Fases Biológicas da Mulher. Enfermagem Unisalesiano – 7º

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Fases Biológicas da Mulher.
Enfermagem Unisalesiano – 7º Semestre.
Saúde da Mulher – Prof.ª Ludmila Balancieri.
As fases biológicas da mulher retratam o processo de desenvolvimento e
maturidade de seu aparelho reprodutor, cuja evolução será descrita a seguir.
 Período Pré-Natal.
Se o sexo genético for XY, as gônadas primitivas se transformará
em ovários e, as células germinativas em oogônias. Já nesta
etapa discretas quantidades de estradiol são produzidas., que
contribuem para a formação das gônadas. Na 6ª semana de vida
intra-uterina existem cerca de 100.000 de folículos ovariano e 7
milhões na 20ª semana. Na 15ª semanas as oogônias se
transformam em oócito, ao iniciarem sua primeira divisão
meiótica; são então envolvidos por células pré-granulosas,
resultando nos folículos primordiais. Em torno da 20ª semana os
ovários possuem cerca de 7 milhões de folículos, os quais, por
ocasião do nascimento, são reduzidos para 1 a 2 milhões, quando
o ovário mede cerca de 1cm de diâmetro.

Infância.
A infância se situa entre 1 mês e 10 anos de idade. Nesse
período, ocorre nova e progressiva perda de folículos, de tal forma
que, no começo da adolescência o ovário possui
aproximadamente 300.000 folículos. Na infância ocorre pequena
produção de estrógeno. O hipotálamo infantil é extremamente
sensível ao feedback, de modo que as pequenas quantidades de
estradiol, produzidas pelo ovário, são insuficientes para o estímulo
hipotalâmico e consequente estimulação gonadal.
 Adolescência.
É o período de tempo variável entre a infância e a plena
maturidade, durante o qual acontecem modificações
psicossomáticas capazes de tornar o organismo apto para a
reprodução. A passagem da infância para a plena maturidade
sexual é lenta e progressiva, durando em média, 6 a 8 anos.
Puberdade é a primeira fase da adolescência, quando surge os
primeiros sinais de processo de maturação sexual: aparecimento
dos pelos axilares e pubianos, telarca e a menarca.
Concomitantemente, há aumento da distribuição de
gordura subcutânea, conferindo ao corpo os típicos contornos
femininos, seguindo-se a mucorréia, fruto da estimulação
endocervical pelos estrógenos.
A menarca é, portanto uma das diversas manifestações da
puberdade, porém importante marcador biológico, momento em
que se verifica a primeira menstruação. Ocorre entre 10 e 16
anos, usualmente ao redor dos 13, sofrendo variações de acordo
com ambientais, socioeconômico, nutricionais e culturais.
Acredita-se que os diversos estímulos sexuais, estimulados pela
mídia, incentiva a antecipação do início da vida sexual. Os fluxos
menstruais que se seguem, costumam ser anovulatórios e
irregulares quanto ao intervalo, que podem ser até de 6 meses ou
mais, bem como quanto a intensidade e duração. O que decorre
pela insuficiência de progesterona.
O útero evolui de forma infantil para a forma adulta,
diminuindo o comprimento do colo, em favor do corpo, instalandose então, a completa maturidade hipotalâmica. Iniciam-se os
ciclos ovulatório, que se alteram com ciclos anovulatórios . No
início da puberdade os ovários contém 300.000 a 400.000
folículos, resultante da severa redução ocorrida desde o
nascimento. Para cada folículo que consegue atingir a sua
maturidade (folículo de Graaf) aproximadamente 1000 regridem,
entram em atresia, e nunca atingem o estado de rotura.

Menacme.
Constitui período em que a mulher atinge plena maturidade, tornando-se
apta para o fenômeno reprodutivo, embora não signifique que todos os seus
ciclos seja obrigatoriamente ovulatórios, bifásicos. Entre 12 ou 13 ciclos
anuais, 1 ou 2 são anovulatório. A mulher considerada fértil somente ovula
85% do seu número total de ciclos. Para mulheres menos férteis, poderão
ocorrer até 4 a 6 ciclos anovulatório por ano.
A frequência de anovulação vai aumentando a partir dos 40 anos. Os
sinais e sintomas de tensão pré-mesntrual tornam- se mais frequentes e
menor a capacidade reprodutiva, iniciando-se gradativamente, o climatério,
ou seja, o declínio da função ovariana.
Durante o período da Menacme, em mulheres com ciclos normais, a
liberação de FSH e LH ocorre de forma pulsátil.
 Climatério.
É o período em que se dá o processo de transição entre o período
reprodutivo e o “não reprodutivo”. Os ciclos tornam-se irregulares , ora com
diminuição, ora com aumento do intervalo, caracterizando uma disfunção
menstrual progressiva. O encurtamento dos ciclos deve-se à menor duração
da fase folicular e fase lútea. A ovulação é cada vez menos frequente.
Com a diminuição do número de folículos e demora na sua maturação
há queda de estrógeno , tanto na fase folicular como na fase lútea.
A menopausa é o marcador biológico fundamental do climatério,
significando o final dos ciclos menstruais, ou seja, a data da última
menstruação, caracterizando o fim do ciclo reprodutivo, decorrente da perda
da atividade folicular ovariana. A idade na qual se inicia o climatério é
variável, sendo peculiar a cada mulher. A menopausa, ocorre em geral, ao
redor dos 50 anos, com ampla variação entre 35 e 59 anos. No Brasil em
média contece aos 48 anos. Denominada menopausa precoce quando
ocorre antes dos 40 anos, e tardia quando ocorre depois dos 52 anos.
A OMS considera que o climatério ou perimenopausa chega a término 1
ano depois da menopausa. A pré-menopausa é o período de tempo em que
se inicia os sintomas climatéricos, ou seja, ondas de calor ou
irregularidades menstruais, quase sempre próximo aos 45 anos.
Na pós menopausa que se estende até o fim da vida, verifica-se
acentuada elevação e LH e FSH, chegando a 40- 50%, interferindo na
qualidade de vida da mulher menopausadas.
Os sintomas de ondas de calor e sudorese noturna são os mais
exuberantes e parecem ser atribuídos a uma disfunção do centro
termorregulador no hipotálamo. O Hipoestrogenismo tem sido
responsabilizado por sintomas geniturinários, como dispareunia, secura
vaginal, diminuição da capacidade vesical. Ocorre diminuição da função do
colágeno na pele, que se torna seca, mais fina, com menor turgor, e mais
pigmentadas pelo aumento dos melanócitos. Pode- se observar hirsutismo
na face e calvície. Entretanto a prevenção da osteoporose, a melhoria do
perfil lipídico e a proteção cardiovascular têm sido os principais argumentos
em defesa da terapia de reposição hormonal, que embora ainda polêmicos,
trazem inegáveis benefícios às pacientes climatéricas.
 Senilidade.
Na senilidade ou maioridade, quando o hipoestrogenismo se trona
crônico, surgem os sintomas mais acentuados de atrofia da genitália
(dispareunia), bexiga instável, osteoporose.
Alguns estudos demonstram a presença de neurônios que contém
receptores nucleares para o estrógeno em certas áreas do cérebro,
predominantemente na pituitária, hipotálamo sistema límbido, assim
podendo ocorrer diminuição da capacidade cognitiva, perda de memória
e as vezes maior predisposição para doença de Alzheimer.
A perda da massa óssea, ocorre me todas as mulheres pósmenopausais, independentemente de raça ou etnia. No decorrer dos
anos podem perder até 30% da massa óssea. As vértebras são os
ossos mais acometidos, seguidos em ordem de frequência, pela fratura
do colo de fêmur e punho.
A maior incidência de neoplasias malignas, na senilidade, deve aqui ser
lembrada, particularmente o câncer de vulva, mais frequentemente em
mulheres com idades entre 60 a 70 anos, de baixa condição
socioeconômica e precárias condições de higiene.
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