História Geral - Apostilas Virtual

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MAYRA PANIAGO
HISTÓRIA
GERAL
TEORIA
346 QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS E VESTIBULARES
GABARITADAS
¾ Teoria e Seleção das Questões:
Î Prof.ª Mayra Paniago
¾ Organização e Diagramação:
Î Mariane dos Reis
1ª Edição
DEZ − 2012
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É vedada a reprodução total ou parcial deste material, por qualquer meio ou processo. A violação de direitos autorais é punível como crime, com pena de prisão e multa (art. 184 e parágrafos do
Código Penal), conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei nº 9.610, de
19/02/98 – Lei dos Direitos Autorais).
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SUMÁRIO
1.
A ALTA IDADE MÉDIA ...................................................................................................................... 05
Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 08
2.
O FEUDALISMO: Sistema econômico, político, social e cultural .............................................................. 12
Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 16
3.
A BAIXA IDADE MÉDIA ................................................................................................................... 21
AS TRANSFORMAÇÕES ECONÔMICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS E RELIGIOSAS ....................... 21
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 24
4.
CRISE DO FEUDALISMO .................................................................................................................. 28
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 30
5.
A ÉPOCA MODERNA: A Formação dos Estados Nacionais − O Estado Absolutista ................................. 33
Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 35
6.
A EXPANSÃO MERCANTIL EUROPEIA NOS SÉCULOS XV E XVI .............................................. 40
Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 42
7.
O RENASCIMENTO .......................................................................................................................... 47
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 49
8.
AS REFORMAS RELIGIOSAS ......................................................................................................... 54
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 55
9.
A REVOLUÇÃO INGLESA DO SÉCULO XVII ................................................................................. 57
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 59
10. O ILUMINISMO ................................................................................................................................. 60
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 61
11. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ......................................................................................................... 63
Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 64
12. A REVOLUÇÃO FRANCESA ........................................................................................................... 67
Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 69
13. MUNDO CONTEMPORÂNEO: A ação imperialista do século XIX sobre a África e a Ásia .......................... 72
Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 73
14. AS UNIFICAÇÕES DA ITÁLIA E DA ALEMANHA .......................................................................... 76
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 77
15. OS MOVIMENTOS SOCIALISTAS ................................................................................................... 78
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 79
16. A CIÊNCIA E CULTURA NO SÉCULO XIX ..................................................................................... 80
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 82
17. A REVOLUÇÃO RUSSA DE 1917 .................................................................................................... 83
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 84
18. O SISTEMA DE ALIANÇAS E A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL .................................................. 86
Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 88
19. O FASCISMO ITALIANO E O NAZISMO ALEMÃO ......................................................................... 90
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 92
20. AS DEMOCRACIAS LIBERAIS NO PERÍODO ENTRE-GUERRAS ................................................ 95
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 96
21. A CRISE DE 1929 E O NEW DEAL .................................................................................................. 97
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................... 98
22. A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL ................................................................................................. 100
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................. 102
23. A ONU ............................................................................................................................................. 105
Questões de Provas de Concursos e Vestibulares....................................................................................................... 107
24. A CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL E AS TENSÕES ENTRE ÁRABES E JUDEUS .............. 108
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................. 110
25. A EXPANSÃO CAPITALISTA DO JAPÃO .................................................................................... 112
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................. 113
26. A QUEDA DO MURO DE BERLIM E O SURGIMENTO DE UMA NOVA EUROPA ...................... 114
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................. 115
27. EXTINÇÃO DA UNIÃO SOVIÉTICA ............................................................................................... 117
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................. 118
28. ACELERAÇÃO TECNOLÓGICA, MUDANÇAS ECONÔMICAS E DESEQUILÍBRIOS
(a era da informática, globalização e as grandes crises econômicas) ....................................................................... 119
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................. 121
29. A CIÊNCIA E CULTURA NO SÉCULO XX ...................................................................................... 123
Questões de Provas de Vestibulares ............................................................................................................................. 125
GABARITOS ..................................................................................................................................... 126
História Geral
Teoria e Questões por Tópicos
Prof.ª Mayra Paniago
HISTÓRIA GERAL
1
A ALTA IDADE MÉDIA
Idade Média
O longo período medieval iniciou-se com a queda
do Império Romano, no século V e chegou ao fim durante o século XV, em função das grandes mudanças promovidas pelo chamado renascimento comercial e urbano e a crise do século XIV.
Tradicionalmente a Idade Média está dividida em
dois períodos: a Alta Idade Média – dos séculos V ao X –
e a Baixa Idade Média – que se estendeu dos séculos XI
ao XV.
O primeiro momento esteve marcado pela formação do sistema feudal a partir de uma fusão cultural entre romanos e germânicos. Já o segundo, caracterizouse pelo apogeu e crise do feudalismo.
Do ponto de vista geográfico, o período medieval
cobriu convencionalmente a Europa, o norte da África e
áreas do Oriente Médio. Mas isso não quer dizer que
existiam apenas essas regiões em todo o mundo! É óbvio
que outras civilizações já viviam de forma também intensa em outros lugares do mundo. Na América, bem como
em grandes áreas da Ásia, Oceania e regiões subsaarianas, sociedades inteiras possuíam suas particularidades
históricas que trataremos em outros momentos.
A diversidade geográfica definiu também uma variedade histórica. Enquanto o mundo europeu viveu imerso
em uma estrutura econômica agrária, com base em
uma agricultura de subsistência, as outras regiões conheceram o desenvolvimento das atividades comerciais
de forma intensa.
A aceitação desta diversidade implica em considerar
que a história do mundo medieval não ocorreu de forma
homogênea e que, portanto, devemos analisá-lo considerando as múltiplas características em cada lugar estudado.
Alta Idade Média
A Alta Idade Média teve seu início marcado pelas
grandes migrações germânicas – invasões bárbaras –
para dentro das fronteiras de um Império Romano já em
crise desde o século III. Importante considerar que a área mais afetada pelas ondas invasoras do século V, foram aquelas do Império Romano Ocidental, que viram a
deposição do último imperador romano, Rômulo Augusto, por Odoacro, rei germânico.
A fusão romano germânica e a formação do feudalismo
Os povos germânicos – É bastante comum ouvirmos
falar dos germânicos como povos bárbaros. Por que isso
acontece? Qual a origem dessa denominação? Os grewww.apostilasvirtual.com.br
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gos costumavam chamar de bárbaro toda pessoa que
era estrangeira e que por isso não possuía os mesmos valores culturais desta civilização. Essa palavra também teve o mesmo significado para os romanos, sendo considerado bárbaro aquele que não falava latim, não professava a religião cristã nem tinha os mesmos hábitos dos
romanos. A designação passou então a ter um caráter
pejorativo inferiorizando as culturas diferentes das culturas clássicas.
“Todos eles tem membros compactos e firmes, pescoços grossos, e
são tão prodigiosamente disformes e feios que os poderíamos tomar
por animais bípedes ou pelos toros desbastados em figuras que usavam nos lados das pontes. [...]Tendo porém o aspecto de homens,
embora desagradáveis, são rudes no seu modo de vida, de tal maneira que não tem necessidade de fogo nem de comida saborosa; comem as raízes das plantas selvagens e a carne semicrua de qualquer
espécie de animal que colocam entre as suas coxas e os dorsos dos
cavalos para as aquecer um pouco.”
ESPINOSA, Fernanda. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da costa,
1972. In: BRAICK, Patrícia Ramos e MOTA, Myriam Becho. História; das cavernas ao
terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 2005, p. 136.
Os germânicos ocupavam as regiões do norte da
Europa. Sua atividade econômica era caracterizada pela utilização coletiva da terra e da sua produção. Criavam
animais e produziam um artesanato utilitário. Sua sociedade era constituída por camponeses e guerreiros e viviam em tribos seminômades que dependiam da natureza para sobreviver. Do ponto de vista político o governo era estruturado a partir do domínio de chefes guerreiros que se constituíam em uma aristocracia da guerra. A
religião era marcadamente voltada para o culto de
deuses que eram associados aos fenômenos da natureza, sendo politeístas. Eram eles: Odin – deus do céu e da
guerra; Thor – era o deus do trovão; Mon – deusa da lua;
Sunna – deusa do sol; Freia – deusa do amor; Nerto –
deusa da fertilidade. Costumavam cremar os mortos e
acreditavam em paraíso chamado de Walhala.
Os contatos entre estes povos – godos (visigodos, ostrogodos, anglo, saxões, jutos, alamanos, vikings, normandos, suevos, hérulos – e os romanos já ocorriam há tempos. Desde o século IV, os germânicos ocupavam as
fronteiras do Império Romano do Ocidente, realizando
atividades agrícolas, e, em algumas ocasiões, em épocas de crise, se ofereciam para ingressar as fileiras do
exército romano. Eram então considerados povos federados, isto é, aliados dos romanos.
A grande onda invasora responsável pela desagregação do Império Romano Ocidental foi provocada por
uma intensa migração germânica sob pressão dos hunos (povos que eram originários das estepes russas e que
no século V entram violentamente nas regiões da Germânia). Veja o mapa seguinte.
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Teoria e Questões por Tópicos
As ondas invasoras do século V levaram à população um temor muito grande. Boa parte dos habitantes
das cidades latinas teve que sair de suas casas e se refugiar nos campos. Paulatinamente ocorreu um processo de ruralização, provocando uma grande mudança
nas relações de trabalho, na produção econômica e
nas relações políticas também.
O encontro entre os dois povos marcou a sociedade
na Alta Idade Média. Nesta época, como em qualquer
período de transição, era muito difícil distinguir o que era
característica cultural romana das características culturais germânicas. De forma bem ampla, o feudalismo, sistema político econômico e social que marcou a Europa
Ocidental, foi resultado desta fusão cultural.
Do lado romano, o colonato foi uma das grandes
contribuições deste povo para o mundo feudal. Caracterizava-se por ser uma relação de trabalho originária da
crise do mundo romano, a partir do século III, em que o
trabalho escravo – em queda por causa da diminuição
do número deste trabalhador, resultando no encarecimento da mão de obra -, foi sendo substituído por outro
regime trabalhão livre, mas não escravo ou assalariado.
Tratou-se de uma relação que se estabeleceu nas propriedades agrícola em Roma, onde os grandes latifundiários passaram a utilizar um trabalhador que passava a
trabalhar na terra em troca de proteção e moradia. Este
tipo de trabalhador deu origem ao trabalhador servil, na
época do apogeu do Feudalismo. A religião cristã / católica foi outra grande contribuição romana para a sociedade medieval. Nos primeiros tempos medievais, muitos povos germânicos tiveram dificuldades em se adaptar a esta religião. A Igreja Católica, já em processo de
expansão desde a crise romana acabou se tornando a
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única instituição que abrigou pobres, desvalidos e pessoas que fugiam dos tempos difíceis das invasões. Por isso
houve muitas conversões ao cristianismo de muitas populações germânicas. Mas por muito tempo a mistura das
duas religiões foi evidente. O que foi combatido severamente pela Igreja Católica que condenava as outras
práticas religiosas associando-as a um certo paganismo
herético. Isto é, orientação religiosa que fere a doutrina
cristã. Dentre estas heresias, talvez a mais importante tenha sido o arianismo. De acordo com os seguidores desta doutrina, Jesus Cristo não era visto como uma figura
divina. Dado que se chocava fortemente com os dogmas da Igreja Católica.
Dogma: Preceito de natureza doutrinária e religiosa que não admite
questionamentos. São valores adotados como verdades absolutas.
Heresia: Doutrina que não segue os princípios católicos. Durante a
época medieval muitas pessoas foram condenadas à morte na fogueira
por serem consideradas hereges. De acordo com alguns estudos históricos relativos à época medieval, muitas dessas pessoas eram mulheres que eram consideradas bruxas. A imagem das mulheres, muitas vezes esteve associada à ideia demoníaca de perdição e do pecado. Muitas mulheres camponesas que tinham conhecimentos populares
de cura de doenças utilizando ervas, foram consideradas bruxas porque associavam sua imagem com um curandeirismo relacionado ao
paganismo. Vale lembrar que nesta época, todas as ações humanas
eram vistas como desígnios de Deus. Atos de vida, nascimento, morte, traição, ferimentos em guerra, doenças, tudo isso estava dentro
da vontade divina – conforme a mentalidade daquela época. Por isso
quando as mulheres curavam doenças, faziam partos ou salvavam algum homem da morte por causa de alguma infecção causada por um
ferimento de batalha, elas estariam desviando a vontade divina. Daí
sua associação com o demônio. Então, deveriam ser eliminadas.
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Teoria e Questões por Tópicos
Em relação às contribuições germânicas à nova estrutura social medieval, observamos a presença de duas
características bem marcantes: o comitatus e o beneficium. O primeiro elemento era definido por uma tradição germânica associada à lealdade entre o chefe
guerreiro e seus comandados. Essa tradição resultou no
nascimento das relações de suserania e vassalagem, características da sociedade feudal. O segundo elemento
define-se pela doação do direito de uso da terra e de
seus benefícios produtivos a partir dos serviços prestados
na guerra. Essa tradição pode ser vista na estrutura feudal dentro das relações na cavalaria e a doação de
Reino Franco- O Reino Franco foi o de maior durabilidade. Sua área ocupou boa parte das regiões da atual
França e, cronologicamente se estendeu do século V
até meados do século IX. A história deste reino está dividida em duas dinastias: dinastia Merovíngia (nome relacionado à Meroveu, avô de Clóvis, o primeiro rei desta
dinastia) e a dinastia Carolíngia (nome dado em homenagem a Carlos Magno, mais importante soberano desta sucessão).
Dinastia – Nome dado a uma série de governos em que os soberanos
pertencem a uma mesma família ou linhagem.
A Dinastia Merovíngia teve início em 481 com a coroação de Clóvis. Este governante ampliou o império deixado pelo seu pai, Childerico, sendo responsável também
pela estruturação administrativa das regiões sob seu comando. Foram medidas importantes adotadas por ele:
f
Instituiu a unificação política sob seu reinado;
f
tornou-se forte aliado da Igreja Católica, sendo o primeiro rei franco a se converter;
f
construiu grande aliança com senhores de terras a partir da sua política de doação de propriedades, garantindo apoio destes homens
na consolidação do no governo.
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benefícios aos cavaleiros quando estes iam para a guerra.
Os reinos germânicos – Na medida em que os germânicos ocupavam as regiões dentro do Império Romano Ocidental foram sendo formados vários reinos que se
constituíram em um misto de valores romanos e germânicos. Os mais importantes reinos estruturados nesta época foram: Reino Ostrogodo, Reino Vândalo, Reino Visigodo, Reino Suevo, Reinos Anglo-saxões, Reino Franco.
Os sucessores de Clóvis conseguiram estender o
domínio franco sobre povos ainda não conquistados,
como foi a caso dos turíngios, frisões, saxões e bávaros.
Outro importante rei da dinastia Merovíngia foi Carlos Martel, que esteve no poder entre os anos de 714 e
740. Seu decisivo feito foi ter saído vitorioso da famosa
Batalha de Poitiers (732). Essa batalha ocorreu no sudoeste da França e barrou o avanço muçulmano para
dentro do território europeu. Nesta época toda a Península Ibérica, local que hoje se localiza Portugal e Espanha, estava dominada pelos árabes, e havia uma intenção clara de expansão do Império Muçulmano na área.
Mais tarde, seu filho, Pepino III (mais conhecido como Pepino, o breve) fez uma estratégica aliança com o
Papado. Temendo a ocupação dos bizantinos na Itália a
Igreja deu apoio à Pepino nesta luta e em troca, recebeu do Imperador o direito sobre estas terras. Em compensação ao apoio de Pepino, O papa Zacarias sagrouo “imperador, pela graça de Deus”. Dando início à dinastia Carolíngia.
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Teoria e Questões por Tópicos
A Dinastia Carolíngia teve como o mais famoso de
todos os imperadores, Carlos Magno. Seu reinado ficou
marcado pela forte estruturação política e administrativa. Sendo importante considerar:
f
Distribuiu terras para conseguir apoio, obrigações e compromisso entre seus guerreiros;
f
Dividiu as províncias do Império em marcas (áreas na fronteira com a Península Ibérica que
tinha uma forte defesa militar contra os árabes), condados e ducados;
f
Criou as chamadas Capitulares, as primeiras
leis escritas do período medieval.
f
Instituiu a Escola Palatina, desenvolvendo os
estudos das artes e das letras;
Na Escola Palatina, o currículo era dividido em: quatrivium (estudos de geometria, aritmética, medicina e música); trivium (gramática, retórica e dialética). Por conta da sua preocupação com a cultura letrada, Carlos Magno ficou conhecido também por promover um
renascimento carolíngio.
Depois da sua morte, houve uma sucessão de quatro reis: Luís, o piedoso, Luís, o germânico, Carlos, o calvo
e Lotário. Essa sucessão resultou em uma divisão do império através da assinatura do Tratado de Verdum (843),
situação que proporcionou um enfraquecimento do
poder resultando em uma paulatina fragmentação política. A sucessão de rei que seguiu a essa fragmentação
tornou poder do soberano mais um diante de outros nobres. Essa característica viria, mais tarde, já no século X,
a se constituir num dos grandes elementos da política
feudal: o rei não teria poderes acima dos outros nobres,
seria apenas mais um dentre os outros.
Idade Média, idade das trevas?
A divisão em períodos (Pré História, História Antiga,
História Medieval e História Moderna) que conhecemos
hoje na História foi feita durante o período renascentista,
na Idade Moderna.
Nesta época vivia-se momentos de explosão cultural
em todos os níveis: na ciência e nas artes em geral. Foi aí
que nasceu o termo Idade Média.
Os homens deste período renascentista passaram a
considerar os anos anteriores aqueles que estavam vivendo como anos de trevas.
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Vamos entender melhor.
Como vimos a partir do século V a Europa Ocidental
ficou marcada por muitas crises, como vimos. A chegada dos povos germânicos significou para alguns, um retrocesso cultural que interrompeu a grande cultura Greco romana. O processo de ruralização resultante das invasões bárbaras promoveu um clima de tensão entre as
pessoas. Além disso, houve uma crescente dependência
em relação à Igreja Católica, que passou a se constituir
em uma instituição com uma solidez que não se viu em
nenhuma outra. Isso porque o Estado, em geral sofreu
uma forte crise, tornando a estrutura política fragmentada e dividida em reinos.
Pois bem, diante de tantos problemas enfrentados
na época, os pensadores renascentistas, que também
eram humanistas – criticavam a interferência da Igreja
Católica nas questões mundanas, passaram a identificar
a Idade Média como a Idade das Trevas. Para eles, esta
época era “vazia” de produção cultural e artística. Era
um momento de estagnação. Na realidade eles faziam
uma comparação bastante desigual. Tanto a Idade
Média quanto a Idade Moderna possuíam características muito peculiares. Mas para aquela época era praticamente natural considerar que o homem “tenha dormido uma noite de mil anos” durante a Idade Média.
Mas hoje, fazendo uma reflexão sobre estas questões, os historiadores passaram a olhar criticamente a
postura dos humanistas. Os estudos históricos atuais passaram também a considerar que tudo aquilo que uma
sociedade produz é cultura. Portanto, não há sociedade
sem cultura, muito menos sociedade com pouca cultura. Bem como não podemos “medir” cultura.
As sociedades, assim como as épocas, possuem suas características, não podendo ser pior nem melhor
que qualquer outra.
Inclusive é bom lembrar que a Idade Média produziu
um conhecimento bem particular. Afinal, as Universidades nasceram durante a Idade Média! Toda produção
clássica – Greco romana – foi conservada e chegou até
nós, graças ao papel importante exercido pelos monges
copistas medievais.
Então, o uso do termo trevas deve ser combatido e
analisado de maneira crítica para que não se cometa
injustiças históricas...
QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS E VESTIBULARES
1. [História-(CG)-(T)-UFGD/2006].(Q.12) Durante a formação do feudalismo europeu, as principais transformações socioeconômicas nas estruturas das sociedades da
época ocorreram devido
a) ao renascimento urbano e à intensificação do comércio com o Oriente;
b) ao aumento demográfico nos centros urbanos e à intensificação da atividade mercantil;
c) à ruralização da sociedade ocidental e ao declínio
das atividades mercantis e artesanais urbanas;
d) ao aumento das transações mercantis e à ampliação
do trabalho assalariado no meio rural;
e) à constituição e fortalecimento dos reinos romanogermânicos e à manutenção da unidade imperial antiga.
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2. (Unifor-CE) Reelaborando o patrimônio cultural dos povos com quem entraram em contato, os muçulmanos
realizaram inúmeros progressos intelectuais, transmitidos
para a Europa medieval. No que se refere a essa transmissão:
a) foi grande a influência árabe na formação de vocabulário, principalmente nas línguas portuguesa e castelhana, já que dominaram a região por séculos;
b) a expansão árabe pela Europa Ocidental, no século
VIII, impediu a difusão do Cristianismo e promoveu o renascimento do comércio na região;
c) a civilização árabe espalhou em torno de si a herança
cultural grego-romana, responsabilizando-se pelo surgimento do helenismo;
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Teoria e Questões por Tópicos
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d) o maior mérito da civilização árabe está na compilação, conservação e divulgação para o mundo das grandes obras gregas e romanas;
e) a renascença italiana, que ocorreu a partir do século
XIV, sofreu notável influência da arte e da filosofia dos
eruditos árabes.
e políticas dos últimos dois séculos, ela é, pelo menos para as sociedades ocidentais, não um vazio ou uma ponte, mas um grande impulso criador cortado por crises,
graduado por deslocações no espaço e no tempo, segundo as regiões, as categorias sociais, os setores da atividade, diversificada nos seus processos.”
3. [Oficial-(NS)-PM-AP/2010-UNIFAP].(Q.32) A imagem que
segue, uma gravura do século XVII, retrata o enforcamento de bruxas na Inglaterra.
GOLF, Jacques Le. Para um novo conceito de Idade Média (com adaptações).
Fonte: MOTA, Myriam B.; BRAICK, Patrícia R. História: das cavernas ao Terceiro
Milênio. São Paulo: Moderna, 2002,p. 156.
Sobre a questão da mulher e sua relação com a bruxaria é CORRETO afirmar que:
I. Estavam excluídas das acusações de bruxaria as mulheres cátaras, pois pregavam a castidade absoluta,
mesmo entre marido e mulher.
II. Mulheres suspeitas de heresia também foram perseguidas pela igreja como bruxas.
III. O clima sexual perverso, implícito na ideia de feitiçaria, colaborou para dar as hereges uma imagem de depravação.
IV. O clima de desconfiança em relação às mulheres era
mais forte em relação a algumas profissões, tais como as
curandeiras, as parteiras e as cozinheiras, que eram constantemente acusadas de bruxaria.
Estão CORRETAS:
a) apenas as afirmativas I e II.
b) apenas as afirmativas I e III.
c) apenas as afirmativas II e III.
d) apenas as afirmativas III e IV.
e) apenas as afirmativas II, III e IV.
4. (UnB-DF/PAS) Para os homens do Renascimento, a
Idade Média foi um hiato no progresso da humanidade,
uma longa noite de mil anos. Hoje, no entanto, a análise
que se faz é bem diferente. Leia, por exemplo, o texto
de Jacques Le Goff a seguir. “Esta longa Idade Média é,
para mim, o momento da criação da sociedade moderna, de uma civilização moribunda ou morta sob as
formas camponesas tradicionais, no entanto viva pelo
que criou de essencial nas nossas estruturas sociais e
mentais. Criou a cidade, a nação, o Estado, a universidade, o moinho, a máquina, a hora e o relógio, o livro, o
garfo, o vestuário, a pessoa, a consciência e, finalmente,
a revolução. Entre o neolítico e as revoluções industriais
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9
Com o auxílio das informações do texto, julgue os itens
seguintes, relativos à Europa medieval, colocando C para as certas e E para as erradas:
(
) Ruralizada ao extremo, tendo na agricultura de
subsistência sua base econômica, a Europa feudal
desconheceu qualquer manifestação de vida urbana e de atividade mercantil.
(
) Com baixa produtividade e reduzida produção, a
agricultura feudal não foi capaz de criar e usar instrumentos e máquinas que pudessem torná-la mais
avançada: o que se utilizava no campo eram os
mesmos artefatos usados no período neolítico.
(
) Para Le Goff, nada de relevante foi produzido pela civilização ocidental no longo período que separa a era neolítica do mundo contemporâneo.
(
) Segundo o texto, o processo criativo protagonizado pela Idade Média foi homogêneo, estimulado
pela inexistência de contrastes maiores entre as
regiões europeias naquele momento.
5. (FUVEST-SP) A economia da Europa ocidental, durante
o longo intervalo entre a crise do escravismo, no século
III, e a cristalização do feudalismo, no século IX, foi marcada pela
a) depressão, que atingiu todos os setores, provocando
escassez permanente e fomes intermitentes.
b) expansão, que ficou restrita à agricultura, por causa
do desaparecimento das cidades e do comércio.
c) estagnação, que só poupou a agricultura graças à
existência de um numeroso campesinato livre.
d) prosperidade, que ficou restrita ao comércio e ao artesanato, insuficientes para resolver a crise agrária.
e) continuidade, que preservou os antigos sistemas de
produção, impedindo as inovações tecnológicas.
6. (Cefet-PR) O século V, século das migrações, da formação do reino franco e dos primórdios da feudalização,
marcou o início da Idade Média, período que se estendeu por mil anos da vida europeia. Criada pelos humanistas do século XVI, a designação Idade Média tinha de
início um caráter nitidamente pejorativo, porém deve-se
considerar que:
I. nesse período, foram lançadas as bases para a formação dos Estados Nacionais;
II. o período foi uma etapa importante na derrocada do
decadente Império Romano, e decisivo para o fim do
mundo antigo;
III. os remanescentes da sociedade feudal coexistiram
com a sociedade europeia moderna e contemporânea,
como no Império Russo, até a revolução de 1917.
Analisando o texto acima, assinale:
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Teoria e Questões por Tópicos
a) se apenas as proposições I e II forem corretas;
b) se apenas as proposições II e III forem corretas;
c) se apenas as proposições I e III forem corretas;
d) se todas as proposições forem corretas;
e) se todas as proposições forem incorretas.
7. (UFMS) Na Europa Ocidental, o período que vai do século V ao X, é denominado pela História como Alta Idade Média e a formação social respectiva, de feudalismo. Assinale a(s) alternativa(s) que apresenta(m) características dessa formação histórica.
01. A economia era ruralizada, sem preocupação com a
produção de excedentes para o comércio. Em torno do
feudo, desenrolavam-se as relações sociais básicas, mediadas pelo controle político sobre a terra e as várias obrigações que pesavam sobre aqueles que exploravam.
02. A sociedade era estamental e estava rigidamente
hierarquizada em ordens: o clero, a nobreza e os servos.
A cada estamento cabia um importante ramo de atividades (as ideias, a guerra e o trabalho) e, em torno destas, reproduziam-se as relações sociais que davam sentido à formação histórica feudal.
04. O cristianismo medieval pregava que o reino da Terra
fora concebido por Deus. Assim, a Igreja Católica, por
quem passava a salvação dos cristãos, não apenas legitimava a hierarquia social vigente, como também permeava o imaginário das pessoas
com imagens e símbolos através dos quais influenciava o
cotidiano de todos os segmentos sociais existentes.
08. À nobreza cabia a arte da guerra, principalmente
com esporte, viso tratar-se de uma época de muita paz,
devido à concepção de mundo difundida pela Igreja.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
8. (U. Católica-GO) Assim como a Idade Antiga foi exaltada pelos renascentistas, a Idade Média foi, conforme
a expressão do historiador Roberto Lopes, “a grande caluniada”, pois foi chamada de “idade das trevas”, “longa a noite de mil anos”, dentre outros adjetivos pejorativos. Essa visão, hoje, é contestada por muitos historiadores que afirmam ser o feudalismo e outras instituições
medievais a resposta mais adequada que a sociedade
daquele período encontrou para enfrentar seus problemas. Sobre a Idade Antiga e Medieval, analise as alternativas abaixo:
(
(
) as guerras romanas não tinham apenas um caráter político-militar, mas também um caráter econômico, porque eram a principal fonte de fornecimento de escravos. No entanto, a busca incessante por colônias e escravos foi o motivo da fraqueza do Império Romano, pois tornou extremamente difícil o controle das fronteiras, que passaram a ser invadidas pelos bárbaros;
) na Idade Média, em razão da fraqueza do poder
real, os laços de dependência (como os que uniam os suseranos aos vassalos e os senhores aos
servos foram um importante cimento da sociedade europeia, que se contrapunha às várias forças
desagregadoras, como a economia praticamente
auto-suficiente, as guerras e a dificuldade de comunicações;
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(
) assim como o pensamento de Platão e de Aristóteles são uma forte referência à filosofia política
até os dias de hoje, a democracia grega representou a forma mais apurada de igualdade e de
participação política das classes sociais, não conseguindo ser superada pela democracia moderna;
(
) o cristianismo, tão forte na Idade Média, teve sua
origem no Império Romano. Nascido no período de
Augusto, foi perseguido violentamente por Constantino, por meio do Edito de Milão, e por Teodósio,
para ser posteriormente aceito e oficializado por
Diocleciano;
(
) a perseguição aos cristãos decorria do fato de
que estes se opunham à religião oficial de Roma,
a várias instituições romanas e ao culto ao imperador. Séculos depois, a Igreja Católica recorria às
mesmas práticas para enfrentar as heresias, as religiões nascentes ou mesmo pessoas que detinham conhecimentos que fugiam do saber oficial
monopolizado pelo clero. Por isso, várias parteiras
e curandeiras foram queimadas como bruxas.
(
) dentre as importantes contribuições culturais desses dois períodos, podemos citar: as instituições jurídicas e a arquitetura grandiosa e funcional de
Roma; o teatrogrego (de onde se originaram termos como: personagem, tragédia e comédia); os
estilos arquitetônicos romântico e gótico da Europa medieval e, na música, os cantos gregorianos;
na literatura, obras grandiosas como A divina comédia, de Dante Alighieri.
9. (Unifor-CE) Considere os textos abaixo.
I. “Segundo Tácito, essa sociedade (...) desconhecia o
Estado e a cidade como organismos político-administrativos. O poder político estava nas mãos de uma Assembleia de Guerreiros, que posteriormente deu origem
à nobreza medieval. O elemento de maior prestígio era
o guerreiro, o homem livre, e a vida social centrava-se
na tribo ou clã, ou seja, nos laços de sangue.”
II. “A base de toda a estrutura social residia no sippe –
comunidade de linhagem que assegurava a proteção
do grupo sob sua autoridade. (...) O casamento era monogâmico (...) A mulher dividia com o marido as tarefas
de proteção ao grupo familiar (...).”
III. “A economia dessas tribos (...) estava baseada na agricultura e na pecuária (...): plantavam e colhiam em
grupo. Além disso, praticavam a caça e a pesca e não
excluíam a pilhagem como atividade complementar
(...).”
IV. “A metalurgia ocupou papel importante na sociedade (...). O grande desenvolvimento da atividade bélica
foi responsável para fabricação de armas, carros de
combate e barcos bastantes eficientes.”
Eles identificam os costumes dos povos:
a) tártaros
b) eslavos
c) mongóis
d) germânicos
e) sarracenos
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10. (UFPB) Sobre a transição da Antiguidade para a Idade Média Ocidental (séc. III-VII), é correto afirmar que se
caracterizou pelo encontro cultural entre:
a) o Império Romano em declínio e as comunidades primitivas germânicas em desagregação;
b) o Islão em expansão e os cristãos descontentes com
a perseguição do Império Romano;
c) o Cristianismo em ascensão no Império Romano e os
budistas hegemônicos no Oriente Médio;
d) o Classicismo Ocidental Romano e as correntes localistas pré-históricas dos celtas;
e) os bárbaros romanos e os civilizados eupátridas da
Grécia.
11. (UFRN) Os estudos recentes sobre a Idade Média
avaliam esse período da história como um(a):
a) período de dez séculos durante o qual houve intensa
atividade industrial e comercial, sendo a cultura intelectual exclusividade dos mosteiros e da Igreja;
b) período de obscurantismo e atraso cultural – a longa
noite de mil anos – em virtude do desprezo dado à herança intelectual grega e romana da época precedente;
c) época que pode ser chamada de “Idade das Trevas”, em razão do predomínio da Igreja, que, com sua
ideologia, contribuiu para a estagnação cultural, a opressão política e o fanatismo religioso;
d) época que não se constitui uma unidade: em sua primeira fase, houve retrocesso cultural e econômico, porém, posteriormente, ressurgiu a vida econômica e houve grande florescimento cultural.
12. (UFRS) Analise as afirmações abaixo, relativas à formação da sociedade feudal.
I. A origem da condição servil está relacionada com o
sistema do colonato, que remonta ao século IV da era
cristã.
II. O processo de feudalização implicou enfraquecimento do poder real, já que cada feudo tinha autonomia e
era governado pelo seu senhor.
III. Neste processo, a cidade nunca deixou de cumprir
seu papel, já que nela se concentravam os senhores
feudais e os principais centros de produção.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
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a) a insegurança dos homens da Idade Média era uma
decorrência das invasões dos Bárbaros no Império Romano do Ocidente;
b) a insegurança do homem medieval se explica pelo
estatuto do servo, que estava preso à terra e por isso
não podia se deslocar para cuidar do seu gado;
c) a mentalidade e a sensibilidade do homem da Idade
Média podem ser explicadas pelo forte sentimento de
individualidade;
d) o homem medieval tinha como resposta para a sua
insegurança material e moral, conforme a Igreja, o apoio na solidariedade do grupo a que pertencia;
e) a insegurança do homem medieval restringia-se ao
aspecto material, pois a salvação da alma estava assegurada pela conduta correta e pelas boas obras.
14. (UEFS) Carlos Magno dividiu [seus domínios] em circunscrições. As circunscrições fronteiriças chamavam-se
marcas. [...] As marcas eram bem fortificadas e serviam
para a proteção do Estado contra invasões posteriores.
A frente de cada circunscrição estava um conde. O
conde que chefiava uma marca chamava-se margrave. [...] Carlos Magno distribuía benefícios entre seus vassalos. Exigia deles não somente participação pessoal nas
expedições militares, mas também a apresentação de
homens armados. (KOMINSKY, [s.d.], p. 92).
O reinado de Carlos Magno (768-814 d.C.), na Gália,
concretizou-se por desenvolver uma política que culminou com
a) a decadência do Império Romano, ao agregar, no
seu exército, elementos bárbaros, que se sublevaram e
minaram o poder do exército romano.
b) a formação do feudalismo, através da concessão de
benefícios que fortaleciam o poder local, ao estabelecer uma rede de proteção e favores.
c) a perda da influência política e social da Igreja Católica, ao estabelecer o cesaropapismo e submetê-la ao
controle do Estado.
d) o fortalecimento do Estado Moderno, submetendo a
nobreza ao controle do poder real e contribuindo para
desagregar a burguesia industrial.
e) a expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica e a
consolidação do poder dos marqueses e dos condes,
em detrimento do poder real.
15. (UNIP-SP) A importância da Batalha de Poitiers, em
732, no contexto da história da Europa, justifica-se em
razão de que:
13. (UFCE) Considere o texto:
“Aquilo que dominava a mentalidade e a sensibilidade
dos homens da Idade Média, aquilo que determinava o
essencial das suas atitudes, era o seu sentimento de insegurança.”
LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. v. II. Lisboa: Estampa, 1984, p. 87.
A partir do texto acima, podemos dizer, corretamente que:
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a) com essa vitória, Carlos Martel se tornou imperador dos
francos.
b) a partir daí teve início a Guerra de Reconquista na
Península Ibérica.
c) esse evento assinalou o limite da expansão cristã no
Mediterrâneo.
d) os cristãos foram derrotados pelos árabes, consolidando
o feudalismo europeu.
e) a derrota árabe diante do reino Franco impediu a islamização do Ocidente.
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16. (PUC-RS) Dentre os reinos bárbaros surgidos após as
invasões germânicas e o fim do Império Romano, o reino
franco foi o mais importante, porque:
a) os rei francos se converteram ao cristianismo e defenderam o Ocidente contra o avanço dos muçulmanos.
b) promoveu o desenvolvimento das atividades comerciais entre o Ocidente e o Oriente, por meio das Cruzadas.
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c) nesse período, a sociedade feudal atingiu sua conformação clássica e o apogeu econômico e cultural.
d) houve uma centralização do poder e viveu-se um período de paz externa e interna, o que permitiu controlar
o poder dos nobres sobre os servos.
e) os reis francos conseguiram realizar uma síntese entre
a cultura romana e a oriental, que servia de inspiração
ao renascimento cultural dos tempos posteriores.
O FEUDALISMO:
Sistema econômico, político, social e cultural.
O historiador francês Jacques Le Goff conceituou o
feudalismo como sendo “Um sistema de organização
econômica, social e política baseado nos vínculos de
homem a homem, no qual uma classe de guerreiros especializados – os senhores -, subordinados uns aos outros
por uma hierarquia de laços de dependência, domina
um grande contingente de camponeses que explora a
terra e lhes fornece com que viver.” (LE GOFF, Jacques.
Para um novo conceito de Idade Média. Lisboa: Estampa,
1980.)
A compreensão deste conceito implica no retorno da
análise da conjuntura que deu origem à Idade Média.
Um das causas mais importantes que inicia este período
foram as invasões germânicas. Tal movimento acabou
por provocar um intenso processo de ruralização da sociedade na época.
mento das necessidades do senhor feudal e os camponeses eram obrigados a trabalhar nesta reserva para garantir o sustento da família dos nobres proprietários. Outra área era o manso servil, que eram faixas de terras divididas em lotes cultivados pelos servos – camponeses -,
de onde eles tiravam o seu sustento e também era através da produtividade desta área que eles pagavam os
impostos devidos aos senhores feudais. O manso comunal se constituía em terras cujo cultivo era destinado a
todos do feudo. Geralmente era formado por áreas de
pântanos, rios e bosques ou florestas, cuja riqueza natural poderia cobrir parte da necessidade do feudo em
épocas de carência.
Vejamos a ilustração que segue.
O feudalismo conforme apresentaremos a seguir não
ocorreu de forma única, muito menos de forma homogênea. Ou seja, cada localidade na Europa viveu sob
uma estrutura feudal diversa e adaptada. No entanto, o
feudalismo clássico – aquele nos serve de modelo – se
desenvolveu basicamente nas regiões da atual França,
Bélgica, Suíça e parte da Alemanha, além da Itália. Mas
devemos registrar que no Japão – final do século XIX – e
na Rússia – até o começo do século XX, ainda se evidenciava algumas características feudais.
A partir do século XI, com a última onda de invasões
germânicas, as normandas, a Europa conheceu um início de uma fase de maior tranquilidade, o que proporcionou um certo desenvolvimento na economia feudal.
Economia feudal – A estrutura econômica feudal caracterizou-se por ser essencialmente agrária. Havia o desenvolvimento de uma agricultura de subsistência com
poucas possibilidades de trocas monetárias. Aliás, a moeda, no sentido usual do termo passou a ter outra dinâmica. Algumas vezes, havia trocas interfeudais possibilitando que ocorresse a superação de certas carências
dentro da unidade produtora. Em virtude das dificuldades de comunicação e contato entre os feudos, tais trocas, quando realizadas eram marcadas pelo câmbio de
mercadorias de valores equivalentes. A produção agrícola era muito dependente da natureza. Longos períodos de estiagem ou épocas com chuvas abundantes,
até mesmo quando as pragas assolavam as plantações
resultavam em momentos de fome, penúria e miséria
para todos.
O feudo era a unidade produtora por excelência,
sendo dividido em três partes. O manso senhorial correspondia a quase um terço de toda a propriedade. A
produtividade desta área era destinada ao abasteciwww.apostilasvirtual.com.br
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Observando com atenção a ilustração, localizaremos
no alto da figura à esquerda um castelo. Este era o centro da unidade produtora, local de moradia do senhor
feudal e sua família. Esta construção foi uma forte marca
da época feudal, isto porque os tempos difíceis de lutas,
guerras tornou o dia a dia muito inseguro. Por causa disso a residência do senhor feudal precisava ser sólida o
suficiente para garantir a segurança das populações.
Normalmente o castelo era circundado por muralhas
que, em períodos de guerras, abrigavam quase todos os
habitantes do feudo.
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A próxima figura ilustra também como era um feudo.
O trabalho servil distingue-se basicamente do trabalho escravo por
causa da sua efetivação. O escravo é considerado um bem, uma mercadoria, podendo ser vendido, negociado, e até penhorado. Já o servo, é um indivíduo livre, mas estava preso à terra por conta da sua
relação de dependência com o senhor feudal.
Notamos o castelo ao alto, à direita, uma capela ou
igreja, a aldeia dos camponeses e as áreas agrícolas e
de pastagens.
Dentre os impostos que os camponeses eram obrigados a pagar ao senhor feudal, consideremos:
Talha – imposto pago pela produção no manso servil;
Corveia – obrigação que os servos tinham de trabalhar dois ou três dias da semana na reserva senhorial. Este
serviço consistia no trabalho na agricultura propriamente, ou cuidado com os animais, limpeza do castelo e outros;
Banalidades – imposto pago pelos camponeses pelo
uso do forno, forja, arado, moinho ou moenda;
Mão-morta - imposto pago na ocasião do falecimento de chefe da família camponesa;
Capitação – taxa que era paga por cada componente da família camponesa;
Outros impostos também eram cobrados aos camponeses, como na ocasião do casamento e havia também o dízimo – taxa cobrada pela Igreja, referente ao
rendimento de 10% de uma determinada família. Os
camponeses pagavam este imposto ou com produtos –
resultados do seu trabalho na lida dentro do feudo – ou
mesmo com trabalho braçal, e os nobres poderiam pagar este imposto fazendo doações em terra. Isto possibilitou que ela acumulasse propriedades em toda Europa
feudal tornando-a uma grande senhora feudal.
Iluminura medieval retratando o trabalho servil.
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A forte tendência à existência de uma agricultura
autossuficiente não excluiu do mundo feudal as atividades comerciais, conforme dissemos anteriormente. Com
frequência alguns relatos medievais nos informam sobre
a existência de feiras temporárias. Elas aconteciam dentro dos feudos e, mediante o pagamento de tributos, eram autorizadas pelos senhores feudais a funcionar em
suas propriedades. Os produtos que eram comercializados garantiam o abastecimento de gêneros importantes
para a subsistência dos feudos.
Outro elemento que não pode ser deixado de lado
foi o crescimento demográfico proporcionado pelo período de estabilidade que se seguiu ao século XI. O aumento populacional gerou aumento da mão de obra, o
que ocasionou crescimento das atividades agrícolas. Daí,
entre os séculos XI e XIV ocorreu uma expansão do sistema feudal.
O avanço do sistema feudal gerou avanço das técnicas de cultivo e a necessidade de expansão do uso
da terra (houve a drenagem de pântanos e a derrubada de florestas inteiras para que servissem de pastagens
ou áreas de cultivo agrícola). Importantes inovações
técnicas como o uso do arado feito de ferro (a charrua),
uma nova forma de atrelagem animal e o uso do sistema de rodízio dos campos, proporcionaram um excedente agrícola que passou a ser comercializado nas feiras. O fortalecimento das feiras ocasionou o desenvolvimento das atividades urbanas. Associado ao processo
de fortalecimento urbano, novas formas de trabalho desenvolveram-se também, além do aparecimento de outras atividades, a exemplos dos bancos e de associações de mercadores. Com o passar do tempo essas mudanças acabaram por resultar em transformações na
estrutura econômica feudal. Conforme veremos em outro momento.
A estrutura política feudal - A característica política
mais marcante da época feudal era a descentralização
do poder. A formação dos reinos romano germânicos,
ocorrida nos primeiros séculos de formação do feudalismo provocou uma grande fragmentação política. Pulverizada em vários micro-Estados (os feudos), a política feudal estava dividida entre os senhores feudais. O acesso à
terra era feito mediante, a doação, herança (o direito
de primogenitura garantia que, naturalmente, a terra fosse
herança do filho mais velho), casamento ou a guerra.
Eram épocas de insegurança e a terra era um bem precioso, o que tornava as relações de poder marcadas
pelos laços de dependência, mediante obrigações que
eram mantidas diante da lealdade homem a homem.
Neste caso, as relações de suserania e vassalagem possuíram um papel decisivo na manutenção da política
medieval. Esta relação era exclusivamente firmada entre
nobres e a cavalaria esteve presente como elemento
firmador deste pacto. O suserano era o doador da terra
que, em troca de proteção e lealdade, passava para
um cavaleiro, o futuro senhor feudal, um lote de terra. O
vassalo era aquele nobre “menor” que recebia a terra
em troca de prestar favores militares e políticos ao suserano. Esta lealdade era feita com muita cerimônia e cirwww.apostilasvirtual.com.br
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cunstância: era a cerimônia de investidura. Nela, durante alguns dias de festa, o suserano entregava ao seu novo cavaleiro, ou grupo de cavaleiros, o lote de terra. O
novo vassalo prestava homenagens ao seu suserano
mediante a um juramento de lealdade sob uma relíquia
sagrada, ou a própria bíblia. Estava aí feito o laço que só
poderia ser quebrado com a morte.
Cavaleiro em posição de homenagem.
Sociedade feudal – Basicamente, a sociedade feudal
estava hierarquizada em três estamentos: Clero, nobreza
e povo. Definimos com estamental aquela estrutura social onde a posição do indivíduo era determinada pelo
nascimento. A mobilidade era praticamente impossível
por causa da rigidez social. Nascer servo era uma condição que definia sua vida inteira. A riqueza do clero e
da nobreza ocorria em função da exploração do trabalho do camponês mediante a cobrança de inúmeros
impostos, como vimos anteriormente. E a vida do camponês era de muita dificuldade. Além do mais, os valores morais e comportamentais que a Igreja Católica
pregava tornava a ascensão social uma afronta à vontade divina. De acordo com a tradição da época, cada
grupo social cumpria seu papel na sociedade. Ao clero,
cabiam as orações para garantir a salvação das almas
em constantes provações. À nobreza, cabia o combate,
a luta, elementos que a tornava imersa numa aura de
heroísmo e grandeza. Aos servos, era destinado o trabalho pesado, o sustento das outras duas camadas sociais.
Daí é que se vem da ideia de que na sociedade feudal
“Uns rezam, outros combatem e outros trabalham”. Uma
sociedade de ordens. Qualquer ideia que viesse de encontro a esta organização social poderia fazer ruir os privilégios das camadas dominantes.
Representação da estrutura social feudal.
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Importante lembrar que, não apenas de camponeses constituía a base da sociedade feudal. Havia ainda,
artesãos e comerciantes, que também ficavam submetidos às ordens dos senhores.
A nobreza – Guimarães. Laon. York. Villeneuve. Bragança. Os nomes
das principais famílias medievais, de onde saíram guerreiros e clérigos, confundiam-se com a denominação dos seus territórios sob seu
domínio. Como se os membros dessas famílias fossem feitos da própria terra que habitavam. Como o próprio Adão, o primeiro homem
bíblico, que teria sido feito do barro. Aliás, Adamah, em hebraico,
significa “o que vem do solo”.
As mais importantes dignidades entre os guerreiros referiam-se ao
domínio sobre determinadas áreas e eram definidas hierarquicamente. Na base da nobreza encontravam-se os castelãos, senhores feudais que fortificavam suas residências e que assumiam o governo e a
administração da área em torno de seu castelo. A seguir vinham os
barões, detentores de baronias ou baronatos. Tratava-se de pequenos territórios onde poderia haver um ou mais castelos de nobres.
Acima destes encontravam-se os condes, senhores dos condados,
territórios mais amplos que englobavam grandes extensões de terras
e cidades. Os territórios de fronteira eram chamados marcas ou
marquesados e suas tropas ficavam sob o comando de um marquês.
O título mais elevado, abaixo dos príncipes, era o de duque, derivado da função de comando militar romana (dux), seu território, o ducado, possuía grandes extensões territoriais e seus detentores tinham
completa autonomia em relação aos monarcas.
O estabelecimento da hierarquia entre os guerreiros e a elaboração
de histórias de famílias (as genealogias) deram origem à chamada
nobreza, uma classe social guerreira que se apresentava como superior a todos os demais grupos sociais.
CAMPOS, Flávio de e CLARO, Regina. A escrita da história. São Paulo: Escala Educacional,
2009, p. 156-7.
A cultura feudal – Definimos por cultura o conjunto
de hábitos, costumes e produção artística e intelectual de
uma dada sociedade. Por isso, a cultura feudal retratou
muito bem os valores e costumes da sua época. Neste
sentido, o pensamento medieval esteve voltado para os
valores impostos pela Igreja Católica, predominando o
chamado Teocentrismo, forma de ver o mundo e explicar suas questões a partir apenas da visão religiosa.
Arte medieval - A arquitetura medieval foi uma das
artes mais importantes da época, e tanto a pintura quanto
a escultura complementavam a primeira. O estilo arquitetônico românico floresceu na Europa entre os séculos
XI e XII e foi aplicado principalmente na construção de
igrejas, catedrais e mosteiros. As características deste estilo eram as paredes grossas, janelas pequenas e a presença de arcos e colunas para dar sustentação aos telhados.
Catedral Saint-Pierre, em Angoulême, França.
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Teoria e Questões por Tópicos
O estilo gótico também ficou conhecido como estilo
“ogival”, que são os arcos quebrados que ornavam janelas e portas das catedrais do século XIII. As construções são elegantemente altas e o interior das igrejas era
ricamente decorado com vitrais. A importância deste
estilo está na maneira como as construções expressaram
a importância dos valores religiosos em detrimento dos
valores mundanos. Havia muita teatralidade nos seus altares onde a presença de claraboias fazia refletir a luz
sobre a imagem de um santo, dando um caráter extraterreno e místico.
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Na música, houve a influência do papa Gregório
Magno que criou o canto gregoriano, um estilo melódico
simples e que era entoado nas cerimônias religiosas. A
partir dos séculos X e XI, apareceu o estilo de música
profana cantada pelos menetréis e trovadores que animavam as festas populares e da nobreza.
A educação formal medieval era privilégio de poucos membros da nobreza, em especial aqueles que seguiam a vida religiosa. No século XII e XIII são fundadas
as primeiras universidades europeias que seguiam certa
orientação da Igreja Católica e eram coordenadas por
ordens religiosas. As primeiras foram instaladas na: Bolonha (1119), Pádua (1222); Montpellier (1125), Paris (1215),
Toulouse (1229), Oxford (1168), Cambridge (1209), Salamanca (1244) e Valência (1245).
Os Tribunais do Santo Ofício foram criados em 1231
pela Igreja Católica com o objetivo de impedir o avanço de ideias contrárias às suas doutrinas, ou seja, combater as heresias. Estudos científicos e até atividades sociais estavam sob a vigilância da Igreja provocando o
estabelecimento de um forte clima de tensão na população. Prisões, condenações e execuções eram praticadas em nome da fé e da defesa da cristandade. Vale
ressaltar que a Igreja não executava, ela enviava o
“criminoso” à justiça civil que cuidavam da execução
do acusado. Ela “não sujava as mãos”...
Na literatura da época feudal destacou-se a Poesia
Épica que exaltava o espírito heroico e cavalheiresco do
período. Dentre os mais famosos destacam-se O Poema
do Cid, A Canção dos Nibelungos e A Canção de Rolando,
respectivamente espanhol, alemão e francês. A Poesia
Lírica louvava a mulher e o amor. Algumas chegavam a
ser sensuais ou eróticas, mas com o passar do tempo foram se tornando mais polida fazendo com que o sentimento amoroso se tornasse mais espiritual do que carnal.
Outro tipo de literatura da época feudal foi o Romance de
aventuras, com destaque para aqueles relacionados aos
Cavaleiros da Távola Redonda e o Rei Arthur e outros escritos para descrever a vida de Robin Hood. Havia também
o Romance Idílico, como o clássico Tristão e Isolda.
A vida de um camponês medieval era extremamente modesta. Sua moradia, obviamente, dependia dos
seus recursos, que normalmente eram parcos e era construída de pedra, barro ou palha. Predominava a “casa
longa”, que consistia em um local em que o camponês
e sua família dividiam seu domicílio com animais e as ferramentas de trabalho. No geral, costumava ser uma casa de cômodo único, onde os moradores cozinhavam,
vestiam-se, comiam e dormiam no mesmo local. A alimentação dos camponeses não era muito variada.
Consumiam farinha de trigo que era utilizada na fabricação de pães, bolos e biscoitos. Alimentavam-se cotidianamente de sopas feitas com ervilha, ossos e legumes. Em raras ocasiões comiam carnes, ovos e queijos.
Os utensílios domésticos não incluíam talheres mais elaborados e era costume comer usando as mãos ou colher feita de madeira. As vestimentas eram fabricadas
por eles mesmos e utilizavam lã de ovelha.
Em relação à Filosofia, a maior preocupação no imaginário feudal era a constante necessidade de afirmação da fé, o que garantia a salvação da alma. Por isso
foi fundamental o desenvolvimento da Teologia. A Escolástica foi uma tentativa de equilibrar fé e razão muito
defendida por São Tomás de Aquino, que se utilizou do
pensamento aristotélico para compor suas ideias. Baseado na lógica dessa conciliação São Tomás afirmava
que fé e razão não se contradiziam. Ao contrário, se
complementavam. Para ele, a razão ajuda a aceitar a
fé, e a fé ajuda a inteligência a penetrar na verdade
das coisas. Um filósofo do pensamento medieval muito
influente foi Santo Agostinho. Africano, nascido na Argélia, viveu na época do Império Romano, mas sua filosofia
acompanhou o imaginário feudal. Ele procurou fazer
uma síntese do pensamento de Platão (filósofo grego)
com o pensamento da Igreja. Ele acreditava que o homem já nascia pecador e que a fé era a única forma de
obter a salvação da sua alma. De acordo com o pensamento de Santo Agostinho, a Igreja conseguiu submeter o comportamento dos homens à vontade divina.
Os nobres vivam um pouco melhor, mas sem muito
luxo. Na maioria das vezes os castelos eram residências
úmidas, escuras com um mobiliário que não ultrapassava o necessário: mesas e bancos, fogões a lenha, prateleiras, camas e baús para guardar roupas de uso individual e de dormir, como lençóis, cobertas, mantas. Os
colchões eram feitos de palha e quase sempre exalavam um odor horrível. As vestimentas dos nobres eram
mais elaboradas do que as dos camponeses. Usavam
seda, e linho para a fabricação de vestidos, túnicas, saias, coletes, vestes. Em relação à educação das crianças, os meninos aprendiam a arte da cavalaria, que
consistia em aprender a montar e manusear uma lança,
espada e outros armamentos da época. Aos 14 anos o
menino se tornava um escudeiro e, aos 18 anos recebia
uma espada e um elmo, além de uma lança – símbolos
da cavalaria medieval. A alimentação dos nobres era
mais diversificada. Comiam muito pão, legumes, verduras, carnes de caça, porcos, carneiros. Consumiam açúcar, mel e o vinho era misturado com água morna e açúcar.
Catedral de Burgos, França.
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Teoria e Questões por Tópicos
Os dias santos - Dentro do calendário festivo da Idade Média, as
comemorações religiosas eram as mais frequentes. Naquela época, o
registro temporal era feito com base nos dias santos ou nos grandes
eventos do cristianismo. Nada a estranhar, portanto, que vários dias
estivessem reservados à rememoração e à exaltação das coisas sagradas, e que os componentes da Igreja fossem os organizadores e
promotores dessas festividades. [...] O movimento era grande sobretudo entre os meses de dezembro e abril que, na Europa, correspondem ao inverno e início da primavera. Nesse período, realizavam-se,
como até hoje, o Natal e a Páscoa – a primeira comemorada em dezembro e a última entre março e abril. [...] Cada cidade, por sua vez,
adquiriu seu santo padroeiro, e comemorava alegremente sua data.
Nesse dia, todos os fiéis preparavam-se para ir à missa, ouvir sermão e orar. Todavia, após a cerimônia, nada os impedia de realizar
cantorias, dançar, brincar e comer.
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res. Muito importante também foi o papel dos monges
copistas. Levando uma vida monástica, a eles cabiam a
traduções e cópias de exemplares da Antiguidade.
Graças a este trabalho temos o privilégio de conhecer a
obra de Aristóteles, Cícero, Porfírio.
MACEDO, José Rivair. Viver nas cidades medievais. São Paulo: Moderna, 1999, p. 80 – 81.
Em relação à cultura de forma geral, é importante
considerar o papel primordial exercido pela Igreja Católica em todos os âmbitos da vida medieval. Ao clero era
destinado transformar os medos do dia a dia em preocupações com a vida eterna. O medo do inferno revelou uma sociedade acuada pelo demônio que estaria à
espreita. Procurou-se ressaltar a necessidade da crença
em santos e anjos protetores dos homens e das mulhe-
Iluminura medieval mostrando trabalho de um monge copista
QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS E VESTIBULARES
1. [História-(Pr. Obj.)-(TA)-(M)-UFGD/2011].(Q.32) Leia o texto a seguir.
"O corpo está no centro de toda relação de poder. Mas o corpo das mulheres é o centro, de maneira
imediata e específica. Sua aparência, sua beleza, suas
formas, suas roupas, seus gestos, sua maneira de andar, de olhar, de falar e de rir (provocante, o riso não
cai bem às mulheres, prefere-se que elas fiquem com
as lágrimas) soa o objeto de uma perpétua suspeita.
Suspeita que visa o seu sexo, vulcão da terra. Enclausurá-las seria a melhor solução: em um pesco fechado
e controlado, ou no mínimo sob um véu que mascara
sua chama incendiária. Toda a mulher em liberdade é
um perigo e, ao mesmo tempo, está em perigo, um
legitimando o outro. Se algo de mal lhe acontece, ela
está recebendo apenas aquilo que merece."
2. [História-(Inverno)-(1ª etapa)-(CG)-(PA)FMS/2007].(Q.6)
A partir do século XII, em algumas regiões da Europa,
nas cidades em crescimento, comerciantes, artesãos e
bispos aliaram-se, para a construção de catedrais com
grandes pórticos, vitrais e rosáceas, produzindo uma
“poética da luz”, abóbadas e torres elevadas que dominavam os demais edifícios urbanos. Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela que corresponde ao estilo
de arte da época.
a) Renascentista
b) Gótico
c) Românico
d) Bizantino
e) Barroco
PERROT, Michele. As mulheres ou os silêncios da história. Bauru: EDUSC, 2005. p. 447.
Michele Perrot faz referência à descrição das normas de
controle impostas às mulheres na Idade Média. Em relação às mulheres europeias no período medieval, assinale a alternativa correta.
a) As filhas possuíam direitos na sucessão; quando contraíam matrimônio recebiam um dote, constituído de
bens que seriam administrados por elas e pelo marido.
b) A linhagem beneficiava igualitariamente tanto o sexo
masculino quanto o feminino.
c) A principal virtude da mulher, dentro e fora do casamento, deveria ser a obediência e a submissão. O casamento era um pacto entre duas famílias e tinha por
objetivo simplesmente a procriação.
d) Aos homens, pais ou maridos, não cabia o direito de
castigá-las quando elas infringiam alguma norma moral.
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e) Na prática do sexo, sempre com o objetivo único de
procriação, a mulher deveria demonstrar sensação de
prazer perante o esposo.
16
3. [História-(Verão)-(1ª etapa)-(CG)-(PA)-UFMS/2006].(Q.8)
No que se refere à estrutura econômica da Europa feudal, é correto afirmar que
a) a sociedade feudal era essencialmente agrária e a
terra, sua principal fonte de riquezas.
b) a produção econômica estava mais concentrada nas
cidades e nos monastérios do que nos próprios feudos.
c) a propriedade coletiva da terra era a base da economia feudal e ela assim foi mantida pelos camponeses
até o término das Cruzadas.
d) a indústria e o comércio foram as principais atividades
econômicas durante a Idade Média.
e) a concentração da produção econômica em terras
pertencentes ao clero constituía a base do poder político e religioso da Igreja.
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História Geral
Teoria e Questões por Tópicos
Prof.ª Mayra Paniago
GABARITOS (346 QUESTÕES)
1
1
C
A ALTA IDADE MÉDIA
2
A
3
E
4
EEEE
5
A
6
D
7
8
07 C C E E C C
Sistema econômico, político, social e cultural.
2
B
16
D
3
A
17
VVVFVV
4
D
18
B
5
B
19
VVFV
6
FVVFVV
20
B
2
C
3
B
4
E
5
C
6
20
7
A
8
C
2
D
3
C
4
A
12
FVVV
13
VVVV
14
28
5
B
6
D
7
A
8
E
9
E
10 11 12
A 29 27
A ÉPOCA MODERNA:
A Formação dos Estados Nacionais − O Estado Absolutista.
2
E
17
A
3
VFVFF
18
A
6
1
A
9 10 11
A 20 A
23 24 25
E D D
CRISE DO FEUDALISMO
5
1
A
16
D
8
VFFF
22
B
9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
27 E C C D E
B
B A D C
4
1
E
7
20
21
A
A BAIXA IDADE MÉDIA.
AS TRANSFORMAÇÕES ECONÔMICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS E RELIGIOSAS.
3
1
E
10 11 12 13 14 15 16
A D C D B
E A
O FEUDALISMO:
2
1
C
15
D
9
D
4
C
19
05
5
27
20
04
6
VVVFFV
7
CCEE
8
VFVFV
9
C
10
E
11
ECCC
12
D
13
D
14
D
15
C
A EXPANSÃO MERCANTIL EUROPEIA NOS SÉCULOS XV E XVI
2
C
3
D
4
A
5
B
6
B
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8
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10
C
11
FVVVF
126
12
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13
27
14
A
15
D
16
D
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17
D
18
01
19
A
20
E
História Geral
Teoria e Questões por Tópicos
7
1
B
19
C
O RENASCIMENTO
2
C
20
59
3
D
21
28
4
05
22
21
5
C
23
CCEC
6
CCEC
8
1
B
7
C
8
D
2
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3
CCEC
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A
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B
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A
7
B
8
B
2
19
3
D
2
A
3
C
4
A
5
E
6
VVVVFF
13
B
14
15
16
C FVFV D
9
B
10
D
7
21
8
A
9 10
26 D
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
2
CEECCE
3
B
4
VVVFF
5
B
6
60
7
C
8
B
9
D
10 11 12
D B A
A REVOLUÇÃO FRANCESA
2
C
3
A
4
25
5
B
6
B
7
A
8
B
9
CCEC
10 11 12 13
23 A E A
MUNDO CONTEMPORÂNEO:
13
A ação imperialista do século XIX sobre a África e a Ásia.
1
CCCE
2
E
3
D
14
1
A
12
C
O ILUMINISMO
12
1
E
11
C
4
A
11
1
C
10
FVFVFV
A REVOLUÇÃO INGLESA DO SÉCULO XVII
10
1
A
9
B
AS REFORMAS RELIGIOSAS
9
1
D
Prof.ª Mayra Paniago
4
B
5
E
6
E
7
A
8
C
9
C
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A E
B
B
E C
AS UNIFICAÇÕES DA ITÁLIA E DA ALEMANHA
2
C
3
4
07 31
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17
D
18
C
História Geral
Teoria e Questões por Tópicos
15
1
A
OS MOVIMENTOS SOCIALISTAS
2
B
3
4
5
04 20 06
6
E
7
A
8
B
16
1
C
9
C
A CIÊNCIA E CULTURA NO SÉCULO XIX
2
B
3
A
4
A
17
1
C
A REVOLUÇÃO RUSSA DE 1917
2
ECCC
3
C
18
1
A
4
A
5
B
6
C
O SISTEMA DE ALIANÇAS E A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
2
A
3
B
4
B
5
VFVVV
19
6
D
7
D
2
D
3
A
20
4
63
5
D
6
A
7
23
9
C
2
C
3
D
11 12 13
A B
B
8
E
9
E
4
E
OS MOVIMENTOS SOCIALISTAS
2
B
3
A
4
A
5
VVFV
6
C
22
7
A
8
E
A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
1
CEEC
2
C
3
E
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VVVVF
5
FVFVF
6
D
23
1
E
10
VVVVF
AS DEMOCRACIAS LIBERAIS NO PERÍODO ENTRE-GUERRAS
21
1
E
8
A
O FASCISMO ITALIANO E O NAZISMO ALEMÃO
1
FVFVF
1
E
Prof.ª Mayra Paniago
7
D
8
48
9
D
10 11 12 13
B C A C
A ONU
2
E
3
A
4
D
5
B
6
B
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História Geral
2
C
3
15
4
E
5
D
6
C
25
1
D
A EXPANSÃO CAPITALISTA DO JAPÃO
2
C
26
1
A
3
48
A QUEDA DO MURO DE BERLIM E O SURGIMENTO DE UMA NOVA EUROPA
2
03
3
C
4
VVVFV
27
1
A
2
C
6
A
7
A
8
B
3
D
4
B
A CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL E AS TENSÕES ENTRE ÁRABES E JUDEUS
2
D
29
1
C
5
02
EXTINÇÃO DA UNIÃO SOVIÉTICA
28
1
D
Prof.ª Mayra Paniago
A CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL E AS TENSÕES ENTRE ÁRABES E JUDEUS
24
1
C
Teoria e Questões por Tópicos
3
B
4
B
5
B
A CIÊNCIA E CULTURA NO SÉCULO XX
2
E
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