Informativ I nform ati vo Di gi tal - Nº 05 - M aio/ 2009 – Atual i z ado em Jul ho/ 2009 Influenza A (H1N1) – Aspectos Laboratoriais Dra. Lilian Mello Soares e Dr. Guilherme Birchal Collares Assessoria Médica Lab Rede Influenza A (H1N1) é uma doença respiratória aguda, transmitida de pessoa a pessoa, principalmente por meio da tosse ou espirro, ou através de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. Ela é causada pelo vírus influenza do tipo A, um dos três tipos existentes (A, B e C). Há, ainda, a classificação conforme o tipo de duas proteínas presentes nas partículas virais: a hemaglutinina (H) e a neuraminidase (N). O vírus atualmente circulante, associado à pandemia global, é uma variante do vírus A/H1N1, tendo sido denominado, por algum tempo, vírus da gripe suína. O exame laboratorial para diagnóstico específico de Influenza A (H1N1) está indicado, segundo avaliação do médico assistente, para acompanhar casos de doença respiratória aguda grave, e em casos de surtos de síndrome gripal em comunidades fechadas. A definição do Ministério da Saúde para caso suspeito de doença respiratória aguda grave está descrita no Quadro1. Nessa situação, a internação do paciente é fortemente recomendada. Também devem ser considerados alguns fatores de risco para complicações por influenza, como: idade inferior a 2 anos ou superior a 60 anos, imunodepressão, presença de comorbidades e gestação. Quadro1: Definição de caso suspeito de doença respiratória aguda grave Indivíduo de qualquer idade com doença respiratória aguda caracterizada por febre elevada, acompanhada de tosse ou dor de garganta, acompanhado ou não de manifestações gastrointestinais, e dispnéia ou outro sinal de gravidade, por exemplo, ausculta compatível com pneumonia ou quadro clínico, laboratorial ou radiológico compatível com pneumonia A confirmação laboratorial do caso depende do diagnóstico de infecção pelo vírus Influenza A (H1N1) pela técnica de RT-PCR em tempo real, em um dos seguintes Laboratórios de Referência credenciados pela OMS: Instituto Adolfo Lutz (São Paulo), Instituto Evandro Chagas (Pará) e Fundação Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro). As amostras de secreção respiratória deverão ser processadas apenas nestes laboratórios. As amostras de secreção respiratória devem ser coletadas até o terceiro dia de início dos sintomas, podendo este período ser ampliado até, no máximo, sete dias após o início dos sintomas. Deve ser utilizada a técnica de aspirado de nasofaringe com frasco coletor de secreção, pois a amostra assim obtida pode concentrar maior número de células. Alternativamente, pode ser utilizada a técnica de swab de nasofaringe e orofaringe, exclusivamente com swab de rayon, já que o swab de algodão interfere nas metodologias moleculares utilizadas. As amostras devem ser mantidas a 4-8ºC e encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) de seu Estado no mesmo dia da coleta. A técnica preconizada pela OMS para confirmação laboratorial de Influenza A (H1N1) é a RT-PCR em tempo real, não sendo recomendada a Imunofluorescência Indireta para detecção desse novo subtipo de Influenza. A coleta de amostras de material humano deve ser realizada rigorosamente dentro das normas de biossegurança preconizadas para essa situação, e as amostras de sangue ou outras amostras clínicas, que não sejam do trato respiratório, utilizadas para monitorar a evolução clínica do paciente, poderão ser processadas pelo LACEN. Todos os resultados serão encaminhados de forma concomitante para as Secretarias Estaduais de Saúde e para a Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde. REFERÊNCIAS 1. Influenza A (H1N1) Protocolo de Procedimentos – Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Gabinete Permanente de Emergências de Saúde Pública (http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/influenza_a_h1n1_protocolo_tratamento.pdf) 2. Pinho JRR, Martino MDV, Alcântara FFP. Influenza. Site da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (http://www.sbpc.org.br/comunicacao/sala.imprensa.php?tp=1&id=130) 3. Protocolo de manejo clínico e vigilância epidemiológica da Influenza–Versão I-Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Gabinete Permanente de Emergências de Saúde Pública (http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/protocolo_manejo_vigilancia_influenza_08072009.pdf)