VACINAÇÃO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS (parte1)

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VACINAÇÃO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS (parte1)
Por Isabella Ballalai e Flávia Bravo
VACINAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Os profissionais de saúde estão sob risco constante de exposição a doenças contagiosas, muitas delas
imunopreveníveis. Além disso, podem expor seus pacientes à agentes biológicos como a influenza e a Bordetella
pertussis. A vacinação é, portanto, parte importante no controle e prevenção de infecções para eles mesmos e para
seus pacientes.
Hoje, a normativa do ministério do trabalho (NR32) exige que o profissional de saúde esteja com suas imunizações em
dia. As vacinas preconizadas disponíveis na rede pública para esse profissional são: Hepatite B, Influenza, Tríplice
Viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola). Outras vacinas, não disponíveis na rede pública fazem parte do rol de
imunobiológicos para o profissional de saúde no esquema abaixo sugerido pela Sociedade Brasileira de Imunizações:
Vacina contra hepatite A: indicada para profissionais das unidades de nutrição, e unidades pediátricas ou
trabalhadores incluídos no grupo de risco individual. Duas doses (0,6m)
Vacina contra varicela: todos os profissionais da saúde que prestam assistência a pacientes imunodeprimidos
Vacina contra Pertussis (incluída na vacina tríplice bacteriana, tipo adulto): indicada para todos os profissionais que
prestam assistência nas unidades de neonatologia, pediatria, e pacientes com doenças respiratória crônica.
Vacina anti-pneumocócica 23V: todos os profissionais acima de 60 anos de idade ou incluídos no grupo de risco.
Para a Hepatite B, existem esquemas vacinais pré e pós-exposição, sendo obrigatoria a verificação sorológica da
imunidade adquirida. Para profissionais soronegativos que só realizaram teste sorológico muitos anos após a série
vacinal original, uma dose adicional de vacina deve ser administrada, seguida de nova dosagem do anti-Hbs 4 a 8
semanas após. Se a sorologia for positiva, o profissional será considerado imune, se negativa deverá completar o
esquema com mais duas doses de vacina.
VACINAÇÃO DE CARDIOPATAS, PNEUMOPATAS, NEFROPATAS, HEPATOPATAS
O paciente crônico de modo geral é mais suscetível às doenças infecciosas e corre maior risco de complicações e
descompensação de sua doença de base. Deste modo, a prevenção de infecções através da vacinação é parte
importante da manutenção da saúde e qualidade de vida desses pacientes.
As vacinas anti-influenza e anti-pneumocócica têm especial indicação para pacientes cardiopatas ou
pneumopatas (inclusive asmáticos). Os hepatopatas precisam, além da vacina anti-influenza, da imunização antihepatite A e B. Já os nefropatas em hemodiálise recebem também esquema reforçado de 4 doses (0-1-2-6)
dobradas da vacina anti-hepatite B.
VACINAÇÃO DE PACIENTES COM DOENÇA DE HOGKIN
Esses pacientes têm risco aumentado para infecção invasiva por bactérias encapsuladas
(pneumococos, meningococos e Haemophilus influenza) devendo então ser imunizados
com as vacinas correspondentes. A resposta imune é provavelmente melhor quando a vacinação
é feita 10 a 14 dias antes do início do tratamento da doença. Como a habilidade de resposta
imune desses pacientes melhora rapidamente após a suspensão da quimioterapia, a vacinação
pode ser realizada precocemente (3 meses após o término do tratamento). A vacina antiinfluenza também está indicada para esse grupo de pacientes.
VACINAÇÃO DE PACIENTES DIABETICOS
Existe um risco maior de infecções em pacientes diabéticos de qualquer idade devido a prováveis
mecanismos genéticos e metabólicos anormais e distúrbios na resposta imune. Doenças
infecciosas, como a pneumonia, descompensam o quadro do diabético e aumentam o risco de
complicações, significando muitas vezes risco iminente de vida. O paciente diabético possui
três vezes maior risco de morte em decorrência de gripe e pneumonia que uma pessoa
saudável. Calcula-se que anualmente 10.000 a 30.000 diabéticos morram em decorrência de
complicações causadas por essas doenças apenas nos EUA. A complicação aguda mais grave e
com maior taxa de mortalidade do paciente com diabetes tipo 1 (DM1), a cetoacidose diabética
(CAD), é freqüentemente precipitada, nas crianças e adolescentes, por situação de estresse
agudo, especialmente infeccioso. O DM1 incide principalmente em escolares e na puberdade, mas
as crianças mais jovens são especialmente instáveis e de difícil controle. Sendo o S. pneumoniae
o principal agente bacteriano de infecções respiratórias e meningites nesta faixa etária, a
vacinação antipneumocócica teria, então, "dupla indicação": diminuição da morbi-mortalidade por
esse agente e diminuição da incidência de CAD nestes pacientes, proporcionando ganhos não só
de ordem humana e social como econômica.
Diabetes não aumenta o risco para a gripe, a não ser que esteja mal controlado. Mas é certo que
a gripe pode descompensar o diabetes, evoluir com complicações e deve ser evitada.
Por trazer complicações severas aos portadores de diabetes, a prevenção contra doenças
infecciosas está recomendada para garantir a manutenção da qualidade de vida. A vacinação
contra o pneumococos, e contra o vírus Influenza são especialente recomendadas para
os portadores de diabetes.
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