Daniela Reggiani BACTERIAS Monteiro FASTIDIOSAS COMO AGENTES ETIOLOGICOS INFECCOES URINARIAS DE Monografia apresentada como requisito parcial para a obtentyao do grau de Especiatista em Analises CHnlcas e Toxicol6gicas do Curso de P6s-Graduayao em Anc!.IIises Cllnicas e TOxicol6gicas de Universidade Tuiuti do Parana. Orientador: Prof. Msc. Car10s Augusto Albini Co-orientadora: Prof~. Msc. Helena Aguilar Peres Homem de Mello de Souza Curitiba 2005 SUMARIO LIST A DE TABELAS 5 RESUMO 6 1 INTRODUCAO 7 2 CONSIDERACDES SOBRE MICRORGANISMOS 3 PATOGENESE DAS INFECCDES 3.1 SINDROMES CLiNICAS .. 4.2 A IMPORTANCIA 5 BACTERIAS 5.1 Corynebacterium 5.2 Gardnerella 5.3 Mycoplasma CLiNICAS . DO TRATO 28 URINARIO 31 ............ 35 spp ... vaginalis 38 hominis E Ureaplasma urealyticum .. .. 39 ........... 40 5.5 Lactobacillusspp... .. .. 40 .. 5.7 BACTERIAS ANAEROBIAS.. 5.8 OUTRAS BACTERIAS 20 ..24 DE GRAM .. E INFECCAO 5.6 COCOS GRAM·POSITIVOS REFERENCIAS DE ANALISES 13 DE AMOSTRAS .. 5.4 Haemophilus spp .. 6 CONCLUSAO: 11 . DA COLORA9AO FASTIDIOSAS 9 DO TRATO URINARIO 4 A ROTINA DA UROCUL TURA NO LABORAT6RI0 4.1 COLETA E TRANSPORTE FASTIDIOSOS FASTIDIOSAS 41 .. 43 .. .. 43 UMA REFLExAO 45 BIBLIOGRAFICAS 47 RESUMO As jnfec~6es do trato urinario estao entre as mais freqOentes nos seres humanos. Condic;oes predisponentes nos pacientes podem faverecer a infec980 por bacterias de metabolismo complexo, pouco habituais neste 5[tio anat6mico. As metodologias de cultivo de urina utilizadas em laboratorios clinicos propiciam 0 desenvolvimento dos uropatogenos mais comuns; no entante podem falhar quando a bacteria causadora da infecc;a.o tratar-se de urna especie fastidiosa. Considerando tal problema realizou-se urn levantamento bibliografico no intuito de verifiear em quais situac;Oes bacterias exigentes devem ser pesquisadas e sugerir procedimentos laboratoriais para a detecc;ao de tais especies em amostras de urina. 0 diagn6stico laboratorial adequado melhora 0 progn6stico das infec90es do trato urinario. 1 INTRODU<;AO Considerando-se as infec90es humanas, as das vias urinarias estao entre as mais comuns, ocupando (GOBERNADO et a/., 2002). Estima-se a ocorrencia de 150 mil hoes de casas anuais em lodo 0 de obtenyao contingente lugar depois das infec90es de exames as culturas urinarias de urina representam em laborat6rios respirat6rias. 2004). da grande frequElncia de infec90es de amostras, de microbialogia e da facilidade a maior parte do cllnica (CLARRIDGE; PEZZLO, 1998). Os metodos diagn6sticos bem como a sobrevida microrganismos imunologicamente microrganismos apresentar segundo mundo (TRABULSI; ALTERTHUM, Como resultado JOHNSON; 0 e terapeuticos aumentada de metabolismo comprometidos nao dificuldade podem favorecer complexo. Alem podem ser suscetiveis usual mente de atuais, freqOentemente da populayao, patogenicos. desenvolvimento nos disso, a infec90es Tais invasivQs, a infecc;:ao por indivfduos urinarias microrganismos meios de cultura por pod em comumente utilizados em protocol as de cultivo de amostras de urina. As tecnicas rotineiras de coleta e cultivo de urina permitem a desenvolvimento dos uropatogenos mais comuns. habituais e necessaria emprego de meios de cultura atmosferas Para a realizagao a pesquisa de de procedimentos enriquecidos, aumento microrganismos diferenciados, do tempo pouco como 0 de incubayao e especiais. Considerando-se as microrganismos que as metodologias exigentes envolvidos atualmente utilizadas podem nao isolar em infecyOes do trato urinario, a presente trabalho objetiva atraves de revisa.o bibliogn3fica, verificar na literatura especializada as situa90es e a frequencia em que e recomendavel a pesquisa de microrganismos fastidiosos assim como divulgar trato urinario. sua importancia na patog~nese das infecc;oes do 2 CONSIDERA90ES o termo microrganismos SOBRE MICRORGANISMOS "bacteria que fastidiosa" tern nao se desenvolvem as meios de cultura tradicionais sido FASTIDIOSOS tradicionalmente OU se desenvolvem aplicado fracamente a em todos como agar sangue, agar chocolate au agar Mac Conkey, requerem atmosfera capnofilica au microaerofilica e incubayao prolongada. As necessidades especiais de crescimento podem tambem dificultar a identific3c;ao bioquimica dos isolados (MURRAY, No contexto 1999). das ITU, bacterias aquelas que requerem condiyoes fastidiosas de crescimento pod em ser definidas diferente da tradicional como incubayao aer6bia por 18 a 24 heras em melo de isolamento prima rio. Meies de cultura adicionais au incubar;:ao prolongada necessarios (MASKELL, em atmosfera contendo CO2 podem ser 1989). Uma das raz6es para se considerar que bacterias fastidiosas podem ter importa.ncia na patogenese das ITU e a existencia de divers as condi90es cHnicas, caracterizadas par evidencia microrganismo causal de doen9a e detectado inflamat6ria, para as quais nenhum bem como nenhuma outra causa nao infecciosa e encontrada. Estas condi90es incluem a cistite intersticial, a slndrome uretral aguda e a prostatite apresentam crOnica idiopatica. evidencias clinicamente indistinguiveis Outro motive Muitos cllnicas de pacientes inflama9ao apresentam alem de piuria, sintomas outros que sao dos pacientes com pat6genos usuais (MASKELL, 1989). para 0 reconhecimento de bacterias fastidiosas evidenciando 0 isolamento de tais agentes em muitos pacientes. Urna vez que tais tern sido investigadas 0 numero crescente como importantes bacterias no trato urinario e clinicamente e reconhecidas como causa de publica90es de infecyOes 10 clinicamente significantes do trato urinario, esfor90s para a sua detec9ilo Microrganismos patogenos tratamentos secundarios fastidiosos do o sitio torna-se presente pod em em muitos trato urinario, trabalho (MASKELL, consideradas papel patoge!nico e ser relevantes 0 direcionamento de casas apresentar-se resultado nos multiplos de como selec;ao apas cursos de antibi6ticos 1989). aqui bacterias anatomica, embora conhecidamente especies geralmente como tern como objetivo em ITU. Incluem-se natural 1989). anti bacteria nos, principalmente ut1lizados nas ITU recorrentes fastidiosas (MASKELL, estudar a ocorrencia naD usualmente patogemicas como contaminantes de bacterias patogemicas neste em Qutros sitios, bern como em urina e que poderao ter em alguns casos que serao discutidos a seguir. II 3 PATOGENESE DAS INFECC;:OES DO TRATO URINARIO As infecc;6es adquiridas bacterianas por via ascendente, do trato urinario sao na malaria e menos urinario superior (ureter, pelves renais e rins). A via hematogenica mas pode acontecer a dissemina~ao de bacterias cortex renal em pacientes com septicemia no interior (KONEMAN comuns no sexo feminin~, sendo a colonizar;:8.o da da uretra e regiao circundante latores predisponentes comum, do glomerulo e do quatorze vezes mais area periuretral e as alterayoes durante a relar;:8.o sexual as principals (MIMS el a/., 1995). As infecr;:oes urinarias circuncidados, vezes et al. 1997). As infecr;:oes do trato urinario sao aproximadamente anat6micas das a partir da uretra, podendo atingir a bexiga e 0 trato em crianr;:as sao mais comuns pela colonizayao da uretra e prepucio em meninos com microrganismos nao fecais (MIMS et a/., 1995). o f1uxo constante de urina e de prote9ao contra infec90es, do flux a urinario e uma 0 esvaziamento regular da bexiga sao fatores portanto urn comprometirnento condi9ao importante rnecanico au funcional para a instalac;ao de um pat6geno. fatores rnecanicos incluem calculo renal, refluxo vesicoureteral, bexiga, estrangulamento fatores funcionais pressao da uretra, hipertrofia prostatica e cateterismo. mais comuns estao a gravidez e as neoplasias externa sabre as ureteres. A osmolalidade extrema elevado de ureia e 0 baixo pH tambem sao fatores inibit6rios bacterias, as quais podem ser alterados mucosa (KONEMAN Entre os pelvicas, devido a da urina, 0 conteudo para 0 crescimento quando ocorre de lesao na et al., 1997). A micro biota das membranas desenvolvimento principalmente Os obstru9ao do colo da mucosas exerce papel de prote9ao, inibindo a de pat6genos pela competic;ao par nutrientes au sitias de ligac;ao e 12 pela produ9ao de bacteriocin as (KONEMAN produc;:ao de estr6genos fertil, a bacterias usualmente maiaria das naD patog~nicas bacterias. colonizac;::!Io da estimula et al., 1997). Em mulheres a colonizaryao vaginal que promovem As mulheres a pH acido inibitorio para a na pos-menopausa area periuretral par uropat6genos em idade com lactobacllos, ficam suscetiveis a devido ao deficit de estrogenia e conseqOente aumento do pH vaginal (McCUE, 1999). As bacterias estruturas gram-negativas especializadas membrana que favorecem possuem chamadas em estreptococos fatar de virulencia ou pili, e protelnas a adesao as superficies Fatores de adesa.o tambem sao encontrados acidos lipoteicoicos como importante fimbrias, externas de celulares mucosas ou cutaneas. em bacterias gram-positivas, e proteina M em estafilococos como as (KONEMAN ef al.1997). Os fatores de virulencia estabelecidos seqOestradoras como e incluem de ferro, elemento a expressao sensiveis da ffmbria sido associadas necessario e a produ~ao de hemolisina. Flmbrias em especies ascender HORL, 1999). A produ~ao de hernolisina (proteinas da bacteria) nao patogenicas uropatogenicas. pois tern a capacidade e posteriormente e enterobactina para replica~ao (tipo P) apenas em especies a pielonefrite, uroepiteliais coli e Proteus mirabilis estao bern de aerobactina (tipo 1) tern sido encontradas manose-resistentes celulas de Escherichia a sintese assim manosee fimbrias As ultimas tern de aderir aos receptores das da bexiga para as rins (FRANZ; esta associ ada a capacidade de causar lesao renal (MIMS et al., 1995). Antigenos polissacaridicos habilidade de causar pielonefrite resistencia de Escherichia capsula res acidos (K) esta.o associ ados e auxiliarn na inibiC;ao da fagocitose coli aos mecanismos favorecendo de defesa do hospedeiro a a (MIMS et 13 as al., 1995). polissacarfdeos capsulares bloqueiam a opsonizacao interferirem com a deposi9ao do complemento Estafilococos as aderemcia fibronectina, coagulase vitronectina com propriedades da glandula prostatica. antifagociticas, 0 HELLSTROM, infectada mecanisme 2004). capacidade celulares incluindo e antiproliferativas as mecanismos que afetam as de defesa do hospedeiro bacteriana principal seja infecyao nao esta bern definida, mas acreditauretral ascendente ou refluxo de urina pela uretra posterior. A prostatite bacteriana pode ocorrer tambem como complicac;:ao apes instrumentayao 0 que possuem propriedades trato urinario normal, bacterias os mecanismos crian9as, idosos, transplantados gravidas, o termo Qualquer diabeticos e estao do trato urinario, ou prejudicados, imunocomprometidos como em como os CLiNICAS "infecc;:ao do trato clinicas assintomatica, do hospedeiro uropatog€micas renais (FRANZ; HORL, 1999). 3.1 SiNDROMES s[ndromes de defesa uropatogemicas nao reconhecidamente podem causar infecc;:ao quando na presenc;:a de anormalidades quando ou cirurgia (LIPSKY, 2003). Assim como os microrganismos infectam e 1998). da bexiga para os ductos prostaticos, genitourinaria de laminina, Ah~m disso, produzem substancias antiquimiotaticas A patogemese da prostatite se que ALTERTHUM, apresentado e colageno que podem permitir uma infeq::ao ascendente e linf6citos, prejudicando (DOMINGUE; tern celulas do epitelio uretral e a protefnas subseqOente colonizacao neutr6filos (TRABULSI; negativos da bacteria par sendo a cistite as (incluindo uma das sindromes urinario" mais (lTU) inclui comuns a sind rome pode ocorrer na uma ampla pratica uretral cHnica aguda) em urn paciente a gama de bacteriuria e a pielonefrite. com anormalidades 14 urol6gicas que predispOem e infec~ao designada encontradas a ITU au dificultam "complicada • incluem prostatite, abscessos (CLARRIDGE; JOHNSON; tratamento, 0 Sindromes D renais e urossepsis menes cases (ITU com bacteremia) que possuem 0 sao comuns e estima-se que trato gemito-urinario normal apresentarao pelo estao menes urn episodio de ITU aguda durante a vida. As ITU complicadas associadas a anormalidades neurogenica, funcionais refluxo vesicQureteral, au estruturais rim esponjoso estenose da jungao patogenos multirresistentes, A diferenciagao complicagOes mais acurados Usualmente, a elevagao leucocitose sao invasivos cateterizagao a excreyao aumentada ou instrumentacao, 2003). tendo em vista as no entanto os procedimentos e apresentam risco (cateterizagao). como a proteina e rnais recentemente de cistos urolitiase, e importante inflamat6rios e febre, indicam ITU superior, marcador (bexiga nefrocalcinose. ou prostatite (HElLBERG, renal na infecgao, de parfl.metros urinario benigna da pr6stata, entre ITU inferior e superior do envolvimento diagn6sticos como uretero-pelvica), imunossupressao do trato medular, renais, etc.), obstru9aO do trato urinario (hiperplasia tumores, a comumente PEZZLO, 1998). As infec90es do trato urinario nao complicadas 50% das mulheres e nestes "ITU" C reativa, tern sido utilizada A N-acetil-beta-glucosaminidase. resoluyao da bacteriuria ap6s urn dia ou ap6s tratamentos curtos de tn§s dias condiz com ITU inferior (FRANZ; HORL, 1999). Murray (1999) cita como principais Escherichia patog€micas coli, Proteus mirabilis, Klebsiella spp. Enterobacter spp., Enterococcus spp., Staphylococcus Ureaplasma Mycobacterium encontrados bacterias spp., como saprophyticus, tuberculosis microrganismos spp., Pseudomonas Staphylococcus e Neisseria comensais no no trato urinario aureus, gonorrhoeae. trato Sao gemito-urinario, 15 Corynebacterium spp., Lactobacillus Neisseria spp. nao patogemicas, vaginalis, microrganismos Enterococcus entericos, A bacteriuria controversa tendo consequ€mcias assintomatica Acinetobacter spp., a progressao em vista de sintomas. que certes Sua significancia grupos de pacientes clinica podem pode causar dana renal, e tambem gestantes, na mae (CLARRIDGE; e JOHNSON; nas nas quais limitada a bexiga, pela (disuria, urgencia OUfrequemcia) e ausencia de de inflamac;:Zlo em Qutros locais do tratc urinario (CLARRIOGE; PEZZLO, 1998). A sindrome uretral aguda, tambem conhecida abacteriuria e sintomatica, micc;:oes freqOentes) com baixas caracterizada acompanhados contagens de colonias tradicional de col6nias JOHNSON; necessitam por sind rome piuria-disuria por sintomas de leucocituria de bacterias. Atualmente utilizado uretral aguda e controverso (CLARRIDGE; de ITU (disuria, urgencia, e cultura de urina negativa reconhece-se para diferenciar que cistite de tratamento para como Chlamydia trachomatis, e au de bacteriana de e que muitas mulheres disuricas PEZZLO, 1998; HElLBERG, au criteria 0 com baixas ITU bacteriana aguda 2003). A sind rome uretral aguda pode ser causada por bacterias fastidiosas usuais e sofrer PEZZLO, 1998). definida como a infec9c3o presumivelmente sintomas sugestivos contagens spp., da infecC;ao pode causar dana ao feto bern como aumentar 0 risco de presen9a de sintomas caracteristicos sindrome Capnocytophaga graves, como por exemplo, crian~as com refluxo vesicQureteral, Cistite contagem spp., spp., Gardnerella e definida pela presen~a de bacterias em algum na ausencia quais a infecvao silenciosa JOHNSON; spp., Streptococcus spp., Ureaplasma spp. e bacterias anaer6bias. local do trato urinario pielonetrite spp., Staphylococcus Mycoplasma Ureaplasma urealylicum, ou nao Neisseria 16 gonorrhoeae, Mycoplasma spp. Outras luberculose causas incluem abscessos renal (HEllBERG, A inflamac;:ao dor ou sensibilidade resposta spp., Mycobacterium PEZZlO, 0 sistemica, f1anco, frequentemente incluindo as quais naD acorrem renal, condil'ao completa e febre, oeasiona sintomas de acompanhados calafrios, em pacientes par urna indisposic;:ao, com cistite. dar de Em alguns sistemicas ocorrem sem sinais au sintomas locais de denominada de ITU febril (CLARRIDGE; JOHNSON; 1998). e A cistite intersticial bexiga, cuja causa e dor abdominal pacientes ulceras ureteral dos rins e pelves renais (pielonefrite) pacientes estas manifestar;oes envolvimenlo rena is, obstruc;ao spp. au Candida 2003). envolvendo inflamat6ria caber;a e nauseas, spp., Trichomonas urna inflamac;:ao croniea e freqOentemente e desconhecida. ou perineal, normalmente e as culturas apresentam de urina sao raramente pequenas hemorragias na bexiga, ah§m de diminui9aO da capacidade dolorosas. Muitos pacientes ale a descoberta recebem urn diagn6stico do real diagn6slico Muitos pacientes severa da Os sintomas primarios sao freqUelncia, urgencia (OSBORNE, positivas. (glomerulayoes) urinaria e rela90es Os ou sexuais prirnario de sind rome uretral, 2003). com cistite intersticial tern urna hist6ria de ITU recorrente. Alguns autores teorizarn que a bacteria causa dora pode ser urna especie fastidiosa ou presente ern pequeno numero e que a sua presen9a pode na~ produzir a cistite intersticial, mas ser responsavel p~r urna resposta inflamat6ria e imunol6gica (BATRA,1999). A infeC9aO bacteriana da glandula prostatica (prostatite) resultado ductos de infeC9aO uretral ascendente, prostaticos via uretra posterior pode ocorrer como par refluxo de urina infectada ou par via linfogenica para as ou hernatogenica. A 17 prostatite bacteriana genitourinarios caracterizada prostcitica por recidivas, mesma sindrome, aguda apas a prostatite a prostatodlnia) urol6gicos multiplos inflamatorias na secre9ao HELLSTROM, cursos caracteriza-se prostatica de crOniea em homens com e que nao apresentam como prostatodlnia etiol6gico cronicas e Escherichia prostatite e sintomas de celulas laboratorialmente negativas, mas leucocitose predominante expressam fatores Staphylococcus estafilococos coagulase que na secreC;ao prostatica nas prostatites bacterianas agudas de virulemcia negativos de Escherichia similares causadoras saprophyticus e spp .. coli causadoras as cepas Staphylococcus ocasionalmente como algumas bacterias fastidiosas, e e menos spp., Serratia spp. e Enterobacter cepas aureus, cujas et al. 1999). (TANNER demons tram com e a doenc;a naqueles coli, seguido par especies de Proteus e Providencia pielonefrite. vaginalis cultivclvel culturas nao bacteriana cornu mente Klebsiefla spp., Pseudomonas recentes terceira (mais de 10 leuc6citos por campo em aumento de culturas sao negativas Estudos Urna a urn grande numero e a urna bacteria como prostatite agente antibioticoterapia. sut;l, na secre9ao par dor perineal persistente 1000X) e classificada o da bacteria 1998). na secrec;ao prosttltica classificada urna enfermidade e persistencia ou nao estar associada prostatite e a croniea croniea idiopatica (inclui-se aqui a prostatite nao bacteriana e (DOMINGUE; A inrdo de febre e sintomas urn abrupto enquanto lTU recorrente usualmente podendo leucocitose promove e constitucionais, de de e outros podem causar prostatite, assim como por exemplo, corinebacterias, Gardnerella e Haemophilus influenza. (LIPSKY, 2003). A prostatite sintomatica cronica idiopatica de causa discutivel. (nao Etiologias bacteriana) propostas e uma condic;ao multi- sao infecc;oes par Chlamydia 18 trachomatis, Mycoplasma hominis, Ureapfasma urealyticum, Trichomonas au agentes virais, embora muitos estudos naD confirmem microbiol6gicas com prostatite especiais tecnicas moleculares e naD bacteriana, baixa virulencia tern demonstrado, colonizaf!(80 prostatica e tambem bacterias fastidiosas vaginalis lais dados. Tecnicas com especies sugerindo em pacientes bacterianas etiologia de infecciosa (LIPSKY, 2003). Homens jovens com prostatite bacterias na possivelmente fastidiosos tempo urina, quais naD reportadas, como Gardnerella ou com terapeutica as sao inadequado no tecido prostatico, que e com microrganismos nao atinge periodo de urna concentrac;ao podem evoluir para uma 1989). renais, embora os riscos estejam sendo pelo uso de menores doses de imunossupressores de antibioticos. de significantes par insuficiente tais pacientes A ITU e comum apos transplantes profilatico como au entao podem ser infectados condi9ao de prostatite crOnica (MASKELL, diminuidos reconhecidas vagina/is. Quando traladas um antibiotico adequada aguda podem ter baixas concentrac;oes nao Entre os fatores predisponentes e tambern pelo uso pode-se citar infecc;a.o previa no rim do doador bern como alterac;ao do uroepitl~lio do receptor causada p~r cateteres geralmente vesica is e stents assintomaticas e ha melhor urol6gicas impossivel a antibi6ticos como fistulas pode promover bacterias resposta ureterais. Nos e recidivantes, primeiros embora e obstruc;oes. Isquemia ITU pela colonizac;ao bacteriana comensais ate que (NABER et ai, 2004). ou fastidiosas. 0 tr~s meses, as ITU sao ap6s esse perlodo sao menos freqOentes sejam 0 as, complicac;Oes do tecido lesado, usualmente A erradicac;ao rim ou pelos menos comuns do orgao devido a dano arterial das infecc;6es segmento prejudicado por pode tomar-se seja removido 19 Lactobacilos, corinebacterias patogenos secundarios tratamento selecionados fastidiosos durante urn periodo de cateterizayao. em tratamento long05 periodos ainda levar a investiga90es invasivas uretral par que tenham recebido au antibioticoterapia A falha na deteq::ao laboratorial antimicrobiano podem ser da microbiata antibi6tico. Tal situa~ao pade acorrer em pacientes agentes antibacterianos resultar e alguns estreptococos em ITU, originalmente destas inadequada, exacerbando desnecessiuias (MASKELL, aSSDciada a especies pade 0 problema, 1989). OU 20 4 A ROTINA DA UROCULTURA CLiNICAS o diagn6stico na determinay80 apresenta microbiol6gico NO LABORATORIO de uma infeq:a.o urinaria, mesma baseando-se de microrganismos dificuldades DE ANALISES em urn Hquido biologico a com relaC;ao valoriz8gao normalmente dos resultados. E esteril, sabido que existem microrganismos naturalmente residentes na uretra, regiao genital e perinea que podem contaminar a urina acidentalmente, temperatura que estimula a proliferar;;::8o somando-se bacteriana. coleta e cultivo de amastras devem ser direcionadas Par outro a issa a a9ao da lado, as tecnicas a pesquisa pouco habituais, as quais podem ser importantes em determinadas (GOBERNADO de de microrganismos situar;;::oes. ef al., 2002) A decisao de como uma amostra deve ser cultivada depende do metoda de coleta e dos sinais e sintornas cllnicos do paciente, transmitidas ao laboratorio pelo medico. laborat6rio recebe informa~6es incompletas de muito JOHNSON; ou pouco com que deveriam na maioria das 0 ou incorretas que resultam na realiza~ao uma determinada amostra (CLARRIDGE; de culturas seja direcionado de urina por tipos permite que 0 manejo das pela necessidade clinica e que 0 laborat6rio escolher os meios de cultura e a quantidade de inoculo mais apropriada. nos dad os cllnicos definir tres tipos de cultura retina, inspe,ao do paciente, e invesligaliva As culturas podem-se (CLARRIDGE; JOHNSON; de retina sao apropriadas ITU nao complicadas. geriatricos ser vezes PEZZLO, 1998). A classifica~ao amostras trabalho informa~6es Entretanto e individuos para pacientes infec~ao por multiplos microrganismos vesicais, e comum. de urina: PEZZLO, 1998). ambulatoriais As culturas de inspe~ao devem ser realizadas que utilizam cateteres possa Com base e com em pacientes nos quais a caloniza~ao Culturas investigativas au sao aquelas 21 direcionadas para diagn6sticos diferenciados de pacientes. especificos, microrganismos Devern ser realizadas negativa, de falha na terapia antimicrobiana uropat6geno discrepimcia naD E usual. entre a tambem a sua realiza980 quando ha apresentac;ao clinica do paciente au a colorac;ao de Gram e JOHNSON; Os meios de cultura m~is utilizados seletivQs diferenciais, como Mac Conkey, associados gram-negativas ou grupos au no case de suspeita de urn apropriada resultado previa da cultura (CLARRIDGE; eletr61ito deficiente) fastidiosos nos casas de cultura previa 0 para semeadura de urina 0 meio de CLEO (agar cistina utilizado no Brasil e permite 0 crescimento e gram-positivas. bacteria atraves da colora98o sao as meio de Teague (agar eosin a azul de metileno) e de ao agar sangue. e muito 0 PEZZLO, 1998). Tais meios auxiliam na identifica980 colonial, indicando a capacidade lactose de bacterias presuntiva da de fermenta980 da lactose (ALBINI, 2004). Segundo Clarridge; Johnson e Pezzlo (1998), culturas urinarias de rotina devem ser realizadas semeando as amostras em agar sangue de carneiro 5% e em agar Mac Conkey eu um meio seletive similar, e incubando laboratories as placas por 18 a 24 37° C em ar ambiente. Ainda assim e meio de CLEO e preferido nos horas a 35 - brasileiros agar chocolate acido nalidixico) fastidiosos, 0 deve ser utilizado em conjunto com agar CNA (Columbia-colistin a- eagar pela sua versatilidade. MacConkey, Para microrganismos devendo-se utilizar a al93 calibrada alem da al9a 0,001 ml. As placas de CNA e agar chocolate de 0,01ml, devem ser incubadas em 5% CO2 por 48 horas. Para anatomicas, popula96es especificas com ITU cronicas pode ser apropriada a cultura visando microrganismos cresci menta lento (CLARRIDGE; JOHNSON; PEZZLO, 1998). ou anormalidades anaerobios au de 22 Para popula90es nas quais as culturas polimicrobianas CNA pade ser utilizado para demonstrar sao comuns, a presenc;:a de enterococos, 0 agar Qutros cocos gram-positives au leveduras presentes nas culturas mistas. 0 agar CNA permite urn born cresci menta de estreptococos, corinebacterias ser incubado por 48 horas a 35' C (CLARRIDGE; JOHNSON; Amostras obtidas par punc;:ao suprapubica sindrome uretral aguda devem ser semeadas e Gardnerel/a vaginalis e deve PEZZLO, 1998). au de pacientes com suspeita de com al98 calibrada de 0,01 ml, a1em da al,a de 0,001 ml, em agar sangue (OPLUSTIL et al., 2004). Contagens mesma multiplos tipos de microrganismos (KONEMAN, devem ser valorizados baixas ou em tais cases 1997). Corynebacterium ureafyticum e Qutras corinebacterias desenvolvem-se bem em agar sangue de carneiro 5% au agar CNA, mas sao mais bern visualizadas ap6s incuba,ao de 48 horas (CLARRIDGE; As calOnias de Gardnerella JOHNSON; vaginalis PEZZLO, 1998). sao fracamente sangue ap6s 24 haras de incuba~ao, e recomenda-se (agar sangue tween (CLARRIDGE; JOHNSON; as bicamada) tactabacilos e incuba~aa visiveis em agar a usa de agar CNA au HBT par 48 haras em tensaa de C02 em meias de isotamento prima rio PEZZLO, 1998). podem ser isolados utilizadas para urina, como a meio de CLEO, no entanto devem ser incubadas par 48 horas em atmosfera de CO, (MASKELL, 1989). a resultada da cultura deve ser sempre carrelacianada Gram. Caso microscapia nao haja crescimento tenha sido observada ap6s com a leitura do 18 a 24 horas de incuba~ao a presen~a de microrganismas e na au numero eleva do de leuc6citas, deve-se incubar as ptacas par mais 24 haras (OPLUSTIL al.,2004). et 23 A piuMa esteril antibioticoterapia, e urn achado importante doenc;as como outras infecc;oes com microrganismos que neoplasias po de refletir au calculos que naD sao detectados usa de urinarios, au par rnetodos rotineiros de cultura (MIMS et aI., 1995). o conceito tradicionalmente de 1950, de bacteriuria baseado permitindo significativa para no criteria quantitativa a distinc;ao entre diagn6stico 0 estabelecido colonizar;ao e das ITU e par Kass na decada infecr;:ao. A utilidade e a consistemcia do criteria de contagem de colOnias superior OU igual a 105 par mililitro tern sido validadas repetidamente par varios pesquisadores, criterio nilo pode ser aplicado a todos os pacientes A baixa especificidade possivel adil;ao sensibilidade intermitente de bacterias dos resultados demonstrando da cultura quantitativa comensais a urina de jato medio durante de bacterias que pode ocorrer em determinados Altas contagens de bacterias 0 a A baixa excregao sitlos do trato urinario, bem como ao uso de meios de cultura que na.o proporcionam todas as especies capazes de infectar a se deve a coleta. a 105 UFC/ml pode ser devida inferiores que tal (FRANZ; HORL, 1999). 0 cresci menta de trato urinario (FAIRLEY; BIRCH, 1989). aer6bias sao encontradas em amostras de urina de jato medio quando os microrganismos sao providos de 6timo substrato e de ten sao de O2 relativamente sltuagoes prostatite, infecgao cicatrizes renais per pielonefrite multiplicar tao rapidamente nas cistites mesmas agudas. condigoes alta. Em algumas das glandulas parauretrais croniea. os favoraveis de infecgao de incubagao, litiase mierorganismos e, pertanto nao apresentarem Os sitlos como infecgoes em mulheres, abaixe podem contagens da bexiga ah§>mdisso, cronicas, infecciosa nao e se tao altas quanta nao fornecem a velocidade as do fluxo 24 urinario e a freqO~ncia de micc;a.osao fatores que influem nas contagens bacterianas (MASKELL, 1989). Torna-se claro que considerar baixas contagens de pat6genos aero bios em culturas puras como contaminaC;ao e incorreto e pode levar a erros de diagn6stico, pois infecc;oes de grande signific~ncia igualmente nao considerar importante col6nias como infecy8.o sem considerar de antibi6ticos automaticamente urna alta contagem tornando mais dificil (MASKELL, 1989). Alguns considerados procedimentos inaceitaveis tratamento 0 utilizados atualmente de infecgoes para pode selecionar posteriores diagnostico 0 e nao devem ser realizados, como procedimento obtida par cateteriza9ao, de duas heras sem cepas verdadeiras das ITU urinario, de rotina e em urina de jato media au bem como cultura de urinas que tenham permanecido refrigeragao au sao como cultura de cateter de Foley, cultura de urina em meios Hquidos, cultura de sedimento pesquisa de anaer6bios de as condic;oes do paciente e da coleta. 0 usa em resposta a urna alta contagem bacteriana resistentes, t; cHniea pod em nao estar sendo detectadas. canservagao (CLARRIDGE; mais JOHNSON; PEZZLO,1998). 4.1 COLETA E TRANS PORTE DE AMOSTRAS A coleta e a trans porte inadequado da amostra podem levar a um resultado de diffcil interpreta9aO. Portanto, a medida mais importante para realizar uma cultura de urina e estabelecer para as profissionais rfgidos criterios de coleta e propiciar treinamento envolvidos na realiza9aO da coleta (OPLUSTIL Koneman et al. (1997) recomendam coleta impressas inseguran9a ap6s receb~-Ias au nao compreenda, constante et al., 2004). que a paciente receba as instru90es verbalmente. urn profissional Caso 0 paciente de demonstre treinado deve explicar novamente 25 passo a passo ou se passivel acompanhar pessoalmente a coleta (coleta supervision ada). Amostras de urina de jato media sao as amostras mais comumente submetidas a cultura. De preferencia deve ser colhida a primeira urina da manha podendo ser aceitas urinas com pelo menos 2 heras de reten~ao. Ap6s higiene da regia.o genital, despreza-se contaminantes da uretra apropriado, 0 primeiro inferior desprezando-se jato - que auxilia a eliminac;:ao dos 0 jato media em fraseD esteril 0 - e colhe-se 0 final da mic9ilo (OPLUSTIL eJ al., 2004). genital deve ser realizada com agua e sabao naD anti-septico, vaginais afastados e prepucio 0 retraido A higiene devendo ser as [abias antes da micc;:a.o (GOBERNADO et 81., 2002). Alguns reatizada autores frequentemente contaminada Amostras apos higiene Troca-se 0 JOHNSON; fecal. 0 coletor deve chegar fechado sao contaminadas falso-positivos, ser 0 portanto com 0 maior significado resultado negativo. (OPLUSTIL confirmadas por metodos (CLARRIDGE; JOHNSON; desinfecc;ao a higiene e evitando-se ao laborat6rio. microrganismos de fecais, Ta;s amostras promovendo clinico de amostras et a/., obtidas 2004). Culturas positivas cateterizac;ao direta ou aspirac;ao PEZZLO, 1998). Em pacientes com sanda vesical permanente, realiza-se a urina apresenta-se PEZZLO, 1998). urinarias de crianc;as obtidas com saco coletor devem ser colhidas com saco coletor e suprapubica (CLARRIDGE; a coleta e meticutosamente treinado, da regiao genital e colocac;ao do saco coletor de forma asseptica. freqOentemente resultados de um pro fissional coletor a cada 45 minutos ou 1 h~ra, repetindo-se contaminac;ao devem afirmam que mesma quando com a assist~ncia da canula com alcool pinc;a-se a canula do coletor, 70% e punciona-se com seringa e 26 agulha estereis, colocando-se a amostra em frasee esteri!. Nunea se deve obter a amostra do saco coletor de pacientes fornecera urn numero sand ados porque a multiplica9ao muito maior que aquele real mente presente (OPLUSTIL et al., 2004). Tambem nao se reeomenda deseoneetar coletor sob risco de introduya.o de microrganismos tal coleta deve ser realizada a corresponde JOHNSON; do pade residir pois urna microbiota em cateteres antigos urina par representar e considerada a verdadeira a metoda padrao auro para coleta de bacteriuria vesical (CLARRIDGE; PEZZLO, 1998). Calhe-se com seringa e agulha diretamente procedimento evita problemas de contamina9ao crian9as ate dois anos, detec9ao de anaer6bios com interpreta,oes duvidosas para homens de qualquer de proeedeneia A cateteriza9ao deve que naD (CLARRIDGE; PEZZLO, 1998). A punyao suprapubica repeti,~o eateter do tubo no sistema. Sempre que passivel ap6s troea do cateter, paciente 0 bacteriana no paciente ser realizada uretral para (OPLUSTIL et al., 2004). Pode tambem estar indieada duvidosa (GOBERNADO com finalidade em pacientes obstrutivos. Caso seja necessaria, quais nao neurologicos devern-se com bacteriurias de et al., 2002). unica de obten9ao nos de urina, como doentes seja de amostras possivel somente a elimina9aO au com problemas urol6gicos utilizar tecnicas rigorosas de assepsia por causa do alto risco de introdu9ao de rnicrorganismos (KONEMAN et a/., 1997; tres amostras de urina da et a/. 2002). Para a pesquisa de Mycobacterium manha devem e e recomendado enos casos de repeti9ao de ex ames idade com fimose e em mulheres espontanea GOBERNADO JOHNSON; par pun9ao vesical. Tal ser coletadas tuberculosis em dias consecutivos: as tecnicas de cultivo para 27 micobacterias naD permitem a cresci menta de outros agentes e, portanto, a coleta nac necessita de assepsia rigorosa (MIMS et al., 1995). Caso naD seja passivel a processamento da amostra de urina em haras apas a coleta, a amostra deve ser refrigerada 24 haras, tempo maximo para manuten~ao do preservativo (2 a 80 C) e processada da contagem bacteriana acido b6rico permite que a amostra permane98 estavel. a ambiente (20 a 25' C) ate 24 horas antes de ser process ada (OPLUSTIL CLARRIDGE; JOHNSON; ate 2 em ate 0 usc temperatura ef aI., 2004; PEZZLO, 1998). Sistemas de trans porte usanda acido b6rico podem ser metodos alternativQs para coletas realizadas em casa au em locais distantes do laborat6ria, tao efetivos quanta a refrigeragao (KONEMAM ef ai, 1997). Oepois de coletada, a amostra de urina deve ser encaminhada a mais rapido processamento. possivel e com todas Devem ser relatados e mostram-se as informayoes ao laboratorio necessarias reteny80 da urina, 0 tipo de paciente (por exemplo, urologico ou geriatrico), o sexo, se apresentay80 celulas 0 paciente clinica (existencia inflamat6rias) JOHNSON; informay80 quantidades de sintomas), resultados ideal, as amostras antimicrobiana. antibioticoterapia 1995). e recebido aumentadas resultados antecedentes de a idade, Ifquido, de urinalise (presen9a de cultura de (CLARRIDGE; PEZZLO, 1998). De maneira terapia tem ° para 0 horario e 0 metodo da coleta, 0 tempo de nas Caso 0 paciente 48 horas deve ser explicitada devem ser coletadas ja esteja antecedentes recebendo, a realizay80 no formulario de requisiy80 antes do inicio da ou tenha do recebido exame, esta do exame (MIMS et al., 28 Recoletas recebidas devem ser solicitadas quando amostras 2 horas ou mais ap6s a coleta au quando horario e a forma de coleta. No entanto antes do cantata insubstituivel Menos apresentam bexiga com medico 0 (CLARRIDGE; de 5% multiplos infec,ao usa cranico pade ser detectada (CLARRIDGE; Segundo amostra po is ela pade em alguns casas ser Exce~6es sao amostras de cateteres, nos adequadamente de pacientes quais com a bacteriuria em 30 a 80% das culturas, freqOentemente JOHNSON; 0 PEZZLO, 1998). sem PEZZLO, 1998). Koneman et al. (1997), a acuracia do procedimento urina pode ser monitorada pela frequencia de exames com contagens UFC/ml, que nao deve exceder forem comunicados deve ser desprezada coretadas e transportadas urinas microrganismos. neurogemica au polimicrobiana solicitante, JOHNSON; das nenhuma nae refrigeradas nac fcrem 5 a 10% se os procedimentos de coleta de entre 104 a 105 forem realizados apropriadamente. 4.2 A IMPORTANCIA DA COLORA<;:Ao DE GRAM Durante as ultimas decadas, testes rapidos de triagem para bacteriuria foram desenvolvidos necessidade com 0 propos ito de fornecer resultados de cultivar amostras principalmente pela incapacidade (CLARRIDGE; JOHNSON; negativas. mais rapid os e de eliminar a Entretanto seguros e baratos para estimar presenc;a de mais de 8 a 10 leucocitos/lJl. coloca-se e piuria. PEZZLO, 1998). A colorac;ao de Gram da urina nao centrifugada rapidos, sua utilizac;ao e limitada, de detectar baixos niveis de bacteriuria bacteriuria e um dos metodos superior Homogeneiza-se uma gota sobre lamina sem espalhar e deixa-se deve ser fixada par calor au metanol (CLARRIDGE; a 105 mais UFC/ml e muito bem a urina, secar ao ar. A lamina JOHNSON; PEZZLO, 1998). A 29 presenc;a de uma ou mais celulas vezes tern sensibilidade bacterianas de 94% e especificidade de colOnias superior a 10' UFC/ml. (KONEMAN Embora seja urn metoda apenas pelo consumo 5 inferiores a 10 UFC/ml. Sugere-se em pacientes principalmente com contagens as assintomaticos citocentrifuga (CLARRIDGE; laboratorios, pela em a sua utilizac;ao como teste de triagem de col6nias provavelmente de pielonefrite. a nlveis acima de 104 UFC/ml JOHNSON; e impropria a coloraC;8o de Gram naD e de tempo e baixa sensibilidade altas, Alguns autores com usa de 0 PEZZLO, 1998). A coloraC;ao de Gram do sedimento muitos de 90% em refletir uma contagem e com suspeita relatam melhora da sensibilidade de 1000 ef al., 1997). barato de triagem, utilizada par muitos laborat6rios contagens per campo em aumento urinario, baixa em bora ainda utilizada reprodutibilidade padronizac;:ao e correlac;:ao com os metodos de velocidade por e dificuldade de de excrec;:ao de leucocitos au contagem em camara (ALBINI, 1994). As informac;:6es fornecidas microrganismo e caracteristicas pela cOlorac;:ao de Gram sobre a morfologia na colorac;:ao sao extremamente selec;:ao inicial da terapia antimicrobiana, do resultado da cultura enquanto e do antibiograma importantes do para a se aguarda 0 informe definitivo (CLARRIDGE; JOHNSON; PEZZLO, 1998). ~ imprescindivel bacterias fastidiosas meios utilizados a realizac;:ao da colorac;:ao de Gram ou nao usuais. Devido a dificuldade para a detecc;:ao de enterobacterias, visualizac;:ao microscopica em nos em alguns casos somente a indicarcfi a sua presenc;:a (FRANZ; HORL, 1999). A observac;:ao microscopica especialmente para detecc;:ao de de desenvolvimento mulheres nas da urina permite verificar a qualidade da amostra quais a contaminac;:ao vaginal e frequente 30 produzindo resultados falso-positivos. mais de urn tipo de microrganismo decorrencia A presen~a de muitas celulas epiteliais no Gram sugere contamina9aO da amostra e de em da coleta (OPLUSTIL et ai., 2004). Dutro aspecto importante monitoramento das culturas, da podendo-se colorac;:ao de Gram e a sua utilidade no pelo seu resultado e ate mesmo troca de amostras (ALBINI, 2004). detectar erras tecnicos 31 5 BACTERIAS FASTIDIOSAS E INFECc;,:AO DO TRATO URINARIO Em 1989, Maskell citou a ocorrencia especies de estreptococos, Corynebacterium de bacterias fastidiosas, Gardnere/la spp. e lactobacilos vaginalis, preseng8 de tais de tecido bacterias obtidas na urina freqOencia do que em nao-gestantes, posteriormente apresentavam desenvolviam per bi6psia com sintomas negativos em culturas contagens de uropat6genos de infec~ao de rotina fastidiosa. mulheres fastidiosas como ou Foram a mais bacteriuria do que as que e 300 homens, abrigar urinas cultivadas nao a superior obtidas 105 UFC/ml para uropat6genos esta representada resultados na tabela 1. ou baixas incluidos no em culturas previas de a 102 UFC/ml por aspirayao que resultados fastidiosas Os pacientes inconclusivos inferior utilizando in6culo que proporcionou freqOencia de isolamentos apresentando bacterias na bexiga. resultados a desenvolvimento estudo demonstrando do trato urinario convencionais desenvolvimento avaiiadas um importante podem estudo foram os que apresentaram convencional com apresentando com mais freqoencia e tambem assintomaticas, e que as gestantes sintomas supra-pubica Relatou bacterias na urina. pacientes medio, aspiragao vesical. de gestantes Fairley e Birch (1989) realizaram jato influenzae, em infecgoes da bexiga e trato urinario superior, isoladas de amostras de urina obtidas par cateteriz8gao, tarn bam de amostras como algumas Haemophilus de um pat6geno de uma suprapubica convencionais bacteria de 1817 e bacterias entre 101 e 107 UFC/ml. A 32 TABELA 1 - FREQUENCIA DE BACTERIURIA EM 2117 PACIENTES (AMOSTRAS OBTIDAS POR PUNCAO SUPRAPUBICA) -1989 Culturas positivas (n = 597) $omente uropat6genos convencionais n = 170 Uropat6genos convencionais $omente especies fastidiosas (n = 366) e especi- Unica especie Pacientes = = Mulheres (n 1817) Homens (n 300) FONTE: especies Unica especie 191 0 148 17 370 36 The Royal Melbourne Vinte e aito Multiplas Multiplas especies es Unica Multiplas especie especies 222 19 125 0 5 0 faslidio- sas 61 0 Hospital especies microbianas foram isoladas no trabalho em questao, sendo Ureaplasma urealylicum, Gardnerella vaginalis, Escherichia coli, Mycoplasma hominis e Staphylococcus epidermidis as especies mais isoladas. oitenta e uma (70%) das 830 cepas isoladas pertenciam Ureaplasma urealyticum, recuperadas Gardnerella vaginalis e Mycoplasma em meies de cultura canvencianais. freqUente em mulheres, enquanto Ureaplasma estatisticamente apenas significativa uma ou duas equisimifis, Streptococcus Peptococcus enteritidis, anaerobius, sanguis, Proteus Pseudomonas parainfluenzae entre Streptococcus Morganella vulgaris, aeruginosa, e Haemophilus elas Haemophilus vagina/is fcram equi, morgan;;, Enterobacter parahaemofyticus. - nao apresentou entre os sexas. Treze esptkies ocasioes, e fastidiosas hominis - que nao sao Gardnerella urealyticum Quinhentas a especies diferen9a isoladas Klebsiella influenzae, em Streptococcus aerogenes, Anaer6bios fai mais oxytoca, Salmonella Haemophilus estritos foram isolados de apenas sete dos 597 pacientes (FAIRLEY; BIRCH, 1989). Culturas polimicrobianas feminino e nao foram verificadas cenvencienais e fastidiesos foram obtidas em urn ten;o das pacientes do sexo no sexe masculino. A freqOencia de uropat6genos encontra-se na tabela 2. 33 TABELA 2 - FREQU~NCIA DE UROPATOGENOS CONVENCIONAIS E BACTERIAS FASTIDIOSAS EM 191 PACIENTES DO SEXO FEMININO COM BACTERIURIA POL/MICROBIANA - 1989 Numero de especies (numera de pacientes) Oois (153) Tres (34) Quatro (4) Somente uropat6genos convencionais 9 Samente especies fastidiosas 99 17 1 0 0 FONTE: The Royal Melboume Especies convencionais fastidiosas 45 17 e 3 Hospital Ureaplasmas au Gardnerella vaginalis fcram recuperados em 179 das 191 mulheres com infecga.o polimicrobiana, estando presentes concomitantemente 100 das 191 amostras, convencionais casas sugerindo relac;:c3osimbi6tica. por usualmente bacterias envolvem fastidiosas, bacterias na maiaria dos indicando fastidiosas em Uropat6genos fcram isolados em pouco mais de 33% das mulheres, acompanhados polimicrobianas urna passivel que infecc;:oes (FAIRLEY; BIRCH. 1989). A contagem de col6nias excedeu 105 UFC/ml apenas na minoria dos pacientes, portanto a bacteriuria nao seria detectada em muitos individuos caso 0 valor de ponto de corte tradicional tivesse sido utilizado. Os resultados tambem mostraram que baixas contagens bacterianas podem acontecer com qualquer uma das especies bacterianas isoladas, embora tenham sido mais freqoentes Ureaplasma urealytieum e Mycoplasma hominis. isolados apresentaram pertencentes contagens a especies fastidiosas Franz e HOrl (1999) Haemophifus pneumophila, inferiores a 103 UFC/ml, sendo 138 (84%) (FAIRLEY; BIRCH, 1989). citaram a ocorrencia de HaemophiJus influenzae parainfluenzae, Salmonella para Cento e setenta e quatro (21%) spp., pneumococos, Shigella spp., Campy/obaeter, Corynebacterium e Legionella grupo 02, 34 Mycobacterium tuberculosis, micobacterias atipicas e fungos como causadores ocasionais de ITU. Domann transplantados et al. (2003) realizaram e cromatografla liquida de alta performance metoda em 109 amostras, e observou-se positivas. Para as amostras uropat6genos vaginalis, Bacteroides Lactobacillus iners, Leptotrichia mas tambem vufgatus, como agentes transplantados oportunistas de e intermedius, renais, e nao usuais nao usuais invisus, inicio conveniente para do detectados 0 como e AnaerocDCCUs nuc/eaturn, Prevotella vez de pesquisa correto urealyticum ruminicola, como unicos pat6genos Uma precoce a a detecc;ao de Fusobacterium buccalis, polimicrobianas. com a aplica,aD Corynebacterium agentes Dia/isler infecyoes associadas Foi avaliada a DHPLC permitiu como amnionii, Prevotella Rahnella aquatilis e Streptococcus freqGentemente (DHPLC). conhecidos Gardnerella do trato urinario de baseadas em 168 rRNA peR 100% de correlac;ao para amostras cultura- cultura-negativas, previa mente laclolyticus, ou estudo em amostras renais, utilizando tecnicas moleculares que rejeiyBo de as agentes direcionamento ITU cronica do sao em patogenicos tratamento antimicrobiano. Quatro casos de ITU com bacteremia pacientes do sexo feminino imunocompetentes (2004). Todas as pacientes por Methylobacterium foram reportados tiveram hemoculturas positivas spp. e suas culturas de urina foram negativas ou positivas crescimento concomitante de outro bacHo gram-negativ~ ignorado. Foram realizados experimentos de acordo com os procedimentos incubayao especiais spp. em por Lee, Tang e Uu para Methylobacterlum para Escherichia coli com em baixa contagem que foi com os isolados indicando que, padrao para culturas de urina, com 24 horas de a 35°C as colonias de Methylobacterium spp. nao sao visualizadas, e 0 35 numero de col6nias observado pequeno temperatura ambiente Particularmente, apenas quando concomitantemente Methylobacterium com ap6s incuba~ao sugere especies Escherichia ser de a adicional especie urn Methyfobacterium coli, ocorre spp. tornando impassivel de 24 heras a contaminante. estao supressao presentes do cresci menta de a sua detecc;ao. 0 estudo conclui que a falta de relatos de casas de ITU por Methylobacterium a impossibilidade spp deve-se de detec~ao da especie por metodos padrao de cultura de urina, au ainda porque a baixa virulelncia da bacteria pode produzir ITU autolimitadas curadas com as antibi6tico5 variavelmente resistentes normalmente utilizados. as cefalosporinas, sulfametoxazol-trimetoprim e 100% acido suscetiveis au talvez muitas vezes As especies estudadas nalidixico, a fcram nitrofurantoina ciprofloxacin, imipenem e e aminoglicosideos. 5.1 Corynebacterium Corynebaclerium de ITU, variando spp. urealylicum a freqOencia popular;oes nao selecionadas. em pacientes imunocomprometidos, urologicamente per longos manipulados com pielonefrite da urina mesmo sem antibioticoterapia Corynebacterium significativos embora rara causa de zero a 3,5% em A bacteriuria por Corynebacterium hospitalizados tam bern tern sido associado pode ser uma importante de isolamentos glucurone/yticum, ou idosos. e pode desaparecer (CLARRIDGE; urealyticum perledes, ocorre severamente Tal microrganismo espontaneamente JOHNSON; PEZZLO, 1998). chamado Corynebacterium tambem semina/e, tern side iselade de semen e trate g~nite-urinarie masculine e pede causar prostatite (CDC grupo F1) tambem ou uretrite. Corynebacterium tern sido reconhecido PEZZLO, 1998). como pat6gene pseudogenitalium do trato urinario (CLARRIDGE; JOHNSON; 36 Foi relatado por Soriano e Ponte (1992) um caso de cistite de incrusta~ao causado por urn corineforme identificado sofrido ITU previas persistentes causadas grupo 02). A cura bacteriol6gica amoxicilina por Corynebacterium urea/yticum apes urn mes de tratamento foi alcan\=ada havia (CDC com e acido acetohidroxamico. Meria at al. (1998) realizaram 1985 como CDC grupo F1. 0 paciente levantamento bibliografico entre as anos de a 1997 sabre casas de cistite e pielite de incrustac;:ao. Foi constatado a aumento progressive imunodeprimidos numero no e particularmente estao associadas cr6nicas produtoras de cases especialmente em transplantados renais. com incrustac;:6es da mucosa de urease, tendo sido as mais freqOentes especies e demonstrac;ao alta mente sugestiva da bacteria cultura enriquecidos. e pode envolvida 0 diagnostico requer auxiliar culturas Tais causadas grupo 02. A presenC;a de urina alcalina contendo abundantes calcificados em no pacientes inflamac;:oes por bacterias de Corynebacterium debris mucopurulentos diagnostico prolongadas clinico. A em meios de precoce pode evitar falhas de tratamento e uma possivel rejeic;ao do orgao transplantado. Em estudo realizado par Riegel et al. (1995), corineformes significativas (104a 105 UFC/ml) foram isolados em amostras de semen, uretra, urina e sangue de homens inferteis com diagn6stico realizadas do genero demonstraram de prostatite. As analises genomicas ser as cepas pertencentes Corynebacterium. As 12 amostras simi lares, entre elas born crescimento crescimento em quantidades pobre no mesmo a uma mesma especie dentro mostraram padroes bioquimicos em agar sangue de carneiro em contraste com meio suplementado com Tween 80 1%, teste de CAMP positivo, fermentac;ao de glicose, sacarose e presenC;a de beta-glucuronidase. Tais caracteristicas permitiram a distinc;ao destas cepas dos outros membros do 37 genera, e nome proposto 0 difter6ides pass am fazer significativas destas particularmente foi Corynebacterium parte da microbiota especies no semen semina/e. uretral, sugere a Embera organismos presenC;a de contagens urna implica~ao infecciosa, na prostatite. Estudo molecular filogenetico pacientes com prostatite pacientes estudados. especies bacterianas Staphylococcus, baseado Foi constatada a ocorr€mcia genera Corynebacterium realizado de um amplo no fluido prostatico dos pacientes, PepiosfreptococGUS, ainda nae descritas em 16S rRNA peR em croniea demonstrou sinais bacterian05 em 65% dos Streptococcus foram encontradas e n~o presentes espectro de incluindo Corynebacterium, e Escherichia. Especies do em maior propon;:ao, incluindo especies nas amostras de controle, sugerindo que possam ter um papel na doen~a au que sejam conseqOemcia da mesma. 0 estudo mostreu ainda que os microrganismos ocorrem em comunidades prostaticos Domingue de amostras enriquecidos e Hellstrom de secre~~o sao essenciais incubados enriquecido geralmente em liquidos a observa<;i!o a 35°C. na qual a colora~ao Houve desenvolvimento de 5% de CO2 a 35°C. A secregao a presen~a de bacilos gram-varitlveis em meios Foi realizado estudo de Gram apresentou em meios de rotina em meio e sora de cavalo e incubado repicada, produziu bacilos de crescimento microsc6pica bern como a inocula~~o que nao se desenvolveram com extrato de leveduras horas em atmosfera demonstrou prestatite encontradas para a isolamento de corineformes. gram Itlbeis pleom6rficos por 72 horas (1998). prostatica em uma amostra de secre~ao prostatica cocobacilos com distintas daquelas normais (TANNER ot al. 1999). Segundo cuidadosa associ ados microbianas, de cultura no minimo 72 inoculada em caldo triptose (microscopicamente) e, quando lento em meios de retina e enriquecidos 38 (incubados aerobicamente, Corineformes que anaerobicamente frequentemente sao ou sob tensao de CO2 par 72 haras). "ocultos" pod em ser agentes etiol6gicos da prostatite idiopatica croniea bacteriol6gicos perdidos au nao percebidos em procedimentos de rotina. 5.2 Gardnerella vagina/is o significado de Gardnerel/a vagina/is em urina e controverso, pois a associac;:ao patogElnica desta bacteria e com a vaginose na mulher. Embora principal baixas contagens na urina feminina, contagens sintomatica, ITU recorrente, Entretanto, cistite na mulher, me sma quando ern altas contagens, leucocitaria. pacientes parec;:am refletir a micro biota da uretra masculina aeima de 10.000 UFC/ml ja fcram associadas Gardnerel/a vaginalis com doen,a e encantrada uretrite e prostatite freqOentemente no homem. nao ha resposta mais freqOentemente renal e ap6s instrumenta,ao ou com bacteriuria em mulheres e (CLARRIDGE, JOHNSON, PEZZLO, 1998). Estuda realizado par Agarwal e Dixon (2001) investigau Gardnerella vaginalis na cistite intersticial, garantir a recuperaC;ao do microrganismo usando metodos positivas envalvimenta para Gardnerella vagina/is a que papel de maleculares mesmo em baixas contagens. das trinta e tres amastras de bi6psias de bexiga de pacientes foram a passivel para Nenhuma com cistite intersticial embora nao exclua seu na cistite intersticial diminui esta probabilidade. Ginestre Perez et al. (2001) realizaram estudo de mil trezentas e setenta amostras de jato media de urina de pacientes vaginalis, cujo papel patagenica lugar em freqOencia etiologica (52,10%) e superando com sintomas no trato urinario e discutivel, (17,63%) microrganismos ficando atras somente cansiderados de ITU. Gardnerella ocupou a segundo de Escherichia uropat6genas classicos, coli como 39 Proteus mirabifis (7,63%), Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas (6,84%) aeruginosa (3,68%). jato media urinario possa indicar contamina.yao vaginal, todos as cultivos positivos Embera a presen~a de Gardnerella para esta bacteria provinham apresentavam de pacientes contagens sintomaticos, vagina/is em amostras superiores representando a 100.000 de UFC/ml e urna alta probabilidade de infec~ao urinaria verdadeira. 5.3 Mycoplasma hominis E Ureaplasma urealyticum Especies patogenicas ocorrem freqOentemente mulheres saudaveis. imunossupressao, urinario. A ocorrencia obstru~ao Ureaplasma pacientes com Mycoplasma como Mycoplasma como colonizantes liHase de infec~ao ou procedimentos urealyticum hominis e Ureaplasma esta provavelmente sugerindo relacionada previos de instrumental):ao tern sido encontrado infecciosa, urealyticum do trato urogenital inferior de homens e uma em calculos possivel urinarios associal):ao ha resposta imunol6gica de causal. hominis tern sido isolado do trato urinario superior em pacientes sintomas de pielonefrite aguda. FreqOentemente a no trato com especifica (MURRAY, 1999). Foi pesquisada a presen9a de Ureaplasma urealyticum e Mycoplasma hominis em amostras de jato medio de 314 mulheres e 52 homens sintomaticos trata urin<ilria. Ureaplasma urealyticum (15,4%) dos hom ens e Mycoplasma e 4 (7,7%) Escherichia dos homens. vaginalis urealyOcum em ambos foi superado grupas, no sexo feminina e 58,5% e 30,8% no masculino. partanto que a bacteriuria e 8 hominis foi isolado em 12 (3,8%) das mulheres Ureaplasma coli e Gardnerella respectivamente fai isalada em 54 (17,1%) das mulheres do par ureaplasmas e relativamente apenas 36,6% par e 25,4% Demonstrou-se, co mum, porem nao e 40 detectada por metodos convencionais de cultura de urina (AVILES; ZARAGOZA, 1998). A significancia dificil de micoplasmas determinac;ao, microrganismos realizados a devido colonizantes em amostras provavel da vagina contaminac;ao e uretra em amostras de aspirado suprapubico desenvolvimento apresentando de pre-eclampsia culturas positivas mulheres com culturas negativas 5.4 Haemophilus confirmadas. para ureaplasmas JOHNSON; Haemophilus par estudos demons tram que 0 em mulheres no inicio da gestac;:ao do que em no mesmo periodo (KONEMAN ef a/., 1997). spp. a ITU, embora Alguns Haemophifus sua freqOencia pesquisadores sugerem parainfluenzae influenzae e Haemophilus e significancia a inclusao nae tenham de agar chocolate de Haemophilus sido em influenzae e com outras infec~6es nesta faixa etaria (CLARRIDGE; PEZZLO, 1998). Maskell (1989) citou a ocorrencia de certas bacterias fastidiosas trato urinflrio e de amostra Entretanto, mais prov3vel culturas de urina de crian~as, por causa da associa~ao Haemophifus da distal. em gestantes e tres vezes Existem varios estudos relacionando parainfluenzae de jato medic urinario abaixe da bexiga, como par exemple, em cases em sftios do de prostatite por influenzae. 5.5 Lactobacillus spp. Em estudo realizado aguda, demonstrou-se em pacientes do sexe feminine uma alta freqOencia de isolamentos com sind rome uretral de lactobacilos. Durante dois anos amastras de jato medic de tais pacientes foram cultivadas, observando-se a nas principio sintomaticas. alta concentrac;ao de lactobacilos principalmente pacientes Ao final do estudo, durante 0 qual foi impedido 0 usa de antibi6ticos, os 41 lactobacilos desapareceram assintomaticas. a ser devidos da urina de muitas Os autores concluiram multiplica~ao desproporcional resultado de antibioticoterapia, mulheres, de lactobacilos frequentemente administrada para resolur;ao dos sintomas urinarios. Lactobacilos amostras as quais tornaram-se que as sintomas da sindrome de urina obtidas diretamente na uretra distal como em cursos prolongados tambem tern sido relatados da bexiga e de amostras par bi6psia vesical, bern como ocasionalmente idosas com sintomas urinarios (MASKELL, uretra! podem em de tecido obtidas isolados em urinas de mulheres 1989). 5.6 COCOS GRAM-POSITIVOS Microrganismos Globicatella, dos generos Lactococcus, embora possam estar presentes como contaminantes material clinico, tern sido isolados como patogenos amostras de pacientes realizados quando repetidamente positivos forem oportunistas com mais possivelmente freq04§ncia sao Aerococcus e em culturas de ern urina e outras Esforyos para identifica-Ios clinicamente significantes, ou em cultura pura. Devido a semelhanya isolados estafilococos, imunocomprometidos. os isolados Gemella, como confundidos devem ser e, isolados com outros cocos gram- estreptococos, com isto especies enterococos destes e generos (MURRAY, 1999). Golapachar bacteremia et al. (2004) relata ram um caso de infec9ao do trato urinario com causa do por Aerococcus em uma cUnica de repouso. UFC/ml de Aerococcus microrganismo. microrganismo e rea,Des viridans em um homem de 87 anos residente A cultura viridans de urina apresentau e a hemocultura Os testes bioqulmicos que fai leva ram crescimenta positiva a para de 105 a mesmo identificayao do faram reayoes negativas de catalase e LAP (Ieucina aminopeptidase) positivas para PYR (L-pyrrolidonyl-beta-naphtylamina), fermenta,ao de 42 trehalose e manese, resistencia a optoquina, crescimento em agar bile esculina 40% e cresci menta em cloreto de s6die 6,5%. As especies de Aerococcus facultativas, morfologia a maioria catalase negativa, com tendemcia microsc6pica, enterococos PYR positivo e LAP negativ~, a que as diferencia A escassa documentac;ao a sua e enterococos amostras clinicas. a respeito de infecyoes similaridade e possiveis humanas microbiol6gica erras por Aerocccus aos estreptococos na interpretac;ao No casa acima descrito, a laborat6rio reaHzar a antibiograma alfa- laboratorial de microbiologia de nao pade devido a natureza fastidiosa da bacteria, mas houve sucesso ap6s administray8.o terapeutico de e estreptococos. sp. deve-se provavelmente hemoliticos sao anaer6bias a formaC;ao de tetrades na intravenosa de levofloxacin (GOLAPACHAR et al. 2004). Um caso de pielonefrite e urossepsis por Streptococcus pneumoniae foi relatado em urn hornem de 82 anos com hist6ria clinica de leucemia linf6ide cronica e diabetes mellitus. Exames radiograficos mostraram nenhum uma imagem outro foco transuretral e orofaringe, escarro normal 0 do trato demonstraram indicativa de infecc;8.o. material purulento e sangue. respirat6rio, 0 abscesso renal obtido foi cultivado, foi tratado drenado material cocos gram-positiv~s a 37°C. As col6nias eram fracamente de ambos materiais e sensiveis confirmaram apenas de mierobiota e as hemoculturas aos pares e em eadeias, havendo bom crescimento agar sangue e nao muc6ides, catalase-negativas sem por drenagem assim como materiais enquanto 0 computadorizada no rim esquerdo, revelaram microseopicamente aglutinac;8.o sorologiea e tomografia pielonefrite Esearro e orofaringe alguns dos quais eram lanceolados, carneiro e agar chocolate abdominais de extensa em agar sangue de alfa-hemoliticas no a optoquina. Testes de a identificac;8.o e testes 43 moleculares demonstraram antimicrobiana, sofreu a paciente uma parada necessaria cardiaca, a nefrotomia anteriores, abscesso ser as dois desenvolveu a paciente sendo isolados identicas. coagula98o que quadro 0 Apesar da terapia intravascular disseminada foi revertido, mas tornau-se para eliminar a foco da infecc;:ao. Em contraste descrito renal e urossepsis apresentou causados par um verdadeiro casa a estud05 de pielonefrite, Streptococcus pneumoniae. A presenc;:a de doenc;:as como leucemia linf6ide crOniea e diabetes mellitus fcram 5uficientes causar um certa grau de imunossupressao Streptococcus pneumoniae, pneumoc6cica, trauma ou interven9ao mesma e e predispor a paciente hist6ria antecedente sem cirurgica (DUFKE; para a infecc;:ao par de infecC;:8o KUNZE-KRONAWITIER; SCHUBERT,2004). 5.7 BACT~RIAS ANAER6BIAS Tern sido descritos anaer6bias, casas de infec90es do trato urinario com as mais diverses tipos de apresenta90es crenicos e agudos. As bacterias recuperadas Bacteroides fragifis, gram-positiv~s Prevotella e Actinomyces mistas com coliformes par bacterias clinicas, entre processes sao bacilos gram negativQs, incluindo sp. e Porphyromonas sp., Clostridium sp. Em muitos casas sao recuperadas e estreptococos sp., cocos em culturas (BROOK, 2004). 5.8 OUTRAS BACT~RIAS FASTIDIOSAS Foi descrita "Actinobaculum cr6nica. ser 0 Os estudos isolado Actinobaculum par Greub e Raoult massiliae", recuperada urna fenotipicos, nova genotfpicos especie e foi proposta (2002) uma nova especie bacteriana, da urina de uma mulher de 81 anos com ITU ainda e filogeneticos nao a denominac;ao realizados recanhecida Actinobaculum cepa faj isolada tres vezes num perlodo de sete meses, dentro massiliae. mostraram do genera A mesma mesmo apes tratamento 44 com amoxicilina, microrganismo devido sulfametoxazol~trimetoprim a Actinobaculum col6nias e rifampicina. nao ser isolado em procedimentos apresentam massiliae Devida laboratoriais pade ser mal diagnosticada. heterogeneidade morfol6gica podendo levar a uma errOnea interpretaC(ao ao fata do de rotina, uma ITU Alem disso, as ap6s cinco dias de incubac;:ao de contaminac;:ao com duas especies de badlas gram~positivos. 0 usa de agar sangue de carneiro e incubac;:ao prolongada, motivado de 106 leuc6cit05 pela presenca desenvolvimento per ml na urina da paciente, da cepa. Houve cura ap6s tratamento permitiu a com doxiciclina (GREUB; RAOUL T, 2002). Em estudo clinico e microbiol6gico de mulheres com sindrome excluindo pacientes com cistite bacteriana - 41 pacientes foram comparadas pacientes incid~ncia controle. de Nao foi encontrada Chlamydia trachomatis sexual. 0 numero de lactobacilos numero de leucocitos sintomas diferenc;:a entre pacientes e outros e outros microrganismos na urina nao apresentaram leves e intensos ou entre pacientes hipotese da sindrome uretral nao ser causada (GILLESPIE et al., 1989). microrganismos uretral com 42 e con troles em de transmiss;3o fastidiosos, bem como a diferenc;:a entre pacientes e controles. com Os auto res sustentam por infecr;ao bacteriana a ou clamidial 45 6 CONCLUSAO: E UMA REFLExAO indiscutivel completas. com anormalidades a importo1ncia para a laborat6rio informayoes sabre do trata urinario tradicionalmente a microbiologista quando observar clinica, de requisic;oes existencia e condh;:oes imunol6gicas a maiaria dos medicos paciente ao laborat6rio, comunicac;ao suspeita de exame de nao fornega muitas informac;oes pede incentivar a necessidade sintomas, do paciente. Embora sabre 0 a criac;ao de urn canal de de informagoes sobre determinado paciente. Exames consultados recidivantes, especies importantes o anteriores do e comparados, paciente pois bacterianas sempre informac;oes envolvidas que sabre disponiveis devem ser recorrentes au de piuria esteril sao infecc;:6es au presen9a para direcionar a pesquisa para agentes fastidiosos. metoda de coleta e as condi~6es qualidade da amostra e a quao encontrados. Considerando-se contarninante introduzida ainda que uma especie crescimento torna-se fastidiosas em urina. que urna bacteria fastidiosa patogenica para bacteriuria da urina deterrninam as microrganismos normalmente de crescimento de crescimenta urn fator de suma importancia Como ja discutida, Gram em amostras serao considerada torna-se indispensavel a nela como durante a coleta pode ser em alguns casos patogenica, inibido par uma contaminante adequada de transporte relevantes ou lento pode ter seu mais rapido, a coleta para a detec~ao a realiza~ao de especies da calora~ao de de urina, pOis alem de ser urn teste de triagem rapida e barato acima de 105 UFC/ml, pode ser 0 unica indicativa urna especie fastidiosa. da presen~a de 46 A comunica~ao sucesso do diagn6stico de bacterias entre a microbiologista e do tratamento fastidiosas laboratoriais aos e a medico pode determinar como a viabilidade para 0 laborat6rio, pacientes que nao 56 a economica da pesquisa urna vez que direciona as esforyos real mente necessitam, evitando 9a5t05 desnecessarios. Bacte-rias fastidiosas pat6genos direcionada convencionais podem nao responder do trato para tais agentes administrac;ao de antibioticos Como observado urinario, pode melhorar inadequados nos as condi\=oes do paciente progn6stico casas reiatados, 0 entendimento pod em ajudar recuperar a bacteria do material clinico. 0 antibi6tico a pesquisa para precocemente das ITU, evitando a au desnecessarios. diversos ocorrem em cenaries clinicos especificos. ao tratamento portanto muito 0 bacterias fastidiosas do processo da doen\=a e laboratorio no esfor\=o para 47 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ALBINI, C. A. Cullura de Urina: Analise das metodologias, interfer~ncja resultados 1994. 54 f. Monografia e proposta para padronizacao. Bacteriologia) Universidade da Saude, Departamento de Patologia as em Medica, Federal do Parana, Curitiba. AGARWAL, interstitial - Setor de Ciencias sobre (Especia1iza9a.O M.; DIXON, cystitis. R. A. 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