco de malignização INTRODUÇÃO MÉTODO Nevus Melanocítico Congênito (NMC) é uma lesão pigmentada incomum e não familiar que se origina entre a 9a e a 20a semanas de gestação1. O diagnóstico diferencial para NMC inclui outras lesões congênitas pigmentadas, como o nevus epidérmico, o nevus sebáceo e a mancha café com leite e mongólica. A localização mais comum do NMC de tipo gigante é o dorso, seguido das extremidades, cabeça e pescoço1. O diâmetro da superficies caracteriza a lesão, que é chamada de gigante quando atinge 20cm, o que acontece em 1:20.000 nascidos vivos. Nas lesões gigantes, existe potencial para o desenvolvimento do melanoma maligno. Fatores de risco para degeneração maligna das lesões no dorso incluem presença de melanose neurocutânea (invasão da leptomeninge), profundidade e distribuição das lesões 1, 2. Anomalias de desenvolvimento associadas ao NMC de tipo gigante incluem espinha bífida, escoliose, elefantíase, hipertrofia óssea craniana e pé torto congênito1. O tratamento para o NMC gigante tem se modificado nos últimos anos. Uma prática comum no passado – a ressecção total e por vezes mutilante – tem sido deixada de lado devido a observação de que o risco de malignização tem se demonstrado inferior ao previamente relatado – em torno de 2,3% ao longo da vida - e também porque a totalidade do pigmento é muitas vezes impossível de ser removida. Entretanto, a ressecção parcial ou quase total ainda se constitui em abordagem padrão tanto no diagnóstico e prognóstico quanto na redução deste risco e malignização3. Crianças portadoras de nevus melanocítico congênito gigante do dorso, acompanhadas e tratadas por equipe multidisciplinar composta de dermatologista pediátrico e cirurgião plástico. A avaliação inicial consiste em mapeamento de lesões e dermatoscopia. Nos tumores do axis – linha média, a avaliação também consiste de ressonância nuclear magnética de forma a descartar a melanose neurocutânea (FIGURA 2). O planejamento cirúrgico consiste de excisão elíptica que retira a parte central da lesão e lesões verrucosas na superfície. Mais tarde, procede-se a colocação dos expansores de pele (FIGURA 3); para facilitar o fechamento da ferida cutânea que será gerada a partir da nova ressecção (FIGURA 4). OBJETIVO Apresentar um algoritmo para a avaliação e tratamento do nevus melanocítico congênito gigante do dorso baseado na abordagem cirúrgica (FIGURA 1). Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 32 Algoritmo no tratamento do nevus congênito gigante do dorso com risco de malignização RESULTADOS A abordagem em etapas das lesões melanocíticas gigantes do dorso não compromete o tratamento. As visitas ao dermatologista permitem a interação das equipes de tratamento, o estadiamento das lesões e o planejamento pré-operatório. A quantidade de pele ressecada limita a utilização das ressecções elípticas. A utilização dos expansores de pele não deve produzir deformidade, mas facilita a retirada de grande parte da lesão inclusive na profundidade(FIGURA 5). Exame patológico deve sempre ser realizado, o que permite a percepção do grau de aprofundamento da lesão (FIGURA 6). A retirada da lesão em toda sua extensão, inclusive na profundidade, muitas vezes é impossível. O acompanhamento ambulatorial é essencial. DISCUSSÃO de melanoma relatados em estudos de coorte é muito pequeno para permitir uma análise de risco adequada. Também, a maioria dos estudos não são controlados por cirurgia e incluem populações mistas de pacientes que se submeteram ao tratamento cirúrgico e outros que não o realizaram. Além disso, dados sugerindo menor risco de malignização após tratamento cirúrgico são incompletos no que diz respeito ao tamanho original da lesão, assim como a extensão da excisão3. O acometimento do sistema nervoso central – melanose neurocutânea - deve ser pesquisado em todos os pacientes que apresentarem lesão em dorso na topografia da coluna vertebral, uma vez que, nesses casos, a remoção completa das células melanocíticas torna-se impossível2. O planejamento do tratamento cirúrgico do paciente com NMC considera em cada individuo a presence dos fatores de risco conhecidos para malignização, como localização axial (dorso), tamanho da lesão (>20 cm), presença de melanose neurocutânea, profundidade e distribuição da pigmentação. A remoção completa dessas lesões é muitas vezes impossível, especialmente em crianças com melanose neurocutânea. Nessas situações, e respeitando os indicadores de malignização, evita-se cirurgias mutilantes com resultados estéticos limitados e sem redução dos riscos de degeneração maligna. Os casos devem ser avaliados individualmente. Retalhos cutâneos pré-expandidos, enxertia de pele total previamente expandida, enxertia de pele total não expandida, enxertia de pele parcial e excisão seriada são opções existentes. As excisões seriadas podem ser utilizadas nos casos em que a ressecção completa da lesão irá gerar mutilação. Fica assim evidente que o tratamento dividido em etapas oferece melhores resultados, como o descrito neste algoritmo. Pacientes com baixo risco para malignização poderiam também ser submetidos a tratamento não operatório, sendo acompanhados com reavaliações frequentes. Entretanto, o tratamento não cirúrgico com técnicas de clareamento das lesões pode dificultar a percepção de eventual transformação maligna. CONCLUSÃO Estudos recentes tem mostrado que o risco de desenvolvimento do melanoma maligno em NMC foi superestimado em estudos anteriores, provavelmente porque foram avaliadas populações pequenas que visitavam centros especializados. Aceita-se hoje que a incidência do melanoma no NMC esteja entre 0,7 a 2,9%, com risco mais elevado antes da puberdade. Essa taxa ainda encontra-se acima do risco de melanoma da população geral (0,6%)3. Não existem evidências exatas de que o tratamento cirúrgico do NMC reduza o risco de desenvolver o melanoma maligno. O número de casos O tratamento do NMC continua a evoluir. Atualmente, é inaceitável a desfiguração do paciente já que a redução da malignização não tem ficado evidente. Da mesma forma, o percentual de malignização temse mostrado menor do que em estudos mais antigos. O algoritmo apresentado demonstra como o NMC no dorso e com risco de malignização devido à região acometida e riscos associados deveria ser abordado na atualidade. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 33 Algoritmo no tratamento do nevus congênito gigante do dorso com risco de malignização REFERÊNCIAS 1. Chim H, Gosain AK. Congenital Melanocytic Nevi. In. Thorne CH, Chung KC, Gosain AK, Gurtner GC, Mehrara BJ, Rubin JP, Spear SL, eds. Grabb and Smith’s Plastic Surgery. 7th ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2014: 200-205. 2.Jaeger MRO, Kruse CK, Zuker RM. Qual é a Profundidade da Pigmentação do Nevus Piloso Gigante que Acomete o Dorso? Rev AMRIGS. 2006; 50: 157-162. 3. Arad E, Zuker RM. The Shifting Paradigm in the Management of Giant Congenital Melanocytic Nevi: Review and Clinical Applications. Plast Reconstr Surg. 2014; 133: 367-376. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 34 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Blefaroplastia inferior com retalho do orbicular Blepharoplasty bottom with retail orbicularis Paulo Roberto da Silva Mendes1, Marcelo Evandro dos Santos2 RESUMO ABSTRACT Introdução: A blefaroplastia inferior é um dos procedimentos mais realizados e tem como objetivo tratar as inúmeras alterações tanto estéticas (excesso de pele e/ ou bolsas de gordura), bem como reparadoras (ectrópio, esclera aparente, lagoftalmo). Enquanto a blefaroplastia superior é praticamente isenta de complicações, a inferior pode apresentá-las, sendo o ectrópio e a esclera aparente as mais comuns (2)(6)(7). Basicamente, três técnicas são comumente usadas, retalho cutâneo, músculocutâneo e a trasconjuntival. Objetivo: Demonstrar que nas blefaroplastias inferiores em que há excesso de pele e músculo orbicular o mantenimento de uma faixa de músculo orbicular ligado ao tarso pode ser útil na tentativa de prevenir complicações. Discussão: Existem várias abordagens para blefaroplastia inferior. Procurase demonstrar que a utilização de um retalho muscular deixado junto ao tarso pode ter utilidade na prevenção de intercorrências. Introduction: The lower blepharoplasty is one of the most accomplished and aims to address the numerous both cosmetic changes (excess skin and / or fat pads) and remedial (ectropion, scleral, lagophthalmos). While the upper blepharoplasty is almost free of complications, the bottom can present them, with ectropion and the sclera apparent the most common (2) (6) (7). Basically, three techniques are commonly used, skin flap, skin and musculoskeletal the trasconjuntival. Objective: To demonstrate that the lower blepharoplasty in which there is excess skin and muscle orbicularis the unit maintained a orbicularis muscle strip attached to the tarsus can be useful in trying to prevent complications. Discussion: There are several approaches to lower blepharoplasty. Seek to demonstrate that the use of a muscle flap left with the tarsus may be useful in preventing complications. KEYWORDS: blepharoplasty, retail, orbicularis DESCRITORES: blefaroplastia, retalho, orbicular INTRODUÇÃO A blefaroplastia inferior tem por objetivo tratar as alterações que acometem esta área anatômica. As mais comuns são : blefarocalásio, herniação das bolsas gordurosas, rugas, lagoftalmo e ectrópio.(2) A abordagem das pálpebras inferiores requer bom conhecimento anatômico pois a função de proteger contra agentes externos e lubrificar os olhos são de vital importância.(1) OBJETIVO 1. Mestre, Presidente da SBCP/SC 2. Médico Residente SBCP, Médico Residente SBCP Demonstrar que nas blefaroplastias inferiores em que há excesso de pele e músculo orbicular o mantenimento de uma faixa de músculo orbicular ligado ao tarso pode ser útil na tentativa de prevenir complicações. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 35 Blefaroplastia inferior com retalho do orbicular MÉTODO Fotografias de frente e laterais são feitas com os olhos abertos e fechados. Anestesia local com sedação na totalidade dos casos. Uma prega cutânea lateral será escolhida e desenhada para ser usada como incisão estendendo-se 0,5 a 1 cm lateralmente. Após esta incisão com bisturi, com uma tesoura de ponta fina continuamos a incisão até o ponto de drenagem lacrimal mantendo uma distância de 2 mm do bordo ciliar. (Fig1) Diferente do que fazíamos, tracionamos o tarso com um gancho e realizamos um descolamento cutâneo de aproximadamente 5 mm. Tracionamos então o retalho descolado e com uma ponteira Colorado (R), abrimos o músculo orbicular deixando cerca de 3mm de músculo orbicular junto ao tarso. (Fig 2 e 3) Com retrator, acessamos e retiramos o excesso de bolsas gordurosas quando existentes. Para ressecção do excedente de pele, uma leve tração da região malar no sentido caudal pode ser útil. Evitamos sempre a ressecção exagerada. A sutura é realizada com nylon 6-0 de maneira contínua. Os pontos são retirados em 1 semana. Compressas frias são úteis nas primeiras horas de pós-operatório. RESULTADOS Não ocorreram complicações importantes nos casos operados com esta abordagem. Alguns pacientes tiveram cicatrizes endurecidas e avermelhadas por um período de até dois meses. Em alguns casos onde a fibrose foi mais intensa, corticóide tópico foi utilizado. Equimose e edema ocorreram em todos os casos em variados graus. Equimoses desapareceram em torno do décimo dia e o edema sofreu regressão total por volta de quarenta dias. Em alguns casos, mais comumente nos pacientes de maior idade ou com flacidez acentuada do tarso , fez-se necessária a cantopexia. DISCUSSÃO A abordagem das pálpebras inferiores para tratamento das bolsas gordurosas associadas ao excesso de pele e/ ou músculo orbicular pode se dar basicamente por dois tipos de abordagem. A primeira é a técnica de retalho cutâneo preconizada por Castanhares (3). Atualmente muito pouco utilizada devido a maior possibilidade de sangramento, aderências, equimoses, coleções líquidas e restabelecimento mais demorado (3,4,6). As indicações para uso do retalho cutâneo se restringem aos pacientes que possuem excesso de pele não associado a um excedente de músculo ou bolsas gordurosas. Este grupo concentra os pacientes com rugas cutâneas de origem familiar, exposição excessiva ao sol e candidatos a blefaroplastia secundaria em que ocorreu retirada adequada de gordura e músculo, com recorrência tardia de excesso cutâneo (3). A abordagem com uso do retalho músculo cutâneo descrito por Sir Archibald McIndoe em 1955 e divulgada por Beare(1), Rees e Dupuis (1969) e outros vem sendo amplamente utilizada por boa parte dos cirurgiões plásticos até a presente data. A diferença da abordagem preconizada neste trabalho para a descrita anteriormente é o fato de mantermos uma faixa muscular de aproximadamente 3 mm junto ao tarso. Com isso acreditamos estar alterando em menor grau a anatomia desta região, bem como mantendo um feixe muscular que pode ajudar a prevenir complicações decorrentes da tração desta área. Uma avaliação criteriosa se faz necessária no pré operatório a fim de detectar quais as alterações existentes e qual a melhor abordagem para solucionálas bem como orientar sobre as fases da evolução pós operatória e as possíveis complicações. CONCLUSÃO A abordagem preconizada pode ser útil no tratamento das alterações que acometem as pálpebras inferiores e pode ajudar na prevenção das possíveis complicações que possam advir do procedimento. REFERÊNCIAS 1. Beare R.Surgical Treatment of Senile Changes in the Eyelids: The McIndoe-Beare Technique. In Smith B, Converse JM (eds): Proceedings of the Second International Symposium on Plastic and Reconstructive Surgery of the Eye and Adnexa. St Louis, CU Mosbi. 1967; 362 2. Mélega, J S, editor. Cirurgia Plástica: Fundamentos e Arte. (Cirurgia Estética). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 105-129, 167-78 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 36 Blefaroplastia inferior com retalho do orbicular 3. Freund R M, Aston S. Blefaroplastia. Cirurgia de Rejuvenescimento Facial. 1998. 4. Loeb R. Cirurgia Estética das Pálpebras. 1988. 5. Rees T D. Aesthetic Plastic Surgery.2ed; chap. 19. 6. Tebbets J B. Blepharoplasty – A Refined Technique Emphasizing Accuracy and Control. Clin. Plast. Surg. 1992; 19: 329. 7. Putterman AM: Cirurgia Oculoplástica Estética.4ed;2009 8. FLEISCHHAUER, Rogério; PRADI, André Fernando; BOGADO, Cristhian Enrique Acevedo; FRAGA, Eduardo Fernandes; MENDES, Paulo Roberto da Silva; ABDALLA, Stella Crescenti, BINS ELY, Jorge; d`EÇA NEVES, Rodrigo. Blefaroplastia inferior com retalho músculo-cutâneo. Arquivos Catarinenses de Cirurgia Plástica. 2000(29):134-5. IMAGENS Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 37 Blefaroplastia inferior com retalho do orbicular Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 38 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Reconstrução perineal pós Gangrena de Fournier: Relato de dois casos e revisão da literatura Perineal reconstruction post Fournier’s Gangrene: Report of two cases and literature review Felipe Santos Xavier1, Renato da Silva Freitas2, José Paulo Tapié3, Gilvani Azor de Oliveira e Cruz4, Ana Carolina Damm dos Santos Gomes de Farias5 RESUMO ABSTRACT Gangrena de Fournier é uma fasceíte necrosante que envolve a pele e tecidos moles da região do períneo. O diagnóstico precoce, a introdução de antibióticos de largo espectro e o desbridamento agressivo fazem parte do tratamento e reduzem de maneira significativa a mortalidade. Grandes defeitos dessa região são produzidos após os desbridamento e a reconstruções dessas áreas são um desafio para cirurgia plástica reconstrutiva. Apresentamos o relato de dois casos submetidos a reconstrução perineal pós Gangrena de Fournier com desbridamentos, tração dos retalhos locais, enxerto de pele e reconstrução de bolsa escrotal com retalho de coxa posterior bilateral em ambos os casos. O retalho posterior da coxa é um retalho de confiança devido a segurança da artéria glútea inferior, apresenta grande versatilidade e sua utilidade para a reconstrução da sacral, perineal, isquiática, pélvica, trocantérica, defeitos vulvares e escrotal é bem estabelecido. Fournier gangrene is a necrotizing fasciitis involving the skin and soft tissues of the perineum area. Early diagnosis, the introduction of broad spectrum antibiotics and aggressive debridement is part of the treatment and significantly reduce mortality. Major defects in this region are produced after the debridement and reconstruction of these areas are a challenge for plastic surgeon. We report two cases undergoing perineal reconstruction post Fournier Gangrene with debridement, strength of local flaps, skin grafts and reconstruction of scrotum with Gluteal Thugh Flap in both cases. This is a flap of confidence because they have the security of the inferior gluteal artery, shows great versatility and is well established in the literature. KEYWORDS: Fournier Gangrene, Perineal, Myocutaneous Flap DESCRITORES: Gangrena de Fournier, Períneo, Retalho miocutâneo 1. Residente de Cirurgia Plástica HC/UFPR 2. Pós doutorado na Universidade de Yale, Chefe da disciplina de Cirurgia Plástica da UFPR 3. Medico do serviço de Cirurgia Plástica do Hospital do Trabalhado, Medico do serviço de Cirurgia Plástica do Hospital do Trabalhador, Curitiba/PR 4.Doutorado em cirurgia pela UFPR, Chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital do Trabalhador, Curitiba/PR 5. Acadêmica do sexto ano de medicina pela UFPR, Acadêmica do sexto ano de medicina pela UFPR Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 39 Reconstrução perineal pós Gangrena de Fournier: Relato de dois casos e revisão da literatura INTRODUÇÃO Descrita pela primeira vez em 1883, por Jean Alfred Fournier, a Gangrena de Fournier é uma fasceíte necrosante que envolve a pele e tecidos moles da região do períneo, bolsa escrotal e abdômen inferior. O início do processo ocorre por infecção urogenital, colorretal ou traumatismos dessa região, e possui fisiopatologia caracterizada por endarterite obliterante, seguida de isquemia e trombose dos vasos subcutâneos, que resultam em necrose da pele e do tecido celular subcutâneo e adjacentes1. Dados de séries contemporâneas indicam que a síndrome de Fournier tende a afetar pacientes entre a 2a e 6a décadas de vida, com comorbidades predisponentes, como: estados debilitantes (desnutrição, sepse) ou imunossupressores (diabetes mellitus, alcoolismo crônico, doença maligna subjacente, AIDS, sarampo, uso de quimioterápicos, leucemias), doenças colorretais e urogenitais, pós-operatório (com uso de instrumentação urológica, herniorrafia, hemorroidectomia, orquiectomia, prostatectomia), uso de drogas endovenosas e trauma (local, mecânico, técnico, químico, incluindo o próprio coito)3. A progressão do processo infeccioso ocorre sobre a pele e tecidos moles de maneira rápida causando necrose e defeitos importantes desta região e podendo levar a sepse e morte. O diagnóstico precoce, a introdução de antibióticos de largo espectro e o desbridamento agressivo fazem parte do tratamento e reduzem de maneira significativa a mortalidade. Grandes defeitos da região perineal, urogenital e colorretal são produzidos após os desbridamento e a reconstruções dessas áreas são um desafio para cirurgia plástica reconstrutiva. Vários tipos de retalhos foram propostos para abordagem da síndrome de Fournier, dentre eles o retalho miocutâneo ou cutâneo direto de coxa posterior1. OBJETIVO Revisão da literatura e relato de caso de dois pacientes com Gangrena de Fournier submetidos à cirurgia reconstrutiva perineal no Hospital do Trabalhador, Curitiba-PR, pelo serviço de Cirurgia Plástica. MÉTODO Foram acompanhados dois pacientes com Gangrena de Fournier submetidos à cirurgia reconstrutiva perineal através do retalho glúteo de coxa (gluteal thigh). J.N., 49 anos, admitido no Hospital do Trabalhador após uma Orquiepididimite com evolução para Gangrena de Fournier extensa, tendo sido submetido a debridamento de abdômen inferior, flancos, períneo e coxas bilateral. História mórbida pregressa inclui tabagismo, etilismo e DPOC. No 4º dia de internamento (DI) foi submetido a novo debridamento mais curativo cirúrgico; no 21º DI submetido a tração de retalho abdominal e de coxa inferior mais orquidopexia e novo debridamento; no 23º DI, debridamento cirúrgico mais enxerto de pele parcial em coxa bilateral; no 35º DI, enxerto de pele total em pênis mais enxerto de pele parcial em coxa superior mais nova tração do retalho abdominal; no 49º DI, retalho gluteal thigh bilateral para cobertura testicular; no 57º DI, enxerto de pele parcial em flancos. Evoluiu com hiponatremia refratária a restrição hídrica e com boa resposta com corticóide (prednisona 20mg dia). Ainda, houve uma cultura positiva para MRSA, tendo recebido Meropenem por 30 dias e Daptomicina, posteriormente suspensa. Após piora do leucograma, inciado antibioticoterapia empírica e investigação através de hemocultura, urocultura e RX de tórax, tendo retornado a urocultura positiva para KPC. Iniciado antibiótico de acordo com antibiograma. No 65º DI, realizado novo curativo cirúrgico com limpeza de secreções e ressutura em áreas de deiscência do retalho. Recebeu alta no 71º DI e está em seguimento ambulatorial com 4 meses de evolução apresentando cicatrização total e excelente resultado estético funcional. CASO 2: L. H., 19 anos, admitido no Hospital do Trabalhador após Orquiepididimite que evoluiu para Gangrena de Fournier extensa. História prévia de Mielomeningocele com paraplegia. Submetido a debridamento extenso abdômen e flanco esquerdo e períneo com revisão do debridamento e curativo cirúrgico no 6º DI. Submetido ainda a Colostomia em alça no 11º DI e posteriormente a Orquidopexia, tração do retalho abdominal com fio de aço e enxerto de pele total em pênis no 15º DI. Evoluiu com perda da tração abdominal com deiscência do fio de aço; cultura positiva para bacilos Gram negativos e cocos Gram positivos, tratado com Rocefin e Clindamicina. Realizado enxerto de pele parcial em região abdominal inferior esquerda e região perineal no 21º DI. Submetido CASO 1: Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 a retalho gluteal thigh bilateral XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 40 Reconstrução perineal pós Gangrena de Fournier: Relato de dois casos e revisão da literatura para cobertura testicular no 35ºDI, evoluindo com deiscência do retalho com ressutura no 42º DI. Recebe alta hospitalar no 48º DI e encontra-se em seguimento ambulatorial de 2 meses com bom resultado estético e funcional RESULTADOS DISCUSSÃO O processo infeccioso inicial da Gangrena de Fournier geralmente decorre de uma infecção urinária, perianal ou traumatismo dessa região. Uso de antibióticos de largo espectro e desbridamento são os pilares do tratamento e da redução da mortalidade 2,6,7. O desbridamento cirúrgico deve incluir toda área de necrose correspondente à pele, tecido celular subcutâneo e fáscia superficial além de preservar o máximo possível de tecido sadio. O resultado são defeitos perineais extensos e profundos com grande dificuldade de reconstrução. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 41 Reconstrução perineal pós Gangrena de Fournier: Relato de dois casos e revisão da literatura A terapia a vácuo se tornou uma importante arma no controle de secreções, redução do edema, redução do número de microorganismos, contração da ferida e agilidade para o surgimento do tecido de granulação, permitindo assim o início precoce dos procedimentos de reconstrução e com taxas de falhas menores. Os procedimentos de reconstrução podem incluir: enxerto de pele parcial, enxerto de pele total, retalhos locais, fasciocutâneos, musculares e musculocutâneos 2,8,9. Retalho de avanço local no escroto é viável em situações de defeitos pequenos e isolados na bolsa escrotal. A utilização de enxertos de pele parcial têm sido usado como opção tecnicamente fácil e segura podendo cobrir grandes áreas nos defeitos perineais pós Gangrena de Fournier 2,10. Não é indicado para defeitos de superfície irregular e áreas profundas que neste caso dependem de uma cobertura mais espessa para adequada reconstrução. Os retalhos fasciocutâneos fornecem pele durável, uma grande área de cobertura, preenchimento com maior resistência e sem as contraturas cicatriciais dos enxertos de pele. Já os retalhos musculares possuem rica vascularização conferindo resistência as infecções bacterianas além de poder ser realizados próximo a área do defeito conferindo boa cobertura mesmo para defeitos profundos. O retalho glúteo de coxa foi primeiramente descrita por Hurwitz, em 1980, como um retalho miocutâneo ou cutâneo direto de coxa posterior 11,12,13. O suprimento arterial é realizado por uma rede vascular formada pelo ramo descendente da artéria glútea inferior, artéria circunflexa medial femoral e perfurantes da femoral profunda 11,14,15. Nesta rede, o ramo descendente da artéria glútea inferior é o mais importante 11,16. Ele acompanha o nervo cutâneo femoral posterior, no nível subfascial, no sulco entre os músculos semitendíneo e bíceps femoral 11,17 . Existem diversas variações deste retalho mostrando sua versatilidade para coberturas de defeitos desta região como: retalho de avanço 11,18, retalho de transposição 11,19, retalho em ilha 11,20, retalho a distância 11 e até mesmo como um retalho livre 11,21. O retalho posterior da coxa é um retalho de confiança devido a segurança da artéria glútea inferior 11,22, sua utilidade para a reconstrução da sacral, perineal, isquiática, pélvica, trocantérica, defeitos vulvares e escrotal é bem estabelecido 11. CONCLUSÃO Podemos concluir com os casos apresentados e a revisão da literatura sobre o tema que os pacientes acometidos com Gangrena de Fournier evoluem com grandes extensões de área cruenta pós debridamento sendo necessário vários procedimentos cirurgicos e longo tempo de internamento para reconstrução da área. Utilizar métodos de fácil execução e baixos índices de complicações permite reabilitar esses doentes de maneira estético-funcional adequada. Para isso além dos debridamentos, enxertos de pele, retalhos locais para reparação da área o retalho de coxa posterior se mostrou um método prático e reprodutível para cobertura de bolsa testicular. REFERÊNCIAS 1.Chen S.-Y., Fu J.-P., Chen T.-M., Chen S.-G. Reconstruction of scrotal and perineal defects in Fournier’s gangrene. Journal of Plastic, Reconstructive and Aesthetic Surgery (2011) 64(4): 528-34. 2. Shih-Yi Chen, Ju-Peng Fu, Tim-Mo Chen, ShyiGen Chen. Reconstruction of scrotal and perineal defects in Fournier’s gangrene. Journal of Plastic, Reconstructive & Aesthetic Surgery (2011) 64, 528e34 3. Dornelas MT et al. Síndrome de Fournier: 10 anos de avaliação. Rev Bras Cir Plást. 2012;27(4):600-4 4. Nisbet AA, Thompson IM. Impact of diabetes mellitus on the presentation and outcomes of Fournier’s gangrene. Urology 2002;60:775e9. 5. Yanar H, Taviloglu K, Ertekin C, et al. Fournier’s gangrene: risk factors and strategies for management. World J Surg 2006;30:1750e4 6. Jeong HJ, Park SC, Seo IY, et al. Prognostic factors in Fournier gangrene. Int J Urol 2005;12:1041e4. 7. Ersay A, Yilmaz G, Akgun Y, et al. Factors affecting mortality of Fournier’s gangrene: review of 70 patients. ANZ J Surg 2007;77:43e8. 8. Yu P, Sanger JR, Matloub HS, et al. Anterolateral thigh fasciocutaneous island flaps in perineoscrotal reconstruction. Plast Reconstr Surg 2002;109:610e6. Discussion 617e8. 9. Ferreira PC, Reis JC, Amarante JM, et al. Fournier’s gangrene: a review of 43 reconstructive cases. Plast Reconstr Surg 2007; 119:175e84. 10. Maguina P, Palmieri TL, Greenhalgh DG. Split Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 42 Reconstrução perineal pós Gangrena de Fournier: Relato de dois casos e revisão da literatura thickness skin grafting for recreation of the scrotum following Fournier’s gangrene. Burns 2003;29:857e62 11.Akira Saito, Hidehiko Minakawa, Noriko Saito, Kazuo Isu, Hiroaki Hiraga, Toshihisa Osanai. The posterior thigh flap revisited: clinical use in oncology patients. Surg Today (2014) 44:1013–7 12.Hurwitz DJ. Closure of a large defect of the pelvic cavity by an extended compound myocutaneous flap based on the inferior gluteal artery. Br J Plast Surg. 1980;33:256–61. 13. Windhofer C, Brenner E, Moriggl B, Papp C. Relationship between the descending branch of the inferior gluteal artery and the posterior femoral cutaneous nerve applicable to flap surgery. Surg Radiol Anat. 2002;24:253–7 14.Hurwitz DJ, Swartz WM, Mathes SJ. 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Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 43 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Dermolipectomia abdominal em abdome com cicatriz transversa supraumbilical pré-existente - série de casos e revisão da literatura Abdominal dermolipectomy in abdomen with a preexisting supraumbilical transverse scar - case series and review of the literature Daniel Pinheiro Machado da Silveira1, Barbara d’Avila Goldoni2, André Alves Valiati3, Michel Pavelecini4, Pedro Bins Ely5 RESUMO ABSTRACT Introdução: A abdominoplastia é um dos procedimentos mais realizados em cirurgia plástica. Porém, poucas publicações tratam da segurança do procedimento em abdomes com cicatrizes transversas supraumbilicais prévias. Métodos: Série de casos de pacientes submetidas à abdominoplastia pós-perda ponderal com cicatrizes supraumbilicais transversas (via de acesso para cirurgia bariátrica) e revisão da literatura. Resultados: 22 pacientes foram submetidas à dermolipectomia abdominal, sem necessidade de correção do componente horizontal de excedente cutâneo. Apresentaram boa evolução no pós-operatório, sem apresentar necroses, infecção ou deiscência de ferida. Conclusão: As cicatrizes transversas supraumbilicais não são contraindicações absolutas à realização da abdominoplastia. Os pacientes devem ser informados do maior risco maior de deficiência vascular no retalho e consequente necrose. Introduction: Abdominal dermolipectomy is one of the most frequently performed procedures in plastic surgery. However, few publications deal with the security of the procedure in abdomens with transverse previous supraumbilicais scars. Methods: Case series of patients undergoing abdominoplasty after weight loss with transverse supraumbilicais scars (access for bariatric surgery) and literature review. Results: 22 patients underwent an abdominoplasty, without correction of the horizontal component of skin excess. They had good outcome in the postoperative period without presenting necrosis, infection or wound dehiscence. Conclusion: Supraumbilicais transverse scars are not absolute contraindications to performing an abdominoplasty. Patients should be informed of the most high risk vascular deficiency in flap and consequent necrosis. DESCRITORES: Abdominoplastia, Cicatriz, Complicações Pós-Operatórias KEYWORDS: Abdominoplasty, Cicatrix, Postoperative Complications 1.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 2.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 3. Médico instrutor do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 4. Médico instrutor do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 5.Professor adjunto e chefe do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 44 Dermolipectomia abdominal em abdome com cicatriz transversa supraumbilical pré-existente - série de casos e revisão da literatura INTRODUÇÃO A dermolipectomia abdominal foi descrita por Kelly em 1899, tendo sofrido alterações na sua técnica1,2. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica indicam que a abdominoplastia foi a 3ª cirurgia estética mais realizada no Brasil em 20113. Quando adequadamente indicada, a abdominoplastia pode trazer significativa melhora na qualidade de vida das pacientes, principalmente àquelas que apresentam deformidades e alterações teciduais normalmente decorrentes de gestações prévias ou perdas ponderais4,5. Diversos aspectos quanto à técnica cirúrgica já foram discutidos. Porém, poucas publicações avaliam o procedimento em abdomes com cicatrizes préexistentes6. Recentemente houve um aumento do número de cirurgias bariátricas realizadas, trazendo consigo uma quantidade maior de pacientes com necessidade de dermolipectomia abdominal e que apresentam cicatrizes que podem dificultar esse procedimento cirúrgico. De uma forma geral, podemos considerar que todas as cicatrizes infraumbilicais são removidas durante a abdominoplastia7. Já as cicatrizes supraumbilicais podem trazer algumas dificuldades para o cirurgião. As cicatrizes verticais (parcialmente retiradas dependendo de sua extensão) acrescentam menos riscos, quando comparadas às cicatrizes trasversas, já que estas deixam uma faixa inferior do retalho potencialmente comprometido na sua vascularização. Segundo de Castro, as cicatrizes transversas reduzem a irrigação sanguinea do retalho, aumentando a possibilidade de complicações7. Segundo o mesmo autor, a liponecrose seria a compliação mais comum, enquanto a necrose da pele seria a complicação mais dramática. Hensel também afirma que cicatrizes prévias devem ser avaliadas como potenciais fatores de risco para complicações de cicatrização8. Por outro lado, Hamdy afirma que não existem limitações para a realização da abdominoplastia tradicional ou lipoabdominoplastia em abdomes com cicatrizes prévias6. OBJETIVO Descrever uma série de casos e discutir a possibilidade da realização da dermolipectomia abdominal em abdomes com cicatrizes supraumbilicais transversas pré-existentes MÉTODO Série de casos de pacientes com história prévia de cirurgia bariátrica, submetidas à abdominoplastia pós-perda ponderal, com cicatrizes supraumbilicais transversas (via de acesso para cirurgia bariátrica) e revisão da literatura. RESULTADOS Vinte e duas pacientes com cicatriz transversa supraumbilical foram submetidas à dermolipectomia abdominal sem necessidade de tratamento do componente horizontal de excedente cutâneo. A idade e IMC médios foram de 36,2 anos e 26,5 kg/m2 respectivamente (peso estabilizado há mais de 6 meses). Em 4 pacientes havia hérnia umbilical associada e 2 apresentavam pequenas hérnias incisionais (achados de transoperatório), concomitantemente corrigidas. Os dados das paciente seguem na tabela 1. Técnica cirúrgica: Marcação cirúrgica padrão, medidas de prevenção de tromboembolia venosa (dispositivo de retorno venoso para membros inferiores). Anestesia realizada: (bloqueio peridural ou raqui + sedação). Foi realizada infiltração da linha de incisão do retalho e dos flancos (8 dos 22 casos em que indicamos lipoaspiração, apenas de flancos), com soro fisiológico 0,9% + adrenalina (1:500.000). Após lipoaspiração dos flancos (nos 8 casos), foi realizada incisão da pele, descolamento do retalho com preservação do coto umbilical e confecção de um túnel de descolamento até o apêndice xifóide, preservando-se os vasos perfurantes laterais. Após a dermolipectomia, realizada correção das hérnias umbilicais e incisionais diagnosticadas e plicatura medial Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 45 Dermolipectomia abdominal em abdome com cicatriz transversa supraumbilical pré-existente - série de casos e revisão da literatura da aponeurose dos músculos retos abdominais, pontos de adesão, fechamento por planos e exteriorização da cicatriz umbilical, com atenção para evitar tensão excessiva no fechamento. As pacientes receberam alta hospitalar em até 24 horas, sem intercorrências. Apresentaram boa evolução no pós-operatório, sem apresentar liponecrose, necrose cutânea, infecção ou deiscência de ferida, com satisfatório resultado estético e funcional (figuras 1, 2, 3 e 4). Figura 3 CASO 2: Aspecto pré-operatório e pósoperatório de 3 meses (visão anterior). Figura 1 CASO 1: Aspecto pré-operatório e pósoperatório de 6 meses (visão anterior). Figura 4 CASO 2: Aspecto pré-operatório e pósoperatório de 3 meses (visão semi-perfil direita). Figura 2 CASO 1: Aspecto pré-operatório e pósoperatório de 6 meses (visão semi-perfil direita). DISCUSSÃO A preocupação com a presença de cicatrizes supraumbilicais e o aumento de complicações é baseada na possibilidade de redução da irrigação sanguínea do retalho. Considerando a anatomia vascular da parede abdominal anterior e as zonas vasculares descritas por Huger9, as cicatrizes transversas supraumbilicais poderiam comprometer a vascularização pela artéria epigástrica superior profunda, artéria epigástrica superior superficial ou mesmo pela artéria frênica marginal (zona I de Huger). Em um dos casos operados, foi realizada ecografia com doppler, que mostrou ausência de fluxo pelas artérias epigástricas superiores, caudalmente à cicatriz transversa abdominal. A necrose cutânea e a liponecrose após abdominoplastias parecem ser de causa multifatorial. A Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 46 Dermolipectomia abdominal em abdome com cicatriz transversa supraumbilical pré-existente - série de casos e revisão da literatura tríade composta por tensão no fechamento, descolamento excessivo do retalho e lipoaspiração são considerados fatores importantes6. Alguns detalhes importantes a serem observados durante o procedimento e no pósoperatório nos parecem ser fundamentais: atentar ao manuseio dos tecidos, evitar traumatismo por pinças e tração excessiva do retalho por afastadores (Doyen) pelo auxiliar, evitar os pontos de adesão envolvendo espessura excessiva do retalho, cuidar a tração no momento do fechamento, evitar compressões (por malhas, apósitos, curativos) e orientar o posicionamento correto do paciente no pós-operatório (falta de flexão e consequente tensão no retalho). 3.http://www2.cirurgiaplastica.org.br/materia-folhade-sao-paulo Quando respeitados tais princípios técnicos, a presença de cicatrizes transversas supraumbilicais parece ser um fator menor para a ocorrência de complicações locais. Um ponto a ser discutir é a possibilidade que as cicatrizes transversas abdominais atuem para a “autonomização” do retalho abdominal. A autonomização dos retalhos é um método já consagrado, que já demonstrou preservar a tensão de oxigênio tecidual dos retalhos em cirurgia reconstrutiva10,11. 6. Hamdy A El-Khatib, Abdulbari Bener. Abdominal Dermolipectomy in an Abdomen with PreExisting Scars: A Different Concept. Plastic and Reconstructive Surgery. 2004; 114: 992-997. É importante deixar claro ao paciente que estas cicatrizes prévias permanecerão no pós-operatório, porém em posição mais inferior. Além disso, podem dificultar a dissecção do retalho e necessitar de procedimentos complementares posteriores. Mesmo assim, como nos casos apresentados, obtivemos resultados estéticos e funcionais satisfatórios. 8. John M Hensel, James A Lehman Jr, M Prasad Tantri, Michael G Parker, Douglas S Wagner, Neal S Topham. An Outcome Analysis and Satisfaction Survey of 199 Consecutive Abdominoplasties. Annals of Plastic Surgery. 2001; 46; 357-363. CONCLUSÃO 10. Finseth F, Cutting C. Experimental neurovascular island skin flap for the study of the delay phenomenon. Plastic Reconstructive Surgery. 1978; 61: 412-20. 4. García-García ML, Martín-Lorenzo JG, CampilloSoto A, Torralba-Martínez JA, Lirón-Ruiz R, MiguelPerelló J, Mengual-Ballester M, Aguayo-Albasini JL. Complications and level of satisfaction after dermolipectomy and abdominoplasty post-bariatric surgery. Cir Esp. 2014; 92: 254-260. 5.Stuerz K, Piza H, Kinzl JF. The impact of abdominoplasty after massive weight loss: a qualitative study. Ann Plast Surg. 2013; 71: 547549. Na análise de 22 casos de abdominoplastias, com cicatrizes prévias transversas supraumbilicais, não observamos necrose do retalho abdominal. Acreditamos que tais cicatrizes não são contra-indicação absoluta à realização da abdominoplastia. De qualquer forma, o manuseio cuidadoso dos tecidos sempre deve ser considerado. As pacientes devem ter informação sobre um possível risco aumentado. Ainda, consideramos que mais estudos são necessários para termos dados mais definitivos. 7. Claudio Cardoso de Castro, José Horácio Costa Aboudib Jr, Reinaldo Salema, José Gradel, Laci Braga. How to Deal with Abdominoplasty in an Abdomen with a Scar. Aesthetic Plastic Surgery. 1993; 17: 6771. 9. Huger W E Jr. The Anatomic Rationale for Abdominal Lipectomy. The American Surgeon. 1979; 45: 612. 11.Johnson K, Hunt TK, Brennan SS, Mathes SJ. Tissue oxygen measurements delayed skin flaps: a reconsideration of the mechanism of the delay phenomenon. Plast Reconstr Surg. 1988; 82: 32734. REFERÊNCIAS 1. Kelly HA. Report of Gynecological Cases (Excessive Growth of Fat). Johns Hopkins Medical Journal. 1889; 10: 197. 2. Kelly HA. Excision of Fat of the Abdominal Wall Lipectomy. Surg Gynecol Obstet. 1910; 10: 229231. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 47 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Reconstrução de pálpebra superior com retalho de pálpebra inferior Upper Eyelid reconstruction with lower eyelid flap Thiago Alessandro Ferri , Gustavo Palmeiro Walter2, Eduarda Lencina Mattos3, Gherusa Helena Milbratz4, Jorge Bins Ely5 1 RESUMO ABSTRACT O câncer de pele não-melanoma é o tumor maligno mais comum na população brasileira. Quando localizados na face, podem acometer a região periocular, principalmente as pálpebras. Essas lesões cancerosas estão relacionadas à exposição solar inadequada, radiações eletromagnéticas, contatos com carcinógenos químicos e predisposição genética. O tratamento de tumores malignos da pálpebra consiste na ressecção total da lesão, seguida de reconstrução. O uso da técnica descrita por Cutler-Beard é uma boa alternativa. Essa reconstrução objetiva o restabelecimento da função palpebral, proteção ocular, e busca um resultado estético satisfatório e uma sequela aceitável na área doadora. O trabalho consiste na descrição de dois casos de tumor de pálpebra superior reconstruídos com a técnica de “Cutler-Beard modificada”, que propiciou resultados satisfatórios no aspecto estético e funcional. Non-melanoma skin cancer is the most common malignancy in Brazilian population. When located on the face, usually affect the periocular region, especially the eyelids. These cancerous lesions are related to inadequate exposure to sunlight, electromagnetic radiation, contact with chemical carcinogens and genetic predisposition. Malignant eyelid tumors treatment consist of ressection of the lesion, followed by reconstruction. Using the technique described by Cutler-Beard is a good alternative. This reconstruction aims to achieve normal eyelid function and eye protection, with a good cosmesis and acceptable sequel in the donor area. The work consists in the description of two cases of upper eyelid tumor reconstructed with the “modified Cutler-Beard” technique, that led to satisfactory results in the aesthetic and functional aspect. DESCRITORES: Cirurgia Plástica, Neoplasias palpebrais, Reconstrução KEYWORDS: Plastic Reconstruction Surgery, Eyelid Neoplasis, 1. Médico residente em Cirurgia Plástica 2. Médico residente em Cirurgia Plástica 3. Graduanda do curso de Medicina 4. Médica oftalmologista 5.Professor Titular de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de Santa Catarina. Chefe/Regente do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário - UFSC Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 48 Reconstrução de pálpebra superior com retalho de pálpebra inferior INTRODUÇÃO O câncer de pele não-melanoma é o tumor maligno mais comum na população brasileira.1 Tumores malignos da face podem acometer a região periocular, inclusive as pálpebras.2 Essas lesões cancerosas estão relacionadas à exposição solar inadequada, radiações eletromagnéticas, contatos com carcinógenos químicos e predisposição genética.3 O tratamento primário de tumores malignos de pálpebra consiste na ressecção total da lesão. Algumas complicações, como perda da capacidade visual, podem ser vistas nos pacientes submetidos à ressecção de grandes tumores palpebrais, e ocorrem como consequência da exposição ocular quando a função de oclusão palpebral não é restabelecida na reconstrução. Considerando esses fatores, deve ser realizado um bom planejamento cirúrgico pré-operatório, objetivando reconstruir toda a estrutura anatômica.4 apresentava lesão elevada e ulcerada, endurecida, com bordos indefinidos, acometendo 90% da pálpebra superior esquerda. À biópsia incisional, o diagnóstico foi de carcinoma espinocelular. [Figuras 1] Sob anestesia local, foi realizada ressecção do tumor com margens oncológicas e reconstrução da pálpebra superior com retalho de pálpebra inferior, espessura total, sem a utilização de enxerto para substituição do tarso (Cutler-Beard modificado). Para completa cobertura da área ressecada, foi associado retalho glabelar de avançamento. [Figura 2] Após 4 semanas foi realizada a secção do pedículo vascular do retalho. [Figura 3] O paciente não apresentou intercorrências durante o acompanhamento e a função palpebral foi perfeitamente mantida, sem sinais de exposição ocular. [Figura 4] Caso 2 – A.W., masculino, 54 anos, branco, encaminhado ao Serviço devido à lesão dolorosa de 4 anos de evolução em pálpebra superior esquerda. Ao exame clínico, apresentava lesão elevada, ulcerada, com bordos definidos, acometendo aproximadamente dois terços da pálpebra superior esquerda. O histopatológico revelou tratar-se de carcinoma basoescamoso. [Figura 5] Sob anestesia geral, o paciente foi submetido à ressecção do tumor com margens oncológicas e reconstrução da pálpebra superior com retalho de pálpebra inferior, espessura total, sem a utilização de enxerto para substituição do tarso. [Figuras 6] O paciente foi submetido, sob anestesia local, à secção do pedículo vascular do retalho após 4 semanas. [Figura 7] Não houve complicações durante todo o período e a função palpebral foi perfeitamente mantida, sem sinais de exposição ocular. [Figura 8] Áreas teciduais similares a pálpebra são utilizados como substrato na reconstrução de grandes defeitos na pálpebra superior. O uso da técnica descrita por CutlerBeard em 1955 é uma boa alternativa e é utilizada quando o defeito na pálpebra superior é considerado grande, quando o defeito é maior que 50% da pálpebra superior.5,6 Essa reconstrução, realizada com retalho da pálpebra inferior, espessura total, objetiva uma proteção adequada da córnea, mobilidade palpebral funcional, estética facial preservada e uma sequela aceitável na área doadora.6,7 OBJETIVO Descrever dois casos de pacientes submetidos à ressecção de tumor maligno em pálpebra superior que foram submetidos à reconstrução com retalho de pálpebra inferior. MÉTODO Analisar resultados estéticos e funcionais de pacientes com tumores extensos de pálpebra superior, submetidos à reconstrução com retalho de pálpebra inferior. Os pacientes foram atendidos pelo Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. RESULTADOS Caso 1 – C.T., masculino, 46 anos, branco, procurou o Serviço devido à lesão tumoral em pálpebra superior esquerda, com 2 anos de evolução. Ao exame clínico, DISCUSSÃO A reconstrução de pálpebra permanece como uma das mais desafiadoras áreas da cirurgia plástica reparadora, necessitando de uma delicada interposição de reparo anatômico, que seja estético e funcional. Tal propósito objetiva proteger o globo ocular subjacente e consequentemente à visão.8,9 Na avaliação pré-operatória desses defeitos devemos analisar a perda dos componentes lamelares e se o suporte cantal está preservado. Atenção especial deve ser dado a integridade do aparelho lacrimal, quando a ressecção envolve o canto medial. O plano de reconstrução deve ser determinado principalmente pelo tamanho do defeito causado pela ressecção do tumor e estado do tecido conjuntivo periorbital.10 Na estratégia cirúrgica optamos, sempre que possível, pelo fechamento primário. Quando não é Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 49 Reconstrução de pálpebra superior com retalho de pálpebra inferior possível, utilizamos enxertos, retalhos ou ambos. Devemos buscar sempre a reconstituição da lamela anterior e da lamela posterior. Quando os defeitos são muito grandes, como nos dois casos descritos, ficamos restritos à escolha de um retalho local.11 A opção escolhida foi o retalho de pálpebra inferior, espessura total, que fornece lamela anterior (pele e orbicular) e a conjuntiva para lamela posterior. O retalho clássico chamado Cutler-Beard, consiste numa reconstrução total da pálpebra superior, realizada através de retalho de avançamento proveniente da pálpebra inferior, utilizando pedículo vascular inferior, com um enxerto como substituto para o tarso, que pode ser cartilagem, esclera preservada ou tarso contralateral. O retalho é mantido por vascularização do pedículo inferior até a autonomização, totalizando um período de 4 a 8 semanas. Posteriormente é incisado o pedículo, trazendo de volta a mobilidade palpebral.5 Realizamos nestes casos um “Cutler-beard modificado”, sem enxerto tarsal primário. As principais desvantagens da técnica são o fato de o paciente ficar com o olho ocluído durante o período de autonomização e a necessidade de dois tempos cirúrgicos. Também podem ocorrer perda da estabilidade da pálpebra superior e persistência da instabilidade de pálpebra inferior, causando retrações e lagoftalmo.5 Uma vez que a textura, cor e espessura da área doadora correlacionam-se perfeitamente com a área receptora, a técnica descrita promove um resultado estético aceitável.6,7 CONCLUSÃO Os defeitos complexos de pálpebra, exigem criterioso planejamento pré-operatório, objetivando um bom resultado estético e funcional. A técnica de “Cutler-Beard modificada” utilizada nos nossos dois casos propiciou resultados satisfatórios, tanto no aspecto estético, quanto funcional. do serviço e revisão de literatura. An Bras Dermatol. 2009;84(6):692-694. 3. Ishi LA, Marques ME, Pereira IC, Padovani CR, Schellini SA. Carcinoma basocelular da pálpebra – fatores relacionados com a recidiva tumoral. An Bras Dermatol. 2004;79(4):423-30. 4. Fischer T, Noever G, Langer M, Kammer E. Experience in Upper Eyelid Reconstruction with the Cutler Beard Technique. Ann Plast Surg. 2001;(47):338-42. 5. Friedman NJ, Kaiser PK, Pineda R. The Massachusetts Eye and Ear Infirmary. 3rd ed.: Elsevier Brasil;2011. 6. Hsuan J, Selva D. Early division of a modified Cutler–Beard flap with a free tarsal graft. Eye (Lond). 2004;18(7):714-717. 7 . Melo AC, Goulão J, Marques N, Miranda A, Pereira M, Campos N. Reconstrução da pálpebra superior com retalho de Cutler-Beard modificado. Rev Port Oftalm. 2014;38(1):53-60. 8.McCord CD, Codner MA. Approach to eyelid reconstruction. In: McCord CD, Codner MA, eds. Eyelid and Periorbital Surgery. St. Louis: Quality Medical Publishing;2008:495-08. 9 .Codner MA, Hanna MK. Applied anatomy of the eyelids and orbit. In: Nahai F, eds. The Art of Aesthetic Surgery: Principles and Techniques. St. Louis: Quality Medical Publishing;2005:625-50. 10.Alghoul M, Pacella SJ, McClellan WT, Codner MA. Eyelid reconstrution. Plast Reconstr Surg. 2013;132(2):288-302. 11.Vidushi S, Benger R, Martin PA. Techniques of periocular reconstruction. Indian J Ophthalmol. 2006;54:149-58. FOTOS REFERÊNCIAS 1. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2014, Incidência do Câncer no Brasil. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/ estimativa/2014/index.asp>. Acesso em: 25 jun. 2014. 2. Almeida ACC, Yamashita T, Conte B, Mattos AC, Veríssimo RP, Ferreira MCF. Frequência do carcinoma basocelular na população menor de 50 anos: estudo Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 50 Reconstrução de pálpebra superior com retalho de pálpebra inferior Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 51 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Mastopexia com uso de implantes nas grandes perdas ponderais Breast augmentation and mastopexy after massive weight loss patients Willian Vargas da Cruz , Paulo Roberto da Silva Mendes2, William Seidel3, Alexandra Sofia Queiroz e Nacimento4, Jorge Bins Ely5 1 RESUMO ABSTRACT Mastopexia em pacientes com grandes perdas ponderais tem sido um grande desafio para todos os cirurgiões plásticos de longa data. Hoje nota-se um grande aumento no numero de implantes de silicone para esta cirurgia. Ptose mamária com perda de volume é comumente visto após gravidez, perda de peso, mudança na gordura corporal, envelhecimento e cirurgia bariátrica[5]. O cirurgião plástico é considerado um membro da equipe multidisciplinar que trata o paciente com grande perda de peso. Para a paciente há ganhos na saúde e no psicológico há longo prazo com a melhora do contorno corporal[3]. OBJETIVO Descrever a técnica pessoal de mastopexia usando implantes mamários em pacientes com grandes perdas ponderais Discussão: Várias técnicas são descritas para mastopexia em pacientes com grandes perdas ponderais, a tendência atual é o uso de implantes associado a ressecção do excedente dermo gorduroso CONCLUSÃO Ptoses mamárias em pacientes com grandes perdas ponderais difere de cirurgias para correção de simples hipertrofias, haja vista que esses indivíduos geralmente apresentam um conteúdo mamário não capaz de preencher um envelope de pele bastante flácido. Pensando nisso várias técnicas tem sido desenvolvidas a fim de se obter um resultado satisfatório. Mastopexy in patients with massive weight loss has been a great challenge for all plastic surgeons longtime. Today we can see a large increase in the number of silicone implants for this surgery. Breast ptosis with volume loss is commonly seen after pregnancy, weight loss, change in body fat, aging and bariatric surgery [5]. The plastic surgeon is considered a member of the multidisciplinary team that treats the patient with massive weight loss. For the patient for gains in health and long-term psychological there to improve body contour [3]. OBJECTIVE To describe the personal technique of using mastopexy breast implants in patients with large weight losses Discussion: Several techniques are described for mastopexy in patients with massive weight losses, the current trend is the use of implants associated with resection of excess fat dermo CONCLUSION breast ptosis in patients with massive weight loss differs from surgeries to simple hypertrophy correction, considering that these individuals usually have a breast content not able to fill a rather flabby skin envelope. Thinking about various techniques have been developed in order to obtain a satisfactory result. KEYWORDS: Esthetics, Mama, Massive weight loss DESCRITORES: Estética, Mama, Grande Perda Ponderal 1. Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados HU/UFSC 2. Staff do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados HU/UFSC 3. Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados HU/UFSC 4. Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados HU/UFSC 5.Professor Titular de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de Santa Catarina. Chefe/Regente do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário - UFSC Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 52 Mastopexia com uso de implantes nas grandes perdas ponderais INTRODUÇÃO RESULTADOS Desde os tempos antigos, a mama feminina tem sido retratado por artistas sobre tela e esculturas. Esta tradução artística abrange desde o período paleolítico com Vênus de Willendorf, 24.000 aC, as mais recentes pinturas abstratas de Willem de Kooning. Apesar das mudanças do conceitos de beleza ao longo dos tempos, uma linha comum é encontrada entre estas imagens. A mama feminina tem sido descrita frequentemente como não ptótica, com contornos uniformes e jovem. Esta imagem de juventude é equiparada com a saúde e beleza na sociedade moderna[1]. Grandes perdas de peso resultam em padrões de flacidez de pele indesejáveis[2]. Pacientes com esse perfil diferem das candidatas típicas para mamoplastia. Elas apresentam grande desafio técnico e dificuldade para atingir o resultado adequado e duradouro, o que é o principal motivo para o fracasso de algumas técnicas[3]. A ptose mamária frequentemente se beneficia de uma combinação de mastopexia e aumento mamário com implantes[4]. Ptose mamária com perda de volume é comumente visto após gravidez, perda de peso, mudança na gordura corporal, envelhecimento e cirurgia bariátrica[5]. TÉCNICA Avaliação Pré-operatória Pacientes que tiveram grande perda de peso e grande deformidade de mamas diferem de pacientes com hipertrofia mamária, sendo que algumas dessas deformidades incluem até mesmo assimetria das mamas e perda de elasticidade da pele, essas foram as características das pacientes que buscamos para incluir em nosso estudo (Fig. 1 e Fig. 2). Marcação Marcação é feita com a paciente em posição ortostática. Determina-se o ponto da fúrcula esternal e os pontos das linhas hemiclaviculares. Inicialmente é definido o ponto do bordo superior do CAP. A seguir, através de manobra de pinçamento determina-se quanto de pele será retirada ao redor das aréolas (conforme figura 3). O fechamento deste círculo será logo abaixo do bordo inferior da respectiva aréolas. É desenhado então o sulco mamário e finalmente traçada uma linha que vai do ponto hemiclavicular, passa pelos mamilos e segue neste mesmo trajeto até encontrar a linha do sulco mamário. Na maioria das pacientes, ptose grau A é corrigido satisfatoriamente com uso de próteses, quando a ptose tem graus B ou C requerem substituição do volume, redução do envelope cutâneo e mobilização do CAP[5]. Os ganhos desejados e as expectativas devem ser muito bem discutidos. Ganhos irreais e idéias preconcebidas precisam ser explicadas antes da cirurgia[1]. O cirurgião plástico é considerado um membro da equipe multidisciplinar que trata o paciente com grande perda de peso. Para a paciente há ganhos na saúde e no psicológico há longo prazo com a melhora do contorno corporal[3]. OBJETIVO Descrever a técnica pessoal de mastopexia usando implantes mamários em pacientes com grandes perdas ponderais. MÉTODO Mastopexia com implantes e retirada do excedente dermogorduroso é uma técnica que pode ser usada para todos os tipos de pacientes com ptose mamária, incluindo graus B e C de acordo com a classificação de Regnault. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 Anestesia A preferência é por anestesia geral associada a infiltração local com soro fisiológico, adrenalina e xilocaína. Técnica Operatória Demarcado o diâmetro da nova aréola com o areolótomo. Infiltração local da solução anestésica e posterior decorticação do excesso de pele. Fixação do bordo superior do CAP ao novo ponto A com mononylon 3-0. Tração da mama com uso de gancho. Incisão vertical por planos da borda inferior do CAP até o sulco mamário e criação de loja retroglandular. Criadas as lojas, são inseridos os moldes bilaterais e através de manobras de pinçamento digital são definidos a quantidade de tecido dermogorduroso a ser ressecado. Após ressecção do excedente vertical determina-se qual o comprimento ideal desta vertical retirando-se o excedente de pele na prega do sulco mamário. O areolótomo é novamente usado para os ajustes finos da forma do CAP. Inicia-se o fechamento da ferida operatória por planos, sendo que nos planos mais profundo são utilizados monocryl® 3.0, pontos subdémicos e intradérmicos com monocryl® 4.0. Após término das suturas são realizados curativos com gaze e Micropore® que permanecem fechadas XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 53 Mastopexia com uso de implantes nas grandes perdas ponderais até o retorno na primeira semana, onde são trocados e permanecem por mais uma semana. Micropore® é usado por um período de dois meses (Figuras 4, 5 e 6) DISCUSSÃO Mastopexia com aumento das mamas e retirada do excedente cutâneo é um dos procedimentos mais realizados no mundo, e não diferindo dessa estatística, contamos com um grande número de casos em nossa experiência pessoal. Esta casuística vem aumentando devido ao grande número de pacientes com perda ponderal importante, principalmente devido as cirurgias de obesidade[1]. Ao longo dos anos tentamos varias maneiras de achar um bom contorno e volume para as mamas dos pacientes que apresentaram esse problema. Como se pode observar, esta abordagem é simples, de fácil reprodutibilidade, poucas complicações, e diferente do estudo de Umar Daraz Khan et. al[5] que refere não se obter bons resultados com técnica semelhante a essa, nosso estudo mostra o contrário, obtendo bons resultados e grande satisfação das pacientes (Fig 7). Dennis J. Hurwitz et. al[2], descreve sua técnica pessoal usando para a mastopexia e aumento no volume mamário apenas tecido autólogo local, associando mastopexia com liftings de torso, o que de certa forma trás resultado satisfatório, no entanto com importante aumento de cicatrizes que muitas vezes não são tolerados pelo paciente. Outras alternativas descritas para esses pacientes com grandes ptoses de mama pós perdas de peso é o uso de prótese em duplo plano[5], ou até mesmo em lojas retroglandulares associada a cinta de musculatura do peitoral maior[4], algo que não achamos necessário, pois o simples plano retroglandular, com a retirada do excedente dermogorduroso é capaz de definir um bom contorno e volume de mamas com procedimento mais rápido e menos agressivo. CONCLUSÃO Ptoses mamárias em pacientes com grandes perdas ponderais difere de cirurgias para correção de simples hipertrofias, haja vista que esses indivíduos geralmente apresentam um conteúdo mamário não capaz de preencher um envelope de pele bastante flácido. Pensando nisso várias técnicas tem sido desenvolvidas a fim de se obter um resultado satisfatório. Acreditamos que a abordagem por nós utilizada é simples, apresenta poucas complicações, possui resultados previsíveis é de fácil reprodutibilidade devendo assim fazer parte do arsenal terapêutico do cirurgião plástico. REFERÊNCIAS 1. J Peter Rubin, Gerald Khachi. Mastopexy After Massive Weight Loss: Dermal Suspension and Selective Auto-Augmentation. Plastic and Reconstructive Surgery 2008; 35: 123-9. 2.Dennis J. Hurwitz, Siamak Agha-Mohammadi. Postbariatric Surgery Breast Reshaping The Spiral Flap. Annals of Plastic Surgery, Volume 56, Number 5, May 2006; 481-6. 3. Ruth Maria Graf, Alexandre E. C. Mansur, Fernando Pundek Tenius, et al. Mastopexy After Massive Weight Loss: Extended Chest Wall-Based Flap Associated with a Loop of Pectoralis Muscle. Aesthestic Plastic Surgery (2008) 32: 371–4 4. Derek M. Steinbacher, Navin Singh, Ryan Katz, et al. Augmentation-Mastopexy Using an Autologous Parenchymal Sling. Aesthetic Plastic Surgery (2010) 34: 664 – 71. 5. Umar Daraz Khan. Augmentation Mastopexy in Muscle-Splitting Biplane: Outcome of first 44 Consecutive Cases of Mastopexies in a New Pocket. Aesthetic Plastic Surgery (2010) 34:313 – 21 Outro ponto importante de concordância com as publicações de Derek M. Steinbacher[4] e Umar Daraz Khan[5] é no que se refere a indução anestésica, sendo que o que mais utilizamos e achamos mais seguro é a anestesia geral associada com infiltração local com adrenalina nas áreas a serem incisadas. Da mesma forma que Graff et. al[3], acreditamos que o cirurgião plástico deve ser considerado membro de uma equipe multidisciplinar para tratamento tanto dos aspectos orgânicos como dos aspectos emocionais dos paciente com grandes perdas de peso. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 54 Mastopexia com uso de implantes nas grandes perdas ponderais IMAGENS Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 55 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Tratamento da antélice retificada com técnica de escoriação utilizando lâmina de Beaver Plain antelix treated with escoriation technique: alternative approach Mariana Zancanaro1, Barbara d’Avila Goldoni2, Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior3, Marcos Ricardo Oliveira Jaeger4, Pedro Bins Ely5 RESUMO ABSTRACT Malformações auriculares congênitas são relativamente frequentes, com incidência estimada de 5% em caucasianos, podendo ser identificada ao nascimento em cerca de 60% dos casos. A orelha proeminente corresponde a alteração congênita mais comum da orelha e, além do prejuízo estético, está realcionada a comprometimento psicológico e social. Inúmeros procedimentos cirúrgicos têm sido descritos para a correção da atélice, destacando-se Mustardè (1963) e Stenstrom & Hefner (1978). O presente trabalho visa descrever o uso da lâmina de Beaver para a realização de escoriações no tratamento da antélice retificada. Congenital abnormalities of the auricle are relatively frequent, with estimated incidence of 5% in caucasians, being identified at birth in about 60% of all cases. The proeminent ear is the most common congenital abnormality of the ear and is related to psychological and social implications beyond aesthetic damage. Many surgical procedures have been described for the correction of atelix, highlighting Mustardé (1963) and Stenstrom & Hefner (1978). This study aims to describe the use of Beaver blade to implement abrasions on treatment of rectified antelix. KEYWORDS: otoplasty, ear, Ear Cartilage DESCRITORES: otoplastia, orelha, Cartilagem da Orelha 1.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 2.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 3.Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 4.Instrutor do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 5.Professor adjunto e Chefe do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 56 Tratamento da antélice retificada com técnica de escoriação utilizando lâmina de Beaver INTRODUÇÃO As causas de orelha proeminente podem ser descritas como três principais: hipertrofia de concha, aumento do ângulo escafo-conchal e retificação ou aplainamento de antélice3. Inúmeras técnicas de correção já foram descritas, inclusive molde moldagem logo após nascimento. Atualmente, o tratamento adequado envolve uma combinação de técnicas. Mais frequentemente utiliza-se a combinação dos princípios de Gibson e as suturas de Mustardè para obtenção de um resultado consistente e seguro em longo prazo1,2 . As técnicas para mobilização da cartilagem incluem raspagem, escoriação, incisão. Os instrumentos responsáveis por essa lesão devem ser confiáveis e de fácil utilização. OBJETIVO Descrever a utilização da lâmina de Beaver para realização de escoriações para o tratamento da antélice retificada. MÉTODO A técnica foi utilizada em pacientes adultos e pediátricos . A cirurgia foi realizada com anestesia geral em pacientes pediátricos e com bloqueio associado a sedação em pacientes adultos. Como primeiro passo, a infiltração é realizada com associação de lidocaína 2% sem vasoconstrictor (20 ml), ropivacaína 7,5% (20 ml), soro fisiológico (40 ml) e adrenalina numa concentração de 1:200.000. A incisão retroauricular permite acesso após liberação do músculo adutor da orelha. A dissecção do espaço justapericondrial permite a visualização posterior do local adequado para moldagem da antélice. A sutura de Mustardè é realizada (1 a 3 suturas) e a nova antélice é redesenhada de maneira apropriada, respeitando-se os princípios estéticos. Utilizamos fio nylon 4-0. 4 A sutura de Furnas é feita para corrigir o ângulo escafo-conchal, conforme desejado5. A sutura é realizada na região mastóidea. Realizada com nylon 3-0. Em caso de necessidade, se faz a ressecção da cartilagem conchal. Após sutura cutânea retroauricular, uma pequena incisão anterior, na margem mais caudal da antélice realiza-se incisões paralelas superficiais. Repete-se o procedimento na margem mais cranial. Não há necessidade de sutura na região anterior. No curativo utilizamos algodão úmido moldando as faces côncavas anteriores. RESULTADOS A manutenção da posição da antélice foi observada em longo prazo nos pacientes. Os casos abaixo possuem pelo menos 1 ano de evolução pós-operatória. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 57 Tratamento da antélice retificada com técnica de escoriação utilizando lâmina de Beaver DISCUSSÃO A técnica de Gibson preconiza que a ruptura pericondrial externa por escarificação viabiliza maior tensão na face pericondrial oposta, gerando uma curvatura para esse lado de maior tensão1. A lâmina de Beaver é um excelente instrumento para realização das escoriações porque tem curva de aprendizado pequena. A incisão é confiável e reprodutível. A lâmina é fina e evita descolamentos agressivos da pele nesta região. A lâmina é de bom manuseio e pode ser utilizada também logo após a sutura de Mustardè. CONCLUSÃO A técnica é de fácil aprendizado e é capaz de reproduzir os princípios de Gibson. Os resultados clínicos se mantém em longo prazo. REFERÊNCIAS 1. Gibson T, Davis W. The distortion of autogenous cartilage grafts: its cause and prevention. Br J Plast Surg. 1958;10:257. 2.Mustarde JC. Correction of prominent ears using buried mattress sutures. Clin Plast Surg. 1978;5(3):459-64. 3. Vianna RR. Cirurgia estética das orelhas. In: Mélega JM, Zanini SA, Psillakis JM, eds. Cirurgia plástica reparadora e estética. 2a ed. São Paulo: Medsi;1992. p.665-73. 4.Furnas DW. Correction of prominent ears by conchamastoid sutures. Plast Reconstr Surg. 1968;42(3):189-93. 5. Mustarde JC. The correction of prominent ears using simple mattress sutures. Br J Plast Surg. 1963;16:170-8. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 58 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Retalho em ombreira bilateral pré-expandido em paciente com retração cervical pós-queimadura – relato de caso Bilateral pre-expanded shoulder flap in patient with postburn scar contracture of the neck case report Daniel Pinheiro Machado da Silveira1, Barbara d’Avila Goldoni2, Mariana Zancanaro3, Pablo Fagundes Pase4, Pedro Bins Ely5 RESUMO ABSTRACT Introdução: As deformidades permanentes causadas por queimaduras profundas na região cervical podem se apresentar como situações extremamente incapacitantes. Métodos: Relato de caso de um paciente com sequela de queimadura cervical, com retração significativa e limitação funcional importante, submetido à rotação de retalho miocutâneo em ombreira bilateral pré-expandido. Resultados: Paciente de onze anos, com queimadura de 3º grau prévia, apresentando repercussão funcional com dificuldade para extensão cervical e rotação lateral do pescoço. Submetido à reconstrução em dois tempos, com colocação de expansor em ombros e posterior rotação de retalhos para a região cervical, com melhora das alterações funcionais. Conclusão: A expansão tecidual é um método útil e deve ser considerado para a reconstrução das sequelas de queimaduras cervicais. Os melhores resultados dependem de uma seleção cuidadosa do paciente, atenção meticulosa aos detalhes e envolvimento de uma equipe multidisciplinar. Introduction: The permanent deformities caused by deep burns in the neck may present as extremely disabling conditions. Methods: Case report of a patient with cervical burn sequel, with significant retraction and reduced functional capacity, submitted to a bilateral shoulder pre-expanded myocutaneous flap. Results: Patient with history of 3 degree burning, presenting functional consequences like limitation to cervical extension and lateral rotation of the neck. The patient was submitted to a reconstruction in two stages, with expander placement on shoulders and posterior rotation flaps for neck, with improvement of functional changes. Conclusion: Tissue expansion is a useful method and should be considered for the reconstruction of the sequelae of cervical burns. The best results depend on careful patient selection, meticulous attention to detail and involvement of a multidisciplinary team. KEYWORDS: Burns, Cicatrix, Myocutaneous Flap DESCRITORES: Queimaduras, Cicatriz, Retalho Miocutâneo 1. Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 2. Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 3. Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 4. Médico Instrutor do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 5.Professor adjunto e chefe do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 59 Retalho em ombreira bilateral pré-expandido em paciente com retração cervical pós-queimadura – relato de caso INTRODUÇÃO RESULTADOS A técnica de expansão tecidual se iniciou com o trabalho de Neumann em 1957. Desde então, esse procedimento se desenvolveu, e hoje vem sendo utilizado em diferentes tipos de reconstrução quando não existe tecido adjacente suficiente para o reparo com retalhos locais1,2. Um paciente do sexo masculino se apresentou ao nosso serviço aos onze anos com uma história de queimadura de 3º grau de 35% da superfície corporal aos nove anos de idade. Apresentava cicatrizes na região cervical, supraclavicular, tórax anterior, abdome, lombar e membros superiores (figura 1). As cicatrizes da região cervical apresentavam retração, limitando a extensão cervical e rotação lateral da cabeça (figura 2). Não apresentava outras repercussões funcionais. Devido a pouca disponibilidade de tecido autógeno de boa qualidade com possibilidade de fechamento primário da zona doadora, optado pela reconstrução em 2 tempos. Considerando que o paciente apresentava boa qualidade da pele em região de ombros, realizada a colocação de expansor retangular com válvula remota em ombro esquerdo e ombro direito (2 expansores de 250 ml cada) em posição subplastismal (figura 3), com incisão em área de cicatriz prévia e preenchimento de 10% do volume total no transoperatório. Foi utilizado antibiótico até 24 horas de pós-operatório. Após 7 expansões ambulatoriais, totalizando 225 ml em cada expansor (figura 4), julgou-se adequada a expansão dos retalhos. Realizada liberação da cicatriz até a extensão completa do pescoço, retirada dos expansores e rotação dos retalhos miocutâneos em ombreira para a região cervical bilateralmente, com preservação da cápsula e colocação de drenos na zona doadora, e fechamento primário desta. As deformidades permanentes causadas por queimaduras profundas podem se apresentar como situações extremamente incapacitantes, além de trazer consequências estéticas significativas3. A região cervical, especialmente, mostra uma notável capacidade de retração cicatricial após a passagem da fase aguda, principalmente devido à mobilidade articular regional e ao estresse contínuo exercido pela flexão, extensão e rotação lateral da cabeça2. Essa complicação necessita correção por limitar muito a vida normal desses pacientes4. Os métodos tradicionais de correção incluem excisão e liberação da cicatriz, múltiplas zetaplastias, enxertos de pele e/ou retalhos locais (cutâneos, fasciocutâneos ou miocutâneos)3. O substituto ideal deve ter cor, espessura e textura semelhantes. Por isso, os retalhos pediculados são os preferidos5. O principal problema na reabilitação cirúrgica desses pacientes é a baixa disponibilidade de áreas de tecido doador adequado para retalhos locais. Quando uma área doadora está localizada nas proximidades, um procedimento de expansão de pele pode fornecer um retalho capaz de cumprir os objetivos estéticos e funcionais3. OBJETIVO Discutir a opção de tratamento das sequelas de queimadura cervical com retalhos locais préexpandidos, com baixo índice de complicações e com resultados estéticos e funcionais satisfatórios. O paciente apresentou uma boa evolução pósoperatória, sem complicações, sem seroma, hematoma ou necrose dos retalhos. Iniciou fisioterapia motora com 15 dias e manteve uso contínuo de colar cervical filadélfia até os 3 meses. Com 4 meses de pósoperatório, o paciente apresenta melhora da extensão cervical e rotação lateral da cabeça, com preservação da cor, espessura e textura cutâneas locais (figura 5). Figura 1Cicatrizes após queimadura profunda em região cervical, supraclavicular, tórax anterior, abdome e membros superiores. MÉTODO Relato de caso de um paciente com sequela de queimadura cervical, com retração significativa e limitação funcional importante, submetido à rotação de retalho miocutâneo em ombreira bilateral préexpandido. Além disso, foi realizada a respectiva revisão da literatura. A indicação para o uso de expansão se baseou na insuficiência de área doadora de pele em ombro ou supraclavicular, decidido através da marcação da área de retalho necessário e definição da incapacidade de fechamento primário da zona doadora. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 60 Retalho em ombreira bilateral pré-expandido em paciente com retração cervical pós-queimadura – relato de caso Figura 2 Retração cicatricial limitando a extensão cervical. Figura 3 Planejamento pré-operatório para colocação dos expansores. Figura 4 Aspecto ao término das expansões. Figura 5 Melhora da retração cervical aos 4 meses de pós-operatório. DISCUSSÃO As regiões anatômicas mais comumente envolvidas em queimaduras são os membros superiores (70%) e a cabeça e/ou pescoço (50%), sendo que ambos frequentemente levam a alta morbidade em longo prazo. Uma vez passada a fase aguda de um ferimento de queimadura, o processo de cicatrização pode levar a uma contração cicatricial, responsável por um significativo comprometimento estético e funcional, além de emocional3. Dentre as opções para reconstrução, o uso de Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 61 Retalho em ombreira bilateral pré-expandido em paciente com retração cervical pós-queimadura – relato de caso enxertos não tem bons resultados para esse fim em razão da alta incidência de retrações pós-operatórias e descoloração do enxerto5. O uso de expansores de tecido trouxe uma nova era no tratamento da sequela de queimadura, uma vez que fornecem pele de mesma cor, textura e sensibilidade, além de facilitar o fechamento primário sem causar danos à área doadora6. Franco T. Tissue Expansion in Burn Sequelae Repair. Burns. 2007; 33: 246-251. 7.Cunha MS, Nakamoto HA, Herson MR, Faes JC, Gemperli R, Ferreira MC. Tissue Expander Complications in Plastic Surgery: a 10-year experience. Rev Hosp Clin Fac Med S Paulo. 2002; 57: 93-97. Os riscos de complicações variam na literatura de 20 a 40% quando se realiza as expansões em crianças. As complicações relatadas são dor, hematoma, seroma, infecção, cicatrizes alargadas, reabsorção óssea, falha na colocação do portal e exposição ou falha do expansor. Por outro lado, a expansão permite que o cirurgião disponibilize quantidades adicionais de tecido, aumentando a sua vascularização7. Assim, apesar dos riscos associados, a expansão tecidual é parte do tratamento de escolha para a reconstrução pós-queimaduras de cabeça e pescoço, já que garante um retalho adequado e confiável para um tratamento funcional e esteticamente aceitável2. CONCLUSÃO A expansão tecidual é um método útil e deve ser considerado para a reconstrução das sequelas de queimaduras cervicais. Os melhores resultados dependem de uma seleção cuidadosa do paciente, atenção meticulosa aos detalhes e envolvimento de uma equipe multidisciplinar. REFERÊNCIAS 1. A Bozkurt, A Groger, D O’Dey, F Vogeler, A Piatkowski, P Ch Fuchs, N Pallua. Retrospective Analysis of Tissue Expansion in Reconstructive Burn Surgery: Evaluation of Complication Rates. Burns. 2008; 34: 1113-1118. 2. S Motamed, F Niazi, S Atarian, A Motamed. PostBurn Head and Neck Reconstruction Using Tissue Expanders. Burns. 2008; 34: 878-884. 3. F Santanelli, F R Grippaudo, P Ziccardi, M G Onesti. The Role of Pre-expanded Free Flaps in Revision of Burn Scaring. Burns. 1997; 23: 620-625. 4. S Kath, K Erzingatsian, S Simonde. Management of Postburn Contracture of the Neck. Burns. 1994; 20: 438-441. 5. N Karacaoglan, A Uysal. Reconstruction of Postburn Scar Contraction of the Neck by Expanded Skin Flaps. Burns. 1994; 20: 547-550. 6. Tavares Filho JM, Belerique M, Franco D, Porchat CA, Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 62 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Cicatrização: aplicação de células-tronco adiposo-derivadas Healing: application of adipose- derived stem cell João Maximiliano , Guilherme Barreiro , Jorge Ramirez3, Daniel Deggerone4, Marcus Vinicius Martins Collares5 1 2 RESUMO INTRODUÇÃO A cicatrização é um processo complexo que envolve diversos fatores e termina com um bom resultado quando os eventos forem ordenados em sua forma fisiológica. Estudos vêm sugerindo as células-tronco como uma possível ferramenta para a melhora do processo cicatricial, dado o seu potencial terapêutico em lesões cutâneas crônicas. A aplicação das células-tronco na ferida melhora a cicatrização por diferenciação, além de sua importante ação parácrina. O artigo a seguir tem como propósito revisar parâmetros da cicatrização, fundamentos básicos das células-tronco e seus efeitos na cicatrização cutânea. DESCRITORES: Células-tronco, cicatrização de feridas cutâneas, células tronco adiposo derivadas ABSTRACT Wound healing is a complex process involving several factors and only ends with a good result when all the events are ordered in a physiological form. Studies have suggested stem cells as a possible application for the improvement of healing and their therapeutic potential in chronic skin lesions. The application of stem cells in wound improves healing due to their plasticity and mainly to their paracrine activity. This study aims to review healing, basic characteristics of stem cells and their effects on skin healing. KEYWORDS: Stem cell, wound healing skin, Adiposederived stem cell 1. Residente de Cirurgia Plástica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre 2. Residente de Cirurgia Plástica do Grupo Hospitalar Conceição O Processo de Cicatrização O objetivo da cicatrização é recuperar a integridade da pele danificada, sua tensão e função de barreira (1). O processo é didaticamente dividido em três fases: inflamatória, proliferativa e de remodelamento, as quais devem ocorrer em ordem fisiológica para um resultado satisfatório. Qualquer alteração em uma dessas fases pode resultar em uma cicatriz patológica (2). Os eventos são organizados por diferentes tipos celulares como queratinócitos, fibroblastos, células inflamatórias e endoteliais (3), que podem ser influenciados por infecção, isquemia tecidual local, diabete melitus, radiação, desnutrição, medicamentos exógenos, deficiência de vitaminas e minerais, entre outros (4). Para que não ocorra uma cicatrização patológica, é necessário um equilíbrio entre a fibroplasia e colagenólise (10). A força tênsil aumenta rapidamente entre a primeira e a sexta semana, mas nunca volta ser a mesma de antes da lesão. Nos adultos, uma cicatriz é considerada normal quando é linear, não eritematosa e plana (11). Cicatrizes cutâneas são uma preocupação constante em todas as cirurgias. Alguns estudos vêm sugerindo as células-tronco mesenquimais (CTM) como uma possível ferramenta para melhorar a cicatrização cutânea e diminuir a probabilidade de um resultado desfavorável (12, 13, 14) OBJETIVO O objetivo deste artigo é sintetizar de forma objetiva o que há disponível na literatura mundial sobre os efeitos na cicatrização cutânea da aplicação de células tronco adiposo derivadas. Revisando desde conceitos básicos sobre células tronco até as formas de aplicação clínica na cicatrização patológica. 3. Residente de Cirurgia Plástica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre 4. Residente de Cirurgia Plástica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre 5. Chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 63 Cicatrização: aplicação de células-tronco adiposo-derivadas MÉTODO Os artigos foram selecionados por meio da base de dados PubMed, utilizando os descritores “STEM CELL”, “WOUND HEALING”, “ADIPOSE DERIVED STEM CELL”. RESULTADOS lulas-tronco As células-tronco são fundamentais para o organismo. Possuem papel importante tanto para formar os órgãos na fase embrionária, como no indivíduo adulto para regenerar e reparar tecidos. Há duas propriedades fundamentais: são células não especializadas que se renovam por longos períodos através da divisão celular e podem se transformar em unidades com funções específicas (15). Estas células podem ser classificadas em dois grandes grupos: as embrionárias e as adultas. As embrionárias são encontradas no embrião e são classificadas como totipotentes ou pluripotentes. Totipotência é a característica das células derivadas do zigoto que podem produzir todas as células embrionárias e extraembrionárias. Já as pluripotentes são as células que são retiradas do botão interno do blastocisto e originam tecidos correspondentes ao mesoderma, ecotoderma e endoderma, sendo essa a capacidade de desenvolver-se em qualquer tipo celular necessária no desenvolvimento do feto. As células-tronco adultas são multipotentes, pois podem se diferenciar em muitos tipos de tecidos, porém de maneira mais limitada. Quando utilizadas na pesquisa, as células-tronco pluripotentes são derivadas de óvulos fertilizados in vitro e doados, com consentimento dos doadores. Estes embriões têm tipicamente 4 ou 5 dias de desenvolvimento, mas tais estudos ainda são limitados devido às questões éticas e de manipulação. Considerando essas dificuldades, a maior parte dos pesquisadores têm realizado seus estudos com células-tronco adultas (16). As célulastronco adultas são células indiferenciadas encontradas entre as células diferenciadas dentro dos tecidos de um organismo, podem se autorrenovar ou podem se tornar células especializadas. As células-tronco adultas incluem as células-tronco mesenquimais (CTM), hematopoiéticas (CTH) e outras tecido-específicas, podendo ser encontradas em diversos tecidos, como na medula óssea, sangue, fígado, cordão umbilical, placenta, tecido muscular, tecido adiposo, entre outros (17) . As células-tronco adultas são classificadas em células tronco mesenquimais (CTM), hematopoiéticas (CTH) e tecidoespecíficas. O isolamento das CTAD é feito com tecido lipoaspirado retirado do paciente. O tecido é lavado com solução salina e em seguida é digerido com uma solução para digestão da matriz extracelular com o objetivo de liberação das CTAD. A solução de digestão contém uma enzima denominada colagenase que atua a 37°C. Após o período de incubação com a colagenase, o processo é interrompido com plasma autólogo. O conteúdo obtido do processo de digestão é centrifugado e o sedimento é ressuspendido, posteriormente podendo ser injetado no paciente ou mantido em placas de cultura para expansão ou estudos in vitro (20). DISCUSSÃO Aplicações de Terapia com Células-Tronco na Cicatrização Cutânea Os trabalhos pioneiros começaram usando as células-tronco derivadas de medula óssea (CTM-MO) em lesões cutâneas (21). O tratamento com CTM-MO aumenta significativamente a secreção de VEGF e Ang-1 nas feridas. A secreção elevada dos fatores pró-angiogênicos acarreta a melhora da neovascularização. As CTM-MO aumentam a resistência e a tração no local da cicatriz (22) e podem se diferenciar em queratinócitos (23). Contudo, o principal fator para a melhora da cicatrização parece ser a estimulação parácrina. As células-tronco derivadas de tecido adiposo têm marcadores de superfície e perfil genético similar às CTM-MO, porém, seu acesso é menos invasivo e estão presentes em maior quantidade, não necessitando sua expansão in vitro para uso em pacientes, o que as torna uma grande promessa para o uso no reparo e regeneração de tecidos. As CTAD reduzem significativamente o tamanho da ferida e aceleram a reepitelização a partir de sua borda (24). As CTAD, após serem isoladas de regiões subcutâneas e colocadas na ferida, entram em contato com proteínas reguladoras e secretam fatores de crescimento como VEGF, fator de crescimento de hepatócito (HGF) e TGF-β (25). Além desses fatores, as CTAD também secretam PDGF (semelhante ao IGF) e KGF. Quando em cultura de hipóxia, a secreção de VEGF aumenta aproximadamente cinco vezes. Em lesões isquêmicas, podem ser uma nova opção terapêutica para aumentar a angiogênese. As CTAD se diferenciam em células progenitoras endoteliais e contribuem para uma melhora da angiogênese no tecido isquêmico (26). Outro estudo mostra que as CTAD residem em uma localização periendotelial e estabilizam as conexões endoteliais, sendo semelhantes a pericitos (27). As CTAD têm efeito também sobre os fibroblastos, aumentando a síntese de colágeno e ativando sua proliferação e migração. Portanto, as CTAD atuam na cicatrização acelerando e melhorando a angiogênese, estimulando a produção de colágeno e a contração da ferida. Resta claro que as CTAD vêm se tornando o centro de muitos experimentos clínicos, os quais vêm demonstrando Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 64 Cicatrização: aplicação de células-tronco adiposo-derivadas uma melhora significativa da cicatrização cutânea com o tratamento a partir de CTAD (28). Outros papéis para as células-tronco também têm sido explorados recentemente, como auxiliares em preenchimentos adiposos e enxertos de gordura (29). Fios de sutura têm sido enriquecidos com essas células, abrindo caminho para otimização de resultados através do emprego direto do material na área de interesse (30). angiogenesis. Circulation 2003; (108): 2613-2618. 10.Gurtner G C, Werner S, Barrandon Y, Longaker M T. Wound repair and regeneration. Nature 2008; (453): 314-321. 11.Stewart K J. A quantitative ultrastructural study of collagen fibrils in human skin normal scars, and hypertrophic scars. Clin Anatomy 1995; (8): 334338. 12.Kim WS, Park BS, Sung JH, Yang JM, Park SB, Kwak SJ, et al. Wound healing effect of adipose-derived stem cells: a critical role of secretory factors on human dermal fibroblasts. J Dermatol Sci 2007; (48): 15-24. CONCLUSÃO Uma vez consolidado que as CTAD melhoram a cicatrização cutânea, poderão ser criados protocolos de estudos clínicos usando as CTAD para profilaxia em pacientes com risco de complicações cicatriciais em cirurgias, como tabagistas e diabéticos, ou ainda em lesões crônicas. Estes poderão resultar na diminuição do sofrimento dos pacientes, além de melhores resultados estético-funcionais e menor custo resultante de reintervenções. REFERÊNCIAS 13.Lau K, Paus R, Tiede S, Day P, Bayat A. Exploring the role of stem cells in cutaneous wound healing. Exp Dermatol 2009; (18): 921-33. 14. Stoff A, Rivera AA, Sanjib Banerjee N, Moore ST, Michael Numnum T, Espinosa-deLos-Monteros A, et al. Promotion of incisional wound repair by human mesenchymal stem cell transplantation. Exp Dermatol 2009; (18): 362-9. 15.Mizuno H. Adipose-derived stem cells for tissue repair and regeneration: ten years of research and a literature review. J Nippon Med Sch 2009; (76): 5666. 1. 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Fibroblast differentiation of bone marrow-derived cells during wound repair. FASEB J 2005; (19): 1561-1563. 9. Fam NP, Verma S, Kutryk M et al. Clinician guide to Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 65 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Enxertos de cartilagem em rinoplastia: técnica de enxerto em forma de gravetos (stick graft) Graft cartilage in rhinoplasty: graft technique in the form of sticks (graft stick) Gustavo Moreira Costa de Souza1, Sergio Moreira da Costa2, Rodolfo Guedes Afiune3, Klaus Rodrigues de Oliveira4, Tiago Luiz Miolo5 RESUMO Introdução: Muitas técnicas foram desenvolvidas para modificar a estrutura do nariz,fundamental para estética e dinâmica facial, com destaque para a utilização de enxertos de cartilagem . Como alternativa para os enxertos em monobloco, surgiram os enxertos fragmentados, descritos em dois grandes grupos, os enxertos esmagados ( “crushed”) e os enxertos particulados ou picados ( “diced”), revestidos ou não com algum tipo de contenção ( surgicel, fascia temporal, etc ). A preferência do autor foi pelos enxertos picados não revestidos, em diversas aplicações e diferentes situações, com ótimos resultados e redução do índice de revisões cirúrgicas. Objetivo: O objetivo deste trabalho visa descrever o enxerto de cartilagem em forma de graveto ou tiras, em uso isolado ou em permeio com enxerto de cartilagem picada, numa série de casos de rinoplastia aberta estruturada. Método: No ano de 2014, 20 pacientes foram submetidos a rinoplastia aberta estruturada com emprego de de cartilagem em forma de graveto ou tiras (stick graft) ,no Hospital Felício Rocho (Belo Horizonte- Minas Gerais) Resultados: Todos os casos apresentaram evolução satisfatória, sem necessidade de revisão cirúrgica até o momento, no seguimento de 1 ano . Conclusão: O enxerto de cartilagem em forma de graveto oferece bom efeito no tratamento do dorso e raiz nasal em cirurgias estética funcional e pós-traumática. DESCRITORES: Rinoplastia, Enxerto de cartilagem, Enxerto em graveto ABSTRACT Introduction: Many techniques have been developed to modify the structure of the nose, essential for facial aesthetics and dynamics, especially the use of cartilage grafts. As an alternative to the grafts in a single block appeared fragmented grafts, described in two large groups, crushed grafts and particulate or chopped grafts coated or not with some sort of containment (surgicel, temporal fascia, etc.). The preference of the author was bitten by uncoated grafts in different applications and different situations, with excellent results and reduction of surgical revisions index. Objective: This study aims to describe the cartilage graft-shaped stick or strip in isolated use or intermingled with minced cartilage graft in a series of cases in a structured open rhinoplasty. Method: In the year 2014, 20 patients underwent open rhinoplasty structured with the use of cartilage in the form of stick or strip the Hospital Felicio Rocho (Belo Horizonte-Brazil) Results: All patients had satisfactory outcomes without the need for surgical revision to date, following one year. Conclusion: The cartilage graft in the shape of stick offers good effect in the treatment of nasal dorsal root function and aesthetic surgery and post-trauma. KEYWORDS: Rhinoplasty, Cartilage graft, Stick graft 1. Membro Titular da SBCP 2. Membro Titular da SBCP, Regente do Serviço de Cirurgia Plastica do Hospital Felicio Rocho 3. Membro Aspirante da SBCP, Medico Residente 4. Membro Aspirante da SBCP, Medico Residente 5. Membro Aspirante da SBCP, Medico Residente Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 66 Enxertos de cartilagem em rinoplastia: técnica de enxerto em forma de gravetos (stick graft) em várias unidades na raiz e no dorso nasal parece atender essas exigências. INTRODUÇÃO A Rinoplastia representa um dos principais e mais polêmicos temas em cirurgia plástica. A dificuldade inerente da cirurgia, com as variações anatômicas, a diversidade de queixas e manobras, contribuem para essa realidade. Atualmente a rinoplastia aberta estruturada aparece como uma das principais tendências em concorrência com a rinoplastia fechada. Os enxertos de cartilagem em monobloco para estruturação são bem difundidos, contudo a utilização destes, na raiz, no dorso e na ponta nasal para o aumento da altura e do volume dessas regiões, pode determinar estruturas palpáveis, desvios e deformidades perceptíveis e inadequados como acabamento da cirurgia. Muitas vezes representam queixa dos pacientes e necessidade de revisão cirúrgica. Como alternativa para os enxertos em monobloco, surgiram os enxertos fragmentados, descritos em dois grandes grupos, os enxertos esmagados ( “crushed”) e os enxertos particulados ou picados ( “diced”), revestidos ou não com algum tipo de contenção ( surgicel, fascia temporal, etc ). Todos com a finalidade de melhorar o acabamento sob a pele fina da raiz, do dorso e da ponta nasal. Os enxertos esmagados, pelo dano da arquitetura microscópica da matriz cartilaginosa parece sofrer mais fibrose e absorção. Os enxertos picados ou particulados parecem ter maior estabilidade preservação de volume a longo prazo, justamente por preservar em cada pedaço unidades inteiras de matriz e condrocitos íntegros. Esses tipos de enxertos começaram a ser mais divulgados e pesquisados nos últimos cinco anos e já fazem parte de experiência de muitos serviços. A preferência do autor foi pelos enxertos picados não revestidos, em diversas aplicações e diferentes situações, com ótimos resultados e redução do índice de revisões cirúrgicas. Mesmo assim, especificamente na raiz e no dorso nasal, os enxertos picados, bem com os enxertos esmagados ainda tornamse perceptiveis após a cicatrizacao em alguns casos. As queixas mudaram da palpacao de monoblocos de cartilagem com formas muito definidas e rígidas, para alterações de volume, uma vez que os enxertos particulados podem se organizar ao acaso, muitas vezes adquirindo formas globosas na raiz nasal e determinar assimetrias leves no dorso nasal. A solução encontra se no desenvolvimento de um enxerto que seja ao mesmo tempo particulado, pouco perceptível ou palpável, e que determine um contorno mais regular e forma mais previsível. Um enxerto que seja mais compatível com o eixo longitudinal da raiz e do dorso nasal, aumentando a altura e o volume central sem determinar excessos de volume no eixo transversal, principalmente na raiz nasal. O enxerto de cartilagem em forma de graveto, colocado OBJETIVO O objetivo deste trabalho visa descrever o enxerto de cartilagem em forma de graveto ou tiras, em uso isolado ou em permeio com enxerto de cartilagem picada, numa série de 20 casos de rinoplastia aberta estruturada. MÉTODO Desde 2014, sao descritos vinte casos de rinoplastia aberta estruturada, com dissecção de dorso nasal, sendo 16 casos de rinoplastia primária e 4 casos secundários, com indicação de aumento de dorso e raiz nasal. Nos casos primários as queixas variavam entre dorso curvo, irregular, com “giba”(11), nariz em sela (5). Nos casos secundários incluíram casos nariz em sela por trauma e por de seqüelas de rinoplastia, com presenca de blocos de silicone (2). A idade dos pacientes variou entre 18 e 43 anos, 18 do sexo feminino e 2 do sexo masculino. Todos os casos foram avaliados e tratados também de eventuais problemas funcionais ou de obstrução nasal, como desvio de septo nasal e hipertrofias de conchas nasais. Como areas doadoras de cartilagem utilizaram se o septo nasal e a concha auricular. Como método de reconstrução, aumento ou regularização do dorso foi empregado enxerto de cartilagem em forma de graveto. (“Stick graft”) Os enxertos em forma de graveto foram obtidos com bisturi lâmina 11, cortando se no sentido do maior eixo das cartilagem septal ou conchal, de modo a se obter tiras compridas de cartilagem com 1 mm de espessura ou largura em média. RESULTADOS Todos os casos apresentaram evolução satisfatória, sem necessidade de revisão cirúrgica até o momento, no seguimento de 1 ano (caso mais antigo). Observa se maior qualidade e menor queixa, principalmente na regiao da raiz nasal, com enxertos menos perceptíveis ou imperceptíveis a palpação. O aumento da raiz e do dorso foi obtido em 100% dos casos, sem nenhuma complicação local observada. A associação com enxerto picado foi presente em 15 casos. As áreas doadoras também evoluíram com boa cicatrizacao. Em todos os casos foi retirada cartilagem do septo nasal. Em 9 casos utilizou se ainda uma concha auricular. Em dois casos foi retirada cartilagem do septo nasal e de duas conchas auriculares DISCUSSÃO Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 67 Enxertos de cartilagem em rinoplastia: técnica de enxerto em forma de gravetos (stick graft) Na cirurgia plástica observa se cada vez mais, maior exigência dos pacientes quanto ao acabamento das cirurgias. Toda evolução técnica no sentido de se melhorar a qualidade dos enxertos deve ser incentivada. O enxerto em forma graveto, por se constituir de uma dimensão longitudinal claramente dominante, torna se mais previsível e objetivo no preenchimento da raiz e do dorso nasal, sem se perder tanto, quanto os enxertos picados, nos espaços dissecados pela rinoplastia aberta, bem como sem se dissipar na dimensão transversal. Como se lembrasse um “feixe de lenha” ou uma “paliçada”, as unidades de enxerto em graveto definem e concentram o seu efeito ao longo do dorso nasal, como uma consequência natural da sua forma, ao mesmo tempo que se fazem praticamente imperceptíveis a palpação por ser um tipo de enxerto particulado, flexível, sem memória ou força elástica cartilaginosa que vença a fibrose e a pressão do revestimento cutâneo ao seu redor, de modo a garantir regularidade e ausência de distorções no futuro. Acredita se também que este enxerto deva sofrer ainda menor absorção ou perda em relação ao enxerto picado, por preservar mais unidades de condrocitos com matriz cartilaginosa íntegra ao longo do seu eixo. Além disso, o eixo longitudinal do enxerto em graveto, também pode garantir uma melhor distribuição e movimentação do enxerto picado a seu redor, quando os dois estão associados. A Manipulação, drenagem ou massagem local, podem muitas vezes ser necessárias para pequenos ajustes e podem ser realizadas com sucesso nos primeiros 15 dias. in rhinoplasty surgery. 2004;113(7):2156-71. REFERÊNCIAS 1. Whitaker IS, Karoo RO, Spyrou G, Fenton OM. The birth of plastic surgery: the story of nasal reconstruction from the Edwin Smith Papyrus to the twenty-first century. Plast Reconstr Surg. 2007;120(1):327-36. 2. Sajjadian A, Rubinstein R, Naghshineh N. Current status of grafts and implants in rhinoplasty: part I. Autologous grafts. Plast Reconstr Surg. 2010;125(2):40e-9e. 3. Erol OO. The Turkish delight: a pliable graft for rhinoplasty. Plast Reconstr Surg. 2000;105(6):2229-41. Reconstr Surg. 5. Sajjadian A, Naghshineh N, Rubinstein R. Current status of grafts and implants in rhinoplasty: Part II. Homologous grafts and allogenic implants. Plast Reconstr Surg. 2010;125(3):99e-109e. 6. Gunter JP, Landecker A, Cochran CS. 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CONCLUSÃO O enxerto de cartilagem em forma de graveto, mostrou se eficiente, versátil e de fácil execução. Oferece bom efeito no tratamento do dorso e raiz nasal em casos de cirurgia nasal estético funcional e pos traumática. Apresenta se como mais uma ferramenta no arsenal cirúrgico para o tratamento das deformidades nasais. Plast 13.Hizal E, Buyuklu F, Ozer O, Cakmak O. Effects of different levels of crushing on the viability of rabbit costal and nasal septal cartilages. Plast Reconstr Surg. 2011;128(5):1045-51. 14.Velidedeoğlu H, Demir Z, Sahin U, Kurtay A, Erol OO. Block and Surgicel-wrapped diced solventpreserved costal cartilage homograft application for nasal augmentation. Plast Reconstr Surg. 2005;115(7):2081-93. 15. Richardson S, Agni NA, Pasha Z. Modified Turkish delight: morcellized polyethylene dorsal graft for rhinoplasty. Int J Oral Maxillofac Surg. 2011;40(9):979-82. 16. Kelly MH, Bulstrode NW, Waterhouse N. 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Diced cartilage grafts Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 68 Enxertos de cartilagem em rinoplastia: técnica de enxerto em forma de gravetos (stick graft) FOTOS Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 69 Enxertos de cartilagem em rinoplastia: técnica de enxerto em forma de gravetos (stick graft) Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 70 Enxertos de cartilagem em rinoplastia: técnica de enxerto em forma de gravetos (stick graft) Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 71 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Cervicoplastia anterior direta: indicações e resultados em homens Direct Cervicoplasty: indications and results in male patients William Massami Itikawa , Renato da Silva Freitas2, Ruth Maria Graf3, Ovidio Ferreira Lacerda4, José Antônio Faeda Filho5 1 RESUMO ABSTRACT processo de envelhecimento compreende mudanças morfológicas e funcionais, entre as quais incluem-se alterações estéticas no contorno da face e pescoço, secundárias a transformações na elasticidade da pele, acúmulo de gordura e perda de tônus muscular. Especialmente homens, são vulneráveis a deformidade cervical conhecida como “pescoço de peru”. Ainda que para esses pacientes seja indicado uma ritidoplastia, um subgrupo em particular pode não estar preparado para o procedimento, aos quais existe a alternativa da cervicoplastia anterior com excisão direta para correção desta deformidade. Apesar da sequela cicatricial visível, essa técnica apresenta como vantagens ser menos invasiva, permitir uma recuperação mais rápida, e cursar com menos complicações. Este artigo busca demonstrar resultados e indicações da cervicoplastia anterior para pacientes masculinos com desejo de rejuvenescimento cervical que se mostrem contrários a ritidoplastia convencional, através do método conhecido como “urna grega”. The aging process involves morphological and functional changes, including aesthetic transformations in face and neck profile, secondary to alterations in skin elasticity, fat accumulation and muscle tone loss. Men particulalrly, are vulnerable to cervical deformity known as “turkey neck”. Although these patients are indicated to rhytidectomy, a selectec subgroup may not be prepared for this procedure, for these there is the alternative anterior cervicoplasty with direct excision to correct this deformity. Despite the visible scar sequel, this technique has the advantages of being less invasive, enabling a faster recovery, and presenting with lower complication rates. This article intends to demonstrate results and indications of anterior cervicoplasty for male patients who desire neck rejuvenation and may be contrary to conventional facelift, through the approach known as “Grecian urn”. KEYWORDS: cervicoplasty, flaps, neck DESCRITORES: cervicoplastia, retalhos, pescoço 1. Especializando do Serviço de Cirurgia Plastica e Reparadora do HC - UFPR 2. Professor do Serviço de Cirurgia Plastica e Reparadora do HC - U, Regente do Serviço de Cirurgia Plastica e Reparadora do HC - UFPR 3. Professora do Serviço de Cirurgia Plastica e Reparadora do HC, Professora do Serviço de Cirurgia Plastica e Reparadora do HC - UFPR 4.Cirurgião Plastico, Médico Assistente do Serviço de Cirurgia Plastica e Reparadora do HC - UFPR 5. Estudante de Medicina da UFPR Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 72 Cervicoplastia anterior direta: indicações e resultados em homens INTRODUÇÃO Procedimentos para rejuvenescimento facial atraem tanto homens quanto mulheres. A presença de flacidez em região cervical anterior cria o chamado “pescoço de peru”, queixa recorrente entre aqueles que procuram um tratamento facial. Com o envelhecimento facial, a pele da região cervical perde elasticidade, a gordura submentoniana torna-se abundante e o platisma enfraquece1. Com o avanço da idade, a maioria dos homens apresenta uma região cervical com excesso de pele, sendo a cervicoplastia anterior uma boa opção para a correção cirúrgica desta deformidade2. Ainda que soe antiquado ao falar de uma técnica que corrige um problema estético na face em troca de uma cicatriz visível, buscamos descrever indicações atuais em que a sequela cicatricial é suplantada pelos benefícios que o procedimento traz, em especial a um subgrupo de pacientes que se satisfaça com um tratamento menos invasivo, que não corra os riscos de sofrer com os estigmas da ritidoplastia, e permita um retorno mais rápido às atividades. anestésica com vasoconstritor (adrenalina 1:200000), cerca de 60 ml de solução. Após aguardar o efeito do vasoconstritor, foi realizada lipoaspiração da região cervical com cânula de 2,5mm. Após a lipoaspiração superficial, uma incisão em formato fusiforme foi realizada. Quando havia ainda excesso de gordura submentoniana, a lipoaspiração com cânula de Ronaldo Pontes foi empregada. Após dissecção cuidadosa no plano subcutâneo, as bordas do platisma foram identificadas e plicadas com pontos separados de nylon 4-0. Uma vez realizada a hemostasia rigorosa, a pele foi então seccionada de maneira a camuflar o máximo possível o “Z” dentro da distância entre o sulco submentoniano e a região da incisura tireóidea. Foram realizados pontos subdérmicos com fio absorvível para diminuição da tensão nos bordos da ferida, e pontos simples de nylon 4-0 na pele. O pós-operatório evoluiu sem complicações, não observamos bridas ou deiscências. Dentre os pacientes avaliados não observamos cicatriz hipertrófica ou cicatriz queloideana. Neste trabalho apresentaremos uma abordagem simples e eficaz para o restabelecimento do ângulo cervico-mentoniano em pacientes do sexo masculino. OBJETIVO Apresentar uma série de casos de cervicoplastia anterior em “urna grega” e discutir a melhor indicação para este tipo de procedimento. MÉTODO Foram analisados 2 pacientes submetidos a cirurgia estética de pescoço pela equipe de Cirurgia Plástica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Cada paciente foi analisado retrospectivamente através de fotos pré e pós-operatórias. Sendo a técnica utilizada a cervicoplastia em “urna grega” descrita por Bitner et. al3. Técnica cirúrgica Pacientes são marcados na posição sentada, respeitando a área entre região do sulco submentoniano e a incisura tireóidea. Naqueles pacientes em que o excesso de pele é tanto que a incisão ultrapassaria a incisura cricóidea, optou-se pela técnica da “urna grega”. Todos os pacientes foram submetidos à anestesia local e sedação. Realizada infiltração local de solução Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 73 Cervicoplastia anterior direta: indicações e resultados em homens RESULTADOS Todos pacientes evoluíram com melhora significativa do ângulo cervico-mentoniano, sem a necessidade de correção da cicatriz anterior. Paciente A: pré e pós de 15 dias Paciente B: pré e pós de 12 meses Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 74 Cervicoplastia anterior direta: indicações e resultados em homens DISCUSSÃO aparência envelhecida da região cervical é secundária as alterações da própria idade, com perda de fibras de colágeno e elastina, agravadas pela exposição solar e efeitos nicotínicos, além do acúmulo de gordura submentoniana e de mudanças no tônus muscular do platisma4. O afrouxamento progressivo do SMAS, platisma e ligamentos suspensórios contribui para a ptose da glândula salivar, o que exacerba a aparência pouco jovial da região cervical5. A deformidade em “pescoço de peru”6 é uma das queixas mais frequentes no consultório do cirurgião plástico facial. Mesmo que muitos pacientes devessem ser submetidos a uma ritidoplastia, com incisões pré-auriculares, descolamento e plicatura do platisma, alguns pacientes não desejam uma ritidoplastia completa7. Esses são os principais pacientes candidatos a cervicoplastia anterior direta. Pacientes ideais são os fototipos I e II de Fitzpatrick com excesso de pele confinado a região submentoniana sem extensão abaixo da cartilagem tireóidea7. O remodelamento cervical anterior busca restaurar o pescoço jovem ideal, que apresenta como alvo obter um ângulo cervico-mentoniano de aproximadamente 90 graus, com mínimo de pele redundante, pouca adiposidade local, osso hióide em posição alta e posterior, com uma boa definição do bordo inferior da mandíbula e visualização da margem anterior do músculo esternocleidomastóideo, associados a um mento com boa projeção4,7. Alguns autores defendem que um ângulo de até 105 graus é aceitável8. Há várias técnicas descritas para a cervicoplastia anterior direta6. Em 1971, Cronin e Biggs descreveram a técnica de cervicoplastia anterior, também chamada de plastiaT-Z, na qual realizava a excisão do excesso de pele do pescoço com fechamento em zetaplastia, uma alternativa à clássica ritidoplastia6. Além da zetaplastia de pele, pode ser realizada também a zetaplastia do musculo platisma2, evitando assim uma brida muscular subjacente à cicatriz cutânea. Nos casos apresentados, foram realizadas apenas a zetaplastia da pele, sem evidenciarmos a presença de brida subjacente. Pacientes com 60 anos ou mais que apresentem excesso de pele e flacidez cervical anterior, sujeitos a lipectomia e platismoplastia, têm benefícios ao realizar a ressecção de pele para melhora do contorno e perfil cervical. Quando possível, orienta-se limitar a incisão entre a região submentual e a cartilagem da tireoide, de modo que a cicatriz se torne menos visível em posição neutra da cabeça7. Preconiza-se que a marcação do paciente seja realizada com este em posição vertical, uma vez que as áreas demarcadas são dependentes da posição, sem hiperextensão cervical4. A área a ser ressecada deve ser conservadora, de modo a não causar tensão demasiada ou recrutar pele adicional para linha média. Para a marcação da técnica empregada, primeiramente demarca-se uma linha transversal, delimitando o ângulo cervico-mentoniano desejado, e uma segunda linha transversal limitando a extensão inferior da incisão. Pinça-se o excesso de pele na altura do novo ângulo, demarcando a largura da área ressecada1. A cervicoplastia direta pode ser realizada com anestesia local e sedação leve. O pós-operatório é tranquilo com menos dor, edema e equimoses quando comparado a procedimentos mais invasivos7. É recomendado que as incisões sejam microporadas ao fim do procedimento, mantendo as fitas por 1 semana sobre a ferida. Em geral os pacientes apresentam após o procedimento pouca dor, edema e equimose. Aos pacientes submetidos a lipoaspiração e descolamento, orienta-se leve compressão local, com uso de faixa elástica por 24 horas durante a primeira semana, e durante a noite da semana seguinte. Para uma melhor cicatrização, pode-se utilizar no período noturno placa de silicone por 8 semanas, após a retirada das fitas cirúrgicas7. Esses cuidados associados a massagem local minimizam a hipertrofia cicatricial, evoluindo com um resultado estético mais satisfatório. As complicações mais descritas são áreas de excesso de pele residual e insatisfação com a cicatriz, ambas facilmente manejadas sob anestesia local em um segundo procedimento. Alguns autores orientam que quando necessários, revisões cirúrgicas sejam realizadas com 1 ano de cirurgia, pois pequenas alterações podem se resolver sem manipulação, e maiores problemas requerem maturação dos tecidos moles9. CONCLUSÃO A técnica da “urna grega” é segura e efetiva para correção da deformidade do pescoço de peru, por apresentar reduzido tempo operatório, rápida recuperação, baixa taxa de complicação e mínimos efeitos na aparência geral da face. REFERÊNCIAS 1. Farrior E, Eisler L, Wright HV. Techniques for rejuvenation of the neck platysma. Facial Plast Surg Clin North Am. 2014 May;22(2):243-52. Review. 2. Gradinger GP. Anterior cervicoplasty in the male patient. Plast Reconstr Surg. 2000 Oct;106(5):114654; discussion 1155 3. Bitner JB, Friedman O, Farrior RT, Cook TA. Direct submentoplasty for neck rejuvenation. Arch Facial Plast Surg 2007; 9:194–200 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 75 Cervicoplastia anterior direta: indicações e resultados em homens 4. Shadfar S, Perkins SW. Anatomy and physiology of the aging neck. Facial Plast Surg Clin North Am. 2014 May;22(2):161-70. 5. Adamson PA, Litner JA. Surgical management of the aging neck. Facial Plast Surg. 2005 Feb;21(1):11-20. 6. Cronin, T. D., and Biggs, T. M. The TZplasty for the male “turkey gobbler” neck. Plast. Reconstr. Surg. 47:534, 1971 7. Jordan JR. Direct cervicoplasty. Facial Plast Surg. 2012 Feb;28(1):52-9. 8. Adamson PA, Litner JA. Surgical management of the aging neck. Facial Plast Surg. 2005 Feb;21(1):11-20 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 76 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Recontrução de mama com uso de dispositivo de expansão externa Breast reconstruction whith external expansion device Patricia Regina Bigolin , Maria Cecília Clos Ono2, Ruth Maria Graf3, Priscilla Balbinot4, Alfredo Benjamim Duarte da Silva5 1 RESUMO ABSTRACT A lipoenxertia se apresenta com ferramenta tanto de forma independente quanto técnica adjuvante a outras técnicas de reconstrução mamaria. Cirurgiões do mundo todo utilizam este procedimento para tratar danos teciduais e deformidades apos mastectomias Este e o relato de caso de uma paciente mastectomizada unilateralmente tratada apenas com enxerto autólogo de gordura associado ao uso de expansor tecidual externo –BRAVA, realizado no Hospital de Clinicas –UFPR. O dispositivo foi utilizado para preparo do leito da enxertia e no pos operatório para manter o volume a a vascularização do enxerto nos primeiros dias pos cirurgia. Foram feitas duas sessões de lipoenxertia, com intervalo de 3 meses entre elas. As fotos pré e pós operatórias foram avaliadas. Foi observado Observamos melhora global da qualidade tecidual local e manutenção do volume pos operatório do volume do enxerto. Este procedimento não afetou a possibilidade de se utilizar outras técnicas se os resultados não fosem considerados adequados. O dispositivo de expansão externa Brava usa as capacidades regenerativas de forças mecânicas para aumentar a capacidade do volume do leito no pré-operatório e vascularização do local destinatário , permitindo megavolumes de gordura a ser enxertado difusamente sem diminuir significativamente interface do enxerto/receptor ou o aumento da pressão do líquido intersticial . A aplicação destes princípios permitiu o uso de megavolumes de gordura na mama com retenção substancial local. Concluiu-se que se apresenta como um recurso útil que pode ser utilizado como tratamento independente. The fat grafting presents with tool both independently as adjuvant technique to other mammary reconstruction techniques. Surgeons around the world use this procedure to treat tissue damage and deformities after mastectomies This and the case report of a patient mastectomized unilaterally treated only with autologous fat associated with the use of external tissue expander -BRAVA, held at the Clinical Hospital -UFPR. The device was used to prepare the graft bed and after surgery to keep the volume aa vascularization of the graft in the first days after surgery. Two sessions of fat grafting were performed with an interval of 3 months between them. The preoperative and postoperative photographs were evaluated. It was observed observed global improvement of local tissue quality and maintenance of the volume pos operative graft volume. This procedure did not affect the ability to use other techniques if the results do fosem considered appropriate. The Brava external expansion device uses the regenerative capacities of mechanical forces to increase the bed volume capacity preoperatively and vascularization of the target site, allowing megavolumes fat to be grafted diffusely without significantly diminishing the graft interface / receiver or increasing the pressure of the interstitial fluid. Applying these principles allowed the use of fat in the breast with megavolumes place substantial retention. The conclusion that presents itself as a useful resource that can be used as independent treatment. DESCRITORES: autoenxerto, Terapia baseada em transplante de células e tecidos, Reconstrução de mama KEYWORDS: alograft, Terapia baseada em transplante de células e tecidos, Breast reconstruction 1. Médico residente HC ufpr 2. Professor adjunto da disciplina de cirurgia plástica da UFPR 3. Professor adjunto da disciplina de cirurgia plástica da UFPR 4. Médico residente HC ufpr 5. Professor adjunto da disciplina de cirurgia plástica da UFPR Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 77 Recontrução de mama com uso de dispositivo de expansão externa INTRODUÇÃO O enxerto de gordura vem sendo utilizado para reconstrucao de defeitos corporais desde o seculo passado. Apos o advento da lipoaspiracao seu uso esta novamente em evidencia pois seus resultados tem sido significantes no que diz respeito a recosntrucao mamaria. Um dos fatores mais discutidos sobre o uso de nexerto de gordura e sobre sua alta taxa de reabsorcao no pos operatorio. Existem poucos casos descritos na literatura que utilizaram apenas enxerto de gordura para recosntrucao mamaria. Este relato de caso apresenta uma recosntrucao de mama unilateral pos mastectomia esquerda, utilizando apenas enxerto de gordura autologo, com auxilio do dispositivo de expansao tecidual externa- BRAVA (LLC Miami, FL). Este dispositivo gera uma pressao negativa sobre os tecidos do sitio de enxertiae, por uma serie de fatores descritos, promove viabilidade de uma maior quantidade de gordura, permitindo o uso de maiores volumes em cada sessao de transferencia de gordura. OBJETIVO Este artigo apresenta um relato de caso do Servico de Cirurgia Plastica e Reparadora Do Hospital das Clinicas da UFPR com uso de gordura autologa para recosntrucao mamaria pos mastectomia, associada ao uso do BRAVA. Tem como objetivo avaliar o resultado pos operatorio do mega volume de gordura associado ao uso do BRAVA e sua manutencao do volume enxertado. MÉTODO Uma paciente, feminina, 48 anos, mastectomizada ha 8 anos a esquerda, sem radioterapia previa. Explicao a paciente sobre o funcionamento do dispositivo e sua necessidade da comprometimento ao tratamento. A mesma fez uso do BRAVA por 3 semanas no preoperatorio e 2 semanas pos-operatorias.Na primeira semana pre-operatoria o uso foi de 4-6 horas diarias. Na segunda semana o uso foi de 8-10 horas diarias, na terceira semana de 14-16 horas. Foram realizadas duas sessoes lipoenxertia. Rigotomias foram feitas na area da cicatriz da mastectomia antes da enxertia. A gordura foi coletada com canula de 3.5 em flancos, decantada e enxertada com seringas de 10 cc no sitio da mastectomia, em grande volume. Foram enxertados 250 ml na primeira sessao e 240 ml na segunda sessao. O intervalo entre as sessoes foram de 3 meses. No pos operatorio, apos 72horas da enxertia, a paciente reiniciou o uso do BRAVA para manter estimulo a matriz tecidual onde foi colocado o enxerto, de 4-6 horas por dia durante as duas semanas que se seguiram. Fotos pre e pos operatorias foram avaliadas para observar a viabilidade do enxerto de mega volume. RESULTADOS Foi possivel enxertar grande volume nas duas sessoes de lipoenxertia pois o tecido do leito da mastectomia havia sido expandido com o dispositivo. Mesmo durante a enxertia observou-se que a matriz local apos o uso do BRAVA permitiu a acomodacao sem tensao da gordura. As rigotomias facilitaram a liberacao da retracao da area cicatricial para exertia da gordura, criando-se tuneis pequenos de no maximo 2mm de diametro, com objetivo de aumentar contato da interface com enxerto. Durante o uso do BRAVA, nas primeiras duas semanas a paciente apresentou hiperemia local e erosoes superficiais na pele acompanhadas de dor discreta na area em que as bordas do dispositivo tocava o torax. Todas esses sinais e sintomas foram contornados com orientacao do uso da locao hidratante e das fitas de protecao que acompanham o kit do dispositivo, o que nao interrompeu. Observou-se manutencao do volume enxertado no pos operatorio, significativamente maior do que quando nao utilizamos o dispositivo de expansao tecidual externo. DISCUSSÃO Enxerto de mega volumes de gordura autologa (>100ml), quando em pequenos espacoes, faz com que a pressao intersticial aumente, diminuindo a vascularizacao capilar e queda da taxa de difusao de oxigenio reduzindo a oxigenacao do enxerto. Assim a gordura coalesce em espacos com pouca capacidade de sobrevivencia do enxerto, formando areas de esteatonecrose e consequentemente diminuicao do volume residual final enxertado. O BRAVA usa as capacidades regenerativas de forças mecânicas para aumentar a capacidade do volume do leito no préoperatório e vascularização do local destinatário , permitindo megavolumes de gordura a ser enxertado difusamente sem diminuir significativamente interface do enxerto/receptor ou o aumento da pressão do líquido intersticial . Varios estudos ja descreveram a capacidade das forcas mecanicas estimularem a proliferacao celular. A aplicação destes princípios permitiu o uso de megavolume de gordura na area de mastectomia com retenção substancial local. CONCLUSÃO Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 Apesar do usi de enxerto de gordura possuir XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 78 Recontrução de mama com uso de dispositivo de expansão externa limitacoes, como reabsorcao local, necessidade de varios procedimentos locais, o uso do BRAVA pode auxiliar na enxertia da mega volumes e na viabilidade do enxerto e na manutencao do resultado pos operatorio. Mesmo com as dificuldades relatadas pela paciente como dor local, hiperemia e erosoes de pele, estes problemas foram contornados sem dificuldades. Concluimos que o uso de mega volumes e do BRAVA e viavel para recosntrucao mamaria e deve ser considerado. REFERÊNCIAS 1.Plast Reconstr Surg. 2014 Mar;133(3):550-7. doi: 10.1097/01.prs.0000438044.06387.2a. Megavolume autologous fat transfer: part I. Theory and principles. Khouri RK1, Rigotti G, Cardoso E, Khouri RK Jr, Biggs ™. 2. Aesthetic applications of Brava-assisted megavolume fat grafting to the breasts: a 9-year, 476-patient, multicenter experience. Khouri RK, Khouri RK Jr, Rigotti G, Marchi A, Cardoso E, Rotemberg SC, Biggs TM. Plast Reconstr Surg. 2014 Apr;133(4):796-807 3.Brava and autologous fat grafting for breast reconstruction after cancer surgery. Uda H, Sugawara Y, Sarukawa S, Sunaga A. Plast Reconstr Surg. 2014 Feb;133(2):203-13. doi: 10.1097/01. prs.0000437256.78327.12 4.Tissue-engineered breast reconstruction with brava-assisted fat grafting: a 7-year, 488-patient, multi center experience. Khouri RK, Rigotti G, Khouri RK Jr, Cardoso E, Marchi A, Rotemberg SC, Baker TJ, BiggsPlast Reconstr Surg. 2015 Mar;135(3):643-58. doi: 10.1097/PRS.0000000000001039. 5. Plast Reconstr Surg. 2012 May;129(5):1173-87. doi: 10.1097/PRS.0b013e31824a2db6. Brava and autologous fat transfer is a safe and effective breast augmentation alternative: results of a 6-year, 81-patient, prospective multicenter study. Plast Reconstr Surg. 2012 Sep;130(3):479e-80e. doi: 10.1097/PRS.0b013e31825dc45b. 6. Plast Reconstr Aesthet Surg. 2008 Dec;61(12):143848. doi: 10.1016/j.bjps.2008.08.006. Epub 2008 Oct 9. Autologous fat transfer--a review of the literature with a focus on breast cancer surgery. Chan CW1, McCulley SJ, Macmillan RD. 7. Send to: Aesthetic Plast Surg. 2009 Sep;33(5):70615. doi: 10.1007/s00266-009-9377-1. Epub 2009 Jun 4. Autologous fat transplantation to the breast: a personal technique with 25 years of experience. Illouz YG1, Sterodimas A. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 79 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Rinofima: Aspectos Importantes da Patologia e Tratamento Cirúrgico com Eletrocautério. Rhinophyma: important aspects of the disease and its surgical treatment with the electrical scalpel. Bruno Cosme Caiado1, Brasil Ramos Caiado Neto2, Larissa Cosme Caiado3, Farid Hakme4 RESUMO ABSTRACT O rinofima, caracterizado por nariz bulboso, é uma doença altamente estigmatizante, Acomete quase que exclusivamente o sexo masculino. Este trabalho objetiva apresentar alguns casos de rinofima, tratados com eletrocautério, seus resultados e impactos na vida dos pacientes, além de dissertar sobre aspectos importantes de uma patologia não tão comum, mas com grandes efeitos sociais e psicológicos. Foi realizada revisão bibliográfica do tema e relato de casos clínicos, antes e após o tratamento. Todos os pacientes afirmaram grande satisfação estética após a conduta proposta, com ganho importante na autoestima e interações sociais. Não ocorreram recidivas. Nas peças cirúrgicas não foram encontradas células carcinomatosas. A experiência ampla com uma determinada modalidade cirúrgica favorece o baixo índice de complicações e a torna a mais adequada a ser empregada. A técnica operatória escolhida para a confecção desse trabalho foi a eletrocauterização. Rhinophyma, also known as bulbous nose, is a highly stigmatizing disease, more common among men. This article foccus on presenting some case reports of rhinophyma treated with the electrical scalpel, the impact of the disease on the patient’s life and its most important aspects. The reports emphasise on the before and after of the procedure. All the patients claimed to have had a great improvement of there self-steem after the treatment, due to the great aesthetical satisfaction it provided. No relapses occured. Carcinomatoses was not found on the tissue sent to avaluation of the pathology. DESCRITORES: rinofima, tratamento, eletrocautério 1. Residente do 2º ano do Serviço de Cirurgia Plástica da Universidade de Nova Iguaçú – UNIG – Hospital da Plástica 2.Chefe do Serviço de Cirurgia Plástica Reconstrutora e Microcirurgia do Instituto Nacional do Câncer 3.Pós graduanda do 1º ano do Instituto de pós-graduação em Dermatologia Prof. Izamar Milidiu Silva 4.Chefe do Serviço de Cirurgia Plástica – Faculdade de Medicina da UNIG, Diretor do Hospital da Plástica (RJ) KEYWORDS: rhinophyma, treatment, electrical scalpel INTRODUÇÃO A rosácea é uma doença comum, especialmente em pessoas de pele sensível, como origem nórdica. É rara em negros. As fases iniciais predominam em mulheres (3:1), mas as alterações hiperplásicas e de glândulas sebáceas são mais comuns em homens. Pode se apresentar em três estágios. O rinofima é uma forma variante da rosácea, que acompanha o estágio III da doença. É a mais comum das suas fimas (no grego, inchaço, massa ou bulbo), acometendo majoritariamente homens. Outros fatores são idade maior do que 40 anos, alcoolismo, história familiar, antecedente de exposição solar prolongada, consumo de cafeína e alimentos que causam rubor facial. Desenvolve se em poucos pacientes, e é decorrente do aumento progressivo do tecido conjuntivo, glândulas sebáceas hiperplasiadas, ectasia de vasos na derme e inflamação crônica profunda, que acontece no decorrer dos anos. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 80 Rinofima: Aspectos Importantes da Patologia e Tratamento Cirúrgico com Eletrocautério. Quatro variantes do rinofima são conhecidos: forma glandular (aumento nasal, por enorme hiperplasia lobular de glândulas sebáceas, com depressões, assimetria nasal e aumento da excreção de sebo à compressão), forma fibrosa (hiperplasia difusa do tecido conjuntivo, com hiperplasia sebácea variável), forma fibroangiomatosa (nariz vermelho, aumentado e edemaciado, coberto por vasos ectasiados, com pústulas) e forma actínica (semelhante ao elastoma em idosos, com nódulos de tecido elástico). As cartilagens e áreas internas do nariz não são histologicamente acometidas, mas podem ser afetadas por ação mecânica. Há relatos de coexistência de câncer no mesmo sítio anatômico. O diagnóstico diferencial é feito com leucemia (lesões cutâneas específicas), lúpus eritematoso sistêmico, micose fungóide e acne rosácea graus 1 e 2. Merecem destaque na evolução do tratamento Von Langenbeck (1851) e a ressecção com cicatrização por 2ª intenção; Ollier (1876) e a decorticação; Wood (1912), com enxerto de pele parcial; Adamoupoulos (1961) e a dermoabrasão; Nolan, e a criocirurgia; e finalmente Bohigian (1988), com o laser de CO2. infraorbitários) e infiltração global do nariz com a mesma solução. Depois de aguardados aproximadamente 10 minutos (para efeito do vasoconstrictor), o tecido hiperplásico foi cuidadosamente removido com o bisturi elétrico na função corte (Blend 2), regulado corte- coagulação em 20, tomando se cuidado extremo para não atingir estruturas nobres, como cartilagens. Terminado o procedimento, realizaram se os curativos abertos com sulfadiazina de prata. Os pacientes foram orientados a manter a aplicação da pomada 2x ao dia, por um período que variou de 7 a 15 dias, de acordo com a cicatrização de cada indivíduo, e evitar a exposição solar por pelo menos 6 semanas. A utilização do antibiótico tópico no pós e consultas constantes tinham como objetivo evitar (ou detectar precocemente) infecções que poderiam comprometer o resultado final. RESULTADOS OBJETIVO Os objetivos são destacar aspectos importantes da fisiopatologia do rinofima, doença muito estigmatizante, e apresentar alguns casos dessa patologia, tratados com eletrocauterização, avaliando o grau de satisfação dos pacientes com o resultado estético final e o impacto dessas condutas em suas vidas, dos pontos de vista psicológicos e sociais. Visa, também, verificar a incidência de câncer nas peças cirúrgicas examinadas, e os índices de complicação pós cirúrgicos. MÉTODO Foi realizada uma revisão bibliográfica aprofundada em livros e artigos científicos atualizados e consagrados sobre rinofima, avaliando os principais aspectos clínicos e epidemiológicos envolvidos na sua fisiopatologia. Além disso, feito também um estudo tipo série de casos, retrospectivo, por análise de prontuários de sete pacientes, submetidos ao tratamento cirúrgico por eletrocauterização, entre 2001 e 2004. Os pacientes foram operados em decúbito dorsal, com anestesia local e sedação. Após a antissepsia e assepsia com colocação de campos estéreis, foi realizado bloqueio local com solução composta por 20 ml de Xilocaína à 2%, 1 ml de Adrenalina à 1% e 80 ml de solução fisiológica 0,9% (ramos supratrocleares e Todos os pacientes eram do sexo masculino, com idades entre 46 e 64 anos; 43% caucasianos e 57% pardos ( 3 e 4 indivíduos, respectivamente). Não ocorreram recidivas, necessidade de reabordagem cirúrgica ou complicações, como hipopigmentação, hiperpigmentação ou cicatriz inestética. Nenhuma das peças cirúrgicas excisadas e analisadas Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 81 Rinofima: Aspectos Importantes da Patologia e Tratamento Cirúrgico com Eletrocautério. por patologista apresentou células cancerígenas. O índice de satisfação com o resultado estético final foi de 100%. DISCUSSÃO O rinofima não compromete estruturas profundas, portanto, não se devem expor cartilagens para não comprometer resultados estéticos. A doença não tem caráter maligno (salvo casos em que há associação com carcinoma), portanto não é pertinente utilizar condutas agressivas, como retalhos, que deixam cicatrizes. 2)Fitzpatrick, Thomas B. Alterações dos anexos epidérmicos e alterações relacionadas. Rosácea. Fitzpatrick Tratado de Dermatologia 5a ed. Vol.1.Rio de Janeiro. Revinter. 3) Zanini AS, Carreirão S, Lessa S. Cirurgia do nariz. Rinologia e rinoplastia: funcional, reparadora e estética. Rio de Janeiro:Revinter;1994. p.89-94. 4)Gunter JP, Rohrich RJ, Adams WP Jr. Dallas rhinoplasty: nasal surgery by the masters. 1st ed. St. Louis:Quality Medical Publishing;2002. Nenhum dos casos estudados se relacionou com a presença de câncer, porém alguns autores consagrados referem a coexistência entre as doenças. Churchil e Converse relataram casos de carcinoma basocelular associados, assim como Mathes, que apresentou índices positivos em até 30% das peças analisadas. Converse também apresentou casos de carcinoma espinocelular nas amostras. CONCLUSÃO O nariz, como estrutura central da face, é considerado por muitos autores o principal responsável pela harmonia da estética facial. O tratamento do rinofima possibilita o retorno dessa característica, trazendo grande satisfação para o paciente, com melhora considerável da autoestima, melhor aceitação da própria imagem e aperfeiçoamento das relações interpessoais, relatados pelos próprios. Existem diversas modalidades de tratamento, todas com resultados estéticos bastante satisfatórios. O que guia a escolha da melhor conduta é a experiência do cirurgião, que deve optar por aquela com a qual está mais adaptado. A utilização do eletrocautério, quando realizada com cuidado e por profissional habituado com a técnica, apresenta excelentes resultados cosméticos, com baixíssimo índice de sangramento no transoperatório e poucas complicações. O exame histopatológico das peças excisadas deve ser realizado sempre devido ao risco de associação com doença carcinomatosa. REFERÊNCIAS 1) Du Vivier, Anthony. Rosácea. Atlas de Dermatologia Clínica 4 ed. Rio de Janeiro. Saunders-Elsevier. 2014. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 82 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional associada a tela de polipropileno (márlex) Three-dimensional reconstruction of skull vault with titanium mesh associated with polypropylene mesh ( marlex ) Gustavo Moreira Costa de Souza1, Klaus Rodrigues de Oliveira2, Rodolfo Guedes Afiune3, Tiago Luiz Miolo4, Miguel Lopez5 RESUMO A cranioplastia para reconstrução da calota craniana é um procedimento importante na rotina da cirurgia craniofacial. Várias são as técnicas descritas e muitas são as complicações. A reconstrução craniana torna se imperativa para fim estético e funcional, como no tratamento da Síndrome do Trefinado, em que o doente sem a expansão cerebral pela falta da calota, apresenta-se com cefaleia crônica, desconforto durante a movimentação da cabeça, bradicinesia e piora da função cognitiva. Várias são as técnicas utilizadas, entre eles ,enxertos ósseos e materiais aloplásticos são os principais terapias, contudo nas grandes perdas de calota e na ausência do osso original, os materiais aloplásticos prevalecem, sendo o cimento acrílico (metacrilato) o seu principal representante em nosso meio. Contudo múltiplas são as complicações descritas, principalmente a infecção e retirada do implante. A tela metálica com fixação interna rígida, aparece como uma das ferramentas do arsenal de reconstrução, com maior resistência a infecção, pela ausência de espaço morto, estabilidade e proteção do encéfalo, com eficiente tratamento da síndrome do Trefinado.A explicação é que, ao contrário de outros métodos que não preenchem a concavidade do defeito ,esta técnica permite a expansão do encéfalo e a paquidura em sua direção, contudo, apresenta limitação no restabelecimento no contorno tridimensional original do crânio. O objetivo deste trabalho e descrever nova técnica de reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional associada a tela de márlex e 1. Membro Titular SBCP e ABCCMF, medico 2. Membro Aspirante SBCP, medico,cirurgião-dentista 3. Membro Aspirante SBCP, medico 4. Membro Aspirante SBCP, medico 5. Membro Aspirante SBCP, medico relatar uma série de casos de grandes perdas cranianas com a aplicação deste método. CASUÍSTICA E MÉTODO: São relatados 2 casos de grande falha craniana após craniotomia/craniectomia com perda da calota original. A reconstrução foi feita com tela metálica convencional com corte radiais seguindo modelo pré-operatório feito no ambulatório em filme de radiografia, de modo a permitir dobrar a tela e obter a forma esférica tridimensional, esférica, muito próxima da forma da calota original .A tela metálica moldada eh então fixada com parafusos, mantendo superfície convexa, como uma verdadeira abóboda craniana e recoberta com uma tela de márlex . RESULTADOS / CONCLUSÕES: Todos os casos apresentaram boa evolução, sem perda da reconstrução ou complicações infecciosas. Conclusão: A reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional recoberta com tela de márlex mostrou se um método versátil, eficiente e de baixo custo, superando, a reconstrução com a técnica tradicional com tela metálica, melhorando a forma convexa da cranioplastia e permitindo maior expansão e estabilidade do encéfalo e da cavidade craniana. DESCRITORES: cranioplastia, tela de titanio, tela de polipropileno ABSTRACT A cranioplastia para reconstrução da calota craniana é um procedimento importante na rotina da cirurgia craniofacial. Várias são as técnicas descritas e muitas são as complicações. A reconstrução craniana torna se imperativa para fim estético e funcional, como no tratamento da Síndrome do Trefinado, em que o doente sem a expansão cerebral pela falta da calota, apresenta-se com cefaleia crônica, desconforto durante a movimentação da cabeça, bradicinesia e piora da função cognitiva. Várias são as técnicas utilizadas, Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 83 Reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional associada a tela de polipropileno (márlex) entre eles ,enxertos ósseos e materiais aloplásticos são os principais terapias, contudo nas grandes perdas de calota e na ausência do osso original, os materiais aloplásticos prevalecem, sendo o cimento acrílico (metacrilato) o seu principal representante em nosso meio. Contudo múltiplas são as complicações descritas, principalmente a infecção e retirada do implante. A tela metálica com fixação interna rígida, aparece como uma das ferramentas do arsenal de reconstrução, com maior resistência a infecção, pela ausência de espaço morto, estabilidade e proteção do encéfalo, com eficiente tratamento da síndrome do Trefinado.A explicação é que, ao contrário de outros métodos que não preenchem a concavidade do defeito ,esta técnica permite a expansão do encéfalo e a paquidura em sua direção, contudo, apresenta limitação no restabelecimento no contorno tridimensional original do crânio. O objetivo deste trabalho e descrever nova técnica de reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional associada a tela de márlex e relatar uma série de casos de grandes perdas cranianas com a aplicação deste método. KEYWORDS: cranioplasty, titanium mesh, polypropylene mesh INTRODUÇÃO A cranioplastia para reconstrução da calota craniana é um procedimento importante na rotina da cirurgia craniofacial. Várias são as técnicas descritas e muitas são as complicações. A reconstrução craniana torna se imperativa para fim estético e funcional, como no tratamento da Síndrome do Trefinado, em que o doente sem a expansão cerebral pela falta da calota, apresenta-se com cefaleia crônica, desconforto durante a movimentação da cabeça, bradicinesia e piora da função cognitiva. Várias são as técnicas utilizadas, entre eles ,enxertos ósseos e materiais aloplásticos são os principais terapias, contudo nas grandes perdas de calota e na ausência do osso original, os materiais aloplásticos prevalecem, sendo o cimento acrílico (metacrilato) o seu principal representante em nosso meio. Contudo múltiplas são as complicações descritas, principalmente a infecção e retirada do implante A tela metálica com fixação interna rígida, aparece como uma das ferramentas do arsenal de reconstrução, com maior resistência a infecção, pela ausência de espaço morto, estabilidade e proteção do encéfalo, com eficiente tratamento da síndrome do Trefinado.A explicação é que, ao contrário de outros métodos que não preenchem a concavidade do defeito ,esta técnica permite a expansão do encéfalo e a paquidura em sua direção, contudo, apresenta limitação no restabelecimento no contorno tridimensional original do crânio. O objetivo deste trabalho e descrever nova técnica de reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional associada a tela de márlex e relatar uma série de casos de grandes perdas cranianas com a aplicação deste método. OBJETIVO O objetivo deste trabalho e descrever nova técnica de reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional associada a tela de márlex e relatar uma série de casos de grandes perdas cranianas com a aplicação deste método MÉTODO São relatados 2 casos de grande falha craniana após craniotomia/craniectomia com perda da calota original. A reconstrução foi feita com tela metálica convencional com corte radiais seguindo modelo pré-operatório feito no ambulatório em filme de radiografia, de modo a permitir dobrar a tela e obter a forma esférica tridimensional, esférica, muito próxima da forma da calota original . A tela metálica moldada eh então fixada com parafusos, mantendo superfície convexa, como uma verdadeira abóboda craniana e recoberta com uma tela de márlex . RESULTADOS Todos os casos apresentaram boa evolução, sem perda da reconstrução ou complicações infecciosas. DISCUSSÃO A reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional recoberta com tela de márlex mostrou se um método versátil, eficiente e de baixo custo, superando, a reconstrução com a técnica tradicional com tela metálica, melhorando a forma convexa da cranioplastia e permitindo maior expansão e estabilidade do encéfalo e da cavidade craniana. CONCLUSÃO A reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional recoberta com tela de márlex Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 84 Reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional associada a tela de polipropileno (márlex) mostrou se um método versátil, eficiente e de baixo custo, superando, a reconstrução com a técnica tradicional com tela metálica, melhorando a forma convexa da cranioplastia e permitindo maior expansão e estabilidade do encéfalo e da cavidade craniana. REFERÊNCIAS 1.Chalouhi N, Teufack S, Fernando Gonzalez L, Rosenwasser RH, Jabbour PM. An extreme case of the syndrome of the trephined requiring the use of a novel titanium plate. Neurologist 2012;18:423-5. 2. Janzen C, Kruger K, Honeybul S. Syndrome of the trephined following bifrontal decompressive craniectomy: implications for rehabilitation. Brain Inj 2012;26:101-5. 3. Fodstad H, Love JA, Ekstedt J, Fridén H, Liliequist B. Effect of cranioplasty on cerebrospinal fluid hydrodynamics in patients with the syndrome of the trephined. Acta Neurochir (Wien) 1984;70:21-30 4. Viterbo F, Palhares A, Modenese E. Cranioplasty: The autograft option. J Craniofac Surg 1995;6:80-3. 5. Zins JE, Langevin CJ, Nasir S. Controversies in skull reconstruction. J Craniofac Surg 2010;21:1755-60. 6. Black SP. Reconstruction of the supraorbital ridge using aluminum. Surg Neurol 1978;9:121-8. 7.Abuzayed B, Tuzgen S, Canbaz B, Yuksel O, Tutunculer B, Sanus GZ. Reconstruction of growing skull fracture with in situ galeal graft duraplasty and porous polyethylene sheet. J Craniofac Surg 2009;20:1245-9. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 85 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Tratamento de queimaduras elétricas. Treatment of electrical burns. Diego Machado Silvano , Daniel Ogaretto Barazzetti , Alexandra Sofia Cruz Queirós e Nascimento1, Miguel Angel Rodríguez Silva1, Jorge Bins Ely2 1 1 RESUMO ABSTRACT As queimaduras são importante causa de mortalidade. Além disso resultam em considerável morbidade pelo desenvolvimento de seqüelas. No Brasil acontecem um milhão de casos de queimaduras a cada ano. As queimaduras estão entre as principais causas externas de morte no Brasil. As causas mais freqüentes, são a chama de fogo, contato com água fervente, líquidos quentes, objetos aquecidos e com menor frequencia, porém com alta morbimortalidade, estão as queimaduras elétricas. As queimadura eletrícas correspondem a 5-20% entre o total das causas de queimaduras. Descrevemos dois casos de pacientes grande queimados, atendidos pelo serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). - Florianopolis- SC. A voltagem é o principal fator determinante da necessidade de amputação dos membros. Tais pacientes demandam atendimento por equipes multidisciplinares especializadas. Burns are a major cause of mortality. Furthermore result in considerable morbidity by developing sequelae. In Brazil a million cases of burns occur each year. Burns are among the main external cause of death in Brazil. The most frequent causes are fire flame, contact with boiling water, hot liquids, hot objects and less frequently, but with high morbidity and mortality, electrical burns. Electrical burns correspond to 5-20% of total causes. We describe two cases of severe burned patients treated at Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis, Santa Catarina, Brazil. Voltage is the main factor determining the need for limb amputation. Such patients require care by specialized multidisciplinary teams. KEYWORDS: Burns, Eletric, Plastic Surgery, Reconstruction DESCRITORES: Queimadura elétrica, Cirurgia Plástica, Reconstrução INTRODUÇÃO 1. Residente de Cirurgia Plástica HU/UFSC 2.Professor Titular de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de Santa Catarina. Chefe/Regente do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário - UFSC Entende-se por queimadura o quadro resultante da ação direta ou indireta do calor sobre o organismo humano. O prognóstico tem melhorado dramaticamente, graças ao reconhecimento da importância do debridamento precoce e no emprego de substitutos biológicos da pele. As queimaduras ainda configuram importante causa de mortalidade, se deve principalmente à infecção que pode evoluir com septicemia, assim como à repercussão a nível sistêmico. Além disso as queimaduras resultam em considerável morbidade pelo desenvolvimento de sequelas, estando entre as mais graves a incapacidade funcional, especialmente quando atinge as mãos, as deformidades estéticas, sobretudo da face, e também aquelas de ordem psicossocial. No Brasil Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 86 Tratamento de queimaduras elétricas. acontecem um milhão de casos de queimaduras a cada ano, 200 mil são atendidos em serviços de emergência, e 40 mil demandam hospitalização. As queimaduras estão entre as principais causas externas de morte no Brasil, perdendo apenas para causas violentas, como acidentes de transporte e homicídios . As causas mais freqüentes das queimaduras são a chama de fogo, contato com líquidos quentes, objetos aquecidos e com menor frequência, porém com alta morbimortalidade, estão as queimaduras elétricas. As queimadura eletrícas correspondem a 5-20% entre o total das causas de queimaduras. A elevada taxa metabólica observada em vitimas de queimaduras (superior 50% da superfície corpórea) é maior que qualquer outra forma de trauma ou septicemia severa. Portanto, o paciente grande queimado apresenta características peculiares. Seu tratamento é demorado, doloroso para quem o recebe, oneroso para quem o custeia e trabalhoso para quem o executa. A prioridade no tratamento de lesões tão extensas é procurar modificar o ritmo acelerado de destruição tecidual. Isto tem sido alcançado através de um suporte nutricional adequado, prevenção de infeção na área queimada e outras áreas, e através de uma rápida cobertura da área lesada. OBJETIVO Descrever caso de 2 pacientes grande queimados elétricos por alta voltagem. MÉTODO Série de dois de pacientes grande queimados, atendidos pelo serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). - Florianopolis- SC. Todos pacientes foram atendidos no ano de 2014 e permitiram a publicação dos seus dados e fotos. RESULTADOS Paciente 1- masculino, 39 anos, trabalhador de empresa prestadora de serviços a consórcio de distrubuição energética. O mesmo manipulava redes com tensão de 23800 volts, com materiais de proteção inadequados, quando sofreu descarga elétrica. Apresentou queda ao solo, aonde aguardou 40 minutos, até se socorrido pela equipe do corpo de bombeiros. O mesmo manteve nivel de consciência (Glasgow 15) até chegada ao hospital, reclamando de dor intensa nos membros. . Devido agitação psicomotora necessito sedação com posterior intubação para proteger vias aéreas. Apresentava cianose em extremidades, sem pulso e com sinais de carbonização. Realizado amputação dos 4 membros 3 dias após internação. Foram necessária três reintervenções, com desbridamento cirúrgico. Tratado com a equipe multidisciplinar (Cirurgia Plástica e Queimados, UTI, infectologia e enfermagem) com antibioticoterapia, curativos com papaína 2% e 5%, dersane e AGE (ácidos graxsos essenciais) evoluiu com melhoras, granulando bem nos cotos dos 4 membros. Necessitou de antibiticoterapia endovenosa, por infecção de sítio cirúrgico o qual apresentava febre. Descartado osteomielite através da radiologica Paciente 2 - masculino, 27 anos, morador de rua, consumidor de substâncias psicoativas, vitima de queimadura por arco elétrico (12000W); levado ao Hospital pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Realizado o tratamento conforme preconiza o ATLS (Advanced Truama Life Suport); Realizado intubação orotraqueal, punção de acesso venoso e hidratação conforme preconizado por Parkland, mantendo o débito urinário acima de 1ml/k/h. Após avaliação em centro cirúrgico, foi possível mensurar a extensão e profundidade das leões a partir da regra dos 9. Paciente com 70% de SCQ (superfície corporal queimada) com queimaduras de segundo grau em tronco e coxa esquerda, e queimaduras de terceiro grau nos pés e lado esquerdo da face. As áreas com queimaduras mais profundas eram cobertas com curativo biológico (BIATAIN®) e as áreas mais superficiais eram cobertas com alginato. Realizado enxerto de pele (proveniente do banco de pele da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre- doação do Dr. Pedro Bins Ely); após curativos de dersane, AGE (ácidos grassos escenciais), papaína 2%, 5% e 10% Permaneceu 90 dias internado. DISCUSSÃO Lesões causadas por exposição igual ou maiores a 1000 volts são definidas como queimaduras de alta tensão. Os dois paciente apresentaram queimaduras causadas tanto pela tensão quanto queimaduras secundarias por chamas. Os sobrevieventes de trauma imediato de queimadura elétrica de alta tensão, terminam com múltiplas amputações devido a severidade da necrose muscular. Em estudos de pacientes queimados por alta tensão até 80% necessitou amputação de algum membro/segmento do membro. 11 Os enxertos de pele permanecem como métodos primários utilizados para cobertura de perdas cutâneas em pacientes com grandes áreas queimadas, como no caso de nossos paciente que apresentou 90% da superfície corporal queimada.12 Nos casos em que não dispomos de áreas doadoras para cobertura satisfatória, Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 87 Tratamento de queimaduras elétricas. onde a desproporcionalidade entre área doadora e área receptora é grande, ficamos limitados aos enxertos em malha ou do tipo em estampilhas e esperando a reepitelização destas áreas doadoras como fontes de pele. Nesses casos, é indiscutível a importância de bancos de pele. Continuam as pesquisas visando a agentes e materiais capazes de dar cobertura definitiva para urna grande àrea queimada. Os diversos substitutos temporários da pele humana vêm-se prestando função extremamente útil, que é a de dar cobertura temporária ao tecido desepitelizado. Em nosso caso, usamos um substituto temporário da pele humana denominado BIATAIN®, com o qual obtivemos bons resultados. 13 O seu primeiro avanço está na conversão de um ferimento aberto e contaminado para um ferimento fechado e limpo, com a vantagem de podermos observar as àreas queimadas sem fazermos trocas de curativos. O BIATAIN® nos forneceu urna cobertura temporária muito satisfatória.14 A aderência à superfície desepitelizada faz com que a dor seja em grande parte ausente, não permitindo invasão bacteriana secundária e diminuindo as perdas de proteínas e eletrólitos. A película auxilia a preparação do leito receptor, é de fácil aplicação e remoção, e a reepitelização é feita em menor tempo, abreviando desta forma o tempo de internação.15 CONCLUSÃO Os pacientes grande queimados apresentam grande morbidade e mortalidade, principalmente quando a SCQ é acima de 60%. A voltagem é o principal fator determinante da necesssidade de amputação dos membros, no caso de queimaduras elétricas. Esse três casos descritos apresentam bom desfecho clínico Tais pacientes demandam atendimento por equipes multidisciplinares especializadas. REFERÊNCIAS brûlure thermique. Rev Prat. 2002;52:2228-33. 6. Leão CEG. Queimaduras. In: Fonseca FP, Rocha PRS, editors. Cirurgia ambulatorial. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1999. p.122-8. 8. Fish RM, Geddes LA. Conduction of electrical current to and through the human body: a review. Eplasty. 2009;9:e44. 9. Garcı́a-Sánchez V, Gomez Morell P. Electric burns: high- and low-tension injuries. Burns. 1999;25(4):357-60. 10.Luz DP, Millan LS, Alessi MS, et al. Electrical burns: a retrospective analysis across a 5-year period. Burns. 2009;35(7):1015-9. 11.Arnoldo BD, Purdue GF, Kowalske K, et al. Electrical injuries: a 20-year review. J Burn Care Rehabil. 2004;25(6):479-84. 12.National Institute for Occupational Safety and Health. Worker deaths by electrocution. A summary of NIOSH surveillance and investigative findings. Cincinnati: National Institute for Occupational Safety and Health; 1998. Available from: http:// www.cdc.gov/niosh/docs/98-131/pdfs/98-131. pdf. Accessed in 2013 (Nov 14). 13.Edelstein J, Peters W, Cartotto R. Lightning injuries: a review and case presentations. Can J Plast Surg. 1994;2:164-8. 14.Buja Z, Arifi H, Hoxha E. Electrical Burn Injuries. An Eight-year Review. Ann Burns Fire Disasters. 2010;23(1):4-7. 15.John Bailer A, Bena JF, Stayner LT, Halperin WE, Park RM. External cause-specific summaries of occupational fatal injuries. 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Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 89 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Rol del colgajo toracodorsal lateral en la reconstrucción mamaria. Nuestra experiencia en uruguay Role of lateral thoracodorsal flap in breast reconstruction. Our experience in Uruguay Paola Corsino1, Natalia Cortabarría2, Héctor Juri3 RESUMO ABSTRACT Uruguay se encuentra dentro de los países con mas alta incidencia de cáncer de mama de la región. La situación clínica a la que más frecuentemente nos enfrentamos es la de una paciente con deseos de reconstruir su mama presentando una mastectomía radical modificada con una evolución de un año o más.Teniendo en cuenta la forma adulta de la mama, el biotipo de mama uruguaya con forma de gota con mayor volumen en el cuadrante inferoexterno y una cicatriz post mastectomía que atraviesa la región mamaria, nuestra preferencia es la de realizar la reconstrucción mamaria con implantes y con el colgajo toracodorsal lateral descrito por Holmström. Se analizan las indicaciones y los motivos de nuestra preferencia por el colgajo toracodorsal lateral de Holmström. Se compara con otras técnicas de reconstrucción que utilizan implantes. Se analizan sus ventajas y desventajas. Se muestran casos clínicos. Empleamos alguna variación técnica de la original descrita en 1986 en el diseño del colgajo. A pesar que hace 30 años de la publicación de la técnica, este colgajo no ha sido tan difundido y no es referido en las mayores series de casos de reconstrucción mamaria como opción terapéutica.En Uruguay el autor senior lo utiliza desde hace aproximadamente 15 años y continúa siendo la técnica de elección en esta selección de pacientes. Es una técnica sencilla, reproducible, que requiere corta curva de aprendizaje y que aporta un colgajo seguro desde el punto de vista vascular.El colgajo toracodorsal lateral, con un buen planeamiento preoperatorio, ofrece resultados estéticos naturales, similares a otros métodos de reconstrucción, en un corto tiempo quirúrgico, de manera sencilla y con baja morbilidad para la paciente. Uruguay has one of the highest incidences in breast cancer of the region. One of the most common situation is that of a women with a radical modified mastectomy who wants breast reconstruction. Considering the shape of the adult breast, who has more volume in the inferoexternal quarter and the post mastectomy scar, we prefer to perform breast reconstruction with the lateral tohracodorsal flap and implants. We analyze indications, advantages and disadvantages, and the reasons for our preference. We compared with other techniques using implants. We modify technical aspects and we show clinical cases. Despite it has been 30 years since this technique was published it is not well known and is not mentioned in most of the series of breast reconstruction. The senior author has 15 years of experience and still remains the technique of choice. One of the most important steps is the preoperative planning of the flap. Then provides a very natural shape. It is simple technique, has a short learning curve and is a very safety choice. KEYWORDS: Breast reconstruction, flap, breast implants DESCRITORES: Reconstrucción mamaria , colgajos, implantes mamarios 1. Asistente cátedra de cirugía plástica y quemados 2. Profesor adjunto cátedra de cirugía plástica y quemados 3.Cátedra de Cirugia Plastica y Centro Nacional de Quemados. Hospital das Clinicas, Montevideo - Uruguay Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 90 Rol del colgajo toracodorsal lateral en la reconstrucción mamaria. Nuestra experiencia en uruguay INTRODUÇÃO Uruguay se encuentra dentro de los países con mas alta incidencia de cáncer de mama de la región, únicamente superado por Bahamas, y seguido por Estados Unidos.[1] Cuando en nuestra consulta nos enfrentamos a una paciente con una mastectomía total se nos abre el abanico de opciones reconstructivas que todos conocemos: reconstrucción con tejidos autólogos exclusivamente, autólogos y prótesis o materiales protésicos únicamente. La situación clínica mas frecuente es la de una paciente con deseos de reconstruir su mama presentando una mastectomía radical modificada con una evolución de un año o más. El mayor uso y aceptación de los implantes mamarios por parte de las pacientes y también del equipo tratante, hacen que estos sean cada vez mas utilizados para la reconstrucción del volumen mamario y esto ha contribuido a mejorar el resultado final de las reconstrucciones. transpone aproximadamente 90 grados aumentando la zona de mayor déficit en sentido transversal. El área dadora se cierra de manera directa con mínimo decolamiento. [3,4,7,10] Empleamos alguna variación técnica de la original descrita en 1986 en el diseño del colgajo: El lado superior del colgajo es de mayor longitud hacia medial que el inferior, para dar mayor proyección. (figura 1) La incisión para generar el área receptora se realiza en S itálica alargada para aprovechar al máximo los lados convexos y el largo del colgajo. (figura 1) En ocasiones que se requiera se puede desepidermizar la punta del colgajo para relleno del pilar anterior de la axila. (figura 2) En la confección del bolsillo submuscular para el implante, se seccionan las fibras laterales del músculo pectoral y se fija el área dadora a la pared torácica para evitar el desplazamiento de la prótesis. La falta de cobertura cutánea que se requiere para lograr una reconstrucción natural puede aportarse realizando una expansión tisular o con la utilización de colgajos. No dejamos ningún tipo de drenajes. Teniendo en cuenta la forma adulta de la mama, el biotipo de mama uruguaya con forma de gota con mayor volumen en el cuadrante inferoexterno y una cicatriz post mastectomía que atraviesa la región mamaria, nuestra preferencia es la de realizar la reconstrucción mamaria con implantes y con el colgajo toracodorsal lateral descrito por Holmström. [3,7] OBJETIVO Se analizan las indicaciones y los motivos de nuestra preferencia por el colgajo toracodorsal lateral de Holmström. Se compara con otras técnicas de reconstrucción que utilizan implantes. Se analizan sus ventajas y desventajas. Se muestran casos clínicos. MÉTODO El colgajo toracodorsal lateral es un colgajo fasciocutáneo de transposición, de base medial, lateral a la proyección del surco submamario, de forma triangular con lados ligeramente convexos, que aprovecha el exceso dermograso de la región lateral a la mama. Su vascularización proviene de las perforantes intercostales mediales y laterales. Se Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 91 Rol del colgajo toracodorsal lateral en la reconstrucción mamaria. Nuestra experiencia en uruguay RESULTADOS Caso clínico 1,2 y 3 DISCUSSÃO A pesar que hace 30 años de la publicación de la técnica, este colgajo no ha sido tan difundido y no es referido en las mayores series de casos de reconstrucción mamaria como opción terapéutica.[4] En Uruguay el autor senior lo utiliza desde hace aproximadamente 15 años con 330 casos aproximadamente y continúa siendo la técnica de elección en esta selección de pacientes. En cuanto a sus indicaciones, inicialmente fue descrito para reconstrucciones totales diferidas, pero actualmente se utiliza en reconstrucciones inmediatas y en mastectomias parciales.[2,11,12,13] Si bien lo más frecuente a lo que nos enfrentamos en nuestro país es a la reconstrucción diferida de mastectomía total, también lo tenemos en cuenta en los casos de reconstrucción inmediata (Caso clínico 2) y en defectos parciales, incluso en su variante técnica como colgajo en isla.[6,9,11] Es una técnica sencilla, reproducible, que requiere corta curva de aprendizaje y que aporta un colgajo seguro desde el punto de vista vascular.[5,8] El pellizco de la piel de la cara lateral del tórax a nivel del surco submamario dará la anchura del colgajo. Las pacientes con piel redundante tienen el beneficio adicional de remoción del rollo. La cicatriz de mastectomía previa no condiciona su indicación, ya que puede utilizarse tanto en incisiones oblicuas, como horizontales o verticales. A diferencia del expansor, logra una forma mamaria más natural, mas parecida a la mama adulta; en forma sencilla y en un sólo tiempo quirúrgico. Aporta tejidos de mismas características a la de la región mamaria previa y sin los daños más evidentes de la radioterapia. (caso clínico 1,3) En comparación con el colgajo de dorsal ancho Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 92 Rol del colgajo toracodorsal lateral en la reconstrucción mamaria. Nuestra experiencia en uruguay presenta menor tiempo operatorio (menor riesgo quirúrgico) sin requerir cambios posturales, menor morbilidad del área dadora, ya que la cicatriz queda oculta debajo del brazo. Además no requiere de la transferencia muscular, como todos los colgajos fasciocutáneos e igual reconstruye el pilar anterior de la axila. Por último, si bien complicaciones como infección, seroma, necrosis grasa, necrosis parcial o total del colgajo o contractura capsular son posibles, cuando se presentan, en general son de rápida resolución. En nues tra casuística la distribución de las complicaciones se presentaron: serosa 18%, dehisencia de herida 0,9%, infección localizada 4%. CONCLUSÃO 8. Kalaaji, A; Bruheim, M. Quality of life after breast reconstruction: comparison of three methods. Scand. J Plast. Reconstr. Surg. Hand. Surg. 44(3):1405, 2010 9. Levine, JL, Soueid, NE, Allen, RJ. Algorithm for autologous breast reconstruction for partial mastectomy defects. Plast. Reconstr. Surg. 116(3):762-7, 2005 10.Lossing C., Elander A., and Holmström, H. Capsular Contracture After Breast Reconstruction with the Lateral Thoracodorsal Flap. Aesth. Plast. Surg. 13:8184, 1989 11.Mc Culley SJ, et al., Lateral thoracic artery perforator (LTAP) flap in partial breast reconstruction. Journal of Plastic, Reconstruct & Aesthetic Surgery (2015). http://dx.doi.org/10.1016/j.bjps.2015.01.008 El colgajo toracodorsal lateral, con un buen planeamiento preoperatorio, ofrece resultados estéticos naturales, similares a otros métodos de reconstrucción, en un corto tiempo quirúrgico, de manera sencilla y con baja morbilidad para la paciente. 12.Munhoz, AM; Montag, E; Arruda, EG; Aldrighi, C; Gemperli, R; Aldrighi, JM; Ferreira, MC. The role of the lateral thoracodorsal fasciocutaneous flap in immediate conservative breast surgery reconstruction.Plast. Reconstr. Surg. 117(6):1699710, 2006 REFERÊNCIAS 13.Ronaldo Pontes, Gisela H. Pontes, Narayana P. Serpa, André R. Monte, Carlos L. Collado, and Fabio N. Silva: Modified Lateral Thoracodorsal Flap: A Way Out of a Difficult Problem. Aesth. Plast. Surg. 30:363-368, 2006 1.www.paho.org/hq/index.php? 2.Alexandre Mendonça Munhoz, Cláudia Maria Aldrighi: Modified Lateral Thoracodorsal Flap: A Way out of a Difficult Problem. Aesth. Plast. Surg. 30:633634, 2006 3. Blomqvist L, Malm M, Holmstrom H, Lossing C: The lateral thoracodorsal flap in breast reconstruction: A comparison between two plastic surgical centres. Scand. J Plast. Reconstr. Hand. Surg. 34:327, 2000 4. Carriquiry, C., Seoane, J., Ayçaguer, O., Londinsky, M.: Reconstrucción mamaria con el colgajo toracodorsal de Holmström: análisis de 6 años de M. Cir. Plast. Iberolatinoam. 32(2):83-92, 2006 5. Fullana Sastre, F., Carreño Hernández, E., Medina Hayas, M., Serena Signes, M., Lacorte-Rodés, T., González-Mestre, V.: 20 años de experiencia con el colgajo toracoepigástrico tipo Hölstrom. Cir. Plast. Iberolatinoam. 34(3):211-222, 2008 6. Hage, JJ; Woerdeman, LA. The design of the lateral thoracodorsal flap. Ann. Plast. Surg. 61(3):302-5, 2008 7. Holmström H, Lossing C: The lateral thoracodorsal flap in breast reconstruction. Plast. Reconstr. Surg. 77:933-941, 1986 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 93 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Qualidade de Vida e Câncer de Pele Não-Melanoma Quality of Life and Non-Melanoma Skin Cancer Thiago Alessandro Ferri , Kuang Hee Lee1, Daniel Ongaratto Barazzetti1, Rosemeri Maurici2, Jorge Bins Ely3 1 RESUMO ABSTRACT Os cânceres de pele não-melanoma são os cânceres humanos mais comuns e, embora as taxas de mortalidade sejam baixas, estes tipos de câncer podem causar deformidades físicas consideráveis. A face e o pescoço são as regiões mais afetadas devido à maior exposição aos raios solares. Os tumores nestas localizações podem apresentar morbidade significativa e levar a um grau variável de deformidade, com prejuízo funcional e estético, resultando em distúrbios psíquicos e sociais. A avaliação da qualidade de vida é de suma importância durante o tratamento do paciente oncológico, já que o diagnóstico de câncer traz aos pacientes sentimentos negativos de raiva e angústia, e principalmente medo da morte, do sofrimento, da recorrência, das limitações físicas e financeiras. Existem diversos estudos sobre qualidade de vida, no entanto, não foi identificado nenhum estudo sobre a qualidade de vida nos pacientes com câncer de pele não-melanoma no Brasil. Non-melanoma skin cancers are the most common human cancers and although mortality rates are low, these cancers can cause considerable physical deformities. Face and neck are the most affected regions due to sunlight exposure. Tumors in these locatiosn may show significant morbidity and lead to a varying degree of deformity, with funcional and aesthetic impairment, resulting in psychological and social disorders. The evaluation of quality of life is of paramount importance for the treatment of cancer patients, as diagnosis of cancer brings to patients negative feelings of anger and anguish, and especially fear of death, suffering, recurrence, physical and financial limitations. There are several studies about quality of life, however, was not identified any study about quality of life in patients with non-melanoma skin cancer in Brazil. DESCRITORES: Cirurgia Plástica, Qualidade de vida, Neoplasias cutâneas KEYWORDS: Plastic Surgery, Quality of life, Skin Neoplasms 1. Residente de Cirurgia Plástica HU/UFSC 2. Médica pneumologista 3.Professor Titular de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de Santa Catarina. Chefe/Regente do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário - UFSC Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 94 Qualidade de Vida e Câncer de Pele Não-Melanoma INTRODUÇÃO e “quality of life” e “skin cancer”.6-10 Os cânceres de pele não-melanoma (CPNM) são os cânceres humanos mais comuns. A incidência do carcinoma basocelular (CBC), isoladamente, tem aumentado 10% ao ano no mundo, sugerindo que a prevalência deste tumor em breve será igual a de todos os outros tipos de câncer combinados. Além disso, estima-se que de 40 a 50% dos pacientes com um carcinoma primário irá desenvolver pelo menos um ou mais CBCs adicionais em 5 anos.1 Foram encontrados 5 artigos no Portal de Periódicos da Capes, 2 artigos na BIREME, 8 artigos na LILACS, 149 artigos no Pubmed e nenhum artigo na SCIELO. Um artigo estava repetido em três portais e um artigo em dois. Estima-se que em 2014 serão 182 mil novos casos de CPNM no Brasil, sendo a maior incidência nos estados de Santa Catarina (210 casos/100 mil pessoas), Rio de Janeiro (183 casos/100 mil pessoas) e Rio Grande do Sul (159 casos/100 mil pessoas).2 Embora as taxas de mortalidade por CBC e carcinoma espinocelular sejam baixas, estes tipos de câncer podem causar deformidades físicas consideráveis.3 Como a maioria desses tumores ocorre em áreas expostas e visíveis, como face e pescoço, tanto o câncer de pele, como a cicatriz cirúrgica, podem ser difíceis de esconder. Faces desfiguradas decorrentes de uma malignidade ou de seu tratamento cirúrgico podem ser causadoras de angústia, e esses pacientes podem conviver com altos níveis de ansiedade, depressão e isolamento social.4 Qualidade de vida (QoL) é um termo amplo que envolve temas como bem-estar social, saúde, inserção do indivíduo na família e na sociedade, dentre outros. A avaliação da QoL é utilizada na medicina há alguns anos para mensurar o quanto os resultados obtidos se aproximam dos objetivos fundamentais de prolongar a vida, aliviar a dor, restaurar a função e prevenir incapacidades. A mensuração da QoL é de extrema importância para a tomada de decisões na prática clínica, especialmente nos casos de CPNM.5 OBJETIVO O objetivo desse estudo é realizar uma revisão da literatura sobre a qualidade de vida nos pacientes com câncer de pele não-melanoma no Brasil. MÉTODO Foi realizada uma busca bibliográfica na base de dados do Portal de Periódicos da Capes, na Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), na base de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), na Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e no Pubmed, utilizando como descritores as palavras-chave “qualidade de vida” e “câncer de pele”, RESULTADOS Após a leitura dos artigos encontrados ou de seus resumos, verificou-se que nenhum deles avaliava a qualidade de vida nos pacientes com câncer de pele não-melanoma no Brasil. DISCUSSÃO O termo CPNM engloba linfomas cutâneos, tumores anexiais, carcinoma de células de Merkel e outras neoplasias cutâneas primárias raras, mas é usado principalmente para definir o CBC e o CEC.1 Apesar de continuar sendo a neoplasia mais incidente em nosso país, em ambos os gêneros, considera-se que os dados estejam subestimados pelo fato de que muitas lesões suspeitas são retiradas sem diagnóstico. Em estatísticas norte-americanas, um em cada cinco indivíduos de pele clara, em algum momento de suas vidas, adquirirá um tipo de câncer cutâneo.11 O risco de desenvolver CPNM depende do genótipo, fenótipo e de fatores ambientais. O risco é maior em moradores de regiões com altos índices de irradiação solar e que têm marcadores de susceptibilidade à radiação ultravioleta, como pele, olhos e cor do cabelo claros (caucasianos), incapacidade para bronzear, e aqueles com lesões de pele benignas relacionadas ao sol, como ceratose actínica e lentigo solar.1 A variação geográfica na incidência de CPNM é outro dado que relaciona esta doença à exposição ao sol. A incidência dentro dos países está associada com o aumento da proximidade com o equador. A camada de ozônio mais fina e a menor distância percorrida por raios ultravioleta em latitudes mais baixas do que em altas latitudes, fazem moradores dessas regiões mais vulneráveis aos efeitos desta radiação. Os gradientes são semelhantes para homens e mulheres, em todas as idades.1 A face e o pescoço são as regiões mais afetadas devido à maior exposição aos raios solares. Os tumores nesta localização podem apresentar morbidade significativa e levar a um grau variável de deformidade, com distúrbios funcional e estético, resultando em distúrbios psíquicos e sociais.11 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 95 Qualidade de Vida e Câncer de Pele Não-Melanoma A avaliação da QoL é de suma importância durante o tratamento do paciente oncológico, já que o diagnóstico de câncer traz aos pacientes sentimentos negativos de raiva e angústia, e principalmente o medo da morte, do sofrimento, da recorrência, das limitações físicas e financeiras. A necessidade de cuidados de suporte já é reconhecida como peça-chave no tratamento de doentes oncológicos.5 Sabe-se que a prevalência dos sintomas físicos está diretamente relacionada à angústia psicológica e à baixa qualidade de vida nestes indivíduos, enfatizando a necessidade de avaliação da QoL em todas as fases da doença. Esta avaliação também pode ser utilizada para predizer a evolução do tratamento e a sobrevida dos pacientes.5 Em nossa pesquisa, encontramos estudos sobre QoL nos pacientes com doenças dermatológicas benignas (como psoríase), melanoma cutâneo, neoplasias da cabeça e pescoço, câncer de mama, assim como avaliação da auto-estima nos pacientes com CPNM. Encontramos também estudos sobre QoL nos pacientes com CPNM realizados em outros países. No entanto, não foi identificado nenhum estudo sobre a qualidade de vida nos pacientes com câncer de pele não-melanoma no Brasil. 5. Barbato MT, Bakos L, Bakos RM, Prieb R, Andrade CD. Preditores de qualidade de vida em um grupo de pacientes com melanoma cutâneo em clínica dermatológica de um hospital universitário. An Bras Dermatol. 2011;86(2):249-56. 6. Portal de Periódicos da Capes. Disponível em: <http://www.periodicos.capes.gov.br>. Acesso em: 22 fev. 2015. 7. Biblioteca Virtual em Saúde. Disponível em: <http:// www.bireme.br>. Acesso em: 22 fev. 2015. 8. Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde. Disponível em: < http://lilacs.bvsalud. org>. Acesso em: 22 fev. 2015. 9. The Scientific Electronic Library Online. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 22 fev. 2015. 10.US National Library of Medicine, National Institutes of Health. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih. gov/pubmed>. Acesso em: 22 fev. 2015. 11.Carvalho MP, Filho RSO, Gomes HC, Veiga DF, Juliano Y, Ferreira LM. Auto-estima em pacientes com carcinomas de pele. Rev Col Bras Cir. 2007;34(6):361-6. CONCLUSÃO Apesar do elevado número de casos de CPNM no Brasil e de sua provável influência na QoL dos indivíduos acometidos, não identificamos nenhum estudo relacionado ao assunto. Assim, torna-se fundamental que estudos sejam conduzidos visando ampliar o conhecimento sobre QoL nos pacientes com CPNM no Brasil. REFERÊNCIAS 1. Madan V, Lear JT, Szeimies RM. Non-melanoma skin câncer. Lancet. 2010;375:673–85. 2. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2014, Incidência do Câncer no Brasil. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/ estimativa/2014/index.asp>. Acesso em: 29 nov. 2014. 3. Souza RJS, Mattedi AP, Corrêa MP, Rezende ML, Ferreira ACA. Estimativa do custo do tratamento do câncer de pele tipo não-melanoma no Estado de São Paulo – Brasil. An Bras Dermatol. 2011;86(4):657-62. 4.Caddick J, Stephenson J, Green L, Spyrou G. Psychological outcomes following surgical excision of facial skin cancers. Eur J Plast Surg. 2013;36:75–82. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 96 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Avaliação pré-operatória com angiotomografia da integridade dos vasos toracodorsais para reconstrução de mama com músculo grande dorsal em pacientes com esvaziamento axilar prévio Preoperative evaluation with tomographic angiography of thoracodorsal vessels for breast reconstruction with latissimus dorsi in patients with previous axillary lymph node dissection Daniel Pinheiro Machado da Silveira1, Geraldo Cesar Castro Althoff2, Paulo Eduardo Krauterbluth Solano Junior3, Rafael Netto4, Pedro Bins Ely5 RESUMO ABSTRACT Introdução: O retalho latíssimo do dorso (RLD) permanece como uma das principais estratégias para os casos de reconstrução mamária pósmastectomia. A lesão dos vasos toracodorsais durante o esvaziamento axilar pode ocorrer em 2,5% dos casos. A ultrassonografia com Doppler pode ser utilizada na avaliação desses vasos, porém o exame é operador-dependente e necessita de um avaliador com treinamento específico. Métodos: Realizada uma série de pacientes com esvaziamento axilar prévio submetidas à avaliação por angiotomografia do pedículo toracodorsal. Resultados: Foram avaliados 4 casos. Não houve complicações relacionadas à realização da angiotomografia. Em todos os casos foi identificada a integridade dos vasos toracodorsais. Não houve complicações vasculares do retalho. Conclusão: O uso da angiotomografia demonstrou ser uma boa opção, viável e segura na avaliação pré-operatória da integridade dos vasos toracodorsais no planejamento cirúrgico de RLD para reconstrução de mama. Introduction: The latissimus dorsi flap (LDF) remains one of the main strategies for cases of post-mastectomy breast reconstruction. Damage to thoracodorsal vessels during axillary dissection can occur in 2.5% of cases. Doppler ultrasonography can be used in the evaluation of these vessels, but the examination is operator-dependent and requires a doctor with specific training. Methods: Case series of patients with prior axillary dissection submitted to evaluation by CT angiography of the thoracodorsal pedicle. Results: A total of 4 cases were evaluated. There were no complications related to the realization of angiography. In all cases it was identified the integrity of the thoracodorsal vessels. There were no flap vascular complications. Conclusion: The use of CT angiography was considered a good, viable and safe option in the preoperative evaluation of the integrity of thoracodorsal vessels in the surgical planning of LDF for breast reconstruction. KEYWORDS: Reconstruction, Breast, Tomography DESCRITORES: Reconstrução , Mama , Tomografia 1. Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 2. Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 3. Médico Residente do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 4. Médico Instrutor do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 5.Professor adjunto e chefe do Serviço de Cirurgia Plástica e Microcirurgia Reconstrutiva da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 97 Avaliação pré-operatória com angiotomografia da integridade dos vasos toracodorsais para reconstrução de mama com músculo grande dorsal em pacientes com esvaziamento axilar prévio INTRODUÇÃO RESULTADOS O latíssimo do dorso permanece como uma das principais estratégias para os casos de reconstrução mamária pós-mastectomia. Este retalho possui a vantagem da segurança técnica, aliada às vantagens dos métodos autólogos1. Foram avaliadas 4 pacientes (Tabela 1), todas com história de terem sido submetidas à radioterapia previamente. Uma paciente apresentava cirurgia abdominal prévia, uma apresentava obesidade e duas apresentavam carência de tecidos na região abdominal. Todos os casos foram submetidos à angiotomografia antes da reconstrução mamária, com identificação da integridade dos vasos toracodorsais nas 4 pacientes (Figura 1). Não houve complicações relacionadas à realização da angiotomografia. No pós-operatório, as pacientes não apresentaram necrose muscular, necrose cutânea, liponecrose, infecção, deiscência de ferida operatória ou qualquer complicação vascular. As pacientes evoluíram com resultado estético e funcional satisfatórios (figura 2, 3, 4 e 5). Apesar de ser utilizado como retalho livre, na maioria dos casos, o latíssimo do dorso é usado de forma pediculada nos vasos toracodorsais2-6. Assim, a integridade do seu pedículo é fundamental para o sucesso do tratamento. Embora o pedículo toracodorsal seja conhecido por sua segurança e por uma abordagem cirúrgica favorável, a lesão destes vasos durante o esvaziamento axilar pode ocorrer em 2,5% dos casos 7. Isso pode acarretar estenose vascular, com risco aumentado para complicações isquêmicas do retalho 8-9. Tabela 1 Características das pacientes. A ultrassonografia com Doppler pode ser utilizada na avaliação dos vasos toracordorsais9, porém o exame é operador-dependente e necessita de um avaliador com treinamento específico8. A angiotomografia apresenta-se como uma opção para a avaliação destes casos. OBJETIVO Descrever o uso da angiotomografia na avaliação dos vasos toracodorsais em pacientes com esvaziamento axilar prévio e candidatas à reconstrução de mama com retalho do latíssimo do dorso. Figura 1 Angiotomografia com cortes coronais e sagitais demonstrando a integridade dos vasos toracodorsais. MÉTODO Realizada uma série de casos de pacientes com esvaziamento axilar prévio submetidas à avaliação por angiotomografia do pedículo toracodorsal. Os critérios de inclusão foram: 1) Pacientes submetidas a reconstrução mamária tardia com grande dorsal ou submetidas à mastectomia de resgate + reconstrução imediata após setorectomia/ radioterapia prévios . Figura 2 CASO 1: Aspecto pré-operatório e pósoperatório de 6 meses (visão anterior). 2) Esvaziamento axilar prévio em todos os casos. Foi realizada angiotomografia com cortes coronais, axiais e reconstrução em terceira dimensão para avaliação da artéria toracodorsal antes da realização do procedimento de reconstrução mamária. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 98 Avaliação pré-operatória com angiotomografia da integridade dos vasos toracodorsais para reconstrução de mama com músculo grande dorsal em pacientes com esvaziamento axilar prévio Figura 3 CASO 1: Aspecto pré-operatório e pósoperatório de 6 meses (visão semi-perfil direito). Dentre as várias técnicas de reconstrução mamária com tecido autólogo, o RLD possui vantagens funcionais, técnicas e estéticas. Além de gerar pouco déficit funcional, pode ser executado em 2 a 3h de procedimento e permite menor morbidade da zona doadora se comparado ao retalho do reto abdominal pediculado. A possibilidade de sua utilização em conjunto com implantes ou expansores teciduais permite uma boa versatilidade na criação de formato/ volumes mamários com cobertura autóloga ricamente vascularizada. Além disso, a cicatriz resultante na zona doadora apresenta-se de bom aspecto na maioria dos casos. Figura 4 CASO 2: Aspecto pré-operatório e pósoperatório de 6 meses (visão anterior). Devido a estas características, o RLD apresenta-se como o verdadeiro “cavalo de batalha” na reconstrução mamária, sendo cada vez mais comum a sua utilização nos casos de insucesso de reconstruções autólogas ou com implantes18. O uso dessa técnica também é útil para os pacientes que possuem perda da elasticidade tecidual da região torácica anterior devido à radioterapia prévia19, onde se pode observar inclusive reversão importante do dano actínico. Nestes contextos, é fundamental garantir o maior índice de sucesso possível ao tratamento, justificando-se, portanto, a avaliação dos vasos toracodorsais por angiotomografia. Figura 5 CASO 2: Aspecto pré-operatório e pósoperatório de 6 meses (visão semi-perfil esquerdo). O uso da dopplerfluxometria para avaliação da integridade dos vasos toracodorsais já está estabelecido9, porém, por se tratar de um método operador-dependente e com necessidade de um treinamento específico na avaliação do pedículo do latíssimo do dorso, possui limitações. A angiotomografia, método que já foi descrito na avaliação pré-operatória da vascularização de músculos da parede abdominal, mostrou ser uma estratégia viável e segura na avaliação dos vasos toracodorsais21,22. Estudos já demonstraram superioridade da angiotomografia em relação à dopplerfluxometria ao identificar melhor as ramificações arteriais e visualização de seus ramos perfurantes, podendo chegar a 100% de especificidade no mapeamento das artérias perfurantes23. A angiotomografia também permite a visualização tridimensional da vascularização, permitindo melhor planejamento cirúrgico. Em todos os 4 casos em que fizemos angiotomografia na avaliação pré-operatória, o planejamento cirúrgico foi otimizado com o uso das imagens. DISCUSSÃO O retalho de latíssimo do dorso (RLD) foi inicialmente descrito em 190610 e aceito como método na reconstrução de estruturas na década de 7011. Seu pedículo neurovascular permite que ele seja rotado à posição anterior do tórax, viabilizando a reconstrução parcial ou total da mama. Embora localizado em área de risco para dano actínico da radioterapia, o pedículo toracodorsal apresenta boa resistência a este tipo de tratamento, sendo, portanto, de grande utilidade na reconstrução de áreas previamente irradiadas no tórax anterior e lateral 12,13. CONCLUSÃO O uso da angiotomografia demonstrou ser uma boa opção viável e segura na avaliação pré-operatória da integridade dos vasos toracodorsais no planejamento cirúrgico de retalho de latíssimo dorsal para reconstrução de mama. A possibilidade de visualização de ramos Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 1 99 Avaliação pré-operatória com angiotomografia da integridade dos vasos toracodorsais para reconstrução de mama com músculo grande dorsal em pacientes com esvaziamento axilar prévio arteriais, além de seu padrão tridimensional e por não ser completamente operador-dependente pode tornar a angiotomografia superior à dopplerfluxometria no planejamento cirúrgico de RLD. REFERÊNCIAS 1. Watanabe K, Kiyokawa K, Rikimaru H, Koga N, Yamaki K, Saga T. Anatomical study of latissimus dorsi musculocutaneous flap vascular distribution. J Plast Reconstr Aesthet Surg 2010; 63:1091-98. Surg 1978;62:197-206 13.Thomas JM. Latissimus dorsi reconstruction of the breast. Br Med J (Clin Res Ed). 1983;287(6392):569570 14.Hartrampf CR, Scheflan M, Black PW. Breast reconstruction with a transverse abdominal island flap. 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Maxillofacial civilian gunshot wounds: Presentation of 2 clinical cases Nicolás Urroz1, Gabriel Otormin2, Héctor Juri3 RESUMO Las heridas maxilofaciales por armas de fuego civiles constituyen traumatismos graves con una alta tasa de mortalidad y morbilidad. Existe controversia según los tiempos del manejo de las lesiones. Presentamos 2 casos clínicos tratados en el la Cátedra de Cirugía Plástica, hospital de Clínicas Uruguay. El aspecto más controvertido es el manejo quirúrgico de pacientes con lesiones extensas, ya que pueden tratarse con técnicas reconstructivas complejas en el primer acto operatorio o, por el contrario, esta reconstrucción se puede realizar de forma diferida en varias fases. Pensamos que la elección del tipo de tratamiento debe basarse en función de las características del paciente y de la experiencia del equipo q, debiendo realizarse la reconstrucción definitiva tan pronto como sea posible. DESCRITORES: Ferimentos por Arma de Fogo, Traumatismos Maxilofaciais , Traumatismos Faciais ABSTRACT Maxillofacial gunshot wounds constitute serious injuries with a high rate of mortality and morbidity. The treatment of maxillofacial gunshot wounds is controversial regarding its time management of the injury. We present 2 clinical cases treated in our Service. There are controversy in definitive surgical treatment in patients with lesions in maxillofacial region , because the literature describe two forms of management. The first way is the primary reconstruction with microvascular techniques, or secondary reconstruction after desbridement, stabilization of existing bone and primary closure of soft tissue. We think that the choice of treatment must be individualized, and we choose the secondary reconstruction as early as possible after primary stabilization of wounds. 1. Medico, Residente 2. Cirujano plástico, grado 3. Cátedra de Cirugia Plastica y Centro Nacional de Quemados. Hospital de Clinicas - Montevideo - Uruguay KEYWORDS: gunshot wounds, Maxillofacial injuries, facial injuries INTRODUÇÃO Las heridas maxilofaciales por armas de fuego constituyen traumatismos graves con una tasa de mortalidad cercana al 20 % 1, y alta tasa de morbilidad que alcanza el 30% de los supervivientes 2-4, generando graves secuelas funcionales y estéticas2, 5,6. En Norte América las heridas por armas de fuego constituyen la 2da causa de muerte traumática luego de los siniestros viales7. Los impactos a nivel facial en civiles son poco frecuentes, con una incidencia del 6% del total 8. En su mayoría las víctimas son pacientes del sexo masculino (SM), de entre 30-40 años 9,10 y se presentan en el contexto de asaltos, homicidios y suicidios6-10. En Uruguay, si bien no contamos con datos estadísticos respecto a traumatismos maxilofaciales por heridas de armas de fuego, datos oficiales del Registro Nacional de Armas publicados en el 2012 reportaron un promedio de un arma de fuego por cada 3 habitantes. Esto sitúa a Uruguay en la novena posición del ranking mundial de cantidad de armas per cápita. No obstante la consultas en emergencia por heridas de fuego civiles maxilofaciales oscilan entre el 3-4% del totas de las mismas. Al igual que el resto de los pacientes PTM estos deben ser evaluado inicialmente siguiendo las pautas de reanimación básica (ATLS), siendo primordial la estabilización de la vía aérea, requiriendo control urgente en el 30% de las víctimas y acceso quirúrgico en solo el 5% 10 Una vez estabilizado, se realiza una valoración secundaria de las lesiones maxilofaciales cuantificando daños y planificando la estrategia terapéutica. El manejo quirúrgico se basa en 3 etapas, no obstante Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 01 Heridas maxilofaciales por armas de fuego civiles: Presentación de 2 casos clínicos. habitualmente éstas se superponen, siendo los mismos momentos de una única secuencia terapéutica. 2, 6,13 Existen diversas posturas respecto al tratamiento de este tipo de injurias, al no existir estudios randomizados que comparen los resultados entre las diferentes propuestas, la decisión se basa en la magnitud de la destrucción tisular, el estado general del paciente y la experiencia del cirujano. OBJETIVO Recopilar información sobre el manejo terapéutico de las HMFAF, detallando las tendencias actuales de la comunidad científica. Reportar 2 casos clínicos documentados en la Catedra de Cirugía Plástica y compartir el algoritmo usado en nuestro medio. MÉTODO CASOS CLINICOS Caso clínico 1 Paciente (Pte.) de SM, 38 años. Politraumatizado grave en intento de homicidio, presentado varios impactos por arma de fuego de bajo calibre, efectuados a una distancia menor a 2 metros. Paciente con riesgo vital por heridas toraco-abdominales, que requirió estabilización quirúrgica de la vía aérea de urgencia. Caso clínico 2 Pte. de SM, 55 años. Edéntulo. Ingresa por intento de auto eliminación con escopeta. Herida perforante, orificio de entrada a nivel de mentón y de salida en sector central de tercio medio, a nivel nasal; presentando avulsión ósea y de partes blandas. Requirió traqueostomia de urgencia para estabilización de la vía aérea. Se realizó diagnóstico de fractura multifragmentaria de mandíbula a nivel de sínfisis, fractura de etmoides y maxilar superior. A nivel facial se constata herida penetrante con orificio de entrada en mejilla derecha. Proyectil alojado en cuello, se descatra lesión de grandes vasos mediante angiotomografía. Se realiza diagnóstico de fractura conminuta a nivel de cuerpo mandibular derecho. En la evolución presentó complicación infecciosa en foco de fractura. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 02 Heridas maxilofaciales por armas de fuego civiles: Presentación de 2 casos clínicos. RESULTADOS En el caso clínico 1 se difiere la primera intervención quirúrgica por lesiones graves concomitantes tóracoabdominales, por lo que se realiza estabilización precoz de la fractura mediante bloqueo intermandibular con arcos de Erich y alambrado dentario. En el caso clínico 2 dada conminución de la fractura y estado general del paciente se planifica tratamiento en etapas. Al momento del ingreso se realiza limpieza quirúrgica y cierre directo de planos de cobertura. En día 10 se realizó reconstrucción definitiva en 1 tiempo quirúrgico de la fractura sinfisaria mediante OEI con placa y tornillos de bloqueo 2.0 y 2 placas estándar 1.5 simplificando los trazos. A nivel de tercio medio se realizó OEI a nivel de ambos pilares anterointernos frontomaxilares, con placa standard 1.5. A los 3 meses se colocó prótesis dentoalveolar y maxilar superior. En la evolución presentó complicación infecciosa en foco de fractura que obliga a un tratamiento por etapas. A las 2 semanas de la lesión se realiza limpieza quirúrgica, estabilización del foco de fractura con fijadores externos y cierre directo de partes blandas. En la evolución son requeridas 3 limpiezas quirúrgicas adicionales además de la antibioticoterapia intra venosa A las 5 semanas se realiza la reconstrucción del cuerpo mandibular derecho mediante la interposición de un injerto óseo no vascular izado tomado de cresta ilíaca y estabilización mediante osteosíntesis estable interna (OEI) con placas y tornillos de bloqueo 2.0 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 03 Heridas maxilofaciales por armas de fuego civiles: Presentación de 2 casos clínicos. DISCUSSÃO El manejo de las heridas por armas de fuego continúa siendo controversial en cuanto a las fases del tratamiento, dividiéndose entre los que plantean el tratamiento definitivo primario en un tiempo quirúrgico y los que optan por varias intervenciones seriadas.7 Realizar una reconstrucción primaria es posible en la mayoría de los pacientes, según los estudios analizados, lo que disminuye la incidencia de alteraciones a nivel del sistema estomatognatico. Disminuye la actividad osteoclástica, contracturas cicatrizales y el número de cirugías. No presentando mayores tasas de complicaciones en comparación con la reconstrucción seriada 4-6,13, Los avances en las técnicas quirúrgicas nos han permitido refinar los procedimientos terapéuticos desarrollando nuevos materiales de osteosíntesis y perfeccionando técnicas reconstructivas con o sin microcirugía. En caso de fracturas conminutas o gran pérdida de sustancia es mandatoria la utilización de injertos óseos primarios para la reconstrucción pues otorgan estabilidad a la fractura y soporte a las partes blandas, disminuyendo la contracción de la cicatriz y distorsión de los tejidos5, 8, 14,15 . Los mismos, que experimentan un proceso de remodelación por sustitución, a nivel mandibular se indican en defectos entre 3 y 5 cm. Para defectos mayores se recomienda el uso de colgajos óseos microquirúrgicos.5, 6,15 Algunos autores recomiendan una actitud más conservadora en casos complejos como frente a gran conminución ósea, infección o inestabilidad del paciente 6,16. En estos casos se indica tratamiento en varias fases ya que el edema y daño micro vascular pueden llevar el fracaso de la reconstrucción si se realiza de forma inmediata 16, El uso de fijadores externos proporciona una excelente alternativa para el manejo de los pacientes con este tipo de lesiones, reduciendo al máximo el trauma quirúrgico de las estructuras anatómicas. blandos en buen estado que permita la cobertura del tipo de reconstrucción utilizada En reconstrucción de las heridas faciales por armas de fuego se debe proceder de forma gradual y sistematizada para optimizar los resultados. Nuestro algoritmo propone 3 fases con objetivos específicos. Estas fases son 1 manejo inicial, 2 reconstrucción definitiva y 3 rehabilitación con prótesis y corrección estética. En ambos casos clínicos presentados se indicó tratamiento seriado, realizando la reconstrucción definitiva en un tiempo quirúrgico lo más precozmente posible, obteniendo resultados funcionales y estéticos satisfactorios. CONCLUSÃO Concluimos que la experiencia en el manejo de las heridas maxilofaciales por armas de fuego es limitada. Es fundamental una correcta planificación preoperatoria en vistas a un tratamiento oportuno e individualizado caso a caso. El tratamiento definitivo de las lesiones debe estar racionalizado en función de las características del enfermo y de la experiencia del equipo que lo trata, debiendo realizarse la reconstrucción definitiva tan pronto como sea posible. REFERÊNCIAS 1. Demetriades D, Chahwan S, Gomez H, Falabella A, Velmahos G, Yamashita D. Initial evaluation and management of gunshot wounds to the face. J Trauma. 1998; 45:39-41) 2. Hollier L, Grantcharova EP, Kattash M. Facial gunshot wounds: a 4-yearexperience. J Oral Maxillofac Surg. 2001;59:277-82. 3.Newlands SD, Samudrala S, Katzenmeyer WK. Surgical treatment of gunshot injuries to the mandible. Otolaryngol Head Neck Surg. 2003;129: 239-44. El retraso en el tratamiento por el riesgo vital y la severidad de las lesiones conlleva a un aumento en la tasa de complicaciones 5. 4. Motamedi MH. Primary management of maxillofacial hard and soft tissue gunshot and shrapnel injuries. J Oral Maxillofac Surg. 2003;61:1390-8.) La elección de la actitud terapéutica se encuentra basada en función de varios aspectos, tales como experiencia y disponibilidad de medios, extensión de la lesión y estado de salud general del enfermo8. De todas maneras, todos los autores coinciden en que la reconstrucción secundaria debe ser realizada lo más precozmente posible una vez que tengamos los tejidos 5. Ochandiano S, Escrig M, Navarro C. Protocolos Clínicos de la Sociedad Española de Cirugía Oral y Maxilofacial. Capítulo 18: Heridas craneofaciales por arma de fuego. 2009, p. 253-66. 6. Cunningham LL, Haug RH, Ford J. Firearm injuries to the maxillofacial region: an overview of current Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 04 Heridas maxilofaciales por armas de fuego civiles: Presentación de 2 casos clínicos. thoughts regarding demographics, Pathophysiology and management. J Oral Maxillofac Surg. 2003 Aug; 61(8):932-42.) 7. Motamedi MHK, Ebrahimi A, Shams A. Current trends in the management of maxillofacial gunshot injuries: a critical review. Annals of Oral & Maxillofacial Surgery 2013 Feb 01;1(1):8 8. Hollier L, Grantcharova EP, Kattash M. Facial gunshot wounds.J OralMaxillofacSurg. 2001;59:277–82.) 9. Ruiz L, Herrera J, Díaz J, González J, Belmonte, R, García A. Initial therapeutic management of firearm wounds in the maxillofacial area. Rev EspCir Oral y Maxilofac. 2006; 28(5):277-86 10.Gunshot wounds to the face: level I urban trauma center: a 10-year level I urban trauma center experience. Pereira C, Boyd JB, Dickenson B, Putnam B Ann Plast Surg. 2012 Apr;68(4):378-81. 11 David B. Powers,Duke Craniomaxillofacial Trauma Program, Division of Plastic, Reconstructive, Maxillofacial and Oral SurgeDuke University Medical Center, USA ; 12.Quintana J, Pinilla R, López S, González A, Maestre H. Atención a pacientes con heridas maxilofaciales producidas por armas de fuego. Rev Cubana Cir [online].2010, 49, 2. 13.Pereira C, Boyd JB, Dickenson B, Putnam B. Gunshot wounds to the face: level I urban trauma center: a 10-year level I urban trauma center experience. Ann Plast Surg. 2012, 68(4):378-81 14.Rana M, Warraich R, Rashad A, von See C, Channar KA, Stoetzer M, et al. Management of comminuted but continuous mandible defects after gunshot injuries. Injury. 2012 Oct 15.McLean JN, Moore CE, Yellin SA. Gunshot wounds to the face--acute management. Facial PlastSurg. 2005; 21(3):191-8. 16.Doctor VS, Farwell DG. Gunshot wounds to the head and neck. CurrOpinOtolaryngol Head Neck Surg. 2007; 15(4):213-8. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 05 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Análise de 12 casos operados com o retalho médio frontal no Hospital de Câncer de Barretos - Unidade de Porto Velho Analysis of 12 cases operated with the average forehead flap in Barretos Cancer Hospital Porto Velho Unit Rodolfo Luis Korte1, Laryssa Fernanda Feitosa2, Ana Elisa Kadri Castilho3, Marcos Ednelson Garcia Bello4, Chrystiano De Campos Ferreira5 RESUMO ABSTRACT A maioria das cirurgias para retirada de câncer de pele são agressivas e necessitam de uma reconstrução segura e esteticamente aceitável. O Retalho Paramediano Frontal (RPF) é o mais utilizado para o tratamento de perdas que acometem mais de uma unidade estética nasal e defeitos de cartilagem e/ou mucosa. O objetivo do estudo é analisar a viabilidade estética e funcional do retalho médio frontal em 12 pacientes operados no Hospital do câncer de Barretos- Unidade Porto Velho. No período de abril de 2014 a fevereiro de 2015, foram 12 casos submetidos à reconstrução total ou parcial do nariz com o RPF, todos decorrentes da exérese de câncer de pele. Foram 11 casos do sexo masculino e um do sexo feminino, sendo 5 casos de CEC e 7 casos de CBC. As margens cirúrgicas estiveram livres em onze casos, e em um caso a margem estava comprometida e optou-se por acompanhamento uma vez tratar-se de carcinoma basocelular moderadamente diferenciado. Most surgeries for skin cancer removal are aggressive and need a secure and aesthetically acceptable reconstruction. The paramedian front flap (RPF) is the most widely treatment used for losses that affect more than one unit aesthetic nasal and cartilage defects and/or mucosa. The objective of the study is to analyze the aesthetic and functional viability of the middle frontal flap in 12 patients operated at the Barretos Cancer Hospital - Porto Velho Unit. From April 2014 to February 2015, 12 cases were submitted to total or partial reconstruction of the nose using the RPF, all arising from the skin cancer removal. There were 11 cases of male and one of female, wherein five cases of SCC and seven cases of BCC. Surgical margins were free in eleven cases, and one case the margin was compromised, so it was chosen to follow up once it was moderately differentiated basal cell carcinoma. DESCRITORES: Reconstrução, Retalho perfurante , Neoplasia cutânea KEYWORDS: Reconstruction, Perforator Flap, Skin Neoplasms 1.Professor Doutor Adjunto Da Universidade Federal de Rondônia (Unir) e Faculdade São Lucas; Responsável Pela Disciplina De Cirurgia Plástica Da Unir; Membro Estruturante Da Unir 2. Acadêmica De Medicina Da Universidade Federal de Rondônia 3. Acadêmica De Medicina Da Universidade Federal de Rondônia 4.Residente de Cirurgia Oncológica do Hospital de Câncer de Barretos – Unidade Porto Velho 5. Professor Mestre da Universidade Federal de Rondônia Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 06 Análise de 12 casos operados com o retalho médio frontal no Hospital de Câncer de Barretos - Unidade de Porto Velho INTRODUÇÃO O câncer de pele não melanoma é o tipo de câncer mais frequente na população clara. Sua incidência tem aumentado ano a ano, em razão dos diagnósticos mais precisos e pela falta de prevenção da população. Segundo a estimativa do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), em 2014 ocorreram no Brasil 98.420 casos novos de câncer de pele não melanoma em homens, e 83.710 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 100,75 casos novos a cada 100 mil homens e 82,24 a cada 100 mil mulheres. Dessas lesões o carcinoma basocelular (CBC) é o mais frequente e corresponde a 75% dessas lesões, seguido pelo carcinoma espinocelular (CEC), com incidência de 15%. A principal localização é a face, com 70% no nariz e fronte. Atualmente, o número de cirurgias complexas ligadas à reconstrução facial mantém estreita ligação com o diagnóstico precoce dessas lesões. A exemplo do nariz, na grande maioria as cirurgias para retirada do câncer são agressivas e por tal motivo necessitam de uma reconstrução segura e esteticamente aceitável. Para os defeitos complexos, as opções terapêuticas que promovam bons resultados funcionais e estéticos são limitadas, daí o reconhecimento da pele da região frontal como a melhor área doadora para cobertura nasal, em decorrência da cor e da textura adequada da pele. Os retalhos cutâneos interpolares frontais (Retalho Paramediano Frontal – RPF) são os mais utilizados para o tratamento de grandes perdas de substância, aquelas que acometem mais de uma unidade estética nasal e defeitos que atingem cartilagem e/ou mucosa. OBJETIVO Analisar a viabilidade estética e funcional do retalho médio frontal em 12 pacientes operados no Hospital do câncer de Barretos- Unidade Porto Velho. MÉTODO Relato de casos operados no Hospital de Câncer de Barretos - Unidade Porto Velho, no período de abril de 2014 a fevereiro de 2015. Foram 12 casos submetidos à reconstrução total ou parcial do nariz com o RPF, todos decorrentes da exérese de câncer de pele (CBC e CEC) em diferentes estágios de evolução. Os CEC tiveram a reconstrução realizada secundariamente, após o resultado do anátomo-patológico. Neste estudo demonstraremos casos extremos de reconstrução nasal com o RPF, casos com perdas significativas de pele da região medial das pálpebras superiores e inferiores e de região maxilar conjuntamente com áreas de pele do nariz. A partir dos resultados da reconstrução, visa-se a análise subjetiva dos resultados, do ponto de vista tanto do médico e quanto do paciente, em uma escala graduada em: pouco satisfatório, regular, insatisfatório, satisfatório e excelente. Alguns dos casos apresentados encontramse em momentos diferentes da evolução de pós operatório ou estão em preparo para o refinamento dos resultados, entretanto alguns desses resultados satisfizeram o paciente mas não à equipe médica. RESULTADOS A idade variou de 34 a 88 anos, sendo 11 do sexo masculino e um feminino, cinco casos de CEC e sete casos de CBC. Apenas um caso com margens comprometidas de CBC moderadamente diferenciado. Duas complicações, um por sangramento no pós operatório imediato, por plaquetopenia, resolvida com reoperação e colocação de GELFOAN, e outra por deiscência da sutura quando da autonomização do retalho e formação de ulcera de 2 cm de diâmetro, resuturado. Quatro casos merecem destaque em relação aos resultados subjetivos: Caso 1: Paciente de 77 anos submetido a rinectomia total por CEC avançado, com ausência total do nariz. Realizou-se o RPF e retalhos nasogenianos para confecção do forro nasal. Após 6 meses de cirurgia, o resultado foi satisfatório para o paciente e regular para a equipe médica. Cobertura da área doadora de retalho com enxerto de pele total da região inguinal. Paciente encontra-se em pré-operatório para realização de um novo retalho médio frontal para confecção da columela e ampliação do dorso (Figura 1 e 2). Caso 2: Paciente de 55 anos, com lesão em dorso do nariz, asa nasal esquerda, região medial das pálpebras superior e inferior esquerdas. A biópsia revelou CBC nodular esclerodeimiforme. Optou-se por ressecção e reconstrução com RPF em um único tempo cirúrgico. Resultado excelente para a equipe médica e para o paciente. Foi programada e realizada correção da região glabelar do retalho e do supercílio, entretanto, o paciente não mais retornou (Figura 3 e 4). Caso 3: Paciente de 54 anos com CBC nodular esclerodeimiforme, em região glabelar, e medial das pálpebras superior e inferior direitas. Optou-se por retirar da lesão e reconstruir com RPF em um segundo tempo cirúrgico. Evoluiu com deiscência da sutura quando da autonomização do retalho, com pequena área de exposição óssea. Realizouse retalho de região glabelar para correção desta área de Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 07 Análise de 12 casos operados com o retalho médio frontal no Hospital de Câncer de Barretos - Unidade de Porto Velho exposição, porém paciente não mais retornou. Paciente e equipe médica satisfeitos, exceto por deiscência (Figura 5, 6 e 7). Caso 4. Paciente de 61 anos, com lesão ulcerada em base da asa nasal esquerda e diagnóstico histopatológico de CBC nodular ulcerado. Foi realizada cirurgia de ressecção de asa nasal esquerda, parte da ponta nasal e nasogeniana esquerda e lábio superior. A área cruenta remanescente foi coberta com retalhos de avanço locais. Optou-se por RPF para correção da asa nasal e zetaplastias para retração de lábio superior. Evoluiu com discreta retração em asa nasal esquerda. Paciente satisfeito, equipe médica parcialmente satisfeita (Figura 8). Em apenas um caso o resultado foi considerado regular para a equipe médica e para o paciente, devido retração do retalho após 4 meses da cirurgia. Este paciente está em programação para correção da deformidade. Nos demais paciente as lesões eram menores, acometendo no máximo duas unidades estéticas do nariz e sem complicações do retalho. Os resultados apresentados foram excelentes ou satisfatórios para o médico quanto e para o paciente. DISCUSSÃO O RPF é classificado como retalho interpolado em estágios por ter as seguintes características: pedículo vascular baseado em uma artéria específica e/ou em suas tributárias; área doadora distante e não contígua com o defeito, e mais de um estágio para realização completa. Suas principais indicações são defeitos extensos e profundos da porção distal do nariz (ponta e asa). Ele é capaz de restaurar contorno, textura, projeção da ponta nasal e convexidade da asa, principalmente quando combinado com enxerto de cartilagem. As reconstruções nasais em defeitos maiores que 1,5cm são um desafio para o cirurgião plástico, por apresentarem defeitos que requerem combinações das opções terapêuticas existentes, como os retalhos nasogenianos, bilobulados, V-Y, entre outros concomitantemente ou exclusivamente. No entanto, percebe-se que os resultados obtidos podem ou não satisfazer o paciente, o médico ou a ambos. O tratamento das neoplasias localizadas no nariz e adjacências são de difícil resolução pois necessita-se ressecar as lesões com margens seguras, diminuindo assim as recidivas e recorrências e assim, tratando efetivamente o paciente. Entretanto, a reconstrução que nem sempre é fácil e satisfatória. Nesta casuística, dos 12 pacientes operados, recomendamos tratar adequadamente as lesões para posteriormente pensarmos na reconstrução. Nos casos de CEC sugerimos sempre reconstrução secundária ao resultado do anátomo patológico, uma vez que a recidiva local seria catastrófica. Nos casos de CBC, a reconstrução pode ser realizada concomitantemente à ressecção. Quanto à reconstrução, o RPF foi, sem dúvida, a melhor opção terapêutica, ainda que os resultados não sejam os mesmos de autores como Gary Burget. A medida que evoluímos, os resultados foram e estão sendo crescentes estética e funcionalmente tanto do ponto de vista do paciente como do ponto de vista do médico. Podemos constatar que os refinamentos dos resultados na grande maioria dos casos são necessários e acabam por determinar resultados satisfatórios para o paciente e equipe médica. O suprimento vascular primário do RPF é a artéria supra-troclear, que está situada na borda medial da sobrancelha, entre 1,5 e 2cm da linha média da face. A artéria emerge do forâmen supra-troclear e, abaixo da margem supra-orbital, localiza-se num plano profundo aos músculos peri-orbitais (orbicular e frontal). Acima da margem, a artéria atravessa o músculo frontal e gradualmente se torna mais superficial, alcançando o tecido subcutâneo na metade da fronte. Por isso, a dissecção do pedículo deve ser num plano inferior à fáscia quando próximo à margem supra-orbital. O suprimento vascular secundário ao retalho inclui ramos da artéria dorsal do nariz. O RPF é um retalho seguro, que pode fornecer grandes quantidades de pele, com características semelhantes de consistência e coloração da pele do nariz. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 08 Análise de 12 casos operados com o retalho médio frontal no Hospital de Câncer de Barretos - Unidade de Porto Velho Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 09 Análise de 12 casos operados com o retalho médio frontal no Hospital de Câncer de Barretos - Unidade de Porto Velho 5. SOUZA FILHO, M. V. P. de et. al. Reconstrução nasal: análise de 253 casos realizados no Instituto Nacional de Câncer. Revista Brasileira de Cancerologia. V. 48, p. 239-45, 2002. 6. ANBAR, R. A. et. al. Reconstrução nasal com emprego de retalho médio-frontal. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica. v. 25, p. 208-10, 2010. 7. SBALCHIERO, J. C. et. al. Condutas na reconstrução da ponta nasal no tratamento das neoplasias cutâneas. Revista Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. V. 20, p. 12-6, 2005. 8. CERCI, F. B; NGUYEN, T. H. Retalho paramediano frontal na reconstrução de defeitos nasais complexos após cirurgia micrográfica de Mohs. Surg Cosmet Dermatol. V. 6, p. 17-24, 2006. 9. FREITAS, C. A. F. de. et. al. Tratamento cirúrgico da neoplasia maligna de pele não melanoma. Estudo de 100 casos tratados em Campo Grande. Revista Brasileira de Cirurgia e Pescoço. V. 38, nº 3, p. 1903, 2009. CONCLUSÃO Conforme a análise dos 12 casos de neoplasias cutâneas operadas no Hospital de Câncer de Barretos – Unidade de Porto Velho, pode-se constatar que os resultados, em âmbito geral, foram satisfatórios tanto do ponto de vista da equipe médica quanto do paciente. Dessa forma, pode-se averiguar que o retalho paramediano frontal é o de melhor escolha nos casos de defeitos complexos na face, tento em vista que os resultados estéticos e funcionais foram alcançados. REFERÊNCIAS 10.PADOVEZE, E.H.; CERNEA, S.S.; Reconstrução dos defeitos nasais após exérese de tumores pela cirurgia micrográfica de Mohs, Reconstruction of nasal defects after tumor excision through Mohs micrographic surgery. Surg Cosmet Dermatol 2013;5(2):116¬120. 11.SOUSA, P.P.; RODRIGUES, C.A.C.; SILVA JÚNIOR, R.C.; CORTEZ, C.C.T.; WESTPHAL, D.C.; Reconstrução da ponta nasal com retalho médio frontal, Reconstruction of the nasal tip with medial frontal flap. Surg Cosmet Dermatol 2014;6(2):184¬6. 1. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 1. 2014 : incidência de câncer no Brasil. [Internet]. Rio de Janeiro: Inca; 2014 [citado 28 Fev 2015]. Disponível em: http://www.inca.gov. br/estimativa/2014/estimativa-24042014.pdf 12.CERCI, F. B.; NGUYEN, Tri H, Retalho paramediano frontal na reconstrução de defeitos nasais complexos após cirurgia micrográfica de Mohs, Paramedian forehead flap for complex nasal defects following Mohs micrographic surgery. Surg Cosmet Dermatol 2014;6(1):17¬24. 2. MATOS, C. de P. et. al. Carcinoma Espinocelular. Revista Científica do HCE. 2008 13.BURGET, G. C. Aesthetic reconstruction of child’s nose. Chicago, 2012 3. LAITANO, F. F. et. al. Tumor cutâneo em parede nasal lateral e as opções de retalhos cutâneos para reconstrução após resseção neoplástica. Revista da AMRIGS. Porto Alegre, v. 56, p. 229-33, 2012. 4. LIMA, H. M; ROCHA, I. C; LICORINI, F. M. Reconstrução nasal: análise de 16 casos realizados no serviço de cirurgia plástica de Blumenau – SC. Arquivos Catarinenses de Medicina. Santa Catarina, v. 41, 2012. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 10 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Experiência de Hospital Especializado no tratamento precoce do fissurado através da modelagem nasoalveolar Experience on the treatment of the clef lip and nose through nasoalveolar molding Marcos Ricardo de Oliveira Jaeger1, Mario Morganti2, Edela Puricceli3, Pedro Bins Ely4 RESUMO ABSTRACT Introdução: A modelagem nasoalveolar (MNA) a partir da primeira semana de vida permite a diminuição das largura da fissura labioalveolar e corrige a deformidade em achatamento da asa nasal acometida. O objetivo deste trabalho é demonstrar de que forma a prática deve ser incorporada nos grande centros universitários. Método: Trabalho prospectivo e seqüencial. Todos recém-nascidos atendidos com fissura labial transalveolar nascidos na instituição ou encaminhados na primeira semana de vida. Resultado: Redução da fissura labioalveolar em todos os pacientes. O aparato com extensão nasal corrige em parte a deformidade da cartilagem alar afetada. O tratamento não posterga a data do procedimento cirúrgico (queiloplastia). Conclusão: A modelagem nasoalveolar antes da queiloplastia aprimora o resultado cirúrgico da técnica de correção empregada, permitindo ao mesmo tempo correção da deformidade nasal. É necessário que o aparato seja utilizado desde a primeira semana de vida. Background: Nasoalveolar Molding (NAM) has been proposed starting in the first week of life to diminish teh alveolar gap while correcting the nasal ala deformity. The aim of this paper is to demonstrate how this pratice should be incorporated in complex university care centers. Method: Prospective and sequential study. All newborns presenting with labioalveolar cleft should be included during the first week of life. Result: Passive reduction of the nasoalveolar gap in all patients. The apparatus – NAM – with its nasal ala extension also corrects part of the cleft nose deformity. The orthopedic treatment dos not delay the definitive lip repair at three months of life. Conclusion: Nasoalveolar Molding before lip repair ameliorates the result obtained through the surgical repair, allowing simultaneous correction of the nasal ala deformity. The apparatus should always be started in the first week of life. 1. Pós Doutorando em Cirurgia Translacional UNIFESP - EPM 2. Ortodontista e Ortopedista Facial. 3.Coordenadora do Centro de Odontologia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA). 4. Professor Adjunto de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 11 Experiência de hospital especializado no tratamento precoce do fissurado através da modelagem nasoalveolar INTRODUÇÃO O tratamento do recém-nascido portador de fissura labiopalatina é multidisciplinar, onde participam a Odontologia e a Cirurgia Plástica. A modelagem nasoalveolar (MNA) baseia-se na plasticidade do recémnascido às custas do estrogênio materno circulante, cujos níveis vão diminuindo com as semanas de vida. A MNA utiliza um aparato ortodôntico intraoral móvel – não invasivo - que aplica pressão suave e constante por meio de fitas adesivas, permitindo a diminuição tanto da fenda alveolar como da deformidade nasal associada (1-7) Sem tiras externas: Aparato de Zurich ________________________________________________ ________________________________________________ TABELA 2 – Protocolo para a inclusão do cuidado ortopédico nas fissuras do lábio e palato Idade/ Tratamento 0 – 3 meses: Início do tratamento ortopédico 3 – 6 meses: Operação para a correção da deformidade labial e nasal 5 – 6 anos: Revisão cirúrgica labial e nasal se indicada 7 – 11 anos: Enxerto ósseo alveolar se indicado OBJETIVO 11 – 14 anos: Tratamento ortodôntico O objetivo deste trabalho é demonstrar de que forma a Modelagem Nasoalveolar Passiva deve ser incorporada nos grande centros universitários. 15 – 18 anos: Cirurgia ortognática se necessário Fonte: Hospital for Sick Children (University of Toronto, Canadá) ________________________________________________ MATERIAIS E MÉTODOS Recém-nascidos portadores de fissura labiopalatina unilateral completa. Nascidos nos hospitais da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre – Hospital da Criança Santo Antônio e Maternidade – ou encaminhados na primeira semana de vida a esta instituição. Pacientes atendidos no ambulatório de Cirurgia Plástica Infantil foram encaminhados ao Serviço de Odontologia para a primeira impressão e confecção do aparato. Pacientes nascidos na instituição eram encaminhados diretamente à Odontologia para confecção do aparato. Na confecção do aparato, é fundamental que se utilize resinas de secamento ultra rápido, uma vez que esta sessão é realizada no próprio consultório odontológico. As visitas ao ambulatório de Odontologia para modificação do aparato eram semanais. A acoplagem da extensão nasal do aparato somente era realizada quando já havia redução da fissura alveolar. O término do tratamento era dado pelo tempo de aproximadamente três meses, quando as crianças eram submetidas à correção cirúrgica da fissura labial. ________________________________________________ TABELA 1 – Tipos de aparatos ortopédicos para o tratamento préoperatório das fissuras lábio-palatinas (1,2) Tipo/ Nome Ativo: Aparato de Lathan e o Aparato Dinâmico Maxilar (DMA) Passivo: Com tiras externas: Aparato de Mc Neil e tipo McNeil; Molde Nasoalveolar (MNA) e Aparato de Grayson 18 + anos: Complementação ortodôntica se necessário ________________________________________________ TABELA 3 – Fases da utilização da MNA na deformidade unilateral Idade/ Trabalho a fazer 0 – 1 semana: Impressão (resinas de secamento ultrarápido) Fase 1: modelagem do alvéolo Fase 2: modelagem nasal Elevação da cartilagem lateral inferior colapsada Elevação do eixo da narina Centralização da columela Aproximação dos segmentos alveolares 1 – 2 semanas: Inserção da placa 12 – 16 semanas: Ajuste do aparato para MNA ________________________________________________ RESULTADOS Todos os recém-nascidos tratados com o aparato obtiveram redução significativa da fissura alveolar, bem como da configuração do palato duro. A extensão nasal permitiu modificação do aspecto da cartilagem da asa nasal afetada. Nenhum recém-nascido apresentou dificuldade em alimentação. Ao contrario, a oclusão do palato duro com a placa intraoral tende a se comportar Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 12 Experiência de hospital especializado no tratamento precoce do fissurado através da modelagem nasoalveolar como uma placa de alimentação que impede o regurgitamento do conteúdo oral para a cavidade nasal. DISCUSSÃO A plasticidade da cartilagem do recém-nascido foi estudada no passado e, a partir daí, passou-se a compreender a possibilidade de modelagem das cartilagens da diversas regiões do corpo. Assim como é possível a modelagem das cartilagens da orelha nas primeiras horas de vida extrauterina, a MNA permite reposicionar os segmentos intraoral e extra-oral da fissura labiopalatina (1-10), desde que este processo seja iniciado na primeira semana. Durante os primeiros 2 a 3 meses de vida, a modelagem da cartilagem e dos tecidos moles pode ser realizada através da aplicação de forças de tração externa com tensão leve, mas continua (1,2). Grayson e Cutting introduziram a utilização de extensão nasal adaptada ao aparato ortodôntico, com a finalidade de moldar e elevar a crura nasal e ajudar a expandir o comprimento da columela no caso dos portadores de fissuras bilaterais (1-3, 11-15). De acordo com a American Cleft Palate-Craniofacial Association e a Canadian Society of Plastic Surgeons, 71% dos cirurgiões relatam fazer uso de tratamento ortopédico pré-operatório ao menos eventualmente em seus pacientes, embora não haja consenso quanto ao tipo de aparato utilizado (4). A MNA demonstra vantagens no tratamento da fissura labiopalatina unilateral e bilateral, mostrando melhora no posicionamento dos segmentos prémaxilares, correção da deformidade nasal, o que tende a facilitar até mesmo o reparo cirúrgico2. Pacientes com fissura labiopalatina bilateral experimentam um alongamento do segmento da columela. A MNA permite uma certa simetrização na assimetria nasal nos casos de fendas unilaterais,, mas melhora o aspecto da asa nasal também nos bilaterais (2). Apesar dos benefícios da modelagem nasoalveolar, sua prática ainda envolve alguns desafios. Deformidades iatrogênicas podem ser criadas com seu uso inadequado, sendo as mais comuns obliteração do arco do cupido devido a aplicação exagerada de tração pelas fitas, alargamento do elemento lateral do lábio pelas fitas devido a um vetor de tração com orientação inferior, e a mega-narina, deformidade provocada pela elevação excessiva do arco da cartilagem alar antes que o intervalo entre a base sua base e a base da columela tenham sido devidamente aproximadas (1). Além das complicações anatômicas que podem ser provocadas pelo prática inadequada da técnica, algumas complicações locais também podem ocorrer, embora casos relatados com essas complicações na literatura sejam muito pouco frequentes (2). Grayson et. descreveu como complicação comum ulceração, erupção de dente ectópico e desarranjo de tecidos moles (2.5). As complicações podem ser entendidas em dois grupos: de tecidos moles (ulceração, sangramento, irritação e infecção), de tecidos rígidos (arco em T assimétrico e erupção dentária prematura), havendo também o risco de falta de adesão ao tratamento pela não observação das visitas regulares à consultas médico-odontológicas (2.6). Comprometimento dos pais com o tratamento é fundamental para o sucesso da MNA. CONCLUSÃO A modelagem nasoalveolar como ferramenta no tratamento do paciente fissurado é avanço recente e faz parte da compreensão de cuidado multidisciplinar. Os benefícios de sua prática são evidentes, principalmente quando iniciada na primeira semana de vida, o que permite redução significativa da dimensão da fenda labiopalatina, reposicionando os segmentos prémaxilares e diminuindo a assimetria nasal associada. Não é isenta de complicações pelo excessivo reposicionamento ou devido ao uso inadequado do aparato, o que conduzir até mesmo a infecções locais. Visitas periódicas são necessárias durante o período de tratamento. AGRADECIMENTOS Aos médicos-residentes do Serviço da Disciplina de Cirurgia Plástica da Irmandade da Santa Casa de Porto Alegre e Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; Aos odontologistas pertencentes à equipe da Dra Edela Puriccelli da Irmandade da Santa Casa de Porto Alegre; À Dra. Yuki Sato, do Japão, que orientou a equipe durante o período inicial da aplicação clínica deste estudo. Ao Dr. Ronald Zuker, da Universidade de Toronto, amigo e mentor no treinamento e cuidado das crianças portadoras de fissuras labiopalatinas; Ao Dr Pablo Pase, que nos últimos anos tem se dedicado às crianças portadoras de defeitos congênitos no Hospital da Criança Santo Antônio da Santa Casa de Porto Alegre. Referências 1. McNeil CK. Orthodontic procedures in the treatment of congenital cleft palate. Dent Rec. 1950; 70: 126-132. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 13 Experiência de hospital especializado no tratamento precoce do fissurado através da modelagem nasoalveolar 2. Lathan RA, Kusi RP, Georgiade NG. An extraorally activated expansion appliance for cleft palate infants. Cleft Palate J. 1976; 13: 253- 261. 3. Maull DJ, Grayson BH, Cutting CB, Brecht LL, Bookstein FL, Khorrambadi D, Webb JA, Hurwitz DJ. Long-term effects of nasoalveolar molding on three-dimensional nasal shape in unilateral clefts. Cleft Palate Craniofac J. 1999; 36: 391- 397. 4. Matsuo K, Hirose T, Tonomo T. Nonsurgical correction of congenital auricular deformities in the early neonate: a preliminary report. Plast Reconstr Surg. 1984; 73:38-50. 5. Hardingham TE, Muir H. The specific interactions of hyaluronic acid with cartilage proteoglycans. Biochim Biophys Acta. 1972; 40: 479. the annual meeting of the American Cleft Palate Craniofacial Association; New Orleans, 1997. LEGENDAS DAS FIGURAS Figura 1: Algoritmo do tratamento multidisciplinar da criança portadora de fissura labiopalatina Figura 2: Aspecto da criança portadora de fissura labiopalatina durante a utilização da placa de modelagem nasoalveolar (MNA) Figura 3: Aspecto do final da operação – queiloplastia – para o tratamento definitivo da fissure labial, aos três meses de idade Figura 4: Aspecto da criança operado cerca de seis meses após o tratamento 6. Huebener DV, Liu JR. Advances in management of cleft lip and palate. Clin Plast Surg. 1993; 20: 723. 7. Cutting CB, Grayson BH, Brecht L, Santiago P, Wood R, Kwon S. Presurgical columellar elongation and primary retrograde nasal reconstruction in onestage bilateral cleft lip and nose repair. Plast Reconstr Surg. 1998; 101:1630-1639. 8. Noguchi M. Matsuo K, Furuta, Ymai and S. Simple correction of Stahl’s ear. Br J Plast Surg. 1994; 47: 570- 572. 9. Shaw, WC. Early orthopedic treatment of unilateral cleft lip and palate. Br J Orthod. 1978; 5(3): 119. 10.Robertson NRE. Recent tends in the early treatment of cleft lip and palate. Transactions of the BSSO. Dent Practitioner. 1971; 21: 326. 11.de La Torre JI, Gallagher PM, Douglas BK, Tenehaus M. Repairing the cleft lip nasal deformity. Cleft Palate- Craniofac J. 2000; 37(3): 234- 242. 12.Mcomb H. Primary unilateral and bilateral cleft lip nose reconstruction. In J. Bardach and HL Morris 9ds (Eds), Multidisciplinary Management of Cleft Lip and Palate, Philadelphia: WB Sauders Co., 1990. Pp 197-203. 13.Jaeger M, Braga-Silva J, Gehlen D, Sato Y, Zuker R, Fisher D. Correction of the alveolar gap and nostril deformity by presurgical passive orthodontia in the unilateral cleft lip. Ann Plast Surg. 2007; 59(5): 48994. 14.Schendel S. Unilateral cleft lip repair- state of the art. Cleft Palate-Craniofac J. 2000; 37(4): 335-341. 15.Maull DJ, Grayson BH, Brecht LE, Cutting CB. Long term effects of nasoalveolar molding. Presented at Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 14 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Subcisão percutânea tracionada com fios Combined subcision using upward stitch traction Osvaldo Pereira1, Kuang Hee Lee2, Jorge Bins Ely3 RESUMO Retrações cicatriciais e depressão tecidual pode comprometer a estética e a qualidade de vida. O propósito deste estudo é avaliar os resultados do tratamento destas entidades em diferentes topografias com o uso da subcisão percutânea combinada com suspensão da área retrátil por meio de fios de sutura. As retrações foram divididas em 5 grupos de acordo com a região tratada: facial, glútea, mama, abdômen, membro inferior. Ao todo foram 40 pacientes com n=77 áreas tratadas no período de 1996 a 2013. As depressões tipo celulite grau 3 foram incluídas nas depressões glúteas. Resultados favoráveis e baixo índice de complicações confirmam a eficácia do método como utilizado pelos autores no tratamento do mamilo invertido tipo 2 e 3. deep at the core of the depression, pulling vertically up with the suture, and using a needle or miniblade(placed percutaneously or through a small incision) to release the adhesions. Results: The depressions were released successfully in all patients. Bruises around treated areas persisted for 2 to 3 weeks. Moderate induration persisted until three months. In the gluteal region, 6 patients who had retracted areas with diameter > 5 cm developed seroma after treatment; the seromas resolved after needle aspiration or placement of a Penrose drain for 2 weeks (2 patients). Conclusions: The present results confirmed the efficacy of the combined subcision method with upward traction at diverse body sites as previously reported for inverted nipple in the breast. Key words: Subcision, scar, cellulite. Palavras chaves: Subcisão, depresão cutânea, celulite. ABSTRACT Background: Scar retraction and soft tissue depression may compromise aesthetics and cause social embarrassment. The purpose of this study was to evaluate the results of treating soft tissue depressions or retractions at varied anatomy regions with combined upward suture traction and percutaneous subcision. Methods: There were 40 patients (age: mean, 39 y; range, 22-55 y; 39 women and 1 man) (total, 77 soft-tissue lesions) who had treatment with the present technique from 1996 to 2013. Postoperative follow-up was from 6 months to 2 years. The treated anatomic areas were evaluated in 5 groups: (1) face (8 patients;8 lesions);(2) gluteal (16 patients; 46 lesions); (3) breast (7 patients; 10 lesions); (4) abdomen (7 patients; 7 lesions); and (5) lower limb (2 patients; 6 lesions). The technique included placing a 2-0 nylon monofilament suture 1. Membro Titular SBCP-SC INTRODUÇAO Há muitas causas de retração e depressão tecidual, como infecção, necrose tecidual, radioterapia em região mamária, excisão tumoral, gynoecóide lipodistrofia(celulite). Em estudo prévio descrevemos o tratamento da subcisão combinada com suspensão tecidual para tratar o mamilo invertido tipo 2 e 3 1,2. Neste tipo de procedimento o mamilo é suspenso com fio de sutura que passa na base do mamilo e com a inserção de agulha BD 16 e 18 Nokor, as bandas retráteis são liberadas com movimentos circulares. Durante o processo de cicatrização o tecido granuloso ocupa o espaço vazio e ao preenchê-lo contribui para o nivelamento da depressão. 2. Membro Especialista SBCP-SC 3.Professor Titular de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de Santa Catarina. Chefe/Regente do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário - UFSC Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 Indicamos o procedimento em diferentes topografias incluindo celulite grau 3. XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 15 Subcisão percutânea tracionada com fios OBJETIVO O propósito do estudo foi avaliar os resultados após o tratamento de depressões e retrações do tecido mole em diferentes topografias, usando-se a subcisão percutânea tracionada com fios. MÉTODO O método foi aplicado em 40 pacientes (média idade: 39 anos; média, 25 anos; 39 mulheres e 1 homem) and 1 man) compreendendo n=77 retrações no tecido mole, que foram tratadas no período de 1996 a 2013. O período de seguimento pós-operatório foi de 6 meses a 2 anos. As áreas tratadas foram avaliadas em 5 grupos: (1) face(8 pacientes; 8 lesões); (2) glútea(16 pacientes; 46 lesões); (3) mama(7 pacientes; 10 lesões); (4) abdomen(7 pacientes; 7 lesões); e (5) membro inferior(2 pacientes; 6 lesões). Técnica Infiltração tumescente com anestésico local (lidocaína 0,5% com epinefrina 1:800.000). Insere-se um fio mononylo 2-0 em alça simples, cruzada no centro da depressão. Traciona-se o fio que é mantido com porta agulha. Na preiferia da depressão insere-se uma agullha rosa, BD 16,18 Nokor, ou agulha de Doris. Com movimentos circulares as retrações são liberadas até que a palpação bidigital confirme a ausência de retração(Figura 1). RESULTADOS Depressões < 5 diâmetro foram liberadas adequadamente em todos os pacientes(Figure 3). Equimose ao redor da área tratada persistiu por dosi a três mêses. Bruising around the treated areas persisted for 2 to 3 weeks. Moderate induration. Moderada sensação de endurecimento persisted ao longo de três meses. Na região glútea 6 pacientes cuja retração era >5 cm apresentaram serom( nádegasxlesões[13%] que resolveram com drenagem ambulatorial. Em dosi casos foi necessário indicou-se dreno de penrose. DISCUSSÃO Esta investigação confirma a eficácia do método semelhante no tratamento do mamilo invertido. As Cicatrizes retráteis na face, especialmente aquelas sequelas após drenagem de abscesso alveolar localizadas na borda mandibular, foram corrigidas satisfatoriamente. 3 Essas retrações de aspecto puntiforme, menores que 1cm, respondem bem a uma sessão de tratamento. (Figure 3) Na região glútea, as retrações de pele são manifestações da lipodistrofia ginecóide, celulite grau 3. 4,5 Nestas condições existe septo entre dermis e a fáscia do glúteo máximo. O método da subcisão com suspensão vertical preserva a vascularização subdérmica e preserva uma espessura mínima de 0,5 a 1 cm, que contribui para um contorno tecidual. Sob o mesmo princípio indica-se para as depressões lipoatróficas (tipo 1A) e fibróticas (tipo 1B) 6. (Figure 5). As retrações presentes após laparotomia, cesariana, cuja cicatriz se localiza muito próximo da aponeurose, também respondem bem ao método. As depressões ou aderências após mastectomia ou radioterapia, especialmente na região axilar após ressecção ganglionar também se beneficiam da subcisão tracionada. Nestas condições o uso de enxerto gorduroso têm dificuldade de ser interposto ao leito fibrótico e retrátil. Entretanto, ao libera-se as retrações com subcisão tracionada em tese produzimos espaço para um neotecido de granulação. Com isso, a lipoenxertia pode e integrar melhor ao leito pelo afluxo concomitante de estímulo pósinflamatório.7-12 A subcisão tracionada poderia ser indicada também para baixar o sulco mamário. (Figure6). Dentre as vantagens com a subcisãso tradicional é que esta atua num plano estático. Já a subcisão tracionada cria um espaço vitual que possibilita liberar aderências e retrações de um modo mais eficaz (Figure 7 and 8).13-16 As complicações da subcisão tracionada ocorreram predominantemente na região glútea. Seromas foram registrados especialmente na região glútea nas áreas retráteis tipo 1A,1B, 1C com diâmetro >5cm. CONCLUSÃO A subcisão tracionada com fios em alça pode ser indicada no tratamento de depressões em diversas regiões, incluindo-se retrações glúteas tipo 1A,1B, e 1C. e celulite grau 3. A sua eficácia é medida pelo resultado satisfatório e baixo índice de complicações. REFERÊNCIAS 1. Pereira Filho OJ, Bins - Ely J, Granemann AS, Bertelli JA, Abdalla, SC. Closed inverted nipple treatment trough a microincision procedure. Plast Reconstr Surg. 2001; 108: 1000-1005. 2. Han S, Hong YG. The inverted nipple: its grading and surgical correction. Plast. Reconstr Surg. 1999; 104-389-395. 3. Ardehali MM , Jafari M, Hagh AB. Submandibular space abcess: a clinical trial for testing a new technique. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 16 Subcisão percutânea tracionada com fios Otolaryngol Head Neck Surg. 2012; 146:716-718. 4. de Godoy JM, Groggia MY, Ferro Laks L, Guerreiro de Godoy Mde F. Intensive treatment of cellulite based on physiopathological principles. Dermatol Res Pract 2012; 2012:834280.doi: 10.1155/2012. 5. Rawlings AV. Cellulite and its treatment. Int J Cosmet Sci. 2006; 175-90. 6. Gonzales R. Gluteal retractions: Classification and treatment techniques. Aesthet Surg J. 2006; 26: 537-550. 7. Pull, Coleman SR, Cui X, Ferguson RE Jr, Vasconez HC.. Autologous fat grafts harvested and refined by the Coleman technique: a comparative study. Plast Plast Reconstr Surg. 2008; 122:932-937. 8. Rigotti G, Marchi A, Micciolo PR , Baroni PG. On the safety of autologous fat grafting for breast reconstruction. Plast Reconstr Surg. 2012; 130:206e -270e. 9. Khouri RK, Eisenmann – Klein M, Cardoso E, et al. Brava and autologous fat transfer is a safe and effective breast augmentation alternative: results of a 6-year, 81-patient, prospective multicenter study. Plast Recosnstr Surg. 2012; 129:1173-1187. 17.Sariguney Y, Demir YH , Yavuzer R , Elmas C ; Atabay K. Scar tissue graft as a filler for soft tissue augmentation. Aesthetic Plast Surg. 2007;31:692696. 18.Lau YS, Offer GJ. Treatment of soft tissue contour defects by a combination of surgical subcision with a Beaver tympanoplasty blade and autologous fat grafting. Aesthetic Plast Surg. 2010;34: 406-407. 19.Druecke D ; Lamme EN , Hermann S, et al. Modulation of scar tissue formation using different dermal regeneration templates in the treatment of experimental full- thickness wounds . Wound Repair Regen 2004;12: 518-527 . FOTOS Figura 1. Mulher de 32 anos tratada com a subcisão tracionada. (A)Visão transoperatória de lipodistrofia subcutânea tipo 1A na nádega esquerda e fibrose tipo 1B na direita. (B) Tração da área retrátil com sutura el alça cruzada. A agulha de Doris é posicionada na borda externa da depressão. (C) Palpação digital para conferir ausência de bandas retráteis. (D) Melhora do contorno Improvement in the contour in the right buttock at the end of the procedure. 10.Coleman SR. Structural fat grafts: the ideal filler? Clin Plast Surg. 2001, 28:111-119. 11.Carpaneda CA, Ribeiro MT . Percentage of graft viability versus injected volume in adipose autotransplants. Aesthet Plast Surg. 1994;18:17-19, 12.Mu DL, Luan J, Mu L, Xin MQ. Breast augmentation by autologous fat injection grafting: management and clinical analysis of complications. Ann Plast Surg. 2009; 63:124-127. 13. Orentreich DS, Orentreich N, Subcutaneous incisionless(subcision) surgery for the correction of depressed scars and wrinkles. Dermatologic Surgery, 1995;21:543-549. 14.Echo A, Menn ZK, Friedman JD. A minimally invasive approach for the correction of a traumatic buttock deformity via wire subcision and volume replacement. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2012; 65: e163-e165. Figura 2. Paciente da figura 1 após 1 ano. Figura 3. Paciente de 36 anos com depressão retrátil após sequela de abscesso alveolar. Figura 4. Paciente de 41 anos após sequela axilar de mastectomia e esvaziamento axilar. Após duas sessões de subcisão tracionada e lipoenxertia na área. 15.Aalami Harandi S; Balighi K; Lajevardi V, Akbari E. Subcision - suction method: a new successful combination therapy in treatment of atrophic acne scars and other depressed scars. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2011;25:92-99. 16.Graivier M. Wire subcision for complete release of depressions, subdermal attachments, and scars. Aesth Surg J. 2006; 26:387-394. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 Fig 1 Subcisão tracionada no transoperatorio XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 17 Subcisão percutânea tracionada com fios fig 2 Pre e pos operatorio da paciente da fig 1 Fig 6 Pos operatorio fig 3 retração axiliar pós mastectomia Fig 7 Celulite grau 3%2C lipoatrofia tipo 1A e fibrose tipo 1B fig 4 pos operatorio com subcisão tracionada mais lipo enxertia Fig 8 Pos operatorio da figura 7 fig 5 Retração mandibular pós abcesso aveolar Fig 9 Comparativo entre subcisão tradicional estatica e %28embaixo%29 subcisao tracionada com fios dinamica Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 18 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Reconstrução auricular subtotal com cartilagem recuperada pós amputação traumatica Auricular reconstrucction using the same post traumatic cartilage Osvaldo Pereira1, Kuang Hee Lee2, Jorge Bins Ely3 RESUMO Introdução A reconstrução da orelha usando-se o arcabouço cartilaginoso da orelha amputada é raro na literatura. A magnitude do trauma e a dificuldade de tratamento especializado no primeiro atendimento contribuem neste desafio. Neste artigo mostra-se a reconstrução bem sucedida após a perda subtotal pós-traumática unilateral da orelha. Todos os passos desde o primeiro atendimento até a moldagem final são documentados detalhadamente. A ausência de complicações e a arquitetura satisfatória da orelha reconstruída confirma o sucesso do tratamento. O uso do arcabouço cartilaginoso da orelha amputada é raro na prática e na literatura. A intensidade do trauma e a falta de primeiro atendimento especializado inviabilizam a reutilização da estrutura cartilaginosa. Neste relato de caso demonstra-se exemplo bem sucedido da reconstrução subtotal de orelha reutilizando-se a cartilagem amputada. Objetivo Descritores: Reconstrução auricular, Reconstrução da orelha, trauma auricular Demonstrar a reconstrução subtotal da orelha com o arcabouço da própria orelha amputada, num paciente 52 anos. ABSTRACT Método Ear reconstruction using the same cartilaginous framework of the amputated ear is uncommon. The magnitude of the trauma and inadequate initial treatment avoids potential reutilization of the cartilage structure. In this article we demonstrated a successful case of a ear subtotal reconstruction using the previous amputated cartilage framework. The different steps are demonstrated culminating with satisfactory new auricular shape. Relato de caso: Homem de 52 anos portador de sequela pós tráumática de amputação de 2/3 da orelha direita em acidente de carro. Foi atendido por cirurgião plástico que preservou o segmento amputado, esqueletizou a estrutura cartilaginosa e seputou-a em parede abdominal. Seis meses após iniciou-se a reconstrucão usando-se a estrutura cartilaginosa transplantada no abdomen que foi coberta com retalho cutâneo retroauricular. Após três meses liberou-se parcialmente o retalho composto em bloco do leito receptor preservando-se o tecido granulação no qual foi interposto enxerto de pele. Foi mantido curativo com gase interposta por duas semanas. Procedeu-se mais três etapas de refinamento a cada espaçada a cada 4 a 6 meses. Key words: Auricaular reconstruction, reconstruction of the ear, auricular injury Resultado 1. Membro Titular SBCP-SC 2. Membro Especialista SBCP-SC 3.Professor Titular de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de Santa Catarina. Chefe/Regente do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário - UFSC Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 A orelha reconstruída apresentou configuração anatômica satisfatória. Registrou-se apenas uma retração cicatricial retorauricular, mas que não comprometeu a satisfação do paciente. A nova orelha permitiu o uso de óculos sem dificuldades. XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 19 Reconstrução auricular subtotal com cartilagem recuperada pós amputação traumatica Discussão Reconstruir o pavilhão auricular usando-se o arcabouço cartilaginoso da orelha previamente amputada é raro 1-5 . A intensidade do trauma muitas vezes inviabiliza o aproveitamento da estrutura. A falta de especialista que possa fornecer o primeiro atendimento também impede que exemplos bem sucedido sejam efetuados. Neste artigo todas as etapas evoluíram de modo a permitir a conservação, o preparo e a reutilização da cartilage previamente amputada 6. Isto facilitou o tratamento. Pois, a alternativa mais indicada seria o a confecção do arcabouço com cartilage costal. Porém, além de mais complexa, o uso desta técnica seria mais laboriosa devido o preparo da area doadora e a confeção artesanal da do molde cartilaginoso. No caso em questão, o pronto atendimento especializado permitiu a vitalidade da cartilage, a qual viabilizou a reconstrução auricular. O transplante temporário da cartilage amputada na loja abdominal foi bem sucedida. Embora a loja platismal também ofereça condições de alojar temporariamente o arcabouço cartilaginoso amputado7,8 . ear: experience with five cases. São Paulo Med J/ Rev Paul Med; 117(5):218-23. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 41 - Suplemento 01 - 2012 6. FRANCO, T.; FRANCO, D. Trauma de orelha: quando reconstruir com cartilagem costal. Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2010; 13(3): 143-8. 7. Mello-Filho FV, Mamede RCM, Sader AA, et al. Use of the platysma myocutaneous flap for cervical tracheal reconstruction: an experimental study in dogs. Laryngoscope 1993; 103:1161-7. 8.Arian S, Chicarelli ZN. Replantation of a totally amputated ear by means of a platysma musculocutaneous “sandwich” flap. Plast Reconstr Surg 1986; 78:385-9. FOTOS Conclusão Reconstruir a orelha amputada em um adulto a partir do arcabouço cartilaginoso da orelha previamente amputada poderá ser possível desde que todas etapas sejam observadas. Referência 1. Ivan MJ, Bruno CL, Adriana Sk, Marlon ACL, Renato SF. Trauma da orelha: Revisão da literature e série de casos. Arquivos Catarinenses de Medicina- v41Suplemento 01-2012. FIG 1 - Amputacao traumatica subtotal da orelha 2. Talita F, Diogo F. Trauma de orelha”quando reconstruir com cartilage costal. Rev Bras Cir Craniomaxiofal 2010; 13(3): 143-8. 3. ABD-ALMOKTADER, M. A. Nonmicrosurgical singlestage auricular replantation of amputated ear. 2 - BODANESE, T. et al. Conduta na amputação traumática de orelha. Arquivos Catarinenses de Medicina, v. 38, n. Suplemento 01, p. 230, 2009. 4. José CS, WALDIVINO GF, Bruno GO. Reconstruções auriculares após lesões traumáticas.Rev Bras Cir Plast. v26 no. 3-Jul/Ago/Set 2011. 5. Francisco VM, Rui CM, Adilon PK. Use of a platysma myocutaneous flap for reimplantation of a severe Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 Fig 2 Aproveitado arcabouço cartilaginoso da orelha amputada previamente transplantada no abdomen por seis meses XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 20 Reconstrução auricular subtotal com cartilagem recuperada pós amputação traumatica Fig 3 cobertura com retalho local retroauricular Fig 6 pre operatorio Fig 4 Elevado parcialmente o retalho composto apos 3 meses Fig 5 Curativo mantido por tres semanas para permitir a aderencia do enxerto dermo epidermico Fig 7 Pos operatorio Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 21 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Lift Facial e Procedimentos Associados Facial Lift and Ancillary Procedures Osvaldo Pereira1, Kuang Hee Lee2, Jorge Bins Ely3 RESUMO INTRODUÇÃO A plástica de face, também conhecida em nosso meio como Lift Facial por muito tempo foi entendida como tração dos tecidos com ou sem reposição do sistema musculo-aponeurótico facial. Recentemente, observa-se na especialidade uma abordagem mais conservadora. Dentre as manobras executadas destacam-se a reposição dos compartimentos gordurosos malares no terço médio, a associação ao peeling químico facial, a queiloplastia, e a lipoenxertia. Estes procedimentos associados ou indicados individualmente às técnicas clássicas do Lift contribuem para a plenitude do rejuvenescimento facial. Neste estudo uma análise retrospectiva de 2004 à 2014 compreendendo 65 casos de Lift Facial com procedimentos associados são avaliados. A documentação fotográfica elucida e justifica o conjunto de procedimentos associados. O Lift Facial clássico se indicado sem os procedimentos ancilares, muitas vezes não revela a plenitude da beleza facial. Ao contrário, contribui para estigmatisá-la. Recentemente passou-se a abordar o terço médio por via temporal, a associar o peeling químico ou a laser, além da lipoenxertia, e queiloplastia conjuntamente no rejuvenescimento facial. Neste estudo demonstra-se que associar os procedimentos supracitados promove-se um rejuvenescimento facial pleno. Os procedimentos têm uma baixa curva de aprendizado, e se bem conduzidos mantém uma baixa taxa de complicação. Os autores analisam suas experiências em 65 pacientes tratados no período de 2004 à 2014. DESCRITORES: Lift Facial, Plástica Facial, Rejuvenescimento Facial OBJETIVO ABSTRACT In his investigation the Facial Lift is performed under a conservative indication associated with procedures such as quimical peeling, queiloplasty, fat graft, and internal repositioning of the malar fat compartiment. The authors experience is evaluated after treatment of 65 patients from 2004 to 2014. Photo documentation revels the impact of the face rejuvenation with minimal rate of complications. The low learning curve allow the indication of the procedures in the same surgical session without compromising the patient recovering KEYWORDS: Facial Lift, Lifting , Facial Plasty 1. Membro Titular SBCP-SC 2. Membro Especialista SBCP-SC 3.Professor Titular de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de Santa Catarina. Chefe/Regente do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Universitário - UFSC O propósito do estudo é demonstrar que associar procedimentos no Lift Facial como: peeling químico, queiloplastia, lipoenxertia, elevação do terço médio por via temporal contribui para um rejuvenescimento facial pleno sem aumentar o período de recuperação ou complicações. MÉTODO O paciente é mantido sob anestesia geral ou sedação. Associa-se a infiltração de solução de anestésico local, xilocaína 20ml diluída em 200ml de sf 0,9% e 1 ampola de adrenalina 1/1000. A infiltração cria uma tumescência da região tratada. Os portais no couro cabeludo dão acesso à dissecção no plano subperiosteal na fronte. No plano temporal sob a fáscia profunda disseca-se o túnel temporal, avança-se além da veia sentinela por sobre o malar até o sulco nasogeneano, mobilizandose o terço médio e os compartimentos gordurosos malares. Estes são mobilizados num vetor vertical numa diagonal com o sulco nasogeneano, por meio de agulha Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 22 Lift Facial e Procedimentos Associados por via peridural transcutânea que guia fio mononylon 3-0. Este num movimento de vai e vem é fixado na fáscia temporal. A área frontal também é fixada com pontos em “V”. A dissecção da área cervical é efetuada com descoladores de Dilson, complementados com tesoura. A borda do patisma é discretamente dissecada e suturada ã região mastóide e à fàscia préauricular. A pele é fixada com pontos absorvíveis de tensão à fáscia do músculo do esternocleidomastoídeo e moderadamente na região préauricular. Compleatase o lifting com a blefaroplastia. Associa-se ao final o peeling químico usando-se o ácido tricloroacético a 20%. Se indicada realiza-se a queiloplastia superior e ou inferior. Consegue-se uma exposição da mucosa, tornando aparente os dentes incisivos superiores. O tratamento da ponta nasal e lóbulo da orelha, e a lipoenxertia complementam os procedimentos mais indicados no rejuvenescimento da face. CONCLUSÃO O lift facial se realizado com procedimentos associados como o peeling químico e a queiloplastia, valoriza a atratividade da face sem aumentar as taxas de complicações nem o período de recuperação para as atividades sociais. REFERÊNCIAS RESULTADOS O rejuvenescimento facial foi alcançado em graus variáveis. Nos pacientes com pele seca, com presença de rugas finas e elastose incipiente beneficiaram-se notadamente como o peeling químico. O encurtamento do lábio superior longo e o aumento do vermelhão mucoso deu maior expressividade ao segmento perioral. Assimetria no contorno labial relevante foi percebido em 16% dos pacientes. Hiperpigmentação após o peeling químico em 9%. Parestesia temporária do nervo temporal superficial em 16% e do depressor do lábio inferior em 4% dos pacientes. DISCUSSÃO O lifting facial deve ser ir além do mera tração cutânea ou dos planos profundos da face. Pois o que se quer e dar certo grau de atratividade ao segmento facial. Dentre os procedimentos que podemos realizar simultaneamente destaca-se em nossa experiência o peeling químico. Usamos com regularidade o peeling com ácido tricloroacético a 20% na profundidade 201. Isto é, atingimos até a camada papilar da derme. Ë seguro, com baixo índice de complicações. Na área dissecada no sobre o lift passa-se mínima camada do produto suficiente para exfoliação mínima. O padrão de dissecção do terço médio para avançar o compartimento malar preserva a integridade tecidual. Tendo em vista que neste caso este avanço é feito no sentido temporal, cuja dissecção se faz por meio do plano fascial profundo, descendo-se até os compartimentos gordurosos malares. Estes são transfixados com agulha de peridural, reposicionados e ancorados na fáscia do músculo temporal. Outro procedimento que adicionamos frequentemente é a queiloplastia. Esta recupera em graus variáveis o lábio longo associado eventualmente a linhas verticais. 1. Zein O. The treatment plan for rejuvenation. Skin health restoration & rejuvenation. p128-146. Springer Pitanguy, Ivo. Facial Cosmetic Surgery: a 30-year perspective. Plastic & Reconstructive Surgery. 105(4):1517-1526, April 2000. 2. Rohrich, Rod J.; Ghavami, Ashkan; Constantine, Fadi C.; More Lift-and-Fill Face Lift. Plastic & Reconstructive Surgery. 133(6):756e-767e, June 2014. 3. Rohrich, Rod J.; Pessa, Joel E. The Fat Compartments of the face: Anatomy and Clinical Implications for cosmetic surgery. Plastic & Reconstrucive Surgery. 119(7):2219-2227, June 2007. 4.Austin HW, George WW. Rejuvenating the Aging Mouth. Perspectives in Plastic Surgery, v.8,n1,pp27-56, 1994. 5. Ramirez, Oscar M.; Maillard, Gaston F.; Musolas, Alberto; More. Plastic & Reconstructive Surgery. 88(2):237-238, August 1991. The Extended Subperiosteal Face Lift: A Definitive Soft-Tissue Remodeling for Facial Rejuvenation. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 6. The Extended Subperiosteal Face Lift: A Definitive Soft-Tissue Remodeling for Facial Rejuvenation. Fernando Ortiz-Monasterio, M.D. Hospital Manuel Gea Gonzales Calzada de Tlalpan 4800 Mexico City 1400 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 23 Lift Facial e Procedimentos Associados FOTOS Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 24 Lift Facial e Procedimentos Associados Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 25 Arquivos Catarinenses de Medicina ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 RESUMO EXPANDIDO Colgajo de músculo temporal en reconstrucción orbitaria postexenteración Orbital reconstruction after exenteration with temporal muscle flap Álvaro Martín Fernández Galup1, Virginia Giachero2, Denisse Hartwig3 RESUMO ABSTRACT Introducción: el colgajo de músculo temporal es un colgajo con múltiples indicaciones en cirugía reconstructiva craneomaxilofacial, habiendo sido descrito por primera vez en la literatura por Lentz en el año 1895 para el tratamiento de la anquilosis de la articulación temporomandibular. Si bien en los últimos años los colgajos libres microvascularizados han ocupado un lugar destacado en cirugía reparadora maxilofacial, el colgajo de músculo temporal sigue siendo una opción segura para defectos locorregionales, con una menor curva de aprendizaje y menor tiempo quirúrgico. Material y método: análisis retrospectivo de los casos donde se utilizó el colgajo de músculo temporal para reconstrucción de órbita postexenteración en los últimos 2 años. En todos los casos la causa de la exenteración fue oncológica. Resultados: en todos los casos se realizó la reconstrucción en forma exitosa, con un tiempo quirúrgico promedio de 45 minutos, sin complicaciones inmediatas ni alejadas, permitiendo una rápida recuperación de los pacientes y por lo tanto el inicio temprano del tratamiento adyuvante postoperatorio. Conclusión: el colgajo de músculo temporal es una opción versátil y segura para reconstrucción orbitaria en pacientes oncológicos. Proporciona un lecho bien vascularizado, es de fácil disección, aportando el volumen y superficie necesaria para la reconstrucción, con un menor tiempo anestésico quirúrgico para el paciente y mínima o nula morbilidad funcional y estética. Introduction: the temporalis muscle flap has multiple indications in maxilofacial reconstructive surgery, since its first description in the literature by Lenz in 1895 for the treatment of temporomandibular joint ankylosis. Although in recent years the microvascular free flaps have figured prominently in maxillofacial reconstructive surgery, the temporalis muscle flap remains a safe option for locoregional defects with a shorter learning curve and shorter surgical time. Methods: we have done a retrospective analysis of cases where the temporalis muscle flap was used for orbital reconstruction in the last two years. In all cases the exenteration was due to oncological causes. Results: In all cases reconstruction was performed successfully, with an average of 45 minutes operating time, no immediate or late complications, allowing a quick recovery of patients and therefore early initiation of postoperative adjuvant therapy. Conclusion: The temporalis muscle flap is a versatile and safe option for orbital reconstruction in cancer patients. It provides a well-vascularized bed, easy dissection, bringing the volume and surface area required for reconstruction, with a shorter surgical anesthetic to the patient and minimal or no functional and aesthetic morbidity. KEYWORDS: temporal muscle, orbital exenteration, eyelid neoplasm DESCRITORES: músculo temporal, exenteração orbitária , neoplasma palpebral 1. Residente 3ro ano 2. Profesora Adjunto 3.Asistente Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 26 Colgajo de músculo temporal en reconstrucción orbitaria postexenteración INTRODUÇÃO compromiso de mucosa ocular sino también de pared orbitaria interna y pared lateral nasal. La exenteración orbitaria es una cirugía que conlleva pérdida funcional y estética. Supone un reto reconstructivo ya que debe otorgarse tanto relleno como cobertura. El colgajo de músculo temporal cumple estas dos condiciones, haciendo de este una opción adecuada. El mismo es un colgajo versátil y seguro en cirugía craneomaxilofacial, habiendo sido descrito por primera vez en la literatura por Lentz en el año 1895 para el tratamiento de la anquilosis de la articulación temporomandibular. En 1898 Golovine describe este colgajo para la reconstrucción de un defecto de órbita postexenteración. En 1919 Gillies utiliza este colgajo para la reconstrucción de un defecto de mucosa yugal y en 1930 para reanimación facial. Años más tarde, en 1948 Campbell lo describe para una reconstrucción de un defecto postmaxilectomía (3). Si bien existen múltiples técnicas reconstructivas desde la epitelialización espontanea hasta los colgajos libres microvascularizados, que en los últimos años han ocupado un lugar destacado en cirugía reparadora maxilofacial, el colgajo de músculo temporal sigue siendo una opción segura para defectos locorregionales con una menor curva de aprendizaje, menor tiempo quirúrgico y sin morbilidad del área dadora (1, 2) El tercer caso corresponde a un paciente de sexo masculino, de 42 años, con diagnóstico de carcinoma espinocelular de párpado superior izquierdo, de 2 años de evolución, con compromiso de globo ocular. Previa consulta con Cirugía Plástica recibió tratamiento con 28 sesiones de radioterapia con mala respuesta a este. MÉTODO En primera instancia se realizó la excéresis en bloque de las lesiones tumorales con un margen oncológico en superficie de 1 cm, incluyendo ambos párpados en todos los casos. En profundidad se incluyó el periostio del marco orbitario comprometido. Para la reconstrucción empleamos en todos los casos colgajo de músculo temporal. Se procedió a realizar una incisión desde el defecto, de adelante hacia atrás en el sector parieto-temporal homolateral al defecto. Se identificó y seccionó la aponeurosis temporal a 2 cm de su inserción superior y se procedió a su disección separándola del músculo hasta la arcada cigomática. Luego se procedió a levantar un colgajo mioperióstico de músculo temporal, protegiendo así su pedículo, desinsertándolo a nivel de la línea temporal inferior, fosa temporal y arcada cigomática preservando su inserción inferior a nivel de la apófisis coronoides. OBJETIVO Previo a la transposición del colgajo en los 3 casos se realizó la resección del reborde orbitario externo mediante osteotomía con sierra oscilante, para disminuir el riesgo de estrangulación del pedículo y permitir un acceso más fácil a la cavidad orbitaria. Se realizó la movilización del colgajo suturándolo con puntos de un hilo monofilamento irreabsorbile 3-0, a nivel de reborde orbitario. Análisis retrospectivo de los casos donde se utilizó el colgajo de músculo temporal para reconstrucción de órbita a en los años 2012 y 2013, en la Cátedra de Cirugía Plástica, Reparadora y Estética del Hospital de Clínicas “Dr Manuel Quintela” en Montevideo, Uruguay. Hemos intervenido 3 pacientes, realizando 3 colgajos de músculo temporal en el mismo acto. En todos los casos la causa de la exenteración fue oncológica. Como cobertura cutánea se procedió a la colocación de un injerto de piel parcial tomado de muslo en un caso y en otros 2 se procedió a la cobertura mediante un colgajo dermograso frontal. En el primer caso se trataba de un paciente de sexo masculino, de 52 años con diagnóstico de carcinoma espinocelular a nivel de párpado superior izquierdo y un carcinoma basocelular a nivel de párpado inferior izquierdo de más de 3 años de evolución, con compromiso ocular y óseo evidenciado en forma clínica e imagenológica, sin tratamiento previo. El segundo caso se trató de una paciente de sexo femenino, de 63 años no autoválida, con diagnóstico de carcinoma basocelular de dorso nasal, de 8 años de evolución. No se evidenciaba ni clínica o imagenológicamente compromiso ocular ni óseo, sin tratamiento previo. Se realizó la resección del tumor mediante técnica de Mohs, donde se confirmó no solo En todos los casos se realizó cierre directo del área dadora temporal. RESULTADOS La reconstrucción fue satisfactoria en todos los casos, con un tiempo quirúrgico promedio de 45 minutos para la disección y movilización del colgajo y con un tiempo de internación postoperatoria no mayor a 8 días. Esto permitió una rápida recuperación de los pacientes y por Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 27 Colgajo de músculo temporal en reconstrucción orbitaria postexenteración lo tanto el inicio temprano del tratamiento adyuvante postoperatorio, así como una rápida reincorporación a sus actividades habituales y laborales. No se registraron complicaciones en lo inmediato como infección, seroma, hematoma y necrosis total o parcial del colgajo. En el postoperatorio alejado tampoco se registraron complicaciones como cicatrices patológicas o alopecia cicatrizal en el área donante ni trastornos funcionales en la masticación. DISCUSSÃO La proximidad del músculo temporal a la región maxilofacial lo convierte en una excelente alternativa para cobertura de defectos de tercio superior y medio del macizo facial. El colgajo de músculo temporal es una opción con múltiples indicaciones en cirugía maxilofacial y seguro para reconstrucción orbitaria en pacientes oncológicos. Algunos autores prefieren la curación mediante granulación espontánea de la cavidad orbitaria argumentando que de lo contrario podría enmascararse una posible recidiva, esto implica un lento proceso que puede llevar meses, cuando el porcentaje de recidiva en carcinomas a nivel de órbita es muy baja (3). REFERÊNCIAS 1. Holtje, W.J., Schwipper V. (1989). The temporalis Osteomyoperiosteal Flap: Its blood supply and use for reconstruction of the maxilla. European Journaul of Plastic Surgery, 12:245-254. 2. López, F., et al. (2012). Free flaps in orbital exenteration: a safe and effective method for reconstruction. Eur Arch Otorhinolaryngol, 270:1947–1952. 3. Mohr, C. Esser, J. (1997). Orbital exenteration: surgical and reconstructive srategies. Graefe’s Arch Clin Exp Ophthalmmol, 235:288-295. 4. Rodríguez, Z., Sánchez, G.,García y Montalvo, I. (2004). Utilización del colgajo de músculo temporal en cirugía reconstructiva maxilofacial. Revisión de 104 casos. Revista Española de Cirugía Oral y Maxilofacial, 26:228-237. 5. Rouviére, H., Delmas, A. (2002). Anatomía Humana. Barcelona: Masson. FOTOS CONCLUSÃO cobertura inmediata de la cavidad orbitaria con este colgajo permite un inicio precoz del tratamiento adyuvante postoperatorio con radioterapia, disminuyendo también el riesgo de complicaciones como meningoencefalitis, osteoradionecrosis, abscesos cerebrales y la formación de fístulas nasoencefálicas.El colgajo de músculo temporal proporciona un lecho bien vascularizado, es de fácil disección, aporta el volumen y superficie necesaria para la reconstrucción, con un menor tiempo anestésico quirúrgico para el paciente, que los colgajos libres microvascularizados y mínima o nula morbilidad funcional y estética. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 28 Colgajo de músculo temporal en reconstrucción orbitaria postexenteración Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 29 ISSN (impresso) 0004- 2773 ISSN (online) 1806-4280 Índice por Autores AFIUNE, Rodolfo Guedes ..................................................................................... 166 Enxertos de cartilagem em rinoplastia: técnica de enxerto em forma de gravetos (stick graft) ANDRÉ, Fernando Sanfelice . .................................................................................10 Coxoplastia Vertical em ex-obesos mórbidos Graft cartilage in rhinoplasty: graft technique in the form of sticks (graft stick) Thighplasty in former morbidly obese ANDRÉ, Raphael S S .................................................................................................10 Coxoplastia Vertical em ex-obesos mórbidos Thighplasty in former morbidly obese AFIUNE, Rodolfo Guedes ..................................................................................... 183 Reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional associada a tela de polipropileno (Márlex) Three-dimensional reconstruction of skull vault with titanium mesh associated with polypropylene mesh ( Marlex ) ALTHOFF, Geraldo Cesar Castro ............................................................................39 Tratamento de queloides em região auricular com ressecção, corticoteria e betaterapia: série de casos. Auricular region keloid treatment with resection, corticoteria and betatherapy: a case series ARAUJO, Marcelo Rodrigues da Cunha . ........................................................... 100 Enxerto de gordura autologo associado ao lifting cervicofacial para tratamento de pacientes muito magras The use of micro fat graft in the face and neck lift in very thin patients BACHTOLD, Guilherme A. .................................................................................... 126 Experiência do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Cajuru em reconstrução de membro inferior com retalho solear nos últimos 8 anos. Experience of the Departament of Plastic Surgery of Cajuru Hospital in lower limb for reconstruction with soleus flap In the last 8 years . ALTHOFF, Geraldo Cesar Castro ............................................................................42 Retalho bilobado musculocutâneo nasal para reparo de defeito na ponta do nariz: resultados estéticos e satisfação dos pacientes Nasal myocutaneos bilobate flap for the repair of nasal tip defects: aesthetics results and patients satisfation ALTHOFF, Geraldo Cesar Castro ............................................................................45 Blefaroplastia inferior com reposicionamento de bolsas gordurosas com fixação periostal: série de casos BALBINOT, Priscilla . .............................................................................................. 177 Reconstrução de mama com uso de dispositivo de expansão externa Breast reconstruction whith external expansion device BARAZZETTI, Daniel Ongaratto .......................................................................... 186 Tratamento de queimaduras elétricas Lower blepharoplasty with repositioning bags greasy with periosteal fixation: case series ALTHOFF, Geraldo Cesar Castro ............................................................................59 Sindactilia – revisão de literatura e relato de caso de sindactilia simples completa Treatment of electrical burns BARAZZETTI, Daniel Ongaratto .......................................................................... 194 Qualidade de vida e câncer de pele não-melanoma Quality of life and non-melanoma skin cancer Syndactyly - review of literature and case report of simple complete syndactyly ALTHOFF, Geraldo Cesar Castro ............................................................................62 Reconstrução de mama utilizando retalhos perfurantes baseados no músculo reto do abdome - escala de preservação muscular Breast reconstruction using perforator flaps based in the rectus abdominis muscle – muscle sparing classification system BARBIERI, Lucía .........................................................................................................48 Colapso valvular nasal Nasal valve collapse BARREIRO, Guilherme .............................................................................................82 Diagnóstico e tratamento da síndrome de incompatibilidade ao silicone: relato de caso Silicone implant incompatibility syndrome (Siis) Diagnosis And Management: A Case Report ALTHOFF, Geraldo Cesar Castro ............................................................................66 Reconstrução tardia de mama: benefícios da lipoenxertia no preparo da zona de mastectomia BARREIRO, Guilherme ......................................................................................... 163 Cicatrização: aplicação de células-tronco adiposo-derivadas Delayed breast reconstruction: the benefits of fat graft to prepair the mastectomy zone ALTHOFF, Geraldo Cesar Castro ............................................................................71 Queloide em membro inferior associado a calcinose cutis – relato de caso. Keloid in the lower limb associated with calcinosis cutis - literature review . ALTHOFF, Geraldo Cesar Castro ............................................................................94 Reconstrução de asa nasal com retalho nasogeniano interpolado de pedículo subcutâneo – relato de caso Nasal ala reconstruction with interpolated subcutaneous tissue pedicle melolabial flap - case report ALTHOFF, Geraldo Cesar Castro ......................................................................... 197 Avaliação pré-operatória com angiotomografia da integridade dos vasos toracodorsais para reconstrução de mama com músculo grande dorsal em pacientes com esvaziamento axilar prévio Preoperative evaluation with tomographic angiography of thoracodorsal vessels for breast reconstruction with latissimus dorsi in patients with previous axillary lymph node dissection AMARAL NETO, Nilo .............................................................................................. 131 Algoritmo no tratamento do nevus congênito gigante do dorso com risco de malignização Algorithm for the giant congenital melanocitic nevi of the back with Malignation Risk ANDRÉ, Fernando S S ..............................................................................................10 Coxoplastia Vertical em ex-obesos mórbidos Healing: application of adipose- derived stem cell BATISNELLO, João Eduardo ....................................................................................16 Dissecção anatômica da artéria interóssea posterior e sua relevância no aprendizado e no planejamento das cirurgias reparadoras do membro superior Study and anatomic dissection of posterior interosseous artery and its relevance in learnig and planning of the repairs surgerys in distal arms. BELLO, Marcos Ednelson Garcia . ....................................................................... 206 Análise de 12 casos operados com o retalho médio frontal no Hospital de Câncer de Barretos – Unidade de Porto Velho Analysis of 12 cases operated with the average forehead flap in Barretos Cancer Hospital - Porto Velho Unit BENINI, Diogo ............................................................................................................32 Paralisia facial idiopátia pós operatória imediata de ritidoplastia: descrição de caso, diagnóstico e tratamento. Facial rhytidectomy with immediate postoperative idiopathic paralysis: case description, diagnosis and treatment. BEZERRA, Francisco José Fontenele ....................................................................28 Há necessidade de drenagem após utilização de pontos de adesão na área doadora do retalho do músculo latíssimo do dorso? Is Suction Drainage useless when associated to quilting suture at donor site area of latissimus dorsi myocutaneous flap? BIGOLIN, Patricia Regina ..................................................................................... 177 Reconstrução de mama com uso de dispositivo de expansão externa Breast reconstruction whith external expansion device Thighplasty in former morbidly obese Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 30 BINS ELY, Pedro .........................................................................................................69 Algoritmo de tratamento da paralisia facial do adulto BINS ELY, Jorge............................................................................................................. 5 Editorial: VIVA VIDA - VIDA VIVA Editorial: Live life - life live Adult facial paralysis: algorithm for treatment BINS ELY, Pedro .........................................................................................................71 Queloide em membro inferior associado a calcinose cutis – relato de caso. BINS ELY, Jorge ..........................................................................................................18 Miotomia fechada glabelar Keloid in the lower limb associated with calcinosis cutis - literature review . Closed glabelar myotomy BINS ELY, Jorge ..........................................................................................................97 Ninfoplastia: plástica dos pequenos lábios com ancoramento cutâneo na coxa BINS ELY, Pedro .........................................................................................................94 Reconstrução de asa nasal com retalho nasogeniano interpolado de pedículo subcutâneo – relato de caso Labiaplasty: anchoring the labia minor at the inner thigh Nasal ala reconstruction with interpolated subcutaneous tissue pedicle melolabial flap - case report BINS ELY, Jorge ....................................................................................................... 148 Reconstrução de pálpebra superior com retalho de pálpebra inferior Upper eyelid reconstruction with lower eyelid flap BINS ELY, Pedro ...................................................................................................... 107 Reimplante digital baseado apenas na artéria colateral BINS ELY, Jorge ....................................................................................................... 152 Mastopexia com uso de implantes nas grandes perdas ponderais Breast augmentation and mastopexy after massive weight loss patients BINS ELY, Jorge ....................................................................................................... 186 Tratamento de queimaduras elétricas Is it possible to perform a digital replantation without venous anastomoses? BINS ELY, Pedro ...................................................................................................... 131 Algoritmo no tratamento do nevus congênito gigante do dorso com risco de malignização Algorithm for the giant congenital melanocitic nevi of the back with Malignation Risk Treatment of electrical burns BINS ELY, Jorge ...................................................................................................... 194 Qualidade de vida e câncer de pele não-melanoma BINS ELY, Pedro ...................................................................................................... 144 Dermolipectomia abdominal em abdome com cicatriz transversa supraumbilical pré-existente – série de casos e revisão da literatura Quality of life and non-melanoma skin cancer Abdominal Dermolipectomy in Abdomen with a preexisting supraumbilical transverse scar - case series and review of the literature BINS ELY, Jorge ....................................................................................................... 222 Lift Facial e procedimentos associados Facial lift and ancillary procedures BINS ELY, Pedro ...................................................................................................... 156 Tratamento da antélice retificada com técnica de escoriação utilizando lâmina de Beaver BINS ELY, Jorge ....................................................................................................... 215 Subcisão percutânea tracionada com fios Plain antelix treated with escoriation technique: alternative approach Combined subcision using upward stitch traction BINS ELY, Pedro ...................................................................................................... 159 Retalho em ombreira bilateral pré-expandido em paciente com retração cervical pós-queimadura – relato de caso BINS ELY, Jorge ....................................................................................................... 219 Reconstrução auricular subtotal com cartilagem recuperada pós amputação traumática Bilateral pre-expanded shoulder flap in patient with postburn scar contracture of the neck – case report Auricular reconstrucction using the same post traumatic cartilage BINS ELY, Pedro .........................................................................................................35 Estudo clínico preliminar da utilização do conceito dos Propeller flaps em cirurgia reparadora complexa Preliminary clinical study about Propeller flaps concept application in complex reconstructive surgery BINS ELY, Pedro ...................................................................................................... 197 Avaliação pré-operatória com angiotomografia da integridade dos vasos toracodorsais para reconstrução de mama com músculo grande dorsal em pacientes com esvaziamento axilar prévio Preoperative evaluation with tomographic angiography of thoracodorsal vessels for breast reconstruction with latissimus dorsi in patients with previous axillary lymph node dissection BINS ELY, Pedro .........................................................................................................39 Tratamento de queloides em região auricular com ressecção, corticoteria e betaterapia: série de casos. Auricular region keloid treatment with resection, corticoteria and betatherapy: a case series BINS ELY, Pedro .........................................................................................................42 Retalho bilobado musculocutâneo nasal para reparo de defeito na ponta do nariz: resultados estéticos e satisfação dos pacientes BINS ELY, Pedro ...................................................................................................... 211 Experiência de hospital especializado no tratamento precoce do fissurado através da modelagem nasoalveolar Hospital experience specialized in early treatment through modeling cracked nasoalveolar Nasal myocutaneos bilobate flap for the repair of nasal tip defects: aesthetics results and patients satisfation BINS ELY, Pedro .........................................................................................................45 Blefaroplastia inferior com reposicionamento de bolsas gordurosas com fixação periostal: série de casos Lower blepharoplasty with repositioning bags greasy with periosteal fixation: case series BINS ELY, Pedro .........................................................................................................59 Sindactilia – revisão de literatura e relato de caso de sindactilia simples completa Syndactyly - review of literature and case report of simple complete syndactyly BINS ELY, Pedro .........................................................................................................62 Reconstrução de mama utilizando retalhos perfurantes baseados no músculo reto do abdome - escala de preservação muscular BITTENCOURT, Rogerio ........................................................................................ 126 Experiência do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Cajuru em reconstrução de membro inferior com retalho solear nos últimos 8 anos. Experience of the Departament of Plastic Surgery of Cajuru Hospital in lower limb for reconstruction with soleus flap In the last 8 years . BONATO, Flavia Thaiana...........................................................................................22 Relato do primeiro ano de experiência do banco de pele do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba Report of the first year of experience of the tissue bank in Hospital Evangélico de Curitiba BONATO, Flavia Thaiana ...................................................................................... 116 Tratamento cirúrgico da microstomia com técnica de Converse Surgical treatment of microstomia with converse technique Breast reconstruction using perforator flaps based in the rectus abdominis muscle – muscle sparing classification system BINS ELY, Pedro .........................................................................................................66 Reconstrução tardia de mama: benefícios da lipoenxertia no preparo da zona de mastectomia Delayed breast reconstruction: the benefits of fat graft to prepair the mastectomy zone CAIADO NETO, Brasil Ramos ............................................................................... 180 Rinofima: aspectos importantes da patologia e tratamento cirúrgico com eletrocautério. Rhinophyma: important aspects of the disease and its surgical treatment with the electrical scalpel. CAIADO, Bruno Cosme ......................................................................................... 180 Rinofima: aspectos importantes da patologia e tratamento cirúrgico com eletrocautério. Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 Rhinophyma: important aspects of the disease and its surgical treatment with the electrical scalpel. XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 31 CAIADO, Larissa Cosme . ...................................................................................... 180 Rinofima: aspectos importantes da patologia e tratamento cirúrgico com eletrocautério. DEGGERONE, Daniel ............................................................................................. 163 Cicatrização: aplicação de células-tronco adiposo-derivadas Rhinophyma: important aspects of the disease and its surgical treatment with the electrical scalpel. CALIL, José Augusto . ............................................................................................ 121 Transtorno dismórfico corporal e rinoplastia Healing: application of adipose- derived stem cell DEGGERONE, Daniel Gustavo . ..............................................................................91 Técnica de otoplastia no Hospital de Clinicas de Porto Alegre: revisao de casos. Otoplasty Technique in Hospital de Clinicas de Porto Alegre: a review of cases Body dysmorphic disorder and rhinoplasty CALOMENO, Luiz Henrique ....................................................................................22 Relato do primeiro ano de experiência do banco de pele do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba DONCATTO, Léo ........................................................................................................32 Paralisia facial idiopátia pós operatória imediata de ritidoplastia: descrição de caso, diagnóstico e tratamento. Report of the first year of experience of the tissue bank in Hospital Evangélico de Curitiba CASTILHO, Ana Elisa Kadri .................................................................................. 206 Análise de 12 casos operados com o retalho médio frontal no Hospital de Câncer de Barretos – Unidade de Porto Velho Facial rhytidectomy with immediate postoperative idiopathic paralysis: case description, diagnosis and treatment. DONCATTO, Léo ........................................................................................................78 Dimensões palpebrais antes e após blefaroplastia: efeito sobre as amplitude da região orbitopalpebral Analysis of 12 cases operated with the average forehead flap in Barretos Cancer Hospital - Porto Velho Unit CHEDID, Gibran Busatto .........................................................................................52 Sir Harold Gillies: uma vida extraordinária DONCATTO, Léo ........................................................................................................85 Comparação entre gêneros das medidas palpebrais antes e após blefaroplastia Sir Harold Gillies: an extraordinary life Comparison between genders lid measurements before and after blepharoplasty CHEDID, Gibran Busatto .........................................................................................56 Abdominoplastia multifuncional: diminuição do tempo cirúrgico com trabalho em equipe. DUARTE, Daniele Walter . .......................................................................................74 Complicação incomum após abdominoplastia em paciente pós-obeso Multifuncional abdominoplasty: less surgical time with teamwork An unusual complication of abdominoplasty in a post bariatric patient CHEFFE, Marcelo Recondo .....................................................................................56 Abdominoplastia multifuncional: diminuição do tempo cirúrgico com trabalho em equipe. FAEDA FILHO, José Antônio ................................................................................ 172 Cervicoplastia anterior direta: indicações e resultados em homens Multifuncional abdominoplasty: less surgical time with teamwork Direct Cervicoplasty: indications and results in male patients COLLARES, Marcus Vinicius Martins ....................................................................91 Técnica de otoplastia no Hospital de Clinicas de Porto Alegre: revisao de casos. Otoplasty Technique in Hospital de Clinicas de Porto Alegre: a review of cases COLLARES, Marcus Vinicius Martins ................................................................. 163 Cicatrização: aplicação de células-tronco adiposo-derivadas FARIAS, Ana Carolina Damm dos Santos Gomes de ...................................... 139 Reconstrução perineal pós grangrena de Fournier: relato de dois casos e revisão da literatura Perineal reconstruction post Fournier’s gangrene: report of two cases and literature review FEITOSA, Laryssa Fernanda ................................................................................. 206 Análise de 12 casos operados com o retalho médio frontal no Hospital de Câncer de Barretos – Unidade de Porto Velho Healing: application of adipose- derived stem cell CORSINO, Paola ..................................................................................................... 190 Rol del colgajo toracodorsal lateral em la reconstruccion mamaria. nuestra experiencia em Uruguay Analysis of 12 cases operated with the average forehead flap in Barretos Cancer Hospital - Porto Velho Unit Role of lateral thoracodorsal flap in breast reconstruction. our experience in Uruguay CORTABARRÍA, Natalia ......................................................................................... 190 Rol del colgajo toracodorsal lateral em la reconstruccion mamaria. nuestra experiencia em Uruguay FERREIRA, Chrystiano de Campos ..................................................................... 206 Análise de 12 casos operados com o retalho médio frontal no Hospital de Câncer de Barretos – Unidade de Porto Velho Analysis of 12 cases operated with the average forehead flap in Barretos Cancer Hospital - Porto Velho Unit Role of lateral thoracodorsal flap in breast reconstruction. our experience in Uruguay FERREIRA, Lydia Masako .........................................................................................69 Algoritmo de tratamento da paralisia facial do adulto Adult facial paralysis: algorithm for treatment COSTA, Sergio Moreira da ................................................................................... 166 Enxertos de cartilagem em rinoplastia: técnica de enxerto em forma de gravetos (stick graft) Graft cartilage in rhinoplasty: graft technique in the form of sticks (graft stick) CRESTANI, Thayse Antoniolli .................................................................................74 Complicação incomum após abdominoplastia em paciente pós-obeso An unusual complication of abdominoplasty in a post bariatric patient CRUZ, Gilvani Azor de Oliveira e ....................................................................... 139 Reconstrução perineal pós grangrena de Fournier: relato de dois casos e revisão da literatura Perineal reconstruction post Fournier’s gangrene: report of two cases and literature review CRUZ, Willian Vargas da ...................................................................................... 152 Mastopexia com uso de implantes nas grandes perdas ponderais Breast augmentation and mastopexy after massive weight loss patients DAVID, Felipe de . .................................................................................................. 121 Transtorno dismórfico corporal e rinoplastia Eyelid dimensions before and after blepharoplasty: effect on the amplitude of orbitopalpebral region FERREIRA, Lydia Masako ...................................................................................... 107 Reimplante digital baseado apenas na artéria colateral Is it possible to perform a digital replantation without venous anastomoses? FERREIRA, Lydia Masako ...................................................................................... 131 Algoritmo no tratamento do nevus congênito gigante do dorso com risco de malignização Algorithm for the giant congenital melanocitic nevi of the back with Malignation Risk FERRI, Thiago Alessandro .................................................................................... 148 Reconstrução de pálpebra superior com retalho de pálpebra inferior Upper eyelid reconstruction with lower eyelid flap FERRI, Thiago Alessandro .................................................................................... 194 Qualidade de vida e câncer de pele não-melanoma Quality of life and non-melanoma skin cancer FRANCIOSI, Luiz Fernando .................................................................................. 113 Tratamento da lesão do nervo fibular: 10 anos de prática Treatment of fibular nerve injury: 10 years of practice Body dysmorphic disorder and rhinoplasty Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 32 GOLDONI, Barbara d’Avila . ................................................................................. 159 Retalho em ombreira bilateral pré-expandido em paciente com retração cervical pós-queimadura – relato de caso FREITAS, Renato da Silva ..................................................................................... 139 Reconstrução perineal pós grangrena de Fournier: relato de dois casos e revisão da literatura Bilateral pre-expanded shoulder flap in patient with postburn scar contracture of the neck – case report Perineal reconstruction post Fournier’s gangrene: report of two cases and literature review GOLDONI, Barbara d’Avila . ....................................................................................59 Sindactilia – revisão de literatura e relato de caso de sindactilia simples completa FREITAS, Renato da Silva ..................................................................................... 172 Cervicoplastia anterior direta: indicações e resultados em homens Direct Cervicoplasty: indications and results in male patients Syndactyly - review of literature and case report of simple complete syndactyly FURLANETTO, Magda ...............................................................................................32 Paralisia facial idiopátia pós operatória imediata de ritidoplastia: descrição de caso, diagnóstico e tratamento. Facial rhytidectomy with immediate postoperative idiopathic paralysis: case description, diagnosis and treatment. FURLANETTO, Magda ...............................................................................................78 Dimensões palpebrais antes e após blefaroplastia: efeito sobre as amplitude da região orbitopalpebral Eyelid dimensions before and after blepharoplasty: effect on the amplitude of orbitopalpebral region GOLDONI, Barbara d’Avila . ....................................................................................62 Reconstrução de mama utilizando retalhos perfurantes baseados no músculo reto do abdome - escala de preservação muscular Breast reconstruction using perforator flaps based in the rectus abdominis muscle – muscle sparing classification system GOMES, Rogerio Schutzler .....................................................................................18 Miotomia fechada glabelar Closed glabelar myotomy GRAF, Ruth Maria ................................................................................................... 172 Cervicoplastia anterior direta: indicações e resultados em homens FURLANETTO, Magda ...............................................................................................85 Comparação entre gêneros das medidas palpebrais antes e após blefaroplastia Comparison between genders lid measurements before and after blepharoplasty Direct Cervicoplasty: indications and results in male patients GRAF, Ruth Maria ................................................................................................... 177 Reconstrução de mama com uso de dispositivo de expansão externa Breast reconstruction whith external expansion device GALUP, Álvaro Martín Fernández ....................................................................... 226 Colgajo de musculos temporal em reconstruccion orbitaria postexenteracion Orbital reconstruction after exentaration with temporal muscle flap GAMA, Luiz José Muaccad ................................................................................... 100 Enxerto de gordura autologo associado ao lifting cervicofacial para tratamento de pacientes muito magras The use of micro fat graft in the face and neck lift in very thin patients GIACHERO, Virginia . ................................................................................................48 Colapso valvular nasal GRAGNANI FILHO, Alfredo . ................................................................................. 121 Transtorno dismórfico corporal e rinoplastia Body dysmorphic disorder and rhinoplasty GUS, Ivana de Oliveira ......................................................................................... 126 Experiência do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Cajuru em reconstrução de membro inferior com retalho solear nos últimos 8 anos. Experience of the Departament of Plastic Surgery of Cajuru Hospital in lower limb for reconstruction with soleus flap In the last 8 years . HAKME, Farid . ........................................................................................................ 180 Rinofima: aspectos importantes da patologia e tratamento cirúrgico com eletrocautério. Nasal valve collapse GIACHERO, Virginia................................................................................................ 103 Modelos de impresión 3D en el planeamiento preoperatorio de fracturas de mandíbula y en la enseñanza académica. Three-dimensional printing models in the preoperative planning of jaw fractures and academic education GIACHERO, Virginia . ............................................................................................. 226 Colgajo de musculos temporal em reconstruccion orbitaria postexenteracion Orbital reconstruction after exentaration with temporal muscle flap GOLDONI, Barbara d’Avila . ....................................................................................35 Estudo clínico preliminar da utilização do conceito dos Propeller flaps em cirurgia reparadora complexa Preliminary clinical study about Propeller flaps concept application in complex reconstructive surgery GOLDONI, Barbara d’Avila . ....................................................................................42 Retalho bilobado musculocutâneo nasal para reparo de defeito na ponta do nariz: resultados estéticos e satisfação dos pacientes Nasal myocutaneos bilobate flap for the repair of nasal tip defects: aesthetics results and patients satisfation GOLDONI, Barbara d’Avila . ....................................................................................94 Reconstrução de asa nasal com retalho nasogeniano interpolado de pedículo subcutâneo – relato de caso Nasal ala reconstruction with interpolated subcutaneous tissue pedicle melolabial flap - case report GOLDONI, Barbara d’Avila . ................................................................................ 144 Dermolipectomia abdominal em abdome com cicatriz transversa supraumbilical pré-existente – série de casos e revisão da literatura Rhinophyma: important aspects of the disease and its surgical treatment with the electrical scalpel. HARTWIG, Denisse................................................................................................. 103 Modelos de impresión 3D en el planeamiento preoperatorio de fracturas de mandíbula y en la enseñanza académica. Three-dimensional printing models in the preoperative planning of jaw fractures and academic education HARTWIG, Denisse................................................................................................. 226 Colgajo de musculos temporal em reconstruccion orbitaria postexenteracion Orbital reconstruction after exentaration with temporal muscle flap HASSAN,Imma ...........................................................................................................16 Dissecção anatômica da artéria interóssea posterior e sua relevância no aprendizado e no planejamento das cirurgias reparadoras do membro superior Study and anatomic dissection of posterior interosseous artery and its relevance in learnig and planning of the repairs surgerys in distal arms. HERTER, Arthur Helson Russowsky ......................................................................91 Técnica de otoplastia no Hospital de Clinicas de Porto Alegre: revisao de casos. Otoplasty Technique in Hospital de Clinicas de Porto Alegre: a review of cases ITIKAWA, William Massami ................................................................................. 172 Cervicoplastia anterior direta: indicações e resultados em homens Direct Cervicoplasty: indications and results in male patients Abdominal Dermolipectomy in Abdomen with a preexisting supraumbilical transverse scar - case series and review of the literature JACOBO, Oscar........................................................................................................ 103 Modelos de impresión 3D en el planeamiento preoperatorio de fracturas de mandíbula y en la enseñanza académica. GOLDONI, Barbara d’Avila . ................................................................................. 156 Tratamento da antélice retificada com técnica de escoriação utilizando lâmina de Beaver Three-dimensional printing models in the preoperative planning of jaw fractures and academic education Plain antelix treated with escoriation technique: alternative approach JACOBOWSKI, Bruna ................................................................................................10 Coxoplastia Vertical em ex-obesos mórbidos Thighplasty in former morbidly obese Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 33 JAEGER, Marcos Ricardo de Oliveira ................................................................. 107 Reimplante digital baseado apenas na artéria colateral Is it possible to perform a digital replantation without venous anastomoses? JAEGER, Marcos Ricardo de Oliveira ................................................................. 131 Algoritmo no tratamento do nevus congênito gigante do dorso com risco de malignização Algorithm for the giant congenital melanocitic nevi of the back with Malignation Risk JAEGER, Marcos Ricardo de Oliveira ................................................................. 211 Experiência de hospital especializado no tratamento precoce do fissurado através da modelagem nasoalveolar Hospital experience specialized in early treatment through modeling cracked nasoalveolar JAEGER, Marcos Ricardo Oliveira . ........................................................................69 Algoritmo de tratamento da paralisia facial do adulto LOPEZ, Miguel ........................................................................................................ 183 Reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional associada a tela de polipropileno (Márlex) Three-dimensional reconstruction of skull vault with titanium mesh associated with polypropylene mesh ( Marlex ) MANTRANA, Gustavo............................................................................................. 103 Modelos de impresión 3D en el planeamiento preoperatorio de fracturas de mandíbula y en la enseñanza académica. Three-dimensional printing models in the preoperative planning of jaw fractures and academic education MARTINS, João Maximiliano Pedron.....................................................................82 Diagnóstico e tratamento da síndrome de incompatibilidade ao silicone: relato de caso Silicone implant incompatibility syndrome (Siis) Diagnosis And Management: A Case Report MARTINS, João Maximiliano Pedron.................................................................. 163 Cicatrização: aplicação de células-tronco adiposo-derivadas Adult facial paralysis: algorithm for treatment Healing: application of adipose- derived stem cell JAEGER, Marcos Ricardo Oliveira . ..................................................................... 156 Tratamento da antélice retificada com técnica de escoriação utilizando lâmina de Beaver Plain antelix treated with escoriation technique: alternative approach JURI, Hector............................................................................................................. 103 Modelos de impresión 3D en el planeamiento preoperatorio de fracturas de mandíbula y en la enseñanza académica. Three-dimensional printing models in the preoperative planning of jaw fractures and academic education MARTINS, Maria Roberta Cardoso ..................................................................... 100 Enxerto de gordura autologo associado ao lifting cervicofacial para tratamento de pacientes muito magras The use of micro fat graft in the face and neck lift in very thin patients MASCHIETO, Sara . ....................................................................................................22 Relato do primeiro ano de experiência do banco de pele do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba Report of the first year of experience of the tissue bank in Hospital Evangélico de Curitiba JURI, Hector............................................................................................................. 226 Colgajo de musculos temporal em reconstruccion orbitaria postexenteracion MATIOSKI, Alysson ..................................................................................................22 Relato do primeiro ano de experiência do banco de pele do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba Orbital reconstruction after exentaration with temporal muscle flap JURI, Hector ............................................................................................................ 190 Rol del colgajo toracodorsal lateral em la reconstruccion mamaria. nuestra experiencia em Uruguay Role of lateral thoracodorsal flap in breast reconstruction. our experience in Uruguay JURI, Hector ............................................................................................................ 201 Heridas maxilofaciales por armas de fuego civiles: Presentación de 2 casos clínicos. JURI, Héctor................................................................................................................48 Colapso valvular nasal Sir Harold Gillies: an extraordinary life MATTA, Renato Franz ...............................................................................................56 Abdominoplastia multifuncional: diminuição do tempo cirúrgico com trabalho em equipe. MATTOS, Eduarda Lencina . ................................................................................. 148 Reconstrução de pálpebra superior com retalho de pálpebra inferior KORTE, Rodolfo Luis ............................................................................................. 206 Análise de 12 casos operados com o retalho médio frontal no Hospital de Câncer de Barretos – Unidade de Porto Velho Upper eyelid reconstruction with lower eyelid flap Analysis of 12 cases operated with the average forehead flap in Barretos Cancer Hospital - Porto Velho Unit LEE, Kuang Hee .........................................................................................................97 Ninfoplastia: plástica dos pequenos lábios com ancoramento cutâneo na coxa Surgical treatment of microstomia with converse technique Multifuncional abdominoplasty: less surgical time with teamwork Nasal valve collapse Direct Cervicoplasty: indications and results in male patients MATIOSKI, Alysson ................................................................................................ 116 Tratamento cirúrgico da microstomia com técnica de Converse MATTA, Renato Franz ...............................................................................................52 Sir Harold Gillies: uma vida extraordinária Maxillofacial civilian gunshot wounds: presentation of 2 clinical cases LACERDA, Ovidio Ferreira ................................................................................... 172 Cervicoplastia anterior direta: indicações e resultados em homens Report of the first year of experience of the tissue bank in Hospital Evangélico de Curitiba MAURICI, Rosemeri ............................................................................................... 194 Qualidade de vida e câncer de pele não-melanoma Quality of life and non-melanoma skin cancer MENDES, Paulo Roberto da Silva ....................................................................... 135 Blefaroplastia inferior com retalho do orbicular Blepharoplasty bottom with retail orbicularis MENDES, Paulo Roberto da Silva ....................................................................... 152 Mastopexia com uso de implantes nas grandes perdas ponderais Breast augmentation and mastopexy after massive weight loss patients Labiaplasty: anchoring the labia minor at the inner thigh LEE, Kuang Hee ...................................................................................................... 194 Qualidade de vida e câncer de pele não-melanoma MILBRATZ, Gherusa Helena ................................................................................ 148 Reconstrução de pálpebra superior com retalho de pálpebra inferior Upper eyelid reconstruction with lower eyelid flap Quality of life and non-melanoma skin cancer LEE, Kuang Hee ...................................................................................................... 222 Lift Facial e procedimentos associados Facial lift and ancillary procedures LEE, Kuang Hee ...................................................................................................... 215 Subcisão percutânea tracionada com fios Combined subcision using upward stitch traction LEE, Kuang Hee ...................................................................................................... 219 Reconstrução auricular subtotal com cartilagem recuperada pós amputação traumática MIOLO, Tiago Luiz ................................................................................................. 166 Enxertos de cartilagem em rinoplastia: técnica de enxerto em forma de gravetos (stick graft) Graft cartilage in rhinoplasty: graft technique in the form of sticks (graft stick) MIOLO, Tiago Luiz ................................................................................................. 183 Reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional associada a tela de polipropileno (Márlex) Three-dimensional reconstruction of skull vault with titanium mesh associated with polypropylene mesh ( Marlex ) Auricular reconstrucction using the same post traumatic cartilage Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 34 MORAES, Ana Cristina Beitia Kraemer . ...............................................................16 Dissecção anatômica da artéria interóssea posterior e sua relevância no aprendizado e no planejamento das cirurgias reparadoras do membro superior ORSI, Victor Vieira ................................................................................................ 107 Reimplante digital baseado apenas na artéria colateral Study and anatomic dissection of posterior interosseous artery and its relevance in learnig and planning of the repairs surgerys in distal arms. MOREIRA, Guilherme H. G. .................................................................................. 126 Experiência do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Cajuru em reconstrução de membro inferior com retalho solear nos últimos 8 anos. Is it possible to perform a digital replantation without venous anastomoses? OTORMIN, Gabriel ................................................................................................. 201 Heridas maxilofaciales por armas de fuego civiles: Presentación de 2 casos clínicos. Maxillofacial civilian gunshot wounds: presentation of 2 clinical cases PALMEIRO, Gustavo Walter ................................................................................ 148 Reconstrução de pálpebra superior com retalho de pálpebra inferior Experience of the Departament of Plastic Surgery of Cajuru Hospital in lower limb for reconstruction with soleus flap In the last 8 years . Upper eyelid reconstruction with lower eyelid flap PASE, Pablo ................................................................................................................59 Sindactilia – revisão de literatura e relato de caso de sindactilia simples completa MORGANTI, Mario . ................................................................................................ 211 Experiência de hospital especializado no tratamento precoce do fissurado através da modelagem nasoalveolar Syndactyly - review of literature and case report of simple complete syndactyly Hospital experience specialized in early treatment through modeling cracked nasoalveolar PASE, Pablo Fagundes .......................................................................................... 159 Retalho em ombreira bilateral pré-expandido em paciente com retração cervical pós-queimadura – relato de caso MOURA, Rosely Moraes Gonçalves de ................................................................28 Há necessidade de drenagem após utilização de pontos de adesão na área doadora do retalho do músculo latíssimo do dorso? Bilateral pre-expanded shoulder flap in patient with postburn scar contracture of the neck – case report Is Suction Drainage useless when associated to quilting suture at donor site area of latissimus dorsi myocutaneous flap? PAVELECINI, Michel . ................................................................................................39 Tratamento de queloides em região auricular com ressecção, corticoteria e betaterapia: série de casos. NETTO, Rafael.............................................................................................................66 Reconstrução tardia de mama: benefícios da lipoenxertia no preparo da zona de mastectomia Auricular region keloid treatment with resection, corticoteria and betatherapy: a case series Delayed breast reconstruction: the benefits of fat graft to prepair the mastectomy zone PAVELECINI, Michel . ............................................................................................. 144 Dermolipectomia abdominal em abdome com cicatriz transversa supraumbilical pré-existente – série de casos e revisão da literatura NETTO, Rafael . ....................................................................................................... 197 Avaliação pré-operatória com angiotomografia da integridade dos vasos toracodorsais para reconstrução de mama com músculo grande dorsal em pacientes com esvaziamento axilar prévio Preoperative evaluation with tomographic angiography of thoracodorsal vessels for breast reconstruction with latissimus dorsi in patients with previous axillary lymph node dissection NIGRO, Marcelus Vinicius de Araujo Santos ......................................................22 Relato do primeiro ano de experiência do banco de pele do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba Abdominal Dermolipectomy in Abdomen with a preexisting supraumbilical transverse scar - case series and review of the literature PEDRON, Mirian ........................................................................................................82 Diagnóstico e tratamento da síndrome de incompatibilidade ao silicone: relato de caso Silicone implant incompatibility syndrome (Siis) Diagnosis And Management: A Case Report Report of the first year of experience of the tissue bank in Hospital Evangélico de Curitiba NIGRO, Marcelus Vinicius de Araujo Santos.................................................... 116 Tratamento cirúrgico da microstomia com técnica de Converse PEREIRA, Amanda .....................................................................................................16 Dissecção anatômica da artéria interóssea posterior e sua relevância no aprendizado e no planejamento das cirurgias reparadoras do membro superior Study and anatomic dissection of posterior interosseous artery and its relevance in learnig and planning of the repairs surgerys in distal arms. Surgical treatment of microstomia with converse technique ODRISOLLA, Michelle Brys .....................................................................................74 Complicação incomum após abdominoplastia em paciente pós-obeso An unusual complication of abdominoplasty in a post bariatric patient Labiaplasty: anchoring the labia minor at the inner thigh OLIVEIRA, Antônio Carlos Pinto ............................................................................91 Técnica de otoplastia no Hospital de Clinicas de Porto Alegre: revisao de casos. Otoplasty Technique in Hospital de Clinicas de Porto Alegre: a review of cases OLIVEIRA, Klaus Rodrigues de . .......................................................................... 183 Reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional associada a tela de polipropileno (Márlex) Sir Harold Gillies: an extraordinary life ONO, Maria Cecília Clos . ..................................................................................... 177 Reconstrução de mama com uso de dispositivo de expansão externa PEREIRA, Osvaldo . ................................................................................................ 219 Reconstrução auricular subtotal com cartilagem recuperada pós amputação traumática Auricular reconstrucction using the same post traumatic cartilage Three-dimensional reconstruction of skull vault with titanium mesh associated with polypropylene mesh ( Marlex ) Treatment of fibular nerve injury: 10 years of practice Facial lift and ancillary procedures Combined subcision using upward stitch traction Graft cartilage in rhinoplasty: graft technique in the form of sticks (graft stick) OLIVEIRA, Milton Paulo de .....................................................................................52 Sir Harold Gillies: uma vida extraordinária PEREIRA, Osvaldo . ................................................................................................ 222 Lift Facial e procedimentos associados PEREIRA, Osvaldo . ................................................................................................ 215 Subcisão percutânea tracionada com fios OLIVEIRA, Klaus Rodrigues de . ......................................................................... 166 Enxertos de cartilagem em rinoplastia: técnica de enxerto em forma de gravetos (stick graft) OLIVEIRA, Luciene Amaral de.............................................................................. 113 Tratamento da lesão do nervo fibular: 10 anos de prática PEREIRA, Osvaldo . ...................................................................................................97 Ninfoplastia: plástica dos pequenos lábios com ancoramento cutâneo na coxa PICCININI, Pedro Salomão ......................................................................................52 Sir Harold Gillies: uma vida extraordinária Sir Harold Gillies: an extraordinary life PICCININI, Pedro Salomão ......................................................................................56 Abdominoplastia multifuncional: diminuição do tempo cirúrgico com trabalho em equipe. Multifuncional abdominoplasty: less surgical time with teamwork PRETTO NETO, Angelo Syrillo ................................................................................42 Retalho bilobado musculocutâneo nasal para reparo de defeito na ponta do nariz: resultados estéticos e satisfação dos pacientes Nasal myocutaneos bilobate flap for the repair of nasal tip defects: aesthetics results and patients satisfation Breast reconstruction whith external expansion device Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 35 PRETTO NETO, Angelo Syrillo ................................................................................45 Blefaroplastia inferior com reposicionamento de bolsas gordurosas com fixação periostal: série de casos SILVEIRA, Daniel Pinheiro Machado da ............................................................ 159 Retalho em ombreira bilateral pré-expandido em paciente com retração cervical pós-queimadura – relato de caso Lower blepharoplasty with repositioning bags greasy with periosteal fixation: case series PURICCELI, Edela ................................................................................................... 211 Experiência de hospital especializado no tratamento precoce do fissurado através da modelagem nasoalveolar Hospital experience specialized in early treatment through modeling cracked nasoalveolar Bilateral pre-expanded shoulder flap in patient with postburn scar contracture of the neck – case report SILVEIRA, Daniel Pinheiro Machado da ............................................................ 197 Avaliação pré-operatória com angiotomografia da integridade dos vasos toracodorsais para reconstrução de mama com músculo grande dorsal em pacientes com esvaziamento axilar prévio Preoperative evaluation with tomographic angiography of thoracodorsal vessels for breast reconstruction with latissimus dorsi in patients with previous axillary lymph node dissection QUEIRÓS E NASCIMENTO, Alexandra Sofia Cruz ............................................ 186 Tratamento de queimaduras elétricas Treatment of electrical burns SOLANO JUNIOR, Paulo Eduardo Krauterbluth .................................................35 Estudo clínico preliminar da utilização do conceito dos Propeller flaps em cirurgia reparadora complexa QUEIROZ E NACIMENTO, Alexandra Sofia ........................................................ 152 Mastopexia com uso de implantes nas grandes perdas ponderais Preliminary clinical study about Propeller flaps concept application in complex reconstructive surgery Breast augmentation and mastopexy after massive weight loss patients RAMIREZ, Jorge ...................................................................................................... 163 Cicatrização: aplicação de células-tronco adiposo-derivadas SOLANO JUNIOR, Paulo Eduardo Krauterbluth .................................................39 Tratamento de queloides em região auricular com ressecção, corticoteria e betaterapia: série de casos. Healing: application of adipose- derived stem cell Auricular region keloid treatment with resection, corticoteria and betatherapy: a case series RAMIREZ, Jorge Luis Hoyos . ..................................................................................91 Técnica de otoplastia no Hospital de Clinicas de Porto Alegre: revisao de casos. Otoplasty Technique in Hospital de Clinicas de Porto Alegre: a review of cases SOLANO JUNIOR, Paulo Eduardo Krauterbluth .................................................45 Blefaroplastia inferior com reposicionamento de bolsas gordurosas com fixação periostal: série de casos Lower blepharoplasty with repositioning bags greasy with periosteal fixation: case series RODRÍGUEZ SILVA, Miguel Angel . ..................................................................... 186 Tratamento de queimaduras elétricas Treatment of electrical burns SOLANO JUNIOR, Paulo Eduardo Krauterbluth .................................................66 Reconstrução tardia de mama: benefícios da lipoenxertia no preparo da zona de mastectomia SANTOS, Marcelo Evandro dos . ......................................................................... 135 Blefaroplastia inferior com retalho do orbicular Delayed breast reconstruction: the benefits of fat graft to prepair the mastectomy zone Blepharoplasty bottom with retail orbicularis SEIDEL, William .................................................................................................... 152 Mastopexia com uso de implantes nas grandes perdas ponderais Breast augmentation and mastopexy after massive weight loss patients SILVA, Alfredo Benjamim Duarte da ................................................................. 177 Reconstrução de mama com uso de dispositivo de expansão externa SOLANO JUNIOR, Paulo Eduardo Krauterbluth .................................................71 Queloide em membro inferior associado a calcinose cutis – relato de caso. Keloid in the lower limb associated with calcinosis cutis - literature review . SOLANO JUNIOR, Paulo Eduardo Krauterbluth .................................................94 Reconstrução de asa nasal com retalho nasogeniano interpolado de pedículo subcutâneo – relato de caso Breast reconstruction whith external expansion device SILVANO, Diego Machado .................................................................................... 186 Tratamento de queimaduras elétricas Nasal ala reconstruction with interpolated subcutaneous tissue pedicle melolabial flap - case report Treatment of electrical burns SILVEIRA, Daniel Pinheiro Machado da ...............................................................35 Estudo clínico preliminar da utilização do conceito dos Propeller flaps em cirurgia reparadora complexa Preliminary clinical study about Propeller flaps concept application in complex reconstructive surgery SILVEIRA, Daniel Pinheiro Machado da ...............................................................42 Retalho bilobado musculocutâneo nasal para reparo de defeito na ponta do nariz: resultados estéticos e satisfação dos pacientes Nasal myocutaneos bilobate flap for the repair of nasal tip defects: aesthetics results and patients satisfation SILVEIRA, Daniel Pinheiro Machado da ...............................................................59 Sindactilia – revisão de literatura e relato de caso de sindactilia simples completa Syndactyly - review of literature and case report of simple complete syndactyly SILVEIRA, Daniel Pinheiro Machado da ...............................................................62 Reconstrução de mama utilizando retalhos perfurantes baseados no músculo reto do abdome - escala de preservação muscular Breast reconstruction using perforator flaps based in the rectus abdominis muscle – muscle sparing classification system SILVEIRA, Daniel Pinheiro Machado da ...............................................................69 Algoritmo de tratamento da paralisia facial do adulto SOLANO JUNIOR, Paulo Eduardo Krauterbluth .............................................. 156 Tratamento da antélice retificada com técnica de escoriação utilizando lâmina de Beaver Plain antelix treated with escoriation technique: alternative approach SOLANO JUNIOR, Paulo Eduardo Krauterbluth .............................................. 197 Avaliação pré-operatória com angiotomografia da integridade dos vasos toracodorsais para reconstrução de mama com músculo grande dorsal em pacientes com esvaziamento axilar prévio Preoperative evaluation with tomographic angiography of thoracodorsal vessels for breast reconstruction with latissimus dorsi in patients with previous axillary lymph node dissection SOUZA, Elisete Pereira de ......................................................................................71 Queloide em membro inferior associado a calcinose cutis – relato de caso. Keloid in the lower limb associated with calcinosis cutis - literature review . SOUZA, Gustavo Moreira Costa de .................................................................... 166 Enxertos de cartilagem em rinoplastia: técnica de enxerto em forma de gravetos (stick graft) Graft cartilage in rhinoplasty: graft technique in the form of sticks (graft stick) SOUZA, Gustavo Moreira Costa de .................................................................... 183 Reconstrução tridimensional de crânio com tela metálica convencional associada a tela de polipropileno (Márlex) Adult facial paralysis: algorithm for treatment Three-dimensional reconstruction of skull vault with titanium mesh associated with polypropylene mesh ( Marlex ) SILVEIRA, Daniel Pinheiro Machado da ............................................................ 144 Dermolipectomia abdominal em abdome com cicatriz transversa supraumbilical pré-existente – série de casos e revisão da literatura Abdominal Dermolipectomy in Abdomen with a preexisting supraumbilical transverse scar - case series and review of the literature SUKSTERIS, Christina Gerber . ............................................................................ 113 Tratamento da lesão do nervo fibular: 10 anos de prática Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 Treatment of fibular nerve injury: 10 years of practice XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 36 TAKAKI, José Luiz . ................................................................................................. 116 Tratamento cirúrgico da microstomia com técnica de Converse ZANCANARO, Mariana .............................................................................................69 Algoritmo de tratamento da paralisia facial do adulto Surgical treatment of microstomia with converse technique Adult facial paralysis: algorithm for treatment TAPIÉ, José Paulo . ................................................................................................. 139 Reconstrução perineal pós grangrena de Fournier: relato de dois casos e revisão da literatura ZANCANARO, Mariana .............................................................................................71 Queloide em membro inferior associado a calcinose cutis – relato de caso. Perineal reconstruction post Fournier’s gangrene: report of two cases and literature review TROMBINI, Carolina .................................................................................................74 Complicação incomum após abdominoplastia em paciente pós-obeso Keloid in the lower limb associated with calcinosis cutis - literature review . ZANCANARO, Mariana .............................................................................................94 Reconstrução de asa nasal com retalho nasogeniano interpolado de pedículo subcutâneo – relato de caso Nasal ala reconstruction with interpolated subcutaneous tissue pedicle melolabial flap - case report An unusual complication of abdominoplasty in a post bariatric patient UEBEL, Carlos Oscar ................................................................................................52 Sir Harold Gillies: uma vida extraordinária ZANCANARO, Mariana .......................................................................................... 156 Tratamento da antélice retificada com técnica de escoriação utilizando lâmina de Beaver Sir Harold Gillies: an extraordinary life Plain antelix treated with escoriation technique: alternative approach UEBEL, Carlos Oscar ................................................................................................56 Abdominoplastia multifuncional: diminuição do tempo cirúrgico com trabalho em equipe. ZANCANARO, Mariana .......................................................................................... 159 Retalho em ombreira bilateral pré-expandido em paciente com retração cervical pós-queimadura – relato de caso Multifuncional abdominoplasty: less surgical time with teamwork Bilateral pre-expanded shoulder flap in patient with postburn scar contracture of the neck – case report URROZ, Nicolás ...................................................................................................... 201 Heridas maxilofaciales por armas de fuego civiles: Presentación de 2 casos clínicos. ZARPELLON, Alexandre T...................................................................................... 126 Experiência do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Cajuru em reconstrução de membro inferior com retalho solear nos últimos 8 anos. Maxillofacial civilian gunshot wounds: presentation of 2 clinical cases VALIATI, André Alves . .......................................................................................... 144 Dermolipectomia abdominal em abdome com cicatriz transversa supraumbilical pré-existente – série de casos e revisão da literatura Abdominal Dermolipectomy in Abdomen with a preexisting supraumbilical transverse scar - case series and review of the literature VANAZZI Sara ............................................................................................................74 Complicação incomum após abdominoplastia em paciente pós-obeso Experience of the Departament of Plastic Surgery of Cajuru Hospital in lower limb for reconstruction with soleus flap In the last 8 years . ZUKER, Ronald Melvin . ........................................................................................ 131 Algoritmo no tratamento do nevus congênito gigante do dorso com risco de malignização An unusual complication of abdominoplasty in a post bariatric patient Algorithm for the giant congenital melanocitic nevi of the back with Malignation Risk VARGAS, Matheus . ...................................................................................................16 Dissecção anatômica da artéria interóssea posterior e sua relevância no aprendizado e no planejamento das cirurgias reparadoras do membro superior Study and anatomic dissection of posterior interosseous artery and its relevance in learnig and planning of the repairs surgerys in distal arms. WEBSTER, Ronaldo Scholze ...................................................................................35 Estudo clínico preliminar da utilização do conceito dos Propeller flaps em cirurgia reparadora complexa Preliminary clinical study about Propeller flaps concept application in complex reconstructive surgery WEBSTER, Ronaldo Scholze ...................................................................................62 Reconstrução de mama utilizando retalhos perfurantes baseados no músculo reto do abdome - escala de preservação muscular Breast reconstruction using perforator flaps based in the rectus abdominis muscle – muscle sparing classification system XAVIER, Felipe Santos .......................................................................................... 139 Reconstrução perineal pós grangrena de Fournier: relato de dois casos e revisão da literatura Perineal reconstruction post Fournier’s gangrene: report of two cases and literature review ZANCANARO, Mariana .............................................................................................39 Tratamento de queloides em região auricular com ressecção, corticoteria e betaterapia: série de casos. Auricular region keloid treatment with resection, corticoteria and betatherapy: a case series ZANCANARO, Mariana .............................................................................................45 Blefaroplastia inferior com reposicionamento de bolsas gordurosas com fixação periostal: série de casos Lower blepharoplasty with repositioning bags greasy with periosteal fixation: case series ZANCANARO, Mariana .............................................................................................66 Reconstrução tardia de mama: benefícios da lipoenxertia no preparo da zona de mastectomia Delayed breast reconstruction: the benefits of fat graft to prepair the mastectomy zone Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 37 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 38 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 39 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 40 Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 44 - Suplemento 1 - 2015 XXXI Jornada Sulbrasileira de Cirurgia Plástica - Florianópolis - SC 2 41 s o n a 0 1 O implante mamário ADHERENCE LIFESIL é produzido com exclusiva tecnologia de espuma de silicone expandido. 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