‘ UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL RODOLFO CARNEIRO DA SILVA LEITE RACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO CONSTRUTIVO EM ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCO DE CONCRETO FEIRA DE SANTANA – BA 2012 i RODOLFO CARNEIRO DA SILVA LEITE RACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO CONSTRUTIVO EM ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCO DE CONCRETO Monografia à Universidade Estadual de Feira de Santana, como requisito para a aprovação na disciplina Projeto Final II. Orientador: Professor Mestre Antônio Freitas da Silva Filho FEIRA DE SANTANA - BA 2012 ii RODOLFO CARNEIRO DA SILVA LEITE RACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO CONSTRUTIVO EM ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCO DE CONCRETO Aprovado em: _____ de ____________________ de _____. ____________________________________________________________ Orientador: Prof. Antônio Freitas da Silva Filho Mestre em Engenharia Civil Universidade Estadual de Feira de Santana ____________________________________________________________ 1º Examinador: Prof. Elvio Antonino Guimarães Mestre em Engenharia Civil Universidade Estadual de Feira de Santana ____________________________________________________________ 2º Examinador: Prof. Eduardo Antônio Lima Costa Mestre em Engenharia Civil Universidade Estadual de Feira de Santana iii “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”. Albert Einstein iv AGRADECIMENTOS Aos professores e orientadores Antônio Freitas da Silva Filho, Elvio Antonino Guimarães e Eduardo Antonino Lima Costa pela atenção, dedicação e compreensão para a elaboração desse trabalho. Aos colegas engenheiros Tiago Machado dos Santos, Fellipe Peixoto Santos e Raphael Lima de Souza, por terem disponibilizado as informações necessárias para a realização deste trabalho. v RESUMO As mudanças que percorrem nos últimos anos têm levado as empresas que atuam na área de construção de edifícios a encontrar novos caminhos para se tornarem competitivas. O cenário atual de crescimento na construção civil e a busca incessante pela redução de custos têm motivado as construtoras a estudarem inovações tecnológicas. Como resultado dessa busca encontra-se a implantação e racionalização de diferentes sistemas construtivos. Algumas estratégias vêm sendo tomadas, em destaque a racionalização dos métodos, processos e sistemas construtivos, empregadas com o objetivo principal da diminuição de custos, garantia de atendimento dos prazos de execução e incremento de qualidade dos edifícios construídos. Os rudimentos de racionalização construtiva favorecem a aplicação adequada de todos os recursos envolvidos no processo de produção, através da adequação tecnológica e da mudança organizacional dos processos tradicionais de construção. As medidas que visam à racionalização construtiva abrangem todas as fases do processo de produção, desde a concepção até a execução de utilização dos edifícios. Assim, essa linha de pesquisa procura contribuir com o meio técnico através do desenvolvimento e implantação de tecnologias construtivas que garantam a adequação dos processos produtivos à atual realidade de competitividade estabelecida no setor. Palavras-chave: Construção civil, Racionalização construtiva, Alvenaria Estrutural. vi ABSTRACT The changes we go through in recent years have led companies that operate in the construction of buildings to find new ways to become competitive. The current scenario of growth in construction and the relentless pursuit of cost reduction are motivated builders to study technological innovations. As a result of this search is the implementation and rationalization of different construction systems. Some strategies have been taken, highlights the rationalization of the methods, processes and building systems, employed with the main objective of reducing costs, guarantee service doos execution time and increase quality of buildings constructed. The rudiments of constructive rationalization favor the proper application of all resources involved in the production process, through appropriate technological and organizational change of the traditional construction. The measures aimed at streamlining constructive cover all phases of the production process, from conception to execution use of buildings. Thus, this line of research seeks to contribute to the technical means through the development and implementation of construction technologies that ensure the adequacy of processes to the current reality of competitiveness established in the industry. Keywords: Construction. Constructive rationalization. Structural masonry. vii SUMÁRIO 1. 2 3 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12 1.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................... 13 1.2 OBJETIVO ................................................................................................. 13 1.3 METODOLOGIA ....................................................................................... 14 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 15 2.1 DEFINIÇÃO DE ALVENARIA ESTRUTURAL ..................................... 15 2.2 DEFINIÇÃO DO SISTEMA DE ALVENARIA ....................................... 16 2.3 HISTÓRICO ............................................................................................... 16 2.4 BLOCOS DE CONCRETO........................................................................ 19 2.5 ASPECTOS ECONÔMICOS ..................................................................... 21 2.6 PROJETO DE ALVENARIA .................................................................... 21 2.7 RACIONALIZAÇÃO DA ALVENARIA ................................................. 23 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 25 3.1 BLOCOS ESTRUTURAIS ........................................................................ 26 3.1.1 Tipologia e uso ....................................................................................... 26 3.1.2 Controle tecnológico............................................................................... 28 3.1.3 Transporte e armazenamento .................................................................. 28 3.2 ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO E GRAUTE ............................... 29 3.2.1 Composição ............................................................................................ 29 3.2.2 Mistura, transporte e armazenamento ..................................................... 30 3.3 ELEVAÇÃO DA ALVENARIA................................................................ 33 3.3.1 Ferramentas ............................................................................................ 33 3.3.2 Abertura das juntas e vãos ...................................................................... 35 3.4 INSTALAÇÕES ......................................................................................... 36 3.5 LAJES ......................................................................................................... 38 3.5.1 Tipos ....................................................................................................... 38 3.5.2 Transporte e acabamento ........................................................................ 39 3.6 REVESTIMENTOS ................................................................................... 40 viii 4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS OBTIDOS COM O QUESTIONÁRIO ... 41 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 44 REFERÊNCIAS............................................................................................................ 45 ANEXOS........................................................................................................................ 48 ix LISTAS DE FIGURAS Figura 01:Coliseu............................................................................................................17 Figura 02: Alvenaria estrutural e racionalista..................................................................23 Figura 03: Blocos principais ...........................................................................................28 Figura 04: Em A temos armazenamento de blocos em paletes e em B manipulador telescópico.......................................................................................................................29 Figura 5: Central de produção de argamassa...................................................................31 Figura 6: Armazenamento inadequado dos agregados....................................................31 Figura 7: Dumper.............................................................................................................32 Figura 8: Elevação da alvenaria de forma escalonada.....................................................34 Figura 9: Instalação embutida na alvenaria preenchida com graute................................36 Figura 10: Caixas elétricas embutidas após assentamento dos blocos............................37 Figura 11: Lajes pré-moldadas em obra pesquisada........................................................38 Figura 12: Guindaste transportando a laje do local de fábrica para obra........................39 x LISTA DE TABELAS Tabela 1: Características das obras visitadas...................................................................25 Tabela 2: Tópicos analisados nas obras visitadas............................................................26 Tabela 3: Características dos blocos de concreto............................................................27 Tabela 4: Equipamentos e ferramentas usados na construção de edifícios.....................23 Tabela 5: Tabela com respostas obtidas sobre os blocos estruturais...............................41 Tabela 6: Tabela com respostas obtidas sobre argamassa e graute.................................41 Tabela 7: Tabela com respostas obtidas sobre elevação da alvenaria.............................42 Tabela 8: Tabela com respostas obtidas sobre aberturas e vãos......................................42 Tabela 9: Tabela com respostas obtidas sobre instalações..............................................42 Tabela 10: Tabela com respostas obtidas sobre as lajes..................................................43 Tabela 11: Tabela com respostas obtidas sobre os revestimentos...................................43 xi LISTA DE SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas CB-2 Comitê Brasileiro de Construção Civil 12 1. INTRODUÇÃO O atual incentivo do governo em investimentos no setor da construção civil, principalmente em habitações de interesse social, juntamente com o mercado competitivo, fazem com que a disputa por preços menores sejam intensificadas. Este cenário favorece os investimentos em pesquisas tecnológicas de sistemas construtivos de baixo custo, com a mesma eficiência. Como consequência desse cenário, vem sendo aplicadas no país várias tecnologias mais econômicas, entre elas a alvenaria estrutural em substituição às estruturas de concreto armado. Apesar de a alvenaria estrutural ser um sistema construtivo usado desde a antiguidade, só agora o processo está sendo utilizado em larga escala, devido ao favorável contexto do mercado, a um maior domínio das técnicas e a novos materiais. Atualmente, a construção civil e a economia brasileira atravessam um período de crescimento e diversos segmentos industriais buscam aperfeiçoar suas produções, diminuindo custos, dando ênfase à qualidade e lançando no mercado novos produtos (MELO, 2006). Muitas são as vantagens da alvenaria estrutural, sendo as principais a redução da utilização de armaduras e dos entulhos e a execução mais racionalizada. Porém alguns projetistas preferem calcular as estruturas em concreto armado, devido ainda não estarem habituados a projetarem estruturas em alvenaria estrutural. Segundo Melo (2006), para sobreviver num contexto de mudanças tecnológicas, é essencial que os profissionais saibam absorver as transformações e é desejável que sejam criativos e capazes de promover inovações nos ambientes que atuam. 13 1.1 JUSTIFICATIVA As estruturas em alvenaria estrutural estão ganhando cada vez mais espaço no mercado devido, entre outros fatores, ao preço atrativo, pois a redução do custo pode chegar até 30%. Isto por elas serem de fácil aplicação e pelo fato deste método dispensar as estruturas convencionais de concreto armado. Este último é dispendioso e laborioso, pois depende de fôrmas de madeira, aço, concreto e ainda da competência dos operários (http://www.ykengenharia.com.br). A velocidade da execução é bastante elevada, pois o que era efetuado no sistema convencional (vigas, pilares e paredes), agora é realizado em somente uma etapa (somente as paredes). Além disso, a execução é muito mais simples e o problema com a atual dificuldade em encontrar mão de obra qualificada para construção civil, acaba sendo minimizado. 1.2 OBJETIVO O objetivo deste trabalho é identificar e analisar as práticas de racionalização construtivas adotadas em obras de alvenaria estrutural na cidade de Feira de Santana, Bahia. 14 1.3 1. METODOLOGIA No primeiro capítulo está apresentada a introdução da monografia onde foi relatada a situação que deu origem ao trabalho; a justificativa; o objetivo a ser alcançado e a metodologia que será adotada no trabalho; 2. No segundo capítulo está apresentado o referencial teórico necessário para o entendimento do sistema de alvenaria estrutural, buscando informações técnicas em sites, revistas especializadas, dissertações, teses, relatório técnicos das empresas construtoras, normas técnicas como as da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e em outros trabalhos de conclusão de curso; 3. No terceiro capítulo foi feita a identificação e seleção de três obras em Feira de Santana que utilizam o sistema construtivo em alvenaria estrutural com bloco de concreto. Em seguida foi aplicado um questionário estruturado, apresentado os resultados e discusões sobre o assunto; 4. No quarto capítulo foram apresentados os resultados obtidos; 5. No quinto capítulo estão apresentadas as considerações finais. 15 2 2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DEFINIÇÃO DE ALVENARIA ESTRUTURAL Segundo Camacho (2006), conceitua-se de Alvenaria Estrutural o processo construtivo no qual, os elementos que desempenham a função estrutural são de alvenaria, sendo os mesmos projetados, dimensionados e executados de forma racional em um sistema que alia alta produtividade com economia, desde que executado de maneira correta. Na alvenaria estrutural, as paredes são os elementos estruturais, devendo resistir a todas as cargas, as quais no sistema de concreto armado eram resistidas pelos pilares e vigas. O projeto ideal considera a distribuição das paredes de forma que cada parede atue como elemento estabilizador da outra. (ARAÚJO, 1995). Há dois tipos de alvenaria estrutural: não armada e armada. De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (NBR-10837/1989), alvenaria estrutural não armada de blocos vazados de concreto é aquela feita com blocos vazados de concreto, assentados com argamassa, e que contem armaduras com finalidade única de amarração, não sendo esta considerada na absorção dos esforços. Já a alvenaria estrutural armada de blocos vazados de concreto, segundo a NBR-10837, é aquela feita com blocos vazados de concreto, assentados com argamassa, e com as cavidades preenchidas com graute (microconcreto de grande fluidez) contendo armaduras para a absorção dos esforços calculados, além das armaduras com finalidade construtiva ou de amarração. 16 2.2 DEFINIÇÃO DO SISTEMA DE ALVENARIA Segundo Ramalho & Corrêa (2003), o sistema em alvenaria estrutural apresentam dois conceitos básicos: componente e elemento. Entende-se por um componente de alvenaria uma entidade básica, ou seja, algo que compõe os elementos que, por sua vez, comporão a estrutura. Os componentes principais da alvenaria estrutural são: bloco (ou unidades); argamassa; graute e armadura. Os elementos são uma parte suficientemente elaborada da estrutura, sendo formados por pelo menos dois dos componentes anteriormente citados, como por exemplo, paredes, pilares, cintas, vergas, etc. O principal conceito de alvenaria estrutural está em suportar predominantemente os esforços de compressão. Segundo Santos (1998), alvenaria estrutural é “toda estrutura em alvenaria, predominantemente laminar, dimensionadas com procedimentos racionais de cálculo para suportar cargas além do seu peso próprio”. Isso acontece “graças às propriedades dos seus componentes e a interação entre eles” (SANTOS, 1998). Na fase de projeto, certos cuidados também devem ser tomados, segundo Thomaz (2001), quando os vãos de janelas estão muito próximos, a região da parede localizada entre esses vãos comporta-se como um pilar, recebendo a concentração de cargas dos pavimentos superiores. Com o tempo, vão aparecendo fissuras e esmagamentos localizados. Para evitar estes problemas, essas regiões devem ser preenchidas com graute e armadura de amarração (THOMAZ, 2001). 2.3 HISTÓRICO Alvenaria estrutural é um sistema empregado pelo homem, desde os primórdios das grandes civilizações. Desde a Antigüidade ela tem sido utilizada largamente pelo ser humano em suas habitações, monumentos e templos religiosos. Alguns exemplos são: as Pirâmides de Guizé; o Coliseu, com 50 m de altura (ver foto) e as grandes catedrais 17 góticas, construídas na Idade Média, com vãos expressivos e arquitetura belíssima, realizada com a utilização de arcos e abóbadas. (http://www.roman-colosseum.info) Figura 1: Coliseu Fonte: http://www.roman-colosseum.info/ De acordo com SANCHEZ (2002), até o final do século XIX, o sistema de alvenaria estrutural era uma das principais técnicas de construção empregada pelo homem. A alvenaria foi utilizada pelas civilizações assírias e persas desde 10.000 a.c, sendo empregados tijolos queimados ao sol. Por volta de 3.000 a.C. já estavam sendo utilizados tijolos de barro queimados em fornos. Entretanto, devido à ausência de procedimentos de dimensionamento, essas estruturas eram demasiadamente robustas e pouco econômicas. A partir do século XX, com o advento do concreto e do aço, que possibilitaram a construção de estruturas esbeltas e de grande altura, a alvenaria ficou relegada a construções de pequeno porte ou utilização somente com elemento de vedação (PRUDÊNCIO, 2002). Segundo Hendry (2002), a alvenaria estrutural passou a ser tratada como uma tecnologia de construção civil por volta do século XVII quando os princípios de estatística foram aplicados para a investigação da estabilidade de arcos e domos. Embora no período entre os séculos XIX e XX tivessem sido realizados testes de resistência dos elementos da alvenaria estrutural em vários países, ainda se elaborava o projeto de alvenaria estrutural de acordo com métodos empíricos de cálculo, apresentando, assim, grandes limitações (HENDRY, 2002). 18 Casas com blocos de concreto já eram construídas desde 1920, sendo que as primeiras construções com esse produto foram destinadas a população de baixa renda. Esse fato levou muitos profissionais e principalmente consumidores a possuir uma visão preconceituosa desse tipo de alvenaria. Com o desenvolvimento das normas da ABNT e da indústria de blocos de concreto, os profissionais adquiriram maior confiança na utilização desse material passando a projetar edifícios cada vez mais altos e até luxuosos. Como exemplos pode-se citar: o Hotel Excalibur, em Las Vegas, EUA, com 28 pavimentos e blocos de 19 cm de espessura suportando toda a carga do edifício; e o Edifício residencial Solar dos Alcântara, em São Paulo com 21 pavimentos com blocos de 14 cm de espessura (TAUIL, 1998). A partir da década de 70 no Brasil, a alvenaria estrutural passou a ser tratada como uma tecnologia de engenharia, através do projeto estrutural baseado em princípios validados cientificamente e da execução com critérios mais bem definidos. Segundo os mesmos autores, apesar de sua chegada tardia, o processo construtivo de alvenaria estrutural acabou se firmando como uma alternativa eficiente e econômica para a execução de edifícios residenciais e também industriais (RAMALHO e CORRÊA, 2003). Em 14 de dezembro de 1977, em São Paulo, a partir de contatos entre profissionais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), das indústrias produtoras de blocos de concreto e do Comitê Brasileiro de Construção Civil (CB-2) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), foi oficializada uma Comissão de Estudos para desenvolver as normas nacionais de alvenaria estrutural (SÁNCHEZ, 2002). Após anos de adaptação e desenvolvimento no país, esta tecnologia construtiva foi consolidada na década de 80, através da normalização oficial consistente e razoavelmente ampla. Um exemplo da aplicação intensa da alvenaria estrutural no Brasil são os empreendimentos habitacionais para famílias de baixa renda, que vem sendo aplicados no Brasil em grande escala, com o programa do Governo Federal Minha Casa, Minha Vida (SABATTINI, 2003). 19 2.4 BLOCOS DE CONCRETO Os blocos de concreto podem ser destinados a fechamento de vãos – bloco de vedação ou à sustentação das construções tendo função estrutural – blocos estruturais. Os blocos de vedação e estruturais feitos de concreto são padronizados e a forma de produção é a mesma. Entretanto, os blocos estruturais possuem paredes mais espessas e maior resistência à compressão. Os blocos vazados de concreto são elementos vibro prensados e constituídos de uma mistura de cimento Portland, agregados e água. Devem apresentar um aspecto homogêneo e compacto, com arestas vivas, sem trincas e textura com aspereza adequada à aderência de revestimentos. Sua resistência é especificada pelo fck, sendo que o índice mínimo para paredes internas e externas com revestimento é 4,5 MPa e o índice mínimo para paredes externas sem revestimento é de 6,0 MPa (SABBATINI, 2003). Um fator importante que deve ser levantado é o potencial da utilização do bloco de concreto e a análise do benefício do uso desse material em substituição de outro elemento de alvenaria. Dentre as vantagens e desvantagens de se utilizar o bloco de concreto comparado a outros elementos de alvenaria pode-se citar (www.vfazitto.com.br): Vantagens: a) Medidas mais uniformes; b) Economia de material, já que a parede com blocos de concreto é mais plana que a do bloco cerâmico; c) Dispensa o chapisco e o revestimento de argamassa em alguns casos; d) Possibilidade de se pintar diretamente sobre o bloco ou deixá-lo aparente. e) Redução de tempo da obra; f) Economia de 15 a 20% do valor da obra; g) Utiliza-se menos blocos por m², cerca de 12,5 blocos por m² ao invés 25,0 blocos cerâmicos. 20 Segundo a NBR 6136 (ABNT, 1994), é considerado bloco vazado de concreto aquele em que a área líquida é igual ou inferior a 75% da área bruta, sendo: • Área líquida: Área média da seção perpendicular aos eixos dos furos, descontadas as áreas máximas dos vazios; • Área bruta: Área média da seção perpendicular aos eixos dos furos, sem desconto das áreas dos vazios. Algumas condições acerca dos blocos de concreto segundo Prudêncio Jr. et al. (2002): • Materiais: O concreto deve ser constituído de cimento Portland, agregados e água. Os cimentos devem ser normalizados e os agregados podem ser areia, pedrisco, argila expandida ou outros tipos, desde que satisfaçam às especificações próprias de cada um destes materiais. A dimensão máxima característica do agregado deve ser menor que ¼ da menor espessura da parede do bloco; • Fabricação e cura: Os blocos devem ser fabricados e curados por processos que assegurem a obtenção de um concreto suficientemente homogêneo e compacto, e devem ser manipulados com as devidas precauções para não terem suas qualidades prejudicadas; • Aparência: Os blocos devem ter aspecto homogêneo, compacto e arestas vivas. Não devem apresentar trincas, fraturas ou outros defeitos que possam prejudicar o seu assentamento ou afetar a resistência e durabilidade da construção; • Textura: Os blocos destinados a receber revestimento devem ter uma superfície suficientemente áspera para garantir uma boa aderência, não sendo permitida qualquer pintura que oculte defeitos eventualmente existentes no bloco. 21 Desvantagens: a) Menor conforto térmico; b) Necessita de mão de obra especializada; c) Contribui com o aumento do peso da estrutura; d) Maior absorção de água. 2.5 ASPECTOS ECONÔMICOS De acordo com Ramalho e Corrêa (2003), nos casos usuais, o acréscimo de custo para a produção da alvenaria estrutural compensa com folga a economia que se obtém com a retirada dos pilares e vigas. Entretanto, é necessário que se atente para alguns detalhes importantes para que a situação não se inverta, passando a ser a alvenaria estrutural um processo mais oneroso para a produção da estrutura. A opção pela utilização da alvenaria estrutural gera a necessidade de profissionais qualificados e uma maior dedicação à elaboração dos projetos do empreendimento. Porém, os custos adicionais com os profissionais qualificados e o tempo adicional para elaboração dos projetos são recuperados na fase de execução da edificação. Isto ocorre devido à execução da alvenaria estrutural ser mais rápida e mais barata, gerando economia. 2.6 PROJETO DE ALVENARIA A preparação do projeto de alvenaria de vedação é de suma importância para a racionalização da mesma. A construção de uma edificação, na atualidade, requer cada vez mais a redução dos custos e desperdícios na produção, independente do seu porte. Uma das partes iniciais 22 do processo da construção é o projeto, o qual define as características da edificação, influencia na execução racional da obra e na qualidade do ambiente construído. Quando não se tem um programa de qualidade, uma das maiores dificuldades está relacionada com a falta de coordenação entre a fase de projetos e a execução, causando desperdício no canteiro, com perdas no desempenho da mão de obra e pouca qualidade dos materiais (SANTOS, 1998). Uma distinção importante para que se entregue um projeto é a particularidade, ou seja, muitos prédios foram construídos, mas cada um em particular é único em seu projeto, em sua construtora, em seu local, tudo é diferente; a presença de elementos repetitivos não altera a singularidade fundamental do trabalho do projeto. O projeto é fundamental para o sucesso de qualquer empreendimento. Para a implantação de uma alvenaria racionalizada em uma obra, não é satisfatório ter, apenas, a existência de um bom projeto. É importante também investir em motivação na equipe e treinamento da mão de obra, equipamentos e conscientização de todos os envolvidos no processo de construção. Importante salientar que a alvenaria racionalizada deve ser considerada de forma integrada, desde a fase do projeto arquitetônico, estrutural e de instalações, o próprio projeto de alvenaria e até as definições de esquadrias e revestimento. À exceção de melhorar a qualidade das vedações verticais, a racionalização da efetivação da alvenaria tem resultado indutor na melhoria da qualidade da construção do edifício como um todo, possibilitando novas soluções para os outros sistemas da edificação. Além de trazer melhorias na qualidade das vedações verticais, a racionalização na execução do sistema de alvenaria tem resultado indutor na melhoria do desempenho da construção do edifício como um todo, possibilitando novas soluções para os outros subsistemas da edificação. 23 2.7 RACIONALIZAÇÃO DA ALVENARIA Mesmo sendo usada desde tempos antigos, à alvenaria estrutural na atualidade alcança maior rendimento uma vez que existe visão sistemática do processo, onde os projetistas compatibilizam os demais subsistemas: instalações, caixilharia, estrutura, vedações, tornando-se altamente industrializado, reduzindo a utilização de outros materiais desnecessários e a geração excessiva de resíduos. Figura 2: Em A Alvenaria tradicional e em B racionalista. Fonte: http://www.revistatechne.com.br/ Conforme mostra a Figura 2, em A, temos a alvenaria de vedação tradicional – desperdício, sujeira e tijolos assentados quebrados. Em B, alvenaria de vedação racionalista – organizada e redução de perdas e de consumo. Os princípios da racionalização do trabalho estão baseados nas diretrizes adotadas pela Administração Científica. Considerado o fundador da moderna Teoria da Administração, Taylor “provocou verdadeira revolução no pensamento administrativo e no mundo industrial da sua época”. Com o objetivo de acabar com o desperdício e as perdas, muitas vezes, provocadas pela disparidade nos métodos causada pelo individualismo no esquema de trabalho de cada operário, Taylor procurou elevar os níveis de produtividade através da aplicação de métodos e técnicas que davam ênfase ao 24 planejamento das tarefas. Através desse planejamento, conseguia-se um maior controle e a padronização de utensílios e ferramentas de trabalho (CHIAVENATO, 1994). Sendo um sistema construtivo racionalizado, a alvenaria estrutural privilegia a integração das soluções em projetos que evitará desperdício tanto de tempo quanto de recursos, sejam humanos ou materiais no canteiro de obras. Tauil e Nese (2010) afirmam que a alvenaria “proporciona vantagens significativas no processo de racionalização da construção quando comparado a outros processos mais tradicionais”. Conforme Vieira (2007), uma das principais vantagens da alvenaria estrutural está na racionalização, pois o sistema construtivo “induz à racionalização de diversas atividades”, como as instalações elétricas e hidráulicas. O potencial de racionalização construtiva de um empreendimento está ligado aos projetos. São estes que determinarão uma maior ou menor eficiência de um determinado sistema construtivo. Isso ocorre devido ao potencial de uso de inovações tecnológicas, ferramentas, equipamentos adequados, processos construtivos e coordenação dimensional dos componentes. Tudo isso está relacionado à eficiência da forma de construir (THOMAZ, 2001). Não obstante o avanço aparentemente, ainda existe uma rejeição por uma parte de alguns construtores que, normalmente vêem o sistema construtivo de maneira simplista ou pontual. De outra forma, encontramos muitos profissionais que se especializaram em uma época com poucas alternativas de aplicação estrutural, que buscam aperfeiçoar-se e estarem inseridos neste sistema que requer de seus profissionais ação de viabilidade do sistema quanto à qualidade, durabilidade e segurança. 25 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES O levantamento dos dados que compõem esta pesquisa foram obtidos através da aplicação de um questionário preenchido através de entrevistas com os engenheiros de produção das obras, com auxílio da verificação visual e de registros fotográficos das práticas racionalizadas. Abaixo na tabela 1, encontra-se a lista das obras onde foram aplicados os questionários. Na tabela também estão relacionados vários dados que caracterizam o padrão das obras pesquisadas. Tabela 1 – Características das obras visitadas OBRA Nº DE TORRES Nº DE PAVIMENTOS POR TORRE Nº DE TORRES EXECUTADAS Nº DE Nº DE UNIDADES TORRES HABITACIONAIS EM EXECUÇÃO FAIXA DE PREÇO POR UNIDADE PORTE DA EMPRESA 1 31 4 2 25 512 90.000 a 110.000 Pequena 2 14 8 3 11 448 90.000 a 110.000 Pequena 3 17 4 5 5 172 50.000 a 70.000 Pequena A fundação e a fase de acabamento das obras não foram o foco desta pesquisa, apenas algumas etapas que estão diretamente relacionadas com o grau de racionalização do projeto de alvenaria foram analisadas. Em seguida estão relacionados os tópicos de racionalização construtiva que foram analisados nas obras: 26 Tabela 2 – Tópicos analisados nas obras visitadas Blocos estruturais Argamassa e graute Elevação da alvenaria Aberturas Instalações Lajes Revestimentos Tipo Controle tecnológico Ferramentas Execução Disposição no projeto Tipo Tipo Dimensões Produção Método executivo Material de enchimento Método executivo Transporte Local Peças complementares Transporte Controle Tipo de esquadria Acompanhamento e controle Acabamento Controle tecnológico Armazenamento Transporte Utilização 3.1 Interferências com a estrutura BLOCOS ESTRUTURAIS 3.1.1 TIPOLOGIA E USO Os blocos de concreto foram os únicos utilizados nas obras visitadas, representavam 100%. Nenhuma construtora pesquisada utilizava blocos cerâmicos. Segundo os engenheiros das obras, utilizavam blocos de concreto pela limitação da resistência de blocos cerâmicos. A norma NBR 6136/2007 especifica as características dos blocos de concreto para alvenaria estrutural, sendo que os principais blocos com função estruturais comercializados atualmente apresentam as seguintes dimensões: 27 Tabela 3 – Característica dos blocos de concreto. Fonte: www.comunidadedaconstrucao.com.br Os blocos principais, usados nas construções pesquisadas possuíam as dimensões de 14x19x39 cm (Figura 3). 28 Figura 3: Blocos principais 3.1.2 CONTROLE TECNOLÓGICO Os engenheiros das obras Nº1 e da Nº2 afirmaram que fazem o controle tecnológico dos blocos apenas para garantir a resistência mínima e, mesmo assim, não fazem de acordo com a NBR 6136/2007. O engenheiro da obra Nº3 afirmou que faz a verificação dos lotes é somente visual, buscando possíveis defeitos ou falhas na fabricação. Os resultados mais detalhados das questões aplicadas aos engenheiros estão no capítulo 4. 3.1.3 TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO Nas três obras o transporte dos blocos era feito através de manipuladores telescópicos, paletizados por todo o canteiro até o local a ser utilizado, o que oferecia menor 29 probabilidade de ocorrer quebras de blocos durante o seu manuseio e aumenta a eficiência no abastecimento dos pavimentos, como mostra a Figura 4. Figura 4: Em A temos armazenamento de blocos em paletes e em B manipulador telescópico. O uso de gruas é muito eficaz no transporte de blocos paletizados, mas as obras pesquisadas não utilizavam esse benefício. 3.2 ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO E GRAUTE 3.2.1 COMPOSIÇÃO Para Santos (1998) é a importe se ter uma combinação equilibrada com a mistura de cimento, cal e areia, o que não foi utilizado em nenhuma das obras visitadas. 30 Em todas as obras visitadas, o traço da argamassa era controlado com placa de identificação. Essa ação auxilia o controle dos diferentes traços de materiais encontrados nas construções, reduzindo a possibilidade de erro dos operadores de betoneira e evitando a troca de traços, principalmente quando se tem diferentes tipos de argamassa em um mesmo canteiro de obra. Isso também serve para o traço de grautes e concretos utilizados na obra. Foi observado ainda que nenhuma das obras visitadas faz o controle do traço da argamassa na periodicidade recomendada pela norma NBR 8798 – Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto (ABNT, 1985). A norma estabelece que cada lote de ensaio deve corresponder à argamassa ou ao graute utilizado em, no máximo, um andar, ou em uma semana de produção, ou 200m 2 de área construída, ou 500m2 de parede, prevalecendo a menor quantidade. As obras pesquisadas faziam apenas um ensaio, antes do início da execução da alvenaria. 3.2.2 MISTURA, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO Nenhuma das obras pesquisadas utilizava misturadores de eixo horizontal no próprio pavimento em que é usada a argamassa. Em todas as obras eram usadas betoneiras para a mistura da argamassa e graute. A produção estava localizada no térreo e geralmente com posição centrada no canteiro, conforme mostra a Figura 5. Segundo Santos (1998), essa técnica é funcional, porém “necessita um maior número de pessoas para realizar a edição dos componentes e o transporte de argamassa, quando comparado com o misturador utilizado no andar”. A utilização de misturador de argamassa industrializada de eixo encaminha-se para uma maior racionalização, principalmente quando são utilizadas argamassas pré-misturadas ou industrializadas. 31 Figura 5: Central de produção de argamassa. Na sequência da pesquisa, foi verificado que as obras não armazenavam os agregados da maneira correta, que seriam em baias sinalizadas, cobertas, com contenção em pelo menos três lados e com o fundo cimentado. Esta maneira inadequada promove a contaminação dos agregados com o solo e a falta de cobertura aumenta o gradiente de umidade. Este descuido pode ser verificado na Figura 6 (BONIN, 1993). Figura 6: Armazenamento inadequado dos agregados. 32 Entretanto, as obras visitadas apresentavam certo nível de mecanização, representando um avanço. Foi constatado o uso do “dumper” para transporte de argamassas, graute e concreto, conforme mostrado na Figura 7. Figura 7: Dumper. O local onde a argamassa ficava antes do assentamento, nos pavimentos, era em uma masseira de tábuas com fundo de zinco ou o material era lançado no próprio piso dos pavimentos. No segundo caso o local de trabalho se torna menos limpo e organizado além de ser menos prático para os operários. Concernente ao uso dos recipientes individuais, os pedreiros utilizavam diversos modelos com dimensões e formas variadas durante o assentamento dos blocos. Segundo Santos (1998), a forma e as dimensões do recipiente devem ser adequadas para o tipo de ferramenta utilizada para assentamento dos blocos, como, por exemplo, a colher de pedreiro, a “canaleta” ou a “palheta”. 33 3.3 ELEVAÇÃO DA ALVENARIA 3.3.1 FERRAMENTAS Tabela 4: Equipamentos e ferramentas usados para a construção de edifícios. Equipamentos para os processos Equipamentos de apoio/transporte Fonte: Thomaz (2001) As obras utilizam a colher de pedreiro como principal meio para assentamento de argamassa. Em paralelo, também não foi verificado o uso da bisnaga em todas as obras. Quando a comparamos com a colher de pedreiro, nota-se um desempenho muito maior no uso da bisnaga, pois permite maior produtividade, regularidade nas juntas, com melhor acabamento, e menor desperdício de material. Esse desempenho depende também da adaptação do funcionário e treinamento. 34 Existem ainda ferramentas pouco conhecidas, como é o caso da “palheta”, da “caneleta” e o gabarito metálico, que podem permitir um bom desempenho, quando comparados à tradicional colher de pedreiro. Outras ferramentas básicas usadas para a construção também foram encontradas nas obras visitadas, como o nível, sarrafo, prumo e esquadro. Não foi verificado o uso do escantilhão para elevação das paredes em nenhuma das visitas, todas as obras construíam a alvenaria de forma escalonada, conforme ilustrado na Figura 8. Figura 8: Elevação da alvenaria de forma escalonada. Salientando que os escantilhões racionalizam o processo de elevação das paredes, aumentando a produtividade e reduzindo o tempo e os deslocamentos para a execução da alvenaria. Segundo Santos (1998), “estes equipamentos funcionam como gabaritos que materializam o prumo, o nível, o alinhamento e a distância entre fiadas”. Ele acredita que um dos fatores que justifica a pouca utilização desse equipamento está ligada à “resistência, por parte dos operários, em empregar novas tecnologias”. 35 Em algumas obras foi encontrado também o uso da mangueira de nível, em outra foi verificado a utilização de nível a lazer. Importante salientar que o nível a lazer é mais prático e permite maior precisão na aferição do nível das paredes, sendo importante ferramenta para permitir maior qualidade na execução da alvenaria estrutural. Há ainda o nível alemão, que não foi localizado em nenhuma obra pesquisada. 3.3.2 ABERTURA DAS JUNTAS E VÃOS As espessuras da argamassa para nivelamento da primeira fiada nas obras variavam entre 1 e 2 cm, estavam de acordo com a norma NBR 8798 (ABNT, 1985), que recomenda que as juntas tenham espessura de 1 cm, com uma margem de 3 mm, para mais e para menos e a norma NBR 15812-2 (ABNT, 2010c) tolera até 2 cm de espessura da junta. Para que não aconteça essa variação é indicado o uso do gabarito de altura das fiadas, principalmente quando estiver associado com o uso do escantilhão. Concernente ao preenchimento das juntas horizontais de argamassa, todas as obras realizavam o preenchimento total das juntas (longitudinal e transversal). Segundo Santos (1998), a prática do preenchimento apenas transversal “ocasiona desperdício da argamassa”, por não ocorrer, durante a amarração dos blocos, a coincidência integral de septos. A resistência é maior quando as juntas horizontais são preenchidas totalmente (longitudinal e transversal), quando comparadas com paredes que possuem apenas preenchimento longitudinal. Para Santos (1998), isso ocorre devido ao aumento da área útil de argamassamento. Thomaz (2001) recomenda a utilização de gabaritos metálicos por serem indeformáveis no processo de abertura de vãos durante a elevação das paredes de alvenaria, pois 36 garantem dimensões lineares e os ângulos de projeto. Mas nenhuma das visitadas apresentavam a utilização dos gabaritos metálicos. 3.4 INSTALAÇÕES Os engenheiros responsáveis pelas obras destacaram o acompanhamento do instalador elétrico durante a elevação das paredes de alvenaria estrutural, o que é fundamental para a correta instalação, com a passagem de eletrodutos embutidos nos furos dos blocos, evitando indesejáveis quebras e rasgos, conforme mostra a Figura 9. Todas as obras utilizavam essa prática. Figura 9: Instalação embutida na alvenaria preenchida com graute. Com relação à execução dos quadros de instalação em geral, a abertura desses quadros em uma obra, era deixada através de gabarito durante a elevação das paredes. Já nas outras obras, onde essa prática não era realizada, nota-se a diferença, onde essas 37 aberturas eram feitas através de rasgos nas paredes comprometendo a qualidade e a segurança da edificação, além do desperdício de material e a geração de resíduos. Thomaz (2001) recomenda que, além de ser necessário estar prevista no projeto, “as caixas de pequenas dimensões devem ser previamente embutidas e chumbadas nos blocos”. Esta prática exige uma central de corte e embutimento das caixas elétricas nos blocos antes do assentamento. Em nenhuma das obras visitadas esta prática era utilizada. Em todas as obras foi identificada a prática de embutir as caixas elétricas nos blocos, após o assentamento dos mesmos, conforme mostra a Figura 10. Figura 10: Caixas elétricas embutidas após assentamento dos blocos. 38 3.5 LAJES 3.5.1 TIPOS São diversos os tipos de lajes utilizados em obras de alvenaria estrutural, nas obras visitadas, há preferência por lajes pré-fabricadas (Figura 11). Figura 11: Lajes pré-moldadas em obra pesquisada. Para Santos (1998), as lajes industrializadas do tipo lajotas e vigotas não apresentam o mesmo desempenho estrutural que as lajes moldadas no local. Segundo o autor, as lajes moldadas no local apresentam maior rigidez em todas as direções e possibilitam uma excelente vinculação entre as paredes, favorecendo um “integral acionamento destas para absorção dos esforços laterais”. 39 3.5.2 TRANSPORTE E ACABAMENTO Os equipamentos utilizados para transportar as peças de lajes são os guindastes (Figura 12). Em geral, as peças de lajes têm 8 cm de espessura total, e as instalações e armaduras já eram embutidas durante a fabricação. Figura 12: Guindaste transportando a laje do local de fabricação para obra. Santos (1998) afirma que “quando se utiliza laje acabada é necessária à definição prévia dos tipos de revestimento utilizados em cada ambiente e dos níveis de rebaixamento necessários na laje, principalmente nos locais onde são previstos pisos frios”. Segundo Thomaz (2001), para minimizar os desvios geométricos durante o nivelamento da laje, os equipamentos de nivelamento a laser, com nivelamento automático do aparelho, são bastante utilizados e bem aceitos nas obras. 40 3.6 REVESTIMENTOS O tipo de revestimento interno e externo a ser colocado nas paredes da alvenaria estrutural está diretamente relacionado com o grau de racionalização do projeto e execução desse sistema. As obras visitadas utilizavam o revestimento a gesso na área interna. Segundo Santos (1998), o revestimento em gesso gera maior racionalização nas obras, pois, além da possibilidade de se eliminar a execução da massa corrida, possui maior facilidade no controle dos serviços. Foi observada, também, a presença de outros tipos de revestimentos como o reboco e o emboço em duas obras pesquisadas. O modelo do questionário no modelo como foi aplicado junto às construtoras encontrase em anexo. A partir dos resultados dos questionários foi possível colher informações relacionadas com as principais técnicas construtivas. Assim, foi verificada a inclinação de uso de práticas de racionalização nas obras de alvenaria estrutural no município de Feira de Santana. Através de referenciais bibliográficos encontrados nas principais literaturas que expõem o assunto, foi possível julgar tais práticas. 41 4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS OBTIDOS COM O QUESTIONÁRIO A seguir, foram criadas tabelas, com as principais respostas analisadas neste trabalho. Cada tabela representa um tópico de racionalização construtiva. Tabela 5: Tabela com as respostas obtidas sobre os blocos estruturais. OBRA DIMENSÕES VARIAÇÃO TRANSPORTE ARMAZENAMENTO CONTROLE VERIFICAÇÃO DOS DA VERTICAL DOS BLOCOS TECNOLÓGICO DIMENSIONAL BLOCOS RESISTENCIA DOS BLOCOS PRINCIPAIS CONFORME PAVIMENTO 1 14 x 19 x 39 sim Manipulador A céu aberto Uma amostra a Apenas visual em telescópico cada 10 mil blocos cada lote 2 14 x 19 x 39 sim Manipulador telescópico A céu aberto Oito amostras a cada 10 mil blocos Apenas visual em cada lote 3 14 x 19 x 39 não Manipulador telescópico A céu aberto Não faz Apenas visual em cada lote Tabela 6: Tabela com as respostas obtidas sobre argamassa e graute. OBRA CONTROLE TECNOLGICO PRODUÇÃO TRANSPORTE ARMAZENAMENTO UTILIZAÇÃO APLICAÇÃO DURANTE A DO GRAUTE UTILIZAÇÃO 1 Não faz Na obra, com padiola, balde e betoneira Dumper, Bob Cat, manipulador telescópico Masseira de tábuas com fundo de zinco ou próprio piso, sem suporte Uma amostra a cada 10 mil blocos Com balde e vibrador de concreto 2 Não faz Na obra, com padiola, balde e betoneira Dumper Masseira de tábuas com fundo de zinco ou próprio piso, sem suporte Oito amostras a cada 10 mil blocos Com balde e vibrador de concreto 3 Não faz Na obra, com padiola, balde e betoneira Dumper, Bob Cat, manipulador telescópico Masseira de tábuas com fundo de zinco ou próprio piso, sem suporte Não faz Com balde e vibrador de concreto 42 Tabela 7: Tabela com as respostas obtidas sobre elevação da alvenaria. OBRA FERRAMENTAS UTILIZADAS MÉTODO EXECUTIVO CONTROLE 1 Colher de pedreiro; meia cana; régua de prumo e nível; esquadro metálico De forma escalonada Com nível a laser 2 Colher de pedreiro; meia cana; régua de prumo e nível; esquadro metálico De forma escalonada Com nível a laser 3 Colher de pedreiro; meia cana; régua de prumo e nível; esquadro metálico De forma escalonada Mangueira de nível Tabela 8: Tabela com as respostas obtidas sobre aberturas e vãos. OBRA EXECUÇÃO MATERIAL DE ENCHIMENTO ENTRE MARCO E ALVENARIA TIPO DE ESQUADRIA 1 Vãos de portas e janelas executados sem gabarito, seguindo paginação Verga pré moldada Esquadria pronta 2 Vãos de portas e janelas executados com gabarito de madeira Viga de isopor Esquadria pronta 3 Vãos de portas e janelas executados sem gabarito, seguindo paginação Argamassa Esquadria pronta Tabela 9: Tabela com as respostas obtidas sobre instalações. OBRA DISPOSIÇÃO NO PROJETO MÉTODO EXECUTIVO ACOMPANHAMENTO E CONTROLE INTERFERÊNCIAS COM A ESTRUTURA 1 Estão previstos no projeto as paredes hidráulicas, shafts verticais. Caixas de tomada fixadas após assentamento dos blocos; kit hidráulico montado previamente. Eletricistas e encanadores acompanham a elevação da alvenaria; Dificuldade de compatibilização das instalações. 2 Estão previstos no projeto os shafts verticais. Caixas de tomada fixadas após assentamento dos blocos Eletricistas e encanadores acompanham a elevação da alvenaria; Dificuldade de compatibilização das instalações. 3 Estão previstos no projeto as paredes hidráulicas, shafts verticais. Caixas de tomada fixadas após assentamento dos blocos; kit hidráulico montado previamente. Eletricistas e encanadores acompanham a elevação da alvenaria; Dificuldade de compatibilização das instalações. 43 Tabela 10: Tabela com as respostas obtidas sobre as lajes. OBRA 1 TIPO Pré-moldada de concreto, com 8cm de espessura, moldada fora da obra TRANSPORTE Caminhão munck do local que foi moldada até a obra e guindaste para mover até a torre que está sendo executada ACABAMENTO Regularização posterior com a execução do contra piso 2 Maciça moldada in loco, com 10cm de espessura Não se aplica Regularização posterior com a execução do contra piso 3 Pré-moldada de concreto, com 8cm de espessura, moldada fora da obra Caminhão munck do local que foi moldada até a obra e guindaste para mover até a torre que está sendo executada Regularização posterior com a execução do contra piso Tabela 11: Tabela com as respostas obtidas sobre os revestimentos. OBRA TIPO 1 Emboço e reboco nas paredes externas e gesso nas paredes internas 2 Vãos de portas e janelas executados com gabarito de madeira 3 Emboço e reboco nas paredes externas e gesso nas paredes internas Ao longo deste trabalho, foram discutidas muitas técnicas recomendadas por vários autores. Devido as respostas do questionário aplicado, pode-se observar que o nível de racionalização do sistema de Alvenaria Estrutural em Feira de Santa ainda é muito baixo. Notaram-se também a falta de preocupação por parte dos engenheiros executantes com as recomendações da NBR 6136/2007. Todos estes problemas encontrados podem ser um retrato do pouco conhecimento técnico sobre esta técnica. 44 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS No presente trabalho de pesquisa buscou-se abordar a racionalização do processo construtivo em alvenaria estrutural com bloco de concreto. Este processo tem se transformado em um referencial no que se diz respeito à competição no mercado de construção civil. O sistema construtivo em alvenaria estrutural, como os demais sistemas, apresenta limitações que devem ser observadas com atenção para que se tenha um resultado satisfatório, tanto sob aspecto da segurança e dos custos, quanto da qualidade final do produto. A partir desse trabalho foi observado que em algumas obras, havia práticas adotadas com características convencionais de uso corrente nas construções. Práticas ultrapassadas, muitas vezes, e que podem resultar em baixa produtividade e alto índice de desperdício. Foi apresentada a importância em se utilizar práticas construtivas para a otimização dos recursos envolvidos nessas construções, incluindo também os principais problemas que podem ocorrer pela falta de racionalização. Como resultado dessa pesquisa, percebeu-se que a maioria das obras visitadas ainda possui baixo nível de racionalização, principalmente na fase de execução das obras. Outro grande problema verificado é a não apresentação de inovação em ferramentas e equipamentos, dentre outros. Conclui-se que é necessário, portanto, a integração total entre todos os participantes das equipes envolvidas, desde a etapa da concepção do projeto, ou seja, entre o arquiteto e o engenheiro estrutural, até a fase de construtiva da edificação, quando são envolvidos engenheiros e os encarregados técnicos de todas as instalações. 45 REFERÊNCIAS ARAÚJO, H. N.; Intervenção em obra para implantação do processo construtivo em alvenaria estrutural: Um estudo de caso. Florianópolis, Dissertação de Mestrado em Engenharia da UFSC, 1995. 117p ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.; Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto. NBR 10837. Rio de Janeiro, 1989. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.; NBR 6136/2007 – Bloco Vazado de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural. Rio de Janeiro, 1994. 6 p BONIN, L.C.; et al. Manual de referência técnica para estruturas de concreto armado convencionais. Sinduscon/RS: Programa de qualidade e produtividade na construção civil/RS,1993. CAMACHO J. S.; Projeto de edifício de alvenaria estrutural. Universidade Estadual Paulista, Ilha solteira, São Paulo, 2000. CHIAVENATO, I.; Administração de empresas. Uma abordagem contingencial. 3 ed. São Paulo. Makron Books. 1994 HENDRY, A.W.; Engineered design of masonry buildings: fifty years development in Europe. Prog. Struct. Eng. Mater. 2002; 4:291–300. University of Edinburgh, Scotland. MELO, M. C.; Projeto Arquitetônico: Necessidades e Dificuldades do Projeto Arquitetônico Frente às Particularidades do Processo Construtivo de Alvenaria Estrutural. Florianópolis. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Universidade Federal de Santa Catarina, 2006 46 RAMALHO, M. A.; CORRÊA, M. R. S. Projeto de Edifícios de Alvenaria Estrutural, São Paulo: Ed. Pini, 2003. 174 p. PRUDÊNCIO JR, L.R.; OLIVEIRA A. L.; BEDIN, C.A. Alvenaria Estrutural de Blocos de Concreto. Florianópolis: Editora Gráfica Pallotti, 2002. SABBATINI, F. H.; Alvenaria Estrutural: Materiais, execução da estrutura e controle tecnológico. Requisitos e Critérios Mínimos a serem Atendidos para Solicitação de Financiamento de Edifícios em Alvenaria Estrutural junto à Caixa Econômica Federal. Brasília, 2003. SANCHEZ, E.; Alvenaria Estrutural: Novas Tendências Técnicas e de Mercado. Editora Interciência. SENAI. Rio de Janeiro, 2002. SANTANA, F. I. T.; Práticas de racionalização construtiva em obras de alvenaria estrutural no estado de Sergipe: Identificação e análise. São Cristóvão, 2010. SANTOS, M. D. F.; Técnicas construtivas em alvenaria estrutural: contribuição ao uso. Santa Maria: UFSM, 1998. 157 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Santa Maria, 1998. TAUIL, C. A.; Revista Qualidade na Construção. A arte, a história e a técnica da alvenaria estrutural de blocos de concreto. Ano II, n° 13, 1998. TAUIL, C. A.; NESE, F. J. M. Alvenaria Estrutural. 1. ed. São Paulo. Editora Pini. 2010 THOMAZ, E.; Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção. São Paulo. Editora Pini. 2001 47 VFAZITTO COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA; A vez dos blocos de concreto. Disponível em http://www.vfazitto.com.br/index.php?setor=sala&subsetor=cn&id=207. Acesso em março 2011. VIEIRA, Helio Flavio; Logística aplicada à construção civil: Como melhorar o fluxo de produção nas obras. São Paulo. 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( Outro.................................... ) Cerâmico; ( ) Concreto; ( ) 17- Quais as dimensões do bloco principal?....................................................................... 18- Existem peças (blocos) complementares? ( ) Sim; ( ) Não 19- Se sim. Quais são e para que servem? Peça 1:.................................................................................................................................. Peça 2:.................................................................................................................................. Peça 3:.................................................................................................................................. 20- Existe variação da resistência dos blocos conforme o pavimento? ( ) Sim; ( ) Não 21- A fabricante de blocos possui estrutura para entrega de blocos paletizados? ( ) Sim; ( ) Não 22- Como é feito o transporte vertical dos blocos? São paletizados?................................. 23- Como é feito o transporte horizontal dos blocos?......................................................... 24- Como é feito o armazenamento dos blocos?................................................................. 25- Existe controle tecnológico dos lotes de blocos utilizados na obra? ( ) Sim; ( ) Não 26- Se sim. Como é feito esse controle?.............................................................................. 27- Existe verificação dimensional e inspeção visual dos blocos? ( ) Sim; ( ) Não 28- Se sim. Como é feita essa verificação?......................................................................... 29- Se existir variação nas resistências dos blocos, seja previstas em projeto, ou pelo resultado indesejado do ensaio à compressão, qual o procedimento adotado para separar e utilizar esses blocos? ........................................................................................................ 50 Argamassa de assentamento 30- Quais materiais fazem parte do traço da argamassa de assentamento?......................... 31- Como é feito o controle do traço de argamassa (dosagem)?......................................... 32- Como é feito o controle de qualidade dos agregados?.................................................. 33- Existe controle com ensaios para verificar a resistência da argamassa? ( ) Sim; ( ) Não 34- Se sim. Como é feito esse controle?.............................................................................. 35- Qual o equipamento utilizado para preparação da argamassa?..................................... 36- Onde essa argamassa é produzida?............................................................................... 37- Como a argamassa ou materiais componentes da argamassa são fornecidos para a obra? ( ) Pré-Misturada; ( ) Industrializada; ( ) Convencional 38- Como é feito o transporte da argamassa da produção ao local a ser utilizada?............ 39- Como é armazenada a argamassa durante a sua utilização?......................................... 40- São utilizados suportes para as masseiras? ( ) Sim; ( ) Não 41- Se sim. Como são esses suportes?................................................................................. Graute 42- Como é feito o controle do traço de graute (dosagem)?............................................... 43- Como o graute é lançado nos furos? Qual a altura adotada para preenchimento dos furos? .................................................................................................................................. 44- Para inspeção e limpeza do excesso de argamassa das juntas dos blocos, é feita uma abertura na base da coluna a ser grauteada? ( ) Sim; ( ) Não 45- Se sim. Como isso é feito?............................................................................................ 51 Elevação da alvenaria 46- Qual(is) a(s) ferramenta(s) e equipamentos utilizado(s) para assentamento da argamassa nos blocos? ( ) Colher de pedreiro; ( ) Bisnaga; ( ) Meia-cana; ( ) Palheta; ( ) Escantilhão; ( ) Nível de alemão; ( ) Régua de prumo e nível; ( ) Esquadro metálico; ( ) Outros........................................ 47- Quais detalhes são mostrados no projeto de marcação? ( ) Planta de primeira fiada, com locação das paredes a partir dos eixos; ( ) Identificação das paredes com suas respectivas vistas; ( ) Locação dos pontos de instalação na laje; ( ) Outros.................................................... 48- Quais detalhes são mostrados no projeto de elevação? ( ) Tomadas; ( ) Eletrodutos; ( ) Pontos de água; ( ) Rede hidráulica; ( ) Ramais de esgoto; ( ) Altura das janelas; ( ) Cotas dos pontos; ( ) Blocos diferenciados; ( ) Espessura da juntas; ( ) Blocos especiais; ( ) Resistência dos blocos; ( ) Resistência da argamassa; ( ) Grautes; ( ) Resistência dos grautes; ( ) Detalhe da armação ( ) Outros.................................................................................. 49- Qual a média em mm da argamassa para nivelamento da 1ª fiada? ( ) 1 a 1,5 cm; ( ) 1,5 a 2 cm; ( ) > 2cm 50- Como é feito esse nivelamento? ( ) Mangueira de nível; ( ) Nível a laser; ( ) Nível alemão; ( ) Outro................................................................... 51- Qual a espessura máxima encontrada?.......................................................................... 52- Como são preenchidas as juntas horizontais de argamassa? ( ) Preenchimento total (longitudinal e transversal); ( ) Preenchimento parcial (somente longitudinal) 53- As juntas verticais são preenchidas? ( ) Sim; ( ) Não 52 Aberturas 54- As aberturas dos vãos e a altura estão coerentes com a modulação; ( ) Sim; ( ) Não 55- São utilizados gabaritos para execução dos vãos de porta e janela? ( ) Sim; ( ) Não 56- Se sim. De qual material é feito esse gabarito?............................................................. 57- Se não. Qual a prática utilizada para execução de vãos?.............................................. 58- No caso de não compatibilidade de modulação com as dimensões das portas e janelas, como são preenchidos os vãos existentes entre o marco e os blocos?................... 59- Qual a solução adotada para as vergas e contra-vergas de janelas e vergas de portas? ( ) Pré-moldados; ( ) Calhas “U” com graute e ferragem; ( ) Coincide com a cinta ( ) Outro....................................................... 60- Como é feito o assentamento da esquadria? ( ) Uso de contra-marco; ( ) Esquadria pronta; ( ) Outro.............................................................. Instalações 61- Existe dificuldade de compatibilizar instalações de eletrodutos nas paredes de alvenaria estrutural, ocasionando rasgos indesejáveis? ( ) Sim; ( ) Não 62- As caixas de tomadas são fixadas antes ou após o assentamento dos blocos? ( ) Antes; ( ) Após 63- Existem blocos com geometria adequada para fixação das caixas elétricas? ( ) Sim; ( ) Não 64- O eletricista acompanha as equipes de elevação? ( ) Sim; ( ) Não 65- Os quadros de distribuição estão previstos no projeto de elevação? ( ) Sim; ( ) Não 66- Existem paredes hidráulicas (não estruturais) previstas em projeto? ( ) Sim; ( ) Não 67- Se sim. Qual o tipo de bloco utilizado para fechamento dessas paredes? 53 ( ) Bloco estrutural; ( ) Bloco de vedação; ( ) Outro......................................................... 68- Como é feita a fixação com as paredes estruturais e entre a última fiada dessas paredes e a laje de teto?....................................................................................................... 69- São previstos shafts verticais? ( ) Sim; ( ) Não 70- Se sim. Qual o material empregado para fechamento?................................................. 71- Os kit’s hidráulicos são previamente montados fora do local a ser fixado? ( ) Sim; ( ) Não Lajes 72- Qual é o tipo de laje prevista em projeto? ( ) Maciça moldada in loco; ( ) Maciça pré-laje; ( ) Nervurada; ( ) Pré-fabricada lajota e vigota; ( ) Outro............................................................. 73- Qual(is) a(s) espessura(s) das lajes acabadas?.............................................................. 74- Caso seja pré-moldada, como será o transporte?.......................................................... 75- Como é feito o transporte do concreto? ( ) Balde e grua; ( ) Bombeável; ( ) Outro............................... 76- Existe acabamento da superfície na concretagem, para receber a camada de piso diretamente? Ou é feita posterior regularização?................................................................ Revestimento das paredes 77- Qual o tipo de revestimento adotado? ( ) Reboco; ( ) Emboço; ( ) Revestimento de gesso; ( ) Outro..........................................................