ciclo_Cardiaco._resumo

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O Ciclo Cardíaco
Os eventos cardíacos que ocorrem do início de um batimento até o início de outro são chamados de
ciclo cardíaco. Cada ciclo se origina de um estímulo espontâneo no nódulo sinusal, situado próximo à
abertura da veia cava superior. O potencial de ação se propaga pelos átrios e depois pelos ventrículos
através do feixe A-V. Essa diferença no tempo de chegada da despolarização permite que os átrios
contraiam-se antes dos ventrículos, o que é importante para o bom funcionamento do coração.
Relação do Eletrocardiograma com o Ciclo Cardíaco

Onda P – Despolarização dos átrios _ contração atrial.

Complexo QRS – Despolarização dos ventrículos _ contração dos ventrículos.

Onda T – Repolarização dos ventrículos _ fim da contração dos ventrículos, diástole.
Funcionamento dos Átrios como Bomba de Escorva
O sangue chega aos átrios de forma contínua pelas grandes veias. A maior parte deste sangue (75%)
flui diretamente para o ventrículo, então, a contração atrial só é responsável por 25% do volume de
sangue que passa pro ventrículo. Assim, mesmo sem o funcionamento dos átrios, o coração pode operar
sem comprometer a circulação.
Funcionamento dos Ventrículos como Bombas
Enchimento:
Após a sístole ventricular, a pressão do sangue acumulado no átrio abre a válvula A-V. Inicia-se
então o enchimento do ventrículo. Nos dois primeiros terços da diástole, 75% do sangue flui
passivamente do átrio para o ventrículo (período de enchimento rápido dos ventrículos), sendo que no
primeiro terço o fluxo é mais rápido que no segundo. No último terço, a contração atrial joga os 25%
restantes de sangue no ventrículo.
Esvaziamento:
Período de Contração Isovolumétrica: ventrículo contrai para vencer a pressão do sangue nas
artérias e então abrir as válvulas semilunares. Ocorre aumento na tensão do músculo, mas não o
encurtamento das fibras musculares.
Período de Ejeção: quando a pressão ultrapassa 80 mm Hg (no esquerdo, e 8 no direito), as
válvulas semilunares são forçadas a abrir e o sangue é ejetado. Temos o período de ejeção rápida no
primeiro terço, onde 70% do sangue sai do ventrículo. Nos dois últimos terços os 30% restantes são
ejetados, constituindo o período de ejeção lenta.
Período de Relaxamento Isovolumétrico: relaxamento do músculo sem alteração no volume. Ocorre
ao final da sístole.
Função das Válvulas:
No coração, existem as válvulas átrio-ventriculares e semilunares. Elas são passivas – abrem e
fecham por diferença de pressão – e tem como função impedir o refluxo sanguíneo.
Válvulas Atrioventriculares. São: a mitral, do lado esquerdo; e a tricúspide, do lado direito.
Impedem o retorno do sangue dos ventrículos para os átrios durante a sístole. Um fluxo retrógrado
pequeno já é suficiente para fechar a válvula porque seus folhetos são delgados. Eles são tão finos, que é
necessário à existência de cordas tendíneas e músculos papilares para evitar o abaulamento dos folhetos
da válvula para dentro do átrio.
Válvulas Semilunares. São a pulmonar e aórtica. As altas pressões nas artérias provocam um
fechamento abrupto das válvulas semilunares. Além disso, por possuírem orifícios pequenos, a velocidade
de ejeção do sangue é maior, se comparado com as válvulas A-V. As válvulas semilunares não possuem
cordas tendíneas.
A Curva de Pressão Aórtica:
Quando o ventrículo esquerdo se contrai, a pressão ventricular aumenta até que a válvula aórtica se
abra. A entrada de sangue na aorta faz com que suas paredes sejam estiradas e a pressão aórtica aumente
para 120 mm Hg (pressão sistólica). Mesmo depois de cessada a ejeção, a pressão na aorta se mantém
alta, por causa da retração elástica das artérias. Ocorre a incisura na curva porque há um pequeno refluxo
antes do fechamento da válvula. Após esse fechamento, a pressão aórtica cai lentamente até 80 mm Hg
(pressão diastólica).
Relação das Bulhas Cardíacas com o Bombeamento Cardíaco
Bulhas são os sons produzidos pelo coração em funcionamento. As duas primeiras bulhas são
facilmente audíveis usando o estetoscópio. E as outras duas podem ser registradas num fonocardiograma.
Primeira Bulha – fechamento das válvulas A-V. O som é grave, longo e contínuo.
Segunda Bulha – fechamento das válvulas semilunares. É um estalido rápido e a vibração é curta.
Terceira Bulha – influxo de sangue no ventrículo. A bulha é fraca e dificilmente audível.
Quarta bulha (Bulha Cardíaca Atrial) – ocorre durante a contração atrial e é causada pelo influxo
de sangue nos ventrículos, da mesma forma que a terceira bulha. É registrada no fonocardiograma.
Regulação do Bombeamento Cardíaco
Durante o exercício intenso, o coração pode ser exigido a bombear um volume sanguíneo maior.
Os mecanismos básicos que regulam esse aumento do volume bombeado estão no próprio coração e no
sistema nervoso autônomo.
Regulação Intrínseca do Bombeamento Cardíaco – O mecanismo de Frank-Starling
O volume de sangue que flui das veias para o coração é chamado de retorno venoso. O mecanismo
cardíaco de Frank-Starling, explica que: quanto mais o músculo é distendido durante seu enchimento
(retorno venoso), maior é a força de contração e a quantidade de sangue bombeada para a aorta. Ou então:
dentro dos limites fisiológicos, o coração bombeia todo o sangue que chega a ele, sem permitir o
represamento excessivo de sangue nas veias.
Isso acontece porque, quando o ventrículo se enche com uma quantidade adicional de sangue, suas
paredes se distendem mais. Isso faz com que o músculo se contraia com mais força. O suficiente para
garantir um bombeamento adicional de sangue.
Além do mecanismo de Frank-Starling, a distensão da parede atrial aumenta diretamente a
freqüência cardíaca. O que ajuda na tarefa de bombear mais sangue por minuto.
O aumento da pressão aórtica só diminui o débito cardíaco se já estiver com mais de 160 mm Hg.
Então, durante o funcionamento normal do coração, o débito cardíaco é determinado pela facilidade no
fluxo sanguíneo pelos tecidos do corpo, o que, por sua vez, controla o retorno venoso sanguíneo para o
coração.
Controle Cardíaco pelos Nervos Simpáticos e Parassimpáticos
A eficiência do bombeamento cardíaco também é controlada pelos nervos simpáticos e
parassimpáticos (vagos).
Nervos Simpáticos: a estimulação simpática aumenta a freqüência e a força de contração cardíaca,
aumentando assim o volume de sangue bombeado e a pressão de ejeção. Pode aumentar o débito cardíaco
por duas a três vezes. Em condições normais, as fibras simpáticas mantêm o bombeamento em cerca de
30% acima do que ocorreria sem sua estimulação.
Nervos Parassimpáticos (vagais): as fibras vagais se distribuem mais nos átrios que nos ventrículos,
então, quando há estimulação parassimpática, há prevalência da diminuição da freqüência e não da força
da contração, muito embora ela também seja moderadamente reduzida.
Efeito dos Íons Cálcio e Potássio sobre o Funcionamento Cardíaco
A alta concentração de potássio extracelular diminui o potencial de repouso das membranas, e
conseqüentemente, diminui o potencial de ação. Com isso, a contração torna-se fraca e o coração fica
flácido.
O excesso de cálcio provoca uma contração espástica do coração, em virtude do efeito do cálcio na
contração. Obviamente, a deficiência de cálcio causa flacidez cardíaca.
Efeito da Temperatura sobre a Função Cardíaca
O aumento da temperatura do corpo provoca um aumento na freqüência cardíaca e a temperatura
baixa a diminui. Isso ocorre porque o calor aumenta a permeabilidade iônica da membrana do músculo
cardíaco, resultando na aceleração do processo de auto-excitação.
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