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Ciências da Natureza e
Suas Tecnologias
Biologia
Prof. Beto Aquino
nº
23
Vencendo a dengue
Texto I
1ª VacIna de orIgeM VegeTal no Mundo coMBaTe
VÍrus da dengue
Pesquisadores da Uece desenvolvem a primeira vacina
oriunda de vegetal. O processo é pioneiro também no
combate à dengue.
A primeira vacina de origem vegetal no mundo é produzida
por pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Segundo a professora Isabel Guedes, bioquímica responsável
pela pesquisa, o processo é totalmente pioneiro: “até o
momento nenhuma vacina no mundo tinha sido produzida à
base de planta”, ressalta.
Aliado a esse pioneirismo, a vacina busca atender uma
necessidade cada vez maior da sociedade, que é o combate
à dengue. Atualmente, a dengue é a arbovirose mais
comum que atinge o homem, sendo responsável, segundo
a Organização Mundial de Saúde por cerca de 100 milhões
de casos/ano em população de risco de 2,5 a 3 bilhões de
seres humanos. Neste caso, a nova tecnologia, a primeira
de origem vegetal, deverá combater os quatro tipos de
manifestação do vírus, incluindo o hemorrágico.
O feijão de corda (Vigna unguiculata) foi o vegetal utilizado
no procedimento para produção de antígenos para combater
o vírus da dengue. No processo, os cientistas injetaram genes
do vírus na planta, a qual desenvolveu as proteínas anticorpos
capazes de gerar as defesas do organismo. A partir daí, os
antígenos foram isolados, podendo então ser aplicados em
forma de vacina. De acordo com os pesquisadores, uma única
planta pode gerar até 50 doses de vacina.
As vantagens da vacina desenvolvida pelos pesquisadores
da Uece são inúmeras, dentre elas, o seu método inovador
de produção, baixo custo e redução de reações alérgicas,
comuns nas vacinas desenvolvidas em métodos tradicionais,
que utilizam organismos vivos e vírus atenuados.
Os resultados obtidos através de testes em camundongos
foram positivos; os animais passaram a produzir anticorpos
protetores contra a dengue. O próximo passo é iniciar testes
clínicos em seres humanos.
Para Isabel Guedes, “é necessário desenvolver drogas eficientes
no combate à dengue. Essa é uma preocupação mundial. Além
disso, o custo de prevenção pode ser menor do que os tratamentos
convencionais de pacientes infectados”, destaca.
A Uece protegeu a pesquisa por meio do seu Núcleo de
Inovação Tecnológica (NIT), através de depósito de pedido de
patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Neste momento, o NIT e a Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica
do Ceará (Redenit-CE) estão trabalhando na transferência desta
tecnologia para o mercado, a fim de que a vacina possa ser
produzida em escala industrial e beneficiar, assim, a população.
<http://www.uece.br/uece/index.php/noticias/14-lista-de-noticias/
1501-1o-vacina-de-origem-vegetal-no-mundo-combate-virus-da-dengue>
“
Além disso,
o custo de
prevenção
pode ser
menor do
que os
tratamentos
convencionais
de pacientes
infectados.
”
Ciências da Natureza e Suas Tecnologias
Texto II
Vencendo a Dengue pela Esperteza
Por que vacinar mosquitos, e não pacientes
Logo ao nascer do sol, no início de janeiro passado, uma van de entregas rodava por uma rua de subúrbio em Queensland,
na Austrália. Transportava tubos com mosquitos da dengue, doença parecida com a gripe que ataca entre 50 milhões e 100
milhões de pessoas ao ano, no mundo inteiro. Ocupantes do veículo faziam paradas a cada quatro casas e liberavam 40
mosquitos no ambiente. Ao final de uma semana, haviam liberado 6 mil insetos e até o início de março chegaram a 72 mil.
À primeira vista pode parecer bioterrorismo. Mas, na realidade, esta é uma nova forma de controle biológico de insetos.
Scott O’Neill, da University of Queensland, e seus colegas estão testando um novo método de reduzir a propagação da
dengue, um pesadelo crescente nos trópicos que agora apareceu nos Estados Unidos. Ainda que quase sempre não seja fatal,
a dengue pode levar pacientes para o hospital. E ela não tem cura nem vacina.
A estratégia inovadora de O’Neill é vacinar os mosquitos em vez de pacientes. Em seu laboratório, com a ajuda de um
microscópio, funcionários injetam a bactéria Wolbachia pipientis, inofensiva para humanos e comum entre insetos, em ovos
de mosquitos Aedes aegypti, principal transmissor da dengue. O’Neill descobriu que a Wolbachia torna o A. aegypti imune ao
transmissor da dengue. E toda a descendência do mosquito inoculado herda essa imunidade.
O método de O’Neill, não vinculado à modificação genética, contrasta com os esforços para controle da dengue que
ganharam manchetes no fim do ano passado. Em dezembro, a companhia britânica de tecnologia Oxitec liberou, na Malásia,
6 mil mosquitos machos geneticamente modificados, para espanto de alguns grupos que manifestaram preocupação com
possíveis efeitos de insetos GM em humanos e ecossistemas. Os resultados para a Malásia ainda não estão disponíveis. Mas
Luke Alphey, cientista-chefe e fundador da Oxitec, prevê que uma liberação anterior de 3,3 milhões de mosquitos na Ilha de
Grande Caimã resultou em redução de 80% na quantidade de Aedes aegypti. E isso porque muitas fêmeas se acasalaram com
parceiros tornados geneticamente inférteis.
Os resultados obtidos por O’Neill também são promissores. Testes iniciais demonstraram que cerca de 25% das larvas na
população, vivendo na Natureza, estavam infectadas com Wolbachia. Em fins deste mês de maio, quando termina a estação
úmida na Austrália, ele espera alcançar a meta de seu experimento: demonstrar que a Wolbachia consegue invadir uma
população de A. aegypti na Natureza. Em caso positivo, ele espera iniciar uma tentativa semelhante no Vietnã, no início do
verão boreal.
Rebecca Coffey. Scientific American Brasil. Maio 2011. p. 10
EXERCÍCIOS
1.Após a leitura dos textos, pode-se inferir que:
A) A dengue é uma doença contagiosa e precisa ser tratada com vacinas e medidas de prevenção como a inibição da reprodução
do mosquito.
B) Após o uso das vacinas, os mosquitos serão selecionados e formas resistentes surgirão, sendo necessárias novas vacinas.
C) Um controle biológico, a partir de bactérias, poderá selecionar mosquitos resistentes, haja vista o uso indiscriminado de
antibióticos.
D) A dengue é uma doença restrita às regiões Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil.
E) Os gastos públicos com as vacinas são menores que os gastos com pacientes infectados, o que viabiliza o programa de
vacinação.
2. Investigadores das Universidades de Oxford e da Califórnia desenvolveram uma variedade de Aedes aegypti
geneticamente modificada que é candidata para uso na busca de redução na transmissão do vírus da dengue.
Nessa nova variedade de mosquito, as fêmeas não conseguem voar devido à interrupção do desenvolvimento
do músculo das asas. A modificação genética introduzida é um gene dominante condicional, isto é, o gene tem
expressão dominante (basta apenas uma cópia do alelo) e este só atua nas fêmeas.
FU. G. et al. Female-specific flightles phenotype for mosquito control.
PNAS 107 (10): 4550-4554, 2010.
Prevê-se, porém, que a utilização dessa variedade de Aedes aegypti demore ainda anos para ser implementada,
pois há demanda de muitos estudos com relação ao impacto ambiental. A liberação de machos de Aedes aegypti
dessa variedade, geneticamente modificada, reduziria o número de casos de dengue em uma determinada região
porque:
A)diminuiria o sucesso reprodutivo desses machos transgênicos.
B) restringiria a área geográfica de voo dessa espécie de mosquito.
C)dificultaria a contaminação e reprodução do vetor natural da doença.
D)tornaria o mosquito menos resistente ao agente etiológico da doença.
E) dificultaria a obtenção de alimentos pelos machos geneticamente modificados.
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3. Quando uma pessoa é picada por um animal peçonhento, deve procurar socorro através de:
A)soro, que induzirá a formação de anticorpos.
B) soro, porque é composto por antígenos específicos.
C)soro, porque contém anticorpos prontos.
D)vacina, porque fornecerá ao organismo elementos de defesa.
E) vacina, para eliminar quimicamente o veneno.
4. A dengue é uma doença limitada a certas áreas geográficas.
Essa limitação deve-se:
A)ao fato de a doença não ser contagiosa.
B) à falta de combate adequado ao transmissor.
C)à distribuição geográfica do inseto transmissor.
D)à inexistência do agente patogênico em regiões tropicais.
E) à ausência de alimento para o agente patogênico em certos ambientes.
5.O gráfico a seguir mostra a incidência de determinada moléstia, em um centro urbano, durante um período de 20 anos.
Número
de casos
2.000
1.000
Tempo (anos)
1
20
A análise desses dados permite afirmar que a moléstia foi:
A)epidêmica, mas houve dois surtos endêmicos no período.
B) endêmica, mas houve dois surtos epidêmicos no período.
C)endêmica, mas houve um único surto epidêmico no período.
D)exlusivamente epidêmica em todo o período.
E) exclusivamente endêmica em todo o período.
GABARITO (V. 22)
1
2
3
4
5
E
B
A
E
C
Professor Colaborador: Tom Dantas
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