ENTOMOFAUNA ASSOCIADA À MYRSINE

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ENTOMOFAUNA ASSOCIADA À MYRSINE PARVIFOLIA (A.DC 1841) NA
ILHA DA PÓLVORA, ESTUÁRIO DA LAGOA DOS PATOS, RIO GRANDE, RS.
Marcel Lucas Gantes ¹ & Fernando D’Incao ²
1. Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Biológica, FURG. Instituto de Oceanografia FURG, Caixa Postal 474, 96201-900 Rio Grande, RS. Email: [email protected]
2. Laboratório de Crustáceos Decápodes. Instituto de Oceanografia, Universidade do Federal
do Rio Grande (FURG);
A Ilha da Pólvora localiza se na porção mediana do estuário da Lagoa
dos Patos e possui uma superfície de 45 ha, quase totalmente coberta por
marismas. Também apresenta amplos planos lamosos sem vegetação e, nos
locais mais altos, uma densa mata palustre de baixo porte dominada pelo
arbusto Myrsine parvifolia (altura máxima 3 m) (Gianuca, D. 2007).
A vegetação arbustiva oferece abrigo para uma rica fauna de insetos que
encontram as condições favoráveis para sua reprodução e crescimento
(Seeliger et al., 2004). Embora os insetos sejam abundantes ao longo de toda a
marisma dados sobre interações entre insetos e plantas nas marismas
brasileiras são praticamente inexistentes. Mesmo considerando as espécies de
plantas mais abundantes pouco se conhece sobre os insetos a elas
associados. Esse, por exemplo, é o caso de M. parvifolia uma planta muito
comum nas marismas de Rio Grande, mas que não se conhece sua
entomofauna associada, nem de que maneira ocorrem as interações.
Cerca de 90% dos artrópodes presentes nas marismas são insetos,
desses aproximadamente 130 espécies são fitófagos, algumas generalistas,
mas a maioria especialista na sua alimentação e escolha da planta para
permanência e reprodução. Assim como muitas das espécies de plantas de
marismas são especialistas na seleção dos seus polinizadores, tendo
vantagens ao interagir por certos tipos específicos de insetos (Adam 1993).
Desta forma os objetivos deste trabalho são inventariar a entomofauna
associada à Myrsine parvifolia, identificando os grupos residentes e os
temporários, Descrevendo os padrões de abundância e distribuição temporal
dos insetos associados.
Material e Métodos
Na Ilha da Pólvora serão instaladas 15 armadilhas do tipo Pitfall como forma
de coleta passiva e será utilizada a Rede entomológica como forma de coleta
ativa. (Almeida et al. 1998) (fig. 1 A e B)
As armadilhas do tipo pitfall (fig. 1 A) consistem em geral de um recipiente
plástico enterrado ao nível do solo com liquido para matar e conservar os
animais capturados. As armadilhas serão instaladas em baixo dos arbustos de
M. parvifolia, permanecendo no campo durante o período de setembro de 2009
a agosto de 2010 sendo feita a coleta do material uma vez por semana.
Rede entomológica é usada na captura de insetos voadores ou que
pousam sobre a vegetação. Serão escolhidos 15 arbustos de M. parvifolia e em
cada um deles serão feitas três coletas por dia, às 8 horas, ao meio-dia e as
16horas, durante 15 minutos. As coletas serão feitas quinzenalmente durante o
período setembro de 2009 a agosto de 2010.
Figura 1 A-B: Armadilhas entomológicas. A- Armadilha Pitfall (Fonte:
Modificado de Almeida et al., 1998); B- Rede Entomológica (Fonte:Almeida et
al., 1998).
Triagem e Identificação
Os insetos coletados serão levados ao Laboratório de Crustáceos
Decápodos (LCD) do Instituto de Oceanografia onde serão acondicionados em
frascos de vidro com álcool 70%. Em seguida, o material coletado por cada
equipamento será contado e triado em nível de Ordem e Família. Parte do
material será montado em alfinetes entomológicos e inserido na coleção
entomológica do LCD, seguindo Almeida et al. (1998). A maior parte do
material ficará depositado em uma coleção via líquida com identificação própria
padrão.
Análise dos Dados
Os dados coletados semanalmente e quinzenalmente pela armadilha
pitfall e pela rede entomológica, respectivamente, serão aglutinados por mês,
resultando em uma amostragem mensal de cada método. A análise estatística
será realizada, inicialmente, pelo teste de normalidade Kolmorogorov-Smirnov
e pelo teste de homocedasticidade (critério de Bartlett). Os dados das capturas
serão relacionados com os dados abióticos através do teste de correlação
canônica (CCA). Serão calculados os índices de diversidade de ShanonWiener (H) e de Brillouin (HB), o de dominância (BPD) e uniformidade (BPU) de
Berger & Parker
Referências Bibliográficas:
ADAM, P. 1993.
York. 461 p.
Saltmarsh
Ecology.
Cambridge University. Press,
New
ALMEIDA, L.M.; RIBEIRO-COSTA C.S. & MARINONI L.. 1998. Manual de
Coleta, Conservação, Montagem e Identificação de Insetos. Editora Holos.
78p.
GIANUCA, D. 2007. Ocorrência sazonal e reprodução do socó-caranguejeiro
Nyctanassa violacea no estuário da Lagoa dos Patos (RS, Brasil), novo
limite sul da sua distribuição geográfica. Revista Brasileira de Ornitologia
15(3):464-467.
SEELIGER, U.; CORDAZZO, C.; BARCELLOS, L. 2004. Areias do Albardão:
um guia ecológico ilustrado do litoral do extremo sul do Brasil. Ecoscientia,
Rio Grande, 96p.
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