PESQUISA SOBRE GRAMÁTICA NORMATIVA:

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS COM A LÍNGUA INGLESA
FILOLOGIA ROMÂNICA I
PROFESSOR: FABRÍCIO BRANDÃO
JOÃO BOSCO DA SILVA
([email protected])
PESQUISA SOBRE GRAMÁTICA NORMATIVA:
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS EM CEGALLA, BECHARA, CELSO CUNHA
E ROCHA LIMA.
FEIRA DE SANTANA - BAHIA
2008
1
Tentaremos identificar semelhanças e diferenças nos pensamentos dos gramáticos
Cegalla, Bechara, Celso Cunha e Rocha Lima, a NGB – Nomenclatura Gramatical Brasileira,
que divide os vocábulos portugueses em dez classes:
Seis variáveis: (substantivos; artigo; adjetivos; numeral; pronome; verbo) e
Quatro invariáveis: (advérbio; preposição; conjunção; interjeição) .
1. Vejamos aqui algumas definições que são apresentadas nas gramáticas tradicionais.
Compare-as, mostrando os seguintes aspectos: Semelhanças; diferenças; pontos falhos e
critérios utilizados.
1.1 . SUBSTANTIVO:
a) “São palavras que designam os seres” (Cegalla, 1980)
b) “É o nome com que desugnamos os seres em geral: pessoas, animais e coisas”
(Bechara, s/d)
c) “É a palavra que nomeia os seres em geral (...) e serve privativamente de núcleo do
sujeito, do objeto direto e do indireto e do agente da passiva” (Cunha, 1983)
d) “É a palavra com que nomeamos os seres em geral e as qualidades, ações, ou
estados, considerados em si mesmos, independentemente dos seres com que se
relacionam” (Rocha Lima, 1976)
i) Semelhanças: Todos afirmam que os substantivos nomeiam os seres.
ii) diferenças: Cunha já inclui sintaxe na definição.
iii) pontos falhos: Cegalla é muito restrito na definição.
iv) critérios utilizados:
1) Cegalla: Semântico
2) Bechara: Semântico
3) Cunha: Semântico e funcional.
4) Rocha Lima: Semântico
1.2. ARTIGO:
a) “É a palavra que antepomos aos substantivos para determiná-los, indica-lhes, ao
mesmo tempo, o gênero e os números (Cegalla, 1980)
b) “É a palavra que se antepõe aos substantivos que designam seres determinados (o,
o, os, as) ou, indeterminados (um, uma, uns, umas)”. (Bechara, s/d)
c) “Dá-se este nome às palavras o (com as variações a, os, as) e um (com as variações
uma, uns, umas) que se antepõem ao substantivo” (Cunha, 1983)
d) “É a partícula que precede o substantivo; assim a maneira de marca dessa classe
gramatical” (Rocha Lima, 1976)
i) Semelhanças: Bechara e Cunha apresentam definições parecidas.
ii) diferenças: Não existem, pois todos versam sobre palavras (ou partícula – Lima) que
precede o substantivo.
iii) pontos falhos: Cegalla afirma que o artigo determina “ao mesmo tempo, o gênero e o
número”, por falha, os demais não frisam esse detalhe.
iv) critérios utilizados:
1) Cegalla: Semântico, Formal e funcional
2) Bechara: Semântico e Funcional
3) Cunha: Formal.
4) Rocha Lima: Semântico
1.3. ADJETIVO:
a) “Expressam qualidades ou características dos seres” (Cegalla, 1980)
b) “É a expressão modificadora que denota qualidade, condição ou estado de um
ser”(Bechara, s/d)
c) “O adjetivo é essencialmente um modificador do substantivo. Serve para caracterizar
os seres, objetos ou as noções nomeadas pelo substantivoindicando-lhes: qualidade (ou
defeito), modo de ser, aspectos, aparência ou estado; para estabelecer com o substantivo
uma relação de tempo, de espaço, de matéria, de finalidade, de propriedade, de procedência
etc.” (Cunha, 1983)
d) “É a palavra que modifica o substantivo exprimindo aparência, modo de ser ou
qualidade” (Lima, 1976)
i) Semelhanças: Bechara e Lima destacam que o adjetivo é modificador e expressa
qualidades. Todos destacam o critério semântico.
ii) diferenças: Poucas entre as definições, nenhuma digna de nota.
iii) pontos falhos: Cunha expande a definição, deixando-a um pouco confusa,
acrescentando a relação com o tempo.
iv) critérios utilizados:
1) Cegalla: Semântico.
2) Bechara: Semântico e funcional.
3) Cunha: Semântico e funcional.
4) Rocha Lima: Semântico e funcional.
1.4. NUMERAL:
a) “É a palavra que exprime número, número de ordem, múltiplo ou fração” (Cegalla,
1980)
b) “É a palavra que denota nome de número”(Bechara, s/d)
c) “Servem para indicar a quantidade exata de coisas ou pessoas, ou para assinalar o
lugar que elas ocupam numa série” (Cunha, 1983)
d) “Palavra que designam os números, ou a ordem de sua sucessão: três, terceiro.
Podem-se usar individualmente, com o valor de substantivo ou como adjetivos, isto é, junto
de um substantivo, ao que acrescentam uma indicação de quantidade ou de ordem” (Lima,
1976)
i) Semelhanças: A expressão de número nas definições.
ii) diferenças: Cunha lembra a possibilidade do uso do numeral com o valor de
substantivo ou como adjetivos. Cegalla lembra até da fração como numeral.
iii) pontos falhos: Bechara é muito resumido na sua definição.
iv) critérios utilizados:
1) Cegalla: Semântico.
2) Bechara: Semântico.
3) Cunha: Semântico.
4) Rocha Lima: Semântico e funcional.
1.5. PRONOME:
a) “São palavras que representam os nomes dos seres ou os determinam, indicando a
pessoa do discurso” (Cegalla, 1980)
b) “É a expressão que designa os seres sem dar-lhe um nome nem qualidade,
indicando-os apenas como pessoa do discurso”(Bechara, s/d)
c) “Os pronomes desempenham na oração as funções equivalentes às exercidas pelos
elementos nominais (...). Os pronomes pessoais se caracterizam por denotarem as três
pessoas gramaticais.” (Cunha, 1983)
d) “É a palavra que denota o ente ou a ele se refere, considerando-o apenas como
pessoa do discurso” (Lima, 1976)
i) Semelhanças: Cegalla, Bechara e Lima usam a indicação da “pessoa do discurso.
ii) diferenças: Somente Cunha diz que a caracterização do pronome acontece porque
denotam as três pessoas gramaticais (ou pessoas do discurso): 1ª pessoa: a pessoa que
fala; Eu, Nós; 2ª pessoa: a pessoa com quem se fala; Tu, Vós; e 3ª pessoa: a pessoa de
quem se fala. Ele, Eles, Ela, Elas
iii) pontos falhos: Entendemos que Bechara e Lima colocam pronome com uma
limitação quando expressam “apenas como pessoa de discurso”.
iv) critérios utilizados:
1) Cegalla: Semântico e funcional.
2) Bechara: Semântico.
3) Cunha: Funcional.
4) Rocha Lima: Semântico e funcional.
1.6. VERBO:
a) “É a palavra que exprime ação, fato ou fenômeno” (Cegalla, 1980)
b) “É a palavra que, exprimindo ação ou apresentando estado ou mudança de um
estado a outro, pode fazer indicação de pessoa, número, tempo, modo e voz”(Bechara, s/d)
c) “Palavra de forma variável que exprime o que se passa, isto é, um acontecimento
representado no tempo (...). Sua função é predicado, a única que se desempenha na
estrutura oracional” (Cunha, 1983)
d) “denota ação, estado ou fenômeno. É a parte da oração mais rica em variações de
forma ou acidentes gramaticais. Estes acidentes gramaticais fazem que ele mude de forma
para exprimir cinco idéias: voz, modo, tempo, número e pessoa” (Lima, 1976)
i) semelhanças: Cegalla, Bechara e Lima dão ao verbo uma expressão de ação.
ii) diferenças: Cunha não dá expressão de ação ao verbo.
iii) pontos falhos: Cegalla não fala sobre as flexões do verbo.
iv) critérios utilizados:
1) Cegalla: Semântico.
2) Bechara: Semântico e formal.
3) Celso Cunha: Semântico, funcional e formal.
4) Rocha Lima: Semântico e formal.
1.7. ADVÉRBIO:
a) “É a palavra que modifica o sentido do verbo, adjetivo e do próprio advérbio”
(Cegalla, 1980)
b) “É a expressão modificadora que denota uma circunstância (de lugar, tempo, modo,
intensidade, condição etc.)”(Bechara, s/d)
c) “Palavra que se junta a verbos, para exprimir circunstâncias em que se desenvolve o
processo verbal, e a adjetivos; para intensificar uma qualidade” (Cunha, 1983)
d) “São palavras modificadoras do verbo. Servem para expressar as várias
circunstâncias que cercam a sugnificação verbal” (Lima, 1976)
i) semelhanças: Cegalla, Bechara e Lima dão o advérbio como uma expressão
modificadora.
ii) diferenças: Cunha não fala da expressão modificadora do verbo e sim da união.
iii) pontos falhos: Bechara dá uma definição um tanto quanto vaga. Cegalla não explica
em que circunstâncias o advérbio modificaria o verbo, o adjetivo e o próprio advérbio. Lima
só fala do verbo que pode ser modificado pelo advérbio.
iv) critérios utilizados:
1) Cegalla: Semântico e funcional.
2) Bechara: Semântico.
3) Celso Cunha: Semântico e funcional.
4) Rocha Lima: Semântico e funcional.
1.8. PREPOSIÇÃO:
a) “Palavra invariável que liga um termo dependente a um termo principal” (Cegalla,
1980)
b) “É a expressão que posta entre duas outras estabelece uma subordinação da
segunda à primeira” (Bechara, s/d)
c) “Chamam-se de preposições os vocábulos gramaticais invariáveis que relacionam
dois termos de uma oração de tal modo que o sentido do primeiro (antecedente) é explicado
ou completado pelo sentido do segundo” (Cunha, 1983)
d) “São palavras que subordinam um termo da frase a outro, o que vale dizer que
tornam o segundo dependente do primeiro” (Lima, 1976)
i) semelhanças: Todos explicam que a preposição faz ligação e relacionamento entre
termos.
ii) diferenças: Cunha e Cegalla apresentam os critérios formal e funcional.
iii) pontos falhos: Nenhum exemplifica o contato com outras classes gramaticais,
especificamente.
iv) Critérios utilizados:
1) Cegalla: Formal e funcional.
2) Bechara: Funcional.
3) Celso Cunha: Formal e funcional.
4) Rocha Lima: Funcional.
Conclusão: só na sentença uma preposição terá sentido semântico.
1.9. CONJUNÇÃO:
a) “Palavra invariável que liga orações ou termos da oração” (Cegalla, 1980)
b) “É a expressão que liga orações ou, dentro da mesma oração, palavras que tenham
o mesmo valor ou função” (Bechara, s/d)
c) “Os vocábulos gramaticais que servem para relacionar duas orações ou dois termos
semelhantes da mesma oração chamam-se conjunções” (Cunha, 1983)
d) “São palavras que relacionam sentre si: dois elementos da mesma natureza
(coordenativas) ou duas orações de natureza diversa, das quais a que começa pela
conjunção completa a outra ou lhe junta uma determinação (subordinativas)” (Lima, 1976)
i) semelhanças: Todos falam de ligação e relação entre entre orações e apontam o
critério funcional.
ii) diferenças: Só Cegalla trata conjunção como “invariável” e critério formal (além do
funcional).
iii) pontos falhos: Nenhum exemplifica o contato com outras classes gramaticais,
especificamente.
iv) Critérios utilizados:
1) Cegalla: Formal e funcional
2) Bechara: Funcional
3) Celso Cunha: Funcional
4) Rocha Lima: Funcional.
1.10. INTERJEIÇÃO:
a) “É uma palavra ou locução que exprime um estado emotivo” (Cegalla, 1980)
b) “É a expressão com que traduzimos os nossos estados emotivos” (Bechara, s/d)
c) “É uma espécie de grito com que traduzimos de modo vivo nosssas emoções”
(Cunha, 1983)
d) “É a palavra que exprime emoção” (Rocha Lima, 1976)
i) semelhanças: Todos utilizaram o critério semântico e concordam que reflete uma
emoção.
ii) diferenças: Cegalla foi mais completo e acrescentou “locução” na sua definição.
iii) pontos falhos: Nada a registrar.
iv) critérios utilizados:
1) Cegalla: Semântico.
2) Bechara: Semântico.
3) Celso Cunha: Semântico.
4) Rocha Lima: Semântico.
2. A GT – (Gramática Tradicional) fala de adjetivos e substantivos como classes. Em
seguida, classifica os pronomes e numerais em adjetivos e substantivos.
2.1 Que critério ela utiliza para definir substantivos e adjetivos?
É o critério semântico, onde substantivo serve para designar nomes de seres e
adjetivos para caracterizar os seres e objetos nomeados pelos substantivos.
2.2. Que argumentos usa para subdividir os pronomes (e numerais) em pronomes
adjetivos e pronomes substantivos? Comente:
É uma mistura de critérios Semântico, Formal e Funcional. Em momentos são classes e
em outros são subclasses, quando são vistos sob o aspecto sintático. Nada fica explicado.
3. Categoria gramatical e categoria nocional não se confundem. Comente esta
assertiva, fazendo um paralelo entre os dois termos:
A categoria gramatical é vasta no que se refere à linguagem humana. Na categoria
exclusivamente gramatical apenas a forma permanece, sem valor semântico (Exemplo: os
morfemas do gênero masculino ou feminino – gata, porco). Na morfologia, morfema é a
menor unidade significativa que compõe o vocábulo, ou seja é o elemento lingüístico que
exprime as relações entre as idéias, compreendendo os afixos, as desinências e o radical.
A vogal temática ocorre quando, por exemplo, não existe a hipótese da palavra em dois
gêneros (masculino/feminino) Ex: terra, Letra, Folha, Guerra, cabelo.
As preposições e conjunções são categorias gramaticais.
A categoria nocional faz com que as classes possam melhor refletir a funcionalidade
lógica da sentença (semântica). Pelos radicais se sabe a palavra, já que os Lexemas são os
responsáveis pela significação dos vocábulos não gramaticais, contidos na raiz ou radical
primário do vocábulo. Dizem respeito ao léxico ou aos vocábulos de um idioma. Exemplo:
terra, mundo.
a) Exclusivamente semânticos: só existe a noção, sem manifestação em desinências
(ocorre nos números chineses – língua que praticamente não existe desinências)
b) Semântico-gramatical: a desinência corresponde a uma noção. É o caso dos
números no Português. (exemplo: duas meninas, O “s” é a desinência)
4. Examine uma gramática normativa e mostre como é tratada cada uma das
categorias gramaticais, apontando os critérios utilizados, os pontos positivos e falhos
neste tratamento.
A) Definição de gramática normativa:
É um conjunto sistematizado de regras (normas) e orientação para se escrever e falar
de acordo com o padrão culto da língua
1- Fonologia: phoné (som) + logia ( estudo) = Analisa as palavras sob o ponto de vista
sonoro;
2- Morfologia: morphé (forma) + logia (estudo)
a) seus elementos formadores (morfema)
b) os processos de formação das palavras
c) suas classes e flexões
3- Sintaxe: sintaxis (grego) significa arranjo, ordem, disposição:
a) análise sintática
b) sintaxe de regência (verbal e nominal)
c) sintaxe de concordância (verbal e nominal)
d) sintaxe de colocação
As classes gramaticais são dez, sendo seis variáveis: (substantivos; artigo; adjetivos;
numeral; pronome; verbo) e quatro invariáveis: (advérbio; preposição; conjunção; interjeição)
5 ANÁLISE GRAMATICAL DAS CATEGORIAS GRAMATICAIS:
Julgamos por bem, dado o vasto material e opiniões de diversos autores sobre
categorias gramáticas, decidimos versar sobre a análise de Ernani Terra, no seu Livro
“Curso Prático de Gramática”, enfocando a sua definição em relação aos demais gramáticos
já analisados neste trabalho:
5.1 SUBSTANTIVO:
“É a palavra variável em gênero, número e grau que dá nome aos seres em geral,
sejam eles animados ou inanimados”. (Ernani, 2007)
i) Semelhanças: Ernani também afirma que os substantivos nomeiam os seres.
ii) Diferenças: Especifica os seres como “animados e inanimados”.
iii) Pontos falhos: Nada a registrar.
iv) critérios utilizados:
Ernani: Semântico e formal.
5.2 ARTIGO:
“Artigo é uma palavra gramatical, isto é, isoladamente não possui significado. Sempre
está ligado a um substantivo do qual depende e com qual concorda em gênero e número,
formando um grupo nominal cujo núcleo será o substantivo”. (Ernani, 2007)
i) Semelhanças: Ernani apresenta critério semântico igual a Bechara e Rocha Lima.
Funcional igual a Bechara e Formal igual a Cunha.
ii) diferenças: Ernani amplia a definição tratando o artigo como uma palavra gramatical.
Rocha Lima chama de partícula, que precede o substantivo.
iii) pontos falhos: Nada a registrar.
iv) critérios utilizados:
Ernani: Semântico, formal e funcional
5.3 ADJETIVO:
“É a palavra variável em gênero, número e grau que caracteriza o substantivo ou
qualquer palavra com valor de substantivo, indicando-lhe atributo, propriedade, estado, modo
de ser ou aspecto”. (Ernani, 2007)
i) Semelhanças: Ernani também destaca o critério semântico.
ii) diferenças: Ernani é o único que expressa o critério formal.
iii) pontos falhos: Ernani não destaca o aspecto modificador do adjetivo.
iv) critérios utilizados:
Ernani: Semântico e formal.
5.4 NUMERAL:
“É a palavra que indica a quantidade exata de seres, ou a posição que um ser ocupa
numa determinada série”. (Ernani, 2007)
i) Semelhanças: Ernani também expressa quantidade na sua definição.
ii) diferenças: Nada a registrar.
iii) pontos falhos: Nada a registrar.
iv) critérios utilizados:
Ernani: Semântico.
5.5 PRONOME:
“É a palavra variável em gênero, número e pessoa que representa ou acompanha o
substantivo, indicando-o como pessoa do discurso ou situando-o no espaço e no tempo.
(Ernani, 2007)
i) Semelhanças: Assim como Cegalla, Bechara e Lima, Ernani também usa a expressão
“pessoa do discurso”.
ii) diferenças: Ernani destaca o pronome como “palavra variável em gênero, número e
pessoa”.
iii) pontos falhos: Entendemos que faltou a Ernani se referir às três pessoas gramaticais
.
iv) critérios utilizados:
Ernani: Semântico e funcional.
5.6. VERBO:
“É a palavra variável que exprime um processo, isto é, aquilo que se passa no tempo”.
(Ernani, 2007)
i) Semelhanças: Ernani também dá ao verbo uma expressão de ação no tempo.
ii) diferenças: Nada a registrar.
iii) pontos falhos: Ernani não define o “processo que se passa no tempo” e nem as
flexões do verbo.
iv) critérios utilizados:
Ernani: Formal, Semântico e formal.
5.7. ADVÉRBIO:
“É a palavra invariável que, fundamentalmente, modifica o verbo, exprimindo
determinada circunstância (tempo, lugar, modo, causa, dúvida etc.)” (Ernani, 2007)
i) Semelhanças: Ernani também fala da condição que o advérbio tem de modificar o
verbo.
ii) diferenças: Nada a registrar.
iii) pontos falhos: Nada a registrar.
iv) critérios utilizados:
Ernani: Semântico, formal e funcional.
5.8. PREPOSIÇÃO:
“É a palavra invariável que liga dois termos da oração, subordinando um ao outro”.
(Ernani, 2007)
i) Semelhanças: Ernani também explica que a preposição faz ligação entre termos.
ii) Diferenças: Ernani foi sintético na definição.
iii) Pontos falhos: Não exemplifica o contato com outras classes gramaticais,
especificamente.
iv) Critérios utilizados:
Ernani: Formal e funcional.
5.9. CONJUNÇÃO:
“É a palavra invariável que liga palavras, grupos de palavras, orações, frases,
exprimindo relações de sentido entre as unidades ligadas”. (Ernani, 2007)
i) Semelhanças: Ernani também fala da ligação entre orações.
ii) Diferenças: Assim como Cegalla, Ernani também define conjunção nos três critérios.
iii) Pontos falhos: Não exemplifica o contato da conunção com outras classes
gramaticais, especificamente.
iv) Critérios utilizados:
Ernani: Semântico, formal e funcional
5.10. INTERJEIÇÃO:
“É a palavra invariável com a qual exprimimos sentimentos e emoções súbitos”. (Ernani,
2007)
i) Semelhanças: Além do critério semântico, Ernani concorda que interjeição reflete uma
emoção.
ii) diferenças: Ernani define a interjeição com critério formal.
iii) pontos falhos: Nada a registrar.
iv) critérios utilizados:
Ernani: Semântico, formal .
Resumindo: No contexto das definições de Ernani Terra, pode-se fazer essa tabela
sobre as Classes Gramaticais, suas funções e flexões:
São seis variáveis: (substantivos; artigo; adjetivos; numeral; pronome; verbo) e
Quatro invariáveis: (advérbio; preposição; conjunção; interjeição) .
CLASSE
1. VARIÁVEL
Substantivo
Artigo
Adjetivo
Numeral
Pronome
Verbo
2. INVARIÁVEL
Advérbio
Preposição
Conjunção
Interjeição
FUNÇÃO
FLEXÃO
Nomear os seres em geral
Varia em gênero, número e
grau.
Determinar o substantivo de modo vago Varia em gênero e número.
ou preciso.
Caracterizar o substantivo ou qualquer Varia em gênero, número e
palavra com valor de substantivo, grau.
indicando-lhe um atributo.
Indicar a quantidade ou posição dos Varia em gênero e número.
seres numa série.
Representar
ou acompanhar
os Varia em gênero, número e
substantivos.
pessoa.
Exprimir um processo, situando-o no Varia em gênero, pessoa,
tempo.
tempo e modo.
Modificar o verbo, indicando uma
circunstância.
Ligar
dois
termos
da
oração,
subordinando um ao outro.
Ligar duas orações ou dois termos da
oração.
Exprimir sentimentos e emoções.
Não varia.
Não varia.
Não varia.
Não varia.
REFERÊNCIAS:
BECHARA, Ivanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
DUARTE, Paulo Mosânio Teixeira e LIMA, Maria Claudete.Classes e categoria em
Português. Fortaleza: Edições UFC, 2003.
CÂMARA JR, Joaquim Mattoso. Teoria da análise léxica. Rio de Janeiro: s/ ed. 1956.
CÂMARA JR, Joaquim Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis, RJ: Vozes,
1970.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Cia
Editora Nacional, 1981.
CUNHA, Celso. Nova Gramática do Português Contemporâneo.
Fronteira,1985.
Rio de Janeiro: Nova
LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio,
1978.
TERRA, Ernani. Curso prático de gramática. São Paulo: Scipione, 5ª ed. 2007.
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