Aula 00 (Demonstrativa)

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Português para o TRE-SP (Teoria e Exercícios)
Aula 00 (Demonstrativa) – Morfossintaxe do verbo
Prof. Arthur Scandelari
Aula 00 (Demonstrativa)
Língua Portuguesa (Teoria e Exercícios)
Morfossintaxe do verbo
Professor: Arthur Scandelari
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Português para o TRE-SP (Teoria e Exercícios)
Aula 00 (Demonstrativa) – Morfossintaxe do verbo
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Aula 00 – Demonstrativa
Olá!
Seja bem-vindo ao curso de Língua Portuguesa para o Tribunal Regional
Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Meu nome é Arthur Scandelari e espero ajudá-lo a
conquistar a vaga desejada.
O edital já foi publicado! Em dez aulas, estudaremos todos os pontos listados,
item por item. Isso não significa que revisaremos a gramática do início ao fim,
passando por quaisquer regras e suas exceções, mas que nosso estudo será
direcionado aos tópicos que você precisa saber. Assim, o curso está ajustado às
características da Fundação Carlos Chagas (FCC), tanto no que se refere à
seleção de questões quanto ao conteúdo ensinado.
Juntos, tornaremos este momento de desafios o mais breve possível, para que
logo você esteja apto a assumir o cargo almejado. No decorrer do caminho, lembrese de que “as escolhas que fazemos, não as chances que temos, determinam nosso
destino”.
Veja o sumário da aula na página seguinte.
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Aula 00 (Demonstrativa) – Morfossintaxe do verbo
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Tópicos da aula
Apresentação do professor ............................................................................ 4
Apresentação do curso .................................................................................. 4
Sites úteis ................................................................................................... 6
Características da banca ............................................................................... 7
Introdução .................................................................................................. 9
Modos e tempos verbais.............................................................................. 10
Locução verbal........................................................................................... 20
Correlação verbal ....................................................................................... 21
Predicação verbal ....................................................................................... 28
Vozes verbais ............................................................................................ 36
Aprofundamento ........................................................................................ 43
Resumo .................................................................................................... 46
Lista das Questões Comentadas ................................................................ 49
Gabarito ................................................................................................. 57
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Apresentação do professor
Sou professor de Língua Portuguesa para concursos públicos e ex-funcionário
público concursado do governo federal (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior — MDIC).
Comecei a lecionar em 2003, mas realizei algumas interrupções na profissão,
pela dificuldade de conciliar o magistério com a iniciativa privada ou o serviço
público.
Atualmente, dedico-me exclusivamente ao ensino. Leciono gramática,
interpretação de textos e redação em cursos preparatórios presenciais e on-line
para alunos de vários estados brasileiros.
Tenho experiência com as principais bancas do país (Cesgranrio, Cespe,
Consulplan, Esaf, FCC, FGV, Funiversa, Funrio, Iades, Vunesp) e alegro-me de
afirmar que vi os nomes de muitos ex-alunos em listas de resultados finais e editais
de convocação para posse.
Caso tenha necessidade de esclarecer algum tema que não ficou claro nas
aulas ou queira tirar dúvidas sobre o Português, entre em contato comigo pelo
fórum. Estou à disposição para auxiliá-lo naquilo que me for possível.
Confira a seguir mais alguns aspectos do curso.
Apresentação do curso
O curso de Língua Portuguesa para o TRE-SP destina-se aos aspirantes aos
cargos de Analista Judiciário ou Técnico Judiciário, independentemente da
especialidade escolhida, e aos que pretendem realizar concursos públicos da banca
FCC.
Aqueles que não se incluem nesses perfis também terão a oportunidade de
aprender e desenvolver habilidades, mas o caminho poderá ser mais longo. Deixeme explicar essa afirmação.
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Aula 00 (Demonstrativa) – Morfossintaxe do verbo
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Todos os cursos são elaborados com uma finalidade e adequados a ela. Nesse
sentido, embora a matéria seja a mesma, damos atenção a um ou outro assunto,
dependendo da banca e do órgão que temos em vista.
Por isso, é possível que o candidato que estude por um material destinado a
outra banca acabe gastando mais tempo em sua preparação, já que aprenderá
temas que não serão cobrados em seu concurso e resolverá questões diferentes das
que encontrará em sua prova.
É claro que todo conhecimento é bem-vindo e poderá ser útil no futuro, mas
imagino que você queira passar mais tempo se dedicando ao serviço público do que
à preparação para entrar nele, certo?
Retomando a apresentação, este é um curso teórico. No entanto, isso não
quer dizer que não faremos exercícios. Pelo contrário, todas as aulas estarão
repletas de questões comentadas e selecionadas por mim, as quais guiarão
nossos estudos.
Eventualmente utilizaremos questões de outras bancas, desde que nos
ajudem a consolidar o conhecimento, mas trabalharemos somente com o conteúdo
necessário.
Veja abaixo o programa do curso.
Aula
Conteúdo Programático
Data
00
Morfossintaxe do verbo
30/08
01
Revisão morfossintática
30/08
02
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação
30/08
03
Sintaxe
30/08
04
Concordância e regência verbal
30/08
05
Concordância e regência nominal
30/08
06
Crase
30/08
07
Pontuação
30/08
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08
Intelecção e interpretação de texto
30/08
09
Ortografia oficial. Acentuação gráfica
30/08
Repare que, embora ele não siga a mesma ordem do conteúdo relatado no
edital
(disponível
em
http://www.concursosfcc.com.br/concursos/tresp116/edital_1-16_-
_assinado_pelo_presidente_tre-sp-2.pdf),
conforme exposto no Anexo I (página 25),
nenhum tema anunciado ficou de fora. Desse modo, conseguiremos explorar
integralmente o assunto, ficando mais confiantes para o dia da prova.
Ao final de todas as aulas, há um resumo esquemático dos principais
tópicos que estudamos. Sugiro que o utilize no dia a dia, como fonte de consulta
rápida, e principalmente na véspera da prova, para revisar o conteúdo, sem precisar
reler as aulas inteiras.
Sites úteis
Para facilitar seus estudos e fornecer fontes adicionais de pesquisa, indico
alguns sites gratuitos e confiáveis que podem ser consultados sempre que surgirem
dúvidas:
1. Volp
http://www.academia.org.br/nossa-lingua/busca-no-vocabulario
Este é o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), elaborado
pela Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele não é um dicionário, mas um
registro das palavras que existem oficialmente no Português e
podem ser usadas nas provas discursivas. Recomendo enfaticamente
consultas diárias a este site.
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2. Dicionários
Priberam: http://www.priberam.pt/dlpo/
Aulete digital: http://www.aulete.com.br/
Sinônimos: http://www.sinonimos.com.br/
3. Conjugação de verbos
Conjuga-me: http://www.conjuga-me.net/
Priberam (dicionário): pesquise o verbo e, depois, clique em “conjugar”.
4. Consulta a especialistas
ABL: http://www.academia.org.br/nossa-lingua/abl-responde
Ciberdúvidas: https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/
Características da banca
É muito difícil ser aprovado em um concurso sem conhecer as características
e as manhas da banca que aplicará sua prova. Por isso, nosso foco é a FCC.
Atualmente, ela é uma das maiores bancas do Brasil e realiza vários dos
concursos mais disputados. Em Língua Portuguesa, sua postura é normativa, ou
seja, prende-se às regras gramaticais conforme descritas nos livros. Essa é uma
boa notícia para aqueles que têm dificuldade com Português, pois a análise das
questões depende mais das normas do que do contexto. Em geral, se você aprender
uma parte do conteúdo, não errará mais.
Parte significativa das provas da FCC é composta por questões de
interpretação, baseadas em textos de fontes variadas e autores eruditos. Desse
modo, não é possível prever o que aparecerá na sua prova, mas saiba que o assunto
não será dos mais acessíveis.
Os temas gramaticais mais cobrados são: correlação verbal, modo e
tempo verbal, concordância verbal, regência verbal, voz passiva e crase.
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Repare que isso é o que ocorre hoje em dia. No passado, os conteúdos recorrentes
eram distintos e, no futuro, provavelmente também o serão.
A dificuldade das provas de Língua Portuguesa da FCC varia entre média e
difícil. De acordo com o cargo pretendido, no entanto, conseguimos antever o nível
do concurso e selecionar as questões adequadas.
A FCC trabalha com questões objetivas de múltipla escolha. Nessa
modalidade,
você
deverá
selecionar
apenas
uma
das
cinco
alternativas
apresentadas. É importante saber que a banca não descontará pontos se você errar.
Em outras palavras, seus erros não serão punidos. Por isso, você deve responder
a todas as questões.
Nos concursos, costumamos ouvir reclamações de equívocos nos gabaritos e
de subjetividade nas questões de interpretação, mas, na maior parte das vezes, os
candidatos é que estão errados — felizmente. Se tivéssemos mesmo que trabalhar
com instituições tão ruins, seria impossível antecipar suas opiniões. Os certames
públicos seriam verdadeiras loterias.
Entretanto, não é isso que ocorre. As grandes bancas são ótimas e elaboram
itens de qualidade — e com a FCC não é diferente. É verdade que existem gabaritos
polêmicos ou que fogem ao comportamento padrão da Fundação, mas esses são
exceções. Em regra, eles se adequam aos ensinamentos de nossos gramáticos e ao
que foi aplicado em concursos anteriores.
Se seus resultados nas provas da FCC não são os esperados, pode ser porque
você ainda não “pegou o jeito” da banca. Não estou dizendo que ela adote posturas
arbitrárias, mas que existe margem aceitável entre um posicionamento e outro.
As línguas não são reguladas por lei, isto é, não seguem regras pré-definidas.
Estão sempre mudando e dependem do trabalho dos estudiosos para se manter
gramaticalmente coerentes. Falando em bom “juridiquês”, a principal fonte do
Português, nos concursos públicos, é a doutrina. Assim, é natural que haja
divergências entre as bancas, pois as opiniões dos especialistas também variam.
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De qualquer forma, você não precisa se preocupar, pois os conteúdos
repetem-se de um concurso para outro. Esse é motivo pelo qual identificamos
os temas recorrentes na FCC. O candidato bem preparado sabe o que esperar da
prova, e poucas são as questões que o surpreendem.
Se quiser conhecer a página da banca, acesse http://www.concursosfcc.com.br/.
Vamos à aula!
Introdução
Verbo é a classe de palavra que apresenta mais variações na Língua
Portuguesa. Ele se altera de acordo com o número, o modo, a pessoa, o tempo, o
aspecto e a voz, conforme elencado abaixo.
a) Número: singular e plural;
b) Modo: indicativo, subjuntivo e imperativo;
c) Pessoa: primeira, segunda e terceira;
d) Tempo: passado, presente e futuro;
e) Aspecto: perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito, do presente, do futuro;
f) Voz: ativa, passiva e reflexiva.
Ele ainda dispõe das formas infinitivo, gerúndio e particípio. Tudo isso faz
parte da morfologia, que estuda essas variações e classifica as palavras. A
sintaxe, por sua vez, preocupa-se com a função das palavras. No caso do verbo,
ele pode atuar como transitivo direto, transitivo indireto, intransitivo ou de ligação.
Em síntese, a morfossintaxe do verbo nada mais é do que a análise conjunta
de suas variações e funções dentro de uma frase.
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Modos e tempos verbais
Como a melhor forma de direcionar o aprendizado é por meio de questões,
aqui vai o primeiro exercício.
1. FGV/DPE-MT/2015
Os sete erros que devem ser evitados em tempos de seca
O primeiro desses “erros" era “usar água da chuva para beber, tomar banho
e cozinhar". Segundo o aviso, “A água da chuva armazenada em casa não
pode ser usada para beber, tomar banho e cozinhar porque ela contém uma
alta concentração de poluentes atmosféricos, que podem causar mal à saúde.
Essa água só é indicada para consumo com tratamento químico, feito somente
por especialistas, não bastando ferver ou filtrar. Por isso, é melhor usá-la
apenas na limpeza da casa".
A frase que identifica o primeiro erro – “Usar água da chuva para beber, tomar
banho e cozinhar” – emprega a forma verbal do infinitivo.
Com isso, o autor consegue um resultado conveniente para esse tipo de texto,
que é
(A) não personalizar as ações.
(B) não situar as ações no tempo.
(C) não identificar os locais das ações.
(D) descrever as ações de forma precisa.
(E) citar as ações em sequência cronológica.
Comentário: para resolver esse exercício, precisamos conhecer melhor as três
formas nominais do verbo: infinitivo, gerúndio e particípio.
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O infinitivo dá ideia de ação. Ele é representado pelos verbos terminados em
-ar, -er e -ir, como amar, beber, partir.
O gerúndio dá ideia de continuidade. Ele é representado pelos verbos
terminados em -ndo, como amando, bebendo, partindo.
O particípio dá ideia de conclusão. Ele é representado pelos verbos
terminados em -ado e -ido, como amado, vivido, partido. Contudo, há exceções:
ganho, pago, visto.
A característica das formas nominais é que elas não estão conjugadas, ou
seja, não expressam tempo nem modo verbal. Nesse sentido, descrevem algo
de modo impreciso, representam situações genéricas.
Na questão, há quatro verbos no infinitivo, e o examinador quer saber qual
característica eles atribuem à frase. Como essa forma verbal não expressa número,
pessoa, modo ou tempo, podemos desconsiderar os itens C, D e E, uma vez que
“identificar locais”, “forma precisa” e “sequência cronológica” nada têm a ver com
as características do infinitivo.
Restam-nos duas alternativas, e ambas parecem corretas. A primeira
expressa uma verdade, já que o infinitivo é vago e não particulariza o sujeito
da ação. A segunda também, uma vez que as formas nominais não apresentam
passado, presente ou futuro. Então, como decidir?
Na dúvida, sempre volte ao comando da questão, para ver exatamente
o que se está pedindo. O comando pergunta qual das opções representa um
resultado conveniente para esse tipo de texto. Ora, a intenção do autor é fornecer
orientações a todas as pessoas, sem especificar o destinatário.
Nesse tipo de composição, destinado a todos, o tempo é relevante, pois expõe
normas de conduta para situações específicas. A personalização das ações, todavia,
é inapropriada, porque retira do texto a capacidade de auxiliar o maior número de
indivíduos possível.
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Assim, já nos inclinamos para a letra A, mas o contexto dá a resposta final. O
texto apresenta comportamentos que devem ser evitados em tempos de seca: o
próprio título já situou o assunto no tempo, de modo que a letra B também está
errada.
Resposta: A
2. FCC/TRT-MT/2016
... para quem Manoel de Barros era comparável a São Francisco de Assis...
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da frase acima está em:
(A) Dizia-se um "vedor de cinema"...
(B) Porque não seria certo ficar pregando moscas no espaço...
(C) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e Charles Baudelaire.
(D) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Barros na literatura...
(E) ... para depois casá-las...
Comentário: a FCC adora esse tipo de questão. Aliás, ela gosta de tudo o que
diz respeito a verbos.
O conhecimento de tempos e modos verbais depende de algo que já
começamos a ver, o infinitivo. De acordo com ele, existem três modelos de
conjugação:
1) Verbos terminados em -ar (amar, brincar, cantar);
2) Verbos terminados em -er (beber, correr, viver);
3) Verbos terminados em -ir (abrir, dormir, partir).
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Veja um exemplo de cada conjugação, no tempo presente do modo indicativo.
Número
Pessoa
Singular
Plural
1a conjugação
(-ar)
2a conjugação
(-er)
3a conjugação
(-ir)
Eu
Amo
Bebo
Parto
Tu
Amas
Bebes
Partes
Ele
Ama
Bebe
Parte
Nós
Amamos
Bebemos
Partimos
Vós
Amais
Bebeis
Partis
Eles
Amam
Bebem
Partem
Se você quiser saber como se conjuga o verbo “falar”, por exemplo, é só
repetir as letras sublinhadas na palavra escolhida (falo, falas, fala, etc.). Repare que
a única coisa que mudou, nos exemplos acima, foram as próprias vogais a, e, i dos
verbos. O resto manteve-se igual.
Então qual a finalidade de fazer a distinção? É a de entender as diferenças em
outros tempos. De modo bem prático, os tempos verbais, no modo do indicativo,
são estes aqui embaixo.
Tempo
-ar
-er
-ir
Pretérito perfeito
Ele amou
Ele bebeu
Ele partiu
Pretérito imperfeito
Ele amava
Ele bebia
Ele partia
Pretérito mais-que-perfeito
Ele amara
Ele bebera
Ele partira
Presente
Ele ama
Ele bebe
Ele parte
Futuro do presente
Ele amará
Ele beberá
Ele partirá
Futuro do pretérito
Ele amaria
Ele beberia
Ele partiria
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Observe que só há uma diferença entre eles: no pretérito imperfeito, os verbos
da primeira conjugação têm um v no final, e os da segunda e terceira têm ia. Todo
o resto é igual. Por isso, a FCC sempre cobra o pretérito imperfeito.
E foi o que ela fez na questão, mas, para dificultar, usou o verbo “ser”, que
não segue a conjugação regular. A formas dele são únicas, não têm padrão. No
presente, dizemos “eu sou, tu és, ele é”; no pretérito perfeito, “eu fui, tu foste, ele
foi”; no futuro do presente, “eu serei, tu serás, ele será”, e assim por diante.
No pretérito imperfeito, ele também é diferente (eu era, tu eras, ele era).
Agora, tendo identificado o tempo e modo do verbo expresso na frase apresentada,
basta encontrar um verbo com as mesmas características nas alternativas.
(A) Dizia-se: vem de “dizer” (2a conjugação) e termina em -ia. Logo, só pode
estar no pretérito imperfeito. Achamos a resposta!
(B) seria: vem de “ser” (não segue padrão) e termina em -ia. Como o
imperfeito de “ser” não se conjuga com -ia, podemos eliminar este item. No
entanto, é importante prestar atenção a esse tempo verbal (futuro do pretérito),
porque ele e o pretérito imperfeito são os mais cobrados pelas bancas. A
diferença entre ambos é só o r.
Atenção! Na segunda e terceira conjugação, a diferença entre o pretérito
imperfeito e o futuro do pretérito é o r.
O futuro do pretérito termina em -ria nas três conjugações. Então, tanto
podemos dizer “eu amaria, tu amarias, ele amaria” quanto “eu beberia, tu beberias,
ele beberia” ou “eu partiria, tu partirias, ele partiria”.
Não havia outros verbos no item B? Sim, “ficar pregando”. O comando pediu
para analisarmos os verbos flexionados, mas esses estão nas formas nominais, que,
como vimos, não estão conjugadas.
(C) apaixonou-se: vem de “apaixonar-se” (1a conjugação) e termina em -u.
Essa é a marca do pretérito perfeito.
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(D) separa: vem de “separar” (1a conjugação) e termina na vogal do verbo a. Está no presente.
(E) casá-las: vem de “casar” (1a conjugação) e não está conjugado.
Novamente, temos uma forma nominal do verbo, o infinitivo. Cadê o r? Deu lugar
ao pronome a, que virou -la (casar + a = casá-la).
Em relação aos aspectos verbais, perceba que as designações “perfeito”,
“imperfeito” e “mais-que-perfeito” se aplicam apenas aos tempos do pretérito, para
distinguir sentidos diferentes do passado.
Curiosidade: os nomes “perfeito”, “imperfeito” e “mais-que-perfeito” são
usados apenas nos tempos do pretérito.
Resposta: A
Em resumo, utilizamos três tempos verbais:
a) Pretérito (passado);
b) Presente;
c) Futuro.
Eles se subdividem em:
a) Pretérito
i.
Perfeito: indica passado concluído;
ii.
Imperfeito: indica passado não concluído ou habitual;
iii.
Mais-que-perfeito: indica passado anterior a outro passado.
b) Presente: indica momento atual.
c) Futuro
i.
do Presente: indica momento posterior;
ii.
do Pretérito: indica fato que pode ocorrer ou poderia ter ocorrido.
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Talvez o sentido de cada um deles fique mais claro com exemplos.
Tempo
-er
Pretérito perfeito
Ele bebeu ontem.
Pretérito imperfeito
Ele bebia quando ela chegou.
Pretérito mais-que-perfeito
Ele bebera antes da festa de ontem.
Presente
Ele bebe.
Futuro do presente
Ele beberá amanhã.
Futuro do pretérito
Ele beberia na festa, mas não deixaram.
3. FCC/DPE-RR/2015
Pensando bem, ele talvez derive do fato...
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado acima
está em
(A) ... um chapéu-de-chuva que não fosse vagabundo demais...
(B) ... nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva.
(C) Já na minha infância era um objeto de ares antiquados...
(D) ... faça chuva ou sol, apesar dos motejos alheios...
(E) O freguês vulgar e ocasional, este o irrita...
Comentário: para resolver esta questão, só falta conhecer os modos verbais, que
são mais fáceis que os tempos.
Cada modo verbal exprime uma noção diferente:
a) Indicativo: certeza.
Exemplo: Ele janta com ela.
b) Subjuntivo: dúvida.
Exemplo: Talvez ele jante com ela.
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c) Imperativo: ordem.
Exemplo: Jante e não reclame!
O indicativo nós já estudamos, e o imperativo não costuma aparecer nas
provas, mas você pode revisar seus significados no tópico “Aprofundamento”, ao
final da aula. Resta-nos o subjuntivo! As conjugações que você precisa saber são:
Tempo
-ar
-er
-ir
Presente
Que ele ame.
Que ele beba.
Que ele parta.
Pretérito imperf.
Se ele amasse.
Se ele bebesse.
Se ele partisse.
Futuro
Quando ele amar.
Quando ele beber. Quando ele partir.
Novamente, só há uma diferença entre os tempos: no presente, a vogal dos
verbos da primeira conjugação muda para e, e as vogais da segunda e terceira
viram a. Todo o resto é igual.
No passado, os verbos terminam em -sse. No futuro, terminam em r, mas
não equivalem ao infinitivo. Lembre-se de que os verbos no futuro do subjuntivo
estão conjugados.
Atenção! Verbos no futuro do subjuntivo estão flexionados e distinguemse do infinitivo.
Para saber se um verbo está no futuro do subjuntivo ou no infinitivo,
substitua-o por “ter” ou “querer”. Se o resultado for “tiver” ou “quiser”, ele
estará no subjuntivo. Exemplo: Ele jantará se desejar. Substituindo: Ele jantará se
tiver fome (ou se quiser). Logo, o verbo não está no infinitivo. Só parece!
Analisemos então a questão. O verbo “derive” vem de “derivar” (1a
conjugação) e termina em e. Sabemos, portanto, que ele está no tempo presente
do modo subjuntivo. Basta encontrar um igual nas alternativas.
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(A) fosse: vem de “ser” (não segue padrão) e termina em -sse. Está no
imperfeito do subjuntivo.
(B) existe: vem de “existir” (3a conjugação) e termina na mesma vogal do
verbo (e). Está no presente do indicativo.
(C) era: vem de “ser” (não segue padrão). Está no imperfeito do indicativo.
(D) faça: vem de “fazer” (2a conjugação) e termina em a. Está no presente
do subjuntivo. Achamos!
(E) irrita: vem de “irritar” (1a conjugação) e termina na mesma vogal do verbo
(a). Está no presente do indicativo.
Resposta: D
Resumidamente, as principais terminações verbais estão exibidas na
tabela abaixo. E os únicos tempos que mudam, de acordo com a conjugação, estão
em negrito.
Indicativo
-ar
Exemplo
Imperfeito
-va
Amava
-ia
Partia
Mais-que-perfeito
-ra
Amara
-ra
Partira
Fut. do Pretérito
-ria
Amaria
-ria
Partiria
-ar
Exemplo
Subjuntivo
-er, -ir
-er, -ir
Exemplo
Exemplo
Presente
-e
Ame
-a
Parta
Imperfeito
-sse
Amasse
-sse
Partisse
Futuro
-r
Amar
-r
Partir
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4. FCC/TRT-MG/2015
Considere o trecho abaixo, extraído da Nova gramática do português
contemporâneo, de Celso Cunha e Luís F. Lindley Cintra.
...o gerúndio apresenta duas formas: uma simples [...], outra composta [...].
A forma composta é de caráter perfeito e indica uma ação concluída
anteriormente à que exprime o verbo da oração principal [...].
O que está exposto acima justifica o emprego do gerúndio na frase:
(A) Sendo considerada em plena posse de seu juízo no momento de depor,
pôde falar a favor da sobrinha.
(B) Combinamos que, no horário das 13 às 15h, estarei atendendo aos
fornecedores de laticínios.
(C) Os alunos estão indo para o laboratório porque já vai começar a aula de
Biologia.
(D) Tendo já se consumido em lágrimas, despediu-se de todos e partiu.
(E) A professora lia sorrindo a narrativa do aluno espirituoso.
Comentário: a resposta é mais fácil do que parece. A forma composta refere-se
aos tempos compostos, que nada mais são do que os tempos que você já conhece,
mas apresentados de outra maneira.
O tempo composto é formado por TER ou HAVER + PARTICÍPIO. O verbo do
tempo simples passa para essa forma nominal. É só isso que você precisa saber.
Tempo
Exemplo
Simples
Ele bebera.
Composto
Ele tinha bebido.
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Atenção! O tempo composto é formado pela estrutura TER ou HAVER +
PARTICÍPIO.
Conforme o comando da questão, temos de achar um verbo no gerúndio (ter
ou haver) que faça parte de um tempo composto (particípio).
(A) Sendo considerada: ser + particípio (não dá ideia temporal).
(B) estarei atendendo: estar + gerúndio.
(C) estão indo: estar + gerúndio.
(D) Tendo já se consumido: ter + particípio. Aqui está! O examinador tentou
nos confundir, colocando palavras entre os verbos, para disfarçar a estrutura
composta, mas isso não prejudica o item.
(E) lia sorrindo: ler + gerúndio.
Resposta: D
Locução verbal
Você deve ter notado que, no tempo composto, existem dois verbos atuando
como um só. Quando isso ocorre, temos uma locução verbal. Ela é composta de
um ou mais verbos auxiliares e apenas um verbo principal.
Exemplo: Ele está bebendo algo. O primeiro verbo é o auxiliar, e o último é o
principal. Enquanto aquele é o único que se flexiona, este sempre estará em uma
das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).
Atenção! A locução verbal sempre é formada pela seguinte estrutura:
VERBO(S) AUXILIAR(ES) + VERBO PRINCIPAL. O auxiliar deve ser
flexionado e concordar com o sujeito. O principal aparece em uma das
formas nominais do verbo.
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Perceba, no entanto, que nem toda aproximação de verbos equivale a
uma locução verbal. O segredo para distingui-la é o sujeito. Os verbos de uma
locução verbal obrigatoriamente têm o mesmo sujeito.
Compare os exemplos: “Ele quer beber algo” e “Ele mandou beber algo”. Nas
duas frases, aparecem verbos próximos, e o segundo verbo de ambas está no
infinitivo. Para descobrir qual é a locução, é só procurar o sujeito de cada verbo.
No primeiro período, o sujeito de “quer” e “beber” é necessariamente o mesmo
(Ele), pois não faz sentido inserir outra pessoa entre os verbos (Ele quer você
beber). No segundo, os sujeitos são diferentes, porque é aceitável imaginar outra
pessoa (Ele mandou você beber algo).
Atenção! Os verbos de uma locução verbal sempre têm o mesmo sujeito.
Correlação verbal
Aprenda com a banca!
5. FCC/TRF-3/2016
Mas, se pensarmos na alternativa de projetos de cidades inteligentes que não
envolvam políticas públicas de dados abertos, que não prestem conta
detalhada de suas atividades, ao mesmo tempo em que disponham dos
sofisticados sistemas para o gerenciamento de dados de cidadãos em larga
escala, encontraremos condições para o surgimento de um estado de
vigilância e controle...
Preservando-se a correlação entre as formas verbais, os elementos
destacados podem ser substituídos, respectivamente, por:
(A) pensaremos − envolviam − prestavam − disponham − encontremos
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(B) pensamos − envolvem − prestam − dispunham − encontrávamos
(C) pensemos − envolveriam − prestariam − disporiam − encontrássemos
(D)
pensássemos
−
envolvessem
−
prestassem
−
dispusessem
−
encontraríamos
(E) pensávamos − envolveram − prestaram − disporam − encontramos
Comentário: o examinador pediu para mantermos a correlação verbal. É
conteúdo certo na FCC! E é simples.
Na maioria dos casos, ela ocorre no que diz respeito aos tempos verbais, mas
também pode suceder quanto às noções de certeza, dúvida e ordem. Em outras
palavras, os verbos devem estar no mesmo tempo ou expressar sentidos
similares (certeza, possibilidade).
Atenção! Correlação verbal é a relação de coerência que os verbos da frase
mantêm entre si.
Avaliemos os itens.
(A) pensaremos (futuro do indicativo) − envolviam (pretérito imperfeito do
indicativo) − prestavam (pretérito imperfeito do indicativo) − disponham (presente
do subjuntivo) − encontremos (presente do subjuntivo)
Misturou futuro, pretérito e presente.
(B) pensamos (presente do indicativo) − envolvem (presente do indicativo)
− prestam (presente do indicativo) − dispunham (pretérito imperfeito do indicativo)
– encontrávamos (pretérito imperfeito do indicativo)
Misturou presente e passado.
(C) pensemos (presente do subjuntivo) − envolveriam (futuro do pretérito) −
prestariam (futuro do pretérito) − disporiam (futuro do pretérito) – encontrássemos
(pretérito imperfeito do subjuntivo)
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Misturou presente, futuro e passado.
(D) pensássemos (pretérito imperfeito do subjuntivo) − envolvessem
(pretérito imperfeito do subjuntivo) − prestassem (pretérito imperfeito do
subjuntivo) − dispusessem (pretérito imperfeito do subjuntivo) – encontraríamos
(futuro do pretérito)
Embora o item tenha relacionado passado e futuro, repare que é o futuro do
pretérito. Tanto ele quanto o imperfeito expressam dúvida, incerteza, possibilidade.
A alternativa está correta!
(E) pensávamos (pretérito imperfeito do indicativo) − envolveram (pretérito
perfeito do indicativo) − prestaram (pretérito perfeito do indicativo) − disporam
(não existe) – encontramos (pretérito perfeito do indicativo)
Não misturou os tempos, mas escreveu uma palavra que não existe
(disporam).
Resposta: D
Os tempos do indicativo que se associam aos do subjuntivo também
podem expressar probabilidade, sem prejudicar a correlação verbal. Assim,
alteram-se seus sentidos originais:
a) Futuro
i.
do Presente: condição;
ii.
do Pretérito: hipótese, condição.
Os exemplos a seguir evidenciam essa combinação.
Tempo
Exemplo
Futuro do presente
Se ele puder, beberá amanhã.
Futuro do pretérito
Se ele pudesse, beberia mais.
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No caso do futuro do presente, a noção de condição está relacionada ao
contexto. Foi necessário que houvesse um verbo no futuro do subjuntivo (puder)
para expressar essa ideia. Da mesma forma, no futuro do pretérito, a marca de
possibilidade está associada ao verbo no imperfeito do subjuntivo (pudesse).
As mesmas correlações estabelecidas no indicativo ocorreram no subjuntivo.
O futuro do subjuntivo combinou-se com o futuro do presente (beberá), e o pretérito
imperfeito vinculou-se ao futuro do pretérito (beberia).
Dica: Para memorizar a correlação verbal entre o indicativo e o subjuntivo,
repita a fórmula: Beberei quando puder. Beberia se pudesse.
6. FCC/TRF-3/2016
Depois que se tinha fartado de ouro, o mundo teve fome de açúcar, mas o
açúcar consumia escravos.
Mantendo-se a correlação verbal na primeira frase do texto, a substituição
de Depois que por “Caso”, acarretará as seguintes mudanças nas formas
verbais:
(A) fartasse − terá − iria consumir
(B) fartara − tivera − consumira
(C) teria fartado − teria tido − teria consumido
(D) tenha fartado − terá − consumirá
(E) tivesse fartado − teria − consumiria
Comentário: algumas palavras indicam, por si só, noção de dúvida, condição ou
hipótese. Por isso, pedem verbos no subjuntivo, com o intuito de expressar
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apropriadamente seus sentidos. É o que ocorre com “talvez” (talvez eu queira), “se”
(se eu quiser) e “caso” (caso eu queira), que é objeto da questão.
Basta lermos as alternativas e verificar qual delas manteve a correlação verbal
pedida (tempos e modos expressando probabilidade).
(A) fartasse (tempo simples) − terá (futuro do indicativo) − iria consumir
(acrescentou verbo)
Além de alterar as estruturas originais do primeiro e do último verbo, o tempo
usado não expressa probabilidade no contexto.
(B) fartara (tempo simples) − tivera (mais-que-perfeito) – consumira (maisque-perfeito)
Além de alterar a estrutura original do primeiro verbo, os tempos usados não
expressam probabilidade.
(C) teria fartado (futuro do pretérito) − teria tido (tempo composto) − teria
consumido (tempo composto)
Além de alterar as estruturas originais do segundo e do último verbo, o tempo
usado não está no subjuntivo.
(D) tenha fartado (presente do subjuntivo) − terá (futuro do indicativo) –
consumirá (futuro do indicativo)
Há problema de correlação, pois combinou presente e futuro. O futuro do
indicativo dá ideia de condição se for associado ao futuro do subjuntivo (tiver).
(E) tivesse fartado (imperfeito do subjuntivo) − teria (futuro do pretérito) –
consumiria (futuro do pretérito)
Mais uma vez a FCC relacionou o pretérito imperfeito do subjuntivo
com o futuro do pretérito. Como vimos na questão anterior, ambos os tempos
expressam dúvida, incerteza, possibilidade. Além disso, o primeiro verbo está no
subjuntivo, conforme manda a palavra “caso”!
Resposta: E
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7. FCC/TRT-MT/2016
Atribuindo-se sentido hipotético para o segmento E é curioso que nunca tenha
sabido ao certo de onde eles vinham... (3o parágrafo), os verbos devem
assumir as seguintes formas:
(A) teria sido − soubesse − viriam
(B) será − saiba − virão
(C) era − tivesse sabido − viriam
(D) fora − tivera sabido − vieram
(E) seria − tivesse sabido − viriam
Comentário: as questões já estão começando a se parecer umas com as outras.
(A) teria sido (tempo composto) − soubesse (tempo simples) – viriam (futuro
do pretérito)
O erro deste item foi alterar as estruturas originais do primeiro e do segundo
verbo.
(B) será (futuro do indicativo) − saiba (tempo simples) – virão (futuro do
indicativo)
Além de alterar a estrutura original do segundo verbo, os tempos usados não
expressam hipótese.
(C) era (imperfeito do indicativo) − tivesse sabido (imperfeito do subjuntivo)
– viriam (pretérito perfeito)
O primeiro verbo não expressa hipótese.
(D) fora (mais-que-perfeito) − tivera sabido (mais-que-perfeito) – vieram
(pretérito perfeito)
Os tempos verbais não expressam hipótese.
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(E) seria (futuro do pretérito) − tivesse sabido (imperfeito do subjuntivo) –
viria (futuro do pretérito)
Os três tempos indicam hipótese, e a estrutura composta do segundo verbo
foi mantida. Aí está!
Resposta: E
8. FCC/TRT-14/2016
Atente para as seguintes construções:
I. Haveria ainda mais hipocrisia, nas relações entre o homem e a mulher
americanos, caso não venham a se organizar os atuais protestos contra o
assédio sexual.
II. Não fossem as iniciativas das mulheres americanas, que não hesitam em
processar os desrespeitadores machistas, não se demoveriam práticas
detestáveis de discriminação e desrespeito.
III. Havendo ameaça de um processo, é natural que os homens americanos
passem a acautelar-se quanto às atitudes que venham a tomar em suas
relações com as mulheres.
A correlação entre tempos e modos verbais está plenamente respeitada
APENAS em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
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Comentário: quando o comando diz “apenas”, não quer dizer que só uma
das frases está correta, mas que devemos marcar somente um dos itens de A a
E.
I. Haveria [...], caso não venham a se organizar [...].
O segundo verbo não dá continuidade à noção de hipótese. Deveria ser
“viessem” (imperfeito do subjuntivo), para estabelecer correlação com o futuro do
pretérito.
II. Não fossem [...], não se demoveriam [...].
O imperfeito do subjuntivo e o futuro do pretérito juntos. Frase certa!
III. Havendo ameaça [...], é natural que [...] passem a [...] quanto às atitudes
que venham a [...].
O gerúndio, no primeiro verbo, equivale a “caso”, como se fosse “Caso haja
ameaça”. Assim, foi mantida a correlação entre os tempos e modos verbais, com
ideia de possibilidade. Também correta!
Resposta: E
Quanto à parte de morfologia, ficamos por aqui. Se você quiser ver exemplos
completos de conjugações, confira as páginas iniciais dos dicionários impressos —
sugiro o Aurélio e o Houaiss — ou acesse os links apresentados no tópico “Sites
úteis”, no começo da aula.
Predicação verbal
A predicação é o modo como o verbo se relaciona com os demais
termos da frase. Nesse sentido, os verbos podem ser de três tipos: transitivo,
intransitivo e de ligação. Os dois primeiros indicam ação, o último expressa estado
ou qualidade.
Vamos estudar isso com a FCC.
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9. FCC/TRF-3/2016
... tanto o metódico Paul McCartney como o irrequieto John Lennon
expressavam à perfeição a dualidade...
O verbo que possui, no contexto, o mesmo tipo de complemento que o da
frase acima está empregado em:
(A) Os Beatles eram um mecanismo de criação.
(B) Fizeram coisas boas.
(C) ... a mais nobre forma de arte que jamais existiu.
(D) ... criavam obcecados com a presença (ou ausência)...
(E) ... que a dialética de Lennon e McCartney brilhou pela última vez.
Comentário: após conhecermos as características de cada verbo, ficará fácil
encontrar seus complementos. O esquema seguinte mostra suas definições.
a) Verbo Intransitivo (VI): não precisa de complemento. O sentido do
verbo se basta.
b) Verbo Transitivo: precisa de complemento, que pode ser de três tipos.
i.
Direto
(VTD):
não
exige
preposição
entre
o
verbo
e
seu
complemento.
ii.
Indireto (VTI): exige preposição entre o verbo e seu complemento.
iii.
Direto e indireto (VTDI): exige os dois tipos de complementos ao
mesmo tempo.
c) Verbo de ligação (VL): liga o sujeito a uma qualidade.
Observe como os seguintes exemplos se adequam às características citadas.
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Verbo
Exemplo
Intransitivo
Ele sorriu.
Transitivo direto
Ele encontrou algo.
Transitivo indireto
Ele gosta de algo.
Transitivo direto e indireto
Ele contou algo a alguém.
De ligação
Ele é engraçado.
O verbo “gostar” ligou-se ao seu complemento por meio da preposição “de”,
e o “contar” ligou-se ao seu segundo complemento por meio da preposição “a”.
Lembrete: preposições são palavras que ligam os termos da frase. As
principais são a, com, de, em, para, por.
Os verbos que indicam movimento de ir ou vir são considerados
intransitivos, como em “O menino foi ao circo”. Nesse exemplo, o termo “ao circo”
é visto como informação acessória, que mostra o lugar aonde o menino foi, não
como complemento obrigatório.
Os complementos dos verbos listados acima, à exceção do intransitivo, que
tem sentido completo, recebem os seguintes nomes:
a) Objeto direto (OD): verbo transitivo direto;
b) Objeto indireto (OI): verbo transitivo indireto;
c) Objeto direto e objeto indireto: verbo transitivo direto e indireto;
d) Predicativo do sujeito: verbo de ligação (embora nem todos os
gramáticos considerem o predicativo um complemento verbal, podemos
classificá-lo assim para fins de concurso público).
Voltemos à questão. A frase apresenta o verbo “expressar”, que é transitivo
direto. Como sei disso? É só repetir o verbo em um esquema assim: quem
expressa expressa algo. Se o verbo se ligou ao seu complemento (algo) sem
preposição, significa que ele é transitivo direto.
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Você pode afirmar que os verbos de ligação também não precisam de
preposição, mas lembre que eles indicam estado ou qualidade, e o verbo “expressar”
dá ideia de ação.
Tendo o verbo transitividade direta, o único objeto direto possível é o termo
“a dualidade”, porque não foi regido por preposição. A expressão “à perfeição”, por
sua vez, revela o modo pelo qual Paul McCartney e John Lennon se expressavam.
Ela não foi exigida pelo verbo, é informação acessória.
Vamos identificar os verbos e procurar um objeto direto nas alternativas.
(A) Os Beatles eram um mecanismo de criação.
O verbo atribuiu qualidade aos Beatles, logo, é de ligação. O complemento é
um predicativo do sujeito.
(B) Fizeram coisas boas.
Quem faz faz algo. Logo, esse verbo é transitivo direto, e “coisas boas” é seu
objeto direto. Encontramos a resposta!
(C) ... a mais nobre forma de arte que jamais existiu.
O verbo “existir” não pede complemento. Trata-se de verbo intransitivo.
(D) ... criavam obcecados com a presença (ou ausência)...
Aqui está a importância do contexto. É possível pensar que quem cria cria
algo. Contudo, a frase não apresentou complemento. O termo “obcecados” não se
refere ao verbo, e “com a presença” tem preposição, de modo que não pode
completar o sentido de verbo transitivo direto. No contexto, “criar” é intransitivo.
(E) ... que a dialética de Lennon e McCartney brilhou pela última vez.
Verbo intransitivo. Seu sentido é completo.
Resposta: B
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Como vimos no item D, a predicação verbal não é fixa. Ela altera-se de
acordo com o sentido do texto. Verbos que expressarem qualidade ou estado e
estiverem em sentido figurado serão de ligação, independentemente da predicação
original. É o que ocorre neste exemplo: “Ele anda alegre”.
No mesmo sentido, verbos que são normalmente empregados como de ligação
(ser, estar, ficar, parecer, continuar) serão intransitivos se expressarem apenas
localização, modo ou tempo, como neste caso: “Ele está no parque”.
Atenção! A predicação verbal altera-se conforme o contexto em que o
verbo for utilizado.
10. FCC/TRT-23/2016
E a própria espera do barulho (...) despedaça o narrador.
O verbo que possui, no contexto, o mesmo tipo de complemento do grifado
acima está em:
(A) Por isso, a cidade é o lugar da educação...
(B) ... nas quais a opressão viceja.
(C) ... anseia desesperadamente pelo silêncio.
(D) ... há uma evidente arbitrariedade...
(E) ... fracassam todas as soluções possíveis.
Comentário: quem despedaça despedaça algo. O verbo é transitivo direto. O termo
“o narrador” é o complemento do verbo. Agora temos que achar um objeto direto
entre os itens.
(A) Por isso, a cidade é o lugar da educação...
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A expressão “o lugar da educação” é uma qualidade atribuída à cidade. O
verbo é de ligação.
(B) ... nas quais a opressão viceja.
O verbo não exigiu complemento, é intransitivo.
(C) ... anseia desesperadamente pelo silêncio.
Quem anseia anseia por algo. Como o verbo se ligou ao complemento (algo)
através de uma preposição (por), é transitivo indireto.
(D) ... há uma evidente arbitrariedade...
Decore: o verbo “haver” é transitivo direto! O objeto direto é “uma
evidente arbitrariedade”. Aqui está a resposta! A FCC sempre cobra esse verbo
porque ele é impessoal quando usado com o sentido de existir. Mas o fato de ser
impessoal, isto é, de não ter sujeito, não implica que não tenha complemento.
(E) ... fracassam todas as soluções possíveis.
Cuidado! Nem tudo que vem depois do verbo é complemento. Pergunte
a si mesmo: Quem fracassa? A resposta será: “todas as soluções possíveis”.
Portanto, essa expressão é o sujeito do verbo. A frase está na ordem inversa.
Colocando-a na ordem direta (sujeito + verbo + complemento), reconhecemos
os termos com tranquilidade (... todas as soluções possíveis fracassam). O verbo é
intransitivo.
Resposta: D
11. FCC/DPE-RR/2015
Joaquim Serra, Juvenal Galeno e Bernardo Guimarães debulharam lágrimas
de esguicho, quentes e sinceras.
O verbo transitivo empregado com o mesmo tipo de complemento com que
foi empregado o verbo grifado acima está em:
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(A) É mentira!
(B) A notícia chegou ao Instituto Histórico durante uma sessão presidida por
d. Pedro II.
(C) ... que estava vivo, bem vivo.
(D) E morreu num naufrágio...
(E) Entre exclamações, citou Horácio...
Comentário: olhe a FCC se repetindo. No contexto, quem debulha debulha algo
(lágrimas). Mais um verbo transitivo direto. Aos itens.
(A) É mentira!
Verbo “ser” de novo. É de ligação.
(B) A notícia chegou ao Instituto Histórico durante uma sessão presidida por
d. Pedro II.
Verbos que indicam movimento são intransitivos.
(C) ... que estava vivo, bem vivo.
Verbo de ligação.
(D) E morreu num naufrágio...
Verbo intransitivo.
(E) Entre exclamações, citou Horácio...
Verbo transitivo direto! Alguém citou Horácio (objeto direto).
Resposta: E
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12. FCC/TRT-PR/2015
Há um humor sombrio em todas as páginas...
O verbo que, no contexto, possui o mesmo tipo de complemento do grifado
acima está empregado em:
(A) Lá viveu, também, Thomas Bernhard...
(B) ...porque dilapidou (...) um número mil vezes maior de gênios...
(C) ...foi encontrado morto um homem...
(D) ...a neve e o verde competem (...) para atrair turistas...
(E) A Áustria entrou para a história da inteligência...
Comentário: objeto direto de novo! De qualquer modo, precisamos examinar todas
as alternativas.
(A) Lá viveu, também, Thomas Bernhard...
Verbo intransitivo.
(B) ...porque dilapidou (...) um número mil vezes maior de gênios...
Se dilapidou algo, é VTD! O objeto direto é tudo aquilo que foi dilapidado: um
número mil vezes maior de gênios.
(C) ...foi encontrado morto um homem...
Na ordem direta, temos “Um homem foi encontrado morto”. É verbo de
ligação. A frase está na voz passiva analítica (ser + particípio), conforme
estudaremos adiante, no tópico “Vozes verbais”.
(D) ...a neve e o verde competem (...) para atrair turistas...
Verbo intransitivo.
(E) A Áustria entrou para a história da inteligência...
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No contexto, é transitivo indireto.
Resposta: B
Vozes verbais
A voz verbal serve para mostrar se o sujeito pratica ou recebe a ação.
Existem três vozes: ativa, passiva e reflexiva. Veja como a FCC aplica o conteúdo.
13. FCC/TRT-14/2016
O marechal organizou o acervo...
A forma verbal está corretamente transposta para a voz passiva em:
(A) estava organizando
(B) tinha organizado
(C) organizando-se
(D) foi organizado
(E) está organizado
Comentário: questão fácil! Antes de respondê-la, deixe-me fazer algumas
observações sobre a voz passiva.
Nessa construção, o sujeito recebe a ação. Por isso, ele é chamado de sujeito
“paciente”, diferentemente do que ocorre na voz ativa, quando o sujeito executa a
ação. Observe as mudanças que ocorrem na transposição da voz da ativa para a
passiva:
a) O sujeito da voz ativa vira o agente da voz passiva;
b) O verbo simples da voz ativa vira uma locução verbal na voz passiva;
c) O objeto direto da voz ativa vira o sujeito da voz passiva.
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Agora podemos voltar à questão. Separando os termos da frase “O marechal
organizou o acervo...”, temos:
1) O marechal: sujeito;
2) organizou: verbo transitivo direto;
3) o acervo: objeto direto.
Para fazer a transposição, basta inverter a ordem e acrescentar a locução
verbal:
3) O acervo: sujeito paciente;
2) foi organizado: locução verbal;
1) pelo marechal: agente da voz passiva.
A frase final passa a ser “O acervo foi organizado pelo marechal”, igual à
construção proposta na letra D!
Perceba que a locução verbal deve manter o mesmo tempo do verbo
original. Como ele estava no passado, a locução também está. Além disso, a voz
passiva é quase sempre constituída de SER + PARTICÍPIO.
Atenção! A voz passiva analítica é formada por SER + PARTICÍPIO.
Não confunda a passiva com os tempos compostos (ter ou haver +
particípio), pois, agora, o verbo auxiliar é diferente (ser) e não expressa aspecto
temporal.
Outras características da voz passiva são:
a) Ela só se forma com verbo transitivo direto (ou direto e indireto);
b) Não existe objeto direto (pois ele virou o sujeito paciente).
Resposta: D
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14. FCC/TRF-3/2016
A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva encontra-se em:
(A) ... o acesso das obras a um status estético que as exalta.
(B) ... elas protestam contra os fatos da realidade, os poderes...
(C) Muitas obras antigas celebram vitórias militares e conquistas...
(D) O museu, por retirar as obras de sua origem...
(E) ... a crítica mais comum contra o museu apresenta-o...
Comentário: acabamos de ver que a voz passiva com só se forma com verbo
transitivo direto ou com verbo que seja, ao mesmo tempo, transitivo direto e
indireto. Logo, basta identificar entre as alternativas o verbo que não tenha
transitividade direta.
(A) ... o acesso das obras a um status estético que as exalta.
VTD. Na passiva, fica “são exaltadas”.
(B) ... elas protestam contra os fatos da realidade, os poderes...
VTI. Quem protesta protesta contra algo. Se a transitividade é indireta, o
verbo não aceita voz passiva. Aqui está a resposta!
(C) Muitas obras antigas celebram vitórias militares e conquistas...
VTD. Na passiva, fica “são celebradas”.
(D) O museu, por retirar as obras de sua origem...
VTD. Na passiva, fica “são retiradas”.
(E) ... a crítica mais comum contra o museu apresenta-o...
VTD. Na passiva, fica “é apresentada”.
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Aula 00 (Demonstrativa) – Morfossintaxe do verbo
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Atenção! Só existe voz passiva com verbo transitivo direto (ou direto e
indireto).
Resposta: B
15. FCC/TRT-PR/2015
A frase que admite transposição para a voz passiva encontra-se em:
(A) ...que, hoje, subsidia a tradução de seus livros para o resto do mundo.
(B) A Áustria entrou para a história da inteligência do século 20...
(C) Sigmund Freud, o criador da psicanálise, e o pintor expressionista Egon
Schiele são alguns deles.
(D) Em outra face, menos vistosa, foi também um dos berços mentais do
nazismo.
(E) Lá viveu, também, Thomas Bernhard...
Comentário: nosso objetivo é quase o oposto do anterior. Precisamos procurar a
única opção com VTD.
(A) ...que, hoje, subsidia a tradução de seus livros para o resto do mundo.
VTD. Na passiva, fica “é subsidiada”. De primeira!
(B) A Áustria entrou para a história da inteligência do século 20...
VTI: não admite passiva.
(C) Sigmund Freud, o criador da psicanálise, e o pintor expressionista Egon
Schiele são alguns deles.
VL: não admite passiva.
(D) Em outra face, menos vistosa, foi também um dos berços mentais do
nazismo.
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Aula 00 (Demonstrativa) – Morfossintaxe do verbo
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VL: não admite passiva.
(E) Lá viveu, também, Thomas Bernhard...
VI: não admite passiva.
Resposta: A
Você lembra que o verbo “haver”, no sentido de existir, não tem sujeito? E
que a voz passiva não tem objeto direto (o objeto direto da voz ativa vira sujeito)?
Isso significa que, se o verbo “haver” fosse para a voz passiva, passaria a ter
sujeito, o que seria uma incoerência, pois ele não tem sujeito nem na voz ativa.
Atenção! Apesar de ser transitivo direto, o verbo “haver”, no sentido de
existir, não aceita voz passiva.
16. FCC/TRT-MT/2016
Mas a grandeza das manhãs se media pela quantidade de mulungus...
Na frase acima, alterando-se de voz passiva sintética para analítica, a forma
verbal resultante é:
(A) tinha sido medida
(B) tinham sido medidos
(C) era medida
(D) eram medidas
(E) seria medida
Comentário: a voz passiva pode ser formada de duas formas diferentes: a
analítica, que já estudamos, e a sintética (ou “pronominal”).
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Aula 00 (Demonstrativa) – Morfossintaxe do verbo
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Assim como a analítica, a voz passiva sintética só se forma na presença de
verbo com transitividade direta. A diferença é que, em vez de o verbo virar uma
locução verbal, ele recebe um “se” (pronome apassivador). Observe os
exemplos de transposição.
Voz
Exemplo
Ativa
Ele construiu casas.
Passiva analítica
Casas foram construídas.
Passiva sintética
Construíram-se casas.
Ambas as formas da passiva são equivalentes. A utilização de uma ou
outra não altera o sentido da frase. Além disso, o verbo deve sempre concordar com
o sujeito.
Atenção! Na voz passiva, o verbo sempre deve concordar com o sujeito.
Analisemos, por fim, o período proposto: “Mas a grandeza das manhãs se
media pela quantidade de mulungus”. O verbo “medir” pertence à 3a conjugação e
aparece no pretérito imperfeito do indicativo (-ia). Por esse motivo, a transposição
para a voz passiva analítica tem de ser feita no mesmo tempo verbal.
Como só o verbo auxiliar da locução verbal é conjugado, já que o principal fica
no particípio, a forma resultante obrigatoriamente é “era medida”, senão vejamos.
(A) tinha sido medida
“Ter + particípio” é tempo composto, não voz passiva.
(B) tinham sido medidos
“Ter + particípio” é tempo composto, não voz passiva.
(C) era medida
Aí está, conforme esperado!
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(D) eram medidas
Erro de concordância: a grandeza era medida.
(E) seria medida
Erro de tempo: a velha confusão entre pretérito imperfeito e futuro do
pretérito.
Resposta: C
Você percebeu que, para responder às questões de voz passiva, tivemos
de passar por todo o conteúdo da aula? Forma, modo, tempo, locução,
predicação... enfim, tudo é necessário para compreender as vozes verbais.
Antes de concluir, falta explicar a voz reflexiva. Para tanto, retomemos, com
exemplos, as diferenças entre todas as vozes verbais.
Voz
Exemplo
Ativa
Ele elogiou o espetáculo.
Passiva
O espetáculo foi elogiado.
Reflexiva
Ele olhou-se no espelho.
Reflexiva recíproca
Eles cumprimentaram-se.
Na voz ativa, o sujeito praticou a ação de elogiar. É chamado, portanto, de
sujeito agente. Na passiva, ele sofreu a ação de ser elogiado. É chamado, como já
vimos, de sujeito paciente.
Na voz reflexiva, o sujeito praticou e recebeu a ação de olhar. É, então,
sujeito agente e paciente. Por fim, na reflexiva recíproca, mais de uma pessoa
praticou e sofreu a ação de cumprimentar. A diferença entre uma e outra reflexiva
é que, na primeira, a ação é individual e, na segunda, é mútua, entre mais
pessoas.
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Aprofundamento
Existem princípios de morfossintaxe verbal que não têm sido cobrados pela
FCC, mas podem ser úteis na hora de escrever. Por isso, esta parte da aula servirá
apenas para elencar tais situações.
Modo verbal
O modo imperativo assume sentidos distintos, conforme o contexto.
a) Imperativo
i.
Ordem: Arrume seu quarto agora!
ii.
Conselho, pedido: Leia, a respeito, o capítulo 13 do livro.
iii.
Desejo: Façam ótima viagem.
Formas verbais
As formas nominais do verbo recebem essa designação porque se comportam
como nomes. O infinitivo, o gerúndio e o particípio equivalem ao substantivo, ao
advérbio e ao adjetivo, respectivamente.
Quando aprendemos as três conjugações do infinitivo, não vimos os verbos
terminados em -or, como “pôr” e seus derivados (compor, repor, supor). Isso
ocorreu porque esses verbos estão incluídos na segunda conjugação. Embora não
terminem em -er, pertencem a essa classe por razões históricas (antigamente,
“pôr” era “poer”).
Existem dois tipos de infinitivo: impessoal e pessoal. O primeiro é a forma
nominal que estudamos (tem sentido genérico e não varia). O segundo, como o
nome indica, apresenta flexão de pessoa e número. No caso do verbo “amar”, as
flexões são: para eu amar, para tu amares, para ele amar, para nós amarmos, para
vós amardes, para eles amarem. Ele destaca o agente, não a ação.
A ideia de uma forma nominal que varia e especifica a pessoa parece mesmo
uma incoerência. O infinitivo pessoal é uma peculiaridade de duas ou três línguas
apenas, incluindo o Português.
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Em relação ao particípio, também existem dois tipos: regular e irregular.
O primeiro termina em -ado (1a conjugação) ou -ido (2a e 3a conjugações). O
segundo não acontece com todos os verbos nem segue as mesmas terminações. O
particípio regular ocorre depois dos verbos “ter” ou “haver”. O irregular, depois de
“ser” ou “estar”. Veja alguns exemplos: tinha amado, havia bebido, foi aceito, está
aceso.
Em relação à morfologia, os verbos classificam-se em: 1. regulares (seguem
os modelos de conjugação); 2. irregulares (variam um pouco em relação aos
modelos de conjugação); 3. anômalos (variam muito, como “ser” e “ir”); 4.
defectivos (não apresentam todas as conjugações); 5. abundantes (apresentam
mais de uma forma correta de conjugação).
Tempos verbais
Veja mais alguns sentidos.
a) Pretérito imperfeito
i.
Fato habitual: Ele passeava aos domingos.
ii.
Cortesia: Você podia apagar o cigarro?
b) Futuro do presente
i.
Ordem: Vocês ficarão de castigo!
c) Futuro do pretérito
i.
Incerteza: Naquela época, ele teria uns oitenta anos.
ii.
Cortesia: Você poderia fazer um favor?
d) Futuro do subjuntivo
i.
Futuro relativo a outro futuro: Quando tiver concluído, avise-nos.
Cabe ressaltar que os tempos compostos nem sempre mantêm sentidos iguais
aos simples. A frase “Ele amou”, no pretérito perfeito do indicativo, indica ação
concluída. No mesmo tempo e modo, mas composto, indica ação continuada, a
exemplo de “Ele tem amado”.
Locução verbal
As seguintes construções sempre formam locução verbal:
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a) TER ou HAVER + PARTICÍPIO
Exemplo: Houvesse avisado mais cedo, teríamos chegado a tempo.
b) VERBO + A + INFINITIVO
Exemplo: Começamos a trabalhar há poucos minutos.
As seguintes construções não formam locução verbal:
a) VERBO CAUSATIVO ou SENSITIVO + INFINITIVO
Exemplo: Fez valer seu esforço.
b) VERBO + PARA + INFINITIVO
Exemplo: Pesquisou para descobrir a cura.
Os verbos causativos representam causas de ações. Principais exemplos:
mandar, deixar, fazer. Os sensitivos representam ações percebidas pelos sentidos.
Principais exemplos: ver, ouvir, sentir. Todos são transitivos diretos.
Predicação verbal
Além dos complementos verbais citados na aula, podemos mencionar mais
alguns.
a) Objeto direto pleonástico: aparece repetido.
Exemplo: As estrelas, admiro-as.
b) Objeto direto preposicionado: com preposição não obrigatória.
Exemplo: Comeu do bolo.
c) Objeto indireto pleonástico: aparece repetido.
Exemplo: Aos necessitados, assistiu-lhes.
Existem verbos transitivos indiretos que, em certos contextos, aceitam a voz
passiva. É o caso de obedecer, desobedecer, responder, pagar e perdoar.
O predicativo pode referir-se tanto ao sujeito quanto ao objeto. Neste último
caso, é chamado predicativo do objeto e atribui qualidade ao complemento
verbal. Exemplo: Ele bebe leite quente.
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Resumo
Formas nominais
Equivalem a nomes. Não expressam tempo nem modo.
a) Infinitivo: ação (amar, beber, partir);
b) Gerúndio: continuidade (amando);
c) Particípio: conclusão, resultado (amado, bebido).
Tempos verbais
Indicativo
a) Pretérito imperfeito: amava, bebia;
b) Pretérito mais-que-perfeito: amara (= tinha amado);
c) Futuro do pretérito: amaria.
Subjuntivo
a) Presente: ame, beba;
b) Pretérito imperfeito: amasse;
c) Futuro: amar, tiver.
O futuro do subjuntivo parece o infinitivo, mas é um tempo verbal.
Tempos compostos
a) Formados por TER ou HAVER + PARTICÍPIO;
b) Podem alterar o sentido da frase original.
Modos verbais
a) Indicativo: certeza;
b) Subjuntivo: hipótese, dúvida;
c) Imperativo: ordem, conselho.
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Correlação verbal
Os verbos de um período devem estar no mesmo tempo verbal ou expressar
noções similares (certeza, dúvida).
Locução verbal
Formada por Verbo Auxiliar + Verbo Principal.
a) Verbo auxiliar: varia e concorda com o sujeito;
b) Verbo principal: em uma das formas nominais.
Os verbos da locução têm o mesmo sujeito.
Predicação verbal
a) VI: não pede complemento;
b) VTD: pede complemento sem preposição;
c) VTI: pede complemento com preposição;
d) VTDI: pede um complemento sem preposição e outro com;
e) VL: expressa qualidade.
Verbos geralmente de ligação: ser, estar, ficar, parecer, continuar.
A predicação verbal varia, conforme o contexto.
Vozes verbais
Indicam se o sujeito pratica ou sofre a ação verbal.
a) Ativa: sujeito agente;
b) Passiva: sujeito paciente;
c) Reflexiva: sujeito agente e paciente.
Voz passiva
a) Analítica: SER + PARTICÍPIO;
b) Sintética: VTD ou VTDI + SE.
A passiva só existe com verbo transitivo direto.
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O verbo da voz passiva deve concordar com seu sujeito.
O verbo “haver” é transitivo direto, mas não aceita voz passiva.
Espero que a aula tenha sido clara e proveitosa. Caso tenha ficado alguma
dúvida, não hesite em escrever.
Abraço!
Arthur Scandelari
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Lista das Questões Comentadas
1.
FGV/DPE-MT/2015
Os sete erros que devem ser evitados em tempos de seca
O primeiro desses “erros" era “usar água da chuva para beber, tomar banho e
cozinhar". Segundo o aviso, “A água da chuva armazenada em casa não pode ser
usada para beber, tomar banho e cozinhar porque ela contém uma alta
concentração de poluentes atmosféricos, que podem causar mal à saúde. Essa água
só é indicada para consumo com tratamento químico, feito somente por
especialistas, não bastando ferver ou filtrar. Por isso, é melhor usá-la apenas na
limpeza da casa".
A frase que identifica o primeiro erro – “Usar água da chuva para beber, tomar
banho e cozinhar” – emprega a forma verbal do infinitivo.
Com isso, o autor consegue um resultado conveniente para esse tipo de texto, que
é
(A) não personalizar as ações.
(B) não situar as ações no tempo.
(C) não identificar os locais das ações.
(D) descrever as ações de forma precisa.
(E) citar as ações em sequência cronológica.
2.
FCC/TRT-MT/2016
... para quem Manoel de Barros era comparável a São Francisco de Assis...
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da frase acima está em:
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(A) Dizia-se um "vedor de cinema"...
(B) Porque não seria certo ficar pregando moscas no espaço...
(C) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e Charles Baudelaire.
(D) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Barros na literatura...
(E) ... para depois casá-las...
3.
FCC/DPE-RR/2015
Pensando bem, ele talvez derive do fato...
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado acima está em
(A) ... um chapéu-de-chuva que não fosse vagabundo demais...
(B) ... nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva.
(C) Já na minha infância era um objeto de ares antiquados...
(D) ... faça chuva ou sol, apesar dos motejos alheios...
(E) O freguês vulgar e ocasional, este o irrita...
4.
FCC/TRT-MG/2015
Considere o trecho abaixo, extraído da Nova gramática do português
contemporâneo, de Celso Cunha e Luís F. Lindley Cintra.
...o gerúndio apresenta duas formas: uma simples [...], outra composta [...].
A forma composta é de caráter perfeito e indica uma ação concluída anteriormente
à que exprime o verbo da oração principal [...].
O que está exposto acima justifica o emprego do gerúndio na frase:
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(A) Sendo considerada em plena posse de seu juízo no momento de depor, pôde
falar a favor da sobrinha.
(B) Combinamos que, no horário das 13 às 15h, estarei atendendo aos fornecedores
de laticínios.
(C) Os alunos estão indo para o laboratório porque já vai começar a aula de Biologia.
(D) Tendo já se consumido em lágrimas, despediu-se de todos e partiu.
(E) A professora lia sorrindo a narrativa do aluno espirituoso.
5.
FCC/TRF-3/2016
Mas, se pensarmos na alternativa de projetos de cidades inteligentes que não
envolvam políticas públicas de dados abertos, que não prestem conta detalhada de
suas atividades, ao mesmo tempo em que disponham dos sofisticados sistemas para
o gerenciamento de dados de cidadãos em larga escala, encontraremos condições
para o surgimento de um estado de vigilância e controle...
Preservando-se a correlação entre as formas verbais, os elementos destacados
podem ser substituídos, respectivamente, por:
(A) pensaremos − envolviam − prestavam − disponham − encontremos
(B) pensamos − envolvem − prestam − dispunham − encontrávamos
(C) pensemos − envolveriam − prestariam − disporiam − encontrássemos
(D) pensássemos − envolvessem − prestassem − dispusessem − encontraríamos
(E) pensávamos − envolveram − prestaram − disporam − encontramos
6.
FCC/TRF-3/2016
Depois que se tinha fartado de ouro, o mundo teve fome de açúcar, mas o açúcar
consumia escravos.
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Mantendo-se a correlação verbal na primeira frase do texto, a substituição
de Depois que por “Caso”, acarretará as seguintes mudanças nas formas verbais:
(A) fartasse − terá − iria consumir
(B) fartara − tivera − consumira
(C) teria fartado − teria tido − teria consumido
(D) tenha fartado − terá − consumirá
(E) tivesse fartado − teria − consumiria
7.
FCC/TRT-MT/2016
Atribuindo-se sentido hipotético para o segmento E é curioso que nunca tenha
sabido ao certo de onde eles vinham... (3o parágrafo), os verbos devem assumir as
seguintes formas:
(A) teria sido − soubesse − viriam
(B) será − saiba − virão
(C) era − tivesse sabido − viriam
(D) fora − tivera sabido − vieram
(E) seria − tivesse sabido − viriam
8.
FCC/TRT-14/2016
Atente para as seguintes construções:
I. Haveria ainda mais hipocrisia, nas relações entre o homem e a mulher
americanos, caso não venham a se organizar os atuais protestos contra o assédio
sexual.
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II. Não fossem as iniciativas das mulheres americanas, que não hesitam em
processar os desrespeitadores machistas, não se demoveriam práticas detestáveis
de discriminação e desrespeito.
III. Havendo ameaça de um processo, é natural que os homens americanos passem
a acautelar-se quanto às atitudes que venham a tomar em suas relações com as
mulheres.
A correlação entre tempos e modos verbais está plenamente respeitada APENAS em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
9.
FCC/TRF-3/2016
... tanto o metódico Paul McCartney como o irrequieto John Lennon expressavam à
perfeição a dualidade...
O verbo que possui, no contexto, o mesmo tipo de complemento que o da frase
acima está empregado em:
(A) Os Beatles eram um mecanismo de criação.
(B) Fizeram coisas boas.
(C) ... a mais nobre forma de arte que jamais existiu.
(D) ... criavam obcecados com a presença (ou ausência)...
(E) ... que a dialética de Lennon e McCartney brilhou pela última vez.
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10.
FCC/TRT-23/2016
E a própria espera do barulho (...) despedaça o narrador.
O verbo que possui, no contexto, o mesmo tipo de complemento do grifado acima
está em:
(A) Por isso, a cidade é o lugar da educação...
(B) ... nas quais a opressão viceja.
(C) ... anseia desesperadamente pelo silêncio.
(D) ... há uma evidente arbitrariedade...
(E) ... fracassam todas as soluções possíveis.
11.
FCC/DPE-RR/2015
Joaquim Serra, Juvenal Galeno e Bernardo Guimarães debulharam lágrimas de
esguicho, quentes e sinceras.
O verbo transitivo empregado com o mesmo tipo de complemento com que foi
empregado o verbo grifado acima está em:
(A) É mentira!
(B) A notícia chegou ao Instituto Histórico durante uma sessão presidida por d.
Pedro II.
(C) ... que estava vivo, bem vivo.
(D) E morreu num naufrágio...
(E) Entre exclamações, citou Horácio...
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12.
FCC/TRT-PR/2015
Há um humor sombrio em todas as páginas...
O verbo que, no contexto, possui o mesmo tipo de complemento do grifado acima
está empregado em:
(A) Lá viveu, também, Thomas Bernhard...
(B) ...porque dilapidou (...) um número mil vezes maior de gênios...
(C) ...foi encontrado morto um homem...
(D) ...a neve e o verde competem (...) para atrair turistas...
(E) A Áustria entrou para a história da inteligência...
13.
FCC/TRT-14/2016
O marechal organizou o acervo...
A forma verbal está corretamente transposta para a voz passiva em:
(A) estava organizando
(B) tinha organizado
(C) organizando-se
(D) foi organizado
(E) está organizado
14.
FCC/TRF-3/2016
A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva encontra-se em:
(A) ... o acesso das obras a um status estético que as exalta.
(B) ... elas protestam contra os fatos da realidade, os poderes...
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(D) O museu, por retirar as obras de sua origem...
(E) ... a crítica mais comum contra o museu apresenta-o...
15.
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A frase que admite transposição para a voz passiva encontra-se em:
(A) ...que, hoje, subsidia a tradução de seus livros para o resto do mundo.
(B) A Áustria entrou para a história da inteligência do século 20...
(C) Sigmund Freud, o criador da psicanálise, e o pintor expressionista Egon Schiele
são alguns deles.
(D) Em outra face, menos vistosa, foi também um dos berços mentais do nazismo.
(E) Lá viveu, também, Thomas Bernhard...
16.
FCC/TRT-MT/2016
Mas a grandeza das manhãs se media pela quantidade de mulungus...
Na frase acima, alterando-se de voz passiva sintética para analítica, a forma verbal
resultante é:
(A) tinha sido medida
(B) tinham sido medidos
(C) era medida
(D) eram medidas
(E) seria medida
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Gabarito
1.
A
2.
A
3.
D
4.
D
5.
D
6.
E
7.
E
8.
E
9.
B
10.
D
11.
E
12.
B
13.
D
14.
B
15.
A
16.
C
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