a influencia do cinismo na escrita do apocalipse de

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A INFLUENCIA DO CINISMO NA ESCRITURA DO APOCALIPSE DE
DANIEL
Simone silva de Jesusa1; Ágabo Borges de Sousa2; Simone Silva de Jesus3; Bruna Jessica Cabral 4
1. Bolsista BROBIC/UEFS, Graduanda em Licenciatura Plena em História, Universidade Estadual de
Feira de Santana e-mail: : [email protected]
2. Orientador, Departamento de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Estadual de Feira de
Santana, e-mail: [email protected]
3. Participante do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Filosofia, Departamento de Ciências
Humanas e Filosofia, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail [email protected]
4. Participante do Projeto As Escolas Filosóficas do II século a. Cr. e o Movimento Apocalíptico de
Daniel, departamento de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Estadual de Feira de Santana,
e-mail: [email protected]
Palavras Chave: Médio Crescente, Daniel, Cinismo.
“A INFLUÊNCIA DO CINISMO NA ESCRITA DA LITERATURA APOCALÍPTICA
DE DANIEL”
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa dedica- se a estudar a expansão das novas ideias espalhadas pelas
escolas helenísticas no Médio Crescente, focando na Escola Cínica, tendo como
propósito a reação da literatura Apocalíptica de Daniel a esse novos modus Vivendi.
O propósito, está voltado ao século II a.C. especificamente, no Médio Crescente, antigo
território de Judá e Israel.
De acordo com Ágabo Borges este período “foi marcado
pela presença grega no oriente, cujo domínio foi político, cultural e religioso, fazendo
surgir movimentos de resistência, como por exemplo, o Movimento Macabeu, e o
Movimento Apocalíptico, que pretendia proteger o patrimônio religioso e cultural do
povo da Judá. O livro apocalíptico de Daniel
As
Escolas Epicuristas e Estoicas
espalhavam suas ideias no Oriente através do domínio da região, conforme Ágabo
Sousa (2013) esta propostas filosóficas encontram reação nos textos de Daniel.
As ideias Cínica foi difundida por Diógenes em muitas instancias da era helenística é
possível o reconhecimento contra essas ideias do texto de Daniel.
MATERIAL E MÉTODO
Metodologicamente o principal material que foi utilizado é o: Apocalipse e Daniel, que
estão disponíveis em diversas traduções do português. Contudo na medida que foi
preciso foi consultados os textos nas línguas originais, em que foram escritos, Hebraico,
Aramaico e Grego, considerando o acesso do Prof. Orientador a estas línguasA pesquisa
está baseada, portanto, nos princípios da história social, já devidamente desenvolvida
nos manuais de história, este também baseado na proposta do grupo de pesquisa “O
diálogo das escolas filosóficas do II século e a influências dos movimentos helenizantes
no Médio Crescente, a partir da literatura apocalíptica veterotestamentária”, com a
orientação do professor dr. Ágabo Borges de Sousa.
DISCUSSÃO
De acordo com Ágabo Sousa a presença da filosofia helenística no Médio Crescente é
uma consequência natural do condicionamento sócio-político que se instalou no entorno
do Mediterrâneo com as conquistas de Alexandre. (SOUSA 2013, p.234). Segundo
SOUSA (2013) a ideia de um império universal helênico implicava em levar para os
povos dominados sua forma de expressão cultural, afirmando que o Médio Crescente
sofreu uma grande influência do modus vivendi helênico consequentemente sua
filosofia, que regia a forma de perceber o mundo.
A filosofia tornou-se a fonte da qual o homem helenístico extraia os valores que
antes extraia da polis e da religião oferecendo novos conteúdos de vida espiritual,
iluminando as consciências, ajudando o homem a viver e lhe ensinado como ser feliz
mesmo na época trágica na qual os valores pareciam subvertidos. (REALE,1994, p.11).
É neste período que surge um movimento, literariamente fecundo, que é o
movimento apocalíptico. O livro de Daniel é escrito em oposição a essa práticas
culturais.
As escolas filosóficas, de alguma forma, influenciaram na escrita da literatura produzida
no médio crescente no período helenístico. De acordo com SOUSA as escolas tinha m
como proposta para os seus seguidores o modus vivende helênico e propunham, e m
última instância, tornar o homem um valor supremo.(SOUSA,2011, p.8)
Assim como é perceptível a presença de elementos do estoicismo em Dan 6, é
percebível a presença do cinismo no capítulo 4 do livro Daniel . Como podemos
verificar na citação seguinte:
No mesmo instante cumpriu-se a palavra de Nabucodonosor: ele fo i
expulso da convivência dos homens; comeu erva como bois; seu corpo
foi banhado pelo orvalho do céu; seus cabelos cresceram como penas
de águia e suas unhas como garras de pássaros. (DANIEL 4,30).
Nesta passagem, o sonho de Nabucodonosor, o rei todo poderoso, que tinha sido
interpretado pelo personagem, Daniel, torna-se realidade na narrativa e o rei passa a se
comportar como animal. Esse comportamento é considerado uma das características da
escola cínica onde seu fundador Diógenes vivia com comportamentos animalescos.
Podemos perceber que o livro de Daniel é esclarecimento de que as ideias helenizantes
defendidas pelos próprios chefes de Jerusalém, não correspondiam aos princípios de
vivencia judaica e os reduzia a escravos e não-agente, não os humanizavam, mas
desumanizavam. (SOUSA,2011,p.8).
CONSIDERAÇOES FINAIS
Foi possível perceber que a filosofia que a helenística estava bem próxima do Médio
Crescente, não apenas por representantes que tinham relação direta com a região, mas
pela circulação própria destes pensamentos que vinham acompanhando a forma de
expressão da língua grega da época. Podemos perceber elementos das escolas
epicuristas e estoicas e no que propôs a pesquisa a escola Cínica refletidos em algumas
passagens nos textos de Daniel, como representante de um movimento de resistência
cultural, ideológica e religiosa.
REFERÊNCIAS
BÍBLIA de Jerusalém. 7ª Impressão. São Paulo: Paulus, 2011.
CHAÍ, Marilena. Introdução à História da Filosofia: As Escolas Helenísticas, vol. II.
São Paulo: Companhia da Letras, 2010.
COLLINS, J. Jonh. A imaginação Apocalíptica uma introdução á literatura
apocalíptica judaica. São Paulo: Paulus, 2010.
HADOT, Pierre. O que é filosofia antiga? Ed. Loyola, São Paulo,1999.
KESSLER, Rainer. História Social do Antigo Israel. Paulinas, São Paulo, 2009
REALE, Giordanni. História da Filosofia Antiga. V III. Tradução de Marcelo Perine.
São Paulo: Loyola, 1994.
SOUSA, Ágabo Borges de. Filosofia Helenística e o Encontro com a Cultura do
Médio Crescente: O Diálogo de Daniel com as Escolas Epicurista e Estoica.
Caminhos, Goiânia, v. 11, nº 2, p. 232-245, jul./dez. 2013.
SOUSA, Ágabo Borges de. O diálogo das escolas filosóficas do II século e as
influências dos movime ntos helenizantes no Médio crescente, a partir da literatura
apocalíptica veterotestamentária. Projeto de Pesquisa. CNPq. UEFS, DCHF. 2011.
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