PROPOSTA DE UM PLANO DE AÇÃO PARA PREVENÇÃO E CUIDADO DAS LESÕES POR FRICÇÃO NOS PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADES CRÍTICAS Carolina Campolim de Almeida 1, Gisleide da Silva Camargo 1, Jeane Santana Santos 1, Leonor Soares de Oliveira e Silva 1, Marcelo Dias Rodrigues 1, Eliane Mazocoli 1, Mairy Jussara de Almeida Poltronieri 1, Sandra Midori Mata 1, Helen Maria Benito Scapolan Petrolino 1 INTRODUÇÃO Lesão por fricção (LPF) é considerada uma “ferida traumática”, que ocorre principalmente nas extremidades em idosos, resultantes de fricção ou de uma combinação de fricção e cisalhamento, levando a uma separação dermoepidérmica. No Brasil, estatísticas mostram que essas lesões de pele acometem principalmente os indivíduos que permanecem internados por longo tempo. É considerado um sério problema de saúde pública, pois pode aumentar o tempo e o custo da internação além de causar desconforto e dor ao paciente. OBJETIVOS Expandir o conhecimento para a equipe de enfermagem sobre a identificação da LPF; Estabelecer medidas de prevenção e de tratamento das LPF. MATERIAL E MÉTODO Trata-se de uma pesquisa de campo, quantitativa, exploratória e descritiva, realizada em um hospital privado da cidade de São Paulo. A coleta de dados foi efetuada em 3 etapas, entre os meses de maio a junho de 2015. Primeira etapa: busca ativa de pacientes com LPF nas Unidades de Terapia Intensiva, Semi Intensiva e Critica Geral, pelos autores deste estudo. Para a avaliação dos pacientes, utilizou-se um instrumento elaborado pelos pesquisadores composto pelos seguintes itens: número do leito; fatores predisponentes para LPF; mobilidade do paciente; presença, número e localização da LPF. Foram excluídos os pacientes com idade inferior a 65 anos e que estivessem internados em outras unidades do hospital. Segunda etapa: aplicado aulas expositivas pelos autores deste estudo sobre o tema para os profissionais de enfermagem nas respectivas unidades de estudo com enfoque no reconhecimento da lesão e nos cuidados de prevenção e tratamento. O total de profissionais de enfermagem destas unidades correspondia a 129 indivíduos. Foi também, afixado nas unidades de estudo um folheto educativo sobre o assunto denominado internamente de “Flash” para memorização do conteúdo, no qual continha em uma folha A4, os principais pontos abordados na aula ministrada para a equipe de enfermagem (definição, fatores de risco, cuidados, tratamento, e figura ilustrativa da correta retirada de coberturas adesivas). Realizou-se uma busca nas bases de dados da Scielo e Lilacs, com os seguintes descritores: Lesões de pele; Skin tears; Cuidados, Prevenção. Terceira etapa: nova busca ativa de pacientes com LPF, realizada somente na UTI para avaliar a efetividade do treinamento realizado com os profissionais. RESULTADOS Na primeira etapa, a busca ativa mostrou que, nos 102 pacientes internados nas unidades criticas e semicriticas, na faixa etária de 65 anos ou mais, foram identificadas 15 LPF. Destes, 25 (25%) pacientes estavam na UTI, nos quais foram identificadas 5 LPF, porém apenas 1 (20%) estava notificada no Censo diário. A segunda etapa, compreendeu-se de treinamento da equipe de enfermagem, cuja capacitação alcançou 97 (75%) dos profissionais. A terceira etapa, composta de nova busca ativa, realizada somente na UTI, após capacitação, mostrou que em 26 pacientes avaliados, foram identificadas apenas 2 LPF e todas (100%) estavam notificadas. CONCLUSÃO O estudo conclui que a conscientização e o aumento do conhecimento dos profissionais nas diversas áreas do cuidado, neste caso, prevenção de lesões por fricção, poderão gerar mudanças de condutas que implicarão na melhoria da qualidade da assistência prestada REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Amaral AFS, Pulido KCS, Santos VLCG. Prevalência de lesões por fricção em pacientes hospitalizados com câncer. RevEscEnferm USP 2012; 46(Esp):44-50 www.ee.usp.br/reeusp/.(Acesso em 23 de julho de 2015). 2. Santos Érick Igor dos. SKIN TEARS: Fatores de risco, classificação, tratamento e prevenção.http://www.scielo.br/pdf/ape/v22nspe/11.pdf - [acesso em: 13 de julho de 2015]. _________________________________ 1 Enfermeiras do Hospital Sírio Libanês