Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências Exatas e da Terra Departamento de Física Teórica e Experimental Programa de Pós-Graduação em Física Busca por Excesso no Infravermelho Médio em Estrelas Evoluídas com Fotometria WISE E 2MASS por Danielly Freire da Silva Orientador: Profº Dr. José Renan de Medeiros Co-Orientador: Profº Dr. Bruno Leonardo Canto Martins Natal-RN, Brasil Setembro 2015 Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências Exatas e da Terra Departamento de Física Teórica e Experimental Programa de Pós-Graduação em Física Busca por Excesso no Infravermelho Médio em Estrelas Evoluídas com Fotometria WISE E 2MASS por Danielly Freire da Silva Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Física de Departamento de Física Teória e Experimental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para a obtenção do grau de mestre em Física Orientador: Profº Dr. José Renan de Medeiros Co-Orientador: Profº Dr. Bruno Leonardo Canto Martins Natal-RN Setembro/2015 Aos meus pais, Sr. e Sra. Freire. Ao meu filho Daniel. Ouvir Estrelas "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o censo!"E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda noite, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora:"tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizes, quando não estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas" Olavo Bilac AGRADECIMENTOS: • A Deus, por me dar condições para concluir essa inicial, porém muito importante, etapa que além de profissional também foi pessoal; • Aos meus pais, Sr. e Sra. Freire, pela solidariedade, pelo empenho, dedicação, amor, apoio e acreditarem no meu sonho antes mesmo de mim, dando créditos aos desejos de uma criança que ainda não conseguia vislumbrar a totalidade da frase: eu quero estudar astronomia; • Ao meu filho, Daniel, por ser uma fonte inesgotável de beijos e abraços, pelos momentos de brincadeiras e por ser minha principal motivação; • Ao professor Walmir Siqueira, meu primeiro professor de Física e que, ainda na escola secundária, me mostrou os passos a serem tomados para eu chegar até esta etapa; • Aos professores da UFRPE, Dr. Antônio Carlos Miranda e Dr. Alexandre Medeiros, pela orientação e incentivo para o progresso da minha vida acadêmica; • Ao professor Dr. Renan de Medeiros, por me receber tão bem no grupo, pela orientação não apenas na pesquisa, mas também na vida acadêmica, e principalmente por não desistir de mim; • Ao professor Dr. Bruno Canto, pela co-orientação e pela recepção e amizade; • Aos meus amigos da UFRPE e da UFPE, Aguinaldo, Daniela e Humberto pela torcida; • Aos amigos que fiz na UFRN, por estarem ao meu lado nesta jornada; • Aos amigos da sala: Caio, Chinchón, Dgerson, Luciano, Gislana e Suzierly pelo companheirismo e cumplicidade; • Ao companheiro de sala Dgerson, pelo apoio em todas as fases da construção deste trabalho; • À gestão da Escola Estadual Monsenhor Álvaro Negromonte, na pessoa da Sra. Risonete Martins, por apoiar meu pedido de licença junto à Secretária Estadual de Educação de Pernambuco; • Ao Governo do Estado de Pernambuco, na pessoa do Sr. Eduardo Henrique Accioly Campos (In Memorian), que me concedeu licença através da Secretária Estadual de Educação para fazer o curso; • À CAPES pelo suporte financeiro. RESUMO Discos de detritos são comumente detectado orbitando estrelas da sequência principal, mas pouco se sabe sobre seu destino quando as estrelas evoluem para os estágios subgigante e gigantes. Jones (2008) encontrou fortes evidências sobre a presença de excesso de IR médio em estrelas do tipo G e K e classe de luminosidade III, utilizando dados fotométricos dos catálogos Two-Micron All Sky-Survey (2MASS) e GLIMPSE. Embora a origem desses excessos permanece incerto, é plausível que eles surgem a partir de discos de detritos em torno destas estrelas. O presente estudo traz uma pesquisa inédita na busca de excesso de IR médio em estrelas evoluídas simples e binárias do tipo espectral F, G e K das classes de luminosidade IV, III, II e Ib. Para este estudo, utilizamos dados fotométricos do WISE e 2MASS para uma amostra de 3000 estrelas evoluídas, com magnitude visual até 6,5. Como principais resultados, verificou-se que a frequência de estrelas evoluídas mostrando excesso de IR médio e aumentos de IR das classes de luminosidade IV e III em relação as classes de luminosidade II e Ib. Além disso, não existe uma clara diferença entre a presença de excesso de IR em estrelas individuais e sistemas binários para todas as classes de luminosidade analisados. PALAVRAS-CHAVE: Infravermelho Médio, Estrelas Evoluídas, Disco circunstelar. v ABSTRACT Debris discs are commonly detected orbiting main-sequence stars, but little is known regarding their fate as stars evolve along subgiant and giant stages. Jones (2008) has found strong evidence on the presence of mid-IR excess in G and K stars of luminosity class III, using photometric data from the Two-Micron All-Sky Survey (2MASS) and GLIMPSE catalogues. While the origin of these excesses remains uncertain, it is plausible that they arise from debris discs around these stars. The present study brings an unprecedent survey in the search for mid-IR excess among single and binary F, G and K-type evolved stars of luminosity classes IV, III, II and Ib. For this study, we use WISE and 2MASS photometric data for a sample of 3000 evolved stars, complete up to visual magnitude of 6.5. As major results, we found that the frequency of evolved stars showing mid-IR WISE excess increases from the luminosity classes IV and III to luminosity classes II and Ib. In addition, there is no clear difference between the presence of IR excess in binary and single stars for all the analyzed luminosity classes. KEYWORDS: Mid infrared, evolved stars, circumstellar disk. vi ÍNDICE Agradecimentos iii Resumo v Abstract vi Lista de figuras xiii 1 Introdução 1 1.1 Um pouco de história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1.2 A Natureza da Luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.2.1 Radiação Eletromagnética . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.2.2 O Espectro Eletromagnético . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1.2.3 Infravermelho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 1.2.4 O Infravermelho na Astrofísica . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.2.5 Fotometria Infravermelha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.3 Motivação do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 1.4 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 2 Excesso de Radiação Infravermelha vii 12 2.1 Disco de Detritos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 2.1.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 2.1.2 Evolução do Disco de Detritos . . . . . . . . . . . . . . . . 13 2.1.3 Disco de Detritos Como Meio de Detecção de Planetas . . . 14 2.1.4 Cinturão de kuiper . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 2.1.5 Propriedades Fundamentais de Um Disco de Detritos . . . . 19 2.1.6 Temperatura e Fração de Luminosidade . . . . . . . . . . . 20 2.1.7 Idade, Raio e Massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 2.2 Excesso de Infravermelho em Estrelas da Sequência Principal . . . 22 2.3 Excesso de Infravermelho em Estrelas Evoluídas . . . . . . . . . . . 23 2.4 Excesso de Infravermelho em Estrelas com Planetas. . . . . . . . . 25 3 Dados Observacionais 27 3.1 A Amostra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 3.2 A Missão IRAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 3.3 A Missão WISE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 3.4 2MASS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 3.5 Medição do Excesso de Infravermelho . . . . . . . . . . . . . . . . 31 3.6 Diagrama Cor-Cor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 4 Resultados e Discussões 36 4.1 Diagrama K-[22] das Estrelas Ib . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 4.2 Diagrama K-[12] das Estrelas Ib . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 4.3 Diagrama [12]-[22] das Estrelas Ib . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 4.4 Diagrama K-[22] das Estrelas II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 4.5 Diagrama K-[12] das Estrelas II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 4.6 Diagrama [12]-[22] das Estrelas II . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 4.7 Diagrama K-[22] das Estrelas III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 4.8 Diagrama K-[12] das Estrelas III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 viii 4.9 Diagrama [12]-[22] das Estrelas III . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 4.10 Diagrama K-[22] das Estrelas IV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 4.11 Diagrama K-[12] das Estrelas IV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 4.12 Diagrama [12]-[22] das Estrelas IV . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 4.13 Levantamento de Todos os Diagramas . . . . . . . . . . . . . . . . 61 5 Conclusões e Perspectivas 63 5.1 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 5.2 Perspectivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 A Tabelas 67 Referências 84 ix LISTA DE FIGURAS 1.1 Incidência de um feixe de luz branca em um prisma. . . . . . . . . 4 1.2 A luz refratada pelo segundo prisma não se altera. . . . . . . . . . 5 1.3 Espectro da luz visível. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1.4 Ilustração da experiência de Young, onde as fendas S1 e S2 comportam-se como fontes pontuais de luz e produzem um padrão estável de interferência no anteparo, onde é notada a presença de faixas brilhantes causadas pela interferência construtiva e faixas de sombras causadas pela interferência destrutivas entre as ondas. Créditos: Halliday, Resnick - Fundamentals of Physicis. . . . . . . 6 1.5 Propagação dos campos elétrico e magnético, são perpendiculares entre si e juntos formam uma onda eletromagnética se movendo na velocidade da luz. Créditos: USP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2.1 Concepção artística do disco circunstelar. Créditos: NASA . . . . . 16 2.2 Radiação do Corpo Negro. Créditos:INPE. . . . . . . . . . . . . . 17 3.1 Concepção artistica do satélite WISE orbitando a Terra. . . . . . . 29 3.2 Melhor ajuste para J-H60,1. O critério é K-[22]> 0,26. Fonte:Wu et al. (2013) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 x 3.3 Melhor ajuste para 0,1<J-H60,3. O critério é K-[22]> 0,21. Fonte:Wu et al. (2013) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 3.4 Melhor ajuste para 0,3<J-H60,3. O critério é K-[22]> 0,22. Fonte:Wu et al. (2013) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 3.5 Melhor ajuste para J-H>0,5. O critério é K-[22]> 0,22. Fonte:Wu et al. (2013) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 3.6 Exemplo de diagrama cor-cor usado por Wu et al. (2013) e foi usado na análise preliminar para a amostra por ocasião da verificação de excesso de infravermelho. As estrelas da sequência principal são representadas em azul e as gigantes pelo símbolo de mais vermelho. A linha pontilhada vermelha é o critério para a seleção das fontes em excesso de 22 µm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 4.1 Diagrama cor-cor: J −H X K−[22] para estrelas de classe luminosa Ib e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. 38 4.2 Diagrama cor-cor: J −H X K−[12] para estrelas de classe luminosa Ib e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. . . . . . . . . . . . 40 4.3 Diagrama cor-cor: J − H X [12] − [22] para estrelas de classe luminosa Ib e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. . . . . . . . . . 42 4.4 Diagrama cor-cor: J −H X K−[22] para estrelas de classe luminosa II e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. 44 xi 4.5 Diagrama cor-cor: J −H X K−[12] para estrelas de classe luminosa II e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. . . . . . . . . . . . 46 4.6 Diagrama cor-cor: J − H X [12] − [22] para estrelas de classe luminosa II e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. . . . . . . . . . 48 4.7 Diagrama cor-cor: J − H X K − [22] para estrelas de classe luminosa III e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 4.8 Diagrama cor-cor: J −H X K−[12] para estrelas de classe luminosa III e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. . . . . . . . . . . . 52 4.9 Diagrama cor-cor: J − H X [12] − [22] para estrelas de classe luminosa III e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. . . . . . . . . . 54 4.10 Diagrama cor-cor: J − H X K − [22] para estrelas de classe luminosa IV e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 4.11 Diagrama cor-cor: J −H X K−[12] para estrelas de classe luminosa IV e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. . . . . . . . . . . . 58 xii 4.12 Diagrama cor-cor: J − H X [12] − [22] para estrelas de classe luminosa IV e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. . . . . . . . . . 60 5.1 Comparação visual entre as bandas W2 (lado esquerdo) e W4 (lado direito) feita na pesquisa de Cruz-Saenz de Miera et al. (2014) com as estrelas HD 78710, V900 Per, HD 227748 e HD 107899. . . . . . 66 5.2 SEDs de quatro estrelas e cada painel, indica-se a temperatura do corpo negro e a fração de luminosidade que proporciona o melhor ajuste. Fonte:Cruz-Saenz de Miera et al. (2014) . . . . . . . . . . . 66 xiii LISTA DE TABELAS Lista de Tabelas xv A.1 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (sistemas binários IV). . . . . . . . . . . . 68 A.2 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (sistemas binários IV) . . . . . . . . . . . 69 A.3 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (estrelas individuais IV) . . . . . . . . . . 70 A.4 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (estrelas individuais IV) . . . . . . . . . . 71 A.5 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (sistemas binários III) . . . . . . . . . . . 72 A.6 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (sistemas binários III) . . . . . . . . . . . 73 A.7 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (estrelas individuais III) . . . . . . . . . . 74 A.8 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (estrelas individuais III) . . . . . . . . . . 75 xiv A.9 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (sistemas binários II) . . . . . . . . . . . 76 A.10 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (sistemas binários II) . . . . . . . . . . . 77 A.11 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (estrelas individuais II) . . . . . . . . . . 78 A.12 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (estrelas individuais II) . . . . . . . . . . 79 A.13 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (sistemas binários Ib) . . . . . . . . . . . 80 A.14 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (sistemas binários Ib) . . . . . . . . . . . 81 A.15 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (estrelas individuais Ib) . . . . . . . . . . 82 A.16 Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (estrelas individuais Ib) . . . . . . . . . . 83 xv CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO "Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito." Machado de Assis 1.1 Um pouco de história A história da Astronomia envolve um período tão antigo quanto a origem do homem, sendo considerada a mais antiga das ciências naturais. Descobertas arqueológicas evidenciam observações astronômicas entre os povos pré-históricos, sendo os mais antigos registros astronômicos datados de, aproximadamente, 3000 a.C. e são creditados aos chineses, babilônicos, assírios e egípcios. Nos tempos antigos, os homens pesquisavam uma grande quantidade de dados sobre o universo apenas baseados na observação. 1 Os astros eram estudados com o objetivo de medir o tempo e prever a melhor época para plantio e colheita. Muitos séculos antes de Cristo, os chineses sabiam a duração do ano e utilizavam um calendário de 365 dias e deixaram registros de anotações precisas de cometas, meteoros e meteoritos desde 700 a.C.. Babilônicos, assírios e egípcios também sabiam a duração do ano desde épocas pré-cristãs. Em outras partes do mundo também foram encontradas evidências de conhecimentos astronômicos antigos, como, por exemplo, Stonehenge, na Inglaterra, datando de 3000 a.C. a 1500 a.C., onde as pedras estão alinhadas com o nascer e por do sol no início do verão e do inverno. Os maias, na América Central, também conheciam o calendário e de fenômenos celestes, os polinésios aprenderam a navegar através da observação do céu. O ápice da ciência antiga foi na Grécia, de 600 a.C. a 400 a.C., este pico só foi ultrapassado no século XVI. Os primeiros conceitos de Esfera Celeste surgiram com os estudos gregos em conhecer a natureza do cosmos e do conhecimento herdado dos povos antigos, que acreditavam ser uma esfera de material cristalino incrustada de estrelas onde a Terra ocupava o centro. Como os gregos não conheciam a rotação da Terra eles imaginavam que a esfera celeste girava em torno de um eixo passando pela Terra, com isso, observaram que todas as estrelas giravam em torno de um ponto fixo no céu. Os astrônomos sabem, há milhares de anos, que o sol muda sua posição ao longo do céu, movendo-se aproximadamente um grau para o leste por dia. Um ano era o tempo para o sol completar uma volta na esfera celeste, o caminho aparente do sol durante o ano definia a eclíptica1 . A lua e os planetas percorrem o céu em uma região de dezoito graus com centro na eclípta, Aristósteles como o zodíaco, dividida em doze constelações com forma de animais. Constelações são grupos aparentes de estrelas. Os chineses, os egípcios e os antigos gregos já tinham dividido o céu em constelações. 1 Era chamada assim porque os eclipses ocorrem quando a lua está próxima da eclíptica. 2 1.2 A Natureza da Luz A astronomia é baseada quase exclusivamente na luz captada dos objetos celestes, é a partir da luz por eles emitida, refletida ou absorvida, que as informações sobre os astros são obtidas. Estrelas emitem luz, enquanto que os astros ao redor refletem esta luz. A lua, satélite natural da Terra, reflete a luz do sol e sua aparência no céu, através das fases lunar, varia de acordo com sua posição da lua em relação ao sol. Por ocasião de um eclipse solar a lua também bloqueia a luz do sol. De maneira similar a presença de poeira no espaço é detectada pela sua capacidade de absorver a luz dos corpos celestes. O buraco negro é um exemplo de objeto que não emite luz, no entanto sua presença é detectada através do efeito causado sobre os corpos que emitem a luz. A luz emitida pelas estrelas é uma forma de energia, pode ser decomposta em diferentes cores quando atravessa um prisma e tem capacidade de interagir com a matéria. Ela é mais adequadamente chamada de luz visível e é uma forma de radiação eletromagnética possui as propriedades de partículas, chamadas de fótons, e de ondas. Detectar radiação eletromagnética com telescópio é a essência da astronomia observacional. A percepção humana dos objetos na terra e no espaço vem, primeiramente, da luz visível detectada pelos olhos e trata-se de uma pequena fração de todas as radiações eletromagnéticas emitidas pelos objetos do universo. Como o resto da radiação é invisível ao olho humano ela precisa ser observada através de telescópios. 3 1.2.1 Radiação Eletromagnética Desde Aristóteles2 até o final do século XVII, as pessoas acreditavam que o branco era uma cor fundamental da luz e que as cores do arco-íris eram criadas quando a luz atravessa um outro meio. Isaac Newton3 realizou experimentos no final do século XVII contestando essa teoria, ele fez um feixe de luz do sol atravessar um prisma de vidro que decompôs a luz nas cores do arco-íris (Figura 1.1). Figura 1.1: Incidência de um feixe de luz branca em um prisma. A mudança na direção da luz quando esta se move de um meio para o outro é a refração, a representação destas cores, completa ou não, é o espectro. Em seguida Newton selecionou uma única cor e a fez passar por um segundo prisma e permaneceu com a mesma cor (Figura 1.2). O fato das cores individuais passarem pelo segundo prisma e não sofrerem alteração conferiu a Newton a conclusão que as cores de um espectro completo (Figura 1.3), na realidade, são as propriedades da luz, sendo assim, a luz branca é a mistura destas cores. Para comprovar a última observação, Newton fez a todas as cores do espectro atravessarem o prisma, dessa forma a luz branca foi refeita. Logo, as cores do espectro são entidades diferentes. 2 Filósofo grego aluno de Platão e professor de Alexandre, o grande. Cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, foi também reconhecido como astrônomo, alquimista, filósofo e teólogo. 3 4 Figura 1.2: A luz refratada pelo segundo prisma não se altera. Figura 1.3: Espectro da luz visível. Por volta da metade do século XVII, Christiaan Huygens4 propôs que a luz teria um comportamento ondulatório. Newton, em contrapartida realizou experimentos onde a luz apresentou um comportamento de minúsculas partículas de energia. As duas teorias estão corretas. Thomas Young5 , em 1801, mostrou o comportamento ondulatório da luz, incidindo um feixe de luz de cor única sobre duas fendas paralelas, onde ele argumentou que sendo a luz uma onda apresentaria um comportamento semelhante ao de ondas na superfície da água quando flui pelas fendas, assim era esperada a interação entre as ondas, esta interação poderia ser construtiva ou destrutiva e seria 4 Físico, matemático, astronômo e horologista holandês muito lembrando por seus estudos sobre luz e cores, percepção do som, estudo da força centrífuga, entendimento das leis de conservação em dinâmica, estudo da dupla refração no cristal da Islândia e a teoria ondulatória da luz. 5 Físico, médico e egiptólogo britânico. Em 1801 foi nomeado professor de filosofia natural do Royal Intitution. Conhecido pela experiência da dupla fenda. 5 percebida através das regiões de penumbra ou sombra no anteparo. O resultado obtido foi exatamente o esperado, provando o comportamento ondulatório da luz (Figura 1.4). Figura 1.4: Ilustração da experiência de Young, onde as fendas S1 e S2 comportam-se como fontes pontuais de luz e produzem um padrão estável de interferência no anteparo, onde é notada a presença de faixas brilhantes causadas pela interferência construtiva e faixas de sombras causadas pela interferência destrutivas entre as ondas. Créditos: Halliday, Resnick - Fundamentals of Physicis. Mais conhecimento sobre o caráter ondulatório da luz surgiu após os estudos de James Clark Maxwell6 , por volta de 1860, quando ele unificou as propriedades básicas da eletricidade e do magnetismo em quatro equações e através dos resultados ele mostrou o acoplamento entre os efeitos elétricos e magnéticos se movimentando na forma de ondas com amplitudes iguais (Figura 1.5). Estas ondas receberam o nome de Radiação Eletromagnética, vários experimentos provaram a sugestão de Maxwell que algumas destas ondas são observadas em forma de luz. Newton provou a composição da luz branca, sendo esta composta de todas as cores do arco-íris. Young, Maxwell e alguns outros cientistas demonstraram o comportamento ondulatório da luz. As cores diferem entre si porque possuem 6 Físico e matemático britânico mais conhecido por ter dado forma final a teoria moderna do eletromagnetismo unindo a eletricidade, o magnetismo e a óptica. 6 Figura 1.5: Propagação dos campos elétrico e magnético, são perpendiculares entre si e juntos formam uma onda eletromagnética se movendo na velocidade da luz. Créditos: USP. diferentes comprimentos de onda, normalmente designado por λ é a distância entre duas cristas ou dois vales consecutivos da onda. O comprimento de onda das cores foi obtido empiricamente e vai de aproximadamente de 400nm para o comprimento de onda mais curto da luz violeta e até aproximadamente 700nm para o mais longo da luz vermelha. As outras cores possuem comprimento de onda dentro deste intervalo. 1.2.2 O Espectro Eletromagnético A luz visível é um dos vários tipos de radiação eletromagnética e possui uma estreita variação de comprimento de onda, de 400nm a 700nm, porém as equações de Maxwell não fez restrição quanto ao comprimento de onda, isto, de certa forma, sugeria a existência de algo além do espectro visível. William Herschel7 , por volta de 1800, conduziu uma experiência onde a diferença de temperatura entre as cores do espectro visível era medida. Os resultados obtidos mostraram um aumento na temperatura do azul para o vermelho. No entanto, além da extremidade foi registrado uma temperatura mais alta, indicando 7 Astronômo e compositor alemão naturalizado inglês. 7 a existência da continuação do espectro na região do infravermelho. Alguns objetos emitem luz no espectro visível devido a sua temperatura elevada, objetos com temperatura um pouco mais baixa emitem apenas ondas infravermelhas. Concluindo que a luz visível ocupa apenas uma pequena faixa dos comprimentos de onda possíveis, onde todos os comprimento de onda recebem o nome de espectro eletromagnético, também mostrado na figura 1.3. Muitas propriedades básicas da radiação eletromagnética são compartilhadas pelos seus vários tipos. Todas são fótons, logo, viajam com a mesma velocidade e podem se comportar com ondas ou como partículas, diferem entre si por seu comprimento de onda, consequentemente diferem também na energia, por esse motivo interagem de maneira diferente com a matéria. 1.2.3 Infravermelho Não existem limites precisos de separação entre as diferentes regiões da radiação eletromagnética. A região do infravermelho geralmente é considerada a zona compreendida entre os comprimentos de onda 0,5µm a 1000µm, o limite inferior é dado pelo limite da visão normal do ser humano e o superior, menos preciso, situa-se no início da região de micro-ondas, o número de comprimentos de onda por unidade de distância é o inverso do comprimento de onda (1/λ) e para o caso da radiação eletromagnética é proporcional à frequência e à energia do fóton, no SI o número de onda é dado em m−1 . A região do infravermelho se subdivide em três partes: • Infravermelho próximo (0,5µm a 1,5µm); • Infravermelho médio ou fundamental (1,5µm a 10µm); • Infravermelho distante ou longo (10µm a 1000µm). 8 1.2.4 O Infravermelho na Astrofísica O infravermelho é uma região do espectro eletromagnético e ultimamente apresentou grande desenvolvimento na astronomia. A emissão térmica nesta região é pouco estudada devido às baixas sensibilidades dos detectores e à forte contaminação do ruído térmico. O advento de grandes telescópios aprimorados para o infravermelho levou a necessidade da criação de uma metodologia para a escolha dos objetos a serem observados pelos telescópios. O 2MASS (T wo M icron All Sky Survey) e o IRAS (Inf rared Astronomical Satellite), por exemplo, realizam varreduras do céu na região infravermelha do espectro. As ondas infravermelhas tem comprimento de onda maior que a luz visível e, devido a esta característica, conseguem passar através de regiões densas de gás e poeira no espaço com menos dispersão e absorção. Desta forma a energia infravermelha pode revelar objetos que não podem ser visto em espectro de luz visível através dos resultados obtidos por telescópios ópticos. 1.2.5 Fotometria Infravermelha A fotometria é uma técnica na qual se mede, em um detector, o número de fótons oriundos de uma fonte astrofísica com o objetivo de medir a magnitude de uma fonte. As bandas espectrais usadas no infravermelho são construídas de modo a aproveitar as janelas atmosféricas8 , uma vez que grande parte da radiação desta região do espectro sofre poucos efeitos de absorção. 8 A atmosfera da Terra permite a passagem de diferentes tipos de radiação em quantidades variadas. Luz visível, ondas de rádio, infravermelho de comprimento de onda curto e ultravioleta de comprimento de onda longo atingem todo o tempo a superfície da Terra, os outros tipos são absorvidos ou espalhados pelos gases do ar em diferentes altitudes. 9 As medidas fotométricas podem ser realizadas através de imagens obtidas com detectores infravermelhos. Deve-se eliminar os efeitos de ruídos térmicos, não linearidade e contaminação do fundo de céu e radiação térmica do ambiente. 1.3 Motivação do Trabalho Basicamente a motivação do estudo da astronomia como um todo é o melhor entendimento do universo, tanto dos acontecimentos passados, quanto dos acontecimentos futuros. Existe a necessidade de entender como os discos de detritos são formados e como este processo interfere nos planetas orbitando a estrela. Existem uma forte ligação entre as estrelas jovens e o disco de detritos, porém não se sabe muito sobre a sua incidência em estrelas evoluídas. Dentro deste contexto encontra-se a motivação deste trabalho: Realizar uma análise fotométrica de estrelas evoluídas, subgigantes e gigantes, de tipo espectral F,G e K e classe de luminosidade IV, III, II e Ib de dados obtidos do catálogo WISE e através desta análise observar se na emissão de radiação infravermelha existe um excesso. 1.4 Objetivos Com inspiração em Jones (2008) que investigou a incidência de excesso de infravermelho médio, provavelmente devido a presença de disco de detritos, em estrelas de classe luminosa III do tipo espectral G e K e em Jura (2004) que baseou-se no fato de uma estrela quando sai da sequência principal e evolui para uma gigante vermelha os objetos do Cinturão de Kuiper (KBOs9 ) alcançam uma 9 Kuiper Belt Objects. 10 temperatura de aproximadamente 170 K e podem apresentar um excesso de infravermelho detectável, dependendo da massa dos KBOs. e assim com base nos dados da emissão em infravermelho buscou detectar KBOs semelhantes ao sistema solar em torno de estrelas no ramo da primeira ascensão. Importantes trabalhos sobre o excesso de infravermelho ajudaram de forma significativa para a ciência, porém o grupo de estrelas que são estudadas quanto a radiação infravermelha ainda tem que se expandir. Este trabalho irá realizar uma análise fotométrica repetindo o procedimento feito por Wu et al. (2013) para as estrelas da amostra e utilizando seus parâmetros nos critérios de seleção. Esta expansão será feita através da análise de grupo estelar que ainda não esteve sob este tipo de perspectiva. Após a análise da amostra é esperado que algumas estrelas apresentem presença de disco circunstelar denunciados pelo excesso de infravermelho, inferindo também que um estudo mais aprofundado deve ser feito para investigar qual a origem do excesso, podendo esta ser devido a presença de disco de detritos, a contaminação por background, entre outras. 11 CAPÍTULO 2 EXCESSO DE RADIAÇÃO INFRAVERMELHA "Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes." Machado de Assis Excesso de infravermelho trata-se de um excesso medido no fluxo observado em relação ao esperado vindo exclusivamente da fotosfera estelar, é produzido por partículas de poeira orbitando a estrela. Esta poeira é destruída, por exemplo, por pressão de radiação e fotoevaporação num período bem menor que o tempo de vida da estrela. No entanto, pode ser reabastecida através de colisões entre planetesimais1 . 2.1 1 Disco de Detritos Corpos rochosos e/ou de gelo resultante da aglutinação de planetas com o tamanho variando cerca de 0,1 a 100Km. Supostamente formado no início do sistema planetário. 12 2.1.1 Definição O disco circunstelar é uma nuvem achatada localizada ao redor de uma estrela, formado por poeira, gás e fragmentos de corpos que colidiram na orbita estrelar. Geralmente é encontrado ao redor de estrelas mais jovens, este material é conservado e transformado e futuramente dará origem a planetas. Pode ser encontrado, também, em torno de estrelas mais maduras, mostrando que o material desse disco resistiu ao processo evolutivo. 2.1.2 Evolução do Disco de Detritos O disco de detritos do sistema solar possui inúmeros objetos cujos tamanhos variam de poucos micrômetros até cerca de 2000 Km e se estende desde o Cinturão de Asteroides2 até o Cinturão de Kuiper 3 . Acredita-se que o disco de detritos do Sistema Solar teve sua massa reduzida com o passar do tempo. Podem ter acontecido eventos, como colisões entre protoplanetas ou asteroides, durante a história do Sistema Solar, que alteraram significativamente a população de detritos. Algumas evidências foram citadas, as orbitas dos planetas por tsiganis et al 2005, a distribuição do tamanho e da estrutura dinâmica dos cinturões de detritos, os registros de crateras, composição geoquímica dos discos e planetas e sedimentos encontrados no fundo do mar da Terra. Mesmo com algumas evidências a evolução do disco é muito discutida principalmente na sua fase inicial porque o sistema planetário pode submeter-se aos últimos estágios de acresção antes de atingir a sua configuração final. O IRAS detectou o primeiro disco de detrito extrassolar a partir da emissão térmica da poeira aquecida pela estrela Vega (Aumann et al. (1984)). Assim, ficou 2 3 conjunto de asteroides orbitando aproximadamente entre as órbitas de Marte e Júpiter, de 2 a 3,5UA. de 30 a 48 UA . 13 claro que várias estrelas também tinham um disco de poeira em sua proximidade, incluindo β Pictoris, cujas imagens da luz espalhada mostrou que a poeira teria a forma semelhante a um disco. A poeira situada em torno de estrelas como Vega e β Pictoris deve ser reabastecida continuamente devido à presença de planetesimais maiores. Nas últimas décadas houve um crescimento do número de discos conhecidos causado pela capacidade de observação em todos os comprimentos de onda. Analogamente, como a dinâmica do cinturão de Kuiper demonstra a história do Sistema Solar, os discos podem ser usados para o conhecimento do passado de seus sistemas podendo mostrar alterações na sua forma por décadas. Desta forma o aumento do número de discos conhecidos permite reconstruir a sequência evolutiva durante os 10 M anos da fase de disco protoplanetário, quando ocorre a maioria dos processos de formação planetária. Isto possibilitou a datação estelar e permitiu que a dependência da variação da massa em função do tempo seja caracterizada e mostrou que disco de detritos brilhantes persistiam por vários Giga-anos. Consequentemente, vários modelos foram criados com o intuito de estudar a evolução de discos de detritos, desta forma as observações de uma perspectiva de restos de disco protoplanetários e também sobre o processo de formação de planetas. Em 2003, o Spitzer4 foi lançado e por ser sensível a níveis mais baixos de massa e poeira aumentou de maneira significativa o número de discos de detritos conhecidos. O Spitzer obteve resultados que proporcionaram uma avaliação quantitativa de modelos diferentes e um contexto onde a presença e evolução de um disco pode criar um sistema planetário capaz de abrigar a vida (Wyatt (2008)). 2.1.3 4 Disco de Detritos Como Meio de Detecção de Planetas Inicialmente chamado de SIRT F , abreviatura de Space Infrared Telescope Facility e foi lança do ao espaço por um foguete Delta II da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, Flórida, em 25 de agosto de 2003. 14 Os planetas, em geral, não são acessíveis à observação direta, no entanto, alguns são grandes o suficiente para causar alguma interferência na estrela e essa alteração pode ser observado da Terra. Uma das técnicas importantes para a busca de exoplanetas5 é a fotometria estelar. Quando uma estrela possui um planeta e o movimento deste planeta o coloca entre a Terra e a estrela causa uma diminuição na quantidade de luz recebida na Terra, essa diminuição sendo vista repetidas vezes permite identificar como sendo o trânsito de um planeta. O disco circunstelar é de grande importância na busca de exoplanetas, uma vez que o disco absorve a luz emitida pela estrela e reemite em forma de radiação infravermelha, condensações irregulares nesses discos pode indicar a existência de exoplanetas orbitando a estrela. Após o nascimento de uma estrela ela deixa um disco de gás e poeira, estes, por atração gravitacional, vão se aglomerar em objetos maiores, por exemplo, planetas, asteroides e cometas. Por volta de 10 milhões de anos a poeira terá sido devorada pela estrela, ou usada na formação de planetas, asteroides e cometas ou terá sido ejetada para fora do sistema pelo vento estelar ou pela pressão de radiação. No entanto, em algumas estrelas com mais de 10 milhões de anos foram descobertos discos de poeira, porém, pela idade da estrela esta poeira não deveria existir. Corpos pequenos, como cometas e asteroides , quando passam perto de planetas massivos são atraídos gravitacionalmente por estes planetas, e dependendo da intensidade estes corpos, podem ter suas trajetórias alteradas e acabar por se chocarem com os planetas. Este choque pode ser destrutivo quebrando o corpo menor em pedaços, e estes por sua vez também irão colidir entre si, com o passar do tempo, sucessivamente até se tornarem poeira, que formarão um disco ao redor da estrela. Este é o disco de detritos. 5 Planeta pertencente a outro sistema planetário diferente do sistema solar. 15 Figura 2.1: Concepção artística do disco circunstelar. Créditos: NASA Logo, se existe um disco de detritos em volta de uma estrela e este foi formado por colisões entre planetas e asteroides ou cometas, provavelmente haverá planetas orbitando esta estrelas, supondo que os planetas não existam em torno destas estrelas não haveria as colisões e consequentemente o disco circunstelar não seria formado. Uma maneira de procurar disco de detritos é através da medição da luz infravermelha emitida pela estrela. A poeira absorve essa radiação e desta forma aquece, semelhante ao corpo negro, e emite sua luz no infravermelho. A emissão da poeira soma-se a emissão da estrela, consequentemente é registrado um excesso de radiação infravermelha, o que não aconteceria se apenas a emissão da estrela estivesse sendo registrada. Assim o excesso indica a possibilidade da existência de poeira. Astrônomos já descobriram excesso de infravermelho provavelmente devido à presença de discos e muitos destes sistemas podem ser planetários. Uma estrela sem disco teria o comportamento semelhante ao corpo negro. 16 Figura 2.2: Radiação do Corpo Negro. Créditos:INPE. Quando existe um disco a emissão de infravermelho apresenta um excesso e o comportamento difere da emissão de um corpo negro6 como na figura 2.2. Ainda assim é necessário saber se os planetas são realmente responsáveis pela existência da poeira detectada. As imagens de um sistema possuidor de um disco de detritos conhecido, em algumas situações, podem revelar muito além do obtido pela medição da quantidade de luz infravermelha produzida pela estrela. Em 2005, o telescópio espacial Hubble, através de Paul Kalas e sua equipe, registrou o disco de detritos de Fomalhaut 7 e as imagens mostraram um anel excêntrico e desalinhado indicando uma possível presença de um grande planeta orbitando dentro de um disco de poeira. É conveniente lembrar que a presença de planetas não é o único fator responsável pela formação do disco. Muitas estrelas estão em estudos e estas mostram uma vasta variedade de estruturas de discos e provavelmente possuem planetas por trás da poeira. Não apenas o estudo do disco, como também o estudo de todo o sistema, pode fornecer informações se um sistema planetário semelhante ao sistema solar pode se formar 6 7 Corpo ideal que absorve toda a radiação incidente sobre ele. Estrela cerca de 16 vezes mais brilhante e 4 bilhões de anos mais jovem que o sol. 17 em outro lugar do universo, uma vez que a interação dos planetas com o Cinturão de kuiper e o de asteroides entre Marte e Júpiter também foram responsáveis pela atual disposição do sistema solar. 2.1.4 Cinturão de kuiper O astrofísico norte americano Frederick Charles Leonard (1896-1960) e um pouco mais adiante o astrônomo, economista e engenheiro Kenneth Essex Edgeworth (1880-1972), em 1943, foram os primeiros a sugerirem que Plutão era o mais brilhante, porém não o único objeto gelado orbitando em um disco situado além de Netuno, mas que haveria milhares deles. Gerard Peter Kuiper8 , em 1951, sugeriu que este disco seria a fonte de cometas com período orbital curto, cerca de menos de 200 anos. Nos anos seguintes as buscas por objetos no Cinturão de Kuiper foram frustradas, porém, em 1980, Julio Fernandez 9 apresentou evidên- cias matemáticas onde apenas uma estrutura como o Cinturão de Kuiper poderia ser justificativa para a existência de um grande número de cometas com curto período e orbitas próximas ao plano do sistema solar. Só dez anos mais tarde as observações diretas de corpos além da órbita de Plutão forneceram evidências às constatações anteriores. O primeiro objeto do Cinturão de Kuiper só foi observado em telescópio em 1992 no Havaí, desde essa data, mais de 1000 objetos com diâmetros variando de 50 a 2000 km foram detectados. Segundo as estimativas, baseadas no número de objetos e na área do céu observada nas buscas, supõe-se que existam 100000 objetos com mais de 100 km de diâmetro. Com esta configuração Plutão passou a integrar um grupo de objetos, semelhante ao Cinturão de Asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter, localizado na parte externa do Sistema Solar se 8 9 Astrônomo holandês. Astrônomo uruguaio nascido em 1946. 18 estendendo desde Netuno até aproximadamente 50 UA10 . É conveniente lembrar que o Sistema Solar não se encerra no Cinturão de Kuiper. Antes da proposta da existência desse Cinturão, astrônomos já previam a presença de outra estrutura sob a forma de uma nuvem esférica de objetos, supostamente fonte dos cometas. Jan Hendrick Oort 11 propôs a existência da nuvem para solucionar algo supostamente contraditório, se depois de várias passagens dos cometas pelo Sistema Solar interno eles seriam destruídos e se todos os cometas observados existissem no Sistema desde o início de sua formação, então todos os cometas já estariam destruídos. Então, Oort, após observar os cometas de longo período, sugeriu que a maior parte deles deve estar passando pelo Sistema Solar interno pela primeira vez, caso contrário, as órbitas seria alteradas devido as perturbações causadas pela gravidade dos planetas gigantes. Ele também verificou que os cometas de longos períodos aparentam vir de aproximadamente 50000 UA. Ultimamente os cálculos indicam a localização desde lugar dos cometas de longo período vai de 50000 a 100000 UA. Os objetos do Cinturão de Kuiper e da nuvem de Oort são chamados objetos Trans-Netunianos12 . 2.1.5 Propriedades Fundamentais de Um Disco de Detritos A grande parte das informações dos discos de detritos é obtida a partir da distribuição espectral de energia (SED13 ) onde está a emissão da poeira aquecida pela estrela. Comumente a informação é dada na forma de fluxos fotométricos em um ou mais comprimentos de onda. Como o acesso a essas informações é limitado para a maioria das estrelas é interessante que sejam interpretadas através de um modelo com o menor possível número de parâmetros livres. Com uma determinada 10 Unidades Astronômicas, equivalente a distância entre o Sol e a Terra. Astrônomo (1900-1992) 12 Objetos orbitando o Sol a uma distância média maior que a órbita de Netuno. 13 Spectral Energy Distribution. 11 19 aproximação, os discos de detritos conhecidos podem ser descritos como um corpo negro a uma determinada temperatura, por isso é possível fazer uma simplificação usando um modelo com dois parâmetros livres, a temperatura da poeira e a fração de luminosidade. 2.1.6 Temperatura e Fração de Luminosidade Estes são os dois parâmetros observáveis, a fração de luminosidade é definida pela razão entre a luminosidade infravermelha vinda da poeira e a luminosidade total da estrela. f = Lir /L∗ (2.1) Estes dois parâmetros podem ser estimados partindo do comprimento de onda e do fluxo máximo no espectro de emissão do disco e da estrela. T = 5100/λdisco,max (2.2) f = (Fdisco,mx /F∗,mx )(λ∗,mx /λdisco,mx ) (2.3) Onde o λ é dado em micrômetros e a T em Kelvins. Os discos têm temperaturas variando entre 10K até algumas centenas de K, e sua fração de luminosidade f e deve ser menor que 10−2 (Lagrange et al. (2000)) contrastando com os discos planetários, possuidores de frações de luminosidade mais altas. 2.1.7 Idade, Raio e Massa 20 A evolução do disco está ligada a forma como os dois parâmetros fundamentais f e T variam com a evolução da estrela. A evolução é avaliada através da observação da variação distribuição de luminosidade e temperatura da poeira com a idade. Para dar mais relevância aos modelos de evolução dos discos na interpretação dos parâmetros observáveis deve-se assumir que a poeira está distribuída uniformemente em um toróide de raio r, largura dr e um ângulo de abertura vertical de 2I. Como os discos de detritos possuem uma baixa fração de luminosidade, isso implica que estes são opticamente finos a radiação. O deslocamento óptico geométrico perpendicular ao plano do disco é f (2r/dr), e o deslocamento óptico da estrela até a borda do disco é f /I. Isto implica que a temperatura da poeira depende apenas de sua distância até a estrela. Para fins de estudo, assume-se que a poeira se comporta como um corpo negro. De modo que: r = (278, 3/t)2 L0,5 ∗ (2.4) Onde L∗ é dada em luminosidade solar, T em kelvins e r em unidades astronômicas. Assim a fração de luminosidade define a área total da seção transversal da poeira no disco: σtot = 4r2 f (2.5) Com σtot em U A2 . Essa relação pode ser convertida numa estimativa para a massa da poeira, sendo o seu diâmetro D e com uma densidade ρ (Mtot = 0, 67ρ D σtot ), a massa da poeira é obtida a partir do fluxo do disco (Beckwith et al. (2000)). Mdisco = 4, 25 × 1010 Fvdisco d2 kv−1 [Bv (λ, T )]−1 (2.6) Onde Mdisco é dada em massas terrestre, Fvdisco em janskies, d em parsecs de 21 Kv em U A2 M⊕−1 A ocorrência do disco de detritos é atribuída a poeira circunstellar, além dele, também deve haver um cinturão de objetos maiores coincidentes com a poeira e um mecanismo para transformá-los em poeira. Para muitos estudos sobre os discos de detritos não é necessário saber como se formou o cinturão de planetesimais. Contudo, acredita-se que a formação de planetas seja um processo dinâmico e está em atividade durante os primeiros giga anos da estrela, nos últimos anos é realizada a formação de planetas. Também existe a sugestão que alguns discos de detritos são restos do disco protoplanetário. 2.2 Excesso de Infravermelho em Estrelas da Sequência Principal Com o excesso de infravermelho descoberto na estrela Vega (Aumann et al. (1984)) observações em infravermelho confirmaram que a ocorrência de disco de detritos em estrelas da sequência principal é um evento comum. Porém, estes corpos mostraram uma grande distribuição na temperatura da poeira (Tpoeira ) é comum encontrar disco frios (Tpoeira < 120K), no entanto algumas estrelas apresentaram discos quentes, e cerca de 16% das estrelas de tipo espectral F, G e K situadas na sequência principal possuem discos de detritos(Kennedy & Wyatt (2012)). A distribuição de energia (SEDs) no infravermelho de muitas estrelas possuidoras dos discos de detritos mostram picos de emissão em 70-100µm, supondo a presença de poeira relativamente fria ( Tpoeira ∼ 50K ). Spangler et al. (2001) através do Inf rared Space Observatrio(ISO), observaram aproximadamente 150 estrelas da pré-sequência dos tipos espectrais F e G com idade menor que 1 giga anos e obtiveram em cerca de 22% das estrelas 22 evidências de excesso de IR. Koerner et al. (2010),também fazendo uso do spitzer, buscaram por disco de detritos em 634 estrelas do tipo solar e obtiveram 4,6% em 24 µm e 4,8% em 70 µm. Bryden et al. (2009), ainda usando o spitzer, procuraram por excesso de IR em 127 estrelas do tipos espectrais F, G e K obtiveram 7 estrelas com excesso em 70 µm e 1 com excesso em 24 µm. Meyer et al. (2008), com o spitzer, avaliaram uma amostra de 309 estrelas do tipo solar com massas entre 0,7 e 2,2 massas solares e idades entre 3 M e 13 G anos e identificaram excesso em 30 estrelas em 24 µm. A partir destas pesquisas obteve-se a variação de 8,5% a 19% com idades menor que 300 M anos e menos de 4% para estrelas mais velhas. Estes resultados sugerem que muitos desses sistemas, assim como o sol, podem formar planetas semelhantes à Terra. Carpenter et al. (2009), utilizando uma amostra de 314 estrelas do tipo solar e com idade entre 3 M anos até 3 G anos, investigaram as propriedades e evolução de poeira circunstelar desta amostra, através do spitzer, e obtiveram 46 fontes com excesso na emissão infravermelha, em 24 µm, e 21 fontes com excesso em 70 µm. A temperatura características dos discos varia de 60K até 180K, com indicação de presença mais fria devido ao forte excesso observado em 70 µm. Carpenter et al., 2009 não encontrou relação entre a temperatura da poeira e a idade estelar. 2.3 Excesso de Infravermelho em Estrelas Evoluídas É possível a incidência de poeira circunstelar em estrelas evoluídas. Judge et al., 1987 sugeriu que a poeira seria decorrente do processo de evolução do sistema quando deixa a sequência principal e entra no ramo as gigantes. Jura, 1990 alegou que se a poeira em torno das estrelas é remanescente da sequência principal, a análise destes sistemas pode ajudar na compreensão da evolução, a longo prazo, da poeira em torno de outras estrelas do tipo solar. 23 Já em 1999, Jura reconheceu que a presença de excesso de infravermelho em estrelas gigantes, ainda não evoluídas para o ramo assintótico das gigantes, devase a presença de disco de detritos ao redor destas estrelas. Algumas pesquisas se desenvolveram baseadas nas propriedades dos discos durante a fase de sequencia principal. Zuckerman e Becklin, 1987, já deixaram claro que alguns discos sobrevivem até a fase de pós-sequência principal. As pesquisas acerca dos discos pode ser significativos para estrelas evoluídas que ainda terão de ascender ao ramo assintótico das gigantes porque é pouco provável que a emissão de infravermelho seja contaminada por emissão de poeira vinda da própria estrela. Zuckerman et al., 1995, relacionaram o Bright Star Catalog (hoffleit e Warren, 1991) e o Michigan Spectral Catalog (Houk, Cowley e Smith-moor, 1975-1988) com o catálogo IRAS, com o intuito de determinar se alguma estrelas da classe luminosa III tem poeira circunstelar emitindo radiação em infravermelho longo. Estes autores asseguram que a poeira pode ser produzida pela perda de massa, semelhante ao que é observado durante a sua fase de evolução. Muitos estudos têm sido feitos sobre a incidência de excesso de infravermelho nas gigantes, geralmente na emissão de infravermelho médio (comprimentos de onda da ordem de 10 m). Plets e Vynckier,1999, obtiveram um resultado importante baseado na análise detalhada dos dados do IRAS Faint Source Catalog (Moshir et al.,1992) mostraram que a incidência de excesso em 60 µm estrelas gigantes do tipo espectral G e K é 14% com um erro de 5%. A incidência de excesso em infravermelho médio nas estrelas gigantes G e K não é bem determinada. Jura et al., 2006 observou a estrela HD 233517 a partir de dados espectroscópicos em infravermelho médio usando o spitzer, e concluíram que provavelmente estaria tratando de um sistema binário com características peculiares. Plets et al., 1997, analisaram uma amostra contendo estrelas de classe lumi24 nosa III do tipo espectral G e K e encontraram excesso de infravermelho para comprimentos de onda maiores que 25 µm e acreditaram que estes excesso está associada aos discos de poeira no entorno das estrelas,os quais forma esfriando durante a fase na sequência principal, mas poderiam aquecer após a evolução para o ramo das gigantes. Sendo a taxa de detecção de excesso para as estrelas gigantes do tipo G e K aparentemente menor que a detecção para estrelas da sequência principal. 2.4 Excesso de Infravermelho em Estrelas com Planetas. O spitzer, o IRAS e o ISO serviram de base para as observações de Werner et al. (2004) e muitas estrelas próximas circundadas por discos de poeira foram encontradas, que foram produzidos, provavelmente, por colisões entre os asteroides e também sublimação dos cometas. O spitzer detectou aproximadamente 350 discos de detritos (Beichman et al. (2006);Carpenter et al. (2009);Chen et al. (2005);Su et al. (2006);Trilling et al. (2008);Plavchan et al. (2009)). Dentre estes por volta de 70 possuem poeira quente (Tpoeira > 200K). O Spitzer descobriu os primeiros sistemas com exoplanetas que continham disco circunstelar (Beichman et al., 2005; Bryden et al., 2009). De um modo geral a presença de um disco é um indicativo da formação de sistemas planetários, porém esta relação ainda é incerta. Algumas estrelas do tipo espectral A com planetas cujas imagens foram geradas por meio de instrumento óptico e também possuem discos de detritos (Fomalhaut, HR 8799, Pic,Kalas et al. 2008, Marois et al. 2008, Lagrange et al. 2009), isso sugere um possível ligação entre estes dois eventos. Desta forma é interessante verificar a incidência de excesso de infravermelho em estrelas contendo planetas 25 para a verificação da relação entre planetas e discos de detritos. Morales et al. (2012) desenvolveram um trabalho significativo na busca por poeira em torno de estrelas contendo planetas, onde um estudo foi feito numa amostra de 350 sistemas planetários retirados do catálogo Exoplanet Encyclopaedia14 com fotometria medida pelo WISE. Obtiveram nove estrelas exibindo excesso de infravermelho médio (12 e 22 µm) isto sugere que este excesso é um indicativo de poeira com temperatura compatíveis de zonas habitáveis. 14 Catálogo com 1948 planetas. 26 CAPÍTULO 3 DADOS OBSERVACIONAIS "Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução." Machado de Assis 3.1 A Amostra A presente amostra, conta com um total de 2223 estrelas, sendo 166 da classe de luminosidade IV, com 102 individuais e 64 sistemas binários, 1591 da classe de luminosidade III, com 1133 individuais e 458 sistemas binários, 295 da classe de luminosidade II, com 185 individuais e 110 sistemas binários e por fim 171 da classe de luminosidade IB, com 72 individuais e 99 sistemas binários, foi retirada dos catálogos De Medeiros & Mayor (1999), De Medeiros et al. (2002) e De Medeiros et al. (2014). O critério para classificar o sistema quanto a ser binário ou individual foi obtido a partir do valor de P (χ2 ) que é a probabilidade da velocidade de rotação Vsini 27 de uma estrela ser constante. Nos caso dos sistemas binários é esperado que esta probabilidade tenha um valor baixo, indicando que o valor da velocidade muda, isso ocorre quanto uma das estrelas do sistema passa na linha do observador. No caso das estrelas individuais a velocidade de rotação não sofre muitas alterações, logo a probabilidade desta velocidade ser constante é maior. Desta forma, os sistemas com P (χ2 ) maior que 0,100 ( P (χ2 ) > 0,100) são individuais e os sistemas com P (χ2 ) menor ou igual a 0,100 ( P (χ2 ) 6 0,100) são binários. As estrelas da amostra possuem um bom sinal ruído, que é a relação entre o sinal da estrela estudada e o sinal do ruído de background. Quanto maior o sinal ruído menor é a pertubação da medida da estrela em questão 3.2 A Missão IRAS IRAS (Inf raRed Astronomical Satellite) foi um observatório espacial desenvolvido pela NASA em conjunto com a Holanda e o Reino Unido, por um foguete lançado em janeiro de 1983, esteve em funcionamento por dez meses e deixou de funcionar em novembro do mesmo ano. Lançado com o objetivo de fazer um estudo completo do céu na faixa de comprimento de onda em infravermelho entre 8 e 120 micrômetros. O IRAS levava a bordo um telescópio contendo sessenta e dois detectores que juntos podiam observar em quatro bandas de comprimento de onda centrados em 12, 25, 60 e 100 mm. O resultado da missão foi um conjunto de catálogos, um fornece fontes pontuais de infravermelho, outro fontes extensas menor que 8’, um outro espectros de baixa resolução e, finalmente, um atlas com imagens de superfícies brilhantes de todo o céu no infravermelho. Estes catálogos fornecem características de 250000 fontes pontuais, 20000 fontes extensas abaixo de um limite na densidade do fluxo, 0,5Jy para as bandas de 12, 25 e 60 micrômetros e 1,5Jy para a banda de 100 28 micrômetros. A resolução angular do instrumento varia de 0,5’ a 12 micrômetros a 2’ a 10 micrômetros. O posicionamento da fonte detectada pelo IRAS depende de seu tamanho, brilho e distribuição espectral de energia, normalmente melhor que 20”. O satélite IRAS fez uma inspeção no céu revelando a existência de muitas galáxias ultraluminosas no infravermelho longo. 3.3 A Missão WISE Figura 3.1: Concepção artistica do satélite WISE orbitando a Terra. O telescópio espacial da NASA1 , Wide Infrared Survey Explorer (WISE), receptor de ondas infravermelhas esteve em atividade desde dezembro de 2009 até fevereiro de 2011. De dezembro de 2009 até outubro de 2010 esteve mapeando o céu com fotografias de comprimento de onda de 3.4, 4.6, 12 e 22 µm, (denotados por W1, W2, W3 e W4 respectivamente.) utilizando uma lente de 40 cm de diâmetro e com uma resolução angular de 6,1", 6,4", 6,5"e 12,0". O seu refrigeramento de hidrogênio acabou em outubro de 2010 e a missão continuou, desta 1 National Aeronautics and Space Administration. 29 vez com o nome de NEOWISE, por mais 4 meses quando foi conduzido a realizar uma pequena pesquisa sobre corpos menores próximos da órbita da Terra. O resultado da missão WISE foi divulgado em 14 de março de 2012, fornecendo fotos, catálogo e dados gerais para o público. Dentre as contribuições da missão WISE pode-se destacar a descoberta de um novo tipo de estrela chamada anã Y2 e o terceiro sistema planetário mais próximo da Terra, o sistema WISE 1049-53193 . 3.4 2MASS O projeto Two Micron All Sky Survey (2MASS) foi lançado para fechar a lacuna entre a capacidade técnica atual e o conhecimento no infravermelho próximo e fornecer um contexto para a interpretação dos resultados obtido em comprimentos de onda, 2MASS fornece respostas diretas as perguntas sobre a estrutura em larga escala da Via Láctea e do universo local. Assim o 2MASS, tem digitalizado uniformemente todo o céu em três bandas do infravermelho para detectar e caracterizar as fontes pontuais brilhantes, com a relação sinal-ruído superior a 10, usando um pixel com um tamanho de 2,0". Isto possibilitou uma melhoria de 80000 vezes na sensibilidade em relação aos levantamentos anteriores. 2MASS utiliza dois telescópios altamente automatizados de 1,3 m, um em Mt. Hopkins, AZ, e um no CTIO, Chile. Cada telescópio foi equipado com uma câmara de três canais, cada canal composto por um conjunto de detectores HgCdTe, capaz de observar o céu simultaneamente em J(1,25 mícrons), H (1,65 micron), e Ks (2,17 microns). 2 Anãs Y são os corpos mais frios da família das estrelas anãs castanhas e não emitem luz, por este motivo não são detectados por telescópios comuns, mas ainda emitem calor podendo ser detectado por telescópios como o WISE. São os corpos mais frios que se conhece, muitas vezes com temperatura menor que a de um ser humano. 3 É o terceiro sistema estelar mais próximo da Terra, a 6,6 anos-luz. 30 Dentre os benefícios científicos tem-se uma visão sem precedentes da Via Láctea quase livre dos efeitos de obscurecimento da poeira interestelar, que irá revelar a verdadeira distribuição de massa luminosa, e, assim, as maiores estruturas, ao longo de todo o comprimento da Galáxia. O 2MASS está atualmente produzindo um atlas digital do céu. 3.5 Medição do Excesso de Infravermelho O processo de identificação das estrelas que são candidatas a um excesso de infravermelho em 12 e 22 µm é feito por meio de uma correlação entre os índices de cor do 2MASS e do WISE, K − [22], K − [12], [12] − [22] e do 2MASS J-H, que foram calculados a partir de magnitudes no infravermelho J, K e H do 2MASS e W1 e W2 do WISE. Para qualquer comprimento de onda do espectro eletromagnético a relação entre o fluxo e a magnitude aparente é: m = −2, 5logF + const (3.1) Desta forma para o comprimento de onda no infravermelho 22µm fica: [22] = −2, 5logF22 + const. (3.2) E para o comprimento de onda no infravermelho 12 µm tem-se: [12] = −2, 5logF12 + const. (3.3) Onde: •[22]e[12]→ magnitudes aparentes nos comprimentos de ondas 22µm e 12µm; •F22 e F12 → fluxos nos comprimentos de ondas 22µm e 12µm. 31 Assim quanto maior for o fluxo emitido pela estrela menor será o valor da magnitude correspondente. Quando uma estrela não exibe excesso de emissão no infravermelho os fluxos F22 e F12 e suas magnitudes [22] e [12] são considerados normais, portanto os índices de cor associados a eles K-[22] e K-[12] também são considerados normais. Para o caso de uma estrela apresentar fluxo maior que o esperado, a magnitude apresentará um valor menor que o esperado e haverá um excesso nos índices de cor K-[22] e K-[12]. Assim, através desses índices pode-se saber se existe um excesso no infravermelho. Esta pesquisa utiliza o critério estabelecido em Wu et al. (2013), que dividiram a sua amostra de estrelas em quatro intervalos J-H60,1; 0,1<J-H60,3; 0,3<JH60,5 e J-H>0,5 e concluíram que o histograma da cor K-[22] pode ser descrito por uma distribuição gausssiana centrada em K-[22] = 0,015 com σ= 0,062 para J-H60,1; K-[22] = 0,045 com σ= 0,041 para 0,1 < J-H60,3, K-[22] = 0,062 com σ = 0,039 para 0,3 < J-H60,5 e K-[22] = 0,086 com σ = 0,034 para J-H > 0,5. Figura 3.2: Melhor ajuste para J-H60,1. O critério é K-[22]> 0,26. Fonte:Wu et al. (2013) Com base nestes dados, Wu et al. (2013), consideram estrelas candidatas a exibirem excesso de emissão infravermelha em 22 µm, aquelas com os valores de K-[22]>0,015 + 4σ=0,26; para J-H <0,1; K-[22]> 0,045 + 4σ =0,21; para 0,1<JH60,3; K-[22]>0,062+4σ=0,22 para 0,3<J-H60,5 e K-[22]>0,086+4σ=0,22 para 32 Figura 3.3: Melhor ajuste para 0,1<J-H60,3. O critério é K-[22]> 0,21. Fonte:Wu et al. (2013) Figura 3.4: Melhor ajuste para 0,3<J-H60,3. O critério é K-[22]> 0,22. Fonte:Wu et al. (2013) Figura 3.5: Melhor ajuste para J-H>0,5. O critério é K-[22]> 0,22. Fonte:Wu et al. (2013) J-K>0,5. Para comprimento de onda 12µm, Wu et al.,2013, estabeleceram que as estrelas 33 com o valor de K-[22] menor que 0,0 teriam uma tendência a exibir excesso de radiação infravermelha. 3.6 Diagrama Cor-Cor Para a Astrofísica este diagrama é uma ferramenta para comparar as magnitudes aparentes de estrelas em diferentes comprimentos de onda. É comum a observação de bandas estreitas próximas a certos comprimentos de onda, estes objetos irão apresentar diferentes brilhos nas diferentes bandas. As bandas diferem entre si pelo brilho e são denominadas índices de cor. São comumente usados em infravermelho no estudo das regiões de formação estelar, como as estrelas se formam em uma nuvem de poeira, à medida que vão contraindo, vão formando um disco circunstelar que recebe calor e começa a irradiar semelhante a um corpo negro. Como consequência deste processo um excesso de emissão infravermelha é observado. Mesmo com a ausência de poeira circunstelar, as regiões de formação estelar exibem alta luminosidade infravermelha em comparação àquelas estrelas da sequência principal. É interessante lembrar que este fenômeno difere do avermelhamento da luz estelar que é decorrente da dispersão da poeira no meio interestelar. Para os diagramas cor-cor a cor definida por duas bandas de comprimento de onda é expressa no eixo horizontal e a cor, dada pela diferença no brilho, é expressa no eixo vertical do diagrama. 34 Figura 3.6: Exemplo de diagrama cor-cor usado por Wu et al. (2013) e foi usado na análise preliminar para a amostra por ocasião da verificação de excesso de infravermelho. As estrelas da sequência principal são representadas em azul e as gigantes pelo símbolo de mais vermelho. A linha pontilhada vermelha é o critério para a seleção das fontes em excesso de 22 µm. 35 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES "A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal." Machado de Assis Após os procedimentos descritos no capítulo anterior foram gerados os diagramas cor-cor dos quais pode-se tirar os devidos resultados. 36 4.1 Diagrama K-[22] das Estrelas Ib No diagrama das estrelas Ib, figura 4.1, relacionando os índices de cor J-H e K-22, são plotadas 171 estrelas do tipo espectral F,G e K, onde observa-se a existência de uma distribuição na região da linha tracejada, que é o critério para a separação das candidatas a exibirem excesso de infravermelho. O índice de cor J-H varia de -0,095 até 1,014 e o índice K-[22] varia de -0,486 até 9,14. A quantidade de estrelas à direita da linha tracejada, região onde se localizam as candidatas ao excesso de radiação no infravermelho, é significativa. Com destaque para a estrela HD 161796, estrela individual com o índice K-[22] no valor de 9,14, é a estrela com a maior probabilidade de exibir excesso. As estrelas HD 108015, HD 173819, HD 144812, HD 12014, HD 114855, HD 120432 e HD 159633 também apresentam uma probabilidade significativa para o excesso, pelo fato de estarem mais à direita do diagrama cor-cor. Como é de se esperar,porque houve um procedimento detalhado para a definição do critério de seleção, a maioria das estrelas está localizada na região que não as classifica como candidatas. 37 Figura 4.1: Diagrama cor-cor: J − H X K − [22] para estrelas de classe luminosa Ib e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. 38 4.2 Diagrama K-[12] das Estrelas Ib No diagrama das estrelas Ib, figura 4.2, relacionando os índices de cor J-H e K-12, são plotadas 171 estrelas do tipo espectral F,G e K. Claramente se percebe que a maior parte das estrelas se encontra do lado direito do diagrama, caso que não ocorre no diagrama da figura 4.1. O índice de cor J-H varia de -0,095 até 1,014 e o índice K-[12] varia de -0,545 até 5,535. A estrela HD 108015 esta localizada no extremo direito do diagrama possui K-[12] no valor de 5,535. Tem ainda mais 6 estrelas em posição de destaque no diagrama, são elas HD 161796, HD 144812, HD 173819, HD 194093 e HD 12014, são todas estas sistemas binários. Em torno do valor K-[12] igual a zero não existe predominância quanto ao sistema ser binário ou individual, entretanto não se observa estrelas individuais a partir de K-[12] igual a 0,8. A partir desse valor tem-se apenas sistemas binários com índices de cor K-[12] relativamente expressivos. É válido ressaltar que não foi feito um procedimento detalhado, assim como para todos os diagramas de K-[12] mostrados neste trabalho, baseado em histogramas para determinar o valor limite de K-[12], o qual serviria de critério de classificação para as candidatas ao excesso. 39 Figura 4.2: Diagrama cor-cor: J − H X K − [12] para estrelas de classe luminosa Ib e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. 40 4.3 Diagrama [12]-[22] das Estrelas Ib No diagrama das estrelas Ib, figura 4.3, relacionando os índices de cor J-H e [12]-[22], são plotadas 171 estrelas do tipo espectral F,G e K. Claramente se percebe que a maior parte das estrelas se encontra na região que as classificam como candidatas ao excesso, O índice de cor J-H varia de -0,095 até 1,014 e o índice [12]-[22] varia de -0,509 até 4,418. A quantidade de estrelas à direita da linha tracejada, região onde se localizam as candidatas ao excesso de radiação no infravermelho, é significativa. Com destaque para o sistema binário HD 161796 que se encontra mais à direita do digrama com o índice de cor [12]-[22] de 4,418. As estrelas HD 108015, HD 173819, HD 144812, HD 114855, HD 120432 e HD 165446 apresentam probabilidade de exibir excesso de infravermelho. É válido ressaltar que não foi feito um procedimento detalhado, para todos os diagramas [12]-[22] deste trabalho, e baseado em histogramas para determinar o valor limite de [12]-[22], o qual serviria de critério de classificação para as candidatas ao excesso. 41 Figura 4.3: Diagrama cor-cor: J − H X [12] − [22] para estrelas de classe luminosa Ib e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. 42 4.4 Diagrama K-[22] das Estrelas II Os diagramas K-[22] merecem uma atenção maior porque o processo de definição do critério que selecionaria as candidatas ao excesso de infravermelho. Assim seus resultados são os mais confiáveis. No diagrama das estrelas II, figura 4.4, relacionando os índices de cor J-H e K[22] são plotadas 295 estrelas do tipo espectral F, G e K, um percentual pequeno, mas significativo, de estrelas localizadas do lado direito da linha tracejada, classificando como candidatas a exibir excesso. Percebe-se também a predominância de estrelas individuais na região mais à direita do diagrama. O índice de cor J-H varia de 0,111 até 1,023 e o índice K-[22] varia de -0,425 até 1,102. A estrela individual HD 332672 com valor de 1,102 para o índice k-[22], está mais a direta do diagrama, portanto tem maior probabilidade de exibir excesso de infravermelho. As estrelas BD+60 152, HD 5418, HD 223332, HD 218454, HD 283578, HD 13474 e HD 26081 são as que apresentaram maior índices de cor. Ou seja, são as mais prováveis de exibirem o excesso. 43 Figura 4.4: Diagrama cor-cor: J − H X K − [22] para estrelas de classe luminosa II e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. 44 4.5 Diagrama K-[12] das Estrelas II No diagrama das estrelas II, figura 4.5, relacionando os índices de cor J-H e K-[12] são plotadas 295 estrelas do tipo espectral F, G e K, um percentual significativo de estrelas localizadas do lado direito da linha tracejada, classificando como candidatas a exibir excesso. Percebe-se que não existe predominância de estrelas quanto a serem individuais ou sistemas binários na região mais à direita do diagrama. O índice de cor J-H varia de 0,111 até 1,023 e o índice K-[12] varia de -0,489 até 0,46. A estrela individual HD 144608 com valor de 0,46 para o índice k-[12], está mais a direta do diagrama, portanto tem maior probabilidade de exibir excesso de infravermelho. As estrelas HD 5418, BD+60 152, HD 223332, HD 186791, HD 47442 e HD 21754 são as que apresentaram maior índices de cor. Ou seja, são as mais prováveis de exibirem o excesso. 45 Figura 4.5: Diagrama cor-cor: J − H X K − [12] para estrelas de classe luminosa II e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. 46 4.6 Diagrama [12]-[22] das Estrelas II No diagrama das estrelas II, figura 4.6, relacionando os índices de cor J-H e [12]-[22] são plotadas 295 estrelas do tipo espectral F, G e K, um percentual grande de estrelas localizadas do lado direito da linha tracejada, classificando como candidatas a exibir excesso. Percebe-se que não existe predominância de estrelas quanto a serem individuais ou sistemas binários na região à direita da linha tracejada, mas que as individuais se localizam no extremo direito do diagrama. O índice de cor J-H varia de 0,111 até 1,023 e o índice [12]-[22] varia de -0,424 até 0,986. A estrela individual HD 332672 com valor de 0,986 para o índice [12]-[22], está mais a direta do diagrama, portanto tem maior probabilidade de exibir excesso de infravermelho. As estrelas HD 188114, HD 52703, HD 167818 e HD 47667 são as que apresentaram maior índices de cor. Ou seja, são as mais prováveis de exibirem o excesso. 47 Figura 4.6: Diagrama cor-cor: J − H X [12] − [22] para estrelas de classe luminosa II e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. 48 4.7 Diagrama K-[22] das Estrelas III Os diagramas K-[22] merecem uma atenção maior porque o processo de definição do critério que selecionaria as candidatas ao excesso de infravermelho. Assim seus resultados são os mais confiáveis. No diagrama das estrelas II, figura 4.7, relacionando os índices de cor J-H e K-[22] são plotadas 1591 estrelas do tipo espectral F, G e K, um percentual pequeno, mas significativo, de estrelas localizadas do lado direito da linha tracejada, classificando como candidatas a exibir excesso. Percebe-se que não existe predominância de estrelas quanto a serem individuais ou sistemas binários na região mais à direita do diagrama. O índice de cor J-H varia de -0,209 até 4,513 e o índice K-[22] varia de -3,99 até 4,513. A estrela individual HD 195506 com valor de 4,513 para o índice k-[22], está mais a direta do diagrama, portanto tem maior probabilidade de exibir excesso de infravermelho. As estrelas HD 202287, HD 34167, HD 73599, HD 72993, HD 37462 e HD 214462 são as que apresentaram maior índices de cor. Ou seja, são as mais prováveis de exibirem o excesso. 49 Figura 4.7: Diagrama cor-cor: J − H X K − [22] para estrelas de classe luminosa III e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. 50 4.8 Diagrama K-[12] das Estrelas III No diagrama das estrelas III, figura 4.8, relacionando os índices de cor J-H e K-[12] são plotadas 1591 estrelas do tipo espectral F, G e K, um percentual significativo de estrelas localizadas do lado direito da linha tracejada, classificando como candidatas a exibir excesso. Percebe-se que não existe predominância de estrelas quanto a serem individuais ou sistemas binários na região mais à direita do diagrama. O índice de cor J-H varia de -0,209 até 4,513 e o índice K-[12] varia de -6,661 até 3,731. A estrela individual HD 164668 com valor de 3,731 para o índice k-[12], está mais a direta do diagrama, portanto tem maior probabilidade de exibir excesso de infravermelho. As estrelas HD 178555, HD 161369, HD 172171 e HD 70523 são as que apresentaram maior índices de cor. Ou seja, existe a probabilidade de exibirem o excesso. 51 Figura 4.8: Diagrama cor-cor: J − H X K − [12] para estrelas de classe luminosa III e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. 52 4.9 Diagrama [12]-[22] das Estrelas III No diagrama das estrelas III, figura 4.9, relacionando os índices de cor J-H e [12]-[22] são plotadas 1591 estrelas do tipo espectral F, G e K, um percentual grande de estrelas localizadas do lado direito da linha tracejada, classificando como candidatas a exibir excesso. Percebe-se que não existe predominância de estrelas quanto a serem individuais ou sistemas binários na região à direita da linha tracejada, mas que as individuais se localizam no extremo direito do diagrama. O índice de cor J-H varia de -0,209 até 4,513 e o índice [12]-[22] varia de -6,406 até 3,950. A estrela individual HD 200266 com valor de 3,950 para o índice [12]-[22], está mais a direta do diagrama, portanto tem probabilidade de exibir excesso de infravermelho. As estrelas HD 146834, HD 194069, HD 175679, HD 172171, HD 148856 e HD 196134 são as que apresentaram maior índices de cor. Ou seja, é provável que exibam o excesso. 53 Figura 4.9: Diagrama cor-cor: J − H X [12] − [22] para estrelas de classe luminosa III e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. 54 4.10 Diagrama K-[22] das Estrelas IV Os diagramas K-[22] merecem uma atenção maior porque o processo de definição do critério que selecionaria as candidatas ao excesso de infravermelho. Assim seus resultados são os mais confiáveis. No diagrama das estrelas IV, figura 4.10, relacionando os índices de cor J-H e K-[22] são plotadas 166 estrelas do tipo espectral F, G e K, um percentual pequeno, mas significativo, de estrelas localizadas do lado direito da linha tracejada, classificando como candidatas a exibir excesso. Percebe-se também a predominância de estrelas individuais na região mais à direita do diagrama. O índice de cor J-H varia de -0,222 até 0,802 e o índice K-[22] varia de -0,336 até 0,588. A estrela individual HD 139460 com valor de 0,588 para o índice k-[22], está mais a direta do diagrama, portanto tem probabilidade de exibir excesso de infravermelho. As estrelas HD 118216, HD 137052, HD 106111, HD 139460, HD 147142 e HD 165438 são as que apresentaram maior índices de cor. Ou seja, são prováveis de exibirem o excesso. 55 Figura 4.10: Diagrama cor-cor: J − H X K − [22] para estrelas de classe luminosa IV e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. 56 4.11 Diagrama K-[12] das Estrelas IV No diagrama das estrelas IV, figura 4.11, relacionando os índices de cor JH e K-[12] são plotadas 166 estrelas do tipo espectral F, G e K, um percentual significativo de estrelas localizadas do lado direito da linha tracejada, classificando como candidatas a exibir excesso. Percebe-se que não existe predominância de estrelas quanto a serem individuais ou sistemas binários na região mais à direita do diagrama. O índice de cor J-H varia de -0,222 até 0,802 e o índice K-[12] varia de -0,433 até 0,985. A estrela individual HD 139460 com valor de 0,985 para o índice k-[12], está mais a direta do diagrama, portanto tem probabilidade de exibir excesso de infravermelho. As estrelas HD 147142, HD 165438, HD 20618, HD 118216 e HD 137052 são as que apresentaram maior índices de cor. Ou seja, são prováveis de exibirem o excesso. 57 Figura 4.11: Diagrama cor-cor: J − H X K − [12] para estrelas de classe luminosa IV e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. 58 4.12 Diagrama [12]-[22] das Estrelas IV No diagrama das estrelas IV, figura 4.12, relacionando os índices de cor J-H e [12]-[22] são plotadas 166 estrelas do tipo espectral F, G e K, um percentual grande de estrelas localizadas do lado direito da linha tracejada, classificando como candidatas a exibir excesso. Percebe-se que não existe predominância de estrelas quanto a serem individuais ou sistemas binários na região à direita da linha tracejada, mas que as individuais se localizam no extremo direito do diagrama. O índice de cor J-H varia de -0,222 até 0,802 e o índice [12]-[22] varia de -0,397 até 0,577m. A estrela individual HD 29613 com valor de 0,577 para o índice [12]-[22], está mais a direta do diagrama, portanto tem probabilidade de exibir excesso de infravermelho. As estrelas HD 18262, HD 5190, HD 223421, HD 158170 e HD 29169 são as que apresentaram maior índices de cor. Ou seja, são prováveis de exibirem o excesso. 59 Figura 4.12: Diagrama cor-cor: J − H X [12] − [22] para estrelas de classe luminosa IV e tipo espectral F, G e K. As estrelas localizadas à direita da linha vertical tracejada e acima da linha horizontal tracejada são as candidatas a exibir excesso de infravermelho. 60 4.13 Levantamento de Todos os Diagramas Em todas as classes luminosas um número significativo das estrelas estão localizadas na região do diagrama que as classifica como candidatas a exibirem excesso de infravermelho, é interessante notar o termo utilizado, elas são candidatas a exibirem o excesso; Para toda a amostra percebe-se a falta de uma tendência, ou seja uma predominância, entre sistemas binários ou individuais, mostrando que os dois tipos apresentam um comportamento semelhante no diagrama. Alguns estudos já havia previsto este tipo de comportamento (Rodriguez et al. (2015), Rodriguez & Zuckerman (2012)) sugerindo que a classificação quanto ao sistema ser binário ou individual, não é fator de decisão para classificar uma estrela como candidata a exibir excesso de radiação infravermelha. No entanto, algumas pesquisas (Trilling et al. (2007)) defendem a ideia que os sistemas binários apresentam uma maior probabilidade da incidência de um disco em torno da estrela acarretando um excesso no infravermelho. Então, como existe uma diferença significativa no percentual da amostra de candidatas ao excesso entre os diagramas K-[22], que apresenta um menor percentual de candidatas ao excesso, e o K-[12], apresentado o maior percentual. Os intervalos do índice de cor K-[22] variam significativamente entre as classes luminosas. Os intervalos do índice de cor J-H apresenta uma variação mínima. Wu et al. (2013) obtiveram valores maiores, em relação ao presente trabalho, dos índices de cor, isto porque as estrelas da sequência principal possuem maior incidência de discos de detritos, em relação as estrelas da amostra que são estrelas 61 evoluídas. Existe uma predominância de estrelas individuais para o diagramas K-[22]. 62 CAPÍTULO 5 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS "Creia em si, mas não duvide sempre dos outros." Machado de Assis 5.1 Conclusões Foi feita, de forma pioneira, uma busca por excesso de IR médio de estrelas evoluídas em uma amostra completa em magnitude visual dos catálogos De Medeiros Mayor (1999), De Medeiros et al. (2002) e De Medeiros et al. (2014). Nosso trabalho mostrou uma tendência clara de excesso de IR nas classes de luminosidade III e Ib. A natureza desse excesso de IR médio em supergigantes de classe de luminosidade Ib e gigantes clássicas de classe de luminosidade III em princípio não deve ser a mesma. As supergigantes têm perda de massa intensa e o excesso pode estar relacionado a isso, para as gigantes clássicas, apesar do excesso de IR poder estar associado a perda de massa, a sobrevivência do disco de detritos também deve ser explorada. 63 A nossa análise mostrou que a presença, ou não, de excesso de IR independe da estrela ser individual ou ser componente de um sistema binário. Quanto maior o valor do índice de cor K-[22] maior a probabilidade da estrela exibir excesso de IR. As estrelas da sequência principal apresentam um maior excesso de incidência no infravermelho, indicando assim, que possuem mais incidência de discos de detritos em relação às estrelas evoluídas (Jura 1990), isso se deve à ação temporal que pode dispersar o disco durante a evolução estelar. 64 5.2 Perspectivas Algumas questões permanecem em aberto no estudo do excesso de radiação de infravermelha. Algo externo à estrela pode causar excesso de radiação infravermelha, contaminação por efeitos de background de galáxias. Então, faz-se necessário, após a separação das estrelas candidatas ao excesso, uma pesquisa mais aprofundada onde se possa investigar a origem do possível excesso na radiação. Comparar a emissão de IR de estrelas evoluídas com planetas comprovados e a emissão de IR das estrelas da amostra. Este procedimento pode mostrar se a presença de planetas em torno de estrelas evoluídas influencia o excesso de IR da mesma forma observada nas estrelas da sequência principal Refazer o procedimento desenvolvido por Wu et al. (2013), o histograma e o ajuste gaussiano para a separação dos intervalos de J-H, para as todas as estrelas da amostra. Calcular a temperatura da poeira e fazer a densidade espectral de energia (SED) comparando com o corpo negro, semelhante a figura 5.2 onde Cruz-Saenz de Miera et al. (2014) mostram SEDs de quatro estrelas que exibem excesso e foram extraidas do SIMBAD. Realizar observações em comprimentos de onda mais longo para ser possível a determinação da origem do excesso de radiação infravermelha. Um tratamento visual através do IRSA1 , onde é possível a observação comparativa entre as 4 bandas do WISE ( W1, W2, W3 e W4). Esse procedimento ajudará na detecção da origem do excesso de radiação. E assim pode-se analisar se existe contaminação por background, semelhante a figura 5.1, gerada por Cruz-Saenz de Miera et al. (2014) onde é feita a comparação entre as bandas W2 1 Inf rared Sience Archive, trata-se de um componente infravermelho dos centros de arquivos da NASA. 65 e W4. Figura 5.1: Comparação visual entre as bandas W2 (lado esquerdo) e W4 (lado direito) feita na pesquisa de Cruz-Saenz de Miera et al. (2014) com as estrelas HD 78710, V900 Per, HD 227748 e HD 107899. Figura 5.2: SEDs de quatro estrelas e cada painel, indica-se a temperatura do corpo negro e a fração de luminosidade que proporciona o melhor ajuste. Fonte:Cruz-Saenz de Miera et al. (2014) 66 APÊNDICE A TABELAS • Tabelas relacionando a identificação HD da estrela com e os índices de cor J-H, K-[22], H-[12] e [12]-[22]. 67 HD J–H K – [22] K – [12] [12] – [22] HD118216 0,196 0,318 0,235 0,11 HD137052 0,346 0,29 0,249 0,049 HD106111 0,508 0,279 0,147 0 HD142980 0,564 0,261 0,178 0,052 HD223421 0,181 0,25 0,019 0,147 HD130819 0,209 0,21 0,169 0,056 HD122563 0,756 0,202 0,136 0,066 HD78209 0,109 0,183 0,143 0,068 HD158170 0,188 0,173 0,011 0,041 HD224617 0,207 0,171 0,075 0,054 HD199766 0,28 0,158 0,183 0,032 HD39937 0,591 0,144 0,087 0,162 HD151769 0,255 0,142 0,088 0,061 HD10909 0,527 0,137 0,069 -0,025 HD42278 0,198 0,127 0,006 0,096 HD32503 0,742 0,12 0,05 0,034 HD20277 0,482 0,113 0,067 0,046 HD156846 0,203 0,109 0,042 0,029 HD19826 0,613 0,106 0,048 0,076 HD6680 0,141 0,105 -0,005 0,067 HD94386 0,642 0,101 0,084 0,051 HD6269 0,635 0,1 0,057 0,015 HD188887 0,64 0,098 -0,02 0,01 HD22701 0,059 0,093 0,041 0,068 HD29169 0,143 0,091 -0,056 0,058 HD15524 0,442 0,085 0,005 0,07 HD71071 0,438 0,083 0,014 0,069 HD72954 0,58 0,076 0,028 0,017 HD57749 0,148 0,067 0,004 0,103 HD127486 0,141 0,056 -0,003 0,04 HD150453 -0,032 0,053 -0,005 -0,048 Tabela A.1: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (sistemas binários IV). 68 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD137052 0,346 0,29 0,249 0,041 HD118216 0,196 0,318 0,235 0,083 HD199766 0,28 0,158 0,183 -0,025 HD142980 0,564 0,261 0,178 0,083 HD130819 0,209 0,21 0,169 0,041 HD106111 0,508 0,279 0,147 0,132 HD78209 0,109 0,183 0,143 0,04 HD122563 0,756 0,202 0,136 0,066 HD151769 0,255 0,142 0,088 0,054 HD39937 0,591 0,144 0,087 0,057 HD142091 0,46 0,039 0,087 -0,048 HD94386 0,642 0,101 0,084 0,017 HD224617 0,207 0,171 0,075 0,096 HD10909 0,527 0,137 0,069 0,068 HD20277 0,482 0,113 0,067 0,046 HD6269 0,635 0,1 0,057 0,043 HD32503 0,742 0,12 0,05 0,07 HD19826 0,613 0,106 0,048 0,058 HD156846 0,203 0,109 0,042 0,067 HD22701 0,059 0,093 0,041 0,052 HD72954 0,58 0,076 0,028 0,048 HD223421 0,181 0,25 0,019 0,231 HD71071 0,438 0,083 0,014 0,069 HD158170 0,188 0,173 0,011 0,162 HD217107 0,184 0,017 0,007 0,01 HD42278 0,198 0,127 0,006 0,121 HD15524 0,442 0,085 0,005 0,08 HD57749 0,148 0,067 0,004 0,063 HD127486 0,141 0,056 -0,003 0,059 HD6680 0,141 0,105 -0,005 0,11 HD150453 -0,032 0,053 -0,005 0,058 Tabela A.2: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (sistemas binários IV) 69 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD139460 0,193 0,588 0,985 -0,397 HD147142 0,768 0,373 0,291 0,082 HD165438 0,588 0,334 0,29 0,044 HD645 0,653 0,329 0,266 0,063 HD20618 0,396 0,323 0,289 0,034 HD104055 0,731 0,299 0,258 0,041 HD107295 0,592 0,284 0,231 0,053 HD5268 0,717 0,282 0,236 0,046 HD73017 0,623 0,25 0,206 0,044 HD165978 0,678 0,236 0,199 0,037 HD53329 0,492 0,218 0,202 0,016 HD60532 0,385 0,216 0,185 0,031 HD205872 0,613 0,202 0,174 0,028 HD10142 0,658 0,18 0,108 0,072 HD30608 0,614 0,163 0,113 0,05 HD108054 0,653 0,161 0,146 0,015 HD154556 0,661 0,156 0,099 0,057 HD5190 0,232 0,155 0 0,155 HD25893 0,447 0,149 0,083 0,066 HD109799 0,128 0,149 0,018 0,131 HD152781 0,325 0,146 0,135 0,011 HD156098 0,217 0,144 0,012 0,132 HD29613 0,715 0,144 -0,433 0,577 HD18262 0,16 0,142 -0,058 0,2 HD12583 0,556 0,135 0,1 0,035 HD214599 0,68 0,13 0,06 0,07 HD121146 0,598 0,13 0,076 0,054 HD196524 0,106 0,127 0,062 0,065 HD143790 0,334 0,123 0,004 0,119 HD201196 0,547 0,123 0,052 0,071 HD67228 0,291 0,116 0,067 0,049 Tabela A.3: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (estrelas individuais IV) 70 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD139460 0,193 0,588 0,985 -0,397 HD147142 0,768 0,373 0,291 0,082 HD165438 0,588 0,334 0,29 0,044 HD20618 0,396 0,323 0,289 0,034 HD645 0,653 0,329 0,266 0,063 HD104055 0,731 0,299 0,258 0,041 HD5268 0,717 0,282 0,236 0,046 HD107295 0,592 0,284 0,231 0,053 HD73017 0,623 0,25 0,206 0,044 HD53329 0,492 0,218 0,202 0,016 HD165978 0,678 0,236 0,199 0,037 HD60532 0,385 0,216 0,185 0,031 HD205872 0,613 0,202 0,174 0,028 HD108054 0,653 0,161 0,146 0,015 HD73593 0,539 -0,029 0,141 -0,17 HD152781 0,325 0,146 0,135 0,011 HD162076 0,431 0,068 0,128 -0,06 HD152153 0,627 0,114 0,116 -0,002 HD30608 0,614 0,163 0,113 0,05 HD10142 0,658 0,18 0,108 0,072 HD12583 0,556 0,135 0,1 0,035 HD154556 0,661 0,156 0,099 0,057 HD25893 0,447 0,149 0,083 0,066 HD121146 0,598 0,13 0,076 0,054 HD87783 0,545 0,052 0,074 -0,022 HD67228 0,291 0,116 0,067 0,049 HD171994 0,564 0,115 0,067 0,048 HD196524 0,106 0,127 0,062 0,065 HD214599 0,68 0,13 0,06 0,07 HD78154 0,203 0,065 0,059 0,006 HD201196 0,547 0,123 0,052 0,071 Tabela A.4: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (estrelas individuais IV) 71 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD178555 0,713 3,585 3,585 0 HD146834 0,64 1,18 0,246 0,934 HD3690 0,522 0,801 0,776 0,025 HD194069 0,576 0,638 0,174 0,464 HD175679 0,284 0,474 0,016 0,458 HD37824 0,721 0,47 0,404 0,066 HD39286 0,701 0,44 0,337 0,103 HD224893 0,336 0,411 0,079 0,332 HD212320 0,704 0,389 0,172 0,217 HD4656 0,833 0,372 0,354 0,018 HD32357 0,648 0,369 0,244 0,125 HD2436 0,811 0,365 0,262 0,103 HD26605 0,58 0,361 0,313 0,048 HD87 0,491 0,354 0,301 0,053 HD46349 0,751 0,348 0,303 0,045 HD6903 0,376 0,345 0,27 0,075 HD200253 0,59 0,341 0,264 0,077 HD38099 0,93 0,341 0,214 0,127 HD1239 0,525 0,34 0,264 0,076 HD42486 0,759 0,336 0,289 0,047 HD222093 0,649 0,33 0,332 -0,002 HD153687 0,68 0,324 0,045 0,279 HD36780 0,822 0,324 0,293 0,031 HD68077 0,619 0,318 0,272 0,046 HD19926 0,684 0,315 0,296 0,019 HD207088 0,725 0,314 0,28 0,034 HD200924 0,891 0,311 0,27 0,041 HD7672 0,675 0,308 0,178 0,13 HD220465 0,757 0,306 0,303 0,003 HD118219 0,541 0,304 0,272 0,032 HD2942 0,475 0,301 0,26 0,041 Tabela A.5: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (sistemas binários III) 72 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD178555 0,713 3,585 3,585 0 HD3690 0,522 0,801 0,776 0,025 HD30020 0,455 0,278 0,513 -0,235 HD37824 0,721 0,47 0,404 0,066 HD161096 0,717 0,262 0,391 -0,129 HD120539 0,716 0,218 0,374 -0,156 HD176678 0,489 0,203 0,362 -0,159 HD129078 0,703 0,084 0,358 -0,274 HD63295 0,461 0,287 0,356 -0,069 HD55865 0,291 0,266 0,355 -0,089 HD4656 0,833 0,372 0,354 0,018 HD217459 0,774 0,298 0,346 -0,048 HD99998 0,77 0,23 0,338 -0,108 HD39286 0,701 0,44 0,337 0,103 HD152636 0,881 0,199 0,335 -0,136 HD222093 0,649 0,33 0,332 -0,002 HD133165 0,538 0,223 0,326 -0,103 HD148604 0,609 0,203 0,321 -0,118 HD26605 0,58 0,361 0,313 0,048 HD26722 0,445 0,2 0,308 -0,108 HD9774 0,427 0,098 0,305 -0,207 HD46349 0,751 0,348 0,303 0,045 HD220465 0,757 0,306 0,303 0,003 HD87 0,491 0,354 0,301 0,053 HD28305 0,434 0,095 0,299 -0,204 HD19926 0,684 0,315 0,296 0,019 HD36780 0,822 0,324 0,293 0,031 HD78541 0,833 0,25 0,292 -0,042 HD194193 0,889 0,091 0,29 -0,199 HD42486 0,759 0,336 0,289 0,047 HD169156 0,495 0,059 0,288 -0,229 Tabela A.6: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (sistemas binários III) 73 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD195506 4,513 4,513 0,085 0,087 HD202287 1,049 1,049 -0,155 0,139 HD34167 1,029 1,029 0,251 0,067 HD73599 1,002 1,002 -0,294 0,055 HD72993 0,953 0,953 0,144 0,189 HD37462 0,929 0,929 -0,24 -0,218 HD214462 0,924 0,924 -0,257 0,015 HD69267 0,924 0,924 0,418 -0,274 HD139599 0,924 0,924 0,236 0 HD218559 0,924 0,924 0,304 -0,032 HD120933 0,919 0,919 -0,033 0,151 HD18423 0,906 0,906 0,165 0,041 HD124454 0,902 0,902 0,172 -0,048 HD164358 0,902 0,902 0,194 0,093 HD64876 0,901 0,901 0,312 0,029 HD33667 0,897 0,897 0,154 0,094 HD221051 0,893 0,893 0,176 0,076 HD162337 0,892 0,892 -0,018 0,07 HD172171 0,892 0,892 1,554 0,66 HD133049 0,887 0,887 0,037 0,086 HD54179 0,886 0,886 0,203 -0,009 HD161369 0,885 0,885 2,496 -2,324 HD128902 0,883 0,883 0,251 0,104 HD40665 0,882 0,882 -0,103 0,021 HD18265 0,876 0,876 0,219 0,09 HD90798 0,874 0,874 0,125 0,051 HD194612 0,871 0,871 0,196 -0,088 HD204873 0,869 0,869 0,084 0,025 HD28413 0,864 0,864 0,096 0,193 HD188161 0,862 0,862 -0,06 0,022 HD30202 0,861 0,861 0,371 -0,039 Tabela A.7: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (estrelas individuais III) 74 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD164668 0,324 0,324 3,731 0,003 HD161369 0,885 0,885 2,496 -2,324 HD172171 0,892 0,892 1,554 0,66 HD70523 0,67 0,67 0,707 -0,38 HD47358 0,671 0,671 0,453 0,047 HD33042 0,735 0,735 0,438 -0,193 HD62285 0,845 0,845 0,428 -0,146 HD99055 0,563 0,563 0,42 -0,106 HD69267 0,924 0,924 0,418 -0,274 HD50310 0,614 0,614 0,412 -0,324 HD94084 0,734 0,734 0,399 0,056 HD28732 0,669 0,669 0,394 -0,076 HD118839 0,756 0,756 0,387 0,073 HD52960 0,666 0,666 0,386 -0,236 HD31421 0,556 0,556 0,383 -0,261 HD13818 0,628 0,628 0,381 0,041 HD152334 0,733 0,733 0,38 -0,358 HD224362 0,66 0,66 0,374 0,011 HD29399 0,673 0,673 0,372 0,026 HD30202 0,861 0,861 0,371 -0,039 HD161892 0,622 0,622 0,366 -0,086 HD130952 0,596 0,596 0,361 -0,067 HD223311 0,836 0,836 0,358 -0,065 HD210905 0,641 0,641 0,345 0,064 HD8651 0,673 0,673 0,337 -0,073 HD160822 0,726 0,726 0,337 0,029 HD34810 0,548 0,548 0,335 0,425 HD73840 0,685 0,685 0,333 -0,013 HD21430 0,636 0,636 0,332 0,041 HD81136 0,616 0,616 0,328 0,061 HD215030 0,611 0,611 0,326 0,025 Tabela A.8: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (estrelas individuais III) 75 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD283578 0,603 0,415 0,351 0,064 HD13474 0,604 0,387 0,302 0,085 HD26081 0,647 0,354 0,331 0,023 HD52703 0,478 0,339 0,123 0,216 HD42351 0,635 0,328 0,223 0,105 HD165462 0,638 0,32 0,311 0,009 HD216489 0,531 0,298 0,385 -0,087 HD47758 0,768 0,291 0,201 0,09 HD13725 0,874 0,272 0,207 0,065 HD81502 0,816 0,266 0,167 0,099 HD43282 0,491 0,254 0,126 0,128 HD32068 0,796 0,25 0,334 -0,084 HD32406 0,588 0,241 0,198 0,043 HD223173 0,611 0,24 0,381 -0,141 HD40733 0,631 0,236 0,196 0,04 HD67523 0,087 0,236 0,361 -0,125 HD276743 0,6 0,234 0,091 0,143 HD4502 0,616 0,215 0,184 0,031 HD214567 0,563 0,21 0,192 0,018 HD69142 0,676 0,209 0,149 0,06 HD49689 0,719 0,208 0,178 0,03 HD130766 0,849 0,205 0,136 0,069 HD21754 0,616 0,201 0,39 -0,189 HD237180 0,787 0,201 0,094 0,107 HD196321 0,767 0,198 0,103 0,095 HD25140 0,513 0,197 0,118 0,079 HD193092 0,853 0,194 0,068 0,126 HD14346 0,57 0,186 0,116 0,07 HD227472 0,737 0,182 0,041 0,141 HD180660 0,575 0,178 0,069 0,109 0,5 0,177 0,146 0,031 HD1227 Tabela A.9: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (sistemas binários II) 76 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD186791 0,82 0,019 0,443 -0,424 HD47442 0,6 0,06 0,401 -0,341 HD21754 0,616 0,201 0,39 -0,189 HD216489 0,531 0,298 0,385 -0,087 HD223173 0,611 0,24 0,381 -0,141 HD67523 0,087 0,236 0,361 -0,125 HD283578 0,603 0,415 0,351 0,064 HD32068 0,796 0,25 0,334 -0,084 HD26081 0,647 0,354 0,331 0,023 HD45416 0,68 0,144 0,318 -0,174 HD165462 0,638 0,32 0,311 0,009 HD13474 0,604 0,387 0,302 0,085 HD42351 0,635 0,328 0,223 0,105 HD13725 0,874 0,272 0,207 0,065 HD47758 0,768 0,291 0,201 0,09 HD32406 0,588 0,241 0,198 0,043 HD40733 0,631 0,236 0,196 0,04 HD214567 0,563 0,21 0,192 0,018 HD4502 0,616 0,215 0,184 0,031 HD49689 0,719 0,208 0,178 0,03 HD159181 0,555 0,154 0,174 -0,02 HD81502 0,816 0,266 0,167 0,099 HD172991 0,615 0,098 0,159 -0,061 HD69142 0,676 0,209 0,149 0,06 HD44762 0,42 0,085 0,148 -0,063 HD1227 0,5 0,177 0,146 0,031 HD156283 0,836 0,086 0,137 -0,051 HD130766 0,849 0,205 0,136 0,069 HD10332 0,657 0,17 0,134 0,036 HD142049 0,036 0,163 0,131 0,032 HD43282 0,491 0,254 0,126 0,128 Tabela A.10: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (sistemas binários II) 77 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD332672 0,162 1,102 0,116 0,986 BD+60 152 1,023 0,543 0,413 0,13 HD5418 0,831 0,53 0,438 0,092 HD223332 0,927 0,46 0,377 0,083 HD218454 0,904 0,429 0,341 0,088 HD64320 0,774 0,398 0,343 0,055 HD189301 0,761 0,385 0,337 0,048 HD157819 0,715 0,38 0,367 0,013 HD87238 0,715 0,378 0,309 0,069 HD190430 0,594 0,376 0,077 0,299 HD224870 0,658 0,36 0,305 0,055 HD417 0,595 0,348 0,323 0,025 HD645 0,653 0,329 0,266 0,063 HD22135 0,923 0,317 0,124 0,193 HD221661 0,704 0,312 0,248 0,064 HD77250 0,81 0,309 0,25 0,059 HD8791 0,889 0,304 0,203 0,101 HD187193 0,507 0,292 0,267 0,025 HD80126 0,624 0,281 0,221 0,06 HD124099 0,671 0,281 0,245 0,036 HD79698 0,502 0,269 0,192 0,077 HD58535 0,645 0,267 0,244 0,023 HD1367 0,626 0,266 0,229 0,037 HD189475 0,687 0,264 0,224 0,04 HD52938 0,813 0,249 0,145 0,104 HD92682 0,753 0,247 0,287 -0,04 HD186927 0,571 0,245 0,184 0,061 HD284857 0,612 0,24 0,15 0,09 HD168357 0,727 0,237 0,266 -0,029 HD39400 0,604 0,225 -0,037 0,262 HD170053 0,78 0,224 0,156 0,068 Tabela A.11: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (estrelas individuais II) 78 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD144608 0,356 0,088 0,46 -0,372 HD5418 0,831 0,53 0,438 0,092 BD+60 152 1,023 0,543 0,413 0,13 HD223332 0,927 0,46 0,377 0,083 HD157819 0,715 0,38 0,367 0,013 HD64320 0,774 0,398 0,343 0,055 HD218454 0,904 0,429 0,341 0,088 HD189301 0,761 0,385 0,337 0,048 HD417 0,595 0,348 0,323 0,025 HD87238 0,715 0,378 0,309 0,069 HD224870 0,658 0,36 0,305 0,055 HD92682 0,753 0,247 0,287 -0,04 HD187193 0,507 0,292 0,267 0,025 HD168357 0,727 0,237 0,266 -0,029 HD645 0,653 0,329 0,266 0,063 HD77250 0,81 0,309 0,25 0,059 HD221661 0,704 0,312 0,248 0,064 HD124099 0,671 0,281 0,245 0,036 HD58535 0,645 0,267 0,244 0,023 HD34579 0,482 0,209 0,238 -0,029 HD1367 0,626 0,266 0,229 0,037 HD189475 0,687 0,264 0,224 0,04 HD80126 0,624 0,281 0,221 0,06 HD190147 0,546 0,169 0,213 -0,044 HD211388 0,7 0,135 0,208 -0,073 HD8791 0,889 0,304 0,203 0,101 HD79698 0,502 0,269 0,192 0,077 HD186927 0,571 0,245 0,184 0,061 HD66812 0,651 0,193 0,17 0,023 HD76494 0,496 0,221 0,17 0,051 HD96544 0,748 0,218 0,169 0,049 Tabela A.12: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (estrelas individuais II) 79 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD161796 0,116 9,14 4,722 4,418 HD108015 0,561 6,692 5,535 1,157 HD173819 0,45 1,916 1,034 0,882 HD144812 0,426 1,876 1,169 0,707 HD12014 1,033 1,163 0,711 0,452 HD177300 0,6 0,615 0,449 0,166 HD219978 0,965 0,591 0,442 0,149 HD170975 0,769 0,528 0,287 0,241 HD197572 0,486 0,471 0,373 0,098 HD172594 0,379 0,369 0,312 0,057 HD59067 0,651 0,361 0,135 0,226 HD161388 0,469 0,36 0,075 0,285 HD91056 0,851 0,355 0,327 0,028 HD52877 0,764 0,35 0,466 -0,116 HD162714 0,598 0,34 0,332 0,008 HD9250 0,741 0,328 0,24 0,088 HD194093 0,517 0,318 0,827 -0,509 HD56577 0,72 0,296 0,414 -0,118 HD11544 0,689 0,285 0,199 0,086 HD49396 0,444 0,28 0,214 0,066 HD106111 0,508 0,279 0,147 0,132 HD56855 0,781 0,27 0,27 0 HD147066 0,253 0,27 0,114 0,156 HD117399 0,277 0,268 0,116 0,152 HD174947 0,597 0,266 0,232 0,034 HD193469 0,853 0,266 0,205 0,061 HD16901 0,395 0,264 0,222 0,042 HD169660 0,784 0,262 0,185 0,077 HD188727 0,312 0,259 0,247 0,012 HD146323 0,364 0,257 0,203 0,054 HD42454 0,428 0,254 0,172 0,082 Tabela A.13: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (sistemas binários Ib) 80 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD108015 0,561 6,692 5,535 1,157 HD161796 0,116 9,14 4,722 4,418 HD144812 0,426 1,876 1,169 0,707 HD173819 0,45 1,916 1,034 0,882 HD194093 0,517 0,318 0,827 -0,509 HD12014 1,033 1,163 0,711 0,452 HD52877 0,764 0,35 0,466 -0,116 HD177300 0,6 0,615 0,449 0,166 HD219978 0,965 0,591 0,442 0,149 HD56577 0,72 0,296 0,414 -0,118 HD197572 0,486 0,471 0,373 0,098 HD162714 0,598 0,34 0,332 0,008 HD91056 0,851 0,355 0,327 0,028 HD172594 0,379 0,369 0,312 0,057 HD170975 0,769 0,528 0,287 0,241 HD176155 0,289 0,158 0,281 -0,123 HD56855 0,781 0,27 0,27 0 HD67594 0,304 0,123 0,27 -0,147 HD188727 0,312 0,259 0,247 0,012 HD9250 0,741 0,328 0,24 0,088 HD174947 0,597 0,266 0,232 0,034 HD216946 0,834 0,217 0,223 -0,006 HD16901 0,395 0,264 0,222 0,042 HD49396 0,444 0,28 0,214 0,066 HD148218 0,675 0,239 0,208 0,031 HD193469 0,853 0,266 0,205 0,061 HD146323 0,364 0,257 0,203 0,054 HD11544 0,689 0,285 0,199 0,086 HD169660 0,784 0,262 0,185 0,077 HD20894 0,553 0,239 0,182 0,057 HD47731 0,558 0,243 0,178 0,065 Tabela A.14: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (sistemas binários Ib) 81 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD114855 0,341 3,826 0,532 3,294 HD120432 0,391 2,397 0,097 2,3 HD159633 0,611 1,071 0,657 0,414 HD73884 1,014 0,889 0,43 0,459 HD165446 0,258 0,601 -0,005 0,606 HD101684 0,306 0,439 0,163 0,276 HD90452 0,441 0,435 0,235 0,2 HD202314 0,603 0,427 0,367 0,06 HD153639 0,718 0,425 0,279 0,146 HD204022 0,574 0,421 0,365 0,056 HD105138 0,72 0,392 0,341 0,051 HD24775 0,906 0,38 0,34 0,04 HD88069 0,337 0,373 0,082 0,291 HD139915 0,472 0,371 0,265 0,106 HD118520 0,762 0,349 0,285 0,064 HD4362 0,475 0,346 0,283 0,063 HD214714 0,582 0,343 0,304 0,039 HD218600 0,319 0,322 0,197 0,125 HD193370 0,266 0,32 0,345 -0,025 HD224165 0,526 0,313 0,293 0,02 HD188650 0,515 0,312 0,22 0,092 HD31910 0,378 0,308 0,253 0,055 HD59890 0,468 0,252 0,183 0,069 HD106981 0,419 0,228 0,15 0,078 HD95393 0,713 0,214 0,143 0,071 HD111790 0,584 0,213 0,163 0,05 HD103225 0,472 0,209 0,139 0,07 HD101314 0,272 0,208 0,077 0,131 HD76006 0,34 0,205 0,103 0,102 HD131246 0,638 0,205 0,188 0,017 HD77912 0,382 0,202 0,126 0,076 Tabela A.15: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[22] (estrelas individuais Ib) 82 HD J-H K - [22] K - [12] [12] - [22] HD159633 0,611 1,071 0,657 0,414 HD114855 0,341 3,826 0,532 3,294 HD73884 1,014 0,889 0,43 0,459 HD202314 0,603 0,427 0,367 0,06 HD204022 0,574 0,421 0,365 0,056 HD193370 0,266 0,32 0,345 -0,025 HD105138 0,72 0,392 0,341 0,051 HD24775 0,906 0,38 0,34 0,04 HD214714 0,582 0,343 0,304 0,039 HD224165 0,526 0,313 0,293 0,02 HD118520 0,762 0,349 0,285 0,064 HD4362 0,475 0,346 0,283 0,063 HD153639 0,718 0,425 0,279 0,146 HD139915 0,472 0,371 0,265 0,106 HD31910 0,378 0,308 0,253 0,055 HD90452 0,441 0,435 0,235 0,2 HD223047 0,556 0,12 0,221 -0,101 HD188650 0,515 0,312 0,22 0,092 HD218600 0,319 0,322 0,197 0,125 HD131246 0,638 0,205 0,188 0,017 HD59890 0,468 0,252 0,183 0,069 HD63700 0,479 0,165 0,169 -0,004 HD84533 0,635 0,194 0,169 0,025 HD192876 0,455 0,133 0,164 -0,031 HD101684 0,306 0,439 0,163 0,276 HD111790 0,584 0,213 0,163 0,05 HD106981 0,419 0,228 0,15 0,078 HD95393 0,713 0,214 0,143 0,071 HD38713 0,409 0,17 0,141 0,029 HD103225 0,472 0,209 0,139 0,07 HD101766 0,63 0,199 0,137 0,062 Tabela A.16: Tabela das estrelas mais à direita do diagrama cor-cor segundo o critério de seleção K-[12] (estrelas individuais Ib) 83 REFERÊNCIAS Aumann, H. 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