texto completo - Projeto Aves Marinhas

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Bases ecológicas para um desenvolvimento sustentável: Estudos de caso em Penha, SC.
____________________________________________________________________________
Caracterização climatológica do município de Penha, SC.
Capítulo 1
Sergey Alex de Araújo; Homero Haymussi; Fabricio Helton Reis; Fabricio
Estevo da Silva.
- Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí, Rua.
Uruguai, 458, Centro, CEP88301-970, Itajaí, SC.
ABSTRACT
The present work refers the climatological characterization of the municipal district of Penha.
Penha this located in Santa Catarina's Littoral Center North in the coordinates 26° 46' 56" of
south latitude and 48° 38' 42" of north longitude and it possesses an area of 60.3 km² that
corresponds at 0.0628% of the territory catarinense. As the climatology presents medium
temperature of 20.2°C and annual medium precipitation of 1,690mm and good index of
distribution of rains.
Key Words: Climatology, territory catarinense, temperature, precipitation
INTRODUÇÃO
O entendimento do clima nas suas diversas escalas, ou seja, global,
regional e local torna-se premente no atual estágio da sociedade, pois exerce
influência direta nas mais variadas demandas colocadas pelo homem, como
também para o equilíbrio da natureza.
O Sul do Brasil e, por conseguinte, o Estado de Santa Catarina pela sua
posição subtropical (médias latitudes) sofre influência constante de frentes frias
vindas do sul do continente. Em média, ocorrem quatro eventos a cada mês do
ano, influenciando as atividades humanas tanto no continente como no mar.
O Clima de Santa Catarina é classificado como Mesotérmico Úmido com
excesso hídrico destacando-se a precipitação com maior variação no decorrer
do ano. A média anual de precipitação da região sul do Brasil varia entre 1.250
a 2.000mm.
O Litoral Centro-Norte de Santa Catarina, no qual o município de Penha
está inserido, possui uma precipitação média anual de 1.690 mm e com
temperatura média anual de 20,2 ºC.
O uso das Normais Climatológicas (valor padrão reconhecido de um
elemento meteorológico, considerando a média de sua ocorrência em um
_______________________________________________________________________________________________
Araújo, S. A.; Haymussi, H.; Reis, F. H. & Silva, F. E. 2006. Caracterização climatológica do município de Penha,
SC., 11-28p.
determinado local, por um número determinado de anos) permite dentro da
análise climatológica clássica o acompanhamento e classificação climática de
determinada região.
Para o presente estudo utilizou-se de Normais Climatológicas de
Estações Meteorológicas situadas nos municípios de Camboriú com dados de
1912 a 1983; e Itajaí com dados de 1981 a 2003 que permitiram confirmar a
validade das classificações para esta região.
MATERIAL E MÉTODOS
- Localização e Característica Geográficas
O Município de Penha está localizado no litoral centro-norte de Santa
Catarina, nas coordenadas 26º 46’ 56” de latitude Sul e 48º 38’ 42” de longitude
Oeste. Possui uma área de 60,3km2 fazendo divisa com Navegantes a Sul,
com Piçarras a Oeste e Norte e a Leste com o Oceano Atlântico, foi
emancipado em 19 de Julho de 1958. No município encontram-se as unidades
geomorfológicas: Planícies Litorâneas com altitudes inferiores a 20 metros e
Serras do Leste Catarinense. Nesta unidade encontram-se os morros: Grande
com 255 metros na porção oeste, da Armação com 250 metros na porção
noroeste, do Gravatá com 305 metros na porção sudeste e do Bugre com 145
metros na porção sudoeste do município.
- Climatologia
Neste estudo referente ao comportamento do clima atuante no município
de Penha foram utilizados dados de três séries históricas de estações
meteorológicas convencionais e automáticas. Dados das estações agrometeorológicas
convencionais
pertencentes
ao
Instituto
Nacional
de
Meteorologia (INMET) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão
Rural de Santa Catarina (EPAGRI) localizadas nas cidades de Camboriú e
Itajaí (SC). A primeira localizada no município de Camboriú nas coordenadas
27º 00’ de latitude Sul e 48º 38’ de longitude Oeste na cota de 9 metros de
altitude com dados entre os anos de 1912 a 1983. A segunda localizada no
município de Itajaí, bairro Itaipava, nas coordenadas 26o 54’ de latitude sul e
48o 39’ de longitude oeste e a uma altitude de 2 metros com dados dos anos de
1981 a 1996. A terceira com dados dos anos de 1997 a 2003 são da estação
meteorológica automática pertencente à Universidade do Vale do Itajaí
(UNIVALI), localizada na cidade de Itajaí, bairro centro, nas coordenadas 26o
54’ de latitude sul e 48o 39’ de longitude oeste e a uma altitude de 5 metros.
Segundo a Organização Mundial de Meteorologia (OMM) para estudos
de caracterização climática pode-se utilizar dados meteorológicos de estações
localizadas até um raio de 150 km. Desta forma, optou-se pela utilização
destas estações para ampliar o espectro de uma série histórica de dados mais
significativos, que também pode extrapolar para os demais municípios da
região.
Os
dados
meteorológicos
utilizados
referem-se
as
“Normais
Climatológicas”. Nestas séries, os principais dados como temperatura, vento e
precipitação foram coletados ao longo dos anos, já outros dados não são
contemplados igualmente.
Compreende-se por clima uma sucessão de tipos de tempo e, por
tempo, o estado da atmosfera em um dado lugar e momento. Necessita-se,
para definir o clima, estudar a atuação de diversos parâmetros meteorológicos,
sendo os principais a temperatura do ar, velocidade e direção do vento,
precipitação, umidade relativa do ar, insolação, pressão atmosférica,
evaporação
e
evapotranspiração.
Consideram-se,
também,
os
fatores
geográficos como latitude, longitude, altitude e continentalidade.
Por normas da OMM, pode-se caracterizar o clima de uma região como
a síntese de uma série histórica de dados meteorológicos de trinta ou mais
anos. A análise climatológica nos dá informações importantes no que diz
respeito à organização econômica e ao conhecimento espacial, contribuindo,
assim, para uma visão real da atuação dos fenômenos meteorológicos em uma
dada região. A cada dia a situação meteorológica sofre alterações, às vezes
radicais, sendo que essa sucessão de situações de tempo origina o que se
chama de Clima.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo Nimer (1989, p. 195) o sul do Brasil e, por conseguinte, o
estado de Santa Catarina é uma região das mais uniformes e de maior grau de
unidade
climática,
expressa
pelo
predomínio
do
clima
mesotérmico,
superúmido, sem estação seca e com um ritmo climático característico de
regiões temperadas.
Conforme a classificação climática de Köppen, a região de Penha dada
sua latitude, sua localização junto à costa oriental do continente confere ao
clima características subtropicais úmidas com verões quentes.
A região de Penha é dotada de clima mesotérmico, com precipitação
bem distribuída por todo o ano, apresentando em sua totalidade, deficiências
hídricas nulas, e bons índices de excedente hídrico. Encontra-se situada em
latitude subtropical, sendo, assim, zona de transição entre as Massas de Ar
Tropicais e Polares e Linhas de Instabilidades originadas na Baixa do Chaco
(Paraguai), isto é, atingida pelos principais centros de ação meteorológica da
América do Sul.
Devido a essas mudanças bruscas de tempo, tem-se uma influência
maior na variabilidade pluviométrica do que da variabilidade térmica, pois a
área em estudo, estando situada em latitude baixa da região temperada, não
está sujeita a grandes desvios térmicos, e sim nas conseqüências do encontro
dessas massas de ar, chamadas de Frentes. As Massas de Ar Tropical que
invadem Santa Catarina pelo continente e pelos oceanos Atlântico e Pacífico
podem ser denominadas Massa de Ar Tropical Continental, Atlântica e Pacífica,
respectivamente. Da mesma maneira, a Massa de Ar Polar também pode ser
classificada de maneira similar, isto é, Continental, Pacífica e Atlântica,
obedecendo ao mesmo sistema de invasão.
Outra característica desta região, bem como o litoral catarinense, é a
intensa entrada ou passagens de frentes frias (sistemas frontais) como pode
ser observada nas figuras 1 e 2.
Observando a figura 1 verifica-se uma média de 4,3 frentes frias no
período de 1987 a 1993, sendo os meses de maior atividade Abril e Outubro e
de menor atividade os meses de Fevereiro e Março. A figura 2 que
corresponde às frentes frias no litoral do Brasil no período de 1987 a 1995
também demonstra correlação, indicando os meses de maior atividade Abril e
Dezembro e de menor atividade Fevereiro e Março.
Média mens al de pas s agens de f rentes f rias em Florianópolis (SC) - período de
1987 a 1993
Nú m e r o d e s is te m as
6,0
5,5
5,0
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
Meses
Figura 1. Passagens de frentes frias na cidade de Florianópolis, SC. Modificado de Cruz, O.
(1998, p. 116).
Média mensal de pas s agens de f rentes f rias no litoral do Bras il - período de 1987
a 1995
Núm e r o de s is te m as
7,0
6,5
6,0
5,5
5,0
4,5
4,0
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
M eses
Figura 2. Média mensal das frentes frias que atuam no litoral do Brasil. Fonte: Lemos &
Calbete, 2003.
A Massa de Ar Quente que mais freqüentemente atua em Santa
Catarina é a Tropical, tanto a Continental como as Marítimas. Essa Massa de
Ar tem o seu desenvolvimento mais acentuado durante o verão e nas estações
intermediárias, enquanto que a Massa de Ar Polar tem o seu desenvolvimento
mais acentuado durante o inverno e também durante as estações
intermediárias. Durante o verão, ocorrem as invasões das Linhas de
Instabilidades, que se formam sobre a Região do Chaco (Paraguai), no período
da manhã, e rapidamente desenvolvem-se atingindo o litoral com aguaceiros e
trovoadas, ventos fortes e, por vezes, granizo, sendo esta manifestação
meteorológica sempre de pequena duração.
A região de Penha é influenciada por massas de ar quente no verão e as
instabilidades são formadas junto às Frentes e Linhas de Instabilidades, em
virtude do forte aquecimento solar, característico da estação. Nesta estação do
ano, há predominância dos ventos do quadrante Nordeste, sendo que a média
mensal da velocidade do vento no período entre 1912 a 2003 situa-se em torno
de 6,1 km/h, entretanto, é comum observar-se velocidades esporádicas de até
55 km/h.
No inverno, a instabilidade cede espaço para a estabilidade, mais
freqüente em função da presença constante do Anticiclone Polar. Essa
situação é somente modificada quando do encontro das Massas Tropicais e
Polares, originando as Frentes, e, nesse caso, os ventos passam a ser do
quadrante Sudoeste, com constantes Calmarias. Nessa estação do ano, as
médias mensais de velocidade do vento no período entre 1912 a 2003
diminuem para aproximadamente 5,0 km/h. Podem ocorrer ventos mais
intensos apenas na passagem de sistemas frontais, mais ocorrentes nessa
época do ano, ventos esses que, no entanto, raramente ultrapassam os 50
km/h.
Em face dos dados comparativos registrados na estação meteorológica
da área de influência, pode-se estabelecer um balanço hídrico (tabela I) para a
região de Penha pelo método de Thornthwaite & Mather (1955), contendo os
fatores meteorológicos locais, levando à classificação do tipo climático da
região de Penha, segundo Martone (1973) e Köppen (1936), e correspondentes
Índices de Eficiência.
Tabela I. Balanço Hídrico da região da Foz do rio Itajaí-Açu.
BALANÇO HÍDRICO
MÉTODO: THORNTHWAITE & MATHER (1955)
MÊS TEMP NOMOCOREP PRECIP. P-EP NEG. ARMAZ. EP REAL EXC.
ºC
GRAMA REÇÃO (mm)
(mm)
(mm) ACUM.
(mm)
(mm)
(mm)
23,5
115
1,19
143
209
66
0
50
143
66
JAN
FEV 23,9
118
1,02
117
214
97
0
50
117
97
MAR
22,4
112
1,06
114
260
146
0
50
114
146
ABR
20,4
90
0,95
87
117
30
0
50
87
30
MAI
17,4
67
0,93
62
110
48
0
50
62
48
JUN
14,9
48
0,86
46
106
60
0
50
46
60
JUL
14,2
47
0,9
49
113
64
0
50
49
64
AGO
15,3
48
0,96
55
87
32
0
50
55
32
SET
16,8
62
1
70
138
68
0
50
70
68
OUT
19
74
1,12
92
140
48
0
50
92
48
NOV
20,7
91
1,13
122
127
5
0
50
122
5
DEZ
23,1
108
1,2
150
160
10
0
50
150
10
1107
1781
674
Total
674
Fonte: EPAGRI/CLIMERH
A concepção de Martone (1973), cujo índice proposto é de 50,99, leva
em consideração a precipitação total dividida pela temperatura média somada
de dez (1.545,26/(20,3+10)). A precipitação total e a temperatura média
referem-se ao período entre 1912 e 2003. Esse autor propôs a classificação a
partir de índices inferiores a cinco (5), correspondendo a desertos, até índices
superiores a trinta (30), referindo-se a florestas. Portanto, o índice encontrado
nos informa a respeito de um clima úmido.
Segundo Köppen (1936), a região de estudo é classificada como sendo
de clima mesotérmico (Cfa), onde :
•
C = significa climas temperados quentes; a temperatura do mês mais frio
está entre 18o C e – 3oC.
•
a = temperatura do mês mais quente é superior a 22oC.
•
f = a falta ou ausência de estação seca, constantemente úmida, isto é,
chuva em todos os meses; a precipitação média do mês mais seco é
superior a 60 mm de chuva.
No presente estudo, foram elaboradas figuras que facilitam a
visualização, entendimento e a conseqüente caracterização climática, como a
seguir:
- Precipitação (mm)
A média da precipitação total do período de 1912 a 2003 foi de 1.545,3
mm, a média mensal foi de 128, 8 mm. O mês mais chuvoso foi Janeiro com
uma média de 204,6 mm e o mês menos chuvoso foi Junho com uma média de
89,1 mm.
Conforme as figuras 3, 4 e 5 o período de maior regime pluviométrico
são os meses de Janeiro, Fevereiro e Março. No período de 1997 a 2003
apresentou maior índice também nos meses de Outubro e Novembro. O
período de menor regime pluviométrico são os meses de Maio, Junho, Julho e
Agosto. O mês de Maio no período de 1997 a 2003 apresentou o menor índice
de chuva com 47,3 mm.
O mês que apresenta a maior precipitação máxima em 24 horas é
Janeiro com 54,6 mm e a média mensal é de 39,7 mm, e mês com menor
índice o de Agosto com 27,1 mm.
A média mensal de dias chuvosos é de 12,5 dias e o mês com maior
índice o de Janeiro com média de 15,5 dias e o menor o mês de Agosto com
9,4 dias.
Os dados de precipitação confirmam a classificação de Köppen com a
falta ou ausência de estação seca, com a precipitação média do mês mais seco
superior a 60 mm, que na região ficou em 89,1 mm.
Os dados indicam um regime de chuvas distribuídas por todo ano, sem
que se registre um período relativamente seco no outono e inverno, levando,
geralmente, a um excedente hídrico.
- Temperatura (ºC)
A temperatura média mensal do período entre 1912 a 2003 foi de
20,3ºC, a média mensal da temperatura máxima foi de 25,2ºC, da mínima
16,5ºC. A média anual da máxima absoluta foi de 33,5ºC e da mínima absoluta
de 7,4ºC.
Quanto à temperatura média, os meses de Janeiro e Fevereiro
obtiveram a maior média com 24,5ºC e o mês de Julho a menor média com
15,8ºC.
Quanto à temperatura média das máximas e mínimas, o mês de
Fevereiro obteve o maior valor com 29,0ºC e o mês de Julho com 11,5ºC o
menor valor.
14
180
12
150
10
120
8
90
6
60
4
30
2
Nº d e d ias d e ch u va
p r e cip itação (m m )
PRECIPIT AÇÃO - Cam bo r iú , SC (e ntr e 1912 e 1983)
210
0
0
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
m eses
P R EC , T OT A L (m m )
P R EC ,M X em 24h (m m )
D IA S D E C H UVA (N o ,)
Figura 3. Normais Climatológicas: Precipitação total, máximo 24 horas e dias de chuva da
Estação Meteorológica de Camboriú, SC, no período entre 1912 a 1983. Fonte: INMET.
PRECIPITAÇÃO - Itajaí, SC (e ntr e 1981 e 1996)
270
20
240
18
16
14
180
12
150
10
120
8
90
6
60
4
30
2
0
0
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
m eses
PREC, TOTA L (mm)
PREC,MX em 24h (mm)
DIA S DE CHUV A (No,)
N
D
N° d e d ias d e ch uva
Pr e cip itação (m m )
210
Figura 4. Normais Climatológicas: Precipitação total, máximo 24 horas e dias de chuva da
Estação Meteorológica de Itajaí, SC, no período entre 1981 a 1996. Fonte: EPAGRI/CLIMERH.
16
180
14
12
150
10
120
8
90
6
60
4
30
N° d e dias de chu va
Pr e cip itação (m m )
PRECIPITAÇÃO - Itajaí, SC (e n tr e 1997 e 2003)
210
2
0
0
J
F
M
A
M
Prec ipitaç ão
J
J
Meses
A
Máx imo em 24 h
S
O
N
D
dias de c huv a
Figura 5. Normais Climatológicas: Precipitação total, máximo 24 horas e dias de chuva da
Estação Meteorológica de Itajaí, SC, no período entre 1997 a 2003. Fonte: UNIVALI.
Quanto à temperatura máxima e mínima absoluta, o mês de Fevereiro
obteve o maior valor com 36,7ºC e o mês de Julho com 1,9ºC o menor. Nas
normais climatológicas da estação de Camboriú a menor temperatura absoluta
foi de -2,6ºC e a máxima de 39,5ºC.
Observando as figuras 6, 7 e 8 fica claro que os meses mais
quentes são Janeiro, Fevereiro e Março e os meses mais frios os de Junho,
Julho e Agosto, demarcando as estações de verão e inverno. Correlacionando
com a precipitação o período Janeiro, Fevereiro e Março mais quente e mais
chuvoso e o período de Junho, Julho e Agosto mais frio e mais seco. As
temperaturas correspondem à classificação de Köppen de um clima
mesotérmico (Cfa) onde o mês mais frio apresenta 11,5ºC (entre 18ºC e –3ºC)
e o mês mais quente 29ºC (superior a 22ºC).
T e m p e r atu r a - Cam b or iú (SC) - p e r ío d o e n tr e 1912 a 1983
41
38
35
32
29
26
23
20
ºC 17
14
11
8
5
2
-1
-4
-7
39,5
39,2
38,4
28,7
28,9
28,3
23,5
19,4
23,8
19,7
23,1
18,8
9,9
9,4
35,0
35,0
26,1
23,9
20,6
16,0
17,9
13,1
7,4
F
M
34,0
34,6
22,0
21,2
21,5
22,1
16,0
15,0
11,2
10,2
15,7
11,1
17,0
13,2
38,2
36,0
31,8
27,3
25,3
20,5
16,4
23,4
18,8
15,0
22,3
18,1
8,6
6,2
2,0
J
31,2
32,7
1,2
A
M
-0,3
J
J
A
2,2
0,1
-1,2
-2,6
S
O
N
D
m eses
Max A bs
Min A bs
Média
Média Max
Média Min
Figura 6. Normais Climatológicas: Temperatura média, máxima e mínima, máxima e mínima
absoluta e da Estação Meteorológica de Camboriú, SC, no período entre 1912 a 1983. Fonte:
INMET.
T e m p e r atu r a e m It ajaí, SC (e n tr e 1981 e 1996)
42
37
37
36,4
38,4
36,8
33,7
32
29,8
29,3
28,7
27
22
°C
24,5
24,6
21
21,1
36
34,6
30,3
26,8
24,3
21,9
21,4
19,9
14,9
14,2
11,5
15,7
15,4
12,4
12
24,5
22,6
22,1
21,4
17,6
16,3
23,6
21,9
19,8
18,3
18
17
28,6
26,7
23,5
12
34
32
35,5
35
19,8
18,3
16,4
14,3
12,8
11,3
9,5
7
6
3,6
2
3,4
1,5
2
1,5
0,3
- 0,5
-3
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
m eses
T E M P , M x A bs 'C
T E M P , M n A bs 'C
T E M P , M E D IA 'C
M E D IA T E M P M x 'C
M E D IA T E M P M n 'C )
Figura 7. Normais Climatológicas: Temperatura média, máxima e mínima, máxima e mínima
absoluta e da Estação Meteorológica de Itajaí, SC, no período entre 1981 a 1996. Fonte:
EPAGRI/CLIMERH.
ºC
T e m p e r atu r a - Itajaí, SC (e n tr e 1997 e 2003)
35
33
31
29
27
25
23
21
19
17
15
13
11
9
7
5
33,2
33,9
28,8
28,3
25,6
25,2
22,1
21,8
19,3
32,4
30,2
27,7
27,8
29,4
28,0
25,8
24,2
23,7
20,5
19,2
18,6
16,7
22,5
17,8
F
M
A
Média
M
J
m eses
Média Max
15,1
14,9
14,8
10,7
9,4
8,4
20,2
19,1
18,0
15,0
14,0
23,9
22,7
21,6
18,9
18,0
12,2
10,5
22,3
21,8
16,9
12,9
27,4
26,7
26,6
24,6
21,2
15,4
13,9
J
26,8
25,7
21,8
18,5
33,1
31,8
6,7
J
A
Média Mn
S
O
N
Máx ima A bs
D
Mínima A bs
Figura 8. Normais Climatológicas: Temperatura média, máxima e mínima, máxima e mínima
absoluta e da Estação Meteorológica de Itajaí, SC, no período entre 1997 a 2003. Fonte:
UNIVALI.
- Ventos (km/h)
A velocidade média mensal dos ventos no período de 1912 a 2003 foi de 5,5
km/h. A média das velocidades máximas no período entre 1997 e 2003 foi de
48,5 km/h, conforme figura 9. A máxima apresentada no período foi no mês de
Fevereiro com 55,6 km/h.
V e lo cid ad e d os ve n tos - Itajaí, SC (e ntr e 1997 e 2003)
60
7
55,6
44,2
5
k m /h
47,8
49,6
46,6
51,5
49,6
48,3
51,5
50
46,9
48,9
41,8
40
4
30
3
k m /h
6
20
2
10
1
0
0
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
Figura 9. Normais Climatológicas: Velocidade dos ventos da Estação Meteorológica de Itajaí,
SC, no período entre 1997 a 2003. Fonte: UNIVALI.
Com a finalidade de melhor demonstrar a predominância dos ventos na
região de Penha e circunvizinhança, apresenta-se a seguir a rosa dos ventos
(figuras 10, 11 e 12) com os dados meteorológicos colhidos junto às estações
meteorológicas de Camboriú e Itajaí.
Fr e q ü ê n cia do s ve n to s Pr im ár io s e m Cam bo r iú , SC
(e n tr e 1912 e 1983)
N
12
NNW
NNE
10
NW
NE
8
6
WNW
ENE
4
2
0
W
E
WSW
ESE
SW
SE
SSW
SSE
S
Figura 10. Normais Climatológicas: Freqüência dos ventos primários da Estação Meteorológica
de Camboriú, SC, no período entre 1912 a 1983. Fonte: INMET.
Fr e q ü ê n c ia d o s v e n t o s P r im á r io s e m It a ja í, S C
(e n tr e 1981 e 1996)
N
NNW
7
NNE
6
NW
NE
5
4
3
W NW
ENE
2
1
0
W
E
W SW
ES E
SW
SE
SSW
SSE
S
Figura 11. Normais Climatológicas: Freqüência dos ventos primários da Estação Meteorológica
de Itajaí, SC, no período entre 1981 a 1996. Fonte: EPAGRI/CLIMERH.
A razão disto é por estas estações meteorológicas possuírem dados mais
amplos, de aproximadamente 29 anos e, desta maneira, fica evidenciado a
predominância dos ventos da região.
Fr e q üê ncia do s ve ntos Itajaí, SC (e n tr e 1997 e 2003)
N
NNW
8
NNE
7
6
NW
NE
5
4
WNW
ENE
3
2
1
W
E
0
WSW
ESE
SW
SE
SSW
SSE
S
Figura 12. Normais Climatológicas: Freqüência dos ventos primários da Estação Meteorológica
de Itajaí, SC, no período entre 1997 a 2003. Fonte: UNIVALI.
Os dados compilados junto às estações meteorológicas de Camboriú e
Itajaí forneceram a indicação do predomínio do vento de Nordeste (NE) para a
maioria dos meses do ano, principalmente no verão e nas estações
intermediárias, contra o predomínio do vento de Sudoeste (SW), especialmente
no inverno. Observando a figura 10 da estação de Camboriú foram 11 meses
de NE e um mês de SW. Na estação de Itajaí (figura 11) foram sete meses de
NE e cinco meses de SW. No período de 1997 a 2003 da estação da UNIVALI
no centro de Itajaí foram oito meses de SSW e quatro meses de ENE (figura
12).
- Umidade Relativa do Ar (%)
A umidade relativa no período de 79 anos das estações de Camboriú e
Itajaí foi de 83,73% de média mensal. Na estação de Camboriú num período de
59 anos observados a média mensal ficou em 86,54%, na estação de Itajaí no
bairro Itaipava em 17 anos de observação ficou com 85,65% e na estação do
centro da cidade em 3 anos ficou com 79,00%.
Como se observado nas figuras 13 e 14 na estação de Camboriú os
meses de Novembro e Dezembro tiveram os menores índices e os meses de
Junho e Julho os maiores índices. Na estação de Itajaí o regime se repete.
UM IDADE RELATIV A (%) - Cam bor iú , SC (e ntr e 1912 e 1983)
89
88
%
87
86
85
84
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
m eses
8
9
8
8
7
8
6
8
5
8
4
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
Figura 13. Normais Climatológicas: Umidade Relativa do Ar da Estação Meteorológica de
Camboriú, SC, no período entre 1912 a 1983. Fonte: INMET.
UM IDA DE REL A T IV A (%) - It ajaí, SC (e n tr e 1981 e 1996)
89
88
87
%
86
85
84
83
82
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
M eses
Figura 14. Normais Climatológicas: Umidade Relativa do Ar da Estação Meteorológica de Itajaí,
SC, no período entre 1981 a 1996. Fonte: EPAGRI/CLIMERH.
- Pressão Atmosférica (mb)
A pressão atmosférica em 48 anos de observação ficou com uma média
mensal de 1.010,8 mb. Observando a figura 15 as estações de outono e
inverno registram os índices mais elevados de pressão e primavera e verão os
menores índices. Ressalta-se que a pressão atmosférica média ao nível do mar
considerada pela OMM é de 1.013,25 mb.
T e m p e r atu r a (ºC) e Pr e s s ão Atm o s fé cica (m b ) - Cam b o r iú , SC
1025
25
1015
20
1005
15
995
10
985
975
5
965
0
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
Te m p
Pr e s s ão
( e ntr e 1912 e 1983)
D
m eses
A R PRESSA O A TMOSF,
TEMP, MEDIA
Figura 15. Normais Climatológicas – Temperatura e Pressão Atmosférica da Estação
Meteorológica de Camboriú – SC, no período entre 1912 e 1983. Fonte: INMET.
- Nebulosidade (0/10)
A predominância média anual na região de Itajaí e Penha é de céu
encoberto como se pode observar no figura16, destacando-se primavera e
verão devido à circulação marítima.
- Insolação (h)
A média mensal de horas de insolação no período entre 1912 e 1996 foi
de 138,3 horas, e a média anual de 1.659,0 horas. Os meses de Janeiro e
Fevereiro apresentaram os maiores índices e os meses de Agosto e Setembro
os menores conforme figura 17.
Ne b u lo s id ad e - Cam b o r iú e Itajaí - SC, p e r ío d o 1912-1996
8,0
7,0
6,0
(0/10)
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
m eses
Figura 16. Normais Climatológicas – Nebulosidade das Estações Meteorológicas de Camboriú
e Itajaí, SC, no período entre 1912 a 1996. Fonte: EPAGRI/CLIMERH/INMET.
Ins olação - Cam bo r iú e Itajaí - SC, pe r ío do 1912-1996
180,0
160,0
140,0
h o r as
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
J
F
M
A
M
J
J
m eses
A
S
O
N
D
Figura 17. Normais Climatológicas – Insolação das Estações Meteorológicas de Camboriú e
Itajaí, SC, no período entre 1912 a 1996. Fonte: EPAGRI/CLIMERH.
- Evaporação Total (piché) (mm)
O evaporímetro de piche diz respeito à água evaporada dentro do abrigo
meteorológico padrão. A média mensal no período de 1912 a 1996 foi de 68,4
mm e a média anual de 820,3 mm.
Os meses de Dezembro e Janeiro conforme figura 18 foram os que
apresentaram maior índice e os meses de Junho e Julho os de menor índice.
Evap o r ação T o tal (Pich é ) - Cam b o r iú e Itajaí - SC, p e r ío d o 1912-1996
100,0
90,0
80,0
70,0
mm
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
J
F
M
A
M
J
J
m eses
A
S
O
N
D
Figura 18. Normais Climatológicas – Evaporação Total (Piche) das Estações Meteorológicas de
Camboriú e Itajaí, SC, no período entre 1912 a 1996. Fonte: EPAGRI/CLIMERH/INMET.
Observou-se que estes dados meteorológicos representam uma série
histórica (91 anos) possibilitando, de acordo com OMM, no mínimo a
classificação climática em períodos de 30 anos. Os dados apresentados
reafirmam as classificações climáticas sugeridas por Martone e Köppen em
nível regional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Atlas de Santa Catarina. 1986. Gabinete de Planejamento e Coordenação Geral.
Subchefia de Estatística, Geografia e Informática. Rio de Janeiro, Aerofoto
Cruzeiro, 173p.
Cruz, O. 1998. A ilha de santa Catarina e o continente próximo; um estudo de
geomorfologia costeira. Florianópolis: Ed. da UFSC. 276p.
Köppen, W. & Geiger, R. 1936. Handbuch der klimatologie. Vol. 1, Part C, Berlin:
Gerbrüder Borntraeger
Lemos, C.F. & Calbete, N.O. Sistemas frontais que atuaram no litoral de 1987 a 1995.
Climanálise.CPTEC/INPE. Disponível em
<http://www.cptec.inpe.br/products/climanalise/cliesp10a/14.html>. Acesso em
27/12/2003.
Martone, E. 1973. Tratado de geografia física. Barcelona: Ed. Juventud.
Nimer, E. 1989. Climatologia do Brasil. 2 ed. Rio de Janeiro: Ed. IBGE, 419p.
Thornthwaite, C.W. & Mather, J.R. 1955. The water balance. Publications in
Climatology. New Jersey: Drexel Institute of Technology. 8 (1). 104p.
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