Avaliação da Vulnerabilidade de Indivíduos Atendidos na Clínica de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Hepatites Virais no Município de Taboão da Serra – São Paulo Leonardo Bueno de Souza* Márcia Wanderley de Moraes** Mariana Lucas da Rocha Cunha*** Introdução: A AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) se iniciou na década de 1980, com a descrição dos primeiros casos nos Estados Unidos (EUA), é causada por um retrovírus denominado vírus da imunodeficiência humana (HIV). Atualmente, ainda é uma epidemia que se apresenta de forma expressiva em nossa realidade. Na época acreditava-se que o vírus só era adquirido por pessoas que faziam parte dos denominados grupos de risco como homossexuais, travestis, profissionais do sexo, usuários de drogas endovenosas e politransfundidos. Desta forma, as pessoas que pertenciam aos grupos de risco eram tidas como vulneráveis à infecção pelo vírus. (1) As principais formas de se contrair o vírus são a relação sexual sem preservativo, os acidentes com materiais perfuro-cortantes que contenham fluídos corporais contaminados pelo vírus (principalmente por profissionais da saúde), o compartilhamento de seringas e agulhas por usuários de drogas ou durante o parto por transmissão vertical da mãe para o filho. (2,3) Diante do exposto surgiu o interesse em pesquisar sobre o tema em uma clínica de doenças sexualmente transmissíveis e hepatites virais que realiza o mesmo trabalho realizado nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), no município de Taboão da Serra (SP). Objetivo: Avaliar a vulnerabilidade dos indivíduos atendidos na clinica de doenças sexualmente transmissíveis e hepatites virais de Taboão da Serra (SP). Metodologia: Trata-se de um estudo de campo, do tipo retrospectivo exploratório, de abordagem quantitativa, utilizando os questionários da Coordenação Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), da Secretaria Estadual de Saúde (SES) de São Paulo, respondidos no ano de 2010, na clinica de DSTs e hepatites virais do município de Taboão da Serra (SP), mensurando aspectos fundamentais no que diz respeito a vulnerabilidade desses indivíduos, sendo excluídos itens de abordagem consentida, ou seja, qualquer informação que possa identificar o usuário, garantindo o seu anonimato. A coleta de dados foi realizada mediante a aprovação do projeto de pesquisa pela Comissão Científica da Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HIAE, sob o número CAAE: 0113. 0. 028. 000 - 11. Esta pesquisa foi apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da Faculdade de Enfermagem do HIAE. Resultados: A amostra totalizou 407 indivíduos que realizaram o teste de HIV (rápido ou convencional); a maioria (62%) são mulheres; brancas (42%); com idade entre 26 e 50 anos (49%); solteiros (43%); com escolaridade entre oito e 11 anos de estudo (38%); 54% dos pacientes relataram não ser a primeira vez que realizam o teste; 46% se relacionaram sexualmente no último ano, com apenas um parceiro sendo 56% somente parceiros (homens); 40% disseram não usar preservativo com parceiros fixos; 16% usam as vezes e 14% nunca utilizaram preservativos nas relações sexuais com parceiros eventuais; 89% dos testes realizados foram não reagentes, apenas 5% foram reagentes ao teste para o HIV. Conclusões: Podemos concluir que as mulheres possuem maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV, sendo o principal risco o relacionamento sexual sem preservativo. Atualmente não existem mais “grupos de risco” e sim um conjunto de fatores que levam as pessoas a adquirir o vírus e tornarem-se mais vulneraveis. No entanto, persiste a ideia de que apenas determinados grupos de indivíduos estão sujeitos à infecção, ou seja, os casais que constituem família e com parceiro único não percebem o risco inerente, e não se previnem contra a doença pela via sexual. Frente a essa situação, cabe ao enfermeiro elaborar estratégias de interveção para os grupos vulneráveis e implementar programas educativos para esta população. Descritores: Vulnerabilidade. HIV; AIDS; Doenças Sexualmente Transmissíveis;