Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes Ano Lectivo 2007/2008 História e Cultura das Artes Módulo 2, A Cultura do Senado -----------------------------------------------------------------------------Roma Antiga Épocas da História Pré-História Antiguidade • Egipto • Grécia • Roma Medieval Moderna Contemporânea A Roma Antiga foi uma civilização que se desenvolveu a partir da cidadeestado de Roma, fundada na península itálica durante o século IX a.C.. Durante os seus doze séculos de existência, a civilização romana transitou da monarquia para uma república oligárquica até se tornar num vasto império que dominou a Europa Ocidental e ao redor de todo o mar Mediterrâneo através da conquista e assimilação cultural. No entanto, um rol de factores sócio-políticos iria agravando o seu declínio, e o império seria dividido em dois. A metade ocidental, onde estavam incluídas a Hispânia, a Gália e a Itália, entrou em colapso definitivo no século V e deu origem a vários reinos independentes; a metade oriental, governada a partir de Constantinopla passou a ser referida como Império Bizantino a partir de 476 d.C., data tradicional da queda de Roma e aproveitada pela historiografia para demarcar o início da Idade Média. A civilização romana é tipicamente inserida no grupo "Antiguidade Clássica", juntamente com a Grécia Antiga que muito inspirou a cultura deste povo. Roma contribuiu incomensuravelmente para o desenvolvimento no Mundo 1 Ocidental de várias áreas de estudo, como o direito, teoria militar, arte, literatura, arquitectura, linguística, e a sua história persiste como uma grande influência mundial, mesmo nos dias de hoje. Índice • • • • • • • 1 História o 1.1 Monarquia o 1.2 República o 1.3 Império 2 Sociedade 3 Terra e propriedade na Roma antiga o 3.1 A propriedade da terra em Roma 4 Cultura o 4.1 Língua o 4.2 Religião o 4.3 Arte o 4.4 Engenharia e Arquitetura 5 História Militar 6 Ver também 7 Fontes História Monarquia O Fórum Romano foi o epicentro do desenvolvimento de Roma. 2 A documentação do período monárquico de Roma encontrada até hoje é muito precária, sendo, então, não tão conhecido quanto os períodos posteriores. Várias dessas anotações registram a sucessão de sete reis, começando com Rómulo em 753 a.C., como representado nas obras de Virgílio (Eneida) e Tito Lívio (História de Roma). A região do Lácio foi habitada por povos variados. Dentre eles, os etruscos tiveram um papel importante na história da Monarquia de Roma, já que vários dos reis tinham origem etrusca. O último rei de Roma teria sido Tarquínio, o Soberbo (534-509 a.C.) que, em razão de seu desejo de reduzir a importância do Senado na vida política romana, acabou sendo expulso da cidade. Este foi o fim da Monarquia. Durante esse período, o monarca (rei) acumulava os poderes executivo, judicial e religioso, e era auxiliado pelo Senado, ou Conselho de Anciãos, que detinha o poder legislativo e de veto, decidindo aprovar, ou não, as leis criadas pelo rei. República República Romana É o termo utilizado por convenção para definir o Estado romano e suas províncias desde o fim do Reino de Roma em 509 a.C. ao estabelecimento do Império Romano em 27 a.C.. Durante o período republicano, Roma transformou-se de simples cidadeestado num grande império, voltando-se inicialmente para a conquista da Itália e mais tarde para a Gália e todo o mundo da orla do Mar Mediterrâneo. Império Império Romano Sociedade Os principais grupos sociais que se construíram em Roma eram os patrícios, os clientes, os plebeus e os escravos. - Patrícios: eram grandes proprietários de terras, rebanhos e escravos. Desfrutavam de direitos políticos e podiam desempenhar altas funções públicas no exército, na religião, na justiça ou na administração. Eram os cidadãos romanos. 3 - Clientes: eram homens livres que se associavam aos patrícios, prestando-lhes diversos serviços pessoais em troca de auxílio económico e protecção social. Constituíam ponto de apoio da denominação política e militar dos patrícios. - Plebeus: eram homens e mulheres livres que se dedicavam ao comércio, ao artesanato e aos trabalhos agrícolas. - Escravos: Representavam uma propriedade, e, assim, o senhor tinha o direito de castigá-los, de vendê-los ou de alugar seus serviços. Muitos escravos também eram eventualmente libertados. Terra e propriedade na Roma antiga Gravura que mostra dois romanos fazendo a colheita na Roma Antiga: a agricultura era a actividade económica fundamental da época. Na Roma antiga, a agricultura era a actividade económica fundamental dos romanos, diferente de outros povos da época, que preferiam dar maior importância ao comércio e ao artesanato. Mas isso se deve, em parte, à geografia favorável da península Itálica, que, ao contrário das terras da Grécia, por exemplo, permitia o trabalho agrícola em grande escala. Alguns especialistas recentes acreditam que Roma se tenha formado a partir de uma aldeia de agricultores e pastores. Inicialmente, a terra era utilizada de forma comunitária, com base em grupos de famílias chamados clãs ou gens( descendência). Mas essa situação começara a mudar com a expansão de territórios e o crescimento económico e populacional. As famílias mais antigas e poderosas, que possuíam terras mais férteis, passaram a apropriar-se de terras que até então eram públicas. Num processo de ocupação de terras, os romanos chegaram numa situação em que, de um lado, havia os grandes latifundiários que concentravam todos os poderes políticos das regiões e, de outro, os pequenos proprietários que, sem direitos de manifestação e de representação, viam-se arruinados pela contínua perda de suas próprias terras. Isso causou desequilíbrios sociais e, durante vários séculos, conflitos. 4 A propriedade da terra em Roma Um romano na colheita Quanto mais terras se possuía, mais prestígio social teria, no mundo romano antigo. Essas terras, porém, podiam ser públicas ou privadas. As terras privadas eram ocupadas por famílias romanas desde os primeiros tempos, e as terras públicas, por sua vez, geralmente eram as conquistadas de outros povos durante a expansão romana. Normalmente, os pequenos proprietários não possuíam escravos, ao contrário das famílias mais abastadas, cuja produção era maior pelo uso da mão-de-obra escrava obtida nas guerras. As viúvas e os filhos dos pequenos agricultores, não encontrando meios de cultivas suas propriedades, acabavam por desfazerse delas. Para piorar essa situação, os produtos agrícolas importados das regiões conquistadas chegavam por baixo preço, levando os pequenos agricultores a enfrentar situações difíceis, culminando em dívidas e na perda de suas próprias terras. A propriedade fundiária era vista, na Roma antiga, como algo sagrado. Entre os princípios religiosos originais dos romanos estava o de que a terra era confiada a um chefe de família pelos deuses e pelos antepassados, tornando-se inseparável dele. Cultura A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos adoptaram muitos aspectos da arte, pintura e arquitectura grega. Os balneários romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os senadores e membros da aristocracia romana iam para discutirem política e ampliar seus relacionamentos pessoais. 5 A língua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando origem na Idade Média, ao português, francês, italiano, romeno e espanhol. A mitologia romana representava formas de explicação da realidade que romanos não conseguiam explicar de forma científica. Trata também origem de seu povo e da cidade que deu origem ao império. Entre principais mitos romanos, podemos destacar: Rómulo e Remo e O rapto Proserpina. os da os de Língua Latim Religião Desde os tempos da fundação de Roma, havia a crença em muitos deuses. Ao longo dos séculos, os romanos assimilaram numerosas influências religiosas. No princípio, as divindades eram cultuadas nos lares e, com a consolidação do Estado, os deuses passaram a ser cultuados publicamente, com sacerdotes presidindo as cerimónias. Conquistada a Magna Grécia, os deuses romanos se confundiram com os gregos, aos quais foram atribuídos nomes latinos. A expansão territorial e o advento do Império levaram à incorporação de cultos orientais, além daqueles de origem helenística. Os romanos cultuavam, por exemplo, o deus persa Mitra (mitologia), o que incluía a crença em um redentor que praticava o baptismo e a comunhão pelo pão e pelo vinho. Na Palestina, uma das províncias romanas no Oriente, facções políticas locais se digladiavam em fins do século I a.C. De um lado, a aristocracia e os sacerdotes judeus aceitavam a dominação romana, pois os primeiros obtinham vantagens comerciais e os segundos mantinham o monopólio da religião. Entre as várias seitas judaicas que coexistiam na região, estavam a dos Fariseus, nacionalistas que articulavam a revolta contra os romanos, e a dos Essênios, que pregavam a vinda do Messias, um rei poderoso que lideraria os judeus rumo à independência. Nesse clima de agitação, durante o governo de Octávio, nasceu, em Belém, um judeu chamado Jesus. Poucas fontes históricas não cristãs mencionam Jesus ou os primeiros anos do Cristianismo. As principais fontes a respeito de sua vida são os Evangelhos, que relatam o nascimento e os primeiros anos no modesto lar de um artesão de Nazaré. Há um período sobre o qual praticamente não há informações, até que, aos trinta anos, recebe o baptismo pelas mãos de João Batista, nas águas 6 do Rio Jordão e começa a pregação de seu ideario. Jesus se apresenta como o Messias esperado pelos judeus. No Sermão da Montanha, descrito nos evangelhos atribuídos a Mateus e Lucas, delineou os princípios básicos de seu pensamento: para Jesus, a moral, como a religião, era essencialmente individual e a virtude não era social, mas de consciência. Pregava a igualdade entre os homens, o perdão e o amor ao próximo. Segundo os Evangelhos, as autoridades religiosas judaicas não aceitaram que aquele homem simples, que pregava aos humildes, pudesse ser o rei, o Messias que viria salvá-los. Consideraram-no um dissidente e o enquadraram na lei religiosa, condenando-o à morte por crucificação, a ser aplicada pelos romanos (do ponto de vista das autoridades romanas, Jesus era um rebelde político). Levadas pelos seus discípulos, os apóstolos, a diversas partes do império romano, as ideias de Jesus frutificaram. O apóstolo Paulo, judeu com cidadania romana, deu carácter universal à nova religião: segundo ele, a mensagem de Jesus, chamado de Cristo (o ungido) por seus seguidores, era dirigida não somente aos judeus, mas a todos os povos. Com Paulo, o Cristianismo deixou de ser uma seita do judaísmo para se tornar uma religião autónoma. Por não aceitarem a divindade imperial e por acreditarem que havia uma única verdade - a de Jesus -, os cristão foram perseguidos pelos romanos. Por volta do ano 70, foram escritos os evangelhos atribuídos a Mateus e Marcos, em língua grega. Trinta anos depois, publicava-se o evangelho atribuído a João, e a doutrina da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) começava a tomar forma. O cristianismo pode, então, ser interpretado como uma síntese de crenças judaicas e persas. Apegados ao monoteísmo, os cristãos não juravam aos deuses protectores da justiça e das legiões, provocando reacções violentas. As perseguições se iniciaram sob o pretexto de que os cristãos eram responsáveis por todos os problemas que se abatiam sobre o império. Muitos foram chacinados, outros morreram nas arenas, devorados por feras. Ao mesmo tempo, cada vez mais pessoas se convertiam ao cristianismo, especialmente pobres e escravos, que se voltavam para a Igreja por acreditarem na promessa de vida eterna no Paraíso. O poder do cristianismo não podia mais ser ignorado. A partir do momento em que cidadãos ricos do Império Romano se converteram à nova religião, a doutrina, que pregava a igualdade e a liberdade, deixava de representar um perigo social. Aos poucos, a Igreja Católica se institucionalizava e o clero se organizava, com o surgimento dos bispos e presbíteros. O território sob o domínio romano foi dividido em províncias eclesiásticas. Os Patriarcas, bispos dos grandes centros urbanos - como Roma, Constantinopla e Alexandria -, ampliaram seu poder, controlando as províncias. O bispado de Roma procurou se sobrepor aos demais, alegando que o bispo de Roma era o 7 herdeiro do apóstolo Pedro, que teria recebido de Jesus a incumbência de propagar a fé cristã entre os povos. Escultura do Imperador Constantino Em 313, Constantino fez publicar o Edito de Milão, que instituía a tolerância religiosa no império, beneficiando principalmente os cristãos. Com isso, recebeu apoio em sua luta para se tornar o único imperador e extinguir a tetrarquia. Em 361, assumiu o trono Juliano, o Apóstata, que tentou reerguer o paganismo, dando-lhe consistência ético-filosófica e reabrindo os templos. Três anos depois o imperador morreu e, com ele, as tentativas de retomar a antiga religião romana. Em 391, Teodósio I (379-395) oficializou o cristianismo nos territórios romanos e massacrou os dissidentes. No último ano de seu reinado, decretou que o império fosse dividido em duas partes e o trono se tornasse hereditário. Os filhos de Teodósio assumiram o poder: Arcádio herdou o Império Romano do Oriente, cujo centro político era Constantinopla (antiga Bizâncio, rebatizada em homenagem ao imperador Constantino, localizava-se onde hoje é a cidade turca de Istambul); a Onório coube o Império Romano do Ocidente, com capital em Roma. 8 Arte Estátua de Octávio Augusto, influência grega Ao longo de sua história, a arte romana sofreu três grandes influências: a etrusca (na técnica), a grega (na decoração) e a oriental (na monumentalidade). É comum se dizer que Roma conquistara a Grécia militarmente, fora por ela conquistada culturalmente. No começo do período imperial, destacavam-se os romanos que dominavam a língua grega, vestiamse como os gregos e conheciam as notícias sobre Atenas e Corinto. Em Roma, as casas da elite eram decoradas com estátuas e vasos gregos, originais ou réplicas. Roma tornara-se "a maior cidade grega do mundo". A arte romana desenvolveu-se principalmente a partir do século II a.C. Para os romanos, a arquitectura era uma arte prática por excelência. Construíram obras importantes, como pontes, viadutos, aquedutos, arcos e colunas triunfais, estradas, termas, teatros, anfiteatros e circos. Destacavam-se as técnicas do arco pleno ou de meia circunferência, que permitiam a construção de abóbadas e cúpulas, e da coluneta ou conjunto de colunas. Embora se valessem de estilos gregos - jónico e conríntio -, os romanos desenvolveram dois tipos de colunas: a toscano e o compósito (uma sobreposição dos dois estilos gregos mencionados). Desenvolvendo novas concepções de espaço, os arquitectos romanos souberam solucionar problemas de ventilação, iluminação e circulação. Utilizaram largamente pedras e tijolos bem cozidos para edificar e argamassas e mármore nos revestimentos. A arte cristã primitiva nasceu na fase da perseguição, o que provavelmente explica os poucos exemplares restantes. Perseguidos e impedidos de 9 demonstrar sua fé entre os séculos I e IV, os cristãos desenhavam e pintavam símbolos nas paredes das catacumbas. Engenharia e Arquitectura Ponte do Gard - Porção de um aqueduto Romano situado no sul da França A engenharia civil romana merece um parágrafo à parte. Além de construir caminhos que ligavam todo o império, os romanos edificaram aquedutos que levavam água limpa até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas de esgoto para dar vazão à água servida e aos dejectos das casas. A arquitectura romana sofreu uma enorme influência da arquitectura grega, porém, adquiriu algumas características próprias. Os romanos, por exemplo, modificaram a linguagem arquitectónica que receberam dos gregos, uma vez que acrescentaram aos estilos herdados (dórico, jónico e coríntio) duas novas formas de construção: os estilos toscano e compósito. As características que abrangiam os traços arquitectónicos gregos e romanos foram chamadas de Arquitectura Clássica por muitos escritores. Alguns exemplos característicos deste estilo expandiram-se por toda a Europa, devido ao expansionismo do Império Romano, nomeadamente o aqueduto, a basílica, a estrada romana, o Domus, o Panteão, o arco do triunfo, o anfiteatro, termas e edifícios comemorativos. O Coliseu, em Roma, é o anfiteatro de formato circular mais famoso, com capacidade para 80 mil pessoas. A evolução da arquitectura Romana reflecte-se fundamentalmente em dois âmbitos principais: o das escolas públicas e o das particulares. No âmbito das escolas públicas, as obras (templos, basílicas, anfiteatros, etc) apresentavam dimensões monumentais e quase sempre formavam um conglomerado desordenado em torno do fórum - ou praça pública - das cidades. 10 As obras particulares, como os palácios urbanos e as vilas de veraneio da classe patrícia, se desenvolveram em regiões privilegiadas das cidades e em seus arredores, com uma decoração deslumbrante e distribuídas em torno de uma jardim. A plebe vivia em construções de insulae, muito parecidos com nossos actuais edifícios, com portas que davam acesso a sacadas e terraços, mas sem divisões de ambientes nesses recintos. Seus característicos tetos de telha de barro cozido ainda subsistem em pleno século XXI. História Militar Roma foi um estado totalmente militarista cuja história e o desenvolvimento sempre foram muito relacionados às grandes conquistas militares, durante os 13 séculos que o estado romano existiu. Então, o tema central a ser falado quando discute-se a História Militar da Roma Antiga é o mérito, conseguido pelos exércitos romanos em batalhas campais que garantiam sua hegemonia, desde a conquista da Itália às batalhas finais contra os Hunos. Catapulta - Arma Romana muito usada nas grandes conquistas A maior prova do grande potencial militar que o Império Romano teve foi sua surpreendente expansão territorial, onde Roma passou de uma simples cidadeestado para um verdadeiro império, que abrangia boa parte de onde hoje é a Europa Ocidental, boa parte do norte da África e uma parte da Ásia. Essas grandes conquistas militares do Império Romano se deram pelo avanço da ciência militar que ela desenvolveu, inovando cada vez mais na indústria bélica. Eles criaram armas que envolviam táctica e força, como o Corvo, o Gládio, o Pilo, a Espada, a Catapulta, e etc. Mas também deve-se ressaltar que as conquistas romanas se deram pela grande organização e empenho dos exércitos. 11 Escultura de um Soldado Romano com a cabeça de um inimigo Daco Podemos citar algumas guerras onde os Romanos tiveram grande êxito, como: As Guerras Samnitas, as Guerras Púnicas, a Guerra Lusitânica, as Guerras da Macedónia, a Guerra Jugurtina, as Guerras Mitridáticas, as Guerras da Gália, as Guerras Cantábricas, as Guerras Germânicas de Augusto, as invasões romanas das ilhas britânicas, as Campanhas de Trajano na Dácia e as Campanhas de Trajano na Pártia. Mas os romanos não tiveram apenas guerras expansionistas, isto é, fora de seu território, também tiveram, assim como todos os impérios, revoltas e rebeliões internas. Dentre as quais, podemos citar: as revoltas do Ano dos quatro imperadores, as Guerras civis Romanas (várias), A Guerra Social, os Motins de Nika, a Revolta Batávica, as revoltas dos judeus (várias) e a Revolta dos Escravos. E no contexto de guerras expansionistas, revoltas e rebeliões romanas, não poderíamos deixar de destacar alguns dos grandes líderes militares de Roma, os grandes generais: Júlio César; Pompeu, o Grande; Lucius Cornelius Sulla; Gaius Marius; Publius Cornelios Scipio Africanus, Quintus Fabius Maximus Verrucosus, etc. Ver também - Romanização - História de Roma Fontes Para a secção TERRA E PROPRIEDADE NA ROMA ANTIGA e também para a subsecção A propriedade da terra em Roma, foi usado o seguinte livro MONTELLATO, Andrea Rodrigues Dias. História temática: terra e propriedade. 2ª Edição. Editora Scipione, 2002. ISBN: 85-262-4567-8=AL Pintura da Roma Antiga 12 História da arte Arte pré-histórica Arte antiga • • • • • • • • • Arte mesopotâmica o Arte suméria o Arte assíria o Arte babilónica Arte persa o Arte sassânida Arte egípcia Arte celta Arte germânica Arte fenícia Arte egeia o Arte cicládica o Arte minóica o Arte micénica Antiguidade Clássica o Arte etrusca o Arte grega o Arte romana Arte paleocristã Arte medieval Idade Moderna Arte moderna Arte contemporânea 13 Afresco da Vila dos Mistérios, Pompeia Nosso conhecimento da pintura da Roma Antiga repousa grandemente nos artefactos preservados em Pompeia e Herculano após a erupção do Vesúvio no ano 79 da era cristã. Quase nada restou das pinturas importadas da Grécia durante quatro ou cinco séculos, ou das pinturas feitas sobre madeira no actual território italiano durante aquele período. Plínio explicitamente cita (XXXV, 36), por volta de 69-79, que a única pintura verdadeira era a feita sobre madeira, e que tinha quase desaparecido em beneficio dos murais (afrescos), que eram mais indicativos da riqueza de seus donos que de seu gosto artístico. Índice • • • • 1 Pintura mural o 1.1 Incrustação o 1.2 Arquitectural o 1.3 Terceiro estilo o 1.4 Estilo fantástico 2 Variedade de assuntos 3 Veja também 4 Bibliografia Pintura mural Feita a ressalva que estamos falando apenas sobre o que foi preservado pela lava do Vesúvio e não sobre todo o Império, devastado pelo saque e pelo fogo das novas ideias, e que poderiam mudar nossa imagem desse período, resta então falar apenas sobre a pintura mural encontrada em Pompeia e Herculano, 14 pequena amostra de um enorme território, que pode ser dividida em quatro períodos, como originalmente descrito pelo arqueólogo alemão August Mau. Incrustação Pintura mural de Pompeia O primeiro estilo, também referido como incrustação, esteve em evidência do século 2 a.C. até o ano 80 de nossa era. Caracteriza-se pela simulação de mármore e o uso de cores vivas. Era uma cópia daqueles achados em palácios da dinastia greco-egipcia de Ptolomeu. Foram também encontrados murais reproduzindo pinturas gregas. Arquitectural No segundo estilo, chamado arquitectónico, que dominou o século 1 a.C., as paredes eram decoradas com elementos arquitectónicos e composições em trompe l’oeil. Esta técnica consistia em realçar alguns elementos para passar a sensação de profundidade e tridimensionalidade, utilizando, por exemplo, da representação de colunas ou janelas. Durante o período de Augusto, este estilo predominou, se utilizando de falsos elementos arquitectónicos para emoldurar a composição artística. Uma estrutura inspirada em cenários se desenvolveu, com um plano central flanqueado por dois outros menores. Neste estilo, a ilusão de profundidade com a quebra das paredes era preenchida com cenas e elementos decorativos. Terceiro estilo O terceiro estilo foi o resultado de uma reacção ao anterior, por volta de 20 a 10 a.C. Deixava a cena mais figurativa e colorida, geralmente com um sentido mais ornamental, frequentemente apresentando grande fineza na execução. Foram encontradas amostras deste estilo datadas do ano 40 de nossa era em Roma e do ano 60 em Pompeia. 15 Estilo fantástico Afresco no estilo “fantástico” Finalmente o quarto estilo, chamado fantástico, aparece por volta do ano 60 de nossa era, sendo uma síntese entre os dois precedentes, incorporando ainda uma abundância de ornamentos. Uma característica típica deste estilo é o uso de figuras destacadas do contexto da cena e inseridas numa arquitectura parecida a um cenário. Teve grande importância na história da arte pelo fato de um palácio construído por Nero e depois da morte deste, transformado pelo Senado em um edifício de uso público, chamado Domus Aurea e com as paredes decoradas por pinturas, teve suas ruínas redescobertas na época do Renascimento e foi visitado por artistas da época. Como tinha sido soterrado, e para visitá-lo tinham de descer ao subsolo, as cópias de seus desenhos, feitas por artistas da Renascença recebiam o nome de grotescas e sua estranheza certamente influenciou vários grandes artistas (p.ex., confira em Cabeças Grotescas de Leonardo). Plínio, o Velho apresenta Amulius como um dos principais pintores do Domus Aurea, e um dos poucos nomes de pintores romanos que chegou até nós: Mais recentemente viveu Amulius, um grave e sério personagem, mas um pintor no estilo floreado. Por este artista existe uma Minerva que tem a aparência de sempre estar olhando o espectador, de qualquer ponto que se olhe. Ele só pinta poucas horas cada dia, e então com grande gravidade, pois que sempre fica de toga, mesmo no meio de seus afazeres. O palácio dourado de Nero era a prisão dos trabalhos deste artista e portanto pouco pode ser visto em qualquer outro lugar. (XXXVII, 62). Nesta sucessão de estilos, é importante notar a tensão entre a tendência ilusionista da Grécia e a decorativa tendência que reflecte na tradição italiana e na influência ocidental 16 Variedade de assuntos Afresco da casa de Júlia Félix, Pompeia A pintura romana tem uma variedade de temas, como cenas domésticas, retratos, animais e cenas da vida quotidiana. As influências helenísticas são a evocação dos prazeres da vida no campo e representam cenas de carneiros, rebanhos, templos rústicos, paisagens montanhosas e casas no campo. A maior inovação da pintura romana, comparada com a grega, foi o desenvolvimento das paisagens, incorporando técnicas de perspectiva e profundidade. Outro gênero específico muito explorado foi o chamado das pinturas triunfais, como descreve Plínio (XXXV, 22). Descreviam entradas triunfais após vitórias militares, representando episódios das batalhas e das cidades e regiões conquistadas. Mapas eram desenhados para ressaltar pontos chave das campanhas. Só nos restaram referências literárias, como o relato onde Josephus descreve a pintura executada na ocasião do saque de Jerusalém por Vespasiano e Tito: “ Até o fogo sendo colocado no templo estava representado ali, e casas caindo sobre seus donos…”. Estas pinturas desapareceram, mas certamente influenciaram a composição dos relatos históricos gravados em túmulos militares, no arco de Tito e na coluna de Trajano. Ranuccio descreve a mais antiga pintura encontrada em Roma, numa tumba na colina esquilina, sendo as personagens mais importantes representadas em tamanho maior, característica típica romana. Ver também • • História da pintura Pompeia Bibliografia • • • • Plínio, História Natural Josephus, Guerra contra os Judeus VII, 143-152 ((it)) Montverdi, Mario. O Livro da Arte. 1967. Milão, Itália. ((en)) Nuttgens, Patrick. The World's Great Architecture. Excalibur, 1981. Nova Iorque 17 • ((fr)) Ranuccio, Bianchi, Bandinelli, ROME, le centre du pouvoir, L'univers des formes, Gallimard Pompeia Pompeia, ou Pompeia, (em italiano Pompeia) é uma comuna italiana da região da Campania, província de Nápoles, com cerca de 25 751 habitantes. Estende-se por uma área de 12 km2, tendo uma densidade populacional de 2146 hab/km2. Faz fronteira com Boscoreale, Castellammare di Stabia, Sant'Antonio Abate, Santa Maria la Carità, Scafati (SA), Torre Annunziata. História O "Jardim dos Fugitivos", em Pompeia. Pompeia foi outrora uma antiga cidade do Império Romano situada a sensivelmente 22 km da moderna Nápoles, na Itália, no território do actual município de Pompeia. A antiga cidade foi destruída durante uma grande erupção do vulcão Vesúvio no ano 79 depois de Cristo. A erupção do vulcão provocou uma intensa chuva de cinzas que sepultou completamente a cidade, que se manteve oculta por 1600 anos antes de ser reencontrada por acaso. Cinzas e lama moldaram os corpos das vítimas, permitindo que fossem encontradas do modo exacto em que foram atingidas pela erupção do Vesúvio. Desde então, as escavações proporcionaram um sítio arqueológico 18 extraordinário, que possibilita uma visão detalhada na vida de uma cidade dos tempos da Roma Antiga. Imagens Fim 19