LINHA DE PESQUISA O PROCESSO DE REABILITAÇÃO EM SAÚDE Descrição: A reabilitação é um processo global e dinâmico orientado para a recuperação física e psicológica da pessoa portadora de algum tipo de deficiência, tendo em vista a sua reintegração social. Está associada a um conceito mais amplo de saúde, incorporando o bem-estar físico, psíquico e social a que todos os indivíduos têm direito. Sendo assim esta linha objetiva realizar estudos com a tríade: pacientes, familiares e profissionais de saúde, envolvidos processos de reabilitação; investigar os prováveis fatores genéticos desencadeantes; procurar estabelecer novas práticas de cuidado e reabilitação, a fim de melhorar a qualidade de vida de pacientes pós sequela de diferentes traumas. Introdução Reabilitar não significa curar, mas implica em não fragmentar o indivíduo, buscando a sua independência física, emocional e social, maximizando seu potencial funcional, melhorando a sua qualidade de vida. Deste modo, torna-se um processo de consolidação de objetivos terapêuticos, não caracterizando área de exclusividade profissional, e sim uma proposta de atuação multiprofissional voltada para a reabilitação/recuperação do indivíduo afetado funcionalmente por uma doença ou traumatismo. Estes projetos visam a recuperação e o bem-estar bio-psico-social do indivíduo como objeto principal de investigação. Aspectos psicossociais no processo de reabilitação ao Acidente Vascular Cerebral: a tríade paciente, familiares e profissionais de saúde Profa Responsáveis: Dra. Joana Filipa Afonso Monteiro,( joanafa); Psicologia INTRODUÇÃO Na atualidade, o acidente vascular cerebral (AVC) é responsável por uma das principais causas de morte e invalidez, sendo considerada a segunda 1 causa de morte no mundo. Em comparação aos países da América Latina, o Brasil apresenta as maiores taxas de mortalidade, sendo que entre as mulheres o AVC representa a principal causa de óbitos (GARRITANO, et. al., 2012). Embora tenha havido uma queda significativa da incidência de mortes por AVC no Brasil, entre o os anos 2000 e 2009, o AVC configura-se como um problema de saúde pública (GARRITANO, et. al., 2012). A relevância do seu impacto se deve à sua prevalência, morbidade e mortalidade associados. Sendo assim, o tratamento específico para o AVC e seu processo de reabilitação acarretam altos custos, que geram encargos sociais e familiares (BARBOSA, et. al., 2009). Segundo Barbosa et. al. (2009), aproximadamente, 30% das pessoas acometidas por AVC evoluem para óbito no primeiro ano do evento e 30% ficam com graves sequelas, tornam-se incapacitados. De acordo Bobath (1990) e Cancela (2008) estas sequelas podem se manifestar por: - Alterações das funções motoras: tónus muscular, desenvolvimento de respostas voluntárias automáticas tais como tosse, respiro e outras; perda do mecanismo de controle postural; - Alterações das funções sensoriais; - Alterações das funções perceptivas; - Alterações da fala; - Alterações comportamentais: estudos apontam para o surgimento de quadros depressivos e ansiosos após o acometimento ao AVC (ZAVOREO et. al., 2009, VULETIĆ et. al., 2012). Em virtude das alterações que o acometimento ao AVC pode acarretar, o processo de reabilitação a esta clientela mostra-se fundamental. A reabilitação compreendida como processo global e dinâmico, visa à recuperação biopsicossocial do indivíduo objetivando sua reintegração social, e 2 para sua operacionalização requer uma equipe multiprofissional sendo favorável a participação de parentes do paciente neste processo. No entanto, há que se considerar que, o AVC trás uma série de repercurssões psicossociais no contexto familiar alterando assim, sua dinâmica. Menezes et. al. (2010) avaliando as repercussões psicossociais do AVC no contexto da família, de baixa renda, verificaram que esta requer uma reorganização que perpassa, sobretudo por questões de ordem econômica e de cuidados que devem ser dispensados ao familiar. Os autores, também, idenficaram que o AVC traz como consequências psicológicas à família sentimentos de medo, angústia e limitação, que são divergentes com a determinação da busca pela recuperação. Na esfera social da família, o desemprego, isolamento social, dependência física e financeira do familiar doente foram elementos que se evidenciaram e demostraram dificultar a dinâmica familiar. Assim, os autores salientam que o reconhecimento dessas fragilidades, pelos profissionais da saúde, pode favorecer transformações no cuidado e facilitação da recuperação/reestruturação familiar pós-AVC (MENEZES et. al., 2010). Convergentemente, em estudo que objetivava identificar e analisar as representações sociais de cuidadores informais de pacientes acometidos pelo AVC, Araujo et al. (2011) concluíram que faz-se necessário que os profissionais da enfermagem elaborem ações que favoreçam a melhor adequação do cuidador informal no contexto familiar. Neste sentido, torna-se evidente que o cuidado ao paciente com AVC requer dos profissionais da saúde habilidades que vão além do conhecimento técnico especializado exigindo assim, uma sensibilidade social para cada caso atendido. Tais questões estão aliadas à natureza biopsiocossocial da reabilitação ao AVC e demonstram sua complexidade. Além disto, evidenciam a importância dos estudos nesta área contemplarem todos os envolvidos neste processo, ou seja a tríade pacientes, familiares e profissionais da saúde. 3 JUSTIFICATIVA Considerando a alta prevalência de pessoas acometidas por AVC que apresentam dificuldades nas atividades cotidianas decorrentes do incidente, faz-se necessário a estruturação de serviços eficazes e eficientes de reabilitação biopsicossocial a esta clientela. OBJETIVOS Objetivos Gerais Identificar e analisar os aspectos psicossociais envolvidos no processo de reabilitação ao AVC a partir de estudos com a tríade paciente, familiares e profissionais da saúde. Objetivos Específicos - Identificar e analisar no paciente os aspectos psicológicos associados à determinação do AVC e seus mecanismos de enfrentamento; - Identificar e analisar os sentidos atribuídos, pelos cuidadores informais, ao cuidado dispensado ao familiar que sofreu AVC; - Identificar e analisar, em profissionais da saúde, os elementos psicossociais associados ao cuidado de pacientes que sofreram AVC e seus cuidadores informais. - Identificar e analisar como a estruturação do trabalho em saúde favorece/dificulta o cuidado ao paciente com AVC. METODOLOGIA Referencial teórico Os estudos derivados deste projeto inscrevem-se no campo da Psicologia Social da Saúde que, segundo Spink (2003), é uma área com múltiplas possibilidades de olhares. A este respeito a autora faz a seguinte consideração: A psicologia social, tendo como arena de atuação o complicado meio de campo entre a esfera individual e social, tem necessariamente – pela própria constituição 4 de seu objeto de estudo – esta vocação antropofágica [...] tem evidente vocação interdisciplinar, sendo suas fronteiras permeáveis às contribuições de uma variedade de outras disciplinas afins [...] (SPINK, 2003, p.41) Este referencial busca superar do modelo biomédico de atenção através de um modelo mais integrado, que reconhece a saúde como um fenômeno multidimensional em que interagem aspectos biológicos, psicológicos e sociais; caminhando, assim, para uma compreensão mais holística do processo saúdedoença e cuidado a partir de uma perspectiva positiva de saúde (CAMARGOBORGES, C.; CARDOSO, C. L., 2007). Material e Métodos Os estudos derivados deste projeto poderão ser realizados em duas modalidades de pesquisa: qualitativa ou quali-quantitava. Os trabalhos de natureza qualitativa utilizarão a observação participante e entrevistas semi-estruturadas. Estas serão áudio-gravadas e, posteriormente, transcritas para a categorização temática dos dados (MINAYO, 2004). Os trabalhos de natureza quali-quanti utilizarão de escalas padronizadas associadas à observação participante e entrevistas. A análise dos dados será por triangulação. Participantes do estudo De acordo com a vertente do estudo que será realizado, poderão participar: pacientes acometidos por AVC, familiares destes pacientes e profissionais de saúde vinculados a Clínica de Fisioterapia do Centro Universitário Barão de Mauá. Aspectos éticos e legais Para o desenvolvimento deste trabalho será encaminhado projeto para avaliação do CEP do Centro Universitário Barão de Mauá, com intuito de atender as normas regulamentadas para o desenvolvimento de pesquisa com seres humanos de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. 5 Será solicitada também, a autorização do Responsável Técnico pela Clínica de Fisioterapia do Centro Universitário Barão de Mauá, para realização da pesquisa através de uma carta ofício. Para todos os participantes do estudo será entregue um termo de consentimento livre e esclarecido (apêndice X), que consiste na autorização do entrevistado na coleta de seus dados, após explicação completa e pormenorizada sobre o estudo e seus objetivos. Será respeitado o sigilo dos participantes da pesquisada. Referências Bibliográficas ARAUJO, J. S. et. al. O processo do cuidar/cuidado nas representações sociais de cuidadores de pacientes sequelados por acidente vascular cerebral. Enfermagem em Foco 2011; 2(4):235-238 BARBOSA, M. A. R.; et. al. Prevalência da hipertensão arterial sistêmica nos pacientes portadores de acidente vascular encefálico, atendidos na emergência de um hospital público terciário. Rev Bras Clin Med, 2009;7:357-360 BOBATH, Hemiplegia no adulto. Avaliação e tratamento. São Paulo: Manole, 1990. CAMARGO-BORGES, C.; CARDOSO, C. L. A psicologia e a estratégia saúde da família: compondo saberes e fazeres. Psicol. Soc., Porto Alegre, v. 17, n. 2, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010271822005000200 005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 14 Maio 2007. CANCELA, D. M. G. O acidente vascular cerebral: classificação, principais consequências e reabilitação. O Portal do Psicólogo, Portugal, 2008. Disponível em: <http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0095.pdf>. Acesso em: 09 de março de 2013. GARRITANO, C. R. et al. Análise da tendência da mortalidade por acidente vascular cerebral no Brasil no século XXI. Arq Bras Cardiol. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abc/2012nahead/aop03812.pdf>. Acesso em: 09 de março de 2013. MENEZES, J. N. R. et. al. Repercussões psicossociais do acidente vascular cerebral no contexto da família de baixa renda. RBPS, Fortaleza, 23(4): 343348, out./dez., 2010 MINAYO, M. C. O Desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8. ed. São Paulo: Hucitec, 2004. 269p. (Saúde em Debate, 46) 6 SPINK, M. J. A construção social do saber sobre a saúde e a doença: uma perspectiva psicossocial. In: ____ Psicologia Social e Saúde: práticas saberes e sentidos. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 40-50. VULETIĆ, V.; SAPINA, L.; LOZERT, M.; LEZAIĆ, Z., MOROVIĆ, S. Anxiety and depressive symptoms in acute ischemicstroke. Acta Clin Croat. 2012 Jun; 51(2): 243-6. ZAVOREO, I.; BASIĆ-KES, V.; BOSNAR-PURETIĆ, M.; DEMARIN, V. Poststroke depression. Acta Clin Croat. 2009 Sep; 48(3): 329-33. Review. PMID: 20055258. Abordagem fisioterapêutica no paciente pós-sequela de acidente vascular cerebral (AVC) Profa Responsável: Ms Karina Costa Paes Herdade, (karinacp1); Fisioterapia INTRODUÇÃO A Organização Mundial de Saúde (OMS) caracteriza o acidente vascular cerebral (AVC) por um déficit neurológico focal ou global súbito, com sintomas que duram mais de 24 horas ou que levam a morte devido à lesão vascular cerebral (OMS, 1980). É a doença vascular que mais acomete o sistema nervoso central, bem como a principal causa de incapacidades físicas e cognitivas. Suas causas estão relacionadas com a interrupção do fluxo sanguíneo para o encéfalo, originado tanto por obstrução de uma artéria que o supre caracterizando o AVC isquêmico, quanto por ruptura de um vaso sangüíneo caracterizando o AVC hemorrágico (O' SULLIVAN, 2004). Constitui um importante problema de saúde pública nos Estados Unidos, tornando-se a terceira causa de morte e ficando atrás apenas da doença cardiovascular e do câncer (AHA, 2001). No Brasil, o AVC também tem sido patologia responsável por altas taxas de mortalidade, invalidez e de elevado custo sócio e econômico (LESSA, 1999). Apresenta uma incidência de 1-2 a cada 1000 indivíduos por ano, esta aumenta com o passar dos anos. A 7 incidência abaixo dos 50 anos é de 1 para cada 100.000 indivíduos, acima dos 50 é de 1 caso a cada 100 indivíduos e nas pessoas acima de 85 anos é de 1 caso a cada 33 indivíduos (TOMBARI et al., 2004). Os déficits neurológicos focais que resultam de um AVC relacionam-se ao tamanho e localização da lesão e da quantidade de fluxo sanguíneo colateral (OSTFELD, 1980). Os déficits neurológicos apresentados por esses pacientes incluem alterações motoras, ataxia, deficiências visuoperceptivas, afasia, disartria, deficiências sensórias, emocionais, comportamentais e mnésicas e problemas com controle vesical (LIMA, KAIHAMI,2001; EKMAN, 2008). Estas alterações interferem no desempenho das atividades funcionais e prejudicam a execução de tarefas da vida diária (EKMAN, 2008). Estudos prévios mostraram também que a ocorrência do AVC freqüentemente traz outras conseqüências negativas para o sobrevivente, como aumento da dependência de outras pessoas para as atividades da vida diária, alterações do humor e uma ruptura na interação social com os amigos e os membros da própria família, o que pode resultar em um importante rebaixamento da qualidade de vida destes indivíduos (KIM et al.,1999). Deste modo, a reabilitação de um paciente pós-AVC deve ter uma ação integrada e multidimensional de uma equipe multidisciplinar. É um processo para o desenvolvimento da máxima capacidade funcional e tem como objetivo diminuir o comprometimento imposto pela disfunção, promovendo um modo de vida mais saudável. Muitos programas intensivos de reabilitação são eficazes em reduzir o grau de acometimento funcional e incapacidade residual em pessoas que sofreram AVC (UMPHRED, 2004). JUSTIFICATIVA Com a melhora da expectativa de vida no mundo e no Brasil têm-se aumentado o número de pessoas apresentando doenças crônico- degenerativas, entre elas o acidente vascular cerebral (AVC). 8 No Brasil, o AVC tem sido patologia responsável por altas taxas de mortalidade, invalidez e de elevado custo sócio e econômico. Considerando a alta prevalência de pessoas acometidas por AVC que apresentam dificuldades no desempenho das atividades funcionais e execução de tarefas da vida diária, faz-se necessário a estruturação de serviços eficazes e eficientes de reabilitação biopsicossocial a esta clientela. Deste modo, a reabilitação de um paciente pós-AVC deve ter uma ação integrada e multidimensional. É um processo para o desenvolvimento da máxima capacidade funcional e tem como objetivo diminuir o comprometimento imposto pela disfunção, promovendo um modo de vida mais saudável. OBJETIVOS Estudar como a abordagem fisioterapêutica auxiliará no desenvolvimento da capacidade funcional, na diminuição das incapacidades impostas pela disfunção e na melhora da qualidade de vida do paciente póssequela de AVC. METODOLOGIA Material e Métodos Os estudos derivados deste projeto poderão ser realizados em duas modalidades de pesquisa: qualitativa ou quali-quantitava. As pesquisas baseadas nos procedimentos técnicos de um estudo experimental serão realizadas através da aplicação de escalas neurológicas com abordagem de análise quali-quantitativa. Os trabalhos de natureza qualitativa utilizarão a observação participante e entrevistas semi-estruturadas. Estas serão áudio-gravadas e, posteriormente, transcritas para a categorização temática dos dados) Participantes do estudo Serão selecionados pacientes portadores de sequela pós-AVC, atendidos na Clínica-Escola de Fisioterapia do Centro Universitário Barão de Mauá, no município de Ribeirão Preto – SP. 9 Aspectos éticos e legais Para o desenvolvimento deste trabalho será encaminhado projeto para avaliação do CEP do Centro Universitário Barão de Mauá, com intuito de atender as normas regulamentadas para o desenvolvimento de pesquisa com seres humanos de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Será solicitada também, a autorização do responsável técnico pela Clínica de Fisioterapia do Centro Universitário Barão de Mauá, para realização da pesquisa através de uma carta ofício. Para todos os participantes do estudo será entregue um termo de consentimento livre e esclarecido, que consiste na autorização do entrevistado na coleta de seus dados, após explicação completa e pormenorizada sobre o estudo e seus objetivos. Será respeitado o sigilo dos participantes da pesquisa. CRONOGRAMA Tabela 1: Cronograma da pesquisa, referente: março de 2013 / abril 2014. Planejamento M A M Revisão da Literatura X X X Elaboração da Metodologia Elaboração do termo de consentimento e entrega do projeto ao CEP Obtenção de autorização do paciente da pesquisa X J J A S O N D J F M A X x x x 10 através do termo de consentimento Coleta dos dados Análise e interpretação dos dados Elaboração do relatório final Participação no ENIC x x x x x x x x REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICAN HEART ASSOCIATION. Heart and stroke statistical update. Dallas: American Heart Association, 2001. EKMAN, L.L. Neurociências – Fundamentos para Reabilitação. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2008. KIM, P. et al. Quality of life of strokes survivors. Qual Life Res, 1999; v. 8, n. 4, p. 293-301. LESSA, I. Epidemiologia das doenças cerebrovasculares no Brasil. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP). São Paulo, v.9, n.4, p.509-518, jul/ago.1999. LIMA, S. S.; KAIHAMI, H. N. Avaliação das funções corticais superiores em pessoas acometidas por lesões cerebrais. Acta Fisiátrica, 2001; v. 8, n. 1, p. 14-17. OSTFELD, A. A. Review of stroke epidemiology. Epidemiol Rev. 1980; n. 2, p. 136-141. 11 O`SULLIVAN, S. B. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. 2 ed. São Paulo: Manole, 2004. TOMBARI, D. et al. A longitudinal fMRI study: in recovering and thein in clinically stable subcortical stroke patients. Neuroimage 2004; 23: 827-839. UMPHRED, D.A. Reabilitação neurológica. 4. ed. São Paulo: Manole, 2004. WORLD HEALTH ORGANIZATION. The international classification of impairments, disabilities and handicaps. World health organization. Geneva 1980. Avaliação força da musculatura respiratória em paciente pós Acidente Vascular Cerebral (AVC). Prof. Responsável: Prof. Me. Paulo Eduardo Gomes Ferreira (pauloeg); Fisioterapia INTRODUÇÃO O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a patologia vascular que mais acomete o sistema nervoso central e o indivíduo tem como consequência dessa enfermidade incapacidades físicas e cognitivas. Suas causas estão relacionadas com a interrupção do fluxo sangüíneo para o encéfalo, originado tanto por obstrução de uma artéria que o supre caracterizando o AVC isquêmico, quanto por ruptura de um vaso sangüíneo caracterizando o AVC hemorrágico (DURWARD; BAER; WADE, 2000). As sequelas mais comum nas pessoas que sobrevivem a um AVC são a presença da hemiplegia ou hemiparesia, que respectivamente são traduzidas em ausência e diminuição de força muscular em um lado do corpo (IKAI et al, 2003). Os indivíduos com hemiplegia apresentam fraqueza predominante dos músculos abdominais e conseqüente dificuldade de expiração máxima (PEREIRA, 2002). 12 A fraqueza em um dos hemicorpos proporciona tendência a um posicionamento de assimetria postural, com distribuição de peso menor sobre o hemicorpo parético (IKAI et al, 2003). Associado a imobilidade relativa, ao posicionamento prolongado em decúbito dorsal e ao tônus alterado dos músculos respiratórios podem favorecer predisposição a problemas respiratórios (DURWARD; BAER; WADE, 2000). JUSTIFICATIVA A relevância desse estudo esta baseada no comprometimento da musculatura estriada corporal que os indivíduos acometidos por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) sofrem. Como a musculatura respiratória é composta por esse tipo de fibra muscular, o indivíduo pós AVC pode evoluir com perda da função respiratória. O comprometimento da função pulmonar, além de interferir na qualidade de vida desse indivíduo, pode acarretar em co-morbidades pulmonares associadas a morbidade neuro-funcional, sendo a pneumonia e a atelectasia as complicações secundárias mais prováveis no paciente pós AVC (DURWARD; BAER; WADE, 2000). OBJETIVO Realizar a avaliação da força da musculatura respiratória em pacientes pós AVC e fazer a comparação com a força de indivíduos sadios. MATERIAL E MÉTODO Local O estudo será realizado na clínica escola de Fisioterapia do Centro Universitário Barão de Mauá, localizada em Ribeirão Preto, durante o ano de 2013. 13 População e amostra Serão recrutados para este estudo homens e mulheres com diagnóstico clínico de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e indivíduos sadios com a mesma faixa etária para o grupo controle. A amostra será composta de 30 indivíduos, sendo 15 pós AVC e 15 sadios. Critérios de inclusão e exclusão Os critérios de inclusão para esse estudo são: indivíduos de ambos os sexos, com idade entre 50 e 70 anos, com diagnóstico clínico de AVC e indivíduos sadios para o grupo controle. A exclusão dependerá da existência de patologias associadas que interferem no objeto de estudo, tais como patologias cardiorrespiratórias, outras patologias neurológicas além do AVC, ou patologias reumáticas que possam afetar o sistema cardiorrespiratório. Também serão excluídos os indivíduos que não forem capazes de compreender e realizar o procedimento necessário para avaliação adequada da força muscular respiratória. Para a participação efetiva no estudo, os indivíduos selecionados serão devidamente informados dos objetivos, justificativa e métodos utilizados nesse estudo para posteriormente assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE – apêndice A). Os materiais utilizados nesse estudo serão: uma ficha de avaliação e um manovacuômetro, equipamento da clínica escola de fisioterapia do Centro Universitário Barão de Mauá, com o consentimento da coordenadora da clínica, a fisioterapeuta Cristiane B. D’Orsi, conforme apêndice B. Esse estudo utilizará o método descritivo observacional transversal. O método consistirá na avaliação da capacidade pulmonar num único momento de pacientes com diagnóstico clínico de AVC e de indivíduos sadios, fazendo 14 uso do aparelho denominado manovacuômetro e posterior comparação entre os dois grupos que serão formados. Como a amostra do estudo será de 30 pessoas, estes serão divididos em dois grupos de 15 indivíduos. O grupo de indivíduos sadios será denominado grupo controle (GC) e o grupo de indivíduos pós AVC será o grupo investigado (GI). Todos os participantes passarão por uma anamnese para colher dados essenciais e pelo exame avaliativo da função pulmonar através da manovacuometria, que serão anotados numa ficha de avaliação individual (Apêndice C). Anamnese Serão colhidas informações sobre os dados pessoais, índice de massa corporal (IMC), patologias associadas, antecedentes pessoais, tempo do AVC, condição de atividade física, tratamento realizados para as seqüelas do AVC e há quanto tempo as realiza. No GC será também levantado a periodicidade semanal e o tempo diário de execução das atividades aeróbias. Manovacuometria Serão determinadas a pressão inspiratória máxima (PI Max) e a pressão expiratória máxima (PE Max) a partir de volume residual (VR) e da capacidade pulmonar total (CPT), respectivamente, pois os músculos geram maior força à medida que seu comprimento aumenta (MEYER, et al., 1994; DIRETRIZES, 2002). Para essas medidas será utilizado o manovacuômetro modelo MV150/300 (Ger-Ar Comércio Equipamentos Ltda. São Paulo, SP, Brasil). Após orientação ao indivíduo de como proceder para obtenção dessas pressões, serão realizadas duas medidas como treinamento. Após 20 minutos de descanso, serão realizadas três aferições consecutivas, com intervalo de, no 15 mínimo, um minuto entre cada aferição, sendo levado em consideração o maior valor dessas três aferições (DIRETRIZES, 2002). CRONOGRAMA Tabela 1: Cronograma da pesquisa, referente: março de 2013 / abril 2014. Planejamento M A M Revisão da Literatura X X X Elaboração da Metodologia X Elaboração do termo de consentimento e entrega do projeto ao CEP Obtenção de autorização do paciente da pesquisa através do termo de consentimento Coleta dos dados Análise e interpretação dos dados Elaboração do relatório final Participação no ENIC J J A S x x O N x x D J F x x M A x x X x x x x x Referências Bibliográficas 16 DIRETRIZES PARA TESTES DE FUNÇÃO PULMONAR. Pressões respiratórias estáticas máximas. Jornal de Pneumologia, Brasília, v. 28, supl. 3, p. 155-165, out. 2002. DURWARD, B.; BAER, G.; WADE, J. Acidente vascular cerebral. In: STOKES, M. Cash: neurologia para fisioterapeutas. São Paulo: Premier, 2000. p.83100. IKAI, T.; TAKEHARA, I.; NISHI, M.; MIYANO, S. Dynamic postural control in patients with hemiparesis. Am J Phys Med Rehab, 2003; v. 82, n. 6, p. 463-69. MEYER, E, C. et. al. Monitorização respiratória. In: KNOBEL, E. Condutas no Paciente Grave. São Paulo: Atheneu, 1994. p. 289-311. PEREIRA, C.A.C. Espirometria. Jornal de Pneumologia, São Paulo, v.28, supl.3, p.1-82, out. 2002. Estudo das prováveis causas de avc em pacientes atendidos pelo Centro Universitário Barão de Mauá de Ribeirão Preto, São Paulo – com ênfase em causas genéticas. Prof. Responsável: Dr. Jose Luiz Ferrari, (joself); Fisioterapia, Farmácia INTRODUÇÃO A Organização Mundial de Saúde, 2003, defende que o Acidente Vascular Cerebral, também denominado de doença cerebrovascular, infarto cerebral, hemorragia cerebral, derrame isquêmico, acidente cerebrovascular ou derrame hemorrágico é, em linhas gerais, provocado por uma interrupção no suprimento de sangue ao cérebro, e ocorre quando uma dada artéria, que fornece sangue ao cérebro, fica totalmente bloqueada ou se rompe (Chung e Caplan, 2007). 17 Em função disso, certas células cerebrais deixam de receber o seu fluxo normal de oxigénio e de nutrientes, e por consequência, elas podem parar de funcionar temporariamente ou pior, elas podem morrer, o que deve levar a uma necrose de certas áreas cerebrais, chamados de enfartes cerebrais. As causas mais comuns de AVC são os trombos, o embolismo e a hemorragia secundária ao aneurisma ou a anormalidades do desenvolvimento. Outras causas menos comuns são os tumores, os abcessos, os processos inflamatórios e os traumatismos. Quanto aos enfartes cerebrais, estes resultam basicamente de dois processos patológicos bem distintos: a trombose, que é o bloqueio de uma das artérias cerebrais, normalmente causado por um coágulo sanguíneo ou trombo que se forma dentro do sistema vascular; e a embolia, que é um bloqueio determinado por um fragmento solto do trombo, que comumente se forma em outro local, e é levado para o cérebro via corrente sanguínea (OMS, 2003). Assim, o AVC pode ser descrito como um estado agudo de comprometimento cerebral, provocado por uma isquemia, que é uma interrupção permanente do fornecimento de sangue em determinada área do cérebro, o que deve gerar uma nercrose; ou pelo rompimento de um certo numero de vasos sangüineos dentro do cérebro, determinando o surgimento de hemorragia, conhecidos como derrames cerebrais (Chung e Caplan, 2007). CAUSAS DO AVC: Além das causas descritas acima, diferentes autores descrevem etiologias distintas para o surgimento dos acidentes vasculares cerebrais (Chung e Caplan, 2007). Porém esses mesmos autores são unanimes em destacarem, como causas princiais, a hipertensão arterial (HAS), a eclâmpsia, as arritmias cardíacas, o hábito de fumar (tabagismo), o diabetes, e a 18 dislipidemia, ou seja, o excesso de gorduras, colesterol ou outras substâncias se acumulam nas paredes das artérias, formando uma substância pegajosa chamada placa que, ao longo do tempo, aumenta gradualmente, dificultando o fluxo sanguine normal, o que pode fazer o sangue a coagular (Bosnar-Puretić e colaboradores, 2009). O diabetes mellitus é uma doença genética, embora possa ter origem a partir de fatores externos, como o estresse, ou em situações específicas, como e o caso do período gestacional, causada por uma produção inadequada de insulina, que é um hormônio cuja função principal é transportar glicose do sangue para dentro das células. Dessa forma, o paciente com diabetes mellitus tipicamente apresenta um aumento na glicemia (que é a glicose aferida no sangue). O diagnóstico de diabetes pode ser feito de três formas: 1) quando o indivíduo apresentar duas medidas de glicemia obtidas em jejum maiores ou iguais a 126mg/dL; 2) quando o indivíduo tiver uma glicemia obtida em qualquer horário maior ou igual a 200gm/dL, estando esta associada a sintomas como poliúria (urinar bastante), polidipsia (beber muita água), polifagia (comer exageradamente) e emagrecimento; 3) quando a glicemia estiver maior ou igual a 200gm/dL após 2 horas de ingestão de uma quantidade pré-estabelecida de glicose (esse teste é conhecido como teste de tolerância à glicose). Se um indivíduo preencher 1 dos 3 critérios acima, ele é considerado diabético. Diversas evidências têm sugerido que o controle da glicemia não exerce impactos muito significativos sobre a incidência de AVC nos indivíduos diabéticos, embora possa reduzir o risco de lesões na retina, nos rins, e nos nervos periféricos. Assim, recomenda-se que a glicemia de jejum seja mantida em valores abaixo de 110mg/dL. Essa meta pode ser alcançada através de mudanças nos hábitos alimentares, os quais incluem redução do consumo de açúcar, doces e massas, e do uso de medicações hipoglicemiantes. 19 Já obesidade aumenta em cerca de 2 vezes o risco para o AVC, independentemente de outros fatores de risco. Além disso, a obesidade predispõe a outras doenças que aumentam o risco de AVC, como a hipertensão arterial, as dislipidemias e o diabetes mellitus. Uma maneira simples de avaliar se um indivíduo está na faixa normal de peso é estimando o Índice de Massa Corporal (IMC). O IMC é calculado pela fórmula: Peso(kg)/Altura(m) 2. O IMC entre 18,5 e 24,9kg/m 2 é considerado saudável ou normal. O IMC entre 25 e 29,9kg/m 2 é considerado sobrepeso, enquanto que valores maiores ou iguais a 30 kg/m 2 classificam o indivíduo como obeso. Outra causa de igual importância são as hemoglobinopatias. Estas constituem uma das principais e mais freqüentes doenças genéticas que acometem seres humanos e, dentre elas, a anemia falciforme é a forma mais freqüente no Brasil (Silla, 1999). Apesar de sua prevalência ser maior em pessoas da raça negra, estudos populacionais têm demonstrado a crescente presença de Hemoglobina S (HbS) em indivíduos caucasóides. Na infância, a anemia falciforme (homosigose da HbS) tem sido associada com alta morbidade e mortalidade devido a crises de infarto ósseo, sepse bacteriana, seqüestração esplênica e síndrome torácica aguda, além dos efeitos deletérios da anemia no desenvolvimento fisiológico e intelectual do indivíduo. O diagnóstico precoce tem demonstrado significativo impacto na morbidade e mortalidade dos pacientes, pois permite introduzir precocemente os recémnascidos afetados em programas de assistência médica específica; educar os pais a identificar os primeiros sinais e sintomas das complicações de risco e como proceder para procurar a intervenção médica apropriada; iniciar precocemente a profilaxia contra infecções pneumocócicas, uma das principais causas de mortalidade nesses pacientes (Gaston e colaboradores, 1986); determinar o risco de outras complicações graves como o acidente vascular cerebral e instituir tratamento precoce correspondente (Adams e colaboradores, 1992); e realizar aconselhamento genético. Em países onde o screening neonatal para hemoglobinopatias foi instituído, tem se demonstrado que o acompanhamento dessas crianças em centros especializados pode reduzir a mortalidade por infecções pneumocócicas de 40% para 10% 20 (Pegelow e colaboradores, 1991) e a mortalidade geral de 8% para 1,8% (Vichinsky e colaboradores, 1988). No Brasil, os dados oficiais sobre a prevalência de doença falciforme (homozigotos e heterozigotos) apontam para uma freqüência expressiva (Brasil. Ministério da Saúde, 1996), mas são provavelmente inexatos por serem baseados em poucos estudos regionais de prevalência, realizados em populações selecionadas (Naoum, 1986 e Zago e colaboradores, 1985). Além disso, existe um desconhecimento não só das conseqüências como até mesmo da existência dessa doença por parte da população em geral, sobretudo a mais afetada, assim como uma razoável desinformação no meio médico. O artigo de Bandeira et al., publicado nesta edição, sobre os resultados de triagem neonatal para hemoglobinopatias, é oportuno e de extrema relevância. A ocorrência de um indivíduo portador do gene para hemoglobina S em cada 20 nascimentos, como demonstra este estudo, é alarmante e reforça a urgente necessidade de um estudo populacional mais abrangente, assim como criação de centros de referência especializados para o manejo dos indivíduos homozigotos. Quanto a hipertenção arterial, o que pode levar ao desencadeamento do AVC, esta pode ter diferentes origens. Segundo Luft e colaboradores (2003), dentre as principais causas genéticas estão as alterações nos glucocorticóides e aldosterona, a sindrome de Liddle's, o excesso de mineralocorticóides, as mutações ativadoras dos receprores de mineralocorticóides e o pseudohipoaldosteronismo tipo 2. Todos esses aumental consideravelmente a reabsorção e o volume de sódio pelos rins, além de determinarem uma diminuição na atividade da renina, levando, por xonsequëncia, ao aumento de P.A., embora nenhum dos loci gênicos para essas síndromes tenha sido, convincentemente, ligada a hipertensão na população em geral. EXAMES E TESTES DE DETECÇÀO DO AVC: 21 Normalmente os primeiros exames feitos para se detectar a presença de um AVC já instalado consistem na verificação da ocorrência de problemas com a visão, o movimento, as sensações, os reflexos, a compreensão e a conversação. Esse procedimento deverá ser repetido ao longo do tempo para se verificar se o AVC a progressão ou a regressão do quadro clinico em que o paciente se encontra. Auscultar para verificar se há algum som anormal, chamado "bruit", quando usar um estetoscópio para auscultar as artérias carótidas no pescoço também é um procedimento eficaz. Um bruit é um som causado por um fluxo sanguíneo turbulent. Também e concomitante deve ser a verificação e a avaliação da pressão sanguínea, que pode estar alta. Outros testes ou exames deverão auxiliar na determinação do tipo, do local e a causa mais provável do AVC, caso este já esteja instalado, auxiliando também na exclusão de outros distúrbios que possam ser responsáveis por tais sintomas, como é o caso da tomografia computadorizada (TC) do cérebro, que é feita frequentemente logo depois de se iniciarem os primeiros sintomas. Também, a ressonância magnética (RM) do cérebro pode ser feita, em substituiçào a TC, ou mesmo complementar a TC (Latchaw e colaboradores, 2009) OBJETIVOS A partir das informações acima, o objetivo central deste trabalho é o desenvolvimento de uma anamnese junto aos pacientes acometidos pelo AVC, atendidos na clinica de Fisioterapia do centro Universitário Barão de Mauá – Ribeirão Preto, São Paulo, bem como junto ao atendimento laboratorial de biomedicina, da mesma instituição, a fim de que se possam ser detectados os 22 principais fatores envolvidos no desencadeamento de AVC, tanto isquêmico como hemorrágico. Ainda, a partir de pesquisa junto a arquivos de atendimentos de pacientes com AVC da Clinica de Fisioterapia (prontuários), poderemos fazer o levantamento dos principais fatores desencadeantes do AVC na cidade de Ribeirão Preto, nos últimos anos. A partir desses arquivos poderemos obter dados tais como faixa etária de maior acometimento, taxa de mortalidade de pós-AVC, sexo e etnia. Quanto à taxa de mortalidade, poderá ser desenvolvida uma pesquisa no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto, uma vez que a referida instituição mantem convênio com esta entidade. Materiais e Métodos Montagem de fichas de anamnese e entrevistas diretas com pacientes da Clinica de Fisioterapia do Centro Universitário Barão de Mauá – Ribeirão Preto, São Paulo, bem como junto ao atendimento laboratorial de Biomedicina, da mesma instituição; além de poder ser feito o mesmo junto ao Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto. Ainda, pesquisa de arquivos e registros (prontuários) da Clinica de Fisioterapia do Centro Universitário Barão de Mauá – Ribeirão Preto, São Paulo, bem como junto ao atendimento laboratorial de Biomedicina, da mesma instituição; além de poder ser feito o mesmo junto ao Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto. Referências Bibliográficas Adams RJ, Albers G, Alberts MJ, Benavente O, Furie K, Goldstein LB, et al. Update to the AHA/ASA recommendations for the prevention of stroke in 23 patients with stroke and transient ischemic attack. Stroke. 2008; 39: 16471652. Epub 2008 Mar 5. Bosnar-Puretić M, Basić-Kes V, Jurasić MJ, Zavoreo I, Demarin V. The association of obesity and cerebrovascular disease in young adults--a pilot study. Acta Clin Croat. 2009 Sep; 48(3): 295-8. PMID: 20055251 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Departamento de Assistência e Promoção à Saúde. Coordenação de Sangue e Hemoderivados. Programa de Anemia Falciforme (Portaria 951 MS) Brasília; 1996. p13. Chung CS, Caplan LR. Stroke and other neurovascular disorders. In: Goetz, CG, eds. Textbook of Clinical Neurology. 3rd ed. Philadelphia, Pa: Saunders Elsevier; 2007: chap 45. Atualizado em 15/6/2010, por: Daniel B. Hoch, PhD, MD, Assistant Professor of Neurology, Harvard Medical School, Department of Neurology, Massachusetts General Hospital. Also reviewed by David Zieve, MD, MHA, Medical Director, A.D.A.M., Inc. Gaston MH, Verter JL, Woods G. Phrophylaxis with oral penicillin in children with sickle cell anemia: a randomized trial. N Engl J Med 1986; 314:1593-9. Junior, W. N. 1999. Diagnóstico e tratamento dos fatores de risco. http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=47&id=560 Latchaw RE, Alberts MJ, Lev MH, Connors JJ, Harbaugh RE, Higashida RT et al. Recommendations for imaging of acute ischemic stroke: a scientific statement from the American Heart Association. Stroke. 2009; 40: 36463678. Epub 2009 Sep 24. 24 Luft FC, Toka O, Toka HR, Jordan J, Bahring S. Mendelian hypertension with brachydactyly as a molecular genetic lesson in regulatory physiology. Am. J. Physiol. Regul. Integr. Comp. Physiol. 2003 Oct; 285 (4): R709-14. Review. Naoum PC. Hemoglobinopatias no Brasil. Bol Soc Bras Hematol Hemoter 1986; 8: 180-90. Pegelow CH, Armstrong FD, Light S, Experience with the use of prophylatic penicillin in children with sickle cell anemia. J Pediatr 1991; 118:736-8. Silla, L.M.R. J Pediatr (Rio J) 1999; 75 (3):145-6 Vichinsky E, Hurst D, Earles A. Newborn screening for sickle cell disease: effect on mortality. Pediatrics 1988; 81:749-55. Zago MA, Costa EF. Hereditary hemoglobin disorders in Brazil. Trans R Soc Trop Med Hyg 1985; 79: 385-8. Abordagens atuais sobre o cuidado de enfermagem a pacientes com lesão medular Profa.Responsável: Ms. Márcia Lúcia de Souza Furlan, (marcials); Enfermagem Introdução Segundo DELISA et al. (1992), reabilitação é a capacidade do paciente com lesão medular atingir seus potenciais físicos, psicológicos, sociais, profissionais, não-profissionais e educacionais o mais completo possível, diminuindo assim seu tempo de internação e promovendo uma melhor qualidade de vida. Para que o processo de reabilitação seja desenvolvido é necessário contar com uma equipe multidisciplinar e a participação da família e principalmente do paciente. Sendo assim a equipe deverá realizar o trabalho sem divergência para que haja um funcionamento eficiente, realizando 25 reuniões freqüentemente para determinar metas, resoluções de problemas e discussão. Segundo DELISA et al. (1992), para compor uma equipe de reabilitação serão necessários fisioterapeuta, os seguintes protético-ortotista, membros: enfermeira, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social, nutricionista, médicos em geral e outras categorias. Foi somente a partir da década de 70, com a abertura do regime político que as pessoas com deficiência começaram a se organizar em movimento de luta pela defesa e dos direitos civis e humanos. Foi no sentido de resgatar o direito da cidadania das pessoas com deficiência, que os deficientes passaram a não só discutir como também a propor soluções para seus problemas (ALLEGRETTI,1999). Após o paciente passar por um processo de reabilitação ele poderá desenvolver algumas modalidades esportivas, sendo imprescindível antes do seu início, ser avaliado pelo médico. Estes pacientes poderão escolher entre diversas modalidades como: arco e flecha, basquetebol, canoagem, equitação, tênis de mesa, voleibol, natação, canoagem, esgrima, conforme os tipos de lesão e os limites que ela proporciona. O trauma raquimedular é uma agressão recebida na medula espinhal e pode ter uma variedade de etiologias: infecciosa, traumática, tumoral, vascular e outras. Conforme STAAS et al (1992) e MACHADO (1993), a agressão traumática à medula espinhal pode resultar em alterações da função motora, sensitiva e autonômica além das psicossomáticas. O TRM, pelas conseqüências que acarreta ao indivíduo é considerado uma das formas mais graves dentre as lesões incapacitantes que podem acometer o homem (BERALDO, 1991). A definição da ASIA (1996) para tetraplegia é o resultado de uma alteração das funções dos braços bem como do tronco, pernas e órgãos pélvicos. Na paraplegia as funções dos braços está preservada, mas 26 dependendo do nível da lesão, o tronco, as pernas e órgãos pélvicos poderão estar envolvidos. O paciente com TRM abaixo do nível medular T2 é considerado paraplégico e acima deste nível é tetraplégico. O TRM é uma das lesões incapacitantes mais devastadoras e a capacidade funcional do paciente será determinada de acordo com o nível neurológico da lesão medular. A determinação do nível da lesão óssea é realizada com avaliação do Rx da coluna espinhal. Para a determinação dos níveis neurológicos e do grau de comprometimento, o paciente deverá ser submetido a exame físico com a avaliação detalhada dos miótomos e dermátomos. O TRM é uma das lesões incapacitantes mais devastadoras e a capacidade funcional do paciente será determinada de acordo com o nível neurológico da lesão medular (HOEMAN et al, 1990). Dessa maneira, além de uma equipe multidisciplinar para o atendimento, é fundamental a participação e o envolvimento de pelo menos um familiar, especialmente no caso dos pacientes tetraplégicos (FURLAN, 2001). A proposta de reabilitação pós TRM, tem o intuito de minimizar as complicações e com isto diminuir as reinternações, aumentar a expectativa de vida pós lesão, facilitar a reinserção do indivíduo na sociedade e na profissão, enfim melhorar a qualidade de vida do paciente. Ela deve abranger o período de hospitalização e ter continuidade no ambulatório e domicilio, incluindo a prevenção das complicações e o reconhecimento precoce dos seus sinais e sintomas. Objetivo Identificar artigos científicos nacionais que abordem lesão ou traumatismo raquimedular e o cuidado de enfermagem Metodologia Tipo de estudo 27 Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que é realizada utilizando-se materiais previamente elaborados e compostos por livros e artigos científicos. Sua principal vantagem é permitir ao pesquisador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente (GIL, 2006). Como qualquer outra modalidade de pesquisa, a bibliográfica desenvolve-se ao longo de uma série de etapas. Seu número e encadeamento dependem de muitos fatores, tais como a natureza do problema, o nível de conhecimento que o pesquisador dispõe sobre o assunto, o grau de precisão que se pretende conferir à pesquisa, e outros (GIL, 2006). Baseado em Gil (2006) a pesquisa bibliográfica inicia-se com a escolha de um tema e requer interesse pelo assunto, tanto da parte dos pesquisadores como também do orientador. No entanto, é necessário também, dispor de bons conhecimentos na área de estudo para que as etapas posteriores do trabalho possam ser adequadamente desenvolvidas. Amostra Serão utilizados artigos científicos publicados em periódicos que trazem assuntos de interesse da enfermagem, Qualis A. Segundo Gil (2006) publicações periódicas são editadas em fascículos que podem ter a participação de vários autores, com diversos assuntos e em intervalos regulares. Essas publicações atualmente são consideradas as mais importantes fontes bibliográficas por serem melhor elaboradas. Coleta de dados A identificação das fontes será realizada através de busca manual de artigos científicos nos periódicos Qualis A, nos últimos cinco anos. Aspectos Éticos e Legais Para o desenvolvimento deste trabalho não será encaminhado projeto para avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa, pois não desenvolverá pesquisa com seres humanos. 28 Referências Bibliográficas ALLEGRETTI, A.L.C.; MADASCHI, V.; SAURON, F.N. A qualidade de vida de tetraplégicos após reabilitação na AACD. Revista Reabilitar, São Paulo, v. 2, [s. n.], p. 9-13. 1999. AMERICAN SPINAL INJURY ASSOCIATION (ASIA). International standards for neurological and functional of spinal cord injury. [Chicago: s. n], 1996. BERALDO, P.S.S. Função pulmonar na lesão medular traumática alta. In: TAVARES, P. Respiração. Rio de Janeiro, Cultura Médica, 1991. Cap.6, p. 73-85 DELISA, J.A; MARTIN, G.M.; CURRIE, D.M. Medicina de reabilitação: passado, presente e futuro. In: -- DELISA, J.A. Medicina de reabilitação. São Paulo: Manole, 1992. cap. 1, p. 3-27. FURLAN, M.L.S. Identificação das práticas de autocuidado referentes ao funcionamento intestinal em pacientes com trauma raquimedular. 2001. 127 p. Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2001. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 175p. HOEMAN, S.P.; GLENN, N.H.; STYMACKS,A. Care for the client with a spinal cord injury. In: Rehabilitation/Restorative Care in the community. USA, Mosby, 1990. Cap. 9, p.224-239. MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional. 2 ed. Belo Horizonte: Atheneu, 2000. cap. 4, p. 35-42. Anatomia macroscópica de medula espinhal e seus envoltórios. STASS Jr, N.E.; FORMAL, C.S.; GERSHKOFF, A.M.; FREDDA, M.; HIRSCHWALD, J.F.; MILLER, G.T.; FORREST, L.; BURKHARD, B.A. Reabilitação do paciente com traumatismo raquimedular. In: -- DELISA, J.A. Medicina de reabilitação. São Paulo: Manole, 1992. cap. 32, p. 735-762. 29