Ricardo Sobhie Diaz AUTOR: Guia para o manuseio de resistência antirretroviral 10080268 out/11 para o manuseio manusei de resistência antirretroviral AUTOR: Ricardo Sobhie Diaz Apoio PERMANYER BRASIL PUBLICAÇÕES www.permanyer.com para o manuseio manusei de resistência antirretroviral AUTOR: Ricardo Sobhie Diaz Professor Associado e Livre Docente da Disciplina de Infectologia Chefe do Laboratório de Retrovirologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo Diretor Médico do Laboratório Centro de Genomas, São Paulo, SP COLABORADORAS: Graziela Tescarollo Siemens, São Paulo, SP Maria Cecilia de Araripe Sucupira Laboratório de Retrovirologia, Universidade Federal de São Paulo PERMANYER BRASIL PUBLICAÇÕES www.permanyer.com © 2011 Permanyer Brasil Publicações, Ltda. Avenida Eng. Luiz Carlos Berrini, 1461, 4º Andar CEP 04571-011 São Paulo, Brasil. Celular: 55 11 6171-3597 - [email protected] www.permanyer.com ISBN: 978-84-9926-310-6 Ref.: 808AR111 Reservados todos os direitos. Sem prévio consentimento da editora, não se poderá reperoduzir nem armazenar num suporte recuperável ou transmissível nenhuma parte desta publicação, seja de forma eletrônica, mecânica, fotocopiada, gravada ou por qualquer outro método. Todos os comentários e opiniões publicados são da responsabilidade exclusiva dos seus autores. 3TC ABC APV ARV ATC ATV BCO CCO1 CCO2 CCO CRF CV d4T DRV DTG EFV ES ETR EVT FAPV FC HAART HIV IC IDV IP IP/r ITR ITRN ITRNN ITT LC LIPA LPV MDR lamivudina abacavir amprenavir antirretroviral apricitabina atazanavir cut off biológico CCO inferior CCO superior cut off clínico formas recombinantes circulantes carga viral estavudina darunavir dolutegravir efavirenz específico etravirina elvitegravir fosamprenavir fold-change terapêutica antirretroviral altamente efetiva vírus da imunodeficiência humana concentração inibitória utilizada em testes de fenotipagem indinavir inibidor de protease inibidores de protease com incremento do ritonavir inibidores da transcriptase reversa inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleosídeos inibidor da transcriptase reversa não análogo de nucleosídeos análise por intenção de tratamento limite de confiança teste de hibridização usando sondas dispostas em linha lopinavir resistência a múltiplos fármacos Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Abreviaturas 3 mL MRG MVC NAN ND NFV NVP PCR PRAM PR PS qPCR RAL RENAGENO RNA RTV SD SPL SQV T-20 TAM TDF TDR TER TPV TR URF VPN VPP ZAPS ZDV 4 mililitro médico referência em genotipagem maraviroc mutações associadas aos nucleosídeos não disponível nelfinavir nevirapina reação em cadeia pela polimerase mutações associadas aos IPs protease pirosequenciamento PCR em tempo real raltegravir Rede Nacional de Genotipagem ácido ribonucleico ritonavir desvio padrão sequenciamento por ligação saquinavir enfuvirtida mutações dos análogos a timidina (ZDV e d4T) tenofovir resistência transmitida códon de terminação tipranavir transcriptase reversa formas recombinantes únicas valor preditivo negativo valor preditivo positivo zona de alta pressão seletiva zidovudina 7 Prefácio da terceira edição 8 Introdução Capítulo 1 10 Conceitos e definições Capítulo 2 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Índice 21 Aspectos teóricos Capítulo 3 101 Farmacocinética dos ARVs e resistência Capítulo 4 106 “Vias mutacionais” para seleção de resistência Capítulo 6 109 Potência dos ARVs Capítulo 7 113 Barreira genética para resistência aos ARVs Capítulo 8 123 Relação entre adesão e resistência Capítulo 9 125 Resistência cruzada, resistência a múltiplos fármacos e hipersuscetibilidade aos ARVs 5 Capítulo 10 131 Fitness viral Capítulo 11 137 Atividade residual dos ARVs Capítulo 12 142 Frequência de resistência genotípica na falha terapêutica Capítulo 13 146 Como funcionam os testes para resistência aos ARVs? Capítulo 14 173 Evidências dos benefícios clínicos do uso dos testes genotípicos Capítulo 15 181 Indicações para testes de resistência do HIV-1 aos ARVs Capítulo 16 183 Testes de resistência e subtipos genéticos do HIV-1 Capítulo 17 188 Manipulação do paciente com vírus multirresistente Capítulo 18 192 Genética do hospedeiro e infecção pelo HIV Capítulo 19 196 Considerações práticas e conclusões Tabelas de interesse 6 199 Após 30 anos de descoberta da aids e após quinze anos da introdução da terapêutica antirretroviral altamente efetiva (HAART), a resistência aos antirretrovirais (ARVs) continua sendo um problema na prática clínica. Talvez um problema de menor impacto ao que enfrentávamos há alguns anos, mas ainda um problema. Os pacientes que iniciam tratamento ARV hoje tem uma possibilidade menor de desenvolverem falha virológica ao tratamento, e, graças aos IP/r, têm menor possibilidade de desenvolvimento de resistência extensa aos ARVs. Mesmo assim, vírus com elevado grau de resistência estão presentes em pacientes que iniciaram o tratamento há muitos anos, e a transmissão de vírus resistentes e seu impacto na resposta aos medicamentos é reconhecidamente uma realidade. Cabe a todos nós entender um pouco mais da resistência aos ARVs e da interpretação dos testes utilizados para sua detecção. Medicamentos novos têm sido desenvolvidos, bem como novas metodologias para detecção da resistência aos antigos e novos medicamentos. Espero que a versão deste manual ajude no entendimento dos mecanismos de resistência e na interpretação dos testes diagnósticos, bem como repercuta no motivo mais especial de todo o nosso trabalho profissional: o paciente. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Prefácio da terceira edição The war against infectious diseases has been won* Dr. Willians Stuart, U.S. Surgeon General, 1969 *Frase proferida pelo equivalente ao ministro da saúde norte-americano em comemoração ao desenvolvimento de novos antibióticos. Essa frase provou-se errônea ao longo do tempo. Motivo: emergência de micro-organismos resistentes. 7 Introdução Capítulo 1 O grande avanço no combate à infecção pelo HIV-1 tem sido resultado da inter-relação entre a aquisição de nossos conhecimentos na patogênese da doença, da disponibilização de fármacos ARV potentes e do desenvolvimento e aplicação de testes mais precisos para monitoramento do tratamento. Isso ficou bastante evidente em meados dos anos 90, quando o entendimento da dinâmica de replicação do HIV-1 ocorreu em paralelo e em decorrência da disponibilização dos IPs e de testes que pudessem quantificar de forma precisa o RNA do HIV-1 no plasma dos indivíduos infectados. De forma efetiva, a terapia ARV é capaz de proporcionar a redução da replicação viral a níveis inferiores aos dos limites de detecção dos testes mais sensíveis e, com isso, propiciar uma enorme redução na progressão da doença e na mortalidade. Entretanto, a falha na supressão efetiva da replicação viral pode proporcionar a seleção de variantes do HIV (cepas) mutantes e resistentes a um ou mais medicamentos em uso naquele momento. A resistência aos antimicrobianos é um fenômeno microbiológico já descrito com todos os tipos de tratamentos com antimicrobianos. Toda vez que se expõe algum micro-organismo à pressão seletiva de antimicrobianos, a chance é de que micro-organismos resistentes apareçam. Apesar de serem muitos os fatores que possam contribuir para a falha terapêutica no tratamento específico do HIV-1, a emergência de cepas resistentes aos medicamentos claramente tem papel fundamental em limitar o sucesso virológico em longo prazo desse tratamento. Em tal contexto, estratégias para diminuir a emergência de cepas resistentes aos ARVs e testes de monitoramento de resistência assumiram um papel relevante no manuseio dos pacientes em tratamento. Na verdade, vários estudos retrospectivos e prospectivos têm demonstrado uma enorme correlação entre o número de medicamentos ativos em um esquema terapêutico e a resposta virológica a esse esquema. Em tempo, medicamento ativo é aquele no qual o vírus do paciente seja inteiramente sensível de acordo com o resultado de testes de resistência. Também, alguns estudos prospectivos confirmam que o uso dos testes de resistência no auxílio a decisões terapêuticas auxilia na obtenção de um melhor desempenho na resposta virológica. Embora existam críticas com relação ao desenho de estudos avaliando o desempenho dos testes de resistência, apesar da ausência de seguimento de longo tempo desses estudos e da inexistência de estudos validando a eficácia dos testes de resistência antes do inicio de tratamento (resistência transmitida), o uso de testes de resistência faz sentido biológico, e seu valor é reconhecido pela maioria dos clínicos em todo o planeta. Além 8 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral disso, testes de resistência têm sido utilizados também em todos os estudos clínicos avaliando o desempenho de ARVs. Por essas razões, os testes de resistência se tornaram populares e são geralmente aceitos como um instrumento de utilidade pela maioria dos clínicos que tratam pacientes infectados pelo HIV. Assim sendo, o objetivo principal deste manual é fornecer aos clínicos e virologistas um guia prático, preciso e atualizado que sirva para o manuseio dos pacientes com resistência aos ARVs e auxilie na interpretação dos testes de resistência. Fundamentalmente poderia servir também para que se entendessem os conceitos e as estratégias relacionados à complexa interação entre os medicamentos, o HIV e o hospedeiro humano. Pelo aspecto dinâmico da aquisição de conhecimento nesta área e pela necessidade constante de atualização de conhecimento e revisão de conceitos, gostaria de manter-me acessível a críticas, correções e sugestões, podendo ser contatado via e-mail ([email protected]) para discussão sobre o assunto. Alguns termos deste manual foram mantidos na língua inglesa, tendo seu significado explicado, no entendimento de que o sentido poderia ficar comprometido pela tradução, ou simplesmente pelo fato de que esses termos já estão consagrados pelo seu uso. 9 Conceitos e definições Capítulo 2 Resistência aos medicamentos – Diminuição da susceptibilidade do HIV aos medicamentos. Sequenciamento genômico – Reação laboratorial que determina a composição genética (sequência de nucleotídeos) de determinado genoma. Nucleotídeo – Base nitrogenada que forma o conteúdo genético de um ser vivo. São adenosina (a), citosina (c) timidina (t) e guanosina (g). Mutação – Alteração na composição genética do vírus onde existe alteração de nucleotídeos em comparação ao que seria esperado em uma determinada posição do genoma. Mutação neutra – Aquela que não causa impacto na capacidade replicativa de um organismo, no caso o HIV (fitness viral, veja definição abaixo). Mutação deletéria – Mutações que fazem com que o vírus tenha uma pior capacidade replicativa (diminuição do fitness). Códon – Grupos de 3 nucleotídeos que codificam um aminoácido. Mutação principal ou primária – Aquela que produz significativa perda de suscetibilidade ao ARV que a selecionou. Normalmente é a primeira mutação que emerge decorrente do uso do ARV em questão. O termo principal é preferível ao primária neste contexto específico. Mutação acessória ou secundária – Mutação que emerge normalmente para recuperar o fitness perdido pelo aparecimento da mutação principal. Propicia uma perda modesta de suscetibilidade ao ARV que a selecionou. O termo acessória é preferível ao secundária nesse contexto específico. Vírus do tipo selvagem – Cepa viral com constituição genética considerada normal, não apresentando mutações de resistência aos ARVs. Vírus mutante – Cepa viral com alterações genéticas distintas das encontradas no vírus do tipo selvagem. Virion – Vírus cujo ácido nucleico é o RNA. Essa forma viral é liberada na corrente sanguínea, fruto da replicação viral, e encontra-se livre nos diversos fluidos corporais. É a forma viral quantificada pelos testes de CV e identificada nos testes de genotipagem convencionais. Provírus – Vírus cujo ácido nucleico é o DNA. Encontra-se integrado no genoma do hospedeiro no núcleo celular. Quasispecie – Variantes virais distintas, porém geneticamente relacionadas, dentro de uma população de vírus que infectam uma pessoa. Essas cepas evoluíram ao longo do tempo a partir de uma cepa viral homogênea que estava presente no inóculo que infectou o indivíduo. Uma pessoa infectada pelo HIV apresenta uma única quasispecie viral, a não ser que essa pessoa tenha se infectado pelo HIV proveniente de mais de 10 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral uma fonte (indivíduo), o que ocorreria nos casos de infecção dupla (coinfecção ou superinfecção). Polimorfismos virais – Mutações genéticas que podem estar presentes nos vírus na ausência de pressão seletiva dos ARVs e podem ser frutos da evolução natural do vírus. Muitas vezes são “assinaturas” de vírus que caracterizam subtipos diferentes do HIV-1. Genótipo – Sequências específicas de nucleotídeos que determinam o perfil genético do HIV-1. Fenótipos – “Comportamento” ou características do vírus. Podem estar relacionados com a capacidade replicativa ou a citopatogenicidade do vírus in vivo ou in vitro (cultura). Resistência cruzada – Resistência selecionada por um medicamento que levará a resistência a outro medicamento que ainda não foi utilizado. Hipersuscetibilidade – Aumento da sensibilidade de uma cepa viral a um determinado ARV, quando comparado ao vírus do tipo selvagem. Resistência genotípica – Presença de mutações genéticas relacionadas à redução de suscetibilidade a um ou mais ARVs. Resistência fenotípica – Redução da atividade antirretroviral in vitro, evidenciada pelo aumento da replicação viral na presença do medicamento. Correceptores do HIV – São os receptores das quimiocinas utilizados pelo HIV para sua entrada na célula. Esses correceptores são o CCR5, o CXCR4 e o CCR2. O uso de correceptores específicos por uma determinada variante do HIV-1 define o que tem sido chamado de tropismo do HIV. Tropismo do HIV – Afinidade específica do vírus pelo CCR5 e pelo CXCR4 no mecanismo de entrada do HIV na célula. CCR5 – Receptor de quimiocina (MIP1-α, MIP1-β e RANTES) encontrado na superfície de algumas linhagens celulares. É utilizado como correceptor para a entrada do HIV nas células. CXCR4 – Receptor de quimiocina (SDF-1, PBSF) encontrado na superfície de algumas linhagens celulares. É utilizado como correceptor para a entrada do HIV nas células. R5 – Variante viral do HIV que utiliza o correceptor CCR5 para entrada na célula. X4 – Variante viral do HIV que utiliza o correceptor CXCR4 para entrada na célula. Tropismo duplo – Variante viral do HIV capaz de utilizar tanto o correceptor CCR5 quanto o CXCR4 para entrada na célula. DM – Presença de variantes virais com tropismo duplo e/ou mistura de variantes virais R5 e X4 na quasispecie viral que infecta um determinado hospedeiro, identificada pelos testes fenotípicos para determinação de tropismo viral. Vírus indutor de sincício – Terminologia antiga para definir o que chamamos hoje de variante viral X4. Esses vírus proporcionam o aparecimento de estruturas multinucleadas gigantes em cultura (sincícios), o que tem sido considerado como um sinal de citopatogenicidade viral. No passado, essa cepa viral também era denominada rapid/high pela replicação em grandes quantidades em culturas celulares. 11 Vírus não indutor de sincício – Equivale ao que atualmente chamamos de cepas R5. Equivale também às variantes virais denominadas como slow/low pela replicação mais lenta e em menor quantidade em culturas celulares quando comparadas aos vírus X4. Reação em cadeia pela polimerase (PCR) – Reação química na qual uma sequência de DNA (genoma) é “amplificada” (multiplicada) para ser detectada com maior facilidade ou usada como produto para outras reações, como o sequenciamento genômico. Testes de resistência genotípica (genotipagem) – Testes laboratoriais que determinam a presença de mutações genéticas no HIV-1 relacionadas à diminuição de suscetibilidade aos diversos medicamentos ARVs. Testes de Resistência fenotípica (fenotipagem) – Testes usados para determinar em cultura a suscetibilidade do vírus aos ARVs. Fold change – Valor numérico que reflete a perda de suscetibilidade do vírus de um paciente a um determinado ARV em um teste de fenotipagem. Esse valor é produzido em comparação à suscetibilidade do vírus do tipo selvagem, sendo que, quanto mais elevado o fold change, maior a perda de suscetibilidade do vírus do paciente. Cut-off – A concentração de medicamento em um teste de fenotipagem abaixo da qual um vírus é considerado suscetível a um ARV e acima da qual o vírus é considerado resistente. Cut-off técnico – Baseado na medida de suscetibilidade repetida de uma única cepa viral de referência. Esses cut-offs foram, historicamente, os primeiros a serem utilizados em testes de fenotipagem, sendo, subsequentemente, substituídos pelos cut-offs biológicos e cut-offs clínicos. Cut-off biológico – Baseado na variação de susceptibilidade de uma grande quantidade de cepas provenientes de amostras clínicas de diferentes indivíduos virgens de tratamento. Classicamente feitos com vírus do subtipo B. Em um segundo momento, substituíram os cut-offs técnicos nos testes de fenotipagem. Cut-off clínico – Baseado na resposta virológica a um ARV em estudos clínicos. Normalmente apresentam valores que refletem uma variação de resposta virológica, como resposta total, parcial ou sem resposta. Estão paulatinamente substituindo os cut-offs biológicos nos testes de fenotipagem. Fenotipagem virtual – Teste de genotipagem cujo resultado é submetido a bancos de dados que contêm pares de amostras com testes de geno e fenotipagem. O sistema de informática procura no banco de dados a sequência mais semelhante à sequência genômica do paciente testado. Como cada sequência do banco de dados possui um resultado de fenotipagem equivalente, o resultado de resistência fenotípica do banco de dados é atribuído ao paciente testado. Obtém-se, portanto, o resultado de resistência do vírus do paciente testado no formato de um resultado de fenotipagem. Teste de tropismo – Teste laboratorial que define o tropismo do HIV pelos receptores CCR5 ou CXCR4. Teste fundamental para determinar a suscetibilidade aos antagonistas de CCR5. Teste de fenotropismo – Teste de fenotipagem que define o tropismo do HIV. Expressa seus resultados determinando a presença de variantes R5 12 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral ou X4 ou DM (veja definição acima). Com relação a essa última, o teste é incapaz de determinar se existem misturas de variantes R5 e X4 ou se existe a presença de vírus com tropismo duplo. Teste de genotropismo – Teste de genotipagem que define o tropismo do HIV. Expressa seus resultados determinando a presença de variantes R5 ou variantes que utilizam o receptor CXCR4 (não é capaz de discriminar variantes X4 de variantes com tropismo duplo). Resistência primária – Resistência aos ARVs, detectada em vírus de pacientes virgens de tratamento antirretroviral. Prefere-se atualmente a terminologia “resistência transmitida”. Resistência secundária – Resistência aos ARVs decorrentes da emergência de vírus resistentes propiciados pela pressão seletiva exercida pelos ARVs. Resistência a múltiplos fármacos (MDR) – Mutações que normalmente conferem resistência a todos os medicamentos de uma mesma classe de ARVs. Mutações pontuais – Alterações genéticas resultantes de mutações em um único nucleotídeo. Mutações sinônimas ou silenciosas – Mutações nucleotídeas que não levam à alteração do aminoácido em um determinado códon. Mutação não sinônima – Mutações nucleotídeas que levam à alteração do aminoácido em determinado códon. Inserções – Adição de nucleotídeos, geralmente múltiplos de 3, que levam ao acréscimo no número de aminoácidos na sequência viral. Ex.: cccagttagttg → cccagttagtacttg (o triplete em destaque representa uma inserção na sequência de nucleotídeos, que não existia na sequência original). Deleções – Perda de fragmento genético nucleotídico, geralmente múltiplo de 3, que leva a uma diminuição no número de aminoácidos da sequência. Recombinação – Formação de um vírus geneticamente híbrido a partir de dois vírus distintos que infectaram a mesma célula. Vírus recombinantes – Vírus “híbridos” frutos da recombinação que apresentam material genético de dois vírus parentais. Para que surjam vírus recombinantes entre diferentes subtipos, é necessária a infecção dupla (ou mais) por vírus diferentes, por vezes vírus de subtipos diferentes. “Vias mutacionais” para resistência aos ARVs – Grupo de mutações específicas selecionadas por um mesmo medicamento. Um determinado ARV pode selecionar mutações por várias vias mutacionais distintas em pacientes diferentes, sendo que normalmente somente uma via ocorrerá em um mesmo paciente. Fitness – Capacidade adaptativa de um vírus em determinado meio ambiente. Um dos aspectos do fitness é sua capacidade replicativa, que se correlaciona indiretamente com a CV. Quanto maior o fitness, maior a capacidade replicativa do vírus e, consequentemente, maior a CV no paciente. Mutações de resistência normalmente produzem uma diminuição da capacidade replicativa dos vírus, levando à perda do fitness e proporcionando o 13 Tabela 1. Testes de fenotipagem comerciais (c) ou desenvolvidos em laboratórios de pesquisa (d) AntivirogramTM* Vírus recombinantes Virco (c) PhenosenseTM Vírus recombinantes Monogram (c) PhenoScriptTM Vírus recombinantes Viralliance (c) ESTATM† Vírus recombinantes Monogram (c) Phenosense Entry AssayTM‡ Vírus recombinantes Monogram (c) Phenosense Integrase AssayTM Vírus recombinantes Monogram (c) Cultura vírus recombinantes Vírus recombinantes Desenvolvimento próprio (d) *Disponível atualmente somente para estudos clínicos da indústria farmacêutica. † Enhanced Sensitivity Trofile Assay. Teste de fenotropismo de segunda geração que sucedeu o TROFILETM ‡ Teste de susceptibilidade fenotípica aos antagonistas de CCR5 e inibidores de fusão aparecimento de um “vírus aleijado”. As mutações adicionais de resistência podem recuperar o fitness perdido pelo vírus, especialmente se essas mutações ocorrerem na protease (PR) viral. Entretanto, o vírus com melhor fitness na presença de ARVs é o vírus resistente. Barreira genética para resistência aos ARVs – “Proximidade” genética para aquisição de resistência completa aos antirretrovirais. Pode estar relacionada ao número de mutações necessárias para emergência de resistência ou à facilidade na seleção de determinada mutação de resistência. Um medicamento que necessita de várias mutações para resistência apresenta uma grande barreira genética. Se algumas mutações já existirem, haverá, no caso, uma diminuição da barreira genética para a resistência ao ARV em questão. A barreira genética pode também estar relacionada à facilidade com que uma mutação emerge frente a um determinado medicamento. Testes de Resistência – – – Testes de fenotipagem comerciais (c) ou desenvolvidos em laboratórios de pesquisa (d) (Tabela 1). Testes de genotipagem comerciais (c) ou desenvolvidos em laboratórios de pesquisa (d) (Tabela 2). Especificações e detalhes dos testes de fenotipagem comerciais (Tabela 3). Passos laboratoriais do teste de genotipagem 1. Purificação do RNA ou DNA do HIV-1 presente na amostra de sangue do paciente. 2. Transcrição reversa (transformação de RNA viral em cDNA; somente nos casos em que o RNA foi purificado). 3. Amplificação da região da transcriptase reversa (TR) e da PR pela metodologia da PCR. 14 Metodologia Hibridização por sondas Sequenciamento DNA Sequenciamento DNA Sequenciamento DNA Sequenciamento DNA Hibridização por sondas (silica chip-based resequencing method) Sequenciamento DNA Mutação pontual Mutação pontual Sequenciamento DNA Nome do teste Versant TM HIV (LIPA) Viro Seq True GeneHIV Genotyping kit Virco Gen GeneSeq HIV GeneChip HIV PRT 440 Sequenciamento direto PCR seletivo PCR com detecção por sondas Genotropismo Variável Variável Variável Variável PR (1-99) RT (1-242) PR (1-99) RT (1-305) PR (1-99) RT (1-400) PR ( 1 ou 10-99) RT (41-247) PR (1-99) RT (1-325) PR (1-99) RT (1-335) Região amplificada Tabela 2. Testes de genotipagem comerciais (c) ou desenvolvidos em laboratórios de pesquisa (d) Variável Variável Variável Variável Não descrito 500 Desenvolvimento próprio (d) Desenvolvimento próprio (d) Desenvolvimento próprio (d) Desenvolvimento próprio (d) Affymetrix (c) Virologic Inc (c) Virco-Tibotec (c) Siemens (c) 1.000 1.000 Applied Biosystems (c) Bayer (c) Empresa 2.000 2.000 CV mínima Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 15 16 Antivirogram™ Plasma em tubo EDTA, sem heparina > 1.000 Estocar a –80 ºC e transportar em gelo seco PR/RT/+ fragmento do gag ~20-24 dias ITRNs /ITRNNs /IPs Tecnologia Amostra recomendada Mínimo de CV necessário (HIV-1 RNA cópias/mL) Recomendação transporte de amostra Região do genoma alvo Tempo para os resultados Drogas avaliadas ITRNs /ITRNNs /IPs/ inibidores de fusão ~14 dias PR/RT/+ fragmento do gag/env Estocar abaixo de –20 ºC e transportar em gelo seco > 500 Plasma em tubo EDTA ou tubo ppt PhenoSense™ Tabela 3. Especificações e detalhes dos testes de fenotipagem comerciais > 500 Plasma PhenosenseTM Entry-RUO ITRNs /ITRNNs /IPs/ inibidores de fusão 7-14 dias gag/PR/RT/env Inibidores de fusão e antagonistas de CCR5 ~20-24 dias gp160 Estocar abaixo de –20 ºC e Estocar abaixo de –20 ºC e transportar em gelo seco* transportar em gelo seco > 500 Plasma PhenoScript™ Inibidores da integrase ~20-24 dias TR e integrase Estocar abaixo de –20 ºC e transportar em gelo seco > 500 Plasma PhenosenseTM Integrase-RUO Passos laboratoriais do teste de fenotipagem 1. Purificação do RNA HIV-1 presente na amostra de plasma sanguíneo do paciente. Note que amostras de DNA não são possíveis nesse caso. 2. Transcrição reversa (transformação de RNA viral em cDNA). 3. Amplificação da região da TR e da PR pela metodologia da PCR. 4. Clonagem do produto de PCR dentro de um plasmídeo bacteriano (plasmídeo, em sua forma circular, carrega o conteúdo genético do HIV em seu interior). 5. Transfecção de células utilizadas para cultura com auxílio de clones infecciosos. Clone infeccioso consiste no fragmento de DNA do HIV-1 com exceção do fragmento da PR e da transcriptase dentro de um plasmídeo bacteriano. O clone infeccioso apresenta o DNA “padrão” de um HIV de laboratório. A PR e a TR do vírus do paciente virão a partir do plasmídeo bacteriano gerado na etapa (3) acima. Introduzse o clone infeccioso e o fragmento da TR e PR do paciente no interior da célula por metodologia conhecida como eletroporação. 6. Produção em cultura de um vírus recombinante que possui as regiões da PR e da TR do vírus do paciente e o restante do genoma de um vírus de laboratório (clone infeccioso). 7. Cultura do vírus recombinante na presença de cada um dos ARVs. 8. Quantificação da perda de suscetibilidade do vírus testado comparado ao vírus do tipo selvagem. Replicação do vírus na presença do medicamento significa perda de susceptibilidade a este. 9. Interpretação, onde se correlaciona a perda de susceptibilidade in vitro com limitações na atividade dos medicamentos, na dependência do corte (cut-off) definido para cada um dos medicamentos. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 4. Sequenciamento do genoma do HIV no fragmento amplificado pela PCR. 5. Produção de uma lista de mutações dos códons relacionados com resistência aos ARVs. 6. Interpretação, onde se correlaciona as mutações presentes com a possível diminuição de suscetibilidade de cada um dos medicamentos ou em alguns casos, com associações de medicamentos (ex.: ATV/r, TDF/3TC). Passos laboratoriais do teste de fenotipagem virtual Para maiores detalhes veja “Testes de resistência aos antirretrovirais” no capítulo “Aspectos teóricos”. 1. Realização de um teste de genotipagem. 2. Comparação da sequência de nucleotídeos do paciente com sequências referência do tipo selvagem. 17 Tabela 4. Testes de genotipagem convencionais Vantagens Desvantagens Mais simples de serem realizados Pouca sensibilidade a variantes minoritárias (sensibilidade superior a 25%) Mais rápidos (1 a 2 semanas) e baratos Determinação “indireta” da resistência cuja interpretação requer conhecimento prévio dos determinantes genéticos relacionados à resistência Amplamente disponíveis Interações entre diversas mutações ainda não são bem conhecidas Mais sensíveis; podem detectar mutações emergentes (misturas) antes que elas tenham repercussão fenotípica, o que pode promover um sinal de alerta para o desenvolvimento da resistência Informações disponíveis são limitadas para (i) novos medicamentos, (ii) novas combinações de medicamentos e (iii) subtipos de vírus que não sejam B 3. Determinação do perfil de mutações da genotipagem do vírus do paciente. 4. Procura em banco de dados próprio, sequências com perfil semelhante de mutações às determinadas em (3). 5. Encontradas no banco de dados as genotipagens semelhantes a do paciente testado, o sistema identifica resultados de fenotipagem correlacionados as estas genotipagens (cada resultado de genotipagem do banco de dados tem um resultado de fenotipagem realizado na mesma amostra). 6. Produz laudo de fenotipagem virtual idêntico ao laudo de fenotipagem, apresentando valores de fold change e cut-offs clínicos). Comparação entre os diferentes testes de resistência (Tabelas 4-6) – – – Testes de genotipagem convencionais Tabela 4). Testes de fenotipagem (Tabela 5). Testes de fenotipagem virtual (Tabela 6). Ajuda potencial dos testes de resistência na prática clínica (Tabela 7) 1. Evita trocas desnecessárias de ARVs. 2. Levanta suspeita com relação à falta de adesão (falha virológica com vírus sem mutações). 3. Propicia trocas direcionadas em vez de trocas empíricas de ARVs. 4. Propicia o uso de medicamentos ativos por períodos mais prolongados. 18 Vantagens Desvantagens Medida direta da resistência, mensurando a Cut-offs ainda não estabelecidos para boa parte dos medicamentos, o que é replicação do vírus frente a concentrações importante para determinação da diferentes de antirretrovirais resistência, especialmente com relação aos cut-offs clínicos Resultado quantitativo, dando um valor para a perda de suscetibilidade aos medicamentos testados (fold chage) Tecnicamente mais complexos Formato mais familiar ao clínico Mais caros e demorados (3 a 4 semanas) Menor dependência do acúmulo de conhecimento para interpretação, o que tem especial valor para medicamentos novos Necessita de laboratórios muito mais especializados e equipados Praticamente não necessitando de interpretação externa Tende a subestimar a resistência na vigência de misturas entre vírus resistentes e sensíveis Avalia melhor os efeitos da hipersusceptibilidade proporcionada pela complexa combinação de muitas mutações selecionadas pelos antirretrovirais Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 5. Testes de fenotipagem Tabela 6. Testes de fenotipagem virtual Vantagens Desvantagens Mais simples de serem realizados, pois se trata de um teste de genotipagem Quantifica a perda de suscetibilidade aos fármacos testados Quantidade limitada de informações a medicamentos novos e subtipos não B Formato mais familiar ao clínico Mais rápidos (1 a 2 semanas) e mais baratos que uma fenotipagem Mais caros que uma genotipagem habitual e um pouco mais demorados Considera as “misturas” entre vírus selvagens e resistentes como vírus resistentes Também se trata de uma medida indireta da suscetibilidade fenotípica Avalia melhor os efeitos da hipersusceptibilidade proporcionada pela complexa combinação de muitas mutações selecionadas pelos antirretrovirais 5. Economiza custos relacionados a trocas de medicamentos. 6. Evita toxicidade desnecessária de medicamentos com pouca ou nenhuma atividade. 7. Fornece uma perspectiva mais realista do desempenho futuro do tratamento, especialmente nos casos de resistência muito extensa. 19 Tabela 7. Considerações importantes para interpretação dos testes Considerações Observações Testes de resistência devem ser realizados com CV detectável Alguns laboratórios podem acessar o DNA proviral ao invés de RNA plasmático, possibilitando o teste mesmo com CV indetectável (utilidade potencial na necessidade de troca de medicamentos por toxicidade, p. ex.) Sangue deve ser coletado na vigência do uso da medicação As mutações devem persistir até duas semanas após a interrupção, mas algumas mutações como a do códon 184 da TR podem desaparecer rapidamente na ausência de medicação Falha virológica deve ser confirmada por dois testes com intervalo superior a 3 semanas A transativação heteróloga, secundária a infecções transitórias e vacinação, pode aumentar a CV por períodos curtos de tempo sem que haja repercussões relacionadas à falha virológica Falha virológica pode ser decorrente de Outros fatores como adesão ou interações fatores não relacionados à resistência viral medicamentosas devem ser investigados antes da solicitação do teste. A resistência celular pode também ser a causa da falha A interpretação dos testes pode ser complexa e necessitar da interação entre os clínicos assistentes e os virologistas clínicos 20 Os testes apresentam valor preditivo positivo alto Uma vez detectadas as mutações ou uma diminuição da susceptibilidade de um fármaco in vitro, é muito provável que esse não apresente ação desejada in vivo Os testes apresentam valor preditivo negativo baixo A ausência da detecção da resistência não significa necessariamente que esta não exista Manipulação antirretroviral prévia e resultado de testes anteriores devem ser considerados na interpretação dos padrões de resistência apontados nos testes atuais Mutações selecionadas no passado podem desaparecer na ausência do medicamento que a selecionou. Essas mutações reemergem rapidamente quando o medicamento é reintroduzido (falsa reversão de mutações na ausência dos fármacos) Causas e frequências de falha virológica Frequência da falha virológica A duração de um tratamento antirretroviral está diretamente relacionada a fatores que incluem (i) potência do esquema de tratamento antirretroviral, (ii) tolerabilidade ao mesmo, incluindo níveis de toxicidade e (iii) emergência de cepas virais resistentes do HIV-1. Aparentemente, todos esses fatores melhoraram em anos recentes. Consequentemente, a falha virológica tem sido de menor monta em anos recentes. É interessante observar o modelo brasileiro como visto na figura 1. Analisamos os resultados de 2.483.055 testes de CV, entre os anos de 2001 a 2009, somente de pacientes em tratamento antirretroviral seguidos no sistema público de saúde. A prevalência de CV indetectável na vigência de tratamento aumenta de forma linear de 32% em 2001 a 65% em 2009¹. É demonstrado, portanto, uma nítida diminuição das frequências de falha virológica ao longo do tempo; porém, com frequências ainda altas. Esses resultados também significam que, extrapolados para o dia de hoje e, portanto, considerando cerca de 200.000 pacientes em tratamento, 70.000 pessoas estariam experimentando falha virológica com a possibilidade de presença de vírus resistentes. De fato, quase a totalidade dos pacientes cujas amostras são submetidas à genotipagem pela RENAGENO apresentará algumas mutações principais de resistência aos ARVs². Quero crer, entretanto, que, para quem inicia o tratamento hoje, a resistência não deverá ser um problema sério. O que se espera, em termos virológicos do tratamento antirretroviral iniciado hoje, é que ele seja potencialmente eficaz para sempre. Normalmente a escolha recai na associação de dois ITRN e de um ITRNN. Eventualmente, e principalmente, pode ocorrer resistência relacionada à interrupção mais prolongada dos esquemas contendo dois ITRNs e um ITRNN. Nesses casos, ocorrerá a resistência ao ITRNN e, eventualmente (cerca de metade dos casos com resistência aos ITRNNs), resistência ao 3TC ou FTC pela emergência da mutação M184V3,4. Nesse caso, o próximo passo será o resgate cujo esquema deve conter IP/r. Como explorado a seguir, espera-se que, nesse caso, mesmo na falha virológica, a classe dos IPs esteja preservada. Na América do Norte, esses benefícios levaram à diminuição dramática no número de pacientes que necessitam de um terceiro resgate ao longo do tempo, como visto na figura 25. Entretanto, não devemos negligenciar a existência de um grande número de pacientes que foram submetidos à terapia sequencial e desenvolveram resistência aos ARVs, por vezes resistência muito extensa. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Aspectos teóricos Capítulo 3 21 Porcentagem de pacientes com carga viral < 400 cópias/mL 70 60 50 47 40 42 37 30 52 65 61 58 56 32 20 10 0 1 2 3 5 6 4 Tempo em anos 7 8 9 113,19 124,76 139,86 156,66 164,54 174,27 180,64 191,24 186,20 Número de pacientes em tratamento 1 2 7 9 6 0 0 4 6 Figura 1. Porcentagem de pacientes em tratamento antirretroviral com CV plasmática inferior a 400 cópias/mL ao longo do tempo de 2001 a 2009. Incidência por 100 pessoas/ano aRR = 1,46 120 113,6 N ~30.000 REF 90 70,7 aRR = 0,82 60 41,5 aRR = 0,51 30 17,9 aRR = 0,54 15,1 0 1996-97 1998-99 2000-01 2002-03 2004-05 Figura 2. Proporção de pacientes com falhas virológicas a ≥ 2 esquemas antirretrovirais distintos ao longo do tempo5. Determinantes da falha virológica Inúmeros fatores odem contribuir para falha terapêutica aos ARVs. Uma das causas mais frequentes é a baixa aderência ao tratamento, dada a complexidade da posologia e a gama de efeitos colaterais dos esquemas terapêuticos. É especialmente difícil convencer pacientes assintomáticos a utilizarem a medicação de modo ideal, em um tratamento que deveria ser para toda a vida do paciente e cuja interrupção não programada pode levar 22 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral a resistência a um ou mais medicamentos do esquema utilizado. As causas farmacológicas também têm papel na falha virológica. Dentre essas, poderíamos citar a absorção deficiente do fármaco, eliminação acelerada da medicação, penetração deficiente em alguns santuários e interações com outros medicamentos. Um estudo analisando 130 pacientes com CV indetectável (< 75 cópias/mL) por longos períodos de tempo demonstrou que 80% desses pacientes ainda apresentavam viremia residual quando testes mais sensíveis, que detectam até 1 cópia/mL, foram utilizados, sendo que a replicação viral residual média revelou CV de 3,1 cópias/mL6. Outro estudo demonstrou que nos casos de supressão viral adequada em plasma sanguíneo, a produção de RNA viral pode estar presente em biópsia de tecido retal em 65% dos casos7, sendo o trato gastrintestinal um santuário importante pela distribuição deficitária de medicamentos nesses tecidos e, eventualmente, contribuindo para a replicação viral residual. Com relação à interação negativa dos ARVs com outros medicamentos, nota-se que alguns pacientes usam uma quantidade grande de outros medicamentos, sendo que algumas das interações são conhecidas e outras ainda não. Algumas características relacionadas ao perfil farmacocinético dos medicamentos podem favorecer a seleção de mutações de resistência. Existe atualmente a discussão sobre a chamada área de alta pressão seletiva para resistência aos ARVs. Após o pico sérico de uma única dose de ARV, haverá a diminuição progressiva dos níveis séricos desse medicamento ao longo do tempo. A diminuição dos níveis séricos leva à concentração do medicamento por uma área conhecida como zona de alta pressão seletiva, sendo, hipoteticamente, esse o momento em que haveria maior chance de seleção de vírus resistentes. Dessa forma, quanto maior o tempo de permanência do medicamento na zona de alta pressão seletiva, maior a chance de emergência de vírus resistentes (Fig. 3). Sabe-se, por exemplo, que a duração do LPV/r nesta zona é de 3,8 h enquanto que a duração do NFV é de 7,5 h8. É possível também que existam fatores virais ou relacionados ao sistema imune do hospedeiro que possam influenciar a resposta ao tratamento. Há evidências de que pacientes infectados com cepas virais do subtipo F do HIV-1 apresentem pior resposta virológica ao tratamento (Fig. 4)9. Da mesma forma, indivíduos heterozigotos para o gene que codifica o correceptor CCR5 apresentam melhor resposta terapêutica imunológica, mensurada pelo incremento de células CD4 (Fig. 5)9. Por fim, a resistência aos ARVs é de sobremaneira importante, como causa primária da falha terapêutica ou como consequência dela. A frequente associação entre presença de resistência e falha terapêutica será mais bem explorada a seguir. Tipos de resistência aos ARVs A resistência aos ARVs pode ser viral ou celular. A resistência viral está subdividida em genotípica e fenotípica e será discutida adiante. A resistência celular pode interferir na penetração ou na ativação do fármaco 10-13. A partir de um mecanismo semelhante ao que proporciona a resistência das 23 Concentração do medicamento (µg/mL) mt IC50 APS wt IC50 0 12 24 Tempo (h) Figura 3. Fatores afetando a incidência de cepas de HIV-1 resistentes in vivo. Após uma única dose de antirretrovirais, os níveis mínimos passam por uma zona de alta pressão seletiva (APS), e a duração do tempo em que os níveis séricos permanecem nessa zona está diretamente relacionada à incidência de mutações de resistência. mt IC50 = concentração inibitória para inibição de cepas com mutações de resistência e wt IC50 = concentração inibitória para inibição de cepas do tipo selvagem8. Carga viral em log10 6 5 4 Subtipo B Subtipo F 3 2 1 0 Semana 0 p < 0,16 4 p < 0,12 24 p < 0,13 32 p < 0,06 48 p < 0,02 Figura 4. Comparação da resposta antirretroviral entre pacientes infectados por HIV-1 do subtipo B (diamantes) ou F (quadrados). O eixo Y apresenta a CV em log10 após introdução de ZDV/3TC/IDV, e no eixo X a duração do tratamento em semanas. Observa-se que a queda da CV é mais pronunciada em pacientes infectados por HIV-1 do subtipo B9. 24 CD4 (céls/mm3) 0 4 p < 0,6 WT 24 p < 0,3 32 p < 0,6 48 p < 0,03 ∆32 Figura 5. Comparação da resposta imunológica (incremento de CD4, eixo Y) ao tratamento antirretroviral entre pacientes heterozigotos para a deleção de 32 nucleotídeos no gene que codifica o correceptor CCR5 (quadrados) e os pacientes homozigotos para o gene do tipo selvagem (WT, diamantes). Nota-se que a resposta ao tratamento é melhor nos pacientes portadores do ∆329. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 160 140 120 100 80 60 40 20 0 –20 –40 Semana células neoplásicas aos quimioterápicos, pode haver alteração na concentração intracelular dos IPs, por ação da glicoproteína p. A glicoproteína p se expressa na superfície celular e, em alguns casos, seria responsável pela extrusão dos IPs após sua absorção, tanto no trato gastrointestinal como nos linfócitos. Teoricamente, poderia haver um aumento na expressão da glicoproteína p na superfície celular proporcional à duração do uso do IP, levando a uma consequente queda na concentração intracelular do fármaco. Ainda em patamar teórico, as estratégias para inibir a expressão da glicoproteína p seriam: a) o uso concomitante ou alternado de outro IP, pela especificidade da glicoproteína p por um determinado medicamento, b) uso de ciclosporina A, c) verapamil ou d) PSC-833. Com relação aos ITRNs, a resistência celular estaria relacionada à ativação do medicamento, mais especificamente à fosforilação. Todos os ITRNs necessitam da ativação em sua forma trifosfato, que seria, na verdade, a forma que interrompe a transcrição reversa. Mecanismos enzimáticos celulares poderiam também ser modulados para progressivamente reduzir a fosforilação intracelular de nucleosídeos. Estratégias teóricas propostas para melhorar a fosforilação seriam: a) o uso concomitante de hidroxiureia, que, teoricamente, aumentaria a fosforilação do ddI, b) uso intermitente de diferentes ITRNs e c) substituição temporária dos ITRNs. Ao exemplo do que ocorre em relação à glicoproteína‑p e aos IPs, alguns receptores celulares também podem assumir o papel de extrusão celular dos ITRNs, como o BCRP/ABCG2, que é responsável também pela resistência aos quimioterápicos dirigidos ao câncer de mama14. Deve‑se suspeitar de resistência celular sempre que há falha virológica sem a presença de resistência genotípica em paciente com boa adesão ao tratamento. 25 Normalmente, a ativação dos mecanismos de extrusão, principalmente os relacionados à glicoproteína‑p, começam a ter ação logo que a pessoa começa a ingerir a medicação e, depois, essa ativação se estabiliza em um nível baixo, que não comprometerá a atividade antirretroviral. Essa estabilização ocorre cerca de 2 a 3 semanas após o início de tratamento, e é plausível que, durante as primeiras semanas de tratamento, o indivíduo sinta mais os efeitos colaterais da medicação porque os níveis séricos dos fármacos estarão mais elevados. Portanto, após esse período inicial de duas a três semanas, os efeitos adversos são mais bem tolerados. Algumas proteínas relacionadas à extrusão de medicamentos, como a conhecida como ABCG2, podem ajustar e diminuir os níveis de EFV, sendo menos conhecido o papel dessa proteína na resistência celular do EFV15. Entretanto, é importante notar que o ajuste dos níveis séricos do EFV a níveis estáveis ocorre paulatinamente até a terceira semana de tratamento. Desse modo, é também esperado que a neurotoxicidade proporcionada por esse medicamento seja mais intensa nos períodos iniciais, sendo importante o entendimento do paciente de que, passado esse período, a tolerabilidade ao EFV deverá ser melhor. Resistência primária (transmitida) e secundária aos ARVs A resistência viral aos ARVs pode ser primária ou secundária, sendo que o termo resistência transmitida tem sido utilizado com maior propriedade atualmente. Resistência secundária é aquela que emerge em decorrência da pressão de seleção exercida pela medicação antirretroviral. A resistência transmitida é aquela já presente mesmo antes do uso da medicação pelo indivíduo infectado. Atualmente, é claro que a presença de HIV com mutações de resistência em pessoas virgens de tratamento antirretroviral é exclusivamente relacionada à transmissão de cepas resistentes e não da emergência natural desses vírus, como foi especulado há algum tempo. A transmissão de HIV resistente significa que, em algum momento da cadeia de transmissão do vírus, algum paciente sabidamente infectado e portador de vírus resistentes aos ARVs não adotou as medidas preconizadas para impedir a transmissão do HIV. De fato, um estudo realizado entre 2000 e 2002, que analisou 395 pacientes com vírus resistentes, identificou que 23% dos pacientes tiveram sexo desprotegido nos últimos 3 meses, resultando em 1.126 eventos de sexo desprotegido com 191 parceiros16. Parece bem claro, portanto, que pacientes portadores de HIV resistentes seriam os que mais colocariam em risco os parceiros sexuais através do sexo desprotegido. Em outras palavras, o mesmo grupo de pessoas que possivelmente não aderiu ao tratamento antirretroviral, tendo como consequência o desenvolvimento de HIV resistente, é o grupo de pessoas que também apresenta dificuldades em aderir às recomendações de uso de preservativo e prevenção da transmissão. Dessa forma, atenção especial com relação a medidas de contenção da transmissão do HIV deve ser dada a esse grupo específico de pessoas. 26 Casos de transmissão de vírus resistentes têm sido relatados desde o início da década de 9017‑24. Como o primeiro ARV a ser utilizado foi a ZDV, os primeiros relatos de transmissão de vírus com mutação de resistência relacionavam‑se a mutações a esse fármaco25. Com a disponibilização de outros ARVs, iniciaram‑se, também, os relatos de transmissão de vírus com mutações relacionados aos outros ARVs18,26,27. A OMS define como baixa a prevalência de resistência transmitida quando essa é inferior a 5%; intermediária quando está entre 5 e 15% e elevada quando é superior a 15%. A determinação da prevalência de resistência primária em diferentes localidades do mundo (Tabela 8) é de extrema importância para o monitoramento da epidemiologia molecular do HIV‑1, podendo, teoricamente, orientar terapêutica empírica inicial dos pacientes de determinada área geográfica. Há que se ressaltar, por exemplo, a alta prevalência de resistência primária aos ITRNNs em indivíduos com infecção recente no sul da Califórnia ‑ EUA, que é de 16%28. A partir dos anos 90, ficou evidente que a tendência mundial é de aumento específico da resistência aos ITRNNs ao longo do tempo. Outro dado intuitivo, porém alarmante, relaciona‑se ao aumento ao longo do tempo da prevalência de resistência primária nos EUA entre indivíduos com infecção primária/recente, de 3,5% entre 1995‑8 a 14% nos anos de 1999‑200029‑31. Em um estudo brasileiro, foram realizadas análises genotípicas de todas as amostras obtidas em 2001, originadas de indivíduos com teste positivo para o HIV em 13 Centros de Testagem e Aconselhamento distribuídos no Brasil. Foi detectada, inicialmente, em casuística de 535 amostras de plasma, a prevalência global no Brasil de 6,5% de resistência transmitida, curiosamente com o predomínio de resistência aos análogos aos nucleosídeos e sem prevalência de resistência a múltiplas classes de ARVs32. Uma análise subsequente, utilizando a mesma estratégia em amostras coletadas em 2007‑2008, mostrou que a incidência global de resistência transmitida no Brasil aumentou para 8,1%, sendo que, dessa vez, ao modelo que se observa entre países desenvolvidos, a prevalência de resistência foi superior aos ITRNNs33. De fato, a prevalência de resistência transmitida tem sido considerada como intermediária no Brasil, mas com variações regionalizadas. Prevalência muito elevada de resistência transmitida entre as pessoas com infecção recente foi detectada na cidade de Santos, São Paulo (36%) 34, sendo também considerada alta na cidade de Salvador, Bahia (18,9%)35. Dessa forma, é importante salientar que a resistência primária está intimamente relacionada à localidade pesquisada e às peculiaridades dessa localidade quanto à manipulação antirretroviral, sendo difícil fazer generalizações muito amplas. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Transmissão de vírus resistentes Entendendo a tendência da resistência primária A análise mais intuitiva da tendência da resistência primária seria a de se esperar que essa aumentasse ao longo do tempo, de acordo com o tempo 27 28 USA USA Suíça USA (Militar) Canadá (Vancouver) Japão USA (Militar) Canadá Espanha Espanha (Madri) Little; 199969 Boden; 199970 Yerly; 199971 Brodrine; 199972 Alexander; 199973 Sugiura; 199974 Wegner; 200075 Salomón; 200076 Puig; 200077 Briones; 200178 País Espanha Gómez-Cano; 199868 Referência 30 52 TR 126 PRO 81 95 G 91 F 21 57 31 82 80 141 75 em 1993 75 em 1997 n Tabela 8. Resistência primária no mundo Recente 1997-1999 Crônica Recente 1997-1999 Recente 1997-1999 Crônica Recente 12/96-10/98 Recente 2/97-2/98 Recente 1/96-7/98 Recente 7/98-4/99 Recente 1989-1998 Crônica Crônica Estágio da infecção ITRN 23,3% MP 17,3% MP 18% MP 1% RG; 3% IG 1% RF; 3% IP 0% MP 0% MP 6,5% MP 9,8% MP 12,5% MP 8,8% MS 1% (> 10-vezes RF) 2% (4-10-vezes RF) 13% MP 12% MP 3,3% MP NA 5% MP 6% RG; 10% IG 8% RF; 19% IP NA 0% MP 13% MP 92,4% MP 7,5% MP 1% (> 10-vezes RF) 17% (4-10-vezes RF) ND ITRNN IP 6,7% MP 5,63% MP 15% MP 1% RG; 8% IG 1% RF; 0% IP 1% MP 0% MP 16% MP 4,3% MP 19-25% polimorfismos 2,5% MP 78,8% polimorfismos 1% (> 10-vezes RF) 10% (4-10-vezes RF) ND 6,7% > 2 classes de ARV 2,1% MP 10% MP 3% > 2 classes de ARV 0% MP 0% MP 6,5% MP 3,7% > 2 classes de ARV 3,8% MP4 2% (> 10-vezes RF) ND MDR 26,6% MP 11,9 MP 22% MP 22% G 30% F 1% MP 0% MP 26% MP 11% MP 16,3% MP (continua) 2% (> 10-vezes RF) 26% (4-10-vezes RF) ND Total País Alemanha (Berlin) 88 535 Total Crônica 1998 Crônica + recente Crônica 1999 Recente 1985-1991 Recente: 1995-1998 1999-2001 2,36% 14% MP 10,9% MP 11,8% RG; 8.3% RF 14,5% RG; 3% RF 2,3% (> 10-vezes RF) 8,5% MP 6,2% (> 10-vezes RF) 15,9% MP 0,8% MP 3% MS 14% MP e MS 2,06% 5% MP 0% MP 2,6% RG; 5% RF 6,6% RG; 81% RF 1,9% (> 10-vezes RF) 1,7% MP 7,1% (> 10-vezes RF) 7,3% MP 0,8% MP 16% MP e MS 2,24% MP 3% MP 0% MP 1,3% RG; 1,7% RF 5,1% RG; 5,4% RF 0,4% (> 10-vezes RF) 0,9% MP 8% (> 10-vezes RF) 9,1% MP 1,9% MP 49,2% MS 3% apenas MP – 2% MP 0% MP 2.6% RG; 2.6% RF 3.8% RG; 3.8% RF 1,1% (> 10-vezes RF) 3,8% MP 76,2% (> 10-vezes RF) 10,2% MP 0,28% MP para 3 classes de fármacos 1% (> 10-vezes RF) 11,4% (4-10-vezes RF) – 18% MP 1,9% MP (continua) 13.2% RG; 10.0% RF 19.7% RG; 10.8% RF 3,4% (> 10-vezes RF) 8% MP 12,4% (> 10-vezes RF) 22,7% MP 3,7% MP 50,3% MS 6% (> 10-vezes RF) 35% (4-10-vezes RF) 26,6% MP 26,6% MP 31,5% MP 4,4% MP 4 MP 2,7% MP 4,4% MP 8% MP 9,9% MP 17,6% MP 13,3% MP 16,5% MP 15,5% MP 14,7% MP 10,8% MP Crônica 1995 Crônica 1997 Crônica 1998 Recente + crônica 08/98-01/99 14% MP 2,9% > 2 classes de ARV 13% (> 4-vezes RF) 1,4% MP Recente 1999-2000 Brasil* MDR 1,6% (> 4-vezes RF) para ITRN + ITRNN 4,3% MP 213 76 78 IP 1,6% (> 4-vezes RF) 13% MP Recente 1995-1998 USA (Boston) USA (Nova Iorque) Simon; 200285 ITRNN 4,7% (> 4-vezes RF) Recente9 06/94-08/00 ITRN 7,8% (> 4-vezes RF) Recente 1996-1999 Estágio da infecção 264 Brindeiro; 200388 USA/Canadá Little; 200284 404 Hanna; 200387 França Descamps; 200183 192 45 75 11 69 104 USA Verbiest; 200182 n 64 Easterbrookt; 200286 Reino Unido (Norte de Londres) Bélgica Van Vaerenbergh; 200181 UK Collabor. Group; Reino Unido 200180 Duwe; 200179 Referência Tabela 8. Resistência primária no mundo (continuação) Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 29 30 USA Suíça Brasil, Rio de Janeiro (RJ) Europa Europa e Canadá Eslovênia Canadá Brasil, Recife (PE) Brasil, São Paulo (SP) USA Weinstock; 200490 Yerly; 200491 Pires; 200492 Wensing; 200593 Masquelier; 200594 Babic; 200695 Jayaraman; 200696 Medeiros; 200697 Barreto; 200698 Viani; 200699 País Alemanha Oette; 200489 Referência 55 5 12,7 84 715 77 438 2.208 56 220 1.082 184 n Recente Crônica Recente (doadores de sangue) Crônica Recente + crônica 2000-2001 Recente + crônica 2000-2004 Recente 1987-2003 Novos diagnósticos: recente + crônica (1996-2002) Crônica + recente Recente 1999-2001 Crônica 1997-2001 Crônica 01/2001-08/2002 Estágio da infecção Tabela 8. Resistência primária no mundo (continuação) ITRN 4% RG, 4% RP 57,1% 3,6% 4,1% RG 3,9% RG 5,75% RG 7,6% RG 14% 8,6% MP 6,4% MP 10,5% MP ITRNN 15% RG, 18% RP 14,3% 0 1,4% RG 0% RG 3,4% RG 2,9% RG – 0,9% MP 1,7% MP 2,8% MP IP 4% MP, 5.5% RP 19% 0 1,5% MP 0% MP 3% MP 2,5% MP 0% MP 85,7% MS 2,3% MP 1,9% MP 2,1% MP MDR 2% RG, 2% RP – 0 1% RG 0% RG 1,2% RG 1,8% RG – 1,4% MP 1,9% MP 2,1% MP Total (continua) 18% RG, 22% RP – – 8,1% RG (12,2% em recente e 6,1% em crônica) 3,9% RG 10,3% RG 10,4% RG 13,5% recente 8,7 crônica – 10.5% MP 8.3% MP 14% MP Portugal Japão Reino Unido Brasil, Rio de Janeiro (RJ) Brasil, Salvador (BA) Brasil Brasil Reino Unido Europa Sul da Coréia Honduras Palma; 2007101 Gatanaga; 2007102 Fox; 2007103 Varella; 2007104 Pedroso; 2007105 Gonsalez; 2007106 Sucupira; 2007107 Payne; 2008108 Bannister; 2008109 Choi; 2008110 Lloyd; 2008111 País Londres Booth; 2007100 Referência 336 300 525 392 90 123 130 26 20 51 140 149 575 180 239 n Crônica 2002-2003 Crônica 1999-2005 Crônica 1994-2007 Novos diagnósticos: recente + crônica 2005-2007 Crônica + recente Recente Crônica TV Recente Crônica Recente Crônica Crônica + recente 2003-2004 Recente + crônica 2003 Recente + crônica 2004-2006 Estágio da infecção Tabela 8. Resistência primária no mundo (continuação) ITRN 7,7% RG 2,7% RG 11,4% RG 0,5% RG 22,7% RG 21% RG 1,6% RG 9,8% 1,4% 0,7% RG 2,7% RG 2,8% RG 5,6% RG 4,2% RG ITRNN 7,1% RG 1,3% RG 9,3% RG 1,8% RG 0% RG 3,5% RG 0,8% RG 11,4% 0 3,6% RG 4% RG 0,7% RG 1,7% RG 1,7% RG IP 2,7% RG 0,3% RG 1% RG 1% MP 13,6% RG 6,4% RG 1,6% RG 5% 0 0,7% RG 0,7% RG 0,7% MP 0% MP 1,7% MP MDR ND 0% RG 3% RG 0% RG 36,8% RG 25% RG 2,4% 0 0 1,4% RG 0,7% RG 0,2% RG 2,2% RG 0,4% RG Total 4,3% RG 1,7% RG 3,3% RG ND ND – – 6% RG 9% RG 4% RG 7,7% MP (continua) 7,1% RG (8,2% em recente e 6,5% em crônica) Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 31 32 Brasil, Santa Catarina Espanha Quênia, Nigéria, África do Sul, Uganda, Zâmbia e Zimbabwe Brasil México Gräff; 2011114 García; 2011115 Hamers; 2011116 Soares; 2011117 Avila-Rios, 2011118 n 1.655 251 2.590 683 82 387 81 Crônica Crônica Recente Crônica 2007-2009 Crônica + recente 2004-2008 Crônica + recente Crônica + recente 2007 Recente Estágio da infecção 4,2% MP 7,6% MP 2,5% RG 4,4% MP 5% MP 1,3% 8,9% ITRN 11,9% MP 4,4% MP 3,3% RG 4% MP 3,6% MP 4,4% 1,78% ITRNN IP 1,8% MP 4,0% MP 1,3% RG 2,2% MP 2,4% MP 20,7% MS 1% 1,8% MP 17,9% MS – – – – – – – MDR – – – – – – – Total *São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Pará, Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná. †Ribeirão Preto, Santo André, Santos, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Brasília, Campinas, Porto Alegre, São Paulo. MP: mutação primária; MS: mutação secundária; ARV: antirretroviral; RG: resistente genotipicamente ou mutações primárias; IG: intermediária genotipicamente, mutações secundárias ou polimorfismos; RF: resistente fenotipicamente; PR: protease; MDR: resistência a múltiplos fármacos; ND: não disponível; TR: transcriptase reversa; G: genotipagens; F: fenotipagens. Brasil† Sprinz; 2009113 País Itália Biagetti; 2009112 Referência Tabela 8. Resistência primária no mundo (continuação) Guía para o manuseio de resistência antirretroviral de uso de ARVs. Não é necessariamente o que tem ocorrido em alguns lugares do mundo. Estudos americanos longitudinais entre pacientes com infecção primária demonstraram que, após um aumento crescente da prevalência de resistência primária de 1996 a 200030, houve uma redução de 12,4% para 6,7% de 2000 a 2002. O mesmo foi demonstrado na coorte suíça, em que a resistência genotípica foi de 8,6% em 1996, 14,6% em 1997, 8,8% em 1988 e 5,0% em 199936. Na Europa, de uma forma geral, o mesmo tem ocorrido37,38. Na realidade, essas análises são de difícil interpretação, visto que os estudos têm dificuldade de analisar os fatores de risco para aquisição do HIV nas populações estudadas, e sabe‑se que a prevalência de resistência é menor entre os que adquiriram o vírus pela via heterossexual, seguidos dos homossexuais masculinos, sendo mais alta a prevalência de resistência entre os usuários de drogas. Nos estudos europeus, a queda de resistência primária pode ter influência do crescente número de pessoas infectadas por vírus que sejam de outro subtipo que não o B, posto que os pacientes fonte de vírus não B normalmente são originários de países africanos, onde o uso de ARVs é bastante restrito. Outro fenômeno que pode estar ocorrendo e que pode ser o responsável pelas recentes quedas nas prevalências de resistência primária é o uso de esquemas com fármacos cada vez mais efetivos. Dessa forma, pacientes tratados com esquemas mais potentes terão uma chance menor de transmissão do HIV, posto que a tendência da viremia desses pacientes é a de que seja muito reduzida, ficando, dessa maneira, diminuída a transmissão. Outro fenômeno comum relaciona‑se ao fato de que a prevalência de resistência primária é maior em pessoas com infecção recente, quando comparadas a pessoas infectadas há mais tempo. A explicação mais razoável para esse fenômeno reside no fato de que as pessoas que não têm infecção recente foram infectadas em uma época em que a “manipulação” antirretroviral era muito restrita e, desse modo, a transmissão de vírus resistentes foi menos provável. Outra explicação na qual se acreditava até recentemente sobre a menor prevalência de vírus resistentes em amostras de pessoas infectadas há mais tempo era a reversão das mutações na ausência da pressão seletiva dos ARVs. Esperava‑se que ocorresse, entre as pessoas que adquiriram vírus resistentes, o mesmo que ocorre quando se suspende a medicação antirretroviral de um paciente em falha de tratamento e com vírus resistentes, que é de o vírus do tipo selvagem sobrepujar o crescimento dos vírus resistentes por apresentar melhor fitness (veja capítulo 10). Não é o que parece acontecer. Inúmeros estudos apontam que as mutações de resistência primária persistem por longos períodos de tempo mesmo na ausência de tratamento39‑43. A explicação para esse fenômeno reside no fato de que, no momento em que uma pessoa se infecta, ela se infecta com uma população viral muito homogênea, e não por uma mistura de cepas virais, em um fenômeno conhecido como transmissão seletiva (conhecido no inglês como bottleneck). Dessa forma, não haveria uma população de vírus selvagens preexistentes que pudesse emergir. Mesmo com o aparecimento diário e ao acaso de cepas sensíveis no paciente com resistência primária, essas cepas não se fixariam pela grande quantidade de cepas mutantes produzidas diariamente nessa pessoa. A 33 repercussão prática desse fato está em que se poderia detectar com sensibilidade a resistência primária em qualquer momento em que se faça um teste de resistência, já que as cepas com mutações persistiriam. A única restrição ao mencionado acima consiste no fato de que, especificamente, a mutação do códon 184 da TR pode, em alguns casos, reverter ao perfil selvagem, o que explicaria a discrepância que existe na prevalência dessa mutação em casuísticas de resistência primária (baixa) e secundária (alta)44. Outra tendência que se observou mundialmente com relação à resistência primária é a do aumento proporcional da resistência aos ITRNNs 29,45,46. Esse fenômeno decorre da manipulação preferencial dos pacientes tratados por ITRNN, pelo menos em um momento inicial e na persistência maior das mutações aos ITRNNs mesmo na ausência de pressão seletiva dos ARVs, já que as mutações relacionadas à resistência a essa classe de fármacos não proporciona uma perda significativa da capacidade replicativa do vírus (veja capítulo 10, Fig. 29). Pelo aspecto pouco previsível e regionalizado da resistência primária, é, no entanto, difícil predizer com segurança as tendências na prevalência da resistência primária. Especula‑se que, em alguns países menos desenvolvidos, ela ocorra em ritmo crescente. Impacto da resistência primária no tratamento A pergunta mais fundamental relacionada à resistência primária é de que se ela afeta o desempenho da terapia antirretroviral. Alguns casos anedóticos mostram que a eficácia do tratamento fica comprometida em pacientes infectados com vírus resistentes28. Não existem, entretanto, muitos estudos de grande porte avaliando a influência da resistência antirretroviral no desempenho do tratamento. A análise retrospectiva de um estudo clínico com 571 pacientes tratados com FTC, ddI e EFV comparados aos tratados com d4T ddI e EFV encontrou 16% de resistência primária aos ITRN ou ITRNNs, e a falha foi significativamente maior no grupo de pessoas com resistência primária47. Para contribuirmos com o entendimento dessa questão, desenhamos um estudo caso controle entre pacientes recebendo o seu primeiro tratamento antirretroviral na cidade de Santos, SP, que, como mencionado anteriormente, apresenta altíssima prevalência de resistência transmitida. Nesse estudo, foram analisados dois grupos de pacientes que apresentavam sucesso ou falha virológica após 1 ano do primeiro tratamento antirretroviral, e a amostra pré‑tratamento foi avaliada de forma retrospectiva. A única variável, entre todas as demográficas e virológicas/imunológicas, que se associou a falha virológica foi a da presença de mutações de resistência transmitida48. Adicionalmente, o estudo demonstrou que as mutações de resistência são detectadas nos pacientes que necessitaram de tratamento e, portanto, em um momento temporalmente distante da infecção primária, posto que, de acordo com as diretrizes nacionais, os pacientes se intitulam ao tratamento quando a doença progride e o CD4 está reduzido (www.aids.gov.br). 34 Testes de resistência antes do início do tratamento Outra repercussão imediata da resistência primária reside na necessidade de que se faça um teste de resistência pré‑início de tratamento. Alguns estudos apontam que, se a prevalência de resistência primária for superior a 5%50, ou mesmo 1%51, será, de fato, custo efetivo a realização do teste. Deve observar‑se, entretanto, que as prevalências de resistência primária têm sido relatadas a partir de estudos que envolvem indivíduos com infecção primária ou infecção recente. Os indivíduos que estão se infectando neste momento podem demorar em média 10 anos para precisar de tratamento, de acordo com as diretrizes mais conservadoras, e, da mesma forma, as pessoas que devem iniciar o tratamento agora podem ter sido infectadas há cerca de 10 anos. É provável que, há 10 anos, a transmissão de vírus resistentes fosse muito baixa e que a prevalência de resistência primária nos pacientes que necessitam iniciar tratamento hoje seja muito baixa ou inexistente. Um estudo para detecção de resistência transmitida entre pacientes cujo tratamento antirretroviral é indicado foi recentemente conduzido no Brasil em cidades representativas das 4 macrorregiões brasileiras: Manaus, Brasília, Salvador, Rio de Janeiro, Santos, Porto Alegre e Itajaí. Foram analisadas 251 amostras de pacientes imediatamente antes do início de tratamento antirretroviral. A média de CD4 foi de 206,6 céls/mm3, e a média de CV foi de 5,1 log10. A prevalência geral de resistência transmitida foi de 12,3%, 7,6% aos ITRN, 4,4% aos ITRNNs e 4% aos IPs. Deve ressaltar‑se que 3,6% das pessoas apresentavam vírus com resistência a duas classes de ARVs. As prevalências de resistência transmitida encontradas nesse estudo foram de 8,5% na região norte, 10,6% na região centro‑oeste, 19,1% na região nordeste, 12,8% na região sudeste e 9% na região sul52. Pode‑se concluir desse estudo que a resistência transmitida aos ARVs varia entre as regiões em níveis intermediários a elevados. A partir dos resultados expostos acima, pode considerar‑se que a realização de testes de resistência antes do inicio do tratamento antirretroviral tem papel fundamental. Levando‑se em consideração a maior fragilidade em termos de desenvolvimento de resistência do tratamento Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Foi também descrita uma repercussão dramática relacionada à resistência primária, que foi a da transmissão do HIV conhecido como supervírus 49. Nesse caso, ocorrido em Nova Iorque, houve a quebra de vários paradigmas com a transmissão de um vírus resistente a todos os ITRNs, ITRNNs e IPs, tanto genotipicamente como fenotipicamente, e, além disso, tal vírus era um vírus indutor de sincício ou vírus X4, que se relaciona com progressão rápida à aids. Ainda, esse vírus apresentava um alto índice replicativo (fitness). Os paradigmas quebrados foram, portanto, a transmissão de vírus multirresistente, com alto fitness e alta capacidade citopática; esses três fatores podendo ser considerados anedóticos em uma infecção primária. De fato, a progressão da doença foi rápida, e a resposta ao tratamento antirretroviral da época foi limitada. 35 inicial composto de dois ITRNs e um ITRNN, a resistência a qualquer um desses medicamentos, que ocorreria em média em 12,3% dos casos, refletiria potencial dano a uma parcela considerável da população iniciando o tratamento. De qualquer forma, alguns especialistas apontam que, em qualquer situação, possa ser custo efetivo a realização do teste de resistência antes do início do tratamento, visto que o paciente normalmente espera cerca de um mês pelo resultado do teste de resistência e a economia financeira feita durante esse mês, em que não se utilizou o remédio, seria mais do que suficiente para custear uma genotipagem. A tabela 9 a seguir resume as principais diretrizes com relação à indicação dos testes de resistência antes do inicio do tratamento. Na impossibilidade da realização de testes de resistência antes do tratamento antirretroviral, deveria ser considerada a possibilidade do início de tratamento com esquemas iniciais contendo IP/r, posto que (i) a resistência transmitida mais frequente tem sido a resistência aos ITRNNs e (ii) pela eficácia dos IP/r mesmo na ausência de atividade completa dos ITRNs, como discutido anteriormente. Impacto da superinfecção na aquisição de resistência Sabe‑se que os seres humanos podem adquirir infecção dupla pelo HIV, com vírus provenientes de diferentes pacientes fonte 53. A prova disso é a grande quantidade de pacientes com vírus recombinantes entre subtipos diferentes. A recombinação genômica entre vírus significa que, em algum momento da cadeia de transmissão do vírus recombinante, uma pessoa se infectou com vírus proveniente de duas pessoas diferentes, e foi produzido um terceiro vírus que seria um mosaico dos vírus parentais, apresentando algumas regiões do genoma de um dos vírus parentais e outras do outro vírus parental53,54. As infecções duplas podem ocorrer de duas formas: na forma de coinfecção, em que os dois tipos de vírus provenientes de pacientes fonte distintos infectam a pessoa ao mesmo tempo, ou na forma de superinfecção, em que os vírus infectam a pessoa de forma subsequente. Assume‑se que a coinfecção possa ocorrer de forma relativamente frequente entre indivíduos engajados em atividades com alta exposição ao HIV. Já a superinfecção é menos intuitiva, posto que uma pessoa infectada produz e elimina cerca de 10 bilhões de cepas virais por dia, e um inóculo proveniente de uma outra pessoa infectada seria insuficiente para semear a infecção em um linfócito suscetível; quase como achar uma agulha no palheiro. Estudos avaliando pessoas infectadas pelo HIV sem tratamento antirretroviral que se expuseram de forma sistemática pela via parenteral (transfusões e usos de drogas ilícitas) a sangue de pessoas também infectadas pelo HIV não demonstraram superinfecção pelos novos vírus, levando a crer que, de forma natural, a superinfecção seria um evento raro55. Dessa forma, é concebível que a maior fonte de produção de vírus recombinantes seja de fato a coinfecção e não a superinfecção. Existem, entretanto, poucos casos documentados de superinfecção pelo HIV, 36 *Por exemplo, se a pessoa foi infectada por outra que estava recebendo medicamentos. † Se o teste de genotipagem não for realizado, estocar a amostra de plasma mais recente para testar mais tarde. Recomendado Usar amostra disponível mais próxima à soroconversão Recomendado Usar amostra disponível mais próxima à soroconversão Tempo de infecção desconhecido em pacientes virgens para antirretroviral Não recomendado Não recomendado Recomendado Usar a amostra disponível mais próxima à soroconversão Considerar Especialmente se houver alta suspeita de transmissão de vírus resistente* Ensaios disponíveis podem não detectar espécies minoritárias resistentes às drogas Recomendado Postergar a terapia até os resultados de teste de genotipagem estarem disponíveis Ensaios disponíveis podem não detectar espécies minoritárias resistentes aos fármacos Infecção crônica (1-2 anos ou mais) em pacientes virgens para antirretroviral Recomendado/Considerar Testar a amostra mais recente se houver elevada taxa de transmissão na área ou grupo de risco (> 10%) ou alta suspeita de transmissão de vírus resistente* British HIV Association Não recomendado EuroGuidelines Group Recomendado Usar amostra disponível mais próxima à soroconversão DHHS Recomendado† Testar a amostra mais recente disponível. Não atrasar tratamento por resultados do teste de genotipagem IAS-USA Recomendado Recomendado Tratamento independente Se a decisão a ser tomada é para o de resultado do teste de início da terapia genotipagem Quadro Infecção aguda e infecção recente em pacientes virgens para antirretroviral Tabela 9. Recomendações para teste de resistência genotípica antes do início da terapia em pacientes sem tratamento RENAGENO Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 37 e quase a totalidade desses tem uma característica comum: o indivíduo que adquire a superinfecção estava em tratamento antirretroviral, com a CV indetectável, e a superinfecção ocorreu a partir de um paciente portador de vírus resistente aos ARVs que o paciente que se superinfectou estava utilizando. Desse modo, a superinfecção pelo HIV é uma via plausível e perigosa de aquisição de cepas resistentes aos ARVs56‑60. Em suma, se o paciente não estiver em tratamento, a superinfecção provavelmente não ocorrerá porque o inóculo ao qual esse paciente é exposto é bem inferior à sua própria “produção” viral; se o paciente estiver em tratamento e com CV indetectável e se expuser a um vírus sensível aos ARVs, a superinfecção também não deverá ocorrer, já que os vírus do inóculo também serão eliminados pelos ARVs em uso pelo paciente. Entretanto, se o paciente com CV indetectável se expuser a vírus resistentes, o risco definitivamente existirá. Determinação de mutações de resistência aos ARVs A resistência aos ARVs pode ser determinada por estudos in vitro ou in vivo. Os estudos in vitro normalmente são os primeiros a serem realizados. Normalmente cultiva‑se o vírus do tipo selvagem na presença de quantidades subinibitórias do medicamento em questão (quantidades pequenas de medicamento que levam a supressão parcial da replicação viral). Monitora‑se a cultura com a ajuda da dosagem de antígeno p24 para quantificação do número de partículas virais liberadas. Procede‑se com um número sucessivo de passagens, significando que se utiliza o sobrenadante da cultura que contém os vírus que estão saindo das células para serem transferidos para novas culturas. Após um determinado número de passagens (10 a 15), a quantidade de antígeno p24 aumenta consideravelmente no sobrenadante de cultura, sugerindo que o vírus desenvolveu resistência ao ARV que está sendo testado. Nesse momento, procede‑se o sequenciamento do genoma do HIV que se tornou resistente e se observa(m) a(s) mutação(ões) que emergiram. Para confirmação da importância dessas mutações na redução de suscetibilidade do medicamento testado, lança‑se mão da mutagênese reversa, uma metodologia laboratorial que reverte a(s) mutação(ões) que surgiram ao perfil selvagem e confirma‑se que, após essa reversão, houve uma ressensibilização do vírus ao medicamento testado. Um dos problemas da determinação da resistência in vitro reside no fato de que, algumas vezes, as mutações detectadas dessa forma emergem muito raramente in vivo. Como exemplo desse fato, têm‑se as mutações no códon 74 para o ddI e 75 para o d4T, que aparecem com bastante frequência in vitro e em 1% dos casos in vivo. Os testes para determinação de resistência in vivo observam a emergência de mutações relacionadas à falha virológica em pacientes virgens de tratamento ou pacientes que já utilizaram ARVs e houve falha no tratamento. Após o escape da CV nesses pacientes, avaliam‑se as mutações que apareceram coincidentes ao aumento de CV, e aqui também se usa o 38 Mecanismo de resistência aos ARVs A resistência aos ARVs é um mecanismo de seleção natural; Darwiniano, portanto. Isso significa que, com a pressão seletiva do meio ambiente em que o vírus vive, cepas virais mais adaptadas a esse meio ambiente serão selecionadas e prevalecerão na presença de ARVs. No caso do HIV, essa seleção acontece muito rapidamente em função do ciclo de vida dinâmico do vírus. As mudanças nos vírus acontecem em função das mutações genéticas que emergem no HIV. Quando se leva em consideração (i) o índice de erros naturais da enzima que polimeriza o vírus, que é a transcriptase reversa (TR) (4 x 104), (ii) o altíssimo índice de replicação do vírus, em que uma pessoa cronicamente infectada e sem tratamento produz e elimina 10 bilhões de vírus diariamente e (iii) o tamanho do genoma do vírus, que é de 10 kB (10 mil pares de base), percebe‑se que todas as mutações possíveis são geradas diariamente ao longo do genoma do HIV‑1. Essa diversidade genética é a grande chave para o sucesso do vírus, que, por mudar tanto, se torna capaz de evadir da vigilância do sistema imune ou da atividade dos ARVs, no último caso, através da resistência. Entretanto, as mutações que têm relação com a resistência aos ARVs e que emergem diariamente de forma espontânea não são, normalmente, capazes de se fixarem. Fixar‑se significaria que a cepa viral com a mutação de resistência deveria infectar um linfócito T CD4+ suscetível e produzir progenes. Isso, provavelmente, não ocorrerá, posto que a cepa esteja competindo com outros 10 bilhões de vírus do tipo selvagem que, naquele momento, estão sendo liberados na corrente sanguínea da pessoa infectada. Entretanto, quando se utiliza qualquer ARV em monoterapia, há a eliminação de todos os vírus sensíveis e a consequente seleção do vírus com mutações de resistência. Assim, a cepa viral é capaz de infectar o “próximo” linfócito suscetível, e haverá a expansão do vírus com a mutação de resistência, pois, de cada célula infectada, saem de 5 a 10 mil vírus com a mutação de resistência selecionada (Fig. 6). Isso é o que fundamenta a terapia antirretroviral combinada, na qual, havendo a seleção de um vírus com mutação de resistência, a cepa ainda continua suscetível aos outros ARVs presentes no esquema de tratamento. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral recurso da mutagênese reversa para confirmação do impacto fenotípico das mutações que surgiram. Outra forma de determinar e classificar as mutações de resistência usa a testagem fenotípica de painéis com vírus multirresistentes coletados in vivo a partir de pacientes com falha virológica. Nesses casos, basicamente, detecta‑se a resistência cruzada, posto que as mutações não foram selecionadas pelo medicamento que está sendo testado. A partir do momento que se detecta(m) mutação(ões) relacionadas à diminuição de suscetibilidade ao medicamento testado, também poderia ser usada a mutagênese reversa para confirmação do seu efeito. 39 A B 3TC C D 3TC 3TC F E 3TC AZT EFV Tipo selvagem 3TC AZT EFV M184V Figura 6. A: uma célula infectada pelo HIV produz entre 5 a 10 mil virions e eventualmente algum com mutação de resistência (M184V), B: e havendo a pressão seletiva de um antirretroviral (3TC), C: este virion será selecionado podendo infectar uma célula suscetível e (D) assim se fixar e se expandir. A terapia antirretroviral combinada (E) eliminaria todos os vírus, inclusive o vírus mutante (F). 40 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Figura 7. Estrutura cristalográfica da PR. O orifício do centro representa o sítio onde as poliproteínas virais serão clivadas em fragmentos menores. É também o local que será ocupado pelos IPs. Desse modo, é fácil o entendimento de que a monoterapia leva ao risco de seleção de mutações de resistência (exceção feita aos fármacos com alta barreira genética, como alguns inibidores de IP/r). Mecanismo de resistência aos IPs Um dos exemplos relacionados ao grande avanço na área farmacológica e médica das últimas décadas foi o desenvolvimento dos IPs do HIV‑1. Especificamente, não se pesquisam mais extratos ou princípio ativos naturais, mas se desenham moléculas com o auxílio da sofisticação da informática. A partir do momento em que se conseguiu esmiuçar as etapas do ciclo replicativo do HIV‑1 e se obteve a conformação gráfica tridimensional da PR, projetou‑se uma molécula capaz de interagir com o sítio ativo da PR e de ocupá‑lo, impedindo, assim, sua ação fundamental. A PR apresenta‑se na forma de um dímero (Fig. 7) e é responsável pela clivagem de grandes poliproteínas virais antes do encapsulamento do vírus. Os IPs foram desenhados para, de forma competitiva, ocupar o sítio ativo da PR. Isto significa que aleatoriamente o sítio ativo da PR pode ser ocupado tanto pelo seu substrato natural, as poliproteínas virais a serem clivadas, quanto pelas moléculas produzidas artificialmente, os IPs. É o excesso de IPs dentro da célula, em comparação à quantidade do substrato natural do HIV, que faz com que haja inibição da replicação do vírus. É interessante 41 notar que, sob a ação dos IPs, o vírus continua sendo encapsulado e liberado da célula por mais um ciclo replicativo. Entretanto, por possuir poliproteínas não clivadas em seu interior, essas partículas virais que sofreram ação dos IPs, não serão infectantes e, portanto, o ciclo de vida do HIV é aí interrompido. A CV, portanto, não diminui imediatamente e, às vezes, até sofre um pequeno aumento por ocasião da introdução dos IPs, em um período de até 24 horas. As mutações de resistência selecionadas pelos IPs levam a uma alteração na conformação tridimensional da PR. A consequência disso é (i) a diminuição do tempo de ligação dos IPs à PR e (ii) a diminuição do tempo que a PR levaria para clivar seu substrato natural, o que corresponde a uma diminuição do fitness viral (discutido em detalhes adiante). Com a diminuição do tempo de ligação entre a PR e seus inibidores, haverá uma vantagem a favor do substrato natural, as poliproteínas virais, na competição pelo sítio ativo da PR. A diminuição do tempo de ligação entre os IPs e a PR está relacionada ao tipo e à quantidade de mutações presentes na PR. As mutações do genoma do HIV selecionadas pelos IPs são definidas como mutações principais (também chamadas de primárias) ou acessórias (secundárias). Normalmente as mutações no genoma do HIV‑1 selecionadas mais precocemente na PR são as mutações principais, e essas diminuem sobremaneira a suscetibilidade ao ARV que está sendo utilizado. As mutações acessórias da PR têm pequeno impacto na diminuição da suscetibilidade ao ARV em questão, tendo uma função maior na recuperação do fitness viral, que fica enormemente comprometido pelo surgimento das mutações principais. Além disso, raramente um vírus será viável com uma única mutação principal, necessitando de um grupo de mutações para que possa equilibrar o seu fitness e replicar. A resistência aos IPs decorre das mutações no gene que codifica a PR, levando a uma alteração na estrutura proteica da enzima que, como consequência, leva à diminuição no tempo de ligação dos IPs à PR. Tal ocorrência poderia efetivamente ser vencida pelo aumento na disponibilidade do fármaco. Essa disponibilidade aumentada pode ser obtida pelo uso combinado de alguns IP/r. O RTV inibe o citocromo CY p450, diminuindo a metabolização dos outros IPs usados concomitantemente. A administração de um IP propicia um determinado pico sérico e um nível basal na corrente sanguínea do indivíduo tratado (Fig. 8). Especificamente para os IPs, o pico sérico (concentração máxima ou Cmáx) está bastante relacionado aos efeitos adversos, enquanto que os níveis basais (imediatamente antes da próxima dose que é a concentração mínima ou Cmín) estão associados à potência e à efetividade do efeito do ARV, principalmente no contexto da presença de mutações de resistência. Os esquemas contendo IP/r aumentam os níveis basais desses IPs, sem alteração significativa no pico sérico do medicamento (Fig. 9). Essa estratégia nos levaria a um aumento na barreira genética para resistência aos ARVs. A barreira genética representa a “proximidade” genética para aquisição de resistência completa aos ARVs. No caso dos IPs, está relacionada ao número de mutações necessárias para perda de efetividade do medicamento. Um medicamento que 42 IDV 800 mg cada 8 h Níveis plasmáticos (µg/mL) 10 1 0,1 Cmín/EC50 { EC50 (IDV) 0,01 0 4 8 12 16 20 24 Horas após ingestão da dose Guía para o manuseio de resistência antirretroviral IQ = Cmín/EC50(90/95) Figura 8. Dinâmica dos níveis séricos de um IP (indinavir [IDV]). IQ representa o quociente inibitório, Cmín representa os níveis mínimos plasmáticos do fármaco e EC50(90/95) representa a quantidade de fármaco necessária para inibir 50, 90 ou 95% dos vírus testados. A linha tracejada representa o EC do vírus do tipo selvagem e a atividade do IP será maior quanto mais distante o Cmín estiver do EC. Com RTV 10 10 1 1 (µg/mL) (µg/mL) Sem RTV 0,1 0,01 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Horas 0,1 0,01 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Horas Saquinavir Nelfinavir Indinavir Amprenavir Figura 9. Dinâmica sérica dos níveis de vários IPs incrementados ou não com pequenas doses de RTV. 43 necessita de várias mutações para resistência apresenta uma grande barreira genética. Se algumas mutações já existirem, haverá, no caso, uma diminuição da barreira genética para resistência ao ARV em questão. Especula‑se que os esquemas incrementados com o RTV aumentem a barreira genética do HIV para desenvolvimento de resistência (veja capítulo 7, Fig. 22). Quando a barreira genética é mais baixa, como no caso dos IPs sem RTV, o “efeito qualitativo” das mutações tem mais relevância. Ou seja, as mutações principais (primárias) têm um peso preponderante na resistência, o que caracteriza o efeito qualitativo das mutações. Com a barreira genética aumentada pelo efeito do RTV, o número de mutações (“efeito quantitativo”) é que deverá ser levado em consideração. Esse aumento na barreira genética à custa de baixas doses de RTV propiciaria um melhor desempenho no resgate terapêutico em pacientes albergando vírus com mutações de resistência, posto que houvesse uma necessidade de um número maior de mutações para que o IP perdesse sua eficácia. Os níveis basais elevados de IP nos esquemas incrementados pelo RTV também propiciariam uma melhor eficácia e menor seleção de mutações de resistência em pacientes virgens de tratamento, como visto no estudo que comparou os esquemas contendo d4T, 3TC e LPV/r com NFV 61. Os pacientes tratados com NFV tiveram maior índice de falha virológica após 60 semanas de tratamento, especialmente nos subgrupos onde a CV era elevada (superior a 100 mil cópias/mL) ou o CD4 era baixo (inferior a 50 células T CD4+/mL). Nesse estudo também foi evidenciada a resistência ao NFV, enquanto resistência ao LPV/r aparentemente não emergiu. A barreira genética de um IP/r é tão elevada que a emergência de resistência é extremamente rara em pacientes virgens de tratamento, e isto será mais bem discutido a seguir. Entendemos que idealmente devemos interpretar a resistência a cada um dos IPs com e sem o incremento do RTV (Tabela 10). As mutações no gene da PR do HIV‑1 que conferem resistência aos IPs podem ser vistas na tabela 11. Mecanismo de resistência aos ITRNs Os ITRNs são medicamentos estruturalmente muito semelhantes aos nucleosídeos verdadeiros: adenosina (a), guanosina (g), citosina (c) e timidina (t). Os nucleosídeos formam a base do conteúdo genético que vai codificar os aminoácidos que são, por sua vez, a base da formação das estruturas proteicas (Tabela 19). Durante o processo da TR, os ITRNs substituirão, de forma competitiva, os nucleosídeos verdadeiros. A ZDV e o d4T são análogos à timidina; o 3TC e o FTC são análogos à citosina; o ddI e o TDF são análogo à adenosina, e o ABC é análogo à guanosina. Desse modo, durante a polimerização do vírus, a TR pode, em vez de usar o nucleotídeo verdadeiro, colocar um falso nucleotídeo no final da cadeia (ZDV no lugar da timidina, por exemplo) e, assim, interromper essa etapa do ciclo replicativo do HIV. Os ITRNs necessitam ser trifosforilados, ou seja, necessitam incorporar três moléculas de fósforos para estarem ativos. Existe o grupo 44 ddI – 3 ou 4 de (41L, 67N/E/G, 69D, 70R/G/N, 210W, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) – 184V/I + 5 ou 6 de (41L, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W/S, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) – 75T ou 184V/I, 70E – 1 de (65R/N, 69A/D/S/N/G/I, 74V/I) – 3 ou 4 de (41L/I, 67N/E/G, 69A/D/S/N/G/I 70R/G/N, 210W/S, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) – Ins 69 ou 151M/L ou del 67 – 65R/N – 4 ou + (41L/I, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W/S, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) – 50T ou 75M/S/A/T – 5 ou 6 de (41L/I, 67N/E/G, 69D/G, 70R/G/N, 210W/S, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) – 44A/D ou 118I ou 65R/N – Ins 69 ou 151M/L ou del 67 – 184V/I ou 157S ou (44A/D + 118I) 3TC ou FTC – Ins 69 ou 151 M/L ou del 67 – De 1 a 3 de (40F, 41L/I, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W/S, 215C/D/S/I/E/N/V/Y/F, 219Q/E/N/R). – Ins 69 ou del 67 ou 151M/L – 4 ou + (41L, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W, 219Q/E/N/R e 215F/Y) ZDV d4T Resistência parcial Medicamento Resistência completa Reversão da resistência (continua) Tabela 10. Algoritmo de interpretação de resistência aos ARVs de acordo com a presença de mutações. A reversão da resistência (terceira coluna) significa o resultado da hipersuscetibilidade a um ou mais medicamentos do esquema causada por alguma mutação. Ins significa inserção e del deleção Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 45 46 – Ins 69 ou 151 M/L ou del 67 – 184V/I + 210W/S – 4 ou + de (41L/I, 67N/E/G, 70R/G/E/N, 219Q/E/N/R) sem o 184V/I ZDV + 3TC TDF TDF + 3TC – Pelo menos 1 de (65R/N,74V/I 115F) – 184 V/I – Ins 69 ou 151M/L ou del 67 ou 74V/I – 184V/I + pelo menos uma (65R/N, 74V/I, 115F) – 184V mais pelo menos 5/6 de (41L/I, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W/S, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) – (184V + 74VI) ABC – 184V/I + (41L ou 210) + (67N, 70R, 215Y/F/D, 219Q) somando 4 com o 184V/I – 74V – 151M/L + 65R/N + 184V/I – 65 R + 184 V/I* – (41L ou 210W) + 1 de (67N/E/G, K70R/G/E/N, 215Y/F/D, 219Q/E/N)* – (41L ou 210W) mais pelo menos 3 de (67N/E/G, 70R/G/E/N, 215Y/F/D, 219Q/E/N) – Ins 69 – 1 de (65R ou 70E) ou 151M/L ou del 67 sem 184V/I – (41L/I ou 210W/S) mais (67N, 70R, 215Y/F/D, 219Q) desde que some 3 e não tenha o 184V/I – 151 M/L + 184 V/I* – L74I/V – 1 de (65R ou 70E) (continua) – 215F/Y/D + 184V/I isoladamente Reversão da resistência – Ins 69 ou 151 M/L ou del 67 – 184V/I ou + 2 de (41L/I, 44A/D, 67N/E/G, 70R/G/E/N, 118I, 157S, 210W/S, 215F/Y/D, 219Q/E/N/R) desde que não seja 184 + 210 + 215 – Até 3 de de (41L/I, 67N/E/G, 70R/G/E/N, 219Q/E/N/R) sem 184V/I – 184V mais pelo menos 2 de (41L/I, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) – 5 ou 6 de (41L, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W/S, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) Resistência parcial Medicamento Resistência completa Tabela 10. Algoritmo de interpretação de resistência aos ARVs de acordo com a presença de mutações. A reversão da resistência (terceira coluna) significa o resultado da hipersuscetibilidade a um ou mais medicamentos do esquema causada por alguma mutação. Ins significa inserção e del deleção (continuação) – 1 ou mais de (L100I, K101E/P/Q, K103N/A/S/T/Q/H, V106A/M, Y181C/I/V, Y188L/H/C, G190A/S/E/Q/C/T/V, P225H, M230L) – 2 ou mais de (L100I, K101P, Y181I/C/V, M230L) – 1 de (L100I, K101P, Y181I/C/V, M230L) + 1 de (90I, 98G, 100I, 101E/H, 106I, 138A, 179F/T/D, 190A/S) – 3 ou + de (90I, 98G, 100I, 101E/H, 106I, 138A, 179F/T/D, 190A/S) – 46I/L ou 82A/F/I/S/T/M ou 84V/A/C + 1 de (10I/V/R/F, – 2 de (46I/L, 82A/F/I/S/T/M, 84V/A/C) 20M/R/T/I, 24I, 32I, 36I/L/V, 48V, 54L/T/V, 57K, 58E, – (46I/L ou 82A/F/I/S/T/M ou 84V/A/C) + 2 ou mais de 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A, 76V, 77I, 88D/S, 90M, (10I/V/R/F, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 36I/L/V, 48V, 54L/T/V, 57K, 58E, 93L) 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A, 76V, 77I, 88D/S, 90M, – 3 de (10I/V/R/F, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 36I/L/V, 48V, 54L/T/V, 57K, 93L) 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A, 76V, 77I, 88D/S, – 4 ou + de (10I/V/R/F, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 36I/L/V, 48V, 90M, 93L) 54L/T/V, 57K, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A, 76V, 77I, 88D/S, 90M, 93L) EFV ETR IDV Resistência parcial – 1 ou mais de (A98G, L100I, K101E/P/Q/H, K103N/A/S/T/Q/H, V106A/M, V108I, V179D/E/F, Y181C/I/V, Y188L/H/C, G190A/S/E/Q/C/T/V, F227L/C, M230L) NVP Medicamento Resistência completa (continua) – 2 de (90I, 98G, 100I, 101E/H, 106I, 138A, 179F/T/D, 190A/S) – 1 de (L100I, K101P, Y181C/V, M230L) Reversão da resistência Tabela 10. Algoritmo de interpretação de resistência aos ARVs de acordo com a presença de mutações. A reversão da resistência (terceira coluna) significa o resultado da hipersuscetibilidade a um ou mais medicamentos do esquema causada por alguma mutação. Ins significa inserção e del deleção (continuação) Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 47 48 – 6 e 7 de (10I/V/R/F, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 36I/L/V, 48V, 54L/T/V, 57K, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A, 76V, 77I, 82A/F/I/S/T/M, 84V/A/C, 88D/S, 90M, 93L) – 8 ou + de (10I/V/R/F, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 36I/L/V, 46I/L, 48V, 54L/T/V, 57K, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A, 76V, 77I, 82A/F/I/S/T/M, 84V/A/C, 88D/S, 90M, 93L) – 82A/F/I/S/T/M e 84V/A/C – 82A/F/I/S/T ou 84V/A/C + pelo menos 2 (10I/R/V/F, 16E, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 36I/L/V, 46I/L, 48V, 53L, 54M/V/L, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 90M) – 4 ou + de (10I/R/V/F, 16E, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 36I/L/V, 46I/L, 48V, 53L, 54M/V/L, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 90M) – 2 de (48V, 84V/A/C ou 90M) – 1 de (48V, 84V/A/C ou 90M) + 2 de (10I/R/V/F, 20M/R/T/I, 24I, 36I/L/V, 46I/L, 53L, 54L/M/V/T, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63A/I/Q/V/Y/T/P, 71V/T/I, 73S/T/C/A, 74A/S, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S) – 4 ou + de (10I/R/V/F, 20M/R/T/I, 24I, 36I/L/V, 46I/L, 53L, 54L/M/V/T, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63A/I/Q/V/Y/T/P, 71V/T/I, 73S/T/C/A, 74A/S, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S) IDV/R RTV SQV – 1 de (48V, 84V/A/C ou 90M) + 1 de (10I/R/V/F, 20M/R/T/I, 24I, 36I/L/V, 46I/L, 53L, 54L/M/V/T, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63A/I/Q/V/Y/T/P, 71V/T/I, 73S/T/C/A, 74A/S, 82A/F/I/S/T, 88D/S) – 3 de (10I/R/V/F, 20M/R/T/I, 24I, 36I/L/V, 46I/L, 53L, 54L/M/V/T, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63A/I/Q/V/Y/T/P, 71V/T/I, 73S/T/C/A, 74A/S, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S) – 82A/F/I/S/T/M ou 84V/A/C + pelo menos 1 (10I/R/V/F, 16E, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 36I/L/V, 46I/L, 48V, 53L, 54M/V/L, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 90M) – 3 de (10I/R/V/F, 16E, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 36I/L/V, 46I/L, 48V, 53L, 54M/V/L, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 90M) Resistência parcial Medicamento Resistência completa Reversão da resistência (continua) Tabela 10. Algoritmo de interpretação de resistência aos ARVs de acordo com a presença de mutações. A reversão da resistência (terceira coluna) significa o resultado da hipersuscetibilidade a um ou mais medicamentos do esquema causada por alguma mutação. Ins significa inserção e del deleção (continuação) – 6 e 7 de (10I/R/V/F, 20M/R/T/I, 24I, 36I/L/V, 46I/L, 53L, 54L/M/V/T, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63A/I/Q/V/Y/T/P, 71V/T/I, 73S/T/C/A, 74A/S, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S) – 8 ou + de (10I/R/V/F, 20M/R/T/I, 24I, 36I/L/V, 46I/L, 53L, 54L/M/V/T, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63A/I/Q/V/Y/T/P, 71V/T/I, 73S/T/C/A, 74A/S, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S) – 50V + 84V/A/C – 50V ou 84V/A/C + 2 de (10I/V/F/R, 11I, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 35D, 41K, 43R, 46I/L, 47V, 48M, 54L/V/M/A/T/S, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 76V, 82A/F/I/T/S/M, 89V/T, 90M) – 4 ou + de (10I/V/F/R, 11I, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 35D, 41K, 43R, 46I/L, 47V, 48M, 54L/V/M/A/T/S, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 76V, 82A/F/I/T/S/M, 89V/T, 90M) – 8 ou + de (10I/V/F/R, 11I, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 35D, 41K, 43R, 46I/L, 47V, 48M, 50V, 54L/V/M/A/T/S, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 76V, 82A/F/I/T/S/M, 89V/T, 90M) – 8 ou mais de (10I/R/V/F, 16A/E, 20 I/M/R/T, 24I/V, 32I, 33F, 34Q, 36I/V, 43T, 46I/L, 47 A/V, 48V, 50V, 53L, 54A/M//L/S/T/V, 58E, 63 A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A/P, 74S, 82A/F/I/S/T/M, 84A/C/V, 89M/V, 90M, 91S) SQV/R FOS-APV FOS-APV/R LPV – 6-7 de (10I/R/V/F, 16A/E, 20 I/M/R/T, 24I/V, 32I, 33F, 34Q, 36I/V, 43T, 46I/L, 47 A/V, 48V, 50V, 53L, 54A/M//L/S/T/V, 58E, 63 A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A/P, 74S, 82A/F/I/S/T/M, 84A/C/V, 89M/V, 90M, 91S) – 6 e 7 de (10I/V/F/R, 11I, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 35D, 41K, 43R, 46I/L, 47V, 48M, 50V, 54L/V/M/A/T/S, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 76V, 82A/F/I/T/S/M, 84V/A/C, 89V/T, 90M) – 50V ou 84V/A/C + 1 de (10I/V/F/R, 11I, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 35D, 41K, 43R, 46I/L, 47V, 48M, 54L/V/M/A/T/S, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 76V, 82A/F/I/T/S/M, 89V/T, 90M) – 3 de (10I/V/F/R, 11I, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 35D, 41K, 43R, 46I/L, 47V, 48M, 54L/V/M/A/T/S, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 76V, 82A/F/I/T/S/M, 89V/T, 90M) Resistência parcial Medicamento Resistência completa Reversão da resistência (continua) Tabela 10. Algoritmo de interpretação de resistência aos ARVs de acordo com a presença de mutações. A reversão da resistência (terceira coluna) significa o resultado da hipersuscetibilidade a um ou mais medicamentos do esquema causada por alguma mutação. Ins significa inserção e del deleção (continuação) Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 49 50 Resistência parcial – 8 ou + de 10V/F/I, 13V, 20M/R/V, 32I, 33F, 35G, 36I, 43T, 45I, 46L, 47V, 54A/M/V, 58E, 71V, 74P, 82L/T, 83D, 84V – 8 ou mais de 11L/I, 32I, 33F, 34V, 35G/N, 41I/T, 46I/L, 47F/V, 50V, 54L/M/A/S/T/V, 70E, 73S/T/A/C, 74E/P, 76V, 82A/T/F/S/L/M, 84V/A/C, 85V, 89V, 90M – 5 ou + de (11I, 32I, 33F, 46I/L, 47F/V, 50V, 54L/M, 74P, 76V, 82A/T, 84V, 89V) TPV/R DAR/R – 6-7 de (11L/I, 15V, 32I, 33F, 34V, 35G/N, 41I/T, 46I/L, 47F/V, 50V, 54L/M/A/S/T, 70E, 73S/T/A/C, 74E/P, 76V, 82A/T/F/S/L/M, 84V/A/C, 85V, 89V, 90M) – 3 ou 4 de (11I, 32I, 33F, 46I/L, 47F/V, 50V, 54L/M, 74P, 76V, 82A/T, 84V, 89V) – 6 de 10V/F/I, 13V, 20M/R/V, 32I, 33F, 35G, 36I, 43T, 45I, 46L, 47V, 54A/M/V, 58E, 69K, 71V, 74P, 82L/T, 83D, 84V – 6 e 7 de (10I/V/F, 20R/M/I/T, 24I, 32I, 33F, 36I/L/N, 45R, 46I/L, 48V, 54L/M/V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T, 73C/S/T/A, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S, 89M, 90M) * A reversão da resistência proporcionada pela presença da mutação M184 V/I só terá efeito com a manutenção do 3TC no esquema terapêutico – I50L – 8 ou + de (10I/V/F, 20R/M/I/T, 24I, 32I, 33F, 36I/L/N, 45R, 46I/L, 48V, 53L, 54L/M/V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T, 73C/S/T/A, 82A/F/I/S/T/M, 84V/A/C, 88D/S, 89M, 90M) – 4 de (10I/V/F/R, 20R/M/I/T, 24I, 32I, 33F, 36I/L/V, 45R, 46I/L, – 1 de I50L, 84V/A/C, N88S 48V, 53L, 54L/M/V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T/I, 73C/S/T/A, – 5 ou + de (10I/V/F/R, 20R/M/I/T, 24I, 32I, 33F, 36I/L/V, 45R, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S/T, 89M, 90M) 46I/L, 48V, 53L, 54L/M/V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T/I, 73C/S/T/A, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S/T, 89M, 90M) ATZ/R ATZ Medicamento Resistência completa Reversão da resistência Tabela 10. Algoritmo de interpretação de resistência aos ARVs de acordo com a presença de mutações. A reversão da resistência (terceira coluna) significa o resultado da hipersuscetibilidade a um ou mais medicamentos do esquema causada por alguma mutação. Ins significa inserção e del deleção (continuação) A. Códons de resistência na TR relacionados à resistência aos ITRNs. Ins significa inserção e del deleção. MDR: resistência a múltiplos fármacos Medicamento Códons principais ZDV M41L, D67N/E/G, K70R/G/N, L210W, T215Y/F/C/D/S/I/E/N/V, K219Q/E/N/R Códons acessórios 3TC M184V/I, E44A/D, V118I, P157S d4T I50T, V75M/S/A/T M41L, D67N/E/G, K70R, M184V/I, L210W, T215Y/F, K219Q/E/N/R ddI K65R, T69A/D/S/N/G, L74V/I M41L, D67N/E/G, K70R/G/E/N, M184V/I, L210W, T215Y/F, K219Q/E/N/R ABV Y115F, K65R, L74I/V M184I/V, M41L, D67N/E/G, K70R/, M184V/I, L210W, T215Y/F, K219Q/E/N/R TDF K65R, K70E, L74I/V M41L, D67N/E/G, K70R, L210W, K219Q/E/N/R MDR Ins 69, Q151L/M*, del 67 *A62V, 75M/S/A/T, F77L, F116Y *Códons acessórios relacionados ao códon Q151L/M Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 11. Descrição dos códons principais e dos acessórios relacionados à resistência aos medicamentos antirretrovirais B. Códons de resistência na TR relacionados à resistência aos ITRNNs Medicamento Códons NVP A98G, L100I, K101E/P, K103N/A/S/T/Q, V106A/M, V108I, V179D/E, Y181C/I/V, Y188L/H/C, G190A/E/Q, F227L/C, M230L EFV L100I, K101E/P, K103N/A/S/T/Q, V106A/M, Y181C/I/V, Y188L/H/C, G190A/E/Q, P225H, M230L ETR V90I, A98G, Y181I/C/V, G190A/S, L100I, K101E/H/P, V106I, E138A, V179F/T/D, M230L C. Códons de resistência na PR relacionados à resistência aos IPs Medicamento Códons principais Códons acessórios IDV M46I/L, V82A/F/I/S/T, I84V/A/C L10I/R/F/V, K20M/R/T/I, L24I, V32I, E35D, M36I/L/V, G48V, I54L/T/V, R57K, Q58E, L63A/I/P/Q/V/Y/T, A71T/V, G73S/T/C/A, L76V, V77I, N88D/S, L89M/V, L90M, I93L RTV V82A/F/I/S/T, I84V/A/C L10I/R/F/V, G16E, K20M/R/T/I, L24I, V32I, L33I/F/V, E34K, M36I/L/V, G48V, F53L, I54L/T/V, Q58E, D60N, I62V, L63A/I/P/Q/V/Y/T, A71T/V, L90M SQV G48V, I84V/A/C, L90M L10I/R/F/V, T12I, K20M/R/T/I, D30N, V32I, M36I/L/V, M46I/L, F53L, I54L/T/V, R57K, Q58E, D60N, I62V, L63A/I/P/Q/V/Y/T, A71T/V, G73S/T/C/A, T74S, L76M, V82A/F/I/S/T, N88D/S NFV D30N, L90M L10I/R/F/V, I13V, K20M/R/T/I, M36I/L/V, M46I/L, G48V, I54L/T/V, Q58E, D60N, I62V, L63A/I/P/Q/V/Y/T, V77I, V82A/F/I/S/T, I84V/A/C, N88D/S, I93L (continua) 51 Tabela 11. Descrição dos códons principais e dos acessórios relacionados à resistência aos medicamentos antirretrovirais (continuação) C. Códons de resistência na PR relacionados à resistência aos IPs Medicamento Códons principais Códons acessórios FAPV I50V, I84V/A/C L10I/R/F/V, L11I, 2K0M/R/T/I, 24I, V32I, L33I/F/V, R41K, K43R, M46I/L, I47A/V, G48M, I54L/T/V, 58E, L63A/I/P/Q/V/Y/T, 71V/T, G73S/T/C/A, L76V, V82A/F/I/S/T, L89V/T, L90M LPV L10I/R/F/V, G16E, K20M/R/T/I, L24I, V32I, L33I/F/V, E34Q, M36I/L/V, K43T, M46I/L, I47A/V, G48V, I50V, F53L, I54L/T/V, Q58E, L63A/I/P/Q/V/Y/T, A71T/V, G73S/T/C/A, T74S, V82A/F/I/S/T, I84V/A/C, L89M/V, L90M, T91S ATV I50L, N88S, I84V/A/C TPV L10I/R/F/V, 13V, I15V, K20M/R/T/I, 32I, L33I/F/V, E35D, M36I/L/V, N37D, R41K, K43T, K45I, M46L, I47A/V, I54L/T/V, 58E, D60N, A71T/V, 74P, V82T, 83D, I84V/A/C DRV L11L, I15V, V32I, L33F, E34V, 35G/N, 41I/T, I47F, I50V, I5454L/M/A/S/T/V, K70E, G73S, T74E/P, L76V, V82A/T/F/S/L/M, 84V/A/C, I85V, L89V, L90M L10I/R/F/V, K20M/R/T/I, L24I, V32I, L33I/F/V, M36I/L/V, 45V, M46I/L, G48V, 53L, I54L/T/V, L63A/I/P/Q/V/Y/T, A71T/V, G73S/T/C/A, V82A/F/I/S/T, L88D/S/T, L89M/V, L90M D. Códons de resistência na integrase relacionados à resistência aos inibidores da integrase Medicamento Códons principais Códons acessórios RAL Y143R/C/H, Q148H/R/K, N155H N17S, H51Y, V54I, T66A/L/K, V72I, L74M/A/I, E82Q, E92Q, Q95K, T97A, H114Y, F121Y, T124A, T125K, A128T, G136R, E138A/K, G140A/S/C, Y143H, P145S, Q146K/P, S147G, V151I, S153A/Y, A154I, N155S, E157Q, K160D, G163R/K, V165I, V201I, I203M, I204T, T215K, S230R/N, D232N, R263K EVT E92Q,Q148H/R/K, N155H H51Y, T66A/I/K, L68I/V, V72A, V77I, E92V/Q, Q95K, H114Y, F121Y, T124A, T125K, A128T, G140A/S, P145S, Q146L/K, S147G, S153Y, A154I, N155S, K160D, V165I, V201I, R263K DTG T66K, E92Q, L101I, G118R, T124A, E138A/K, Q148H/R/K, V151L, S153YLF, G193E, S230R (continua) 52 E. Códons de resistência na GP41 relacionados à resistência a T-20 Medicamento Códons T-20 G36A/D/E/S/V, I37M/V/T, V38A/E/K/M/G, Q40H/K/P/T, N42D/T, N43D/H/K/S, L44M, L45Q/M de medicamentos denominados inibidores da transcriptase reversa (ITRs) análogos aos nucleotídeos, que tem como representantes o ADV (não utilizado em terapia anti‑HIV) e o TDF. A diferença entre os análogos aos nucleotídeos e os análogos aos nucleosídeos consiste no fato de que os primeiros já vêm pré‑fosforilados, necessitando de uma etapa a menos de fosforilação que os últimos. As bases genéticas para a resistência dos ITRNs estão muito bem determinadas, mas o mecanismo e as alterações bioquímicas que ocorrem na TR, responsáveis pelas alterações fenotípicas relacionadas a essas mutações, têm sido elucidados recentemente. Os mecanismos pelos quais as mutações na TR causam resistência aos ITRNs têm sido categorizados em dois grupos: (i) aquele no qual as mutações propiciam um aumento na habilidade da TR do HIV‑1 em discriminar entre o ITRN e o substrato natural, levando a uma incorporação preferencial do último e (ii) mutações que aumentam a habilidade da enzima em eliminar o ITRN que se encontra ligado ao final da cadeia com a função de impedir seu alongamento. Em outras palavras, no primeiro mecanismo, a enzima passa, por exemplo, a incorporar preferencialmente a citosina ao invés do 3TC a partir da presença da mutação de resistência presente em sua estrutura. No segundo, a ZDV, que se encontraria ligada no final da cadeia de nucleotídeos impedindo a continuação da TR seria arrancada, possibilitando a incorporação da timidina. Para ilustrar melhor esse último, na TR com mutações de resistência à ZDV, haveria uma incorporação de ZDV no final da cadeia sendo polimerizada de forma quase tão eficiente como na presença da TR sem mutações de resistência. Entretanto, as mutações de resistência aumentariam a habilidade da TR em retirar a molécula de ZDV presente no final dessa cadeia. Tal retirada é catalisada por uma pirofosfatase que retira o fósforo da ZDV, proporcionando o desprendimento da ZDV em um mecanismo denominado “excisão”. Mutações relacionadas à resistência à ZDV provavelmente aumentam a afinidade dessas pirofosfatases com a enzima mutante. Essa capacidade aumentada de excisão da enzima mutante não é específica para a ZDV, o que ajuda a explicar a enorme resistência cruzada entre a ZDV e outros ITRNs. Como ilustração do primeiro mecanismo descrito, no qual as mutações de resistência levam a uma diminuição da incorporação do falso nucleotídeo, temos a mutação M184V, que leva resistência ao 3TC e FTC. A valina na posição 184 da TR altera o posicionamento tridimensional da enzima, resultando em um mau posicionamento do 3TC e em uma marcada redução na sua incorporação. As mutações dos análogos da timidina (TAM), por sua vez, aumentam a excisão da ZDV, e é interessante notar que as mutações Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 11. Descrição dos códons principais e dos acessórios relacionados à resistência aos medicamentos antirretrovirais (continuação) 53 CV cópias/mL x 103 50 40 30 20 10 0 0 5 10 15 20 25 30 Dia de tratamento com NVP Figura 10. CV sequencial em amostra de paciente submetido à monoterapia com NVP por curto período de tempo. Após 30 dias de tratamento, a CV retorna aos níveis compatíveis com os valores basais. A linha preta representa os vírus do tipo selvagem, enquanto a tracejada representa os vírus com mutações de resistência à NVP. 65R, 74V, 184V diminuem a excisão da ZDV provocada pelas TAM, revertendo, assim, a resistência adquirida. A tabela 11 A apresenta os códons do gene da TR que, quando mutados, se correlacionam com a resistência genotípica a essa classe de ARV. Em contraste com o que se pensava há algum tempo e corroborados pelos resultados de estudos in vitro, cada uma das TAM repercute de forma semelhante com relação a resistências a maior parte dos ITRNs, incluindo os análogos da timidina62. Desse modo, é o acúmulo de TAM que leva a um aumento proporcional da resistência e não uma mutação específica. A resistência aos ITRs em alguns casos pode ocorrer muito rapidamente, em cerca de 4 a 6 semanas, como no caso da monoterapia com NVP, como visto na figura 10. Algumas vezes, a mutação pode acontecer passo a passo, como visto na figura 11, que mostra a seleção de mutantes de resistência ao 3TC, onde, no mesmo códon 184, ocorre a mudança da metionina pela isoleucina e, posteriormente, da isoleucina pela valina. A isoleucina no local da metionina (M184I) leva a um aumento fenomenal de resistência do vírus ao 3TC. Entretanto, esse vírus tem muito pouco fitness (veja conceito sobre fitness a seguir) e desaparece rapidamente, sendo substituído pelo vírus que apresenta a M184V. Esse, por sua vez, também proporciona alto grau de resistência, que é inferior ao vírus com M184I, mas apresenta melhor fitness e é capaz de sobreviver e replicar melhor. 54 Porcentagem de mudança 75 50 25 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Semanas de monoterapia com 3TC Selvagem M184V M184I Figura 11. Porcentagens de cepas do tipo selvagem e com mutações de resistência ao 3TC ao longo do tempo em paciente submetido à monoterapia com esse fármaco. Os vírus do tipo selvagem (linha preta) são rapidamente substituídos pelos vírus mutantes, sendo que o que aparece mais precocemente é o vírus com a mutação M184I (linha cinza), a seguir, esses vírus são substituídos pelos que apresentam a mutação M184V. Os vírus com a mutação M184I apresentam maior índice de resistência ao 3TC que os com M184V, mas menor fitness que os últimos. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 100 Mecanismos de resistência aos ITRNNs O mecanismo de resistência relacionado aos ITRNNs é distinto. Esses medicamentos se ligam em sítios específicos da TR localizados próximo ao sitio ativo dessa. Essa ligação impede a ação da enzima, e as mutações de resistência promovem uma alteração na conformação estrutural da enzima, impedindo a ligação dos ITRNNs. Especula‑se que as conformações estruturais da TR de vírus de outros subtipos poderiam propiciar uma perda natural da susceptibilidade desses vírus aos ITRNNs. Definitivamente, o que se sabe é que esse fato ocorre com o HIV‑2, em que a ação dos ITRNNs é praticamente nula63. Em relação aos ITRNNs de primeira geração (Tabela 11 B), consideramos que não haja códons principais ou acessórios, posto que a mutação em um único códon relacionado à resistência leva a uma enorme diminuição de suscetibilidade ao fármaco. Outra peculiaridade dos ITRNNs é a grande quantidade de códons de resistência que são comuns a vários fármacos dessa classe. Desse modo, quando ocorre uma mutação em códons relacionados à diminuição de suscetibilidade aos ITRNNs, normalmente se comprometem os ITRNNs de primeira geração: EFV, NVP e delavirdina. A ETR é um novo ITRNN que quebra vários paradigmas construídos baseados nos ITRNNs de primeira geração, pois apresenta barreira genética 55 Figura 12. Desenho esquemático das estruturas moleculares dos ITRNNs de 1a (NVP e EFV) e 2a geração (ETR). maior, atividade residual e menor resistência cruzada dentro da classe. De fato, a ETR foi concebida com a vocação principal de resgate a falha com resistência dos ITRNN de primeira geração. Por se tratar de molécula mais flexível, a ETR pode ligar‑se em posições distintas próximas do sítio ativo da TR (veja estruturas moleculares na figura 12). Dessa forma, esse medicamento quebra o paradigma próprio da classe dos ITRNNs, que é o de ausência de atividade residual e resistência cruzada ampla. Mecanismos de resistência aos inibidores da integrase A integrase é uma enzima fundamental para a replicação tanto do HIV‑1 quanto do HIV‑2. Após a TR com a produção de fita dupla de RNA do HIV, a integrase tem a função de incorporar o genoma transcrito do HIV no genoma celular do hospedeiro. Em seu mecanismo de ação, a enzima integrase se liga às extremidades do DNA do HIV, que são a região 5´, a porção proximal, e região 3´, que é a porção final do DNA. Desse modo, o DNA do HIV fica em uma forma circular com as suas duas extremidades ligadas à integrase. A integrase leva o DNA do HIV ao interior do núcleo celular, promove a catálise (ruptura) do DNA humano em uma determinada posição e introduz o genoma do HIV dentro do genoma do hospedeiro (integração). Os inibidores da integrase RAL (MK‑0518) e EVT (GS‑9137) se ligam a uma alça da integrase entre os resíduos proteicos que correspondem aos aminoácidos 140 e 149. Essa é justamente a região da enzima conhecida como domínio catalítico, que faz com que exista uma “quebra“ no genoma do hospedeiro para “introdução” do genoma do HIV. Além disso, a interação mais potente desses inibidores se dá com os resíduos Y143, Q148, N155 ou E92, alguns dentro e outros fora dessa alça64. A ligação dos inibidores nessa alça diminui a flexibilidade da enzima integrase e impede a ligação da região terminal do genoma do HIV (região conhecida como 3´) à região do genoma humano. Essa alça, onde se ligam os inibidores, também perde a flexibilidade quando mutações de resistência são selecionadas, sendo que essa flexibilidade é condição necessária para catalisar a integração. Essas mutações de resistência selecionadas na integrase ainda permitem a integração do HIV, mas com uma dinâmica menor, repercutindo na perda do fitness do vírus mutante. Ainda não está claro o mecanismo de ação e de 56 Mecanismos de resistência aos inibidores de entrada do HIV‑1 Inibidores de entrada do HIV‑1 são moléculas que se ligam na superfície celular ou na superfície viral impedindo a ligação entre o vírus e os receptores celulares. Dessa forma, o ciclo replicativo do HIV‑1 é inibido em sua fase mais precoce. Por se tratarem de medicamentos de classes diferentes da dos medicamentos mais frequentemente utilizados, não haverá resistência cruzada entre esses e os ITRs ou IPs. As mutações relacionadas à resistência a esses medicamentos serão encontradas na região do gene que codifica o envelope viral. No mecanismo de entrada do HIV‑1, a região conservada 4 da gp120 (C4) se une à molécula de CD4 celular, a região hipervariável 3 da gp120 (V3) se liga ao correceptor CCR5 ou CxCR4 celular e a gp41 se liga ao receptor conhecido como domínio de fusão, que é um glicosaminoglicano presente na superfície celular. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral resistência do novo inibidor de integrase DTG (S/GSK‑1349572), nem mesmo a sua surpreendente ação a despeito da resistência aos inibidores de primeira geração RAL e EVT. Mecanismos de resistência aos inibidores de fusão Os inibidores de fusão são moléculas que se ligam à região transmembrana da gp160 do HIV‑1, que é a gp41, exercendo sua atividade antirretroviral pelo bloqueio da fusão entre vírus e célula. O inibidor de fusão aprovado para uso atualmente é a molécula conhecida como T‑20 ou enfuvirtida, sendo que outra molécula conhecida como T‑1249 encontra‑se ainda em fase de testes. O T‑20 se liga à região da gp41 conhecida como HR1, enquanto o T‑1249 se liga à região HR2. São moléculas grandes e complexas, o que, em um primeiro momento, dificultou a sua produção em larga escala e continua mantendo o seu custo extremamente elevado. As mutações selecionadas na gp41 do HIV‑1 que estão relacionadas à diminuição da suscetibilidade ao T‑20 estão localizadas entre os aminoácidos 36 a 45, sendo as mais frequentes as mutações G36D/S, I37V, V38A/M, Q39R, N42T e N43D (veja a frequência das substituições emergentes após 24 semanas de tratamento com falha ao T‑20 nos estudos TORO 1 e TORO 2 na figura 13). É justamente nessa região entre os aminoácidos 36 a 45 que se liga o T‑20, e o mecanismo mais comum de resistência é o mecanismo conhecido como direto, em que as mutações de resistência impedem a ligação do medicamento com a gp41. Existe outro mecanismo de resistência conhecido como indireto, cuja resistência não está atribuída a alterações do sítio de ligação do T‑20 per se, mas a outras alterações estruturais na gp120, levando à diminuição da suscetibilidade ao medicamento através de um mecanismo mais complexo. De fato, polimorfismos na gp120 levam a uma variação da intensidade da resposta ao T‑20 e, interessantemente, os vírus X4 são 6 vezes mais sensíveis ao T‑20 do que os vírus R565. 57 Substituições (%) 60 40 20 0 36 G 37 I 38 V 39 Q 40 Q 41 Q 42 N 43 N 44 L 45 L n = 206 do TORO 1 & 2 Figura 13. Porcentagem e localização das substituições que emergiram após 24 semanas de tratamento com T-20 em 206 pacientes do protocolo de pesquisa TORO 1 e TORO 2. Na abscissa encontra-se a sequência original de aminoácidos dos códons 36 a 45 da gp41. O outro inibidor de fusão conhecido é o T‑1249, que, apesar de um perfil favorável para resgate de pacientes com resistência ao T‑20, tem seu desenvolvimento suspenso no presente momento. É um polipeptídio de 39 resíduos derivados de uma região altamente conservada da gp41 do HIV‑1, e, como mencionado anteriormente, as mutações selecionadas na região HR1 pelo T‑20 terão mínimo ou nenhum efeito na suscetibilidade desse fármaco. Mecanismo de resistência aos antagonistas de CCR5 Recentemente, têm sido desenvolvidas moléculas, conhecidas como CCR5, que são capazes de interagirem com os receptores das quimiocinas e são fundamentais para a entrada dos vírus nas células. A luz sobre o potencial da inibição do CCR5 como potencial mecanismo antirretroviral vem do fato de 1% das pessoas brancas (caucasianas) não apresentarem esse receptor na superfície celular e, em consequência disso, serem resistentes à infecção pelo HIV in vivo, sendo as células dessas pessoas resistentes à infecção pelo vírus in vitro. Sabe‑se que existem dois tipos de cepas virais de HIV‑1: as cepas conhecidas como R5, que utilizam o CCR5 como receptor, e as cepas conhecidas como X4, que utilizam um receptor equivalente conhecido como CXCR4. Algumas variantes do HIV têm o chamado tropismo duplo, significando que podem utilizar ambos os receptores. Os inibidores de CCR5 teriam ação somente contra os vírus R5, que são a maioria nos períodos mais iniciais da infecção pela HIV‑1. Os vírus X4 emergiriam em algumas pessoas ao longo da infecção pelo HIV e são vírus considerados mais citopáticos. O único antagonista de CCR5 liberado atualmente é o maraviroque, sendo que 58 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral já foram testados também o aplaviroc e vicriviroc. Os antagonistas de CCR5 quebram um paradigma do tratamento anti‑infeccioso por se tratarem de moléculas que combatem a infecção pela interação com o hospedeiro e não com o patógeno. Outra quebra de paradigma consiste no fato de que os antagonistas de CCR5 necessitam de um teste de suscetibilidade antes de serem utilizados, ensaios esses conhecidos como testes para determinação do tropismo do HIV ou simplesmente testes de tropismo. Esses testes visam determinar que a maioria das variantes virais presentes na população de vírus infectando um determinado hospedeiro são variantes que utilizam o receptor a ser antagonizado: o CCR5. Sabe‑se que, alternativamente, o HIV pode passar a utilizar o receptor CXCR4 por ocasião do fenômeno conhecido como mudança de tropismo (veja principais mutações relacionadas na figura 14). Dessa forma, um novo teste de tropismo deve ser realizado no momento da falha virológica em esquemas contendo maraviroque. Especula‑se que o maraviroque tenha uma barreira genética elevada, posto que somente a minoria, cerca de 1/3 dos pacientes em falha virológica, apresenta vírus com a mudança do tropismo para o uso do receptor CXCR4. Nesses casos, pode‑se dizer que o medicamento ainda tem atividade e que o maraviroque não é o responsável pela falha virológica em questão. Em alguns casos mais raros, um vírus com uma pequena diminuição de suscetibilidade ao maraviroque pode emergir sem a respectiva mudança de tropismo. Essas variantes virais podem apresentar mutações na alça V3 da GP120 como A316T ou I323V66. Um teste de genotropismo pode também identificar esses casos em que houve a perda de ação do medicamento. Mecanismos de resistência aos inibidores de CD4 Existem ainda estudos de fase dois com anticorpos monoclonais humanizados que se ligam ao CD4 (TNX‑355 da empresa Tanox). Os estudos mostram a eficácia em 24 semanas da medicação frente aos vírus R5 ou X4 (www.tanox.com). Mecanismos de resistência ainda não estão completamente entendidos, mas aparentemente não existe diminuição da ligação do TNX‑355 ao receptor CD4 nos casos em que existe uma ineficácia desse fármaco. Uma das hipóteses seria a de que o vírus com diminuição de suscetibilidade a esse medicamento interagiria de forma diferenciada com o receptor CD4. De fato, estudos recentes demonstraram que os vírus resistentes apresentavam um aumento na ligação com o CD4 solúvel in vitro. Em outras palavras, o TNX‑355 seleciona por vírus que apresentam um aumento na afinidade pelo CD4 solúvel in vitro67. A tabela 12 descreve as mutações de resistência que foram relacionadas à diminuição de suscetibilidade aos ARVs. 59 60 I E E L E L A E Protease 30 Transcriptase reversa 30 65 208 210 L 69 70 74 75 77 219 S 306 I P 230 I A E G S P G 190 T E 320 I G D I R K A H C I Q K Q G Q G Q W T Y Q I 333 238 R G T K A L 236 188 I N N E T V Q 41 E M L T 93 G R L H P D K W T V 184 S T Q D F W E 35 89 I G R N L 88 L V E I C T I 36 E E M S L P 84 V I Y Q Y M D D L Y V I N M G P G R A Y F A T G D I V3 gp 120 K E P V H G V Y Y D P S K D L 318 227 181 K V R Q L C K L L 225 179 T P D K K H Q K E P P F L W M G Y E K I L E P F R K Q N P D I 118 F S V P L D E D F R K Y T A F T 67 L N W A S Q I Y P G I C T R P G N N T R K N R E I V G K 214 215 R W G L T 211 S P A I F Q S S M T R Q H L L 157 33 K A 82 K K K D S T K W R K L V D F R E L N K R 20 73 I C G H K A I G T V L V G P T P V N 71 G G Q L K E A L L D T G A D D T V L 20 46 P L I V T Q E P V I Q P D L E I 145 F K T E L P G Q I R Y Q Y N L G I P H P 44 E K E G K I Q I G C T L 43 93 W K P K M I Figura 14. Sequência de aminoácidos das regiões da protease, TR (ambas pol) e V3 (envelope). A numeração dos códons cujas mutações relacionam-se com resistência está assinalada acima das sequências da PR e da TR. As posições 306 e 320 da gp120 (também denominadas 11 e 25 da V3) estão assinaladas na sequência da região V3. Alterações nessas posições relacionam-se à mudança no tropismo do vírus e à resistência aos antagonistas de CCR5. L 301 62 F A I V T V L D V G D A Y 108 S W T V N D I Q K L 251 K 201 Q G W K G 151 K K K K S 103 Y N T P V 60 10 I E K I 15 E T V P V K L K P G M D G P K V K Q W P L T E E K I 106 S P I 101 I 63 V T I 13 V R Q Y D Q I L G P E N P 51 P 1 G G F I K 54 60 53 51 P Q V T L W Q R P L 10 1 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas V35I In vivo ZDV, PFA: Tachedjian G, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998 Nov;42(11):3038‑43 V35M In vivo ZDV, ddI, d4T, TDF. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 T39A In vivo ZDV, PFA: Tachedjian G, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998 Nov;42(11):3038‑43. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447-55 E40F In vivo ZDV: Nijhuis M, et al., J Infect Dis. 1997 Aug;176(2):398‑405. Huigen, et al. Retrovirology 2008;5:20 M41L In vivo In vitro ZDV, ddI, d4T, TDF: Kellam, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1992;89:1934‑38. Coakley, et al., AIDS. 2000;14:F9‑15. Barrios, et al. J. Clin Microbiol. 2003;41:4421‑3. Huigen, et al. Retrovirology. 2008;5:20 K43D K43E In vivo ZDV: Nijhuis M, et al., J Infect Dis. 1997;176(2):398‑405. Shafer RW, et al. Ann Intern Med. 1998 Jun 1;128(11):906‑11. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447-55 E44A E44D In vivo In vitro ZDV, 3TC, d4T, ddI: Shafer RW, et al., Ann Intern Med. 1998;128(11):906‑11. Hertogs K, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44(3):568‑73. Montes B and Segondy M. J Med Virol. 2002 Mar;66(3):299‑303. Romano, et al., J Infect Dis. 2002;185:898‑904 S48T In vivo EFV: Jeffrey, et al., 5th Conference On Retroviruses and Opportunistic Infections 1998, Chicago IL, USA Abstract 702. Handema R, et al., AIDS Res Hum Retroviruses. 2003;19 (2):151‑60 I50T In vitro d4T: Salomon H, et al., Antivir Ther. 1998;3(3):177‑82. D57H In vitro ddI, d4T: Bossi P, et al., Res Virol. 1998;149(6):355‑61. V60I In vivo In vitro ZDV, ddI, NVP: Shafer RW, et al., J Infect Dis. 1995 172:70‑78. Precious HM., et al., AIDS. 2000 Jan 7;14(1):31‑6. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447-55 A62V In vivo In vitro Múltiplos ITRN Shirasaka T, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1995 Mar 14;92(6):2398‑402. Kavlick MF, et al., J Infect Dis. 1998 Jun;177(6):1506‑13 Deval J, et al., J Biol Chem. 2002 Nov 1;277(44):42097‑104 K65R In vivo In vitro ABV, ddC, ddI, TDF: Gu, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1994;38:275‑281. Zhang, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1994;38:282‑287. Van Rompay, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1996;40:2586‑91. Winters, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:757‑62. Miller, et al., AIDS. 2000;14:163‑71. Harrigan, et al., J. Infect Dis. 2000;181:912‑20. Margot, et al., AIDS. 2002;16:1227‑35. Margot, et al., J Acquir Immune Defic Syndr. 2003;33:15‑21. Brenner, et al. AIDS. 2006;20:F9‑F13. Tamalet, et al. AIDS. 2007;21:2551‑2 K65K K66K In vitro Mutações silenciosas juntamente com análogos timidinicos. Harrigan, et al. AIDS. 2008;22:2501‑8 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 61 Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas ∆67 In vivo In vitro ZDV, ddI, ddC, 3TC, d4T e ABC: Imamichi, et al., J. virol 2000;74:1023‑8. Ross, et al., J human Virol. 2000;3:144‑9. Masciari, et al., New Microbiol. 2002;25:83‑8 D67G In vitro ddC: Richard N, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000 May;44(5):1127‑31 D67N In vivo In vitro ZDV, ddI, d4T: Larder, et al., Science. 1989;246:1155‑8. Kellam, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1992;89:1934‑8. Coakley, et al., AIDS. 2000:14:F9‑F15 ∆68 In vitro 3TC, TDF, ABC. Schinazi, et al. Antivir. Ther 2007;12:S27. S68G S68R In vivo In vitro ZDV, ddI: Kavlick, et al., J Infect Dis 1998;98:1506‑13. Shafer, et al., J Infect Dis. 1995;172:70‑8. Winters, et al., Antimicrob Agents Chemother 1997;41:757‑62. AIDS. 1998;12:2005‑2015. Roge BT, et al., Antivir Ther. 2002;7:S114. INS69 In vivo In vitro ABV, 3TC, ZDV, d4T, ddC, ddI: Yahi, et al., J Clin Microbil 1999;37:4099‑106. Ross, et al., J Human Virol. 2000;3:144‑9. Suzuki, et al., AIDS Res Human Retrovir. 2001;17:1293‑6. Menéndez‑Airas, et al. Curr Pharm Des 2006;12:1811‑25 T69A In vivo ZDV: Lawrence, et al., J Infect Dis 1999;179:1356‑64. Winters and Merigan. Antimicrob Agents Chemother. 2001;45:2276‑79 T69D In vivo In vitro ddI, ddC: Fitzgibbon, et al., Antimicrob Agents Chemother 1992;36:153‑7. Miller, et al., J Infect Dis 1999;179:92‑100. Naugler, et al., J Infect Dis. 2002;185:448‑55. Larder and Bloor, Antivir Ther. 2001;6(supll. 1):38‑39. Masquelier, et al. Antivir Ther. 2004;9:315‑23 T69G In vivo In vitro ZDV, ddI: Imamichi, et al., J Virol. 2000;74:1023‑8. Giri J, et al., Antivir Ther. 2000 Sep;5(3):227‑8 T69I In vivo Vários ITRN: Kavlick, et al., J Infect Dis. 1998;98:1506‑13. Sato H, et al., J Virol. 2001 Jun;75(12):5604‑13 T69K In vitro Aprocitabine. Sounthby, et al. Antivir Ther. 2009;14 Suppl:A139 T69N In vivo In vitro ZDV, ddI, ddC: Srinivas, et al., Antimicrob Agents Chemother 1998;42:1484‑7. Winters MA, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2001;45(8):2276‑9. Arioshi, et al. J Acquir Imune Defic Syndr 2003;33:336‑42. T69S In vitro ZDV, ddI, ddC: Meyer PR, et al., J Virol. 2003 Mar;77(6):3871‑7. T69SX T69TX In vivo In vitro Múltiplos ITRN: Rakik, et al., J Acq Immune def Syndr. 1999;22:139‑45. van der Hoek at. al. J Virol. 2005;79:3536‑43 (continua) 62 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas T69SXX T69TXX In vivo In vitro Múltiplos ITRN: De Antoni, et al., J Infect Dis 1997;176:899‑903. Tamalet, et al., AIDS. 1998;12:F161‑6. Winters, et al., J Clin Invest. 1998;102:1769‑75. De Jong, et al., AIDS. 1999;13:75‑80. Ross, et al., J Human Virol. 1999;2:290‑95. Sugiura, et al., J Human Virol. 1999;2:146‑53. Briones, et al., Virus Res. 2000;66:13‑26. Menéndez‑Airas, et al. Curr Pharm Design. 2006;12:1811‑25 T69TTRVMG In vivo Múltiplos ITRN. Lobato, et al. AIDS. 2002;18:733‑6 T69TIKKKNSE In vivo In vitro Múltiplos ITRN. Harrigan, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2007;23:895‑99 T69TSTGKKDST In vivo In vitro Múltiplos ITRN. van der Hoek at. al. J Virol. 2005;79:3536‑43 ∆70 In vivo Mutação acessória: Ross, et al. J Human Virol. 2000;3:144‑9. Hu, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2007;45:494‑500 K70E In vivo In vitro ADV: Miller MD, et al., Mol Pharmacol. 1998 Aug;54(2):291‑7. Miller, et al., J Infect Dis. 1999;179:92‑100. Ross, et al. J Human Virol. 2000;3:144‑9. Van Rompay et.al. Retrovirology. 2007;4:25 K70G In vivo TDF, emtricitabine. Bradshaw, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2007;51:4489‑91 K70N In vitro Hammond, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2005;49:3930‑2 K70R In vivo In vitro ZDV: Larder, et al. Science. 1989;246:1155‑8. Kellam, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1992;89:1934‑8. Yahi, et al., J Clin Microbil. 1999;37:4099‑106. Shulman, et al., J Acquir Immune Defic Syndro. 2001;27:377‑80 W71L In vivo ZDV, 3TC: Nijhuis, et al., J Infect Dis. 1997;176:398‑405. R72A In vitro Foscarnet: Sarafianos, et al., J Biol Chem. 1995;270:19729‑35. Kaushik N, et al., Biochemistry. 1997 Nov 25;36(47):14430‑8 R73K In vivo ADV: Srinivas, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998 L74I In vitro ZDV, ddI, d4T, ddC: Kleim, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1996;93:34‑8. Imamichi T, et al., J Virol. 2001 Apr;75(8):3988‑92. Wirden, et al. AIDS. 2009;23:95‑9 L74V In vivo In vitro ABC, ddI: St. Clair, et al., Science. 1991;253:1557‑9. Winters, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:757‑62. Holodniy, et al., J Infect Dis. 1996;174:854‑57. Miller, et al., AIDS. 2000;14:163‑71. Harrigan, et al. J Infect Dis. 2000;181:912‑920. Marcelin AG, et al., J Med Virol. 2004 Jan;72 (1):162‑5. Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19 V75A V75M V75S In vivo d4T: Bloor, et al., 2nd International Workshop on HIV Drug Resistance & Treatment Strategies. 1998, Lake Maggiore, Italy, Abstract 15. Lawrence, et al., J Infect Dis. 1999;179:1356‑64. Ariyoshi, et al., J Acquir Immune Defic Syndro. 2003;33:336‑42 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 63 Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas V75I V75L In vivo In vitro ddI: Shirasaka, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:2398‑402. Schmit, et al., J Infect Dis. 1996;174:962‑8. Kavlick, et al., J Infect Dis. 1998;98:1506‑13. Kleim, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1996;93:34‑8. Boyer, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998:42:447‑52. Ueno T, et al., Biochemistry. 1997 Feb 4;36(5):1092‑9 V75T In vivo In vitro d4T, ddI, ddC: Schinazi, et al 5th International Workshop on HIV Drug Resistance 1996, Whistler, BC, Canada. Sirivichayakul S, et al., AIDS. 2003 Sep 5;17(13):1889‑96 F77L In vivo In vitro ITRN: Shirasaka, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:2398‑2402. Schimit, et al., J Infect Dis. 1996;174:962‑8. Kavlick, et al., J Infect Dis. 1998;98:1506‑13. Qari SH, et al., Antivir Ther. 2002 Jun;7 (2):131‑9 R83K In vivo Mutação acessória: Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 W88C In vitro Foscarnet: Meyer PR, et al., J Virol. 2003 Jun;77 (11):6127‑37 W88S In vivo In vitro Foscarnet: Mellors, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1995;39:1087‑92. Meyer PR, et al., J Virol. 2003 Jun;77 (11):6127‑37 W88G In vivo In vitro Foscarnet: Mellors, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1995;39:1087‑92. Hammond JL, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2001;45 (6):1621‑8 E89G In vitro Foscarnet: Quan, et al., J. Mol. Biol. 1998;277:237‑247. Newstein MC and Desrosiers RC. J Infect Dis. 2001 Nov 15;184(10):1262‑7 E89K In vitro Foscarnet: Meyer, et al., J Virol. 2003 Mar;77 (6):3871‑7 L92I In vitro Foscarnet: Meyer, et al., J Virol. 2003 Jun;77 (11):6127‑37 A98G In vivo In vitro NVP, DLV, EFV: Bacheler, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:2475‑84. Byrnes, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:1576‑79. Cane, et al. AID 2007;21:447‑55 A98I In vitro NVP, EFV: Loemba, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2087‑94 A98S In vivo In vitro ITRNN: McCreedy, et al., 3rd International Workshop on Drug Resistance & Treatment Strategies 1999, San Diego, CA, USA, Poster 34. Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Grossman Z, et al., AIDS. 2001 Aug 17;15(12):1453‑60 A98V In vitro ddI, d4T: Bossi P, et al., Res Virol. 1998 Nov‑Dec;149(6):355‑61 L100I In vivo In vitro EFV, Loviride: Bacheler, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:2475‑84. Staszewski, et al., Antivir Ther. 1996;1:42‑50 L100V In vivo In vitro EFV, ABC: Shulman, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2000;23:221‑6. Balzarini, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2000;16:517‑28 (continua) 64 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas A101P In vitro HIV‑2: Auwerx, et al. J Virol. 2004;78:7427‑37 K101A In vitro NVP: Maass, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:2612‑7 K101E In vivo In vitro ITRNN: Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Byrnes, et al., Antimicrob Agents and Chemother. 1993;37:1576‑9. Staszewski, et al., Antivir Ther. 1996;1:42‑50. Schweighardt B, et al., AIDS. 2002 Nov 22;16(17):2342‑4. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 K101I In vitro Loviride: Balzarini, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:5470‑4. Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13 K101Q In vitro EFV, Emivirine: McCreedy, et al., 3rd International Workshop on Drug Resistance & Treatment Strategies. 1999, San Diego, CA, USA. Poster 13.J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Bacheler LT, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000 Sep;44(9):2475‑84 K101T In vivo In vitro Loviride: Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13 K102Q In vivo Emevirina: McCreedy, et al., 3rd International Workshop on Drug Resistance & Treatment Strategies 1999, San Diego, CA, USA. Poster 13 INS posições 102 e 103 Ìn vivo In vitro ITRNN: Winters, et al. Antivir Ther 2005;10:363‑366. Amiel, et al. AIDS. 2005;19:1922‑4 K103E In vivo Atevirdina: Demeter, et al., j Acquir Immune Defic Syndr Retrovirol. 1998;19:135‑44 K103G In vitro Atevirdina K103H In vivo NVP, DLV, EFV: Demeter, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:794‑7. Baldanti F, et al., AIDS. 2003 Jul 4;17(10):1568‑70 K103N In vivo In vitro Atevirdina, DLV, NVP, EFV, Loviride: Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Staszewski, et al., Antivir Ther. 1996;1:42‑50. Demeter, et al., J Acq Immun Def Syndr Human Retrovir. 1997;14:136‑44. Miller, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:3123‑3129. Kleim, et al., J Infect Dis 1999;179:709‑13. Demeter, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:794‑7. Baldanti F, et al., AIDS. 2003 Jul 4;17(10):1568‑70 K103Q In vivo In vitro L‑697661, DLV: Saag, et al., N Engl J Med. 1993;329:1065‑1072. Demeter, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:794‑7 K103R In vivo NVP, DLV, EFV: Juethner S N, et al., J Acquir Immune Defic Syndr. 2003 Feb 1;32(2):153‑6. Parkin, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2006;50:351‑4 K103S In vivo NVP, DLV, EFV: Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 65 Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas K103T In vivo In vitro NVP, DLV, EFV: Demeter, et al., J Acq Immune Def Syndr Human Retrovir. 1995;10(S3):23. Balzarini, et al., Mol Pharmacol. 1996;49:882‑90. Loemba H, et al., Antiviral Res. 2002 nov;56(2):129‑42 V106A In vivo In vitro DLV, NVP, EFV: Larder, et al Antimicrob Agents Chemother. 1992;36:2664‑9. Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Bacheler, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:2475‑84 V106I In vitro NVP: Bacheler L, et al., J Virol. 2001 Jun;75(11):4999‑5008. Zhang, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:429‑37 V106M In vivo In vitro NVP, DLV, EFV: Breener, et al. AIDS. 2002; 17(1):F1‑5. Morris, et al., AIDS. 2003;17:1698‑700 V108I In vivo In vitro NVP, DLV, EFV: Byrnes, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:1576‑9. Staszewski, et al., Antivir Ther. 1996;1:42‑50. Tachedjian, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:3038‑43. Monno, et al., J Infect Dis. 1999;180:568‑70. Simonetti SR, et al., Mem Inst Oswaldo Cruz. 2003 Sep;98(6):831‑7 V111G In vitro Jochmans, et al. Antivir Ther. 2007;12:S25 V111I In vitro HIV‑2: Damond, et al. Antivir Ther. 2005;10:861‑5. Bennett, et al. Antivir Ther. 2007;12:S120 V112E In vitro HIV‑2: Auwerx, et al. J Virol. 2004;78:7427‑37 D113E D113G In vitro Foscarnet: Larder, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1989;86:4803‑7 A114G In vitro ZDV: Larder, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1989;86:4803‑7 A114T In vivo ZDV: Nijhuis, et al., J Infect Dis. 1997;176:398‑405 A114S In vitro Foscarnet: Larder, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1989;86:4803‑7. Arion, et al J Biol Chem. 2000;275:9251‑5 Y115F In vivo In vitro ABC, TDF: Miller, et al., AIDS. 2000;14:163‑71. Ray AS, et al., J Biol Chem. 2002 Oct 25;277(43):40479‑90 Y115H Y115N In vitro ZDV, Foscarnet: Larder, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1989;86:4803‑7. Martin‑Hernandez, et al Nucleic Acids Res. 1997;25:1383‑9 F116Y In vivo In vitro Múltiplos ITRN: Shirasaka, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:2398‑402. Schmit, et al., J Infect Dis. 1996;174:962‑8. Kavlick, et al., J Infect Dis. 1998;98:1506‑13. Qari SH, et al., Antivir Ther. 2002 Jun;7(2):131‑9 S117T In vitro Foscarnet: Hammond, et al., 7th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. 2000, San Francisco, USA, Abstract 736. Meyer PR, et al., J Virol. 2003 Jun;77(11):6127‑37 (continua) 66 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas V118I In vivo In vitro ZDV, 3TC: Shafer, et al., J Infect Dis 1995;172:70‑8. Shafer, et al., Ann Int Medic. 1998;128:906‑11. Re MC, et al., Int J Antimicrob Agents. 2003 Oct;22(4):388‑94. Marcelin AG, et al., J Med Virol. 2004 Jan;72 (1):162‑5 P119S In vitro Lodenosina: Tanaka, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:1313‑8 K122E In vivo Análagos timidínicos: Cane, et al. 2007;21:447‑55 I135A I135K I135L I135M I135R I135R I135V In vivo In vitro EFV, NVP, DLV: Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19. Bacheler, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2000;44:2475‑84. Fleury, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2006;22:357‑66 E138A E138Q In vitro In vivo Emivirine e ITRN: McCreedy, et al Antivir Ther. 1999;4 suppl 1:9‑10. Van Laethem, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2000;16:825‑33. Vingershoets, et al. Antivir Ther. 2008;13 suppl 3:A26 E138D E138F E138G E138Y In vitro NVP, TSAO, Emirivine, ITRN: McCreedy, et al Antivir Ther. 1999;4 suppl 1:9‑10 E138K In vitro In vivo TSAO, NVP, DLV: Balzarini, et al Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:5470‑4. Jonckheere, et al J Biol Chem. 1994;25255‑8. Miralles, et al. Antivir Ther. 2000;5 suppl 3:103‑4 E138R In vitro TSAO: Balzarini, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:5470‑4 T139I In vitro Calanolide A: Buckheit, Virology. 1995, 210:186‑93 G141E In vitro NVP, DLV: Balzarini J, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:5470‑4 Y144F In vitro Emivirine: Balzarini, et al., AIDS Res Hum retroviruses. 2000;16:517‑28 Q145L Q145M In vivo In vitro ITRNN, ITRN: Varghese, et al., Antimicrob Agents Chemoter. 2009;53:2196‑8 Q151H In vitro ZDV, Foscarnet: Larder, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1989;86:4803‑7 Q151L In vivo In vitro 3TC. ddC, ddI, ZDV: Garcia‑Lerma, et al. J Virol. 2000;74:9339‑46. Matsumi S, et al. AIDS. 2003 May 23;17(8):1127‑37. Kulkarni, et al. Antivir Ther 2009;14:A20 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 67 Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas Q151M In vivo In vitro Múltiplos ITRN: Shirasaka, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:2398‑402. Schmit, et al., J Infect Dis. 1996;174:962‑8. Kavlick, et al., J Infect Dis. 1998;98:1506‑13. Van Rompay, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:278‑83. Marcelin AG, et al., J Med Virol. 2004 Jan;72 (1):162‑5 Q154L In vivo ITR e II: Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19 S156A In vitro Foscarnet: Tachedjian G, et al., AIDS Res Hum Retroviruses. 1998 Aug 10;14(12):1059‑64 P157S In vitro 3TC: Smith, et al., J Virol;1998:2335‑2340. Klarmann GJ, et al., J Biol Chem. 2000 Jan 7;275 (1):359‑66 Q161L In vivo In vitro Foscarnet: Mellors, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1995;39:1087‑92. Meyer PR, et al., J Virol. 2003 Jun;77(11):6127‑37 A162Y C162W S162H In vivo Múltiplos ITRN, DLV: Kavlick, et al., J Infect Dis. 1998;98:1506‑13. Precious, et al., 7th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. 2000, San Francisco [abstract 565] S162A In vitro Restabelece capacidade de replicação com M41L: Huigen, et al. Antivir Ther. 2006;11:S113 S163N In vitro Restabelece capacidade de replicação com ZDV mutações: Jeeninga, et al. Virology. 2001;283:294‑305 M164I In vitro PFA: Hammond, et al. Antimicrob agents Chemoter. 2001;45:1621‑8 T165A Nitanda, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:3355‑60 T165I Kodama, et al. 9 Conf. On Retroviruses and oportunistics Infec. 2002. Seattle, USA. 388T T165R Kodama, et al. 9 Conf. On Retroviruses and oportunistics Infec. 2002. Seattle, USA. 388T K166R In vivo ZDV, Foscarnet: Tachedjian G, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998 Nov;42(11):3038‑43 R172K In vitro Foscarnet: Nakano, et al., AIDS Res Human Retrovir. 1997;13:563‑73 Q174K In vivo Frequente no subtipo C. Doualla‑Bell, et al. Antivir Chem Chemoter. 2004;15:189‑200 I178L In vivo ddI, d4T: Coakley, et al. AIDS. 2000;14:F9‑F15 I178M In vivo d4T: Coakley, et al., AIDS. 2000;14:F9‑F15. Garcia‑Lerma JG, et al., J Virol. 2000 Oct;74(20):9339‑46 V179D In vivo In vitro EFV: Vandamme, et al., AIDS Res Human Retrovir. 1994;10:39‑46. Byrnes, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:1576‑9. Loemba H, et al., Antiviral Res. 2002 Nov;56(2):129‑42 (continua) 68 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas V179F In vitro ETV: Vingershoets, et al. Antivir Ther. 2008;13 suppl 3:A26 V179I In vivo In vitro ETV: Pillay, et al., Antivir Ther. 2000;5 suppl 3:128. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 V179E In vivo In vitro L‑697661: Byrnes, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:1576‑9. Byrnes, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:1576‑9 V179T In vivo ETV: Vingershoets, et al. Antivir Ther. 2008;13 suppl 3:A26 Y181C In vivo In vitro Atevirdina, DLV, NVP, EFV: Byrnes, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:1576‑9. Saag, et al. N Engl J Med. 1993;329:1065‑72. Richman, et al., J Virol.1994;68:1660‑6. Havlir, et al., J Virol. 1996;70:7894‑9. Demeter, et al., J Acq Immun Def Syndr Hum Retrovir. 1997;14:136‑44. Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Demeter, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:794‑7. Staszewski, et al., Antivir Ther. 1996;1:42‑50. Re MC, et al., Int J Antimicrob Agents. 2003 Oct;22(4):388‑94 Y181I In vivo In vitro NVP: Shaw, et al., 3rd International Workshop on HIV Drug Resistance, Kauai, HI, USA. Balzarini et a.l Mol Pharmacol. 1996;49:882‑90. FEBS Lett 1995;370:59‑62. Baldanti F, et al., AIDS. 2003 Jul 4;17(10):1568‑70 Y181H Y181S Y181W Y181L In vivo In vitro NVP: Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Sardana, et al.,J Biol Chem. 1992;267:17526‑30 Y181V In vitro NVP: Shih, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1991;88:9878‑82. Tambuyzer, et al. Antivir Ther. 2009;14:103‑9 M184I In vivo In vitro 3TC: Schuurman, et al., J Infect Dis. 1995;171:1411‑9. Balzarini et a.,l Mol Pharmacol. 1996;49:882‑90. Back, et al., EMBO J. 1996;15:4040‑9. Nijhuis, et al., J Infect Dis. 1997;176:398‑405. Wolf K, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003 Nov;47(11):3478‑84 M184T In vitro 3TC: Keulen, et al., J Virol. 1997;71:3346‑50 M184V In vivo In vitro 3TC, ABC, ddC, ddI: Gu, et al., J Virol. 1992;66:7128‑35. Winters, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:757‑62. Schuurman, et al., J Infect Dis. 1995;171:1411‑9. Wainberg, et al., AIDS. 1995;9:351‑7. Miller, et al., J Infect Dis. 1999;179:92‑100. Miller, et al., AIDS. 2000;14:163‑71. Harrigan, et al., J Infect Dis. 2000;181:912‑920. Ray AS, et al., J Biol Chem. 2002 Oct 25;277(43):40479‑90. Yerly S, et al., Antivir Ther. 2003 Oct;8(5):411‑5. Diallo, et al. Antimicrob Agents Chemoter 2003;47:3377‑83 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 69 Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas Y188C In vivo In vitro NVP: Richman, Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:1207‑13. Staszewski, et al., Antivir Ther. 1996;1:42‑50. Bacheler LT, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000 Sep;44(9):2475‑84. Re MC, et al., Int J Antimicrob Agents. 2003 Oct;22(4):388‑94 Y188D In vivo In vitro NVP: Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Balzarini, et al.; AIDS Res Hum Retroviruses. 2000;16:517‑28 Y188H In vivo In vitro ZDV, Atevirdina, EFV: Demeter, et al., 3rd Workshop on Viral Resistance. 1993, Gaithesburg, MD, USA. Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Bacheler, et al., J Virol. 2001 Jun;75(11):4999‑5008 Y188L In vivo In vitro DLV, EFV: Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Bacheler, et al Antimicrob Agents Chemoter. 200;44:2475‑84. Vandamme, et al., AIDS Res Human Retrovir. 1994;10:39‑46. Shih, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1991;88:9878‑82. Delaugerre C, et al., J Med Virol. 2001 Nov;65(3):445‑8 Y189I In vivo In vitro DLV, NVP: Balzarini, et al., J Infect Dis. 1997;176:1392‑7. Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Fujiwara, et al., Antivir Chem Chemother. 1999;10:315‑20 G190A In vivo In vitro EFV, NVP: Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Staszewski, et al., Antivir Ther 1996;1:42‑50. Kleim, et al., Virology. 1994;200:696‑701. Vidal C, et al., Antivir Ther. 2002 Dec;7(4):283‑7. Re MC, et al., Int J Antimicrob Agents. 2003 Oct;22(4):388‑94 G190E In vivo EFV: Bacheler LT, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000 Sep;44(9):2475‑84. Re MC, et al., Int J Antimicrob Agents. 2003 Oct;22(4):388‑94 G190S In vivo In vitro EFV: Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Bacheler LT, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000 Sep;44(9):2475‑84. Juethner SN, et al., J Acquir Immune Defic Syndr. 2003 Feb 1;32(2):153‑6 G190C G190D G190F G190H G190L G190P G190Q G190R G190T G190V In vitro In vivo In vitro NVP, DLV: Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Kleim, et al., Virology. 1994;200:696‑701 G196E In vivo ZDV, Foscarnet: Tachedjian, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:3038‑43. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 (continua) 70 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas G196R In vitro NVP: Taylor, et al., Antivir Chem Chemother. 1996;7:253‑60. T200A In vitro De Luca, et al. Antivir Ther. 2006;11:S157 I202V In vivo Múltiplos ITRN: Söderbärg, et al., Antivir Ther. 1999;4:80, poster 117. Precious, et al., AIDS. 2000;14:31‑36 E203D E203K In vivo ZDV: Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55. Desshpande, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2007;23:335‑40 Q207D Q207E In vivo In vitro ZDV/3TC: Stoeckli, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2002;46:4000‑3. Lu, et al. J Acquir Immune Defic Synd. 2005;40:20‑3 H208Y In vivo In vitro Foscarnet, ZDV/3TC: Mellors, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1995;39;1087‑92. Kemp, et al., J Virol. 1998;72:5093‑8. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑455. Clark, et al. AIDS. 2006;20:981‑4 L210W In vivo In vitro ZDV, TDF: Gurusinghe, et al., J Med Virol. 1995;46:238‑43. Hooker, et al., J Virol. 1996;8010‑8.Winters, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:757‑62. Fumero E and Podzamczer D. Clin Microbiol Infect. 2003 Nov;9(11):1077‑84.Re MC, et al., Int J Antimicrob Agents. 2003 Oct;22(4):388‑94. Fumero, et al, Clin Microbiol Infect. 2003 Nov;9(11):1077‑84. Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19. Caride, et al. Virology. 2000;275:107‑15 R211A R211D R211G R211S In vivo In vitro ddI, ZDV: Marcelin et.al. Antivir Ther. 2006;11:693‑9. De Luca, et al. Antivir Ther. 2006;11:S157 R211K In vivo In vitro ZDV/3TC: Kemp, et al., J Virol. 1998;72:5093‑8. Torti C, et al., J Acquir Immune Defic Syndr. 2001 Apr 15;26(5):514‑5. Brindeiro PA, et al., J Clin Microbiol. 2002 Dec;40(12):4512‑9. Handema, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2003;19:151‑60 L214F In vivo In vitro ZDV/3TC: Kemp, et al., J Virol. 1998;72:5093‑8. Torti C, et al., J Acquir Immune Defic Syndr. 2001 Apr 15;26(5):514‑5. Sturmer M, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003 Jan;47(1):54‑61. Gashnikova N, et al., Nucleosides Nucleotides Nucleic Acids. 2003 May‑Aug;22(5‑8):991‑4. Marcelin et.al. Antivir Ther 2006;11:693‑699. Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19 T215C In vivo ZDV, ddC: Slade, et al., 2nd HIV Drug Resistance Workshop. 1993, Noordwijk, The Netherlands. Perno CF, et al., AIDS. 2002 Mar 8;16(4):619‑24 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 71 Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas T215D T215S In vivo ZDV: Goudsmit, et al., J Virol. 1996;70:5662‑4. Goudsmit, et al., J Virol. 1996;71:4479‑84. Yerly, et al., J Virol. 1998;72:3520‑3. Uckun FM, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2002 Nov;46(11):3428‑36. Re MC, et al. Int J Antimicrob Agents. 2003 Oct;22(4):388‑94 T215I In vivo d4T: Coakley, et al. AIDS. 2000;14:F9‑F15 T215F In vivo In vitro ZDV: Larder, et al, Science. 1989;246:1155‑8. Kellam, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1992;89:1934‑8. Coakley, et al. AIDS;2000;14:F9‑F15 T215Y In vivo In vitro ZDV: Larder, et al. Science. 1989;246:1155‑8. Kellam, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1992;89:1934‑8. Coakley, et al. AIDS;2000;14:F9‑F15 T215N In vivo ZDV: De Baar, et al. AIDS. Res Hum Retroviruses. 2000;16:1385‑94 T215V In vitro Resistência d4T D218E In vivo Análogos timidínicos: Cane, et al. 2007;21:447‑55 E219D In vivo In vitro HIV‑2: Brandin, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2003;19:543‑50. K219Q In vivo In vitro ZDV: Larder, et al. Science. 1989;246:1155‑8 Kellam, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1992;89:1934‑8 K219R In vivo ZDV, Foscarnet: Tachedjian, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:3038‑43 K219W In vivo ddC, d4T: Lawrence, et al. JID. 1999;179:1356‑64 H221Y In vivo In vitro ITRNN: Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19. Cane, et al. AIDS, 2007;21:447‑55. Meteer, et al. Antivir ther. 2008;13:A5 K223E K223Q In vivo Análagos timidínicos: Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 P225H In vitro EFV: Bacheler LT, et al. Antimicrob Agents Chemothe. 2000;44:2475‑84 F227L In vitro NVP, EFV: Fujiwara, et al. Ant Ag Chem. 1998;42:1340‑5 F227C In vitro NVP: Vingershoets, et al. 11th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. 2004; São Francisco, USA. Abstract 621 L228R L228H L228M In vivo ZDV: Kavlick, et al. J Infect Dis. 1998;98:1506‑13. Shafer, et al. J Infect Dis. 1995;172:70‑8. Tachedjian, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:3038‑43. Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 W229Y In vitro Emevirine: Pelemans, et al. Virol. 2001;287(1):143‑50 M230I In vivo In vitro HBY 097: Kleim, et al. J Infect Dis. 1999;179:709‑13 (continua) 72 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas M230L In vivo In vitro ITRNN: Huang, et al. Antivir ther. 2000;5:24‑5 V233E In vivo ZDV, ATV: Demeter. J AIDS. 1998;19:135‑44 L234I In vitro AG1549: Fujiwara, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:1340‑5 P236L In vivo In vitro Atevirdina, DLV: Demeter, et al. J Acq Immun Def Syndr Human Retrovir. 1997;14:136‑44. Demeter, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:794‑7 P236A P236H P236R P236T In vitro DLV: Fan, et al., FEBS Lett. 1995;359:233‑8 D237E In vitro Juntamente com M184V. Fabrycki, et al. Antivir Ther. 2003;8: S8 K238S In vitro NVP: Hachiya, et al. Virology. 2004;327:215‑24 K238T In vivo ZDV, ATV: Demeter, et al., 3rd Workshop on Viral Resistance. 1993. Gathersburg, MD, USA. Demeter, et al., J Acquir Imune Defic Syndr Hum Retrovirol., 1998;19:135‑44 T240I In vitro DLV, NVP: Balzarini, et al., J Infect Dis. 1997;176:1392‑7. Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Fujiwara, et al., Antivir Chem Chemother. 1999;10:315‑20 M245T In vivo ZDV: Nijhuis, et al., J Infect Dis. 1997;176:398‑405 M245V In vivo Relacionado à ausência do Alelo B*5701 que está associado com sensibilidade ao ABC. Chui., et al. Clin Infect Dis. 2007;44:1503‑8. Mallal, et al. Lancet. 2002;359:727‑32 T253S In vivo ZDV/3TC: Nijhuis, et al., J Infect Dis. 1997;176:398‑405 I257A Q258A L260A G262A K263A N265A W266A In vitro ZDV: Beard, et al., J Biol Chem. 1994;269:28091‑7 N265D In vitro ITRNN susceptibilidade: Eshleman, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2006;22:28‑293 L283I In vivo NVP: Leigh Brown, et al. J Virol. 2000;74:10269‑73 R284K In vivo Análagos timidínicos: Waters, et al. Antivir ther. 2009;14:231‑9. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 Y318F In vitro NVP, DLV: Harrigan PR, J Virol. 2002 Jul;76(13):6836‑40. Vingershoets, et al. J Virol. 2005;79:12773‑82 Y318W In vitro NVP: Pelemans H, J Biol Chem. 1998;18;273(51):34234‑9 S322T In vivo Análagos timidínicos: Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 73 Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas G333D G333E In vivo In vitro ZDV/ 3TC, ABC: Kemp, et al., J Virol. 1998;72:5093‑8. Coakley, et al. AIDS. 2000;14:F9‑F15. Caride, et al., Virology. 2000;275:107‑15 G335C G335D In vitro ZDV: Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22 T369I In vivo ZDV: Magierowska‑Jung, et al., J Med Virol. 1997;51:48‑55 N348I In vivo In vitro ZDV, ddI: Walters, et al. Antivir Ther. 2009;14:231‑9. Hachiya, et al. J Virol. 2008;82:3261‑70 R356K In vivo Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 G359S In vivo Análagos timidínicos: Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 A360I A360T A360V In vivo In vitro Análagos timidínicos: Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55. Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22 V365I In vitro ZDV: Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22 T369I In vivo In vitro ZDV, NVP, EFV, ETV: Magierowska‑Jung, et al. J Med Virol. 19997;51:48‑55. Gupta, et al. Antivir ther. 2009;14:A140 A371V In vitro Análagos timidínicos: Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 A376S In vitro In vivo NVP: Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22. Hachiya, et al. Antiviral Res. 2009;82:115‑21 T376A In vivo ZDV, Foscarnet: Tachedjian, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:3038‑43 T377L In vivo d4T, ddC: Torti, et al. J Acquir Immune Synd 2004;36:1104‑1107. T386I In vivo ZDV/3TC: Caride, et al. Virology. 2000;275:107‑15. Torti, et al. J Acquir Immune Synd. 2004;36:1104‑7 K390R In vivo ZDV: Santos, et al. PLoS ONE. 2008;3:e781 E399D In vitro ZDV, NVP< EFV: Gupta, et al. Antivir Ther. 2006;11: s143. Poveda, et al. AIDS. 2008;22:2395‑98 A400T In vivo Acessória análogos timidínicos: Santos, et al. PLoS ONE 2008;3:e781 K451R In vivo Pacientes experimentados: Waters, et al. Antivir Ther. 2009;14:231‑9 L469T L469I L469M L469H In vivo ITRN: Roquebert, et al. J Med Virol. 2007;79:207‑2011. Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22 K470P K470S K470E K470K In vivo ITRN: Roquebert, et al. J Med Virol. 2007;79:207‑2011 (continua) 74 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas Q509L In vitro ZDV: Brehm, et al. J Virol. 2007;81:7852‑9 A554T A554L A554K In vivo ITRN: Roquebert, et al. J Med Virol. 2007;79:207‑2011 K558R K558G K558E In vivo ITRN: Roquebert, et al. J Med Virol. 2007;79:207‑2011 (continua) Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) 75 Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas W6R In vitro IDV: Melnick, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:3256‑65. Rose, et al. J Biol Chem. 1993;268:11939‑45 R8K In vitro NFV: Ho, et al. J Virol. 1994;68:2016‑20 R8Q In vitro RTV, IDV, SQV: Gulnik, et al. Biochemistry. 1995;34:9282‑7 L10F In vitro In vivo IDV, NFV, LPV, SQV, RTV, APV: Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39). Kempf, et al., J Infect Dis. 2004;189:51‑60. Marcelin, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600. Vora , et al. AIDS. 2006;20:35‑40 L10I In vivo In vitro SQV, RTV, IDV, NFV, LPV, TPV: Dulioust, et al. J Virol. 1999;73:850‑4. Eastman, et al. J Virol. 1998;72:5154‑64. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Markowitz, et al. J Infect Dis. 1998;177:1533‑40. Leigh Brown, et al. AIDS Res Human Retrovir. 1999;15:247‑53. Colonno, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2003;47(4):1324‑33. Parkin, et al. AIDS. 2003;17:955‑61. Vora , et al. AIDS 2006;20:35‑40. Naeger & Struble. AIDS. 2007;21:179‑85. L10R In vivo In vitro IDV, SQV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6 L10S In vivo TPV: Naeger & Struble. AIDS. 2007;21:179‑85 L10V In vivo IDV, SQV, RTV, APV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6. Ives, et al. J Antimicrob Chemother. 1997;39:771‑9. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Dulioust, et al. J Virol. 1999;73:850‑4. Marcelin, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600. Vora , et al. AIDS. 2006;20:35‑40. I11V In vitro SQV: Smidt, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:515‑22 T12A In vivo IPs: Svicher , et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:2015 T12I In vitro SQV: Jacobsen, et al. Virology. 1995;206:527‑34 I13A In vivo IPs, subtipo G: Vitorino , et al. 4th European HIV drug resistance Workshop. 2006, Monaco, abstract 89 I13V In vivo NFV: Markowitz, et al. J Infect Dis. 1998;177:1533‑40. Shafer, et al. J Virol. 1999;73:6197‑202. Naeger & Struble. AIDS. 2007;21:179‑85 I15A I15V In vivo SQV: Marcelin , et al. Antivir Ther. 2007;12:247‑52 V15A In vivo IPs: De Baar , et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2000;16:1385‑94 G16A In vivo LPV: Molla , et al. Antivir Ther. 2000; suppl 3:30, poster 39 G16E In vitro In vitro LPV, ATV: Vora , et al. AIDS. 2006;20:35‑40 D17N (G17N) In vitro LPV: Masse , et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:3075‑80 (continua) 76 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas G17GR In vitro IDV, SQV, NFV: Kim , et al. J Virol. 2001;75:11227‑33 Q18HL Q18QL Q18QI In vivo In vitro IDV: Brann , et al. J Virol. 2006;80:6136‑45 K20I In vivo In vitro LPV: Turner , et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2004;48:2993‑98. Parkin , et al. AIDS. 2003;17:955‑61 K20M In vivo In vitro IDV, LPV, RTV, APV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Marcelin, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600. Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32. K20R In vivo In vitro RTV, IDV, NFV, LPV, SQV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6; Molla, et al Nature Medicine. 1996;2:760‑6. Kemp, et al., J Virol. 2001;75:7462‑9. Marcelin, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600.Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32. Bessong. Trop Med Int Health. 2008;13:144‑51 K20T In vivo In vitro NFV: Schiver , et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:2015 A22AV In vivo Kim , et al. J Virol. 2001;75:11227‑33 L23V In vitro IDV: Vaca, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1994;91:4096‑100 L24I In vivo In vitro IDV, RTV, LPV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39) L24M In vivo TPV: Hall , et al. Antivir Ther. 2009;14:A53 D25DH In vivo Kim , et al. J Virol. 2001;75:11227‑33 A28S In vitro Yoshimura , et al. J Virol. 2002;76:1349‑58 D30N In vivo In vitro NFV, SQV: Patick, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:2637‑44. Markowitz, et al. J Infect Dis. 1998;177:1533‑40. Zolopa, et al. Ann Intern Med. 1999;131:813‑21. Dronda , et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2001;17:211‑215. Gonzalez, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2004;48:3552‑5 L31LL In vivo Tramuto , et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2005;21:420‑3 V32I In vivo In vitro IDV, APV: Condra , et al. Nature. 1995;374:569‑71. Maguire, et al., Antivir Ther. 1999;5(suppl 1)30 (poster 43). Dealaugerre, et al. AIDS. 2007;21:1210‑2 L33F In vivo RTV, ATV, TPV, DRV: Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2:760‑6. Shafer, et al. J Virol. 1999;73:6197‑202. Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39). Parkin, et al., AIDS. 2003;17:955‑61. Kozal , et al. Antivir Ther. 2006;11:457‑63.Vora, et al. AID 2006;20:35‑40. Lambert‑Niclot, et al. Antimicrob Agents Chemote 2008;52:491‑6 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 77 Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas L33I In vivo RTV, ATZ, TPV: Koch, et al. J Clin Microbiol. 1999;37:1595‑7. Naeger & Struble. AIDS. 2007;21:179‑85. Vora, et al. AIDS. 2006;20:35‑40 L33V In vivo ATV, TPV: Naeger & Struble. AIDS. 2007;21:179‑85. Vora, et al. AIDS. 2006;20:35‑40 E34K In vivo RTV: Schmit, et al. AIDS. 1996;10:995‑9 E34Q In vitro LPV: Parkin, et al., AIDS. 2003;17:955‑961. Schiver , et al. Antimicrob Agents Chemoter 2005;49:1015 E35D In vivo In vitro RTV, IDV, NFV: Shafer, et al. J Virol. 1999;73:6197‑202. Marcelin, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600. E35EG In vitro RTV, IDV, SQV, NFV, APV, LPV: Paolucci , et al. Antiviral Res. 2006;69:181‑5. Kozisek, et al. J Virol. 2008;82:5869‑78. E35ETN In vitro LPV:: Paolucci, et al. Antiviral Res. 2006;69:181‑5 E35X In vivo IPs: Deforche, et al. 3rd European HIV Drug Resistance w\ Workshop. 2005; Athens Abstract 1.6 M36I M36V M36L In vivo IDV, NFV, SQV, RTV, LPV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6. Patick, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:2637‑44. Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39). Kempf, et al., J Infect Dis. 2004;189:51‑60. Handema R, et al., AIDS Res Hum Retroviruses. 2003;19 (2):151‑60 M36TNL In vivo IPs: Grant , et al. Antivir Ther. 2001;6:44. N37D In vivo In vitro LPV, RTV, SQV: Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39). Abecasis , et al. Antivir Ther. 2006;11:581‑9 S37N In vivo In vitro Polimorfismo: Bossi, et al. J Clin Microbiol. 1999;37:2910‑2. Nash‑Alexander, et al. Antivit Ther. 1999;4:13 G40GK In vivo Jordan, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2009;25:547‑50 R41K In vivo RTV, APV: Marcelin, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600 R41T In vitro DRV: De Meyer, et al. Antivir Ther. 2002;7:S5 K43T In vitro LPV: Parkin, et al., AIDS. 2003;17:955‑961. Svicher , et al. Antimicrob Agents Chemoter 2005;49:2015 E44P In vivo IPs: Torti, et al. J Med Virol. 2004;74:29‑33 K45I In vitro NFV: Ala, et al. Biochemistry. 1997;36:1573‑80. Patick, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:2637‑44 K45R In vivo NFV: Schiver, et al. Antimicrob Agents Chemote 2005;49:2015‑1015. HIV‑2: Telles, et al. Antivir Ther. 1999;4:36 M46F In vitro A7703: Kaplan, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1994;91:5597‑601 (continua) 78 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas M46I In vivo In vitro IDV, NFV, LPV, SQV, RTV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑8276. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2:760‑766. Patick, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:2637‑2644. Marcelin, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600.Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39). Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32 M46L In vivo In vitro IDV, NFV, LPV, RTV, APV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑8276. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑6670. Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2:760‑766. Patick, et al. Antimicrob AgentsChemothe 1998;42:2637‑2644. Ala, et al. Biochemistr 1997;36:1573‑1580. Karmochkine, et al., Antivir Ther. 2000;47;179‑88. Vora, et al. AIDS. 2006;20:35‑40 I47A In vitro In vivo RTV, LPV: Mo, et al. J Virol. 2005;79:3329‑38. Rodés, et al. AIDS. 2006;20:127‑129. Masse, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:3075‑80 I47L In vitro IDV: Vacca, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1994;91:4096‑100 I47V In vivo In vitro LPV, APV, DRV: Carrillo, et al. J Virol. 1998;72:7532‑41. Pazhabisamy, et al. J Biol Chem. 1996;271:17979‑85. Kagan, et al., Antivir ther. 2003;8 suppl 4. Delaugerre, et al. AIDS. 2007;21:1210‑12. Descamps, et al. J Antimicrob Chemoter. 2009;69:585‑92 G48E In vitro SQV: Zimmer, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2008;48:255‑62 G48V In vivo In vitro SQV, IDV, RTV, LPV, NFV: Schapiro, et al. Ann Intern Med. 1996;124:1039‑950. Ives, et al. J Antimicrob Chemother. 1997;39:771‑9. Craig, et al. AIDS. 1998;12:1611‑18. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Paulsen. AIDS Res Human Retrovir. 2002;18:1011‑9 G48M In vitro LPV: Parkin, et al., AIDS. 2003;17:955‑61 I50L In vivo In vitro ATV: Colonno, et al. Antivir Ther. 2002;7 suppl 4. Sista, et al. J Clin Virol. 2008;42:405‑8 I50V In vivo In vitro APV, LPV: Pazhanisamy, et al. J Biol Chem. 1996;271:17979‑85. Taylor, et al. Antivir Chem Chemother. 1996;7:253‑60. Delaugerre, et al. AIDS. 2007;21:1210‑12. Mo, et al. J Virol. 2005;79:3329‑38 G52S In vivo NFV: Markowitz, et al. J Infect Dis. 1998;177:1533‑540 F53L In vivo In vitro RTV, LPV: Kempf, et al., J Virol. 2001;75(16), 7462‑9. Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. Svicher, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:2015 I54L In vitro SQV, APV, LPV, RTV, DRV, NFV: Smidt, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32. Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:515‑22. Parkin, et al., AIDS. 2003;17:955‑61. Poveda, et al. Antivir Ther. 2009;14:A55. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 79 Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas I54T In vitro IDV, RTV, LPV: Paulsen, et al. AIDS Res Hum retroviruses. 2002;18:1011‑19. Potts, et al. Antivir Chem Chemother. 1997;8:447‑56 I54V In vivo In vitro RTV, SQV, NFV, LPV, IDV: Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2:760‑6. Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑76. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Larder, et al., AIDS. 2000;14:1943‑8 I54M In vitro LPV, RTV: Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32. Lambert‑Niclot, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2008;52:491‑6. Descamps, et al. J Antimicrob Chemoter. 2009;69:585‑92 K55R In vivo In vitro LPV: Svicher, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:2015‑2015. Margerison, et al. J Antimicrob Chemoter. 2008;61:786‑91 K57R In vitro SQV: Jacobsen, et al. Virology. 1995;206:527‑34. Abecasis, et al. Antivir Ther. 2006;11:581‑9 R57K In vivo SQV, RTV: Harrigan, et al. AIDS. 1999;13:1863‑71. Masquelier, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2003;47:3623‑6 Q58E In vivo RTV, IDV, NFV, SQV: Shafer, et al. J Virol. 1999;73:6197‑202. Pelegrin, et al. Antivir Ther. 2006;11:421‑9 D60E D60N D60Y In vivo In vitro SQV, NFV, RTV: Shafer, et al. J Virol. 1999;6197‑202. Ala, et al. Biochemistry. 1997;36:1573‑80. Vora, et al. AIDS. 2006;20:35‑40 Q61D In vivo LPV, RTV: Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39) I62V In vivo SQV, NFV, RTV: Molla, et al. 6th International Workshop on HIV Drug Resistance. 1997, St. Petersburg, FL, USA, Abstract 83. Markowitz, et al. J Infect Dis. 1998;177:1533‑1540. Sevin, et al., J Infect Dis. 2000;182:59‑67. Marcelin, et al. Antivir Ther. 2007;12:247‑52 L63A L63P L63T In vivo In vitro RTV, IDV, SQV, NFV, LPV: Bossi, et al. J Clin Microbiol. 1999;37:2910‑2. Shafer, et al. J Virol. 1999;6197‑202. Eastman, et al. J Virol. 1998;72:5154‑64. Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6. Marcelin, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600. Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32 L63I In vivo NFV: Markowitz, et al. J Infect Dis. 1998;177:1533‑40 L63Q In vivo IDV: Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Svicher, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:2015 L63V In vitro SQV: Jacobsen, et al. Virology. 1995;206:527‑34. I64V In vivo IDV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6 H69N In vivo IPs: Svicher , et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:2015 H69Y In vitro LPV: Carrillo, et al. J Virol. 1998;72:7532‑41 K70E In vitro DRV: DeMeyer, et al. Antivir Ther. 2002;7:S5 (continua) 80 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas A71T A71V A71L In vivo In vitro IDV, RTV, NFV, LPV: Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Dulioust, et al. J Virol. 1999;73:73 850‑4. Molla, et al. Nature Medicina. 1996;2:760‑6. Markowitz, et al. J Infect Dis. 1998;177:1533‑40. Shafer, et al. J Virol. 1999;73:6197‑202. Harrigan, et al. AIDS. 1999;13:1863‑71. Servais, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2001;45:893‑900. Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑2932. Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32 I72L In vivo IDV: Vitorino, et al., 4th European HIV drug resistance Workshop. 2006, Monaco, abstract 89. G73A In vitro LPV: Monno, et al. J Acquir immune Defic Syndr. 2003;33:439‑47 G73S G73T In vivo In vitro IDV, SQV, ATV, APV, TPV, NFV: Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70.Dulioust, et al. J Virol. 1999;73:850‑4.Baxter, et al 2nd International Workshop on HIV Drug Resistance & Treatment Strategies. 1998; Lake Maggiore, Italy, Abstract 91. Lawrence, et al.J Infect Dis. 1999;179:1356‑64. Lambert‑Niclot, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2008;52:491‑6 T74A T74S In vivo In vitro SQV: Shafer, et al. J Virol. 1999;73:6197‑202. Torti, et al. J Acquir Immune Synd. 2004;36:1104‑7. Soares, et al. Antivir Ther. 2009;14:A92 T74P In vivo DRV: Descamps, et al. J Antimicrob Chemoter. 2009;69:585‑92. V75I In vitro Telinavir: Moutouh, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1996;93:6106‑11 L76M In vitro SQV: Sardana, et al. Biochemistry. 1994;33:2004‑10 L76V In vivo In vitro RTV, LPV: Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39).Delaugerre, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2009;53:2934‑9 V77I In vivo In vitro RTV, NFV, IDV: Eastman, et al. J Virol. 1998;72:5154‑64. Patick, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:2637‑44. Shafer, et al. J Virol. 1999;73:6197‑202. Bossi, et al. J Clin Microbiol. 1999;37:2910‑12 T80I In vitro IPs: Wu , et al. Antivir Ther 2006;11: S152 P81S In vitro Wu , et al. Antivir Ther. 2006;11:S152 P81T In vivo In vitro Telinavir: Moutouh, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1996;93:6106‑11 I82A I82F I82L I82M I82T In vivo HIV‑2: Descamps, et al., Antivir Ther. 2002;7: suppl 114. Ntemgwa, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:604‑10. Camacho, et al. Antiviral Ther. 2005;10: S151 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 81 Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas V82A In vivo In vitro RTV, IDV, SQV, NFV, LPV: Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2:760‑6. Eastman, et al. J Virol. 1998;72:5154‑64. Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑7276. Zhang, et al. J virol. 1997;71:6662‑70. Winters, et al. J Virol. 1998;72:5303‑06. Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39). Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32 V82D V82E In vitro U71038: Lin, et al. Biochemistry. 1995;34:1143‑52 V82F In vivo In vitro RTV, IDV, NFV, APV, LPV: Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2:760‑6. Eastman, et al. J Virol. 1998;72:5154‑64. Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑76. Kempf, et al., J Virol, 2001;75(16):7462‑9. Colonno, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2003;47(4):1324‑33 V82I In vitro SQV, RTV, IDV, APV Turner , et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2004;48:2993‑8. Koh, et al. 14 th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections, Los Angeles, Abstract 606 V82S In vivo In vitro RTV, ATV, LPV: Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2 760‑6. V82T In vivo In vitro RTV, NFV, SQV, IDV: Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2 760‑6. Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6. Martínez‑Picado, et al., Virology. 2000;275:318‑22. V82L In vitro In vivo TPV: McCallister, et al., Antivir Ther. 2003;8 suppl 16. Naeger & Struble. AIDS. 2007;21:179‑85 V82F V82M In vivo IPs: Descamps, et al., Antivir Ther. 2002;7: suppl 114. V82S In vivo In vitro RTV, LPV: Molla, et al., Nat Med. 1996;2:760‑6 I84A In vitro In vivo Derivados Palinavir: Croteau, et al. J Virol. 1997;71:1089‑96. Mo, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:732‑35 I84C In vitro Mo, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:732‑5 I84L In vitro SQV, APV: Markland, et al., J Virol. 2000;74:7636‑41 I84V In vivo In vitro RTV, IDV, APV, LPV, SQV, NVF, TPV: Molla, et al., Nat Med. 1996;2:760‑6.Condra, et al. J Virol 1996;70:8270‑6. Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32. Kempf, et al., J Virol. 2001;75:7462‑9. McCalister, et al., Antivir Ther. 2003;8(Suppl 15). Lambert‑Niclot, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2008;52:491‑6. Naeger & Struble. AIDS. 2007;21:179‑85 I85V In vivo In vitro ATV: Vora, et al. AIDS. 2006;20:35‑40. Asahchop, et al. Antivir Ther. 2009;14:A146 N88D In vivo In vitro NFV: Patick, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:2637‑44. Kempf, et al., J Virol. 2001;75:7462‑9. Mitsuya, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2006;22:1300‑5 (continua) 82 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas N88G In vivo RTV, LPV: Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39) N88S In vitro In vivo IDV, NFV, APV: Li, et al.; Antivir Ther. 1999;4(Suppl 1):12. Lim & Parkin., Clin Infectd Dis. 2003;37:1273‑4 I89V In vitro LPV: Carrillo, et al., J Virol. 1998;72:7532‑41 L89I In vivo RTV, LPV: Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 [poster 39] L89M In vivo In vitro IDV, LPV: Condra, et al., J Virol. 1996;70:8270‑6. Zhang, et al., J Virol. 1997;71:6662‑0. Gonzalez, et al. J Antimicrob Chemoter. 2008;61:1201‑4. Handema R, et al., AIDS Res Hum Retroviruses. 2003;19 (2):151‑60 L89V In vivo DRV, RTV: Lambert‑Niclot , et al., Antimicrob Agents Chemoter. 2008;52:491‑6 M89I M89V In vivo Subtipos C, F e G: Abecasis, et al., AIDS. 2005;19:1799‑806. Gonzalez, et al. J Antimicrob Chemoter. 2008 L90I In vivo SQV: Ives, et al., J Antimicrob Chemother. 1997;39:771‑9 L90M In vivo In vitro SQV, NFV, RTV, IDV: Eastman, et al., Virol. 1998;72:5154‑64. Zhang, et al., J Virol. 1997;71:6662‑70. Patick, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:2637‑44. Schapiro, et al., Ann Intern Med. 1996;124:1039‑50. Ives, et al., J Antimicrob Chemother. 1997;39:771‑9. Craig, et al., AIDS 1998;12:1611‑8. Churchill, et al., AIDS Res Human Retrovir. 1999;15:1181‑9. Harrigan, et al., AIDS. 1999;13:1863‑71. Lawrence, et al., J Infect Dis. 1999;179:1356‑64. Ives, et al., J Antimicrob Chemother. 1997;39:771‑9. Ala, et al., Biochemistry. 1997;36:1573‑80. Kempf, et al., J Virol. 2001;75(16), 7462‑9. Colonno, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47(4):1324‑33. Ntemgwa, et al., Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:604‑10 T91S In vitro LPV: Carrillo, et al., J Virol. 1998;72:7532‑41 I93L In vivo IDV, NFV: Markowitz, et al., J Infect Dis. 1998;177:1533‑40. Servais, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2001;45:893‑900. Handema R, et al., AIDS Res Hum Retroviruses. 2003;19(2):151‑60 C95F In vivo SQV, IDV: Svicher, et al., Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:2015 L97V In vitro DMP 323: King, et al. Antivir Chem Chemothr. 1995;6:80‑8 L99F In vitro HIV‑2: Ntemgwa, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:604‑10 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 83 Tabela 12 C. Mutações nos aminoácidos da integrase que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas H51Y In vivo/In vitro EVG, RAL: Hatano, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2010 1;54(4):389‑93; Reuman, et al. Antimicrob Agents Chemother. 54(2):934‑936; Jones, et al. Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections, Los Angeles, CA, February 25‑28, 2007 Abstract 627; Shimura, et al. J Virol. 2008 Jan;82(2):764‑74 V54I In vitro RAL: Goethals, et al. Virology. 2010 402(2):338‑46 T66A In vitro EVG, RAL: Charpentier, et al. HIV Med. 2008;9:765‑770; Hatano, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2010;54:389‑393; Goethals, et al. J Virol. 2008;82:10366‑74; Kobayashi, et al. Antiviral Res. 2008;80:213‑222 T66I In vitro EVG: Shimura, et al. J Virol. 2008;82:764‑774; Goethals, et al. J Virol. 2008;82:10366‑74; Kobayashi, et al. Antiviral Res. 2008;80:213‑22; Jones, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2009;53:1194‑1203; Goethals, et al. Virology. 2010;402:338‑346 T66K In vitro EVG, DTG, RAL: Kobayashi, et al. Antiviral Res. 2008;80:213‑222; Seki, et al. 17th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. San Francisco, CA, USA, 2010 L68IV In vivo EVG, RAL: Goodman, et al. XVII International HIV Drug Resistance Workshop. Sitges, Spain 2008, Goethals, et al. J Virol. 2008;82:10366‑10374 V72I In vitro Hazuda, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2004;101:11233‑8 L74MR In vivo/In vitro RAL: Cooper, et al. N Engl J Med. 2008;359:355‑365; Sichtig, et al. J Antimicrob Chemother. 2009;64(1):25‑32; Wittkop, et al. J Antimicrob Chemother.2009;63(6):1251‑1255; Kobayashi, et al. Antiviral Res. 2008;80:213‑22; Miller, et al. XVII HIV Drug Resistance Workshop. Sitges, Spain 2008; Jones, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2009;53:1194‑203; Reuman, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2010;54:934‑936; Hombrouck et aI. Antimicrob Agents Chemother. 2008;52:2069‑78; Fikkert er al. J Virol. 2003;77:11459‑70; Fikkert er al. AIDS. 2004;18:2019‑28 E92Q In vivo/In vitro EVG, RAL: Shimura, et al. J Virol. 2008;82:764‑74; Goethals, et al. J Virol. 2008;82:10366‑74; Malet, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2008;52:1351‑8; Jones, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2009;53:1194‑203;Sichtig, et al. J Antimicrob Chemother. 2009;64(1):25‑32; Goethals, et al. Virology. 2010;402:338‑46; Cooper et aI. N Engl J Med. 2008;359:355‑65; Goodman et aI. Antivir Ther. 2008;13 (suppl. 3): A15 (continua) 84 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas E92Q In vitro DTG: Sato, et al. 9th Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy. San Francisco, CA, USA, September 12‑15 2009; Sato, et al. 8th European HIV Drug Resistance Workshop. Sorrento, Italy, March 17‑19 2010; Kobayashi, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2011;55:813‑821 E92V In vitro EVG, RAL: Jones, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2009;53:1194‑1203; Kobayashi, et al. Antiviral Res 2008;80:213‑22 Q95K In vitro/ In vivo EVG, RAL: Shimura, et al. J Virol. 2008;82:764‑74; Merck 2009 Isentress. Package Insert T97A In vivo RAL: Fransen, et al. 16th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infection. Montreal, Canada 2009; Reuman, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2010;54:934‑6; Malet, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2008;52:1351‑1358; Miller, et al. XVII HIV Drug Resistance Workshop. Sitges, Spain 2008; Canducci, et al. AIDS. 2009;23:455‑460 H114Y In vivo EVG: Goethals, et al. J Virol. 2008;82:10366‑74 G118R In vitro Kobayashi, et aI. Antiviral Res. 2008;80:213‑22 F121Y In vitro EVG, RAL: Rowley Prog Med Chem. 2008;46:1‑28; Shimura, et al. J Virol. 2008;82:764‑74; Kobayashi, et al. Antiviral Res. 2008;80:213‑22; Jones, et al. 14th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Los Angeles, CA, USA 2007 E138A/K In vivo/In vitro EVG, RAL, DTG: Hazuda, et al. VI International HIV Drug Resistance Workshop. St. Michael, Barbados 2007; McColl, et al. 16th International HIV Drug Resistance Workshop. Barbados, West Indies 2007; Sato, et al. 9th Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy. San Francisco, CA, USA, September 12‑15 2009; Kobayashi, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2011;55:813‑21; Goethals, et al. Virology. 2010;402:338‑46; Shimura, et al. J Virol. 2008;82:764‑74; Goethals, et al. J Virol. 2008;82:10366‑74; Jones, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2009;53:1194‑203; Seki, et al. 17th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. San Francisco, CA, USA 2010 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 C. Mutações nos aminoácidos da integrase que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 85 Tabela 12 C. Mutações nos aminoácidos da integrase que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas G140ASC In vitro/In EVG, RAL: Jones, et al. Antimicrob Agents Chemother. vivo 2009;53:1194‑203; Quercia, et al. J Virol. 2009;83:10245‑9; McColl, et al. 16th International HIV Drug Resistance Workshop. Barbados, West Indies 2007; Charpentier, et al. HIV Med. 2008;9:765‑70; Canducci, et al. AIDS. 2009;23:455‑60; Sichtig, et al. J Antimicrob Chemother. 2009;64(1):25‑32; Wittkop, et al. J Antimicrob Chemother.2009;63(6):1251‑5; Hatano, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2010;54:389‑93; McColl, et al. 16th International HIV Drug Resistance Workshop. Barbados, West Indies 2007; Cooper, et al. N Engl J. Med. 2008;355‑65 Y143RHC In vivo P145S In vivo P145S In vitro EVG: Garvey, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2008;52:901‑8; Kobayashi, et al. Antiviral Res. 2008;80:213‑22; Seki, et al. 17th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. San Francisco, CA, USA, 2010 Q146P In vitro EVG: Shimura, et al. J Virol. 2008;82:764‑74 S147G In vitro EVG: McColl, et al. 16th International HIV Drug Resistance Workshop. Barbados, West Indies 2007; Shimura, et al. J Virol. 2008;82:764‑74 RAL: Van Baelen, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2009;53:2185‑8 Q148HKR In vivo/In vitro EVG, RAL: McColl, et al. 16th International HIV Drug Resistance Workshop. Barbados, West Indies 2007; Cooper, et al. N Engl J Med. 2008;359:355‑65; Canducci, et al. AIDS. 2009;23:455‑60; Sichtig, et al. J Antimicrob Chemother. 2009;64(1):25‑32; Wittkop, et al. J Antimicrob Chemother.2009;63(6):1251‑5; Hatano, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2010;54:389‑93; Kobayashi, et al. Antiviral Res. 2008;80:213‑22; Fransen, et al. J Virol. 2009;83:11440‑6; Jones, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2009;53:1194‑203;Goethals, et al. Virology. 2010;402:338‑46; Fransen, et al. 16th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infection. Montreal, Canada 2009; Malet, et al. Agents Chemother. 2008;52:1351‑8; Cooper, et al. J Med. 2008;359:355‑65. DTG: Seki, et al. 17th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. San Francisco, CA, USA, 2010 RAL: Canducci, et al. AIDS. 2009;23:455‑60; Sichtig, et al. J Antimicrob Chemother. 2009;64(1):25‑32; Wittkop, et al. J Antimicrob Chemother;2009;63(6):1251‑5; Hatano, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2010;54:389‑393; Fransen, et al. 16th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infection. Montreal, Canada 2009; Reuman, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2010;54:934‑6; Cooper, et al. N Engl J. Med. 2008;355‑65 (continua) 86 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas V151I In vitro EVG, RAL: Hazuda, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2004;101:11233‑8; Markowitz, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2007;46:125‑33; McColl, et al. 16th International HIV Drug Resistance Workshop. Barbados, West Indies 2007; Rowley Prog Med Chem. 2008;46:1‑28; Low, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2009;53:4275‑82; Malet, et al. Agents Chemother. 2008;52:1351‑8 V151A In vitro EVG, RAL: Jones, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2009;53:1194‑203 V151L In vitro EVG, RAL, DTG: Kobayashi, et al. Antiviral Res. 2008;80:213‑22; Seki, et al. 17th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. San Francisco, CA, USA, 2010 S153Y In vitro EVG, DTG: Jones, et al. 14th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Los Angeles, CA, USA 2007; Shimura, et al. J Virol. 2008;82:764‑74; Kobayashi, et al. Antiviral Res. 2008;80:213‑22; Marinello, et al. Biochemistry. 2008;47:9345‑9354; Hazuda et aI. Science. 2000;287:646‑50 M154IL In vitro L‑870812: Hazuda, et al. Science. 2000;287:646‑50; Hazuda, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2004;101:11233‑8 N155H In vivo EVG, RAL: McColl, et al. 16th International HIV Drug Resistance Workshop. Barbados, West Indies 2007; Cooper, et al. N Engl J Med. 2008;359:355‑365; Malet, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2008;52:1351‑8; Canducci, et al. AIDS. 2009;23:455‑60; Sichtig, et al. J Antimicrob Chemother. 2009;64(1):25‑32; Wittkop, et al. J Antimicrob Chemother. 2009;63(6):1251‑5; Hatano, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2010;54:389‑93; Kobayashi, et al. Antiviral Res. 2008;80:213‑22; Jones, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2009;53:1194‑203;Goethals, et al. Virology. 2010;402:338‑46; Reuman, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2010;54:934‑6. DTG: Seki, et al. 17th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. San Francisco, CA, USA, 2010 N155S In vitr<o EVG, RAL: Kobayashi, et al. Antiviral Res. 2008;80:213‑22; Jones, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2009;53:1194‑203;Goethals, et al. Virology. 2010;402:338‑46 E157Q In vivo EVG: Jones, et al. 14th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Los Angeles, CA, USA 2007; Shimura, et al. J Virol. 2008;82:764‑74; Goethals, et al. Virology. 2010;402:338‑46; Reuman, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2010;54:934‑6 G163K/R In vivo RAL: Markowitz, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2007;46:125‑33; Merck 2009 Isentress. Package Insert G163R In vitro Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 C. Mutações nos aminoácidos da integrase que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 87 Tabela 12 C. Mutações nos aminoácidos da integrase que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas G193E In vitro DTG: Sato, et al. 9th Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy. San Francisco, CA, USA, September 12‑15 2009; Kobayashi, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2011;55:813‑21 I203M In vivo RAL: Cooper, et al. N Engl J Med. 2008;359:355‑65; Malet, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2008;52:1351‑8; da Silva, et al. J Antimicrob Chemother. 2010;65:1262‑9 S230R In vivo EVG, RAL, DTG: Low, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2009;53:4275‑82 R263K In vivo EVG: Jones, et al. 14th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Los Angeles, CA, USA 2007 (continua) 88 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas A364V In vitro Bevimimat: Adamson, et al. J Virol. 2006;80:10957‑71; Margot, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2010;54:2345‑53; Martin, et al. Antivir. Chem. Chemother. 2008;19:107‑13; McCallister, et al. Antivir. Ther. 2008;13(Suppl. 3):A10; Van Baelen, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2009;53:2185‑8; Knapp, et al. J Clin Microbiol. 2011 Jan;49(1):201‑8 A366T/V In vitro Bevimimat: Adamson, et al. J Virol. 2006;80:10957‑71; Margot, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2010;54:2345‑53; Martin, et al. Antivir. Chem. Chemother. 2008;19:107‑13; McCallister, et al. Antivir. Ther. 2008;13(Suppl. 3):A10; Van Baelen, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2009;53:2185‑8; Knapp, et al. J Clin Microbiol. 2011 Jan;49(1):201‑8 G373S In vitro Bevimimat: Adamson, et al. J Virol. 2006;80:10957‑71; Margot, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2010;54:2345‑53; Martin, et al. Antivir. Chem. Chemother. 2008;19:107‑13; McCallister, et al. Antivir. Ther. 2008;13(Suppl. 3):A10; Van Baelen, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2009;53:2185‑8; Knapp, et al. J Clin Microbiol. 2011 Jan;49(1):201‑8 H358Y In vitro Bevimimat: Adamson, et al. J Virol. 2006;80:10957‑71; Margot, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2010;54:2345‑53; Martin, et al. Antivir. Chem. Chemother. 2008;19:107‑13; McCallister, et al. Antivir. Ther. 2008;13(Suppl. 3):A10; Van Baelen, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2009;53:2185‑8; Knapp, et al. J Clin Microbiol. 2011 Jan;49(1):201‑8 V362L/I In vitro Bevimimat: Adamson, et al. J Virol. 2006;80:10957‑71; Margot, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2010;54:2345‑53; Martin, et al. Antivir. Chem. Chemother. 2008;19:107‑13; McCallister, et al. Antivir. Ther. 2008;13(Suppl. 3):A10; Van Baelen, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2009;53:2185‑8; Knapp, et al. J Clin Microbiol. 2011 Jan;49(1):201‑8 L363F/M In vitro Bevimimat: Adamson, et al. J Virol. 2006;80:10957‑71; Margot, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2010;54:2345‑53; Martin, et al. Antivir. Chem. Chemother. 2008;19:107‑13; McCallister, et al. Antivir. Ther. 2008;13(Suppl. 3):A10; Van Baelen, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2009;53:2185‑8; Knapp, et al. J Clin Microbiol. 2011 Jan;49(1):201‑8 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 D. Mutações nos aminoácidos do gag que conferem resistência aos ARVs específicos (bevirimat) ou mutações relacionadas à resistência aos IPs na PR (sítios de clivagem), em processo conhecido como coevolução ou epistasia. O bevirimat não será usado como ARV, mas deverá ser usado em géis para profilaxia pré‑exposição. Algumas mutações do bevirimat também são mutações em sítios de clivagem da PR no gag (continuação) (continua) 89 Tabela 12 D. Mutações nos aminoácidos do gag que conferem resistência aos ARVs específicos (bevirimat) ou mutações relacionadas à resistência aos IPs na PR (sítios de clivagem), em processo conhecido como coevolução ou epistasia. O bevirimat não será usado como ARV, mas deverá ser usado em géis para profilaxia pré‑exposição. Algumas mutações do bevirimat também são mutações em sítios de clivagem da PR no gag (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas Q369H In vitro Bevimimat: Adamson, et al. J Virol. 2006;80:10957‑71; Margot, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2010;54:2345‑53; Martin, et al. Antivir. Chem. Chemother. 2008;19:107‑13; McCallister, et al. Antivir. Ther. 2008;13(Suppl. 3):A10; Van Baelen, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2009;53:2185‑8; Knapp, et al. J Clin Microbiol. 2011 Jan;49(1):201‑8 V370A/M/del In vitro Bevimimat: Adamson, et al. J Virol. 2006;80:10957‑71; Margot, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2010;54:2345‑53; Martin, et al. Antivir. Chem. Chemother. 2008;19:107‑13; McCallister, et al. Antivir. Ther. 2008;13(Suppl. 3):A10; Van Baelen, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2009;53:2185‑8; Knapp, et al. J Clin Microbiol. 2011 Jan;49(1):201‑8 T371A/del In vitro Bevimimat: Adamson, et al. J Virol. 2006;80:10957‑71; Margot, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2010;54:2345‑53; Martin, et al. Antivir. Chem. Chemother. 2008;19:107‑13; McCallister, et al. Antivir. Ther. 2008;13(Suppl. 3):A10; Van Baelen, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2009;53:2185‑8; Knapp, et al. J Clin Microbiol. 2011 Jan;49(1):201‑8 S373P In vitro Bevimimat: Adamson, et al. J Virol. 2006;80:10957‑71; Margot, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2010;54:2345‑53; Martin, et al. Antivir. Chem. Chemother. 2008;19:107‑13; McCallister, et al. Antivir. Ther. 2008;13(Suppl. 3):A10; Van Baelen, et al. Antimicrob. Agents Chemother. 2009;53:2185‑8; Knapp, et al. J Clin Microbiol. 2011 Jan;49(1):201‑8 (continua) 90 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas E312Q In vivo ZDV: Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22 G335C/D In vivo ZDV: Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22 N348I In vivo/In vitro ZDV, 3TC, NVP, DLV, EFV, ETR: Lengruber, et al. J Antimicrob Chemother.; Ehteshami M, et al. J Biol Chem 2008;283:22222‑32 2011;66:702‑08; Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22; Yap, et al. PLoS Med. 2007;4:e335; von Wyl, et al. J Infect Dis. 2010;201:1054‑62; Gupta, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2010;54:1973‑80; Nikolenko, et al. J Virol. 2010;84:5238‑49 G359A ZDV: Nikolenko, et al. Antivir Ther. 2008;13(Suppl 3):A60 A360I/V In vivo ZDV, NVP, DLV, EFV, ETR: Ehteshami M, et al. J Biol Chem. 2008;283:22222‑32; Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22; Nikolenko, et al. Antivir Ther. 2008;13(Suppl 3):A60; Nikolenko, et al. J Virol. 2010;84:5238‑49; Santos, et al. PLoS One. 2008;3:e1781 V365I In vivo ZDV: Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22 T369I/V In vivo ZDV, NVP, DLV, EFV, ETR: Lengruber, et al. J Antimicrob Chemother. 2011;66:702‑08; Nikolenko, et al. J Virol. 2010;84:5238‑49; Gupta, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2010;54:1973‑80 A371V In vivo/In vitro ZDV, 3TC, ABC, NVP: Lengruber, et al. J Antimicrob Chemother. Brehm, et al. J Virol. 2007;81:7852‑9 2011;66:702‑08; Santos, et al. PLoS One. 2008;3:e1781 A376S In vivo ZDV, NVP, DLV, EFV, ETR: Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22; Nikolenko, et al. J Virol. 2010;84:5238‑49 T377L In vivo d4T: Torti, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2004;36:1104‑7 T386I In vivo d4T: Torti, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2004;36:1104‑7 K390A/R In vivo ZDV: Nikolenko, et al. Antivir Ther. 2008;13(Suppl 3):A60; Santos, et al. PLoS One. 2008;3:e1781 K395A In vivo ZDV: Nikolenko, et al. Antivir Ther. 2008;13(Suppl 3):A60 E396A In vivo ZDV: Nikolenko, et al. Antivir Ther. 2008;13(Suppl 3):A60 E399D In vivo NVP. DLV, EFV, ETR: Nikolenko, et al. J Virol. 2010;84:5238‑49 T400A In vivo ZDV: Delviks‑Frankenberry, et al. J Virol. 2009;83:8502‑13; Santos, et al. PLoS One. 2008;3:e1781 K451R In vivo Lengruber, et al. J Antimicrob Chemother. 2011;66:702‑8 L469T/I/M/H In vivo Roquebert, et al. J Med Virol. 2007;79:207‑11 T470P/S/E/K In vivo Roquebert, et al. J Med Virol. 2007;79:207‑11 T473M In vivo ZDV: Nikolenko, et al. Antivir Ther. 2008;13(Suppl 3):A60 Q475A In vivo ZDV, NVP, DLV: Nikolenko, et al. Antivir Ther. 2008;13(Suppl 3):A60; Nikolenko, et al. J Virol 2010;84:5238‑49 K476A In vivo ZDV: Nikolenko, et al. Antivir Ther. 2008;13(Suppl 3):A60 D488E In vivo Lengruber, et al. J Antimicrob Chemother. 2011;66:702‑8 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 E. Mutações nos aminoácidos na região da RNAse H relacionadas à resistência a ITRN e ITRNN em processo de coevolução (epistasia) (continuação) (continua) 91 Tabela 12 E. Mutações nos aminoácidos na região da RNAse H relacionadas à resistência a ITRN e ITRNN em processo de coevolução (epistasia) (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas D488E In vivo ZDV: Lengruber, et al. J Antimicrob Chemother. 2011;66:702‑8 Y501A/F In vivo ZDV, NVP, DLV: Nikolenko, et al. Antivir Ther. 2008;13(Suppl 3):A60; Nikolenko, et al. J Virol. 2010;84:5238‑49 I505A In vivo ZDV: Nikolenko, et al. Antivir Ther. 2008;13(Suppl 3):A60 Q509L In vitro ZDV, 3TC, ABC: Brehm, et al. J Virol. 2007;81:7852‑9 K512R In vivo Lengruber, et al. J Antimicrob Chemother. 2011;66:702‑8 H539N In vitro Roquebert B and Marcelin. J Antimicrob Chemother. 2008;61:973‑5 Q547K In vivo ZDV: Lengruber, et al. J Antimicrob Chemother. 2011;66:702‑8 D549N In vitro NVP, DLV: Roquebert B and Marcelin. J Antimicrob Chemother. 2008;61:973‑5; Nikolenko, et al. J Virol. 2010;84:5238‑49 A554T/L/K In vivo ITRN: Roquebert, et al. J Med Virol. 2007;79:207‑11 K558R/G/E In vivo ITRN: Roquebert, et al. J Med Virol. 2007;79:207‑11 (continua) 92 Aminoácido substituído Tipo de ensaio Fármacos relacionados e referências bibliográficas G36A/D/E/S/V Sista, et al., XII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2003, abstract 55; Mink, et al., XI International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2002, abstract 22; Greenberg, et al., XI International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2002, abstract 128; Greenberg, et al., 10th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections, 2003, abstract 141; Chakraborty, et al., XIII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, abstract 61; Walmsley, et al., XIII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2004, abstract 134; Melby, et al., XIV International HIV Drug Resistance Workshop: basic principles and clinical implications, 2005, abstract 67 V38A/E/K/M Sista, et al., XII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2003, abstract 55; Mink, et al., XI International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2002, abstract 22; Greenberg, et al., XI International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2002, abstract 128; Greenberg, et al., 10th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections, 2003, abstract 141; Chakraborty, et al., XIII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, abstract 61; Walmsley et al., XIII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2004, abstract 134; Melby, et al., XIV International HIV Drug Resistance Workshop: basic principles and clinical implications, 2005, abstract 67 Q40H/K/P/T Sista, et al., XII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2003, abstract 55; Mink, et al., XI International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2002, abstract 22; Greenberg, et al., XI International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2002, abstract 128; Greenberg, et al., 10th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections, 2003, abstract 141; Chakraborty, et al., XIII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, abstract 61; Walmsley, et al., XIII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2004, abstract 134; Melby, et al., XIV International HIV Drug Resistance Workshop: basic principles and clinical implications, 2005, abstract 67 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 F. Mutações nos aminoácidos na região HR1 da gp41 relacionadas à resistência a T-20 (continuação) (continua) 93 Tabela 12 F. Mutações nos aminoácidos na região HR1 da gp41 relacionadas à resistência a T-20 (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Fármacos relacionados e referências bibliográficas N42D/T Sista, et al., XII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2003, abstract 55; Mink, et al., XI International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2002, abstract 22; Greenberg, et al., XI International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2002, abstract 128; Greenberg, et al., 10th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections, 2003, abstract 141; Chakraborty, et al., XIII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, abstract 61; Walmsley, et al., XIII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2004, abstract 134; Melby, et al., XIV International HIV Drug Resistance Workshop: basic principles and clinical implications, 2005, abstract 67 N43D/H/K/S Sista, et al., XII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2003, abstract 55; Mink, et al., XI International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2002, abstract 22; Greenberg, et al., XI International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2002, abstract 128; Greenberg, et al., 10th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections, 2003, abstract 141; Chakraborty, et al., XIII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, abstract 61; Walmsley, et al., XIII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2004, abstract 134; Melby, et al., XIV International HIV Drug Resistance Workshop: basic principles and clinical implications, 2005, abstract 67 L44M Sista, et al., XII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2003, abstract 55; Mink, et al., XI International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2002, abstract 22; Greenberg, et al., XI International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2002, abstract 128; Greenberg, et al., 10th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections, 2003, abstract 141; Chakraborty, et al., XIII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, abstract 61; Walmsley, et al., XIII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2004, abstract 134; Melby, et al., XIV International HIV Drug Resistance Workshop: basic principles and clinical implications, 2005, abstract 67 (continua) 94 Aminoácido substituído Tipo de ensaio L45Q/M Fármacos relacionados e referências bibliográficas Sista, et al., XII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2003, abstract 55; Mink, et al., XI International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2002, abstract 22; Greenberg, et al., XI International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2002, abstract 128; Greenberg, et al., 10th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections, 2003, abstract 141; Chakraborty, et al., XIII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, abstract 61; Walmsley, et al., XIII International HIV drug resistance workshop: basic principles and clinical implications, 2004, abstract 134; Melby, et al., XIV International HIV Drug Resistance Workshop: basic principles and clinical implications, 2005, abstract 67 (continua) Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 F. Mutações nos aminoácidos na região HR1 da gp41 relacionadas à resistência a T-20 (continuação) bibliografia 1. Inocencio LA, Pereira AA, Sabino EC, Ferreira JE, Sucupira MCA, Araujo L, et al. The impact of antiretroviral use at a population level in Brazil. International Workshop on HIV & Hepatitis Virus Drug Resistance and Curative Strategies. Los Cabos - Mexico, 7-11 June 2011. 2. Munerato P, Sucupira MC, Oliveros MP, et al. HIV type 1 antiretroviral resistance mutations in subtypes B, C, and F in the City of Sao Paulo, Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses. 2010;26:265-73. 3. Riddler SA, Haubrich R, DiRienzo AG, et al. Class-sparing regimens for initial treatment of HIV-1 infection. N Engl J Med. 2008;358:2095-106. 4. Sax PE, Tierney C, Collier AC, et al. Abacavir-lamivudine versus tenofovir-emtricitabine for initial HIV-1 therapy. N Engl J Med. 2009;361:2230-40. 5. Deeks SG, Gange SJ, Kitahata MM, et al. Trends in multidrug treatment failure and subsequent mortality among antiretroviral therapy-experienced patients with HIV infection in North America. Clin Infect Dis. 2009;49:1582-90. 6. Maldarelli F, Palmer S, King MS, et al. ART suppresses plasma HIV-1 RNA to a stable set point predicted by pretherapy viremia. PLoS Pathog 2007;3:e46. 7. Anton PA, Mitsuyasu RT, Deeks SG, et al. Multiple measures of HIV burden in blood and tissue are correlated with each other but not with clinical parameters in aviremic subjects. AIDS. 2003;17:53-63. 8. Bertz R, Chiu YL, Foit C, Horn P, Selness, Bernstein B, et al. Estimation of Selective Pressure by Lopinavir/favirenz (LPV/r) vs. Nelfinavir (NFV) by Examination of Terminal-Phase Pharmacokinetics (PK) at Steady-State. 5th International Workshop on Clinical Pharmacology of HIV Therapy. Roma - Italy 2004. 9. Accetturi CA, Pardini R, Novaes Pinto GH, Turcato G, Jr., Lewi DS, Diaz RS. Effects of CCR5 genetic polymorphism and HIV-1 subtype in antiretroviral response in Brazilian HIV-1-infected patients. J Acquir Immune Defic Syndr 2000;24:399-400. 10. Kim AE, Dintaman JM, Waddell DS, Silverman JA. Saquinavir, an HIV protease inhibitor, is transported by P-glycoprotein. J Pharmacol Exp Ther. 1998;286:1439-45. 11. Kim RB, Fromm MF, Wandel C, et al. The drug transporter P-glycoprotein limits oral absorption and brain entry of HIV-1 protease inhibitors. J Clin Invest. 1998;101:289-94. 95 12. Lee CG, Gottesman MM, Cardarelli CO, et al. HIV-1 protease inhibitors are substrates for the MDR1 multidrug transporter. Biochemistry. 1998;37:3594-601. 13. Schuetz JD, Connelly MC, Sun D, et al. MRP4: A previously unidentified factor in resistance to nucleoside-based antiviral drugs. Nat Med. 1999;5:1048-51. 14. Wang X, Baba M. The role of breast cancer resistance protein (BCRP/ABCG2) in cellular resistance to HIV-1 nucleoside reverse transcriptase inhibitors. Antivir Chem Chemother. 2005;16:213-6. 15. Weiss J, Rose J, Storch CH, et al. Modulation of human BCRP (ABCG2) activity by anti-HIV drugs. J Antimicrob Chemother 2007;59:238-45. 16. Kozal MJ, Amico KR, Chiarella J, Cornman D, Fisher W, Fisher J, Friedland G. A populationbased and longitudinal study of sexual behavior and multidrug-resistant HIV among patients in clinical care. MedGenMed. 2006;8:72. 17. Conlon CP, Klenerman P, Edwards A, Larder BA, Phillips RE. Heterosexual transmission of human immunodeficiency virus type 1 variants associated with zidovudine resistance. J Infect Dis. 1994;169:411-5. 18. Conway B, Montessori V, Rouleau D, et al. Primary lamivudine resistance in acute/early human immunodeficiency virus infection. Clin Infect Dis. 1999;28:910-1. 19. de Ronde A, Schuurman R, Goudsmit J, van den Hoek A, Boucher C. First case of new infection with zidovudine-resistant HIV-1 among prospectively studied intravenous drug users and homosexual men in Amsterdam, The Netherlands. AIDS. 1996;10:231-2. 20. Erice A, Mayers DL, Strike DG, et al. Brief report: primary infection with zidovudine-resistant human immunodeficiency virus type 1. N Engl J Med. 1993;328:1163-5. 21. Garcia-Lerma JG, Nidtha S, Blumoff K, Weinstock H, Heneine W. Increased ability for selection of zidovudine resistance in a distinct class of wild-type HIV-1 from drug-naive persons. Proc Natl Acad Sci USA. 2001;98:13907-12. 22. Johnson VA, Petropoulos CJ, Woods CR, Hazelwood JD, Parkin NT, Hamilton CD, Fiscus SA. Vertical transmission of multidrug-resistant human immunodeficiency virus type 1 (HIV-1) and continued evolution of drug resistance in an HIV-1-infected infant. J Infect Dis. 2001;183:1688-93. 23. Quigg M, Rebus S, France AJ, McMenamin J, Darby G, Leigh Brown AJ. Mutations associated with zidovudine resistance in HIV-1 among recent seroconvertors. AIDS. 1997;11:835-6. 24. Rubio A, Leal M, Pineda JA, et al. Increase in the frequency of mutation at codon 215 associated with zidovudine resistance in HIV-1-infected antiviral-naive patients from 1989 to 1996. AIDS. 1997,11:1184-6. 25. Kamkamidze G, Sullivan T, Charbonneau T. Occurrence of HIV-1 reverse transcriptase gene mutation at codon 215 in HIV-infected infants. J Clin Virol. 2001;22:143-8. 26. Hecht FM, Grant RM, Petropoulos CJ, et al. Sexual transmission of an HIV-1 variant resistant to multiple reverse-transcriptase and protease inhibitors. N Engl J Med. 1998,339:307-11. 27. Imrie A, Beveridge A, Genn W, Vizzard J, Cooper DA. Transmission of human immunodeficiency virus type 1 resistant to nevirapine and zidovudine. Sydney Primary HIV Infection Study Group. J Infect Dis. 1997;175:1502-6. 28. Little SJ, Daar ES, D’Aquila RT, et al. Reduced antiretroviral drug susceptibility among patients with primary HIV infection. JAMA. 1999;282:1142-9. 29. Little SJ, Holte S, Routy JP, et al. Longitudinal analysis of transmitted drug resistance among recently HIV-infected subjects in North America. Antivir Ther. 2002. 30. Little SJ, Holte S, Routy JP, et al. Antiretroviral-drug resistance among patients recently infected with HIV. N Engl J Med. 2002;347:385-94. 31. Machado DM, Delwart EL, Diaz RS, et al. Use of the sensitive/less-sensitive (detuned) EIA strategy for targeting genetic analysis of HIV-1 to recently infected blood donors. AIDS. 2002;16:113-9. 32. Brindeiro RM, Diaz RS, Sabino EC, et al. Brazilian Network for HIV Drug Resistance Surveillance (HIV-BResNet): a survey of chronically infected individuals. AIDS. 2003;17:1063-9. 33. Inocencio LA, Pereira AA, Sucupira MC, et al. Brazilian Network for HIV Drug Resistance Surveillance: a survey of individuals recently diagnosed with HIV. J Int AIDS Soc. 2009; 12:20. 34. Sucupira MC, Caseiro MM, Alves K, et al. High levels of primary antiretroviral resistance genotypic mutations and B/F recombinants in Santos, Brazil. AIDS Patient Care STDS. 2007; 21:116-28. 35. Pedroso C, Queiroz AT, Alcantara LC, et al. High prevalence of primary antiretroviral resistance among HIV-1-infected adults and children in Bahia, a northeast state of Brazil. J Acquir Immune Defic Syndr 2007,45:251-3. 96 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 36. Yerly S, Vora S, Rizzardi P, Chave JP, Vernazza PL, Flepp M, et al. Acute HIV infection: impact on the spread of HIV and transmission of drug resistance. AIDS 2001,15:2287-92. 37. Vernazza PL, Troiani L, Flepp MJ, et al. Potent antiretroviral treatment of HIV-infection results in suppression of the seminal shedding of HIV. The Swiss HIV Cohort Study. AIDS. 2000;14:117-21. 38. Wensing AMJ, van de Vijver DAMC, Asjo B, et al. Analysis from more than 1600 newly diagnosed patients with HIV from 17 European countries shows that 10% of the patients carry primary drug resistance: the CATCH-Study [Abstract LB01]. In: 2nd International AIDS Society Conference on HIV Pathogenesis and Treatment. Paris, France; 2003. 39. Barbour JD, Hecht FM, Wrin T, et al. Persistence of primary drug resistance among recently HIV-1 infected adults. AIDS. 2004;18:1683-9. 40. Brenner B, Turner D, Oliveira M, et al. A V106M mutation in HIV-1 clade C viruses exposed to efavirenz confers cross-resistance to non-nucleoside reverse transcriptase inhibitors. AIDS. 2003;17:F1-5. 41. Delaugerre C, Morand-Joubert L, Chaix ML, et al. Persistence of multidrug-resistant HIV-1 without antiretroviral treatment 2 years after sexual transmission. Antivir Ther. 2004;9:415-21. 42. Little SJ, Frost SD, Wong JK, et al. Persistence of transmitted drug resistance among subjects with primary human immunodeficiency virus infection. J Virol. 2008;82:5510-8. 43. Wainberg MA, Brenner B, Routy JP, et al. Effect of the M184V mutation in HIV Reverse Transcriptase (RT) on viral fitness in primary infection. Int Conf AIDS. Barcelona - Spain 2002. 44. Jain V, Sucupira MC, Bacchetti P, et al. Differential persistence of transmitted HIV-1 drug resistance mutation classes. J Infect Dis 2011;203:1174-81. 45. Grant RM, Hecht FM, Warmerdam M, et al. Time trends in primary HIV-1 drug resistance among recently infected persons. JAMA. 2002;288:181-8. 46. Ross L, Lim ML, Liao Q, et al. Prevalence of antiretroviral drug resistance and resistanceassociated mutations in antiretroviral therapy-naive HIV-infected individuals from 40 United States cities. HIV Clin Trials. 2007;8:1-8. 47. Borroto-Esoda K, Waters JM, Bae AS, et al. Baseline genotype as a predictor of virological failure to emtricitabine or stavudine in combination with didanosine and efavirenz. AIDS Res Hum Retroviruses. 2007;23:988-95. 48. Gagliani LH, Alkmim Maia WT, Sa-Filho D, et al. The association between primary antiretroviral resistance and HAART virologic failure in a developing set. AIDS Res Hum Retroviruses. 2011;27:251-6. 49. Markowitz M, Mohri H, Mehandru S, et al. Infection with multidrug resistant, dual-tropic HIV-1 and rapid progression to AIDS: a case report. Lancet. 2005;365:1031-8. 50. Hecht FM, Grant RM. Resistance testing in drug-naive HIV-infected patients: is it time? ClinInfectDis. 2005,41:1324-25. 51. Sax PE, Islam R, Walensky RP, et al. Should resistance testing be performed for treatmentnaive HIV-infected patients? A cost-effectivenessanalysis. ClinInfectDis. 2005;41:1316-23. 52. Soares C, Vergara T, Sucupira MC, et al. Prevalence of Transmitted HIV-1 Antiretroviral Resistance among Patients Initiating ART in Brazil: A Surveillance Using Dried Blood Spots. 18th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Boston, MA, USA 2011. 53. Diaz RS, Sabino EC, Mayer A, Mosley JW, Busch MP. Dual human immunodeficiency virus type 1 infection and recombination in a dually exposed transfusion recipient. TheTransfusionSafetyStudyGroup. J Virol. 1995;69(6):3273-81. 54. Sabino EC, Shpaer EG, Morgado MG, et al. Identification of human immunodeficiency virus type 1 envelope genes recombinant between subtypes B and F in two epidemiologically linked individuals from Brazil. J Virol. 1994,68:6340-6. 55. Diaz RS. Should tenofovir ever be used in association with didanosine? Braz J Infect Dis. 2005;9:452-3. 56. Altfeld M, Allen TM, Yu XG, et al. HIV-1 superinfection despite broad CD8+ T-cell responses containing replication of the primary virus. Nature. 2002;420:434-39. 57. Gottlieb GS, Nickle DC, Jensen MA, et al. Dual HIV-1 infectionassociatedwithrapiddiseaseprogression. Lancet. 2004;363:619-22. 58. Jost S, Bernard MC, Kaiser L, et al. A patientwith HIV-1 superinfection. N Engl J Med. 2002;347:731-6. 59. Koelsch KK, Smith DM, Little SJ, et al. Clade B HIV-1 superinfection with wild-type virus after primary infection with drug-resistant clade B virus. AIDS. 2003;17:F11-16. 60. Ramos A, Hu DJ, Nguyen L, et al. Intersubtype human immunodeficiency virus type 1 superinfection following seroconversion to primary infection in two injection drug users. J Virol. 2002;76:7444-52. 97 61. Walmsley S, Bernstein B, King M, et al. Lopinavir-ritonavir versus nelfinavir for the initial treatment of HIV infection. N Engl J Med. 2002;346:2039-46. 62. Whitcomb JM, Huang W, Limoli K, et al. Hypersusceptibility to non-nucleoside reverse transcriptase inhibitors in HIV-1: clinical, phenotypic and genotypic correlates. AIDS. 2002;16:F41-7. 63. Witvrouw M, Pannecouque C, Switzer WM, Folks TM, De Clercq E, Heneine W. Susceptibility of HIV-2, SIV and SHIV to various anti-HIV-1 compounds: implications for treatment and postexposure prophylaxis. AntivirTher. 2004;9:57-65. 64. Mouscadet JF, Delelis O, Marcelin AG, Tchertanov L. Resistance to HIV-1 integrase inhibitors: A structural perspective. Drug Resist Updat. 2010;13:139-50. 65. Miller MD, Hazuda DJ. HIV resistance to the fusion inhibitor enfuvirtide: mechanisms and clinical implications. Drug Resist Updat. 2004;7:89-95. 66. Westby M, Smith-Burchnell C, Mori J, et al. Reduced maximal inhibition in phenotypic susceptibility assays indicates that viral strains resistant to the CCR5 antagonist maraviroc utilize inhibitor-bound receptor for entry. J Virol. 2007;81:2359-71. 67. Duensing T, Fung M, Lewis S, Weinheimer S. In vitro characterization of HIV Isolated from patients treated with the entry inhibitor TNX-355. 13th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Denver, CO, USA 2006. 68. Gomez-Cano M, Rubio A, Puig T, et al. Prevalence of genotypic resistance to nucleoside analogues in antiretroviral-naive and antiretroviral-experienced HIV-infected patients in Spain. AIDS. 1998;12(9):1015-20. 69. Little SJ, Daar ES, D’Aquila RT, et al. Reduced antiretroviral drug susceptibility among patients with primary HIV infection. JAMA. 1999;282:1142-9. 70. Boden D, Hurley A, Zhang L, et al. HIV-1 drug resistance in newly infected individuals. JAMA. 1999;282:1135-41. 71. Yerly S, Kaiser L, Race E, Bru JP, Clavel F, Perrin L. Transmission of antiretroviral-drugresistant HIV-1 variants. Lancet. 1999;354:729-33. 72. Brodine SK, Shaffer RA, Starkey MJ, et al. Drug resistance patterns, genetic subtypes, clinical features, and risk factors in military personnel with HIV-1 seroconversion. Ann Intern Med. 1999;131:502-6. 73. Alexander CS, Dong W, Schechter MT, et al. Prevalence of primary HIV drug resistance among seroconverters during an explosive outbreak of HIV infection among injecting drug users. AIDS. 1999;13:981-5. 74. Sugiura W, Matsuda M, Abumi H, et al. Prevalence of drug resistance-related mutations among HIV-1s in Japan. Jpn J Infect Dis 1999;52:21-2. 75. Wegner SA, Brodine SK, Mascola JR, et al. Prevalence of genotypic and phenotypic resistance to anti-retroviral drugs in a cohort of therapy-naive HIV-1 infected US military personnel. AIDS. 2000;14:1009-15. 76. Salomon H, Wainberg MA, Brenner B, et al. Prevalence of HIV-1 resistant to antiretroviral drugs in 81 individuals newly infected by sexual contact or injecting drug use. Investigators of the Quebec Primary Infection Study. AIDS. 2000;14:F17-23. 77. Puig T, Perez-Olmeda M, Rubio A, et al. Prevalence of genotypic resistance to nucleoside analogues and protease inhibitors in Spain. The ERASE-2 Study Group. AIDS. 2000;14:72732. 78. Briones C, Perez-Olmeda M, Rodriguez C, del Romero J, Hertogs K, Soriano V. Primary genotypic and phenotypic HIV-1 drug resistance in recent seroconverters in Madrid. J Acquir Immune Defic Syndr. 2001;26:145-50. 79. Duwe S, Brunn M, Altmann D, et al. Frequency of genotypic and phenotypic drug-resistant HIV-1 among therapy-naive patients of the German Seroconverter Study. J Acquir Immune Defic Syndr. 2001;26:266-73. 80. UK Collaborative Group on Monitoring the Transmission of HIV Drug Resistance. Analysis of prevalence of HIV-1 drug resistance in primary infections in the United Kingdom. BMJ. 2001;322(7294):1087-8. 81. Van Vaerenbergh K, Debaisieux L, De Cabooter N, et al. Prevalence of genotypic resistance among antiretroviral drug-naive HIV-1-infected patients in Belgium. Antivir Ther. 2001; 6:63-70. 82. Verbiest W, Brown S, Cohen C, et al. Prevalence of HIV-1 drug resistance in antiretroviralnaive patients: a prospective study. AIDS. 2001;15:647-50. 83. Descamps D, Calvez V, Izopet J, et al. Prevalence of resistance mutations in antiretroviralnaive chronically HIV-infected patients in 1998: a French nationwide study. AIDS. 2001;15(14):1777-82. 98 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 84. Little SJ, Holte S, Routy JP, et al. Antiretroviral-drug resistance among patients recently infected with HIV. N Engl J Med 2002,347:385-94. 85. Simon V, Vanderhoeven J, Hurley A, et al. Evolving patterns of HIV-1 resistance to antiretroviral agents in newly infected individuals. AIDS. 2002;16:1511-9. 86. Easterbrook PJ, Hertogs K, Waters A, Wills B, Gazzard BG, Larder B. Low prevalence of antiretroviral drug resistance among HIV-1 seroconverters in London, 1984-1991. J Infect. 2002;44(2):88-91. 87. Hanna GJ, Balaguera HU, Freedberg KA, et al. Drug-selected resistance mutations and non-B subtypes in antiretroviral-naive adults with established human immunodeficiency virus infection. J Infect Dis. 2003;188:986-91. 88. Brindeiro RM, Diaz RS, Sabino EC, et al. Brazilian Network for HIV Drug Resistance Surveillance (HIV-BResNet): a survey of chronically infected individuals. AIDS. 2003;17:1063-9. 89. Oette M, Kaiser R, Daumer M, et al. Primary drug-resistance in HIV-positive patients on initiation of first-line antiretroviral therapy in Germany. Eur J Med Res. 2004;9:273-8. 90. Weinstock HS, Zaidi I, Heneine W, et al. The epidemiology of antiretroviral drug resistance among drug-naive HIV-1-infected persons in 10 US cities. J Infect Dis. 2004;189:2174-80. 91. Yerly S, Jost S, Telenti A, et al. Infrequent transmission of HIV-1 drug-resistant variants. Antivir Ther. 2004;9:375-84. 92. Pires IL, Soares MA, Speranza FA, et al. Prevalence of human immunodeficiency virus drug resistance mutations and subtypes in drug-naive, infected individuals in the army health service of Rio de Janeiro, Brazil. J Clin Microbiol. 2004;42:426-30. 93. Wensing AM, van de Vijver DA, Angarano G, et al. Prevalence of drug-resistant HIV-1 variants in untreated individuals in Europe: implications for clinical management. J Infect Dis. 2005;192:958-66. 94. Masquelier B, Bhaskaran K, Pillay D, et al. Prevalence of transmitted HIV-1 drug resistance and the role of resistance algorithms: data from seroconverters in the CASCADE collaboration from 1987 to 2003. J Acquir Immune Defic Syndr. 2005;40:505-11. 95. Babic DZ, Zelnikar M, Seme K, et al. Prevalence of antiretroviral drug resistance mutations and HIV-1 non-B subtypes in newly diagnosed drug-naive patients in Slovenia, 2000-2004. Virus Res. 2006;118:156-63. 96. Jayaraman GC, Archibald CP, Kim J, et al. A population-based approach to determine the prevalence of transmitted drug-resistant HIV among recent versus established HIV infections: results from the Canadian HIV strain and drug resistance surveillance program. J Acquir Immune Defic Syndr. 2006;42:86-90. 97. de Medeiros LB, Lacerda HR, Cavalcanti AM, de Albuquerque Mde F. Primary resistance of human immunodeficiency virus type 1 in a reference center in Recife, Pernambuco, Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2006;101(8):845-9. 98. Barreto CC, Nishyia A, Araujo LV, Ferreira JE, Busch MP, Sabino EC. Trends in antiretroviral drug resistance and clade distributions among HIV-1-infected blood donors in Sao Paulo, Brazil. J Acquir Immune Defic Syndr. 2006;41:338-41. 99. Viani RM, Peralta L, Aldrovandi G, et al. Prevalence of primary HIV-1 drug resistance among recently infected adolescents: a multicenter adolescent medicine trials network for HIV/ AIDS interventions study. J Infect Dis. 2006;194:1505-09. 100. Booth CL, Garcia-Diaz AM, Youle MS, Johnson MA, Phillips A, Geretti AM. Prevalence and predictors of antiretroviral drug resistance in newly diagnosed HIV-1 infection. J Antimicrob Chemother. 2007;59:517-24. 101. Palma AC, Araujo F, Duque V, Borges F, Paixao MT, Camacho R. Molecular epidemiology and prevalence of drug resistance-associated mutations in newly diagnosed HIV-1 patients in Portugal. Infect Genet Evol. 2007;7:391-8. 102. Gatanaga H, Ibe S, Matsuda M, et al. Drug-resistant HIV-1 prevalence in patients newly diagnosed with HIV/AIDS in Japan. Antiviral Res 2007,75:75-82. 103. Fox J, Hill S, Kaye S, et al. Prevalence of primary genotypic resistance in a UK centre: Comparison of primary HIV-1 and newly diagnosed treatment-naive individuals. AIDS. 2007,21:237-9. 104. Varella RB, Ferreira SB, de Castro MB, Zalis MG, Tavares MD. Human immunodeficiency virus type 1 protease and reverse transcriptase mutation patterns among treatment-naive patients in different stages of infection in Rio de Janeiro, Brazil. J Med Virol. 2007;79:1033-9. 105. Pedroso C, Queiroz AT, Alcantara LC, et al. High prevalence of primary antiretroviral resistance among HIV-1-infected adults and children in Bahia, a northeast state of Brazil. J Acquir Immune Defic Syndr. 2007;45:251-3. 99 106. Gonsalez CR, Alcalde R, Nishiya A, et al. Drug resistance among chronic HIV-1-infected patients naive for use of anti-retroviral therapy in Sao Paulo city. Virus Res. 2007,129:87-90. 107. Sucupira MC, Caseiro MM, Alves K, et al. High levels of primary antiretroviral resistance genotypic mutations and B/F recombinants in Santos, Brazil. AIDS Patient Care STDS. 2007; 21:116-28. 108. Payne BA, Nsutebu EF, Hunter ER, et al. Low prevalence of transmitted antiretroviral drug resistance in a large UK HIV-1 cohort. J Antimicrob Chemother. 2008;62:464-8. 109. Bannister WP, Cozzi-Lepri A, Clotet B, et al. Transmitted drug resistant HIV-1 and association with virologic and CD4 cell count response to combination antiretroviral therapy in the EuroSIDA Study. J Acquir Immune Defic Syndr. 2008;48:324-33. 110. Choi JY, Kim EJ, Park YK, Lee JS, Kim SS. National survey for drug-resistant variants in newly diagnosed antiretroviral drug-naive patients with HIV/AIDS in South Korea: 19992005. J Acquir Immune Defic Syndr. 2008;49:237-42. 111. Lloyd B, O’Connell RJ, Michael NL, et al. Prevalence of resistance mutations in HIV-1-Infected Hondurans at the beginning of the National Antiretroviral Therapy Program. AIDS Res Hum Retroviruses. 2008;24:529-35. 112. Biagetti C, Bon I, Vitone F, et al. Prevalence of antiretroviral drug resistance in untreated persons newly diagnosed with HIV-1 infection. New Microbiol. 2009;32:129-34. 113. Sprinz E, Netto EM, Patelli M, et al. Primary antiretroviral drug resistance among HIV type 1-infected individuals in Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses. 2009;25:861-67. 114. Graf T, Passaes CP, Ferreira LG, et al. HIV-1 genetic diversity and drug resistance among treatment naive patients from Southern Brazil: an association of HIV-1 subtypes with exposure categories. J Clin Virol. 2011;51:186-91. 115. Garcia F, Perez-Cachafeiro S, Guillot V, et al. Transmission of HIV drug resistance and non-B subtype distribution in the Spanish cohort of antiretroviral treatment naive HIVinfected individuals (CoRIS). Antiviral Res. 2011;91:150-3. 116. Hamers RL, Wallis CL, Kityo C, et al. HIV-1 drug resistance in antiretroviral-naive individuals in sub-Saharan Africa after rollout of antiretroviral therapy: a multicentre observational study. Lancet Infect Dis. 2011. [Epub ahead of print] 117. Soares C, Vergara T, Sucupira MC, et al. Prevalence of Transmitted HIV-1 Antiretroviral Resistance among Patients Initiating ART in Brazil: A Surveillance Using Dried Blood Spots. 18th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Boston, MA, USA 2011. 118. Avila-Rios S, Garcia-Moralles C, Guarrido Rodrigues D, et al. National Prevalence and Trends of HIV Transmitted Drug Resistance in Mexico. 18th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Boston, MA, USA 2011. 100 Farmacocinética dos ARVs e resistência Como mencionado no início desta seção, a monoterapia é um dos principais riscos à emergência da resistência. Infelizmente, a monoterapia pode acontecer também no momento da interrupção de um esquema terapêutico ou na perda das doses do tratamento, em decorrência das diferentes meias vidas dos ARVs contidos em um esquema. Como exemplificado na figura 15, quando interrompido um esquema com três medicamentos que têm meias vidas diferentes, somente dois desses medicamentos terão, após certo período, níveis séricos superiores para suprimir a replicação do HIV (terapia dupla) e, em um momento seguinte, somente um terá nível acima do necessário para supressão do HIV (monoterapia). Esse risco é especialmente maior em relação aos ITRNNs de primeira geração, como NVP e EFV. É sabido, por exemplo, que a NVP apresenta uma meia vida que varia entre 25 e 32 horas, e o EFV entre 40 e 55 h1. Isso ficou evidente em um estudo conduzido em Uganda para diminuição da transmissão vertical do HIV². Nesse estudo, as gestantes foram randomizadas a receberem uma única dose de NVP ou de placebo no momento do parto. Apesar da eficácia na prevenção da transmissão, mães e recém-nascidos que nasceram infectados apresentaram níveis em torno de 40% de resistência aos ITRNNs com mutações como K103N, V106A/M, Y181C ou G190A (Fig. 16). Os níveis séricos de NVP após uma única dose nesse estudo persistiram por cerca de 21 dias². Quando metodologias para detecção de mutações de resistência mais modernas são utilizadas, como o sequenciamento paralelo maciço (ultra deep sequencing), percebe-se que praticamente todos os pacientes que tiveram a interrupção de esquemas contendo ITRNN apresentarão vírus com mutações de resistência mesmo que seja em populações virais minoritárias³. De fato, o sequenciamento paralelo maciço é a metodologia cuja vocação é detectar populações minoritárias, sendo que, enquanto uma genotipagem normal detecta populações virais que estejam presentes em proporções superiores a 25 ou 30%, o sequenciamento paralelo maciço detecta populações virais em proporções de até 1%4. Retornando a discussão da exposição a uma única dose de NVP, é interessante notar que a prevalência de resistência, tanto em mães como em recém-nascidos diminuiu aos 6 meses, comparada às 6 semanas em que as metodologias convencionais para detecção de resistência foram utilizadas. Isso demonstra que a sensibilidade dos testes de resistência nesse caso diminui ao longo do tempo (Fig. 16). De fato, em um momento subsequente, a sensibilidade reduzida dos testes de resistência nesses casos ficou confirmada. Algumas dessas mulheres necessitaram ser tratadas, e o foram com d4T, Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Capítulo 4 101 Dia 1 Concentração do fármaco Última dose Dia 2 Monoterapia Zona de potencial replicação 0 12 24 Tempo (horas) 36 48 Figura 15. Representação esquemática hipotética das diferentes meias vidas de ARVs contidos em um esquema tríplice de medicamentos. Dependendo do esquema utilizado, poderá haver períodos de terapia dupla ou monoterapia por ocasião de interrupção não estratégica de ARVs. Mães Crianças 50 Resistência (%) 40 30 20 10 0 Basal 6 semanas 6 meses Figura 16. Incidência e persistência de resistência à NVP em 157 mulheres e 21 crianças após uma única dose desse medicamento para as mães no pré-parto imediato. Estão representadas as prevalências de mutações detectadas após 6 semanas e após 6 meses do parto. 3TC e NVP. Desse modo, foram formados 3 grupos de mulheres: as que não foram expostas à NVP (grupo controle), as que foram expostas à dose única de NVP e não apresentavam mutações detectadas e as que apresentavam as mutações detectadas no pós-parto (Fig. 17). Pode-se observar, no sexto mês após a introdução do tratamento, que o desempenho do mesmo foi melhor nas mulheres que não haviam sido previamente expostas à dose única de NVP, comparado ao desempenho tanto das que foram expostas e tinham mutações detectadas quanto das que foram expostas e não apresentaram mutações. Isso confirma que só o fato dessas mulheres 102 % com CV < 50 cópias/mL 70 60 Não expostas Expostas; sem mutações aos ITRNNs 68 Expostas; com mutações aos ITRNNs 52 50 40 33 30 38 36 25 20 10 0 Sem NVP NVP sem mutações NVP + mutações 0 0 Basal 47 143 66 0 3 meses 43 119 63 6 meses 40 119 61 Figura 17. Resposta à terapia com d4T, 3TC e NVP entre mulheres que receberam uma única dose desse medicamento durante o parto para prevenção de transmissão vertical. A genotipagem foi feita em média 12 dias após o parto (variação de 10 a 14 dias). A prevalência de mutações foi de K103N em 21% dos casos, G190A em 10% e Y181C em 4%. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 80 terem sido expostas à NVP levou a um prejuízo no tratamento e que a sensibilidade dos testes de resistência nesses casos não é absoluta, tendo sido o dano,aparentemente, maior do que o mensurado. Interessante notar que a reversão das mutações relacionadas aos ITRNNs no caso de exposição à dose única de NVP ocorreu mais frequentemente entre as mães do que entre as crianças. Análises subsequentes demonstraram que os vírus mutantes foram substituídos pelos vírus do tipo selvagem somente entre as crianças que se infectaram intrauterinamente e não entre as crianças que se infectaram no momento do parto, sendo que 100% destas últimas mantiveram vírus resistentes durante o seguimento5. A explicação reside no fato de que as crianças com aquisição de infecção no momento do parto já se infectaram com HIV resistente (resistência transmitida) e sabe-se, como discutido no capítulo 3 na seção resistência primária (transmitida) e secundária aos ARVs, que, nesses casos, a resistência persiste ao longo do tempo, posto que não existam vírus do tipo selvagem para competir com os vírus mutantes. Já no caso da infecção intrauterina, houve seleção de vírus resistentes no momento do parto (resistência secundária) com posterior reversão ao vírus do tipo selvagem. Deve-se considerar que a interrupção abrupta de esquemas de tratamento contendo ITRN de primeira geração sistematicamente culminará em emergência de resistência. Dessa forma, quando possível, a interrupção de esquema terapêutico contendo ITRNN deve ser estrategicamente planejada, 103 LPV/r 400/100 mg 12/12 h Concentração (µg/mL) 100 10 10 1 1 0,1 0,1 0,01 0,01 0,001 NFV 1.250 mg 12/12 h 100 0 6 12 18 24 30 36 42 48 Tempo (horas) 0,001 0 6 12 18 24 30 36 42 48 Tempo (horas) *p < 0,001 Tempo até a ZAPS Tempo na zona ZAPS Média Variação 24,6 h 19,7-30,7 h 3,8 h 2,6-5,3 h Média 4,9 h 7,5 h Variação 0-12,1 h 6,0-12,0 h Figura 18. Tempo de permanência do LPV/r e do NFV na ZAPS, que é representada pelo tempo que as concentrações séricas do ARV permanecem entre o IC50 do vírus do tipo selvagem e o IC50 hipotético do HIV mutante. Quanto maior o período em que o ARV permanece na ZAPS, maior a chance de seleção de mutantes resistentes. o que deve ser avisado aos pacientes para minimizar a interrupção desse tipo de esquema por “conta própria”. Foi inicialmente sugerido que, na necessidade de interrupção de esquemas contendo ITRNN, se interrompesse inicialmente os medicamentos dessa classe, mantendo os outros medicamentos do esquema por um período de 3 a 5 dias antes da suspensão completa do tratamento. À luz do que foi discutido acima, essa recomendação se alterou em um segundo momento, sugerindo que se interrompa, preliminarmente, os ITRNNs por um período de 3 semanas, mantendo‑se os outros medicamentos do esquema antes da interrupção completa. Tendo em vista que os níveis séricos dos ITRNNs é muito variável nesse período de 3 semanas, uma alternativa razoável é a de que, na necessidade de interrupção, se substituam os ITRNNs por um IP/r e que se suspendam todos os medicamentos simultaneamente após 3 semanas dessa substituição. Desse modo, se os níveis séricos do ITRNN em questão se extinguirem antes de 3 semanas, minimiza‑se o risco de terapia dupla. Um refinamento nos estudos farmacodinâmicos especula que, além da meia vida como fator relacionado ao risco de seleção de mutações de resistência, existe o tempo em que um determinado ARV permanece em uma então chamada zona de alta pressão seletiva (ZAPS) (Fig. 18), que é representada pelo tempo que as concentrações séricas do ARV permanecem entre o IC50 do vírus do tipo selvagem e o IC50 hipotético do HIV mutante. O tempo que um determinado ARV permanece na zona de alta pressão seletiva é variado e quanto maior for esse tempo, maior será a chance de seleção de mutantes resistentes. Sabe‑se que os IP/r permanecem um tempo menor nessa zona, em comparação aos IPs sem RTV, sendo essa uma das justificativas para maior chance de seleção de vírus resistentes na ausência do RTV. 104 1. Taylor S, Allen S, Fidler S, et al. Stop Study: After Discontinuation of Efavirenz, Plasma Concentrations May Persist for 2 Weeks or Longer. 11th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. San Francisco, CA, USA 2004. 2. Cressey TR, Kunkeaw S, Ruttana‑Aroongorn PN, et al. Duration of nevirapine (NVP) postpartum exposure in women who received single dose NVP during labor in addition to standard zidovudine (ZDV) prophylaxis for the prevention of mother‑to‑child transmission of HIV‑1 in Thailand. XV International AIDS Conference. Bangkok, Thailand 2004. 3. Loubser S, Balfe P, Sherman G, Hammer S, Kuhn L, Morris L. Decay of K103N mutants in cellular DNA and plasma RNA after single‑dose nevirapine to reduce mother‑to‑child HIV transmission. AIDS. 2006;20:995‑1002. 4. De Wolf H, Van Marck H, Mostmans W, et al. HIV‑1 nucleotide mixture detection in the virco[(R)]TYPE HIV‑1 genotyping assay: a comparison between Sanger sequencing and 454 pyrosequencing. J Virol Methods. 2011;175:129-32. 5. Micek MA, Blanco AJ, Beck IA, et al. Nevirapine resistance by timing of HIV type 1 infection in infants treated with single-dose nevirapine. Clin Infect Dis. 2010;50:1405-14. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Bibliografia 105 Capítulo 5 “Vias mutacionais” para seleção de resistência Os mecanismos de resistência aos ARVs indicam que, a partir da pressão seletiva exercida por um determinado medicamento, o vírus pode desenvolver grupos de mutações específicas, por vezes constituindo o que pode ser chamado de vias mutacionais distintas. Uma via mutacional é, portanto, um grupo de mutações específicas selecionadas por um mesmo medicamento. Um determinado ARV pode selecionar mutações por várias vias mutacionais distintas in vitro e in vivo, sendo que, normalmente, somente uma via ocorrerá. Essas vias mutacionais têm relevância no sentido de que algumas delas podem implicar em resistência cruzada a medicamentos da mesma classe. Um dos exemplos clássicos da descrição das vias mutacionais ocorre por ocasião da falha ao NFV. Pode-se considerar improvável que haja algum indivíduo atualmente falhando ao NFV dada a retirada desse medicamento do mercado. Existe, entretanto, um contingente de pacientes que foram expostos a esse medicamento no passado, não sendo infrequente a detecção da mutação característica, o D30N, ou da mutação que invariavelmente acompanha a D30N, que é a N88D. Pode-se ressaltar que mais da metade das pessoas em falha virológica desenvolverão a resistência pela seleção da mutação D30N, e o restante, pela presença da mutação L90M, caracterizando duas vias mutacionais distintas que emergem tanto in vivo quanto in vitro. A resistência cruzada quando ocorre a falha pelo D30N é muito baixa, e, desse modo, o resgate com IP/r apresentaria uma chance maior de sucesso. Já com a mutação de L90M, a resistência cruzada é grande, já que essa mutação está presente no perfil de resistência de praticamente todos os IPs. Classicamente, sabe-se que, na falha virológica ao NFV, a mutação L90M será selecionada mais frequentemente entre os vírus dos subtipos não B, enquanto a D30N ocorre mais frequentemente entre os B, revisado em Munerato 2010¹. De qualquer forma, em contraste com o que ocorreu em países do hemisfério norte, quanto à via envolvendo a mutação no códon 30², a prevalência de seleção de L90M pelo NFV, mesmo entre pessoas infectadas pelos vírus do subtipo B, foi maior no Brasil, o que não deixa de ser uma noticia preocupante¹. Os estudos in vitro indicam que existem três vias mutacionais distintas para o ATV. Passagens in vitro do HIV-1 na presença de concentrações subinibitórias do ATV demonstram que algumas mutações com alto impacto aparecem precocemente, seguidas de certo número de mutações acessórias. Uma das mutações típicas selecionadas in vitro é a mutação I50L, mutação típica e exclusiva do ATV. Outra mutação que aparece precocemente 106 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral com frequência in vitro é a mutação N88S. A mutação N88S também diminui a susceptibilidade do HIV ao SQV e NFV e tem a peculiaridade já conhecida de hipersensibilizar o vírus ao APV. Outra mutação que emerge in vitro é a mutação I84V, que é considerada principal para o IDV e o RTV. Temos, portanto, três vias mutacionais (códon 50, 88 ou 84), cada uma delas também acompanhada de mutações secundárias específicas³. Os primeiros estudos clínicos utilizando o ATV revelavam que, in vivo e entre pacientes previamente virgens de IP, a mutação I50L aparecia exclusivamente4. Nossa experiência, entretanto, revela que, em poucos casos de exposição ao ATV sem RTV entre pessoas previamente virgens de IP, as mutações envolvendo a via N88S também podem raramente aparecer. Novamente aqui, a repercussão maior pode relacionar-se à resistência cruzada. Sabe-se que a mutação I50L hipersensibiliza o HIV a todos os outros IPs 4 pressupondo um resgate fácil nesses casos, coisa que não ocorreria com relação às vias mutacionais envolvendo os códons 88 e 82. Outro exemplo típico das vias mutacionais ocorre com o ZDV, que também pode selecionar mutações por duas vias mutacionais distintas. Uma das vias leva, em um momento inicial, à seleção dos códons M41L, L210W e T215Y, sendo conhecida como TAM1, e outra, aos códons D67N, K70R e K219Q/E/M, sendo denominada de TAM2. Aparentemente, a chance de se dirigir a qualquer uma dessas vias é a mesma. A maior importância das vias mutacionais com relação às TAMs relaciona-se ao fato de que a via mutacional TAM1 leva a um maior nível de resistência cruzada ao TDF. No caso das TAMs, após o momento inicial, em que uma das vias tende a prevalecer, haverá um acúmulo progressivo de mutações, sendo que alguns pacientes muito experimentados podem ter 5 ou até 6 TAMs. Aqui também existe uma correlação entre as vias mutacionais envolvendo as TAMs e os subtipos do HIV. A via conhecida como TAM1 é a mais frequentemente selecionada pelo subtipo B, enquanto que a via TAM2 é a mais selecionada pelo subtipo C e o subtipo F apresenta uma representatividade igual de ambas¹. Vias mutacionais podem ocorrer não somente para um medicamento, mas também para uma classe de medicamentos. É especialmente interessante a observação de que a falha ao EFV leva à resistência primariamente associada à mutação K103N, que normalmente é acompanhada das mutações L100I e P225H, enquanto que a resistência relacionada à NVP vem normalmente associada à mutação Y181C, que, por sua vez, estará acompanhada das mutações K101E e G190A¹. Interessante notar que as mutações descritas anteriormente como relacionadas à NVP levariam a maior possibilidade de resistência cruzada ao ITRNN de segunda geração, a ETR. A ETR é um novo ITRNN que quebra vários paradigmas construídos baseados nos ITRNNs de primeira geração, pois apresenta barreira genética maior, atividade residual e menor resistência cruzada dentro da classe. De fato, a ETR foi concebida com a vocação principal de resgate à falha com resistência dos ITRNNs de primeira geração. A hipotética resistência cruzada à ETR, portanto, ocorreria com menor frequência quando o fármaco usado fosse o EFV. 107 O RAL, por sua vez, apresenta notoriamente três vias mutacionais para seleção de variantes do HIV com resistência, as vias envolvendo o códon 155 da integrase, 143 e 1485. Durante a falha precoce, a maioria dos pacientes com vírus resistentes apresentará vírus com mutações no códon 155 (45%), enquanto que a prevalência de mutações nos códons 143 e 148 será semelhante, sendo de aproximadamente 25% cada. A resistência cruzada ao novo inibidor de integrase mais próximo do registro, o EVT, é grande, posto que qualquer uma das três vias mutacionais pode ter impacto no medicamento. Já o DTG, também inibidor de integrase, apresenta potencial para resgatar a falha ao RAL quando as vias mutacionais relacionam-se aos códons 155 e 1436. É importante salientar que os vírus com a mutação no códon 155 podem evoluir para vírus com a mutação no códon 148 se a pressão seletiva do RAL for mantida por períodos estendidos de tempo5, o que potencialmente dificultaria o futuro resgate com o DTG. Dessa forma, é interessante recomendar que a resistência ao RAL seja detectada rapidamente e que, na medida do possível, o tratamento com RAL seja substituído no intuito de se preservarem futuras opções terapêuticas com DTG. bibliografia 108 1. Munerato P, Sucupira MC, Oliveros MP, et al. HIV type 1 antiretroviral resistance mutations in subtypes B, C, and F in the City of Sao Paulo, Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses. 2010;26:265-73. 2. Clotet B, Ruiz L, Martinez-Picado J, Negredo E, Hill A, Popescu M. Prevalence of HIV protease mutations on failure of nelfinavir-containing HAART: a retrospective analysis of four clinical studies and two observational cohorts. HIV Clin Trials. 2002;3:316-323. 3. Gong YF, Robinson BS, Rose RE, et al. In vitro resistance profile of the human immunodeficiency virus type 1 protease inhibitor BMS-232632. Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:2319-26. 4. Sanne I, Piliero P, Squires K, Thiry A, Schnittman S. Results of a phase 2 clinical trial at 48 weeks (AI424-007): a dose-ranging, safety, and efficacy comparative trial of atazanavir at three doses in combination with didanosine and stavudine in antiretroviral-naive subjects. J Acquir Immune Defic Syndr. 2003,;32:18-29. 5. Clavel F. HIV resistance to raltegravir. Eur J Med Res. 2009;14 Suppl 3:47-54. 6. Eron J, Kumar P, Lazzarin A, et al. DTG in Subjects with HIV Exhibiting RAL Resistance: Functional Monotherapy Results of VIKING Study Cohort II. 18th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Boston, MA, USA 2011. A eficácia do tratamento é uma função direta de dois fatores: a potência e o potencial de durabilidade do esquema antirretroviral instituído. No momento em que se iniciam os testes de medicamentos em humanos, alguns pontos precisam ser definidos. Um dos pontos mais relevantes é o da potência in vivo do medicamento que, em última análise, define a dose a ser utilizada. Normalmente, a potência in vivo de um medicamento é definida pela determinação da queda da CV em voluntários humanos infectados pelo HIV expostos a períodos curtos de monoterapia com esse medicamento. Esses períodos variam entre 10 a 14 dias, e, normalmente, os voluntários são expostos a doses diferentes dos ARVs para que se defina a menor dose que proporcione a maior queda de CV, como visto na figura 19. Normalmente, a capacidade de inibir a replicação viral em monoterapia esgota‑se a partir de determinada dose de medicamento, ou seja, mesmo com o aumento das doses, a queda média de CV não aumenta mais, como visto com o maraviroque na figura 19. A potência de vários medicamentos de classe diferente pode ser vista na figura 20. Deve‑se enfatizar que a potência in vivo dos IPs tem consistentemente sido semelhante quando se trata de pacientes infectados por HIV plenamente sensível aos ARVs, culminado com queda de CV de, em média, 1,8 log10. Entretanto, deve se saber que os IPs não peptídicos de segunda geração apresentam potência in vivo superior na presença de vírus resistentes, já que seu perfil de resistência e cinética intracelular faz com que a inibição de vírus resistentes ocorra de forma privilegiada1‑8. A potência in vivo também deve ser considerada não só para medicamentos de forma isolada, mas também para a associação de medicamentos. Como mencionado anteriormente, algumas associações de medicamentos com os esquemas contendo três análogos aos nucleosídeos padeceriam não só de fragilidade em sua barreira genética, mas também da limitada potência para inibição da replicação do HIV, o que fica mais óbvio na dificuldade da supressão viral quando a CV é elevada, ou seja, superior a 100.000 cópias/mL. Nesse contexto, um dado interessante emergiu há vários anos a partir do estudo 720 conduzido pela empresa farmacêutica Abbott nos estudos com o LPV. O estudo 720 avaliou o desempenho e a segurança da associação d4T, 3TC e LPV/RTV entre pacientes virgens de tratamento. Para a investigação da potência in vivo do LPV/RTV, um dos braços do estudo avaliou por duas semanas o LPV em monoterapia7 e, como visto na figura 21, a queda de CV no braço do LPV/RTV em monoterapia foi semelhante à obtida com a associação com d4T e 3TC7. Algumas especulações interessantes Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Potência dos ARVs Capítulo 6 109 Última dose Alteração da CV a partir do basal (log10 HIV-1 cópias/mL) 0,5 0,0 Dose de Maraviroque Placebo 015 Placebo 007 25 mg 1x/d 50 mg 2x/d 100 mg 1x/d 100 mg 2x/d 150 mg 2x/d jejum 150 mg 2x/d c/alim 300 mg 1x/d 300 mg 2x/d –0,5 –1,0 –1,5 –2,0 Início 5 10 15 20 25 30 35 n 4 12 8 8 8 7 8 8 8 8 40 Tempo (dias) –1,96 AZ T (I TRN )8 N) 8 –1,19 300 mg BID TRN R5) 1 CC P (I 300 mg BID NV C( –1,99 MV –2,03 100 mg BID IP) 7 Inh 400 mg BID + RTV /r ( ion LPV 100 mg BID (fus T-2 0 (ITR ETV 900 mg BID /r 4 EVG –1,7 50 mg QD + RTV L3 RA 400 mg BID 50 mg QD Queda de CV (log10) Do lute gra NN 5 ) vir 2 ibit or) 6 Figura 19. Investigação da potência e “encontro da dose” do maraviroque após 10 dias de monoterapia em pacientes infectados pelo HIV1. A dose mais adequada em estudos de “encontro da dose” é aquela que proporciona a maior potência (maior queda de CV e monoterapia) com a menor dose. –0,52 –1,42 –1,85 –2,46 Figura 20. Potência de diversos ARVs aferida pela exposição a períodos curtos de monoterapia com cada um dos medicamentos abaixo. surgiram a partir de então: se, para o sucesso do tratamento, precisamos de medicamentos que tenham boa potência e alta barreira genética, eventualmente um IP/r em monoterapia pode ser suficiente para cumprir esse objetivo, já que as evidências sugerem que a potência e a barreira genética sejam altas nesses casos, posto que se necessite de cerca de oito mutações para comprometer severamente um IP/r. Além disso, mutações na PR aparentemente não 110 Redução na CV (log10) Kaletra Kaletra + d4T + 3TC Figura 21. Redução da CV média em pacientes infectados pelo HIV após 2 semanas recebendo LPV/r (kaletra ) em monoterapia ou associado a d4T e 3TC (estudo 7207). são selecionadas em um paciente infectado por vírus sem mutações preexistentes na PR. A partir de então, um grande número de estudos usando IP/r em monoterapia emergiram 9‑11. Os estudos com monoterapia com IP/r têm sido bastante ilustrativos para o entendimento da terapia antirretroviral e, especialmente, para o entendimento dos IPs. A história é sempre a mesma. Os esquemas com IP/r em monoterapia são menos eficazes que os esquemas contendo IP/r associados a dois ITRNs. Os esquemas com IP/r em monoterapia trazem um risco maior de viremia baixa, mas que pode ser amplamente revertido com intensificação pela associação de dois ITRNs. A intolerância a esquemas com IP/r em monoterapia é menor do que a proporcionada por IP/r associado a dois ITRNs ou dois ITRNs e EFV10,11. Um dos avanços no uso dos ARVs foi o entendimento de que a biodisponibilidade do IP no meio intracelular é fundamental para a eficácia desses agentes. Níveis séricos elevados de IP no meio intracelular sempre foi um problema porque a toxicidade desses agentes também é alta. Dessa forma, para que se obtivesse um alto nível sérico intracelular necessitava‑se de administração de quantidades tóxicas de medicamentos. O uso do RTV mudou parcialmente esse contexto. Com o RTV, altos níveis de medicamentos são mantidos no meio intracelular sem a necessidade de ingestão de altas doses de IP, já que a eliminação desse fica retardada pela inibição de sua metabolização proporcionada pelo RTV (inibição do citocromo hepático CYp3A4). Como acima, o uso de IP/r passa a ser suficiente para a inibição e a replicação viral quando o paciente é portador de vírus plenamente sensíveis ao IP que esteja sendo utilizado. Entretanto, quando o vírus apresenta mutações de resistência, a potência do IP/r fica reduzida, e novas mutações de resistência podem ser selecionadas fazendo com que ocorra um aumento na resistência cruzada e a restituição da capacidade replicativa do vírus (fitness)12. Um avanço nesse sentido ocorreu com o desenvolvimento dos IPs não peptídicos, como o DRV e o TPV. Uma das barreiras para a manutenção de níveis adequados de IP no meio intracelular é a hidrólise desses medicamentos por enzimas responsáveis por degradação de tais Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 0 –0,2 –0,4 –0,6 –0,8 –1 –1,2 –1,4 –1,6 –1,8 –2 111 substâncias. Os IPs não peptídicos são menos suscetíveis à hidrólise intracelular, sendo que isso funcionaria como um booster adicional para esses medicamentos13. Além disso, a potência de ligação do IP com o sítio ativo da PR contribuiria muito com a eficácia específica de um IP na presença de vírus mutantes. A potência da ligação do IP com o sitio ativo da PR é uma função da assim chamada capacidade de reconhecimento do sítio ativo ao qual o IP deve se ligar e da estabilidade dessa ligação, variáveis que podem ser investigadas in vitro14. A (a) diminuição da hidrólise intracelular, a (b) potência da ligação do IP com a protease e o (c) perfil de resistência diferenciado dos IPs não peptídicos contribuem para a sua eficácia no tratamento de resgate para pacientes portadores de HIV com mutações de resistência na PR. Bibliografia 112 1. Fatkenheuer G, Pozniak AL, Johnson MA, et al. Efficacy of short-term monotherapy with maraviroc, a new CCR5 antagonist, in patients infected with HIV-1. Nat Med. 2005;11:1170-72. 2. Lalezari J, Sloan L, Dejesus E, et al. Potent antiviral activity of S/GSK1349572, a next generation integrase inhibitor (INI), in INI-naïve HIV-1-infected patients. 5th International AIDS Society Conference on HIV Pathogenesis, Treatment and Prevention (IAS Conference). Cape Town, South Africa, July 19–22 2009. 3. DeJesus E, Berger D, Markowitz M, et al. Antiviral activity, pharmacokinetics, and dose response of the HIV-1 integrase inhibitor GS-9137 (JTK-303) in treatment-naive and treatment-experienced patients. J Acquir Immune Defic Syndr. 2006;43:1-5. 4. Markowitz M, Morales-Ramirez JO, Nguyen BY, et al. Antiretroviral activity, pharmacokinetics, and tolerability of MK-0518, a novel inhibitor of HIV-1 integrase, dosed as monotherapy for 10 days in treatment-naive HIV-1-infected individuals. J Acquir Immune Defic Syndr. 2006;43:509-15. 5. Sankatsing SU, Weverling GJ, Peeters M, et al. TMC125 exerts similar initial antiviral potency as a five-drug, triple class antiretroviral regimen. AIDS. 2003;17:2623-7. 6. Kilby JM, Lalezari JP, Eron JJ, et al. The safety, plasma pharmacokinetics, and antiviral activity of subcutaneous enfuvirtide (T-20), a peptide inhibitor of gp41-mediated virus fusion, in HIV-infected adults. AIDS Res Hum Retroviruses. 2002;18:685-93. 7. Murphy RL, Brun S, Hicks C, et al. ABT-378/ritonavir plus stavudine and lamivudine for the treatment of antiretroviral-naive adults with HIV-1 infection: 48-week results. AIDS. 2001;15:F1-9. 8. Eron JJ, Benoit SL, Jemsek J, et al. Treatment with lamivudine, zidovudine, or both in HIVpositive patients with 200 to 500 CD4+ cells per cubic millimeter. North American HIV Working Party. N Engl J Med. 1995;333:1662-69. 9. Arribas JR, Horban A, Gerstoft J, et al. The MONET trial: darunavir/ritonavir with or without nucleoside analogues, for patients with HIV RNA below 50 copies/ml. AIDS. 2010;24:223-30. 10. Bierman WF, van Agtmael MA, Nijhuis M, Danner SA, Boucher CA. HIV monotherapy with ritonavir-boosted protease inhibitors: a systematic review. AIDS. 2009;23:279-91. 11. Perez-Valero I, Arribas JR. Protease inhibitor monotherapy. Curr Opin Infect Dis. 2010;24:7-11. 12. Munerato P, Sucupira MC, Oliveros MP, et al. HIV type 1 antiretroviral resistance mutations in subtypes B, C, and F in the City of Sao Paulo, Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses. 2010;26:265-73. 13. Bhat MA, Siddiqui N, Khan SA, Ahmad M. Non-peptide protease inhibitors as vovel antiHIV agents. Indian J Pharm Sci. 2006;68:549-55. 14. Dierynck I, De Wit M, Gustin E, et al. Binding kinetics of darunavir to human immunodeficiency virus type 1 protease explain the potent antiviral activity and high genetic barrier. J Virol. 2007;81:13845-51. Como mencionado no inicio do capítulo 6, o potencial de durabilidade do esquema antirretroviral é fundamental para sua eficácia. Quando mencionamos a durabilidade, temos que fazer referência direta à barreira genética do esquema antirretroviral a ser utilizado. Podemos definir a barreira genética como a facilidade com que o vírus desenvolve resistência frente aos medicamentos em uso pelo paciente. Nesse caso, quando a resistência emerge rapidamente com o uso de um determinado medicamento ou associação de medicamentos, consideramos a barreira genética como sendo baixa. Mutações preexistentes de resistência podem, a priori, diminuir a barreira genética a um medicamento a ser utilizado, o que ocorre na resistência cruzada ou quando há transmissão de vírus resistentes (resistência transmitida ou primária). A barreira genética de um ARV pode ser aferida in vitro ou in vivo. Os testes in vitro normalmente comparam medicamentos de uma mesma classe para definição em cultura sobre o tempo necessário para que haja desenvolvimento de mutações de resistência. Dessa forma, ficou definido in vitro que o tempo para seleção de mutações de resistência da NVP é inferior ao do EFV e que mutações para ETR não emergiram quando 1 micromolar de medicamento foi utilizado nas culturas para todos os medicamentos¹. Isso sugere que a barreira genética in vitro da NVP é inferior à do EFV, que, por sua vez, é inferior à da ETR. Mesmo na presença de vírus com mutações Y181C, K103N ou ambas, a barreira genética in vitro é elevada para a ETR¹. De forma semelhante, a barreira genética in vitro para os IPs não peptídicos TPV e DRV é maior do que a barreira genética de todos os outros IPs². É importante ressaltar que, virologicamente falando, essa barreira genética superior do TPV e do DRV não fará nenhuma diferença in vivo quando se tratar de pacientes portadores de vírus plenamente sensíveis aos IPs, posto que, como será discutido abaixo, a inibição da PR é máxima nos casos em que qualquer IP/r é utilizado, não havendo também seleção de vírus mutante. Quando se investiga a barreira genética dos inibidores e integrase in vitro, conclui-se que a barreira genética do DTG é maior que a do RAL e do EVT, em que a seleção de mutações de resistência nas culturas aconteceu com um grande retardo³. Estudos in vivo confirmando essa característica ainda estão em andamento. Com relação ao que ocorre in vivo, didaticamente dividi a barreira genética em três grupos: um que leva consideração o número de mutações Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Barreira genética para resistência aos ARVs Capítulo 7 113 necessárias para o decréscimo do efeito antirretroviral, e que, fundamentalmente, tem relação com os IPs; o segundo grupo, que leva em conta a rapidez com que uma mutação é selecionada e tem mais relação com os ITRs, e um terceiro grupo, que leva em consideração o perfil de mutações necessárias para resistência a um esquema antirretroviral. Deve‑se levar em consideração que, enquanto a capacidade de supressão a níveis indetectáveis tem relação com a potência do medicamento ou esquema antirretroviral, a durabilidade do esquema ou do medicamento tem relação com a barreira genética. Como exemplo de fármaco potente e de baixa barreira genética teríamos o T‑20, em que uma mutação na gp41 levaria à perda da ação do medicamento e consequente baixa durabilidade do tratamento em caso de replicação viral na presença desse medicamento. Barreira genética e número de mutações Normalmente, os inibidores de TR apresentam uma menor barreira genética relacionada ao número de mutações para que haja resistência, sendo que, em alguns casos, uma única mutação pode causar um impacto considerável na suscetibilidade do medicamento em questão (Fig. 22). Por sua vez, os IPs necessitam de um número maior de mutações para que a resistência seja completa. Quando IPs são usados sem o incremento do RTV, são necessárias, no mínimo, três mutações, sendo que pelo menos uma mutação deve ser do tipo principal; ou mais de quatro mutações na ausência de mutações principais (Fig. 22). Quando usados com baixas doses de RTV, os IPs necessitariam de um número maior de mutações, que variariam entre seis a dez mutações, para que haja resistência ampla em decorrência dos altos níveis séricos basais daqueles alcançados por esses IPs. É interessante notar que o aspecto “qualitativo” das mutações (mutações principais ou acessórias) se perde com o incremento propiciado pelo RTV e que, nestes casos, o aspecto “quantitativo” (número de mutações) passa a ser o preponderante. Mesmo que ainda tenha ação, um determinado IP pode ter uma durabilidade limitada em um paciente que já apresente vírus com algumas mutações na PR. Em outras palavras, se são necessárias oito mutações para que haja resistência completa a um determinado IP, e o vírus do paciente já apresenta cinco mutações, a barreira genética, neste caso, encontra‑se diminuída. Alguns IPs, como o ATV, propiciariam um nível basal de medicamento superior ao da maioria dos IPs na ausência do incremento propiciado pelo RTV. Nesse caso, haveria uma necessidade mínima de cinco mutações para que se atingisse um IC50 superior a 3na fenotipagem com correspondente resistência. Obviamente, a barreira genética ao ATV aumentaria na presença de baixas doses de RTVr, sendo que o uso do RTV deve ser, na medida do possível, a prática recomendada para o uso de qualquer IP. É interessante observar que pacientes virgens de tratamento tratados com IP/r não desenvolvem resistência na PR mesmo na vigência da falha virológica. Em outras palavras, parece não ser possível que um vírus selvagem adquira mutações passo a passo selecionadas por um IP/r, ou que 114 Fenotipagem Efeito quantitativo ITR IP Associação de IP Genotipagem Figura 22. Desenho sobre a teoria da barreira genética para resistência do HIV-1. Cada degrau representa uma mutação, e a linha cinza representa o limiar que, quando ultrapassado, culmina em resistência. Um fármaco que necessita de apenas uma mutação para cruzar o limiar teria uma pequena barreira genética para aquisição de resistência. No geral, os IPs necessitam de três mutações para uma repercussão fenotípica alta. Os IPs incrementados por pequenas doses de RTV necessitariam de mais mutações para a resistência completa e, portanto, teriam uma maior barreira genética. Quando a barreira genética é mais baixa, como no caso dos IPs sem o RTV, o “efeito qualitativo” das mutações tem mais relevância. Ou seja, as mutações principais (primárias) têm um peso maior. Com barreira genética aumentada pelo efeito do RTV, o número de mutações (“efeito quantitativo”) é que deverá ser levado em consideração (adaptado de Kempf D). Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Efeito qualitativo apareça simultaneamente uma quantidade grande de mutações na PR que pudessem levar à perda de ação desse IP. Isso ficou claro em alguns estudos utilizando o kaletra, nos quais, após o escape virológico, a sensibilidade dos vírus aos diversos IPs continuou a mesma de antes do tratamento 4. Da mesma forma, existem estudos com SQV /RTV e estudos com APV/RTV com os mesmos resultados. Esse tipo de achado joga luz sobre a possibilidade do uso de IP/r em monoterapia. Como explorado no capítulo 6, mesmo os estudos utilizando IP/r em monoterapia não propiciam a emergência de mutações de resistência, e o resumo desses estudos pode ser visto na tabela 13. É interessante notar que a resistência aos IPs nestes estudos clínicos usando HAART emergiu em um caso de pacientes usando ATV e em um caso de paciente usando SQV (Tabela 13). Nesses casos, mutações específicas para esses IPs emergiram, e pode‑se especular que, pelo fato desses IP não serem coformulados com o RTV, a falta de adesão especificamente ao RTV leva à exposição ao IP sem booster, o que, definitivamente, pode levar à seleção de mutações de resistência. Não se deve negligenciar que a necessidade de refrigeração do RTV pode, em alguns casos, representar um aumento de complexidade para adesão do tratamento. Nessa situação, a coformulação LPV/r representaria uma vantagem. O estudo MONARK, que tratou pacientes com LPV/r em monoterapia, apresentou o caso de 5 pacientes que desenvolveram mutações de resistência com 115 Tabela 13. Resistência na PR em tratamentos com IP/r em PRs virgens Estudo N ITRN IP/r 720 100 d4T + 3TC LPV 360 0 Murphy, et al., 20086 KLEAN 878 ABC/3TC FPV, LPV 48 0 Eron, et al., 20067 BMS 089 95 ATV 48 0 Malan, et al., 20088 ARTEMIS 689 TDF/FTC DRV, LPV 96 0 Mills, et al., 20089 Molina, et al., 200810 d4T-XR + 3TC Semana Mutações Referências primárias CASTLE 881 TDF/FTC ATV, LPV 96 1* GEMINI 337 TDF/FTC SQV, LPV 48 1† Walmsley, et al., 200911 MONARK 83 LOP 48 5‡ Delaugerre, et al., 20095 (–) *ATV/r †SQV/r ‡2 subtipo B (sem resistência fenotípica) e 3 CRF02(AG). baixa viremia ao longo do tratamento5. Nesse estudo, 3 pacientes estavam infectados por vírus CRF_02 (recombinantes entre os subtipos A e G) e 2 pelo subtipo B. Em um dos pacientes infectados pelo vírus do subtipo B, o fold change para o LPV antes do início do tratamento era, em um deles, de 1,49 e, após a viremia, era de 1,13, o que não caracteriza resistência, e as mutações L10L/F e V82A/V detectadas no pico de viremia poderiam estar presentes no pré tratamento. Tal fato também ocorreu com o outro paciente infectado pelo vírus do subtipo B com emergência da mutação M46I, para o qual o fold change foi de 1,16 no basal para 1,40 na viremia. Com relação aos 3 pacientes infectados pelo CRF_02, a resistência pode legitimamente ter emergido, já que, em todos, consistentemente, a mutação L76V emergiu e o fold change aumentou entre 2 a 5 vezes, comparando o pré tratamento com o pico da viremia. Barreira genética e facilidade na seleção de mutações Esse tipo de conceito se aplica bem aos ITRs. Normalmente são necessárias poucas mutações para que haja resistência aos ITRs, na maior parte das vezes uma mutação já pode ser suficiente. Algumas mutações são selecionadas com muita facilidade e rapidez por alguns medicamentos, como a mutação M184V pelo 3TC. Da mesma forma, mutações selecionadas pela NVP e pelo EFV podem acontecer com facilidade. Sabe‑se, por exemplo, que cerca de metade dos pacientes falhando ao tratamento inicial contendo dois ITRNNs e EFV apresentará mutações de resistência ao EFV. Desses, com resistência ao EFV, metade apresentará a mutação M184V em decorrência do uso do 3TC ou FTC, e não haverá emergência de resistência ao outro ITRNN (TDF, ABC o ZDV)12,13. Já medicamentos como o ddI, por exemplo, 116 Alta Intermediária Baixa ddI ZDV 3TC TDF ABC NVP d4T EFV necessitam também de uma única mutação especifica, mas estas são selecionadas a partir de um período de tempo bem superior de exposição a esse fármaco (mutações específicas como as dos códon 65, 69 e 74). A tabela 14 resume esse tipo de barreira genética e os diversos ITRs. A falha virológica ao RAL nem sempre está acompanhada de resistência, a qual ocorre em cerca de 50% dos casos, o que indica que os testes de resistência sejam fundamentais nesses casos14. A barreira genética não é muito alta, comparada a dos IP/r, como demonstrado pelos estudos de switch15. Nos estudos SWITCHMRK, 702 pacientes com tratamento estável e CV indetectável por pelo menos 3 meses usando LPV/r foram randomizados para continuar com o tratamento (n = 352) ou substituírem o LPV/r por RAL (n = 350). Os estudos, programados para durarem 48 semanas, foram prematuramente interrompidos com 24 semanas, visto que o braço do RAL apresentasse 6,2% a mais de falha virológica. Podería‑se concluir desses casos que os pacientes em uso estável de LPV/r que foram selecionados estavam bem e tolerando o tratamento. Sabe‑se que a principal causa de falha a esquemas contendo IP/r é a intolerância à combinação de medicamentos e não a emergência de resistência. Conclui‑se, portanto, que, nesse grupo específico de pacientes, a falha e a resistência ocorreram mais frequentemente ao RAL pela menor barreira desse medicamento, comparadas às dos IP/r. De forma semelhante, o TMC125‑C227 selecionou 116 pacientes virgens de tratamento com IP e com falha a ITRNN apresentando pelo menos uma mutação a ITRNN, mas com sensibilidade (inferida) à ETR, para serem resgatados com os dois melhores ITRNs e ETR (n = 59) ou 2 ITRNs e IP/r selecionado pelo investigador (n = 57)16. Nota‑se que a ETR foi desenhada justamente para esses casos: resgate da falha de ITRNN. Novamente, nesse exemplo, o estudo foi interrompido com 24 semanas em decorrência do maior número de falhas virológicas e emergência de resistência. Uma das causas aqui poderia ser a barreira genética inferior da ETR entre pacientes falhando a ITRNN em comparação aos IP/r. Poder‑se‑ia dizer que o maraviroque tenha uma barreira genética elevada, posto que somente a minoria, cerca de 1/3 dos pacientes em falha virológica, apresenta vírus com a mudança do tropismo para o uso do receptor CXCR4. Nesses casos, especula‑se que o medicamento ainda possua atividade, e que o maraviroque não seja o responsável pela falha virológica em questão. Em alguns casos mais raros, um vírus com uma pequena Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 14. Barreira genética e facilidade com que a mutação é selecionada (típico para os ITRs). Uma única mutação pode ser suficiente para proporcionar resistência completa, mas a chance de seleção entre as mutações varia entre os fármacos 117 Tabela 15. Barreira genética para desenvolvimento de resistência aos ARVs em vírus sem mutações de prévias de resistência Alta Intermediária ITRN ++ ITRNN 1a geração ++ ITRNN 2a geração +++ IP +++ IP/r 1a geração +++++ IP/r 2a geração +++++ I integrase 1a geração +++ I integrase 2a geração* ++++ T-20 Ant. CCR5 + ++++ Baseado em resultados in vitro diminuição de suscetibilidade ao maraviroque pode emergir sem a respectiva mudança de tropismo. Essas variantes virais podem apresentar mutações na alça V3 da GP120 como A316T ou I323V17. A barreira genética para desenvolvimento de resistência à T‑20 é extremamente baixa, sendo que duas semanas de viremia é suficiente para proporcionar resistência ao medicamento em praticamente todos os casos18. Desse modo, os tratamentos contendo T‑20 não devem perdoar a replicação viral, sendo a indetectabilidade da CV condição fundamental. Para isso, deve se insistir muito na adesão ao tratamento. Um estudo comparando resgate com e sem T‑20 demonstrou que o desempenho era melhor no braço usando T‑20 somente quando a adesão ao tratamento era superior a 85%19. Quando a adesão era inferior, não havia nenhuma vantagem no uso adicional da T‑20, e esse resultado pode ser entendido levando‑se em consideração sua baixa barreira genética. Em outras palavras, na baixa adesão, existe uma maior chance de viremia e, na viremia, uma chance rápida de resistência ao T‑20 com consequente perda do benefício desse medicamento. Veja na tabela 15. Barreira genética e associação de ARVs O exemplo de que a associação de ARVs possa ter durabilidade pequena por apresentar baixa barreira genética ficou mais evidente recentemente com alguns estudos de associação de ITRN. Como já mencionado anteriormente, um conceito que é importante que se tenha é o de que, enquanto a potência de um ARV tem relação com o nível de queda da CV proporcionado por esse fármaco em monoterapia, a durabilidade de um esquema combinado tem relação com a barreira genética que a associação proporciona. Como exemplo, temos um estudo que randomizou pacientes virgens de tratamento para serem tratados com ABC/3TC e EFV (n = 92) em comparação a ABC/3TC 118 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral e TDF (n = 102)20. Após 48 semanas, 49% dos pacientes do braço do TDF apresentaram falha virológica, comparados a 5,4% do braço do EFV. Quase a totalidade dos pacientes em falha no braço do TDF apresentou a emergência das mutações M184V e K65R. A primeira suspeita recaiu numa possível interação farmacológica desfavorável entre esses fármacos, mas os níveis séricos extracelulares medidos estavam normais. Note que a mutação M184V leva à resistência ao 3TC, a mutação K65R leva à resistência ao TDF e a associação de ambas leva à resistência ao ABC. Portanto, são necessárias somente duas mutações para que se obtenha resistência completa a um esquema como esse, caracterizando uma baixa barreira genética extremante baixa. O mesmo possivelmente ocorre em esquemas que utilizam a combinação de ZDV, 3TC e ABC onde somente 2 mutações são suficientes para comprometer seriamente a eficácia do esquema (códons 215 e 184). O estudo ACTG 5095 randomizou pacientes para receberam ZDV/3TC/ABC (n = 382) comparados a ZDV/3TC/EFV (n = 765), sendo que 21% dos pacientes falharam no braço do ABC, comparados a 11% no braço de EFV4. Teoricamente, podería‑se utilizar até 4 ITRNs, desde que cada um deles fosse competidor de um nucleotídeo distinto (adenosina, timidina, citosina e guanosina). Dois inibidores de um mesmo tipo de nucleotídeo teoricamente não ofereceriam um benefício extra na atividade antirretroviral (ZDV e d4T, ou 3TC e ddC ou TDF e ddI). Como exemplo disso, temos o estudo piloto que acompanhou 22 pacientes previamente virgens de tratamento por 24 semanas em uso de TDF, ddI e 3TC. As falhas aqui também foram dramaticamente altas: 20 entre os 22 pacientes (91%). Nesse caso, os 20 pacientes apresentaram a mutação M184V, e 10 apresentaram a mutação K65R, que são as mutações de resistência tanto do ddI quanto do TDF21. Novamente houve a especulação sobre a baixa barreira genética do esquema, que necessitaria de somente duas mutações para proporcionar resistência completa. Dois detalhes aqui chamam a atenção: o primeiro é que existem mais falhas do que mutação de resistência, posto que somente a metade dos pacientes que falharam apresenta as mutações para o TDF e o ddI. A segunda relaciona‑se ao fato de que a porcentagem de pacientes falhando é muito mais elevada. Uma das explicações para isso poderia residir no fato de que tanto o TDF quanto o ddI estariam inibindo a mesma subetapa do ciclo replicativo do HIV: a competição pela adenosina. Dessa forma, é concebível que a associação ddI/TDF em termos de eficácia corresponda ao uso de não dois, mas somente um medicamento²². Assim sendo, a associação TDF, ddI e 3TC corresponderia hipoteticamente a um esquema duplo. Essa possibilidade ficou mais clara ainda em outro estudo que comparou TDF, ddI e EFV a TDF, ddI, EFV e LPV/r por 12 semanas em pacientes previamente virgens de tratamento²³. Sabe‑se que esquemas usando dois ITRNs e EFV são os que normalmente apresentam melhor desempenho (primeiro braço). Nota‑se também que todos os estudos da literatura confirmam que, para tratamento inicial, 4 medicamentos não apresentam superioridade a 3 medicamentos (segundo braço). Entretanto, foram detectadas 6 falhas em 14 pacientes no braço sem o LPV/r, enquanto nenhuma falha ocorreu no braço com LPV. Múltiplas mutações foram detectadas no 119 Com falha virológica Sem falha virológica 7 HIV-RNA (log10 cópias/mL) 6 5 4 3 2 1 0 0 3 7 14 21 30 90 Figura 23. Falha virológica precoce entre pacientes previamente virgens de tratamento tratados com TDF, ddI e EFV. CV em log10, cujo limite inferior de detecção é de 1,69 log10 (50 cópias/mL). braço com mau desempenho dos ARVs, como 4 pacientes com L74V/I (ddI), 2 com K65R (ddI e TDF), 5 com G190S/E e 1 K103N (ambos EFV). Foi interessante notar que todas as falhas ocorreram nos pacientes com CV superior a 100.000 cópias/mL, e a queda dos níveis de CV nos pacientes com falha demonstrou que nenhum deles chegou a níveis indetectáveis antes da falha virológica, o que é mais típico de falta de potência do que falha por resistência secundária (Fig. 23.). Especulo aqui também que essa associação ddI, TDF e EFV poderia tratar‑se de esquema duplo e não tríplice, e, obviamente, o esquema duplo usando um ITRN e um ITRNN falharia antes em pacientes com CV basal mais elevada. De acordo com essas observações adicionadas às interações farmacológicas imprevisíveis entre os dois fármacos24 e a recentemente descrita toxicidade celular decorrente dessa associação, na qual, mesmo havendo uma resposta virológica, pode haver uma pronunciada queda de CD4, [Negredo 2004] a combinação entre ddI e TDF não deveria ser utilizada. A conclusão do estudo ACTG 5201, recentemente publicado, comparando desempenho de doses fixas de TDF/FTC com doses fixas de ABC/3TC demonstrou de forma inequívoca que, para níveis elevados de CV (superiores a 100.000 cópias/mL), o desempenho da primeira dupla de medicamentos foi superior ao da segunda dupla¹³. A explicação mais provável que encontro para justificar esse fato está na diferença entre as barreiras genéticas das duas duplas de ITRN. Em ambos os casos, a mutação que ocorreria mais precocemente seria a M184V, mutação selecionada tanto pelo FTC quanto pelo 3TC. Ocorre que a mutação M184V piora a susceptibilidade do ABC, enquanto, como já discutido anteriormente, essa mutação melhora a ação do TDF. Obviamente, é concebível que a mutação seja selecionada mais 120 Bibliografia 1. Vingerhoets J, Azijn H, Fransen E, et al. TMC125 displays a high genetic barrier to the development of resistance: evidence from in vitro selection experiments. J Virol. 2005;79:12773-82. 2. De Meyer S, Azijin H, Fransen E, et al. The pathway leading to YMC114 resistance is different for TMC 114 compared with other protease inhibitors. In: XV International HIV Drug Resistance Workshop: Basic Principles and Clinical Implications. Edited by Therapy A. Sitges, Spain: Antiviral Therapy; 2006:S24. 3. Kobayashi M, Yoshinaga T, Seki T, et al. In vitro antiretroviral properties of S/GSK1349572, a next-generation HIV integrase inhibitor. Antimicrob Agents Chemother. 2011;55:813-21. 4. Gulick RM, Ribaudo HJ, Shikuma CM, et al. Triple-nucleoside regimens versus efavirenzcontaining regimens for the initial treatment of HIV-1 infection. N Engl J Med. 2004;350: 1850-61. 5. Delaugerre C, Flandre P, Chaix ML, et al. Protease inhibitor resistance analysis in the MONARK trial comparing first-line lopinavir-ritonavir monotherapy to lopinavir-ritonavir plus zidovudine and lamivudine triple therapy. Antimicrob Agents Chemother. 2009;53:2934-9. 6. Murphy RL, da Silva BA, Hicks CB, et al. Seven-year efficacy of a lopinavir/ritonavir-based regimen in antiretroviral-naive HIV-1-infected patients. HIV Clin Trials. 2008;9:1-10. 7. Eron J, Jr., Yeni P, Gathe J, Jr., et al. The KLEAN study of fosamprenavir-ritonavir versus lopinavir-ritonavir, each in combination with abacavir-lamivudine, for initial treatment of HIV infection over 48 weeks: a randomised non-inferiority trial. Lancet. 2006;368:476-82. 8. Malan DR, Krantz E, David N, Wirtz V, Hammond J, McGrath D. Efficacy and safety of atazanavir, with or without ritonavir, as part of once-daily highly active antiretroviral therapy regimens in antiretroviral-naive patients. J Acquir Immune Defic Syndr. 2008;47:161-7. 9. Mills A, Nelson M, Jayaweera D, et al. ARTEMIS: efficacy and safety of darunavir/ritonavir (DRV/r) 800/100 mg once-daily vs lopinavir/ritonavir (LPV/r) in treatment-naive, HIV-1infected patients at 96 wks. In: Program and abstracts of the 48th Annual ICAAC/IDSA 46th Annual Meeting. Washington, D.C., USA; 2008:H-1250c. 10. Molina J-M, Andrade-Villanueva J, Echevarria J, et al. Atazanavir/Ritonavir vs Lopinavir/ Ritonavir in Antiretroviral-Naïve HIV-1–Infected Patients: CASTLE 96 Week Efficacy and Safety. In: 48th Annual ICAAC/IDSA 46th Annual Meeting,. Washington, D.C., USA; 2008:H1250d. 11. Walmsley S, Avihingsanon A, Slim J, et al. Gemini: a noninferiority study of saquinavir/ ritonavir versus lopinavir/ritonavir as initial HIV-1 therapy in adults. J Acquir Immune Defic Syndr. 2009;50:367-74. 12. Riddler SA, Haubrich R, DiRienzo AG, et al. Class-sparing regimens for initial treatment of HIV-1 infection. N Engl J Med. 2008;358:2095-106. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral frequentemente quando níveis de CV basal são altos, explicando, assim, a diferença de resultados ocorrida no estudo. Dessa forma, apesar das características semelhantes dos ITRNs, a combinação TDF/3TC ou FTC apresentaria uma maior barreira genética que a combinação ABC/3TC ou FTC. Os estudos que comparam dois ITRNs com ITRNN ou IP/r confirmam que o desempenho dos braços usando ITRNN (EFV ou NVP) é superior ou igual ao braço contendo IP/r12,13,25. A diferença encontra‑se normalmente na emergência de resistência por ocasião da falha. Como mencionado anteriormente, a frequência de resistência aos ITRNNs é elevada na falha e, muitas vezes, acompanhada de resistência aos ITRNs que fazem parte do esquema. A falha aos esquemas contendo IP/r não demonstram desenvolvimento de resistência aos IPs e menor incidência de mutações para os ITRNs. Pode‑se dizer, portanto, que esquemas contendo IP/r não apresentam maior barreira genética como também protegem a emergência de resistência para os ITRNs quando comparados com esquemas contendo ITRNN. 121 13. Sax PE, Tierney C, Collier AC, et al. Abacavir-lamivudine versus tenofovir-emtricitabine for initial HIV-1 therapy. N Engl J Med. 2009;361:2230-40. 14. Lennox JL, DeJesus E, Lazzarin A, et al. Safety and efficacy of raltegravir-based versus efavirenz-based combination therapy in treatment-naive patients with HIV-1 infection: a multicentre, double-blind randomised controlled trial. Lancet. 2009;374:796-806. 15. Eron JJ, Young B, Cooper DA, et al. Switch to a raltegravir-based regimen versus continuation of a lopinavir-ritonavir-based regimen in stable HIV-infected patients with suppressed viraemia (SWITCHMRK 1 and 2): two multicentre, double-blind, randomised controlled trials. Lancet. 2010;375:396-407. 16. Ruxrungtham K, Pedro RJ, Latiff GH, et al. Impact of reverse transcriptase resistance on the efficacy of TMC125 (etravirine) with two nucleoside reverse transcriptase inhibitors in protease inhibitor-naive, nonnucleoside reverse transcriptase inhibitor-experienced patients: study TMC125-C227. HIV Med. 2008;9:883-96. 17. Westby M, Smith-Burchnell C, Mori J, et al. Reduced maximal inhibition in phenotypic susceptibility assays indicates that viral strains resistant to the CCR5 antagonist maraviroc utilize inhibitor-bound receptor for entry. J Virol. 2007;81:2359-71. 18. Lu J, Deeks SG, Hoh R, et al. Rapid emergence of enfuvirtide resistance in HIV-1-infected patients: results of a clonal analysis. J Acquir Immune Defic Syndr. 2006;43:60-4. 19. Rockstroh J, Dejesus E, Donatacci L, et al. Adherence to enfuvirtide and its impact on treatment efficacy. AIDS Res Hum Retroviruses. 2008;24:141-8. 20. Gallant JE, Rodriguez AE, Weinberg WG, et al. Early virologic nonresponse to tenofovir, abacavir, and lamivudine in HIV-infected antiretroviral-naive subjects. J Infect Dis. 2005;192:1921-30. 21. Jemsek J, Hutcherson P, Harper E. Poor Virologic Responses and Early Emergence of Resistance in Treatment Naive, HIV-infected Patients Receiving a Once Daily Triple Nucleoside Regimen of Didanosine. 11th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. San Francisco, CA, USA 2004. 22. Diaz RS. Should tenofovir ever be used in association with didanosine? Braz J Infect Dis. 2005;9:452-3. 23. Podzamczer D, Ferrer E, Gatell JM, et al. Early virological failure with a combination of tenofovir, didanosine and efavirenz. Antivir Ther. 2005;10:171-7. 24. Martinez E, Milinkovic A, de Lazzari E, et al. Pancreatic toxic effects associated with co-administration of didanosine and tenofovir in HIV-infected adults. Lancet. 2004; 364:65-7. 25. Soriano V, Arasteh K, Migrone H, et al. Nevirapine versus atazanavir/ritonavir, each combined with tenofovir disoproxil fumarate/emtricitabine, in antiretroviral-naive HIV-1 patients: the ARTEN Trial. Antivir Ther. 2011;16(3):339-48. 122 Alguns estudos demonstram de modo claro a existência de uma relação entre resistência e adesão¹. Claramente, quanto maior a adesão menor o risco de resistência, sendo que uma adesão muito baixa também levaria a um baixo risco de resistência. Os maiores riscos de resistência residiriam sob a presença de uma adesão intermediária, ou seja, subótima, mas não tão baixa que a pressão seletiva dos ARVs não existisse. Entretanto, a potência de um esquema poderia interferir nessa equação adesão/resistência. O estudo 863, que comparou o desempenho do NFV com o do LPV/r em pacientes virgens de ARVs e na presença do d4T e 3TC em ambos os braços, demonstrou que a curva típica de resistência frente à adesão foi alterada. Na figura 24, podemos observar a resistência genotípica ao 3TC nos dois braços do estudo e a resistência aos IPs frente à adesão dos pacientes à medicação. A curva típica é a da resistência ao 3TC no braço dos pacientes tomando NFV. É interessante notar que, nesta figura, a curva de resistência ao 3TC no braço do LPV/r ficou achatada, em decorrência da menor incidência de resistência ao 3TC nesse braço quando comparado ao do NFV, 60% Resistência aos IPs 60% 50% 50% 40% 40% 30% 30% 20% 20% 10% 10% 0% 65 70 75 80 85 90 95 100 NFV Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Relação entre adesão e resistência Capítulo 8 Resistência ao 3TC 0% 65 70 75 80 85 90 95 100 LPV/r Figura 24. Relação entre a probabilidade de aquisição de mutações de resistência (eixo Y) e aderência (eixo X) encontrada no estudo 863. À esquerda, encontra-se a resistência aos IPs e à direita a resistência ao 3TC. As linhas negra representam as prevalências de resistência entre os pacientes em uso de d4T/3TC e NFV, enquanto as linhas cinzas representam as resistências no braço dos pacientes em uso de d4T/3TC e LPV/r. 123 denotando uma proteção do LPV/r à fragilidade do 3TC. A curva de resistência ao NFV nos braços de resistência aos IPs é muito semelhante à descrita por Bangsberg¹, sendo que, no estudo 863, não foi detectada resistência ao LPV/r. Na realidade atual, podemos dizer que os esquemas perdoam mais a falta de adesão no tratamento inicial basicamente em decorrência das características do terceiro medicamento do esquema. Os ITRNNs são favorecidos pela meia vida elevada, que no, caso desses medicamentos, é bastante prejudicial na interrupção, mas protege muito na falta de adesão. Um estudo utilizou o EFV em regime de interrupção de ciclo curto, em que os pacientes usavam os ARVs por 5 dias consecutivos seguidos de interrupção por dois dias (interrupção do final de semana), verificando que, nesses casos, o desempenho é exatamente igual ao do tratamento contínuo². Quando o terceiro medicamento é um IP/r, por sua vez, a proteção da resistência ocorrerá como já discutido anteriormente. Bibliografia 124 1. Bangsberg DR, Charlebois ED, Grant RM, et al. High levels of adherence do not prevent accumulation of HIV drug resistance mutations. AIDS. 2003;17:1925-32. 2. Cohen CJ, Colson AE, Sheble-Hall AG, McLaughlin KA, Morse GD. Pilot study of a novel short-cycle antiretroviral treatment interruption strategy: 48-week results of the five-dayson, two-days-off (FOTO) study. HIV Clin Trials. 2007;8:19-23. Resistência cruzada, resistência a múltiplos fármacos e hipersuscetibilidade aos ARVs No momento em que se utiliza um determinado ARV e ocorre a seleção de uma determinada mutação (ou várias) no HIV-1, alguns fenômenos podem ocorrer. O que se observa com frequência, e é muito bem estudado, é a resistência ao ARV que selecionou essa(s) determinada(s) mutação(ões). Entretanto, pode haver a resistência cruzada. A resistência cruzada levará à diminuição de suscetibilidade a algum ARV da mesma classe que não foi utilizado ainda; não sendo, portanto, o responsável pelo processo seletivo. Um dos exemplos que tem sido bastante explorado nesse sentido refere-se às TAMs. As TAMs são 6 mutações selecionadas na TR pela ZDV e/ou d4T: M41L, D67N, K70R, L210W, T215Y/F, K219Q/E/N. Essas mutações proporcionam uma redução de suscetibilidade in vitro em grau variado a todos os análogos nucleosídeos com potencial para resistência cruzada in vivo para esses medicamentos. Chama também atenção a ampla resistência cruzada proporcionada pelas mutações selecionadas pelos não análogos aos nucleosídeos de primeira geração. Como regra geral, as mutações selecionadas por um desses medicamentos levariam à enorme resistência cruzada dentro da classe. Em algumas situações, a resistência cruzada não é muito fácil de predizer quando se analisam as mutações de resistência. É o caso da mutação M184V selecionada pelo 3TC em relação ao ddI, por exemplo. Em cerca de 10% dos casos, essa mutação poderia propiciar uma alta resistência ao ddI, mas, na grande maioria das vezes, a ação do ddI estará preservada. A maior parte dos testes de genotipagem, portanto, descreverá um resultado revelando resistência parcial ou intermediária ao ddI por ocasião da mutação no códon 184, mas vale a pena ter em mente, nesse caso, que qualquer coisa poderia acontecer e, na maioria das vezes, a sensibilidade ao fármaco estará mantida. Algumas alterações genéticas podem levar à MDR. Essas alterações emergem na TR, e uma delas é a inserção no códon 69. Tal inserção pode levar ao aparecimento de um ou mais aminoácidos nessa região, e esse fenômeno pode ser decorrente da seleção imposta por qualquer análogo nucleosídeo. Normalmente, a presença da inserção no códon 69 leva à ampla resistência a todos os ITRs, análogos aos nucleosídeos e ao TDF. A mutação Q151M que emerge sempre acompanhada de um grupo de mutações acessórias também proporciona MDR. Aqui, como na inserção 69, haverá resistência a todos os ITRs, análogos aos nucleosídeos e ao TDF. Foi descrita também outra alteração genética relacionada à MDR que é a deleção no códon 67 (D67)¹ A D67 também vem acompanhada de mutações acessórias específicas, e, quando existem mutações de resistência para os Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Capítulo 9 125 não nucleosídeos, como a K103N, o impacto na perda de suscetibilidade aos não nucleosídeos torna-se mais dramático. Aqui, além da perda de suscetibilidade aos nucleosídeos haverá uma contribuição na resistência aos não nucleosídeos, sendo esse um dos raros exemplos de resistência cruzada entre classes de ARVs. Outra mutação descrita recentemente e que deverá ser levada em consideração é a mutação Q145M². Essa mutação foi detectada de forma relativamente frequente, em 0,22% de 3.595 pacientes falhando ao HAART, chegando a conferir até 16 vezes mais resistência a todos os ITRNNs. Mais recentemente, tem sido proposto que o acúmulo de grande número de TAM pode levar também à resistência a todos os ITRNs, sendo consideradas também como causadoras de MDR. O que também tem sido definido a respeito da mutação K65R. Essa mutação, selecionada pelo ddI, ABC ou TDF, era rara até o final da década de 90 (0,8%) e teve sua prevalência aumentada nos anos 2000 (3,8%), provavelmente pelo maior uso do TDF, levando à resistência de 2,5 a 10 vezes a todos os ITRNs, exceção feita ao ZDV³. Outro fenômeno que tem sido muito estudado recentemente é o da hipersuscetibilidade. Isso significa que a(s) mutação(ões) selecionadas aumentariam a ação de algum ou vários ARVs sobre os vírus que as portassem. Um dos exemplos já citados anteriormente é o da mutação M184V/I selecionada pelo 3TC. Essa mutação levaria a um aumento da ação da ZDV ou TDF sobre o vírus que a tivesse. Essa hipersensibilização é inclusive capaz de reverter o efeito deletério de mutações de resistência. Análises in vitro mostram que o vírus que possui TAM com a mutação M184V/I (3TC/FTC) apresenta a mesma sensibilidade do vírus do tipo selvagem à associação ZDV/3TC. Para que haja resistência mais ampla para a associação ZDV/3TC (atividade mínima), seriam necessárias 5 ou 6 TAMs (Fig. 25). Alguns algoritmos de interpretação ou alguns laudos de genotipagem relatam sensibilidade à ZDV quando existem TAM e 184, pela premissa da hipersensibilização que a mutação no códon 184 leva em relação à ZDV. Deve-se tomar muito cuidado nessa interpretação, pois o uso da ZDV sem o 3TC leva ao desaparecimento rápido da mutação do códon 184 e consequente falha do ZDV. Deve-se neste contexto sempre se utilizar a associação ZDV/3TC para que se colha o benefício da hipersensibilização. Por esse motivo optamos por interpretar a resistência no contexto de medicamentos isolados (ZDV ou 3TC, por exemplo) e no contexto da associação ZDV/3TC (Tabela 16). A mutação no códon 184 também hipersensibiliza ao TDF, sendo capaz de reverter totalmente a resistência decorrente das mutações K65R ou Q151M ou das TAMs, apesar de que, nesse último caso, a reversão pode ser somente parcial e existirem 3 ou mais mutações, incluindo a do códon 41 e/ou 210 (TAM1). Um estudo bastante elegante avaliou o efeito da mutação M184V na remissão da resistência proporcionada pelo acúmulo de TAMs4. Como comentado anteriormente, o acúmulo das TAMs leva à MDR, e um estudo in vitro avaliou o efeito do número de TAM em cada um dos ITRNs em relação à presença ou ausência da mutação M184V (Fig. 25). Percebe‑se que o efeito da mutação M184V é bem evidente na recuperação da susceptibilidade da ZDV a despeito do número de TAM. O mesmo ocorre com relação ao TDF, sendo que a completa ressensibilização a esse ocorrerá se o 126 Fold change nos ITRN 3TC AZT 100 10.000 1.000 10 100 10 1 1 –1 0 1 2 3 4 5 6 –1 0 1 2 TDF 3 4 5 6 4 5 6 4 5 6 ddI 10 100 10 1 1 –1 0 1 2 3 4 5 6 –1 0 1 2 d4T ABC 100 100 10 10 1 1 –1 0 1 2 3 3 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Fold change nos ITRN 4 5 6 –1 0 1 2 3 Número de TAMs M184wt M184V Figura 25. Impacto do acúmulo de TAM na susceptibilidade fenotípica dos ITRNs, na ausência e na presença da mutação M184V. No eixo Y, está representada a alteração do fold change para cada um dos ITRNs de acordo com o número de TAM (eixo X). Os retângulos cinza claro representam os vírus sem a mutação M184V (M184wt), enquanto que os cinza escuro representam os vírus com a mutação M184V. número de TAM for inferior a três. Não existe um efeito benéfico claro da mutação M184V com relação ao d4T, e, no geral, a mutação M184V leva a uma piora da resistência ao ddI e ao ABC. 127 Tabela 16. Códons e associações de códons que levam à hipersusceptibilidade aos ARVs Fármaco Mutações (gene) Referência ITRNN Mutações nos códons 215 e 208 ou 215 e 118 Shulman, 2001 NVP Associação de M41L, M184V, L210W e T215Y (TR) Sato, 2001 Whitcomb, 2002 DLV Associação de M41L, M184V, L210W e T215Y (TR) Shulman, 2001 Whitcomb, 2002 EFV Associação de M41L, M184V, L210W e T215Y (TR) No subtipo C, associações de K70R, L100I, L214F ou K70R, Y181C, L214F ou V75E, K103T, G190A, L214F, ou A98S, K103N, V108I, L214F, ou A98S, E138A, T139A, L214F, P236L ou S98I, E138A, T139A, Y181C, L214F (TR) Associação de H206Y e T215Y ou M41L, L210W, T215Y (TR) Tozzi, 2004 Shulman, 2001 Whitcomb, 2002 Loemba, 2002 Clark, 2004 SQV K20T (PR) I50L (PR) V82T (PR) Associação M46I e I50V (PR) Associação M46l e V82A (PR) Associação V32I, M46L, A71V e V82A (PR) Ziermann, 2000 Tisdale, 1995 Kim, 2001 Martinez-Picado, 2000 RTV Mutações nos códons 12, 33, 37, 45 e 63 (PR) Leigh-Brown, 2004 IDV I50L (PR) N88D (PR) Associação D30N e N88D (PR) Associação I15V, E34G, M36I, S37E, I50V, L63P (PR) Patick, 1998 Robinson, 2000 Tisdale, 1995 NFV Associação de T12S, I15V, L19V, M36I, H69K, L89M, I93L (protease) Gonzáles, 2003 LPV I50V Associação de T4P, T12S, I15V, L19I, E35D, M36I,N37K, R41N, H69K, L89M, I93L. Associação T12S, I15V, K20R, E35D, M36I, R41K, H69K, L89M, I93L. Associação I15V, M36I, R41K, H369K, L89M, I93L Associação T12S, L19I, M36I, R41K, L63P, H69K, L89M, I93L. Associação I15V, L19I, N37S, R41K, L63I, H69K, V77I, I93L. Associação T12P, I15V, L19T, M36I, R41K, L63P, H69K, I93L. Associação T12S, I15V, L19V, M36I, H69K, L89M, I93L. Associação I15V, G16E, L19I, R41K, L63T, H69K, V77I, I93L. No subtipo C, associação D30N, N88D. No subtipo C, associação D30N, N83T Gonzáles, 2003 Gonzáles, 2004 É interessante notar que existe uma associação negativa entre a presença de TAMs e K65R, ambas levando à MDR, sendo que esta última não tem efeito sobre a ZDV. A adição in vitro da mutação K65R a vírus construídos com a presença de 4 TAMs leva a uma diminuição da resistência ao ZDV que varia de 10 a 37 vezes3,5. Da mesma forma, a adição de TAM a vírus que possuam a mutação K65R leva a uma remissão da resistência aos ITRN que a K65R proporciona3-5. Essas observações nos levam a concluir que a associação da ZDV com ARVs que selecionem a K65R podem prevenir a emergência das mesmas. Desse modo, o TDF, que seleciona primariamente 128 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral a K65R tanto in vitro como in vivo funcionaria melhor associado ao ZDV ou ao d4T e não no lugar desses, como foi a estratégia dos primeiros estudos clínicos utilizando o TDF. Outra mutação capaz de atenuar o efeito deletério das TAMs ao ZDV é a L74V (ddI, TDF, ABC), que levaria a uma diminuição de cerca de 8 vezes na resistência ao ZDV proporcionada por 4 TAMs5. Outro exemplo de hipersuscetibilidade descrito é o relacionado à mutação G190A e à delavirdina. Essa mutação pode ser selecionada tanto pela NVP quanto pelo EFV. Estudos in vitro demonstram que essa mutação leva a uma perda de suscetibilidade de 125 vezes à NVP e de 15 vezes ao EFV enquanto leva a um aumento de suscetibilidade de 2,5 vezes à delavirdina 6. Quando existe a concomitância com a mutação K103N, vírus com a mutação G190A levam a uma perda de sensibilidade de 239 vezes à NVP e de 134 vezes ao EFV, enquanto a sensibilidade à delavirdina continua mantida. De fato, esses resultados foram confirmados por estudos in vivo onde o desempenho do tratamento com delavirdina foi bom em pacientes com HIV que tinham essa mutação7. Na PR, encontramos alguns exemplos também. Um deles está relacionado à mutação N88S selecionada pelo SQV ou ATV e que leva a hipersuscetibilidade ao APV. Outro achado recente revela que pacientes portadores de vírus com a mutação I50L selecionada pelo ATV demonstram uma sensibilidade mantida ou uma hipersuscetibilidade a todos os outros IPs8. Vale sempre a pena ressaltar que, enquanto a mutação principal do ATV é a mutação I50L, a mutação principal do APV é a mutação I50V, que, coincidentemente, leva à hipersusceptibilidade ao ATV. Apesar do ATV e do APV apresentarem essa assinatura mutacional no mesmo resíduo (códon 50 da PR), durante o uso desses IPs somente um tipo de mutação pode emergir para cada inibidor; não existindo, portanto, resistência cruzada entre eles. Essa ausência de resistência cruzada entre o ATV e o APV, e o fato de que a mutação I50L do ATV leva a uma hipersusceptibilidade ao APV e a mutação I50V do APV leva à hipersusceptibilidade ao ATV, sugere a interessante possibilidade teórica do uso combinado das duas drogas. Apesar da mutação I50L ser a mutação principal selecionada pelo ATV em pacientes virgens de tratamento, não se sabe ao certo o impacto clínico dessa hipersuscetibilidade “gerada” na presença de tal mutação, nem mesmo se a mutação I50L responsável por esse aumento de sensibilidade do vírus se manteria na ausência do ATV. Sabe-se, entretanto, que, em contraste com o que ocorre na TR, a suspensão seletiva dos IPs com a manutenção de outros ARVs manterá as mutações da PR por um período superior a 48 semanas9. Em outras palavras, se os ITRNs são suspensos e os IPs são mantidos, por exemplo, na presença de viremia, a TR volta ao seu perfil selvagem. Já quando se suspendem os IPs mantendo os ITRNs, a PR continua mutante mesmo havendo replicação viral. Dessa forma, é concebível que as mutações da PR que trazem o hipotético benefício da hipersuceptibilidade possam ser exploradas em benefício da melhor ação dos medicamentos aos quais ela causaria hipersuceptibilidade. O mesmo se aplica ao que foi descrito recentemente para o TPV, em que os vírus com as mutações 24I, 48V, 50L/V, 54L, 76V 82A, I50V elevariam a hipersuscetibilidade a esse medicamento10,11. 129 A hipersuscetibilidade a um determinado ARV também pode aparecer de “forma natural” e relacionada a alguns polimorfismos naturais. Uma delas que é bastante interessante se refere à mutação I93L e LPV/r¹². A leucina na posição 93 da PR no lugar da Isoleucina ocorre naturalmente nos vírus do subtipo C ou F. Estudos in vitro com cepas de HIV-1 do subtipo C com I93L documentaram uma hipersuscetibilidade ao LPV, nos quais o CH50 = 0,35, significando que, in vitro, para inibir uma cepa de subtipo C com esse polimorfismo, é necessário 35% do que se necessita de LPV para inibir uma cepa de vírus selvagem do subtipo B. Vale a pena ressaltar que a mutação I93L também pode ser selecionada nos vírus do subtipo B por alguns IPs, mas não existem estudos até o momento documentando o impacto da mutação nesses vírus em relação ao LPV. Entretanto, a avaliação de todas as inter-relações entre as mutações e efeitos com relação à susceptibilidade e especialmente à hipersusceptibilidade podem tornar-se complexa e de difícil avaliação. Veja na tabela 16 alguns exemplos dessas correlações mais complexas que não foram citadas anteriormente. Bibliografia 130 1. Imamichi T, Berg SC, Imamichi H, et al. Relative replication fitness of a high-level 3’azido-3’-deoxythymidine-resistant variant of human immunodeficiency virus type 1 possessing an amino acid deletion at codon 67 and a novel substitution (Thr-->Gly) at codon 69. J Virol. 2000;74:10958-64. 2. Paolucci S, Baldanti F, Tinelli M, Maga G, Gerna G. Detection of a new HIV-1 reverse transcriptase mutation (Q145M) conferring resistance to nucleoside and non-nucleoside inhibitors in a patient failing highly active antiretroviral therapy. AIDS. 2003;17:924-7. 3. Parikh U, Koontz D, Sluis-Cremer N, et al. A Multinucleoside Resistance Mutation of Increasing Prevalence Exhibits Bi-directional Phenotypic Antagonism with TAM. 11th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. San Francisco, CA, USA 2004. 4. Whitcomb JM, Huang W, Limoli K, et al. Hypersusceptibility to non-nucleoside reverse transcriptase inhibitors in HIV-1: clinical, phenotypic and genotypic correlates. AIDS. 2002;16:F41-7. 5. Bazmi HZ, Hammond JL, Cavalcanti SC, Chu CK, Schinazi RF, Mellors JW. In vitro selection of mutations in the human immunodeficiency virus type 1 reverse transcriptase that decrease susceptibility to (-)-beta-D-dioxolane-guanosine and suppress resistance to 3’azido-3’-deoxythymidine. Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:1783-8. 6. Uhlmann EJ, Tebas P, Storch GA, et al. Effects of the G190A substitution of HIV reverse transcriptase on phenotypic susceptibility of patient isolates to delavirdine. J Clin Virol. 2004;31:198-203. 7. Chambliss P, Grossman HA, DeJesus E, McMeeking A, Reyes FG, Ellsasser R. Unexpected Delavradine (DLV) phenotypic sensitivity and implications for salvage therapy. Int Conf AIDS Barcelona, Spain, July 7-14 2002. 8. Colonno RJ, Thiry A, Limoli K, Parkin N. Activities of atazanavir (BMS-232632) against a large panel of human immunodeficiency virus type 1 clinical isolates resistant to one or more approved protease inhibitors. Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:1324-33. 9. Deeks SG, Hoh R, Neilands TB, et al. Interruption of treatment with individual therapeutic drug classes in adults with multidrug-resistant HIV-1 infection. J Infect Dis. 2005;192:1537-44. 10. Larder BA, Hertogs K, Bloor S, et al. TPV inhibits broadly protease inhibitor-resistant HIV-1 clinical samples. AIDS. 2000;14:1943-8. 11. Scherer J, Boucher CAB, Baxter JD, et al. 11th European AIDS Conference/EACS. Madrid, Spain, October 24-27, 2007. 12. Gonzalez LM, Brindeiro RM, Tarin M, et al. In vitro hypersusceptibility of human immunodeficiency virus type 1 subtype C protease to lopinavir. Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:2817-22. A definição de fitness genético é complexa, e, quando se fala de fitness do HIV, muitas confusões são feitas. O fitness genético corresponde à adaptabilidade de um ser vivo em determinado meio ambiente. É, portanto, uma definição que define exclusivamente o meio ambiente. Quando existe alguma seleção de um perfil genético em decorrência dos desafios do meio ambiente para que haja um consequente aumento no fitness, paga-se normalmente um preço, que está no fato de que algumas funções podem ficar comprometidas. Dois rápidos exemplos de fitness genético em seres humanos e sua relação com um meio ambiente específico: pode-se dizer que as pessoas com anemia falciforme têm menor fitness, porque estão mais mal adaptadas, sendo pessoas com qualidade de vida pior, mais frágeis a algumas infecções e com sobrevida mais curta. Entretanto, em uma área com alta densidade de malária, as pessoas com anemia falciforme teriam mais fitness por terem melhor chance de sobreviver. Podería-se dizer que as pessoas portadoras de fibrose cística têm também um pior fitness, mas, em um determinado momento durante a idade média, quando a densidade de febre tifoide foi muito alta no sul da Europa, essas pessoas tinham mais fitness naquele meio ambiente por terem menor probabilidade de serem afetadas pela febre tifoide. O fitness do HIV-1 correspondendo à capacidade de adaptação desse vírus em determinado meio ambiente compreende vários aspectos que incluem (a) capacidade de ser transmitido (erroneamente denominado fitness de transmissão), (b) capacidade de infectar novas células (normalmente negligenciado na avaliação do fitness do HIV) e (c) capacidade replicativa que pode indiretamente ser medida pela CV. Por que o fitness do HIV tem sido considerado importante? Porque se assume que vírus com mutações de resistência têm capacidade replicativa diminuída e seriam menos citopáticos. Alguns especialistas assumem como estratégia alternativa a manutenção de vírus com baixa capacidade replicativa quando o tratamento eficaz não é possível entre pacientes que não têm opção terapêutica, seja por resistência viral ou por intolerância grave a alguns medicamentos. O paradigma que se estabelece é o de que mutações de resistência produzem uma diminuição da capacidade replicativa dos vírus, o que levaria a uma perda do fitness viral, proporcionando a emergência de um “vírus aleijado”. Realmente, como citado anteriormente, as mutações na PR, por exemplo, causariam um aumento no tempo que a PR leva para clivar uma poliproteína viral. Isso culminaria em uma diminuição do número de partículas virais liberadas na circulação do indivíduo infectado. Como exemplo típico da diminuição do Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Fitness viral Capítulo 10 131 fitness de um vírus, teríamos aquele paciente que, após a introdução de esquema antirretroviral, evoluiria com queda de CV, eventualmente até níveis indetectáveis. Após um período de tempo variável, poderia ocorrer falha virológica ao tratamento antirretroviral, e a CV se tornaria detectável. Nesse momento, a CV na vigência do tratamento é normalmente inferior aos níveis basais ou de antes do tratamento. Se examinarmos o vírus nesse momento, ele terá inúmeras mutações, e a CV com níveis mais baixos é atribuída à diminuição do fitness proporcionado pelo aparecimento dessas mutações (no caso, não se pode excluir também a atividade residual dos medicamentos em uso). Como mencionado anteriormente, alguns especialistas sugerem que então se deve manter o tratamento mesmo na vigência de falha virológica para que se mantenha um vírus com menor fitness no hospedeiro e, assim, postergar a progressão da doença. De fato, esse paciente não só terá uma CV mais baixa, o que por si só estaria relacionado à progressão mais lenta, como albergará também um vírus que provavelmente é menos citopático, com potencial de destruição celular mais baixo. O fato é que a manutenção de um esquema antirretroviral por longos períodos na presença de CV detectável, leva a um acúmulo progressivo de mutações de resistência. Esse acúmulo de mutações de resistência não só piora a suscetibilidade do vírus aos medicamentos utilizados, como potencialmente aumenta a resistência cruzada. Além disso, essas mutações adicionais que são selecionadas recuperam o fitness do vírus, a ponto de que a CV aumente paulatinamente até os níveis próximos ou mesmo superior aos níveis basais para esse paciente (Fig. 26). Nesse momento, nos deparamo com uma situação bastante difícil, que seria a presença de um vírus multirresistente com poucas possibilidades de resgate terapêutico e o consequente potencial de volta da progressão da doença em decorrência da alta CV. Desse modo, para aqueles pacientes em que um resgate antirretroviral é factível, a troca medicamentosa deve ser feita o mais prontamente possível. De fato, tem sido demonstrado que, entre pacientes em falha estável, existe um acúmulo das mutações de resistência se o tratamento não é modificado¹. A análise prospectiva de um grupo de 98 pacientes para os quais o tratamento foi mantido demonstrou que houve um acúmulo médio de 60% de novas mutações em um período de doze meses (Fig. 27). Além disso, a probabilidade de ocorrência de novas mutações é proporcional à CV residual. Nesse caso, quanto maior a CV residual, maior a probabilidade de aparecimento de novas mutações (Fig. 28). Portanto, apesar das chances de seleção de mutações de resistência ser real mesmo em cargas virais residuais muito baixas, esse risco parece ser mais baixo. A mensuração laboratorial do fitness do HIV é complexa. Uma das formas é a realização de experimentos de crescimento competitivo de vírus, nos quais cepas virais são cocultivadas duas a duas e infere-se o fitness relativo entre essas cepas quando uma sobrepuja a outra, medindo-se o ritmo em que isso acontece. Outra forma é a medida isolada da cinética de replicação de cepas virais em meios de cultura. Entretanto, é plenamente sabido que a CV determinada in vivo correlaciona-se de forma linear com a capacidade replicativa do HIV, um dos aspectos do fitness². 132 a d CV c b Limite de detecção Tempo Figura 26. Esquema teórico representativo da variação da CV (eixo Y) ao longo do tempo (eixo X) em paciente com falha de tratamento e manutenção do mesmo esquema antirretroviral na vigência da falha, onde (a) representa a CV basal do paciente e (b) o tempo variável em que o paciente mantém a CV abaixo dos níveis de detecção (linha tracejada) após a introdução de um determinado esquema antirretroviral. O (c) representa a falha virológica na qual o paciente mantém níveis de CV inferiores aos níveis basais (a) na vigência da manutenção do mesmo esquema terapêutico, seja pela manutenção de vírus mutantes com menor fitness ou por atividade antirretroviral residual do esquema sendo utilizado. A manutenção do esquema antirretroviral na vigência da falha poderá, entretanto, possibilitar a seleção progressiva de mutações de resistência que recuperarão a atividade replicativa (fitness) desse vírus (d). Nesse momento, estaremos frente a um vírus em que as possibilidades de resgate serão limitadas pelo acúmulo de mutações de resistência. A alta capacidade replicativa desse vírus neste momento representa um potencial real de diminuição rápida dos níveis de CD4 e consequente progressão da doença. Mutações basais Novas mutaçoes 60% 88% 69% 57% 79% Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tratamento ARV 37% 46% 40% Qualquer (n = 98) ITRN (n = 96) ITRNN (n = 28) IP (n = 68) Figura 27. Mutações acumuladas em um período de 12 meses dentre 98 pacientes em tratamento antirretroviral, onde o tratamento foi mantido a despeito da falha virológica (falha virológica estável). À esquerda, a porcentagem de mutações antes do início da análise, e à direita, a porcentagem de mutações novas adquiridas durante o período de observação do estudo¹. 133 Mutações adquiridas por pessoas/ano 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 0,00 –0,80 –0,60 –0,40 –0,20 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 RNA do HIV (log10 cópias/mL) Figura 28. Probabilidade de aquisição de mutações novas em 98 pacientes em tratamento antirretroviral onde o tratamento foi mantido a despeito da falha virológica (falha virológica estável). No eixo Y, encontramos a probabilidade de emergência de novas mutações, e, no eixo X, a CV residual dos pacientes. Assim, costuma-se inferir o fitness do HIV in vivo de acordo com os níveis de CV, ou seja, CV elevada necessariamente pressupõe um vírus com alto fitness. Pela primeira vez, demonstrou-se que um grande número de mutações de resistência se correlaciona normalmente com cargas virais elevadas³ Nesse estudo, o número progressivo de mutações de resistência inicialmente se correlacionou com a diminuição progressiva da CV (perda progressiva de fitness) até um limiar em que quantidades crescentes de mutações levavam a incremento proporcionalmente crescente na CV dos pacientes³. Uma das maiores provas de que, em condições naturais, o vírus do tipo selvagem tem mais fitness que o mutante está no fato de que, quando se interrompe o tratamento com ARVs para um indivíduo com falha terapêutica e vírus resistentes, os vírus sensíveis reaparecem num período relativamente curto (8 a 12 semanas). Entretanto, como fitness viral é um conceito relativo ao meio ambiente em que se encontra o vírus, o vírus com melhor fitness na presença de ARVs é o vírus com mutações de resistência, posto que o vírus sensível não sobreviva na presença de ARV. O conhecimento relacionado à perda de fitness decorrente das mutações de resistência revela que as mutações selecionadas pelos ITRNNs não proporcionam uma perda da capacidade replicativa tão significativa quanto as mutações aos ITRNs ou aos IP4 (Fig. 29). Dessa forma, vírus em que preponderam as mutações relacionadas à ITRNN tendem a reverter em menor proporção para o perfil do vírus selvagem na ausência do tratamento antirretroviral ou na ausência específica dos ITRNNs. Esse fato por si só justificaria a especulação de que a recente tendência no aumento da incidência de resistência primária aos ITRNNs estaria, entre outras coisas, relacionada à preservação do fitness viral a despeito das mutações de resistência aos ITRNNs. 134 Capacidade replicativa 100 80 60 40 * 20 0 Wildtype TAMs M184V K103N Y181C D30N L90M *Mutações nos códons 41 + 67 + 70 + 215 +219 Figura 29. Efeitos das mutações de resistência na capacidade replicativa do HIV entre as diversas classes de ARVs. As TAMs eram mutações nos códons 41 + 67 + 70 + 215 + 2194. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 120 Quando testes de fenotipagem são realizados utilizando a integrase selvagem dos pacientes e a integrase com mutações selecionadas in vivo pelo RAL, percebe-se que a capacidade replicativa sistematicamente diminui configurando a perda do fitness5. O mesmo ocorre in vitro quando se constroem vírus com as mutações específicas de resistência ao RTV6. Também em modelo animal (SIV), a seleção da mutação no códon 155 pelo RTV leva à diminuição da CV, sendo que, após a interrupção do RTV, ocorre novamente aumento da CV7. O fato de que, na falha virológica, as mutações de resistência mudam de via mutacional ao longo do tempo do códon 155 para o códon 143 também sugere que a adaptação caminha para a seleção de maiores níveis de resistência e/ou restituição de fitness perdido. Interessantemente, quando o RTV é seletivamente interrompido nas pessoas em tratamento, o tempo que levaria para reversão das mutações da integrase para o perfil selvagem é de em torno de 7 meses8. Outro fator que tem sido implicado à progressão da doença é o da ativação celular. A ativação celular levaria a fenômenos apoptóticos, incrementando a perda de linfócitos T CD4+. Vários fatores podem levar a maior ativação celular, como, por exemplo, coinfecções com outros patógenos e verminoses. Especula-se que os vírus com mutações de resistência propiciariam uma menor ativação celular, que estaria relacionada à menor progressão, independentemente dos níveis de CV. Ou seja, comparando-se os vírus com mutações de resistências aos vírus do tipo selvagem e ajustando-se para os níveis de CV, os vírus do tipo selvagem propiciariam maior ativação celular que os mutantes9. Entretanto, dados não publicados de nosso grupo sugerem que, a partir de um grande número de mutações, a ativação celular dos vírus mutantes passa a ser superior à dos vírus selvagens. 135 Em suma, os paradigmas relacionados ao fitness viral: 1. Mutações de resistência diminuem o fitness viral (bom, porque o vírus é menos citopático e a progressão mais lenta) 2. Não trocar a medicação frente à falha virológica leva a acúmulo de mutações de resistência. 3. Acúmulo de mutações de resistência leva à piora da resistência ao esquema utilizado e à resistência cruzada ampla. 4. Acúmulo de mutações de resistência restitui o fitness viral com retorno do risco de progressão da doença mais acelerada. Bibliografia 136 1. Napravnik S, Edwards D, Stewart P, Stalzer B, Matteson E, Eron JJ, Jr. HIV-1 drug resistance evolution among patients on potent combination antiretroviral therapy with detectable viremia. J Acquir Immune Defic Syndr. 2005;40:34-40. 2. Quinones-Mateu ME, Ball SC, Marozsan AJ, et al. A dual infection/competition assay shows a correlation between ex vivo human immunodeficiency virus type 1 fitness and disease progression. J Virol. 2000;74:9222-33. 3. Munerato P, Sucupira MC, Oliveros MP, et al. HIV type 1 antiretroviral resistance mutations in subtypes B, C, and F in the City of Sao Paulo, Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses 2010,26:265-73. 4. Wrin T, Gamarnik A, Huang W, et al. Drug Resistance is Associated with Impaired PR and RT Function and Reduced Replication Capacity: Characterization of Recombinant Viruses Derived from 200 HIV-1 Infected Patients. 40th Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy, September 17-20 2000. 5. Hatano H, Lampiris H, Fransen S, et al. Evolution of integrase resistance during failure of integrase inhibitor-based antiretroviral therapy. J Acquir Immune Defic Syndr. 2010;54:389-93. 6. Hu Z, Kuritzkes DR. Effect of raltegravir resistance mutations in HIV-1 integrase on viral fitness. J Acquir Immune Defic Syndr. 2010;55:148-55. 7. Hazuda DJ, Young SD, Guare JP, et al. Integrase inhibitors and cellular immunity suppress retroviral replication in rhesus macaques. Science. 2004;305:528-32. 8. Hatano H, Lampiris H, Gupta S, et al. Long-term Evolution of Integrase Resistance during Failure of Integrase Inhibitor-based ART. 16th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Montreal, Canada, February 8-11 2009. 9. Hunt PW, Deeks SG, Bangsberg DR, et al. The independent effect of drug resistance on T cell activation in HIV infection. AIDS. 2006;20:691-9. Atividade residual dos ARVs Na maior parte das vezes, a atividade dos ARVs frente à resistência não tem um aspecto qualitativo, ou seja, atividade presente ou ausente. Muitas vezes, as mutações de resistência diminuirão a atividade do medicamento, mas alguma atividade ainda existirá, constituindo o que chamamos de atividade residual. A importância da atividade residual dos ARVs estará nos casos em que as opções de medicamentos são restritas, seja por resistência muito ampla ou por impossibilidade de uso de alguns ARVs por efeitos adversos graves. Nesse momento, pode-se optar por medicamentos sem efeito pleno, mas com atividade residual, para que se constitua um melhor esquema de resgate para o paciente. A atividade residual é mensurada in vivo. Uma das formas com que isso é feito é pela interrupção específica do medicamento ao qual o vírus apresenta mutações de resistência. Sabe-se que, quando o tratamento antirretroviral é completamente interrompido, existirá uma reemergência dos vírus do tipo selvagem na corrente sanguínea do paciente em cerca de 4 a 8 semanas após a interrupção, acompanhada de aumento expressivo da CV. Quando um medicamento é suspenso e o restante do tratamento é mantido, o tempo para desaparecimento das mutações específicas demora mais. A estratégia para investigação de atividade residual está resumida abaixo. – Paciente em falha virológica e mutações de resistência. – Interrupção isolada de um medicamento por períodos curtos de tempo (4 a 8 semanas). – Observação frequente da CV durante a interrupção com as seguintes possibilidades. • A CV e as mutações de resistência se mantêm – ausência de atividade residual • A CV se eleva e as mutações de resistência se mantêm – presença de atividade residual • A CV se eleva e as mutações de resistência desaparecem – aumento do fitness pelo retorno do vírus do tipo selvagem – Reintrodução do ARV em estudo. A diminuição da CV aos níveis de pré-interrupção confirma a atividade residual. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Capítulo 11 Atividade residual dos ITRNs Os ITRNs foram os primeiros medicamentos a terem a atividade residual avaliada confirmando a sua presença. Na interrupção específica 137 desse medicamento, observou-se incremento imediato da CV e manutenção das mutações por um período de 16 semanas¹. Com o retorno do vírus do tipo selvagem após a 16ª semana, a CV aumentou ainda mais e de forma expressiva. Bem se conhece o impacto da mutação M184V no desempenho do 3TC. Entretanto, mesmo na presença dessa mutação, o 3TC continua apresentando atividade residual. Dessa forma, inúmeras diretrizes sugerem que se deve contar com a atividade residual dos ITRNs em tratamentos de resgate. Um estudo recente avaliou pacientes nos quais foram instituídos esquema de resgate com RTV que tinham resistência extensa aos ITRNs. O estudo confirmou que os pacientes que utilizaram ITRN nesse resgate tiveram melhor desempenho, mesmo com o ITRN tendo atividade reduzida ou mínima². Não se sabe ao certo se a inserção no códon 69 da TR permite alguma atividade residual dos ITRNs. Essa é a mutação que causa o impacto mais dramático em termos de resistência a essa classe e pela prevalência baixa da inserção do códon 69; desse modo, ainda não foi possível fazer tal tipo de investigação. Estudo baseado em um único paciente apresentando o complexo Q151M com as mutações acessórias (62V, 75I, 77L, 116Y) demonstrou a estabilidade da CV após a interrupção dos ITRNs, sugerindo a ausência de atividade residual relacionada a esse perfil, que leva à alta resistência a todos os ITRNs³. Atividade residual dos ITRNNs Assume-se que não exista atividade residual dos ITRNNs de primeira geração4. Um estudo demonstrou que, em contraste ao que ocorreu com os ITRNs, a suspensão seletiva de ITRNN não leva a qualquer aumento subsequente de CV, bem como a sua reintrodução não é acompanhada de redução da CV, confirmando, então, a ausência de atividade residual. Assim, é mais apropriado relatar como resistente os ITRNNs de primeira geração na presença de qualquer mutação de resistência relacionada. Já para os medicamentos que apresentam atividade residual, não se relata o laudo como resistente, mas sim como atividade reduzida (pouca resistência) ou atividade mínima (muita resistência), posto que alguma atividade sempre exista. O ITRNN de segunda geração, a ETR, fornece evidências de sua atividade residual. Por se tratar de molécula mais flexível, a ETR pode ligar-se em posições distintas próximas do sítio ativo da TR. A necessidade de um maior número de mutações para perda significativa da atividade e a definição de cut-off clínico para resistência fenotípica indicam que a atividade residual exista para esse medicamento. De acordo com os resultados dos estudos pivotais envolvendo a ETR, foi possível, inclusive, a classificação das mutações que levam à diminuição de suscetibilidade de acordo com o impacto na resistência, novamente sugerindo a atividade residual deste medicamento (Tabela 17). 138 Peso relativo para cada mutação da ETR 1 1,5 2,5 3 V901 V106I L100I Y181I Y181V A96G E138A K101P K101E V179F Y181C K101H G190S M230L V179D V179T G190A Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 17. Classificação das mutações que proporcionam diminuição de suscetibilidade à ETR. Foi sugerido que, com a somatória das mutações entre 0-2, a atividade seria máxima, entre 2,5-3,5, atividade reduzida e ≥ 4, atividade mínima5 Figura 30. Desenho esquemático da enzima PR com o sítio ativo ocupado pelo inibidor RTV, demonstrando a necessidade de pontos múltiplos de contato entre a molécula do IP e a estrutura proteica do sítio ativo. Atividade residual dos IPs Os primeiros estudos avaliando a atividade residual dos IPs não confirmaram a sua existência. Entretanto, esses primeiros estudos utilizaram IP sem a associação com RTV³. Novamente aqui, a definição clara de cut-offs clínicos sugerem fortemente a atividade residual dos IP/r. O mecanismo de ação dos IP/r também é fator favorável à existência de atividade residual, como já explicado na capítulo 3, Mecanismo de resistência aos IPs. Sabe-se que os IPs têm pontos múltiplos de apoio na PR (Fig. 30) para que haja a 139 Tabela 18. Atividade residual inferida para as diferentes classes e medicamentos Classe ITRN Atividade residual +++ ITRNN 1a geração – ITRNN 2a geração ++ IP + IP/r 1a geração ++ IP/r 2a geração ++ I integrase 1a geração – I integrase 2a geração* ? T-20 – Ant. CCR5 ? ocupação do sítio ativo do dímero da PR e, assim, se tenha uma obstrução no processo de clivagem proteica. As mutações emergem de forma sucessiva e cumulativa, sendo que cada mutação irá contribuir para o aumento progressivo de resistência. Dessa forma, alguma atividade sempre é esperada e menor será a atividade quanto maior o número de mutações. Atividade residual do RTV A interrupção de tratamento com esquemas contendo RTV em falha virológica, mantendo-se os outros medicamentos, demonstra que não há incremento na CV. Esse incremento da CV somente ocorrerá no momento em que as mutações da integrase forem substituídas pelo perfil do tipo selvagem, o que ocorre cerca de 7 meses após a interrupção do RTV6. Um estudo analisou 5 pacientes, 4 deles com mutação N155H e outro com Q148H com devidas mutações acessórias, sendo que a suspensão do medicamento resultou em variação inferior a 0,5 log10 na CV7. Outros 3 pacientes com resistência relacionada ao complexo 148 foram investigados em outro estudo confirmando a ausência de atividade residual8. Atividade residual do T-20 Para resistência ao T-20, uma única mutação no HR1 é necessária, sendo que essas mutações emergem rapidamente (10-14 dias), causam alto nível de resistência e diminuem substancialmente o fitnes viral9-14. Um estudo avaliando a interrupção do T-20 em 28 indivíduos com falha virólogica e resistência revelou um aumento pequeno, porém, estatisticamente significante de CV (~0,2 log10 cópias/mL), sugerindo a presença de atividade residual15. Em contraste ao que ocorre com qualquer outro medicamento de qualquer outra classe, as mutações de T-20 remitem muito rapidamente durante a interrupção parcial (máximo de 16 semanas), levando a aumento 140 Bibliografia 1. Deeks SG, Hoh R, Neilands TB, et al. Interruption of treatment with individual therapeutic drug classes in adults with multidrug-resistant HIV-1 infection. J Infect Dis. 2005;192:1537-44. 2. Scherrer AU, von Wyl V, Boni J, et al. Viral suppression rates in salvage treatment with raltegravir improved with the administration of genotypic partially active or inactive nucleoside/tide reverse transcriptase inhibitors. J Acquir Immune Defic Syndr. 2011;57:24-31. 3. Deeks SG, Martin JN. Partial treatment interruptions. Curr Opin HIV AIDS. 2007;2:46-55. 4. Piketty C, Gerard L, Chazallon C, et al. Virological and immunological impact of non-nucleoside reverse transcriptase inhibitor withdrawal in HIV-infected patients with multiple treatment failures. AIDS. 2004;18:1469-71. 5. Vingerhoets J, Tambuyzer L, Azijn H, et al. Resistance profile of etravirine: combined analysis of baseline genotypic and phenotypic data from the randomized, controlled Phase III clinical studies. AIDS. 2010;24:503-14. 6. Hunt PW, Deeks SG, Bangsberg DR, et al. The independent effect of drug resistance on T cell activation in HIV infection. AIDS. 2006;20:691-9. 7. Wirden M, Simon A, Schneider L, et al. Raltegravir has no residual antiviral activity in vivo against HIV-1 with resistance-associated mutations to this drug. J Antimicrob Chemother. 2009;64:1087-90. 8. Khanlou H, Sayana S, Acosta E. No residual activity of raltegravir after development of 148 complex mutations in vivo. J Int Assoc Physicians AIDS Care (Chic). 2008;7:281-2. 9. Lu J, Deeks SG, Hoh R, et al. Rapid emergence of enfuvirtide resistance in HIV-1-infected patients: results of a clonal analysis. J Acquir Immune Defic Syndr. 2006;43:60-4. 10. Lu J, Sista P, Giguel F, Greenberg M, Kuritzkes DR. Relative replicative fitness of human immunodeficiency virus type 1 mutants resistant to enfuvirtide (T-20). J Virol. 2004;78:4628-37. 11. Marcelin AG, Reynes J, Yerly S, et al. Characterization of genotypic determinants in HR-1 and HR-2 gp41 domains in individuals with persistent HIV viraemia under T-20. AIDS. 2004;18:1340-2. 12. Poveda E, Rodes B, Lebel-Binay S, Faudon JL, Jimenez V, Soriano V. Dynamics of enfuvirtide resistance in HIV-infected patients during and after long-term enfuvirtide salvage therapy. J Clin Virol. 2005;34:295-301. 13. Reeves JD, Lee FH, Miamidian JL, Jabara CB, Juntilla MM, Doms RW. Enfuvirtide resistance mutations: impact on human immunodeficiency virus envelope function, entry inhibitor sensitivity, and virus neutralization. J Virol. 2005.79:4991-9. 14. Sista PR, Melby T, Davison D, et al. Characterization of determinants of genotypic and phenotypic resistance to enfuvirtide in baseline and on-treatment HIV-1 isolates. AIDS. 2004;18:1787-94. 15. Deeks SG, Lu J, Hoh R, et al. Interruption of enfuvirtide in HIV-1 infected adults with incomplete viral suppression on an enfuvirtide-based regimen. J Infect Dis. 2007;195:387-91. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral de CV, fator que pode explicar a hipotética atividade residual desse medicamento descrita no estudo acima15. A atividade residual do maraviroque ainda não foi formalmente investigada (Tabela 18). Por tudo que foi exposto acima, pode-se concluir que a maioria dos medicamentos retém alguma atividade mesmo na presença de resistência, e isso deve ser explorado como estratégia. Esse conhecimento muda também o paradigma com relação a assim chamada monoterapia funcional, termo usado quando um medicamento novo ou ativo é usado com outros medicamentos nos quais a resistência esteja detectada. Pelo exposto acima, a monoterapia funcional de fato não existe, visto que a atividade residual de outros medicamentos do esquema terapêutico estará presente. 141 Capítulo 12 Frequência de resistência genotípica na falha terapêutica Com a melhora no desempenho dos ARVs no Brasil, como visto na figura 1, com a impressionante melhora no desempenho dos ARVs ao longo do tempo, é de se esperar que o perfil da de resistência também se altere. Como reflexo da melhora do desempenho virológico ao longo do tempo, existe também melhora do estado imunológico dos pacientes, que pode ser observado na figura 31, em que o aumento dos níveis médios de células T CD4+ aumenta também ao longo do tempo¹. Inicialmente, quando avaliamos o resultado, ao longo do tempo, de 18.849 genotipagens realizadas de 2001 a 2009 pela RENAGENO, observamos que, em média, somente 8% dos resultados revelam vírus do tipo selvagem¹. Essas genotipagens “brancas” significariam, na maioria das vezes, pacientes com má adesão ao tratamento. Essa baixa porcentagem é, de certa forma, um bom sinal, revelando que a solicitação dos testes tem sido bem indicada pelos MRG no Brasil. Como visto na figura 32, a porcentagem de resistência aos ITRNs é estável ao longo do tempo, variando entre 85 a 90%, enquanto que, na resistência aos ITRNNs, aumentou de 50 para 60% de 2001 a 2009. A resistência aos IPs, por sua vez, diminuiu linearmente de 2001 a 2006, o que pode ter relação com o crescente uso de IP no Brasil ao longo do tempo (Fig. 33). Entretanto, após essa queda inicial da resistência aos IPs, inesperadamente a resistência começa novamente a se elevar até 2009 (Fig. 32). A resistência a 3 classes de medicamentos acompanhou de forma proporcional a tendência de resistência aos IPs, demonstrando uma redução de 31 para 26% de 2001 a 2006 e, novamente, tendendo a subir após essa data até 2009. Como visto na figura 34, a prevalência de resistência a 3 classes de medicamentos é mais frequente entre os subtipos B do que entre os subtipos F, seguidos do C. A explicação para o fato está exatamente na tempo de entrada desses vírus no Brasil. Análises Baysiana baseadas em sequenciamento genômico são capazes de datar a origem de determinado vírus em uma área geográfica. Dessa forma, foi estimado que a entrada do HIV-1 do subtipo B no Brasil se deu em 1971, enquanto que o subtipo F entrou em 1981 e o subtipo C em 1987². Assim, é concebível que as pessoas infectadas pelos vírus do subtipo B tenham sido proporcionalmente mais expostas a IP sem RTV, como era prática no início do tratamento antirretroviral; dessa modo, desenvolvendo mais resistências aos IPs. Como a resistência às 3 classes é basicamente uma função da resistência aos IPs, possivelmente os vírus mais antigos têm a maior chance de albergar resistência às 3 classes de medicamentos. De fato, o perfil de resistência para os ITRNNs e IPs pode variar discretamente entre os subtipos, como demonstrado em estudo que avaliou o 142 360 341 2001 359 2002 392 380 2003 2004 2005 2006 441 450 435 411 2007 2008 2009 Porcentagem de resistência de acordo com a classe de ARV Figura 31. Resultado de 2.607.825 determinações de contagem de células T CD4+ ao longo do tempo entre indivíduos em tratamento antirretroviral¹. 100 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 90 80 70 60 50 40 30 % ITRN % ITRNN % IP 20 10 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Tempo em anos Figura 32. Prevalência de resistência de acordo com a classe de ARV ao longo do tempo. perfil genotípico de 2.474 pacientes brasileiros em falha virológica³. Com relação especificamente aos ITRNs, observa-se que o padrão de resistência TAM1 é mais frequente entre os vírus do subtipo B enquanto o padrão TAM2 é mais frequente no subtipo C, havendo um equilíbrio entre TAM1 e TAM2 no subtipo F³. O perfil genotípco de resistência cruzada a medicamentos introduzidos mais recentemente no Brasil parece ser também favorável. A resistência cruzada à ETR é muito baixa, sendo de 1,18% (pacientes com 143 140.000 IP com booster IP sem booster 120.000 ITRNN 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Figura 33. Número de tratamentos de acordo com o uso do terceiro medicamento ARV ao longo do tempo no Brasil. Nota-se aumento do uso de IP/r (booster) em detrimento do IP sem RTV ao longo do tempo. Porcentagem de resistencia e número de classes ARV 60 50 40 Clade B 30 Clade C Clade F 20 10 0 Zero 1 class 2 classes 3 classes Figura 34. Prevalência de resistência a nenhuma, uma, duas ou três classes de medicamentos de acordo com o subtipo do HIV-1. 3 ou mais mutações de resistência a ITRNN), provavelmente favorecida pelo uso mais extenso de EFV do que da NVP em nosso meio ambiente³. Com relação à resistência ao TPV, uma análise baseada em resultados de dados de fenopatigem (Monogram) demonstrou que, de 935 isolados revelando perda de suscetibilidade ao TPV, 658 (70%) ainda manteriam sensibilidade ao DRV, sendo este o resgate mais óbvio para esta situação4. 144 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Em uma análise brasileira de 2.474 pacientes falhando ARVs, 54% dos mesmos apresentavam mutações principais na PR³. Destes, 19,3% apresentavam resistência genotípica ao tipranvir, sendo que 90% desse porcentual apresentavam sensibilidade ao DRV. Da mesma forma, analisamos 266 fenotipagens virtuais de pacientes brasileiros altamente experimentados e com algum nível de resistência na PR, e constatamos que 61% apresentavam resistência ao TPV, sendo que 55,7% desses ainda apresentavam suscetibilidade plena ao DRV (dados não publicados). Com relação ao DRV, as mutações que mais frequentemente emergem por ocasião da falha virológica são V32I, L33F, I47V, I54L, e L89V 5. Da mesma forma do que foi discutido para o TPV, é concebível que o IP com sensibilidade aos pacientes com resistência ao DRV após falha a esse medicamento seja o TPV. Foi demonstrado que as mutações novas mais frequentes após a falha com esquemas contendo DRV entre 25 pacientes muito experimentados foram L89I/M/V (32%), V32I (28%), V11I (20%), I47V/A (20%), I54L/M (20%), L33F/I (16%) e I50V (16%), sendo que, após a falha, a prevalência de sensibilidade ao TPV caiu da análise pré-tratamento de 76 para 60%, sugerindo que, mesmo após a falha ao DRV, o resgate com TPV seria possível5,6. A exemplo do que foi citado anteriormente, de 586 isolados com diminuição de susceptibilidade fenotípica ao DRV, 53% continuavam sensíveis ao TPV. Dentre 1.336 pacientes brasileiros falhando ARVs e com resistência na PR, 2,2% somente apresentavam resistência genotípica ao DRV, sendo que 82,8% desses pacientes com resistência ao DRV ainda apresentavam suscetibilidade ao TPV³. Dentre 266 fenotipagens virtuais de pacientes brasileiros com resistência na PR, 32% apresentavam resistência ao DRV, sendo que 15,6% desses ainda apresentavam suscetibilidade plena ao TPV (dados não publicados). Bibliografia 1. Inocencio LA, Pereira AA, Sabino EC, et al. The impact of antiretroviral use at a population level in Brazil. International Workshop on HIV & Hepatitis Virus Drug Resistance and Curative Strategies. Los Cabos - Mexico, 7-11 June 2011. 2. Leal E, Martins LO, Janini LM, Diaz RS. Evolutionary dynamics of HIV-1 BF and CB recombinants and its parental counterparts in South America. Retrovirology: Research and Treatment. 2008;1:1-14. 3. Munerato P, Sucupira MC, Oliveros MP, et al. HIV type 1 antiretroviral resistance mutations in subtypes B, C, and F in the City of Sao Paulo, Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses. 2010,26:265-73. 4. Hoffman CJ, Gallant JE. When and how to use tipranavir and darunavir. AIDS Read. 2007;17:194-98, 201. 5. de Meyer S, Vangeneugden T, van Baelen B, et al. Resistance profile of darunavir: combined 24-week results from the POWER trials. AIDS Res Hum Retroviruses. 2008;24:379-88. 6. Delaugerre C, Pavie J, Palmer P, et al. Pattern and impact of emerging resistance mutations in treatment experienced patients failing darunavir-containing regimen. AIDS. 2008; 22:1809-13. 145 Capítulo 13 Como funcionam os testes para resistência aos ARVs? Aspectos gerais Existem duas classes de testes laboratoriais para resistência aos ARVs: os testes para determinação de resistência fenotípica, ou fenotipagem, e os testes para determinação de resistência genotípica, ou genotipagem. Recentemente, tem crescido bastante a popularidade e a importância dos testes de fenotipagem virtual. A nomenclatura das classes de testes se incorporou à própria denominação de um padrão de resistência, dito resistência genotípica e fenotípica. A resistência fenotípica representa o “comportamento” do vírus em meio de cultura na presença de ARVs, a semelhança do que ocorre com os testes de determinação de suscetibilidade para outros micro-organismos. A resistência genotípica representa a determinação das mutações no gene do HIV-1 com a qual poderíamos predizer as mudanças no “comportamento” (fenótipo) do vírus frente aos ARVs. São normalmente descritas como, por exemplo, M184V, o que quer dizer que no códon 184 da TR, o aminoácido metionina (representado pelo M), que se encontra naturalmente nessa posição, foi substituído pelo aminoácido valina (representado pelo V). A interpretação do M184V é a resistência ao 3TC ou FTC. Entretanto, o que ocorre nesses casos é uma mudança nos nucleotídeos, em que o ATG que codifica a metionina é substituído pelo GTG, que codifica a valina. Veja o código dos aminoácidos na tabela 19 e sua codificação pelos tripletes de nucleotídeos na tabela 20. O principio óbvio é de que toda alteração fenotípica é decorrente de uma alteração genotípica. Na realidade, as discordâncias nos resultados dos testes genotípicos e fenotípicos são devidas a um entendimento ainda incompleto de todas as possibilidades de interações das mutações presentes nos genes da TR e da PR e da própria imprecisão dos testes de fenotipagem. Testes de fenotipagem para determinação de resistência Os testes fenotípicos determinam a quantidade de medicamento necessária para inibir a replicação do HIV-1 in vitro, sendo que as concentrações dos medicamentos podem resultar em inibição de 50, 90 ou 95% (EC ou IC50, IC90 ou IC95). Existe uma tendência recente a se considerarem os resultados a partir de uma relação entre a concentração mínima (níveis de vale 146 Aminoácido Código de 3 letras Código de 1 letra Nucleotídeos Alanina Ala A GCT GCC GCA GCG Arginina Arg R CGT CGC CGA CGG AGA AGG Asparagina Asn N AAT AAC Ácido aspártico Asp D GAT GAC Cisteína Cys C TGT TGC Ácido glutâmico Glu E GAA GAG Glutamina Gln Q CAA CAG Glicina Gly G GGT GGC GGA GGG Histidina His H TAC CAC Isoleucina Ile I ATT ATC ATA Leucina Leu L TTA TTG CTT CTC CTA CTG Lisina Lis K AAA AAG Metionina Met M ATG Fenilalanina Phe F TTT TTC Prolina Pro P CCT CCC CCA CCG Serina Ser S TCT TCC TCA TCG AGT AGC Treonina Thr T ACT ACC ACA ACG Triptofano Trp W TGG Tirosina Tyr Y TAT TAC Val V GTT GTC GTA GTG Valina Códon de terminação Stop Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 19. Aminoácidos e seus códigos de três e uma letras e os diferentes tripletes de nucleotídeos que os codificam TAA TAG TGA ou basais ou níveis mínimos) do fármaco e a IC95 para o isolado viral em questão, sendo que essa relação é conhecida como quociente inibitório. Considera-se que o medicamento tem atividade se a relação Cmín/IC95 (quociente inibitório) for maior do que 1, sendo que, quanto maior o valor, maior a atividade de medicamento contra o isolado viral em questão. Os testes fenotípicos clássicos, usados em laboratórios de pesquisa, realizam a cocultura do vírus e exposição a fármacos de forma bastante artesanal. Os testes padronizados com vírus recombinantes têm maior potencial de aplicabilidade na prática clínica, sendo esses os testes utilizados pelas empresas Virco (Bélgica), MONOGRAM (Califórnia, EUA) e Viralliance (França). Esses testes com vírus recombinantes diminuem o tempo para o resultado, que é de 6-8 semanas nos testes convencionais, para 2-3 semanas, e a variação entre ensaios é substancialmente menor. Os testes de fenotipagem normalmente cultivam o vírus na presença de cada um dos ARVs em concentrações diferentes de medicamentos em duplicatas. Os resultados dos vírus testados são comparados com resultados obtidos a partir de vírus do tipo selvagem (veja os passos da fenotipagem no capítulo 2 conceitos e definições). Um dos detalhes importantes para o resultado de fenotipagem é a definição da “variação na concentração” (fold change) de ARVs, que indica a quantidade 147 Tabela 20. Tabela identificando quais aminoácidos são codificados pelos tripletes de nucleotídeos. Primeiro significa o primeiro nucleotídeo do triplete e assim por diante (A, T, C, G). Os aminoácidos estão no centro da tabela nos códigos de uma e três letras. TER significa códon de terminação (stop codon) Primeiro Segundo T T C A G C Terceiro A G F Phe S Ser Y Tyr C Cys T F Phe S Ser Y Tyr C Cys C L Leu S Ser TER TER A L Leu S Ser TER W Trp G L Leu P Pro H His R Arg T L Leu P Pro H His R Arg C L Leu P Pro Q Gln R Arg A L Leu P Pro Q Gln R Arg G I Ile T Thr N Asn S Ser T I Ile T Thr N Asn S Ser C I Ile T Thr K Lys R Arg A M Met T Thr K Lys R Arg G V Val A Ala D Asp G Gly T V Val A Ala D Asp G Gly C V Val A Ala E Glu G Gly A V Val A Ala E Glu G Gly G de medicamento necessária in vitro para inibir a replicação do vírus do paciente, em comparação com a quantidade necessária para inibição de um vírus padrão de laboratório, que é o vírus do tipo selvagem. O fold change se calcula dividindo-se o IC50 (concentração inibitória para supressão de 50% das cepas virais in vitro) do vírus do paciente pelo IC50 do vírus do tipo selvagem (Fig. 35). Por exemplo: se o IC50 do vírus do paciente for 5 mM e o IC50 do vírus do tipo selvagem for 0,5 mM, o fold change é igual a 10. Isso significa que foi necessário usar 10 vezes mais medicamento para inibir o vírus do paciente do que é preciso para inibir o vírus do tipo selvagem. Se o corte para resistência (cut-off) for igual a 2, conclui-se que o vírus do paciente testado será resistente a esse determinado ARV. As figuras 36, 37 e 38 mostram um modelo de laudo dos testes de fenotipagem da MONOGRAM (Phenosense), da Virco-Tibotec (Antivirogram) e da Viralliance (PnenoScript). Recentemente, a empresa VIRCO decidiu não mais disponibilizar a fenotipagem para a prática clínica rotineira, reservando esse teste exclusivamente para estudos clínicos e sugerindo que seja utilizado para os fins rotineiros a fenotipagem virtual, no entendimento que a fenotipagem virtual tem desempenho ótimo, é mais barata e substitui a fenotipagem com vantagens. Um laudo de fenotipagem virtual pode ser visto na figura 39, demonstrando que informações fundamentais de um teste de fenotipagem como fold change e cut-off clínicos estão disponíveis além da presença do perfil mutacional encontrado no sequenciamento genômico. 148 Efeito antirretroviral (%) Tipo selvagem (WT) Cepa do paciente (PT) 50 0 Baixa IC50 IC50 Alta Concentração de medicamento FC = IC50(PT) / IC50(WT) Exemplo: IC50(WT) = 0,5 nM IC50(PT) = 5 nM FC = 5/0,5 = 1 Figura 35. Cálculo de resistência para os testes de fenotipagem. FC = fold change, IC50 = concentração inibitória de 50% das cepas testadas. Resistência é quando a curva sigmoide movimenta-se para a direita, em relação ao vírus do tipo selvagem testado. Exemplo de um cálculo de fold change abaixo. – – Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 100 90 Antivirogram®: o Antivirogram está embasado na geração de vírus recombinantes através de uma técnica de recombinação homóloga¹. Nesse teste, grandes quantidades de vírus recombinantes são produzidos, sendo que a região da PR e da TR da população de vírus presente no paciente testado é amplificada por RT-PCR, sendo seu produto combinado no interior de células de cultura com um clone de provírus do qual essa região amplificada pelo RT-PCR foi subtraída (apagada). São usadas, então, células MT4 para transfecção, ou seja, para introdução do produto da RT‑PCR e dos clones provirais no interior das células. As culturas celulares passam a ser monitorizadas para aparecimento de efeito citopático viral na presença dos ARVs. Ou seja, se o ARV testado ainda tiver atividade, as células em cultura “sobreviverão”, enquanto que, na ausência de atividade, haverá destruição celular pelo vírus, e essa destruição pode ser quantificada. PhenoSenseTM: essa metodologia amplifica por PCR as regiões da PR e da TR do gene pol de amostras de plasma do paciente a ser testado. Através de clonagem, esse produto de PCR é incorporado em um vetor que possui um genoma defectivo do HIV com o gene do envelope subtraído (apagado) e o gene da luciferase no local do gene do envelope. O gene da luciferase é o mesmo que produz a luminosidade própria dos vaga‑lumes. O próximo passo é a cotransfecção de células com o vetor produzido e outro vetor que 149 Figura 36. Modelo do laudo de um teste de fenotipagem da MONOGRAM (Phenosense). – 150 possua o gene do envelope do vírus da leucemia murina. A transfecção significa que os genes dos dois vetores são introduzidos diretamente no núcleo celular. Nessa fase, a cultura é incubada na presença e na ausência de IPs em concentrações diferentes. Após a transfecção, os vírus são produzidos e utilizados para infecção de nova linhagem celular. Nessa fase, são utilizados os ITRs também em concentrações diferentes. A suscetibilidade aos fármacos é mensurada através da comparação da luminosidade produzida pela luciferase, em que, quanto maior a resistência, maior a emissão de luminosidade. PhenoscriptTM: Essa técnica baseia‑se na medida da replicação viral in vitro em um único ciclo replicativo do vírus do paciente testado na ausência e na presença dos ARVs. Utiliza‑se também a transfecção de vetores (plasmídeos) contendo os produtos de PCR do gene pol amplificado a partir de amostras de plasma dos pacientes testados, que é o que caracteriza a produção de vírus Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Figura 37. Modelo do laudo de um teste de fenotipagem virtual da Virco (Antivirogram). recombinantes. A linhagem celular utilizada possui o gene LacZ, que é controlado pelo promotor do LTR do HIV‑1. A partir do momento que as células são infectadas, a b‑gluconidase é produzida e quantificada por métodos colorimétricos que utilizam densidade ótica. Da mesma forma, quanto menor a ação do ARV testado, maior o índice de infecção celular com consequente produção de luminosidade. A definição dos cut-offs, ou cortes para definição da resistência fenotípica aos ARVs, tem sido cruciais e ainda são um problema que as empresas que produzem o teste enfrentam. O cut-off biológico específico aos medicamentos é uma indicação da variação normal da suscetibilidade do HIV-1 a cada medicamento em um ensaio in vitro. Essa variação foi determinada de acordo com os resultados dos ensaios de resistência fenotípica 151 Head Office: 59, Bd du Général Vain 75015 PARIS Tel: +33 (0) 01 45 58 76 00 Fax: +33 (0) 01 45 58 08 81 Web cite: www.viralliance.com Laboratory: Hôpital Bichat Claude-Bernard 46, rue Henri-Huchard, 75018 PARIS Tel: +33 (0) 01 40 25 63 69 Fax: +33 (0) 01 40 25 63 70 PHENOSCRIPTTM RESULTS - AI454-176 ANRS Patient / Sample Patient number Sample Code Date of Birth Sample date Visit Viralliance number Investigateur Name Center number Address Tel/Fax Signature of Laboratory Manager NNTRI NTRI PI Antiretroviral Drugs Date Cut-off values of the test Sample results Patient Resistance index Contribution to therapeutic response 20.0 7.1 Possible 3.0* 0.7 Likely 7.0 0.5 Likely 2.5 11.0 0.4 Likely 2.5 10.0 0.2 Likely Technical Cut-off Clinical Cut-off/ TNR* Crixivan® (Indinavir) 2.5 Viracept® (Nelfinavir) 2.5 Agenerase® (Amprenavir) 2.5 Fortovase® (Saquinavir) Kaletra® (Lopinavir) Retrovir® (Zidovudine) 3.5 4.5* 35.2 Unlikely Epivir® (Lamivudine) 3.0 5.5* >20 Unlikely Zerit® (Stavudine) 3.0 3.0 Videx® (Didanosine) 2.0 2.5 1.6 Likely Ziagen® (Abacavir) 2.5 8.0 3.2 Possible 1.7 Likely Sustiva® (Efvirenz) 2.0 5.0 1.4 Likely Viramune® (Nevirapine) 2.0 6.5* 3.3 Possible Technical Cut-off Serul clinique TNR* (treatment naive range) Resistance index : Based on the reproducible of the assag : Based on the correlation between and virological response : Upper limit of the range of drug susceptibilities seen for the virus from a panel of treatment-naïve subjects : Fold difference in drug susceptibility between the tested virus and the drugs sensitive control virus tested in parallel Figura 38. Modelo do laudo de um teste de fenotipagem da Viraliance (Phenoscript). em isolados clínicos de indivíduos com vírus geneticamente selvagens (Fig. 40)². Dessa forma, avalia-se uma grande quantidade de cepas virais do tipo selvagem (aproximadamente 1.700) para cada um dos ARVs e estabelece‑se uma média de suscetibilidade encontrada, chamando‑se esse valor de um. Consideram‑se resistentes as cepas virais que apresentem um fold change (divisão entre o CH50 da cepa do paciente testado pelo CH50 da cepa selvagem) superior a dois desvios padrões da média encontrada da mensuração das aproximadamente 1.700 cepas selvagens (fold change superior ao cut‑off biológico) (Fig. 40). O cut‑off biológico é variável para cada um dos medicamentos. Existem a tendência e a necessidade da substituição dos cut‑offs biológicos por cut‑offs clínicos. Valores de cut‑offs clínicos (CCO) são derivados de análises de estudos avaliando indivíduos sob tratamento com 152 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Figura 39. Laudo de fenotipagem virtual que apresenta lista de mutações detectadas na genotipagem, fold change para cada medicamento, cut-off clínico (na ausência, cut-off biológico) e interpretação do resultado como resposta máxima, resposta reduzida ou resposta mínima nos casos em que os cut-offs clínicos estão disponíveis ou sensível/resistentes nos casos em que somente cut-offs biológicos estejam disponíveis. Número de amostras BCO = FC médio + 2SD Média Grande número de amostras (≈1.700) do tipo selvagem 1 1.7 10 100 Fold-change Figura 40. Determinação de BCO específico para cada medicamento. FC significa fold change e SD é desvio padrão. As amostras com FC superiores ao BCO são consideradas resistentes de acordo com este tipo de avaliação. respostas virológicas variáveis (máximas, reduzidas ou mínimas)³. Avalia‑se, portanto, a perda do efeito virológico dos medicamentos em estudos clínicos e definem‑se os valores de fold change médio dos vírus nos quais 80% das pessoas tratadas com esquemas contendo o medicamento respondem 153 % perda de resposta em estudos clínicos 100 80 60 40 20 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 FC no “baseline” CCO1 CCO2 Figura 41. Definição dos CCOs, baseada na perda do efeito do medicamento a partir de análise de resultados de estudos clínicos. CCO1 representa o corte em que 80% dos pacientes albergando vírus com aquele FC apresentam CV indetectável durante o tratamento (perda de 20% da resposta virológica). O CCO2 representa o corte onde somente 20% das pessoas apresnetando virus com aquele FC responderiam com CV indetectável (perda de 80% da resposta). apresentando CV indetectável, sendo esse cut‑off denominado CCO inferior. Por sua vez, o corte de fold change no qual somente 20% dos pacientes albergando esse tipo de vírus obtém CV indetectável é conhecido como CCO superior (Fig. 41). Em comparação ao cut‑off biológico, o cut‑off clínico oferece uma gradação mais visível sobre a probabilidade de resposta virológica em relação ao vírus testado, como visto na figura 42, além de ser fruto de análises oriundas de dados obtidos em estudos clínicos. Medicamentos novos com poucos resultados de estudos não terão a definição do cut‑off biológico nos laudos até que esses dados estejam disponíveis. Medicamentos já pouco utilizados e que não possuem dados clínicos disponíveis, como o ddC, também não o terão. Os cut‑offs clínicos também estão implementados em laudos de fenotipagem virtual. A tabela 21 exemplifica os cut‑offs biológicos atualmente usados pela empresa Virco. Medidas de capacidade replicativa O teste PhenoSense da empresa Virologic oferece adicionalmente a mensuração da capacidade replicativa do vírus testado, baseado na atividade da luciferase. Cada vetor possui um gene produtor de luciferase, e, quanto maior a replicação viral, maior a quantidade de luz produzida. Quando esses testes são produzidos na ausência de medicamentos, uma medida da capacidade replicativa (eficiência replicativa ou fitness) é produzida. Partindo‑se do pressuposto de que os vírus mutantes terão uma 154 Variação dinâmica especíca para cada medicamento Percentil acima de 97,5° do FC BCO Suscetível Resistente Resposta máxima Resposta reduzida CCO inferior Resposta mínima CCO superior Figura 42. Ilustração comparativa entre os BCOs e CCOs, que são mensurados para cada medicamento. Os CCOs refinam a avaliação no momento em que oferecem uma interpretação mais “linear” da possibilidade de resposta virológica. Tabela 21. Exemplos de cut-off biológicos desenvolvidos pela empresa Virco. FC; fold-change. CCO1 (cut-off inferior): fold-change associado com 20% de perda da resposta virológica ao tratamento; CCO2 (cut-off superior): fold-change associado com 80% de perda da resposta virológica ao tratamento. Cut-off biológico não determinado para NVP e EFV possivelmente por ausência de efeito residual Medicamento Cut-off biológico Resposta virológica CCO1 (LC 90%) Confidência 90%) CCO2 (LC 90%) ZDV 2,7 1,5 3TC 2,1 1,2 4,6 ddI 2,3 0,9 2,6 11,4 2,3 d4T 2,2 1,0 ABC 2,0 0,9 FTC 3,1 ND 1,0 2,3 27,6 TDF 2,2 NVP 6,0 EFV 3,3 3,5 ND ETV 3,2 1,6 IDV 2,3 1,0 5,4 2,3 27,2 1,2 9,4 3,1 22,6 1,5 19,5 6,1 51,2 2,5 32,5 IDV-r NFV 2,2 SQV 1,8 SQV-r FAPV Guía para o manuseio de resistência antirretroviral FC do vírus selvagem 2,2 FAPV-r LPV/r 1,6 ATV 2,1 ATV-r TPV-r 1,7 1,5 7,0 DRV-r 2,0 10 106,9 RAL 1,5 ND ND 155 diminuição da sua capacidade replicativa, muitos clínicos acham interessante ter esse conhecimento sobre o vírus que está infectando o paciente testado. Pessoalmente, acho que o conceito que existe por trás da mensuração da capacidade replicativa um tanto quanto problemático, já que pode sugerir ao médico que o tratamento não deve ser modificado na vigência da falha virológica simplesmente porque o vírus possui uma baixa capacidade replicativa. É conhecido, hoje em dia, que o acúmulo de grande número de mutações de resistência pode levar a uma recuperação da capacidade replicativa e efeito citopático do vírus4, sendo esse o risco de uma atitude mais passiva em relação à troca de esquema que vem falhando. Além disso, a metodologia realizada pela Virologic, que analisa o desempenho de um vírus que não é exatamente o vírus do paciente, mas sim um vírus recombinante, pode subestimar a capacidade replicativa do vírus do paciente. Em outras palavras, o vírus testado possui a região pol do vírus do paciente, e o restante do conteúdo genético do vírus será de um clone infeccioso usado no teste. Sabe‑se que, para que haja precisão na medida da capacidade replicativa, deve haver uma interação perfeita entre os vários genes do vírus a ser testado. Testes de genotipagem para resistência aos ARVs Os testes genotípicos determinam a sequência genômica da região que codifica a proteína que pode estar alterada em decorrência da pressão seletiva dos ARVs. São testes que avaliam mais classicamente as regiões da TR e da PR do gene pol e que, mais recentemente, avaliam regiões da integrase (RAL), gp41 (T‑20) e V3 da gp120 (maraviroque). Dentre as abordagens existentes, temos a PCR seletiva, PCR com hibridização pelo uso de sondas (LIPA) e sequenciamento genômico. Os métodos que utilizam o sequenciamento promovem uma avaliação mais ampla e específica. Entre as metodologias de sequenciamento, temos o sequenciamento manual clássico, o automatizado (ABI, Pharmacia) e o sequenciamento em microchip por hibridização (Affimetrix). Existem hoje kits comerciais padronizados e licenciados pelo FDA, como os kits comercializados pela Siemens (produzidos pela antiga Visible Genetics) e pela Abbott (produzidos pela ABI). Os passos dos testes de genotipagem estão descritos no capítulo 2 conceitos e definições. A sequência de nucleotídeos, após o sequenciamento automatizado de DNA, é determinada como visto na figura 43. A tradução em aminoácidos se dá de forma que cada trinca de nucleotídeos codificará um aminoácido, e a interpretação disso vai gerar um laudo típico de genotipagem, como visto no modelo da figura 44. A fenotipagem virtual é um instrumento quantitativo para predizer a suscetibilidade fenotípica do HIV aos ARVs baseado em resultados de genotipagem. Não é per se um teste de suscetibilidade a fármacos in vitro, é baseado em um banco de dados de mais de 60.000 amostras que possuíam resultados pareados de fenotipagem ou genotipagem. A partir do momento que se submete um resultado de genotipagem a esse banco de dados, um 156 Sequencing Analysis BaseCalling Reporting Analysis 5’ Protease 3’ Protease Heterozygosity none pure (–50%) partial (+20%) small (+15%) Assay Processing GO Current Satus: Enhanced Peaks: Peak Distance: Review Processing Complete 7.50 Save BaseCalling Save and BaseCalling Next Save and Analyze Figura 43. Resultado do sequenciamento automatizado da região da protease do gene pol gerado após a eletroforese da reação de sequenciamento genômico. As letras indicam a presença da adenosina (A), guanosina (G), citosina (C), timidina (T). Nesse caso, existem misturas de vírus contendo A com vírus contendo G na quasispecie viral do paciente, cuja representação aparece com o código R. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral BaseCall: Sample12 Region: Protease Chemistry Data Entry sistema de informática conhecido como neural networks irá identificar nesse banco de dados o(s) resultado(s) de genotipagem com o perfil mais parecido com a sequência de nucleotídeos submetida. Dessa forma, como cada sequência de nucleotídeos do banco de dados (resultado de genotipagem) possui um resultado de fenotipagem correspondente, será obtido um laudo no formato de uma fenotipagem (Fig. 39). Os passos dos testes de genotipagem estão descritos no capítulo 2 conceitos e definições. Tanto os testes fenotípicos quanto os genotípicos convencionais são pouco sensíveis a variantes minoritárias presentes na quasispeciede vírus do paciente (< 20%). Não está ainda definido o quão relevante clinicamente é essa falta de sensibilidade. Pelo fato dos métodos também estarem amplificando vírus que estão replicando ativamente no momento da amostragem, não serão detectados os vírus resistentes aos medicamentos as quais o paciente foi exposto em um passado mais distante (vela resumo disto na tabela 22)5. Teoricamente essas variantes virais não detectadas poderiam levar a uma rápida falha terapêutica na reexposição a esses medicamentos. Como comentado anteriormente, o conhecimento deficitário das mutações que podem levar a uma diminuição de suscetibilidade aos medicamentos e à pouca sensibilidade a cepas minoritárias se constituem em desvantagens. A grande vantagem dos testes fenotípicos seria a de fornecer o fenótipo do vírus de uma forma direta. Ou seja, o que idealmente se espera é que se obtenha o comportamento replicativo do vírus frente ao medicamento que se está testando, e é exatamente isso que o teste fenotípico faz. Outra vantagem estaria na capacidade de quantificar a perda de suscetibilidade aos ARVs, o que pode ser de utilidade nos pacientes muito experimentados 157 A B 158 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral C Figura 44. Modelo do resultado de um teste de genotipagem do laboratório Centro de Genomas, SP. Os códons analisados referem-se ao numero de códons que podem ter relação com a diminuição de suscetibilidade aos ARVs que foram incluídos na análise e na interpretação. A. Observa-se o laudo da PR, e os códons principais são descritos somente para os medicamentos que podem ser usados sem o incremento do RTV, onde o aspecto “qualitativo” das mutações é relevante. As intepretações levam em consideração o uso dos IPs com e sem RTV. Nas interpretações dos IP/r, usa-se o número de mutações e não o tipo de mutações. B: Observa-se o laudo relacionado aos inibidores da integrase. C. Observa-se o laudo relacionado aos ITRs. Os resultados relacionados a NVP e EFV são reportados como resistentes ou sensíveis (sem atividade residual), enquanto que a ETR tem interpretação descrevendo atividade máxima, reduzida ou mínima. 159 Tabela 22. Dados demonstrando que uma única genotipagem pode subestimar resistência. As porcentagens relacionam-se à prevalência de resistência em uma genotipagem prévia (histórica), genotipagem mais recente e à diferença entre as prevalências de ambas Genotipagem histórica Genotipagem mais recente 3TC (M184 V/I) 58,8% 25,5% Diferença 33,3% Outro ITRN 46,0% 27,7% 18,3% ITRNNs 38,5% 24,5% 14,0% IPs 27,9% 15,6% 12,3% com várias terapias de resgate prévias. Nesses casos, a resposta “qualitativa” dos testes de genotipagem pode não ser suficiente quando se deseja escolher um esquema melhor para um paciente que apresenta resistência a todos os ARVs. Os testes de fenotipagem são consideravelmente mais trabalhosos, lentos e caros do que os testes genotípicos. Os testes que utilizam kits padronizados com vírus recombinante têm o mesmo problema de sensibilidade, posto que utilizem o PCR para a amostragem dos pacientes. A interpretação da resistência por diferentes grupos de pesquisa, apesar de baseada em evidências científicas, pode ser arbitrária, sendo que normalmente um algoritmo de interpretação não necessariamente coincide com outro. Os principais algoritmos de interpretação dos testes de resistência genotípica encontram‑se na tabela 23. Testes para detecção do tropismo do HIV Os medicamentos conhecidos como antagonistas do CCR5 como o aplaviroc (desenvolvimento interrompido), vicriviroc (não aprovado pelo FDA) e maraviroque quebram um paradigma da resistência antimicrobiana. Esse paradigma quebrado está no fato de que a resistência desenvolve‑se naturalmente a partir de que o vírus naturalmente também muda o tropismo. O tropismo é definido pela capacidade do uso do receptor CCR5 (vírus R5), CXCR4 (vírus X4) ou ambos (tropismo duplo). O hospedeiro humano normalmente se infecta pelo vírus R5 e, em alguns casos, conforme a doença progride ao longo do tempo, vírus capazes de utilizar o CXCR4 podem emergir. As variantes que utilizam o CXCR4 (X4 e com tropismo duplo) são normalmente mais citopáticas e podem promover queda dos níveis de CD4 de forma mais acelerada6,7. Dessa forma, quanto menor o nadir de CD4 (menor CD4 detectável na vida da pessoa), maior a possibilidade de que variantes que utilizem o CXCR4 possam estar presentes, considerando‑se o CD4 o marcador de progressão da doença e indiretamente o marcador do tempo de infecção de um paciente. Um estudo analisou amostras de 120 pacientes cujo nadir de CD4 foi inferior a 200 céls/mm3 e revelou que 44% dos pacientes albergavam cepas R56. Pois bem, os antagonistas de CCR5 têm ação somente contra os vírus R5, já que se ligam ao receptor CCR5. Dessa forma, testes de tropismo são necessários antes do uso dos antagonistas de CCR5 160 Algoritmo Disponibilidade Descrição HIV db Program Público Valores são atribuídos às mutações e a soma desses infere o nível de resistência. Regra Versão 8.0.1 Público Tabela de regras listando mutações que conferem resistência ou possível resistência aos fármacos. GuideLines® Rules Proprietary algorithm Siemens Heathcare Diagnostic Privado Tabela de regras listando mutações que conferem resistência ou possível resistência aos fármacos. Essas regras estão inseridas no software do equipamento OpenGene. VirtualPhenotype™ Privado Algoritmo que utiliza a genotipagem para predizer a fenotipagem através de um banco de dados de genotipagem-fenotipagem. ANRS-AC11 Público Algoritmo baseado em regras. Baseado na literatura e resultados clínicos. Los Alamos National Library resistance database Público Banco de dados derivados de um algoritmo baseado na literatura e em dados clínicos. Não se destina ao uso clínico. Grupo de Aconselhamento Virológico Privado Algoritmo baseado em regras desenvolvido pelo laboratório centro de genomas. Menéndez-Arias Privado Algoritmo baseado em regras, derivado da literatura e evidências clínicas. Geno2pheno Público Fenotipagem virtual – predição dos fenótipos é baseada em 1.100 genotipos-fenótipos. International AIDS SocietyUSA Table 12/2008 Público Lista de mutações de resistência relevantes clínicamente, baseado na literatura. Inclui evidências clínicas. Atualizado em Dez/2008. ViroSeq (Abbott Diagnostics/ Celera, Chicago, IL) Privado Algoritmo baseado em regras, baseado na literatura e opinião especialista. GeneSeq™ HIV (Monogram biosciences San Francisco, CA) Privado Baseado na literatura e na correlação genotipagem-fenotipagem. Viroscore Suite 2.8 (2008) Advanced Biological Laboratories – ABL Privado Sistema de resistência (interpretação e subtipagem), com banco de sequências, com ferramentas de análise e relatórios. RENAGENO (Rede Nacional de Genotipagem do Dept. de DST, Aids e Hepatites Virais, Brasil Público Algoritmo baseado em regras elaborado por comitê brasileiro de especialistas. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 23. Algoritmos existentes para interpretação de genotipagem e descrição dos mesmos. Os endereços da maioria deles podem ser encontrados na tabela 24 161 no intuito de se detectar que a maioria dos vírus na quasispecie infectando o hospedeiro é composta de variantes R5. Testes fenotípicos para detecção do tropismo são considerados como sendo o padrão ouro. Atualmente, esses testes são realizados em nível comercial somente pela empresa californiana MONOGRAM, e o nome do teste é TROFILE. Esses testes amplificam por PCR a região da gp160 a partir do RNA do HIV do paciente e insere esse produto de PCR em um vetor (plasmídio). O teste usa também um clone infeccioso que é um vetor que tem todo o genoma do HIV, com exceção do fragmento correspondendo à região que foi amplificada por PCR da amostra do paciente (gp160), possuindo também um gene extra que codifica a enzima luciferase. A luciferase é a enzima responsável pela produção de luz do vaga‑lume. Os dois vetores são inseridos simultaneamente no interior do núcleo de células em cultura por um mecanismo chamado de eletroporação. As células começam então a produzir o que é chamado de pseudovírus, que é um vírus recombinante que possui o genoma do vírus do laboratório e a região que codifica o envelope do HIV do vírus do paciente, possuindo também um gene extra, que é o gene da luciferase. Os vírus produzidos e que estão no sobrenadante da cultura são transferidos a duas outras culturas celulares em paralelo em linhagens celulares conhecidas como células ghost. Uma dessas linhagens é composta de células que apresentam na sua superfície os receptores CD4 e CCR5, e a outra, apresenta os receptores CD4 e CXCR4. Quando o vírus é capaz de entrar nessas células, a luciferase entra em ação, e é possível a detecção de sinal luminoso. Se o sinal luminoso for detectado exclusivamente na linhagem celular que expressa o CCR5, os vírus são classificados como R5, e se for exclusivamente detectado na linhagem que expressa o CXCR4, os vírus serão classificados como X4. Se há sinal luminoso em ambas as culturas, trata‑se de presença de vírus com tropismo duplo ou misturas de variantes virais contendo vírus R5 e vírus capazes de utilizar o CXCR4, e o resultado é reportados como DM, significando a presença de vírus de tropismo duplo e/ou misturas (Fig. 45). Um laudo de fenotropismo da empresa MONOGRAM pode ser visto na figura 46. Recentemente, a sensibilidade do teste fenotípico de tropismo foi incrementada, passando do limite de detecção de 10% de variantes minoritárias para 0,3% sendo esta nova versão conhecida como ESTA (enhanced sensitivity TROFILE assay). Outra metodologia para detecção de tropismo utiliza citometria de fluxo e inicialmente foi desenvolvida pela empresa ViroTec. Baseia‑se na premissa de que os vírus R5 infetam as células T CD4+ de memória e os vírus que utilizam o CXCR4 infectam as células T CD4+ naive. A citometria é capaz de identificar separadamente essas duas populações celulares e, utilizando a hibridização in sito, pode identificar se as células estão infectadas ou não pelo HIV. Essa metodologia possui a vantagem de quantificar a proporção de células infectadas pelos vírus R5 ou que utilizam o CXCR4 e a desvantagem de que, não necessariamente, sempre as células de memória serão exclusivamente infectadas por variantes R5 e vice‑versa. Os testes que têm sido utilizados mais popularmente para detecção de tropismos são os testes genotípicos ou de genotropismo, que na verdade 162 CD4+ CXCR4+ Env do HIV inserido no vetor Cultivo 1 + Inserido em linhagem celular Pseudovírus Cultivo 2 CD4+ CCR5+ Figura 45. Desenho esquemático representando as etapas de um teste de fenotropismo. A enzima sinalizadora é a luciferase que provocará sinal luminoso por ocasião da entrada na célula. Esse esquema representa a presença de vírus com tropismo duplo ou misturas de R5 com vírus que utiliza CXCR4 pela presença de sinal luminoso nos cultivos 1 e 2. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral HIV com enzima sinalizadora inserida no vetor Figura 46. Modelo de laudo de fenotropismo da empresa MONOGRAM. são testes de genotipagem. Esses testes detectam mutações na região hipervariável número 3 (V3) do envelope que levam à mudança de tropismo. A região V3 é a que de fato se liga aos correceptores CCR5 ou CXCR4 no 163 Figura 47. Modelo de laudo de genotropismo do laboratório Centro de Genomas evidenciando a presença de cepas virais R5 e a mutação A314T, que pode estar relacionada à diminuição de suscetibilidade in vitro ao maraviroque. processo de entrada do vírus na célula. Além das mutações específicas, analisa a carga elétrica média da assim chamada alça V3. A carga é calculada a partir da presença de aminoácidos ácidos (carga negativa) e aminácidos básicos (carga positiva). Resumidamente, ácido aspártico e ácido glutâmico (D e E) têm carga negativa enquanto que lisina e arginina (K e R) têm carga positiva, sendo que os outros aminoácidos apresentam carga neutra. Existe a tendência de acúmulo de carga positiva na alça V3 ao longo do tempo e sabe‑se que o receptor CXCR4 é carregado de cargas predominantemente negativas, o que facilita a mudança de tropismo. Alguns sites de laboratório podem auxiliar na determinação do tropismo a partir do sequenciamento genômico, como visto na tabela 24. Um laudo de genotropismo pode ser visto na figura 47. Os estudos que comparam os resultados de fenotropismo com genotropismo mostram que os resultados entre as duas plataformas não apresentam um grau elevado de concordância um com o outro; no entanto, ambos são 164 Sequenciamento genômico de populações minoritárias do HIV A falta de sensibilidade dos métodos convencionais de determinação de resistência, seja por genotipagem ou fenotipagem, tem sido apontada como potencial limitação ao diagnóstico de resistência. Os estudos para determinação do real valor dessas metodologias ainda estão em andamento, mas podemos vislumbrar em algumas situações que o aumento da sensibilidade para detecção de variantes com pequena representatividade na amostra do paciente poderia ser potencialmente importante, e isso será discutido a seguir. A análise de populações minoritárias do HIV tem sido explorada há muito tempo com o emprego de metodologias caseiras que são muito demoradas e trabalhosas. Uma delas é a amplificação por PCR seguida de clonagem do produto amplificado. Sabe‑se que uma reação de PCR inicia‑se a partir de dezenas, centenas ou milhares de DNA do HIV provenientes de cepas virais diferentes. Nessa estratégia, após o PCR do DNA do HIV contido na amostra do paciente, clona‑se o produto de PCR dentro de plasmídios bacterianos. Cada plasmídeo é capaz de captar um único DNA do produto de PCR, e esses plasmídios serão transferidos para o interior de bactérias. As bactérias são cultivadas, sendo que é possível selecionar aleatoriamente as colônias de bactérias e que cada colônia apresentará o DNA do HIV dentro do plasmídio gerado a partir de um único representante do HIV. Se fizermos o sequenciamento a partir de 10 colônias de bactérias, estaremos fazendo a genotipagem de 10 HIVs distintos, e a sensibilidade dessa análise será de 10%. Se fizermos o sequenciamento genômico do HIV presente em 100 colônias, a sensibilidade será de 1%, e daí por diante. Essa metodologia não é perfeita porque poderemos ter pseudoduplicações se a quantidade de vírus colocada na reação de PCR for pequena. Por exemplo, se a PCR for iniciada com 3 cepas somente, a sensibilidade não será de 10% quando se sequenciam produtos de 10 colônias bacterianas. Outra metodologia convencional é o sequenciamento de produtos de PCR a partir da estratégia conhecida como “diluição limite final” (end point PCR) gerando o que tem sido chamado de sequenciamento de genomas únicos (single genome sequencing). Resumidamente, dilui‑se empiricamente a amostra do paciente até que se assegure que a reação de PCR iniciou‑se a partir de uma única cepa viral. Cada um desses produtos é então sequenciado. Quando se sequenciam 10 produtos, a sensibilidade Guía para o manuseio de resistência antirretroviral igualmente eficazes em prever a resposta ao tratamento nos estudos clínicos usando antagonistas de CCR58. Outra aplicação potencial dos testes de tropismo está na predição da progressão da doença. Pacientes com infecção recente podem, em curto período de tempo, desenvolver variantes virais que utilizam o CXCR4 (x4 ou tropismo duplo), e a queda de CD4 passa então a ser rápida e imprevisível 9. Pode‑se fortemente recomendar, nesses casos, que o monitoramento dos pacientes seja mais intenso e que a instituição de terapia antirretroviral se faça mais precocemente. 165 166 Endereço na rede http:/hiv-web.lanl.gov http://www.hiv.lanl.gov/content/sequence/RESDB/ http://sierra2.stanford.edu/sierra/servlet/JSierra http://hivdb.stanford.edu/ http://www.genafor.org/index.php http://www.geno2pheno.org/ http:/www.ablnetworks.org http:/iasusa.org/resistance_mutations http://home.ncifcrf.gov/hivdrp http://www.mediscover.net/antiviralintro.cfm http://algoritmo.aids.gov.br/atualizacao_algoritmo/site/ http:/vircolab.com http://www.monogrambio.com/ http://www.medical.siemens.com/ www.abbottmolecular.com/ http://www.Affymetrix.com http://www.centrodegenomas.com.br Serviço Laboratóro Nacional de Los Alamos, EUA Banco de dados da Universidade de Stanford Genafor max planck institut Advanced Biological Laboratories/ABL International AIDS Society National Câncer Institute Mediscover Dept. DST Aids e Hepatites Virais, Brasil VIRCO MONOGRAM TRUGENE® Siemens ViroSeq Abbott Affymetrix Centro de Genomas (continua) Novidades sobre resistência do HIV, literatura pertinente e algoritmo de interpretação de genotipagem Detalhes sobre testes de hibridização em micro chips para genotipagem Detalhes sobre kits de genotipagem do HIV-1 e literatura pertinente Detalhes sobre kits de genotipagem do HIV-1 e literatura pertinente Empresa que fornece testes de fenotipagem Empresa que fornece testes de fenotipagem e fenotipagem virtual Algoritmo de interpretação de mutações de resistência e detalhes das diretrizes nacionais Banco de dados de resistência Algoritmo de interpretação de mutações de resistência e textos sobre resistência Algoritmos de interpretação de mutações de resistência Algoritmos interpretativos das mutações de resistência de vários serviços e vários países Interpretação de resistência a IP, ITR, inibidores de integrase Interpretação de resistência e literatura pertinente Banco de dados que auxilia na interpretação das mutações de resistência presentes na protease e TR Banco de dados relacionado com HIV e mutações relacionadas ao HIV Características Tabela 24. Endereços da internet que fornecem interpretação dos testes de genotipagem ou serviços relacionados http:/ncbi.nlm.nih.gov http://coreceptor.bioinf.mpi-inf.mpg.de/ http://genomiac2.ucsd.edu:8080/wetcat/v3.html http://indra.mullins.microbiol.washington.edu/webpssm/ Determinação de tropismo do HIV-1 http://jama.ama-assn.org/ http://hivinsite.ucsf.edu/; http://www.ucsf.edu http://hivresistanceweb.com http://home.ncifcrf.gov/hivdrp/index.html BLAST Max Plank Institut WetCat PSSM Journal of the American Medical Association JAMA Universidade da California – UCSF, São Francisco HIV resistance Web National Cancer Institute - HIV Drug Resistance Program Literatura pertinente, pesquisa, estudos clínicos Informações sobre resistência, testes laboratoriais e noticias relacionadas Informações sobre HIV, Aids tratamento e prevenção Novidades e literatura pertinente Determinação de tropismo do HIV-1 Determinação de tropismo do HIV-1 Análise de similaridade de sequências de nucleotídeos e aminoácidos Programa para análise filogenética de sequências do HIV-1 http:/evolotion.genetics.whashington.edu/phylip.html PHYLIP Características Endereço na rede Serviço Tabela 24. Endereços da internet que fornecem interpretação dos testes de genotipagem ou serviços relacionados (continuação) Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 167 é de 10%, e daí por diante. A tecnicalidade limitante dessa metodologia consiste no fato de que, para obtenção de 10 clones do vírus, é necessário mais de 100 reações de PCR, o que não é factível para aplicações clínicas. Como visto na tabela 25, existem outras metodologias em que se pode amplificar especificamente o vírus com as mutações de resistência, sendo que a otimização dessas metodologias é complexa e pouco reprodutiva. O grande avanço na identificação de populações minoritárias surgiu com as estratégias que têm sido chamadas de sequenciamento paralelo maciço ou ultra deep sequencing. Resumidamente, essas metodologias conseguem, de forma automatizada, captar individualmente cada molécula do DNA do HIV e sequenciá‑las de forma distinta, usando novas metodologias de sequenciamento. Dessa forma, existe a possibilidade de se gerar, a partir de uma única amostra, entre 2.500 a 3.000 sequências, que seriam resultados de genotipagem de cepas virais distintas. A tabela 26 descreve sumariamente as metodologias comerciais que possibilitariam o sequenciamento paralelo maciço. Sequenciamento de populações minoritárias e entendimento de mecanismos de resistência Os testes de genotipagem atuais revelam que um perfil das misturas de vírus na população do paciente infectado. Um estudo explorando sequenciamento de genomas únicos do HIV (single genome amplification) demonstrou que, em comparação à genotipagem convencional, algumas mutações da PR podem encontrar‑se dispersas em genomas diferentes do HIV10. Em outras palavras, quando se faz uma genotipagem convencional, normalmente um grupo de mutações é identificado; porém, essas mutações não necessariamente se encontram em um único vírus, elas podem estar dispersas em vários vírus diferentes. Dessa forma, não se pode assumir necessariamente que um grande número de mutações esteja sempre associado à resistência ampla, desde que elas podem não estar na mesma cepa viral, fato que pode ser importante no planejamento do uso da atividade residual de alguns IPs10. A análise de populações minoritárias poderiam, em algumas situações, auxiliar na escolha de um IP mais adequado. Um estudo in vitro demonstrou que a emergência de resistência ao TDF está aumentada entre os vírus do subtipo C¹¹. Foi especulado então que a barreira genética do vírus do subtipo C para desenvolvimento da mutação K65R (TDF) estivesse diminuída. Isso parecia de acordo com o fato de que a mutação K65R era rapidamente selecionada in vivo em pacientes infectados pelo HIV do subtipo C¹². Entretanto, um estudo usando também o single genome amplification detectou que de fato, a mutação K65R preexiste em uma frequência alta nos vírus do subtipo C. Enquanto nenhum dos 500 clones dos vírus do subtipo B apresentavam essa mutação, 12/600 clones apresentavam a K65R quando os vírus eram do subtipo C¹³. Dessa forma, a rápida seleção de K65R que ocorre in vitro e in vivo nos vírus do subtipo C provavelmente não são decorrentes de uma barreira genética mais baixa, mas sim da preexistência de K65R em altas proporções na 168 < 10% Múltiplas Sim ↑↑↑ ↑ VPP S, VPN Sensibilidade Nº de mutações Mutações associadas Intensidade de trabalho Custo Benefícios Desvantagens ES, afetado por polimorfismos S, VPP, VPN ↑↑ ↑↑ Não 1 330 Tamanho da leitura (bases) 100 TR Illumina/Solexa PS: pirosequenciamento; TR: terminador reverso; SPL: sequenciamento por ligação. PS Roche/454 Química usada Plataforma SPL 26 50 Polonator G.007 SPL Life/APG SOLiD Tabela 26. Principais metodologias de sequenciamento paralelo maciço (ultra deep sequencing) Custo, trabalhoso Mesmo que ASPCR Mesmo que ASPR, aumentos de ES ↑↑ ↑↑ Não 1 0,1% 32 TR Helicos BioSciences HeliScope S, permite mutações associadas ↑↑↑ ↑↑↑ Sim 1 por procedimento 0,1% 964 Real time Pacific Biosciences Requer intenso suporte de bioinformática Acurácia, S, VPN, resultados rápidos ↑↑↑↑↑↑↑ ↑ Sim Múltiplas 0,5-1% Sequenciamento de moléculas independentes contidas na amostra Ligação independente de 2 primers e quantificacao por q-PCR Sequenciamento de alelos específicos contendo mutações Amplificação diferencial de mutantes versus WT por q-PCR 0,003-0,4% Sequencimento paralelo maciço LigAmp Sequenciamento alelo específico (PASS) PCR para alelo específico S: sensível; ES: específico; VPN: valor preditivo negativo; VPP: valor preditivo positivo; qPCR: PCR em tempo real. Trabalhoso e demorado Permite mutações associadas ↑↑↑ ↑↑↑↑↑ Sim Múltiplas < 10% Sequenciamento de HIV End point PCR seguido de sequenciamento em colônias de produtos de bacterianas após reações de PCR clonagem do produto distintas de PCR Sequenciamento de genomas únicos Princípio Clonagem em plasmídios Tabela 25. Principais técnicas para detectar variantes minoritárias de HIV resistentes Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 169 quasispecie viral dos vírus do subtipo C. A análise de populações minoritárias potencialmente poderia detectar a pré existência em altas proporções de K65R em quasispecies de vírus do subtipo C de alguns pacientes com potencial uso na prática clínica. Quando se constrói um clone do HIV com a mutação Y181C, apesar da atividade da NVP ficar bastante reduzida, diferentemente do que acontece in vivo, o EFV pode reter atividade contra esse vírus construído. Baseado nessa premissa, um estudo foi desenhado para resgatar com EFV os pacientes falhando a NVP, desde que eles não apresentassem a mutação K103N. Interessantemente, metade das pessoas com a mutação Y181C apresentava resposta a esquemas contendo EFV14. Entretanto, uma análise demonstrou que, de uma forma geral, 50% das amostras coletadas in vivo em que a mutação Y181C fora identificada de forma isolada apresentavam também a mutação K103N quando o ultra deep sequencing foi utilizado. Dessa forma, o estudo que tentou resgatar o tratamento dos pacientes albergando a mutação Y181C pode ter seu resultado relacionado à presença minoritária de vírus com a mutação K103N na quasispecie viral destes pacientes15. Potenciais aplicações do sequenciamento de populações minoritárias Uma das aplicações futuras poderia ser o teste para detecção de resistência transmitida (TDR). Sabe‑se que a transmissão do HIV se dá de forma clonal, onde 76% das pessoas se infectariam com uma única cepa viral e 24% das pessoas se infectariam com 2 a 5 variantes virais16. Dessa forma, nas pessoas que seriam infectadas por uma única variante viral, não haveria retorno ao vírus do tipo selvagem no caso da aquisição de um vírus resistente17. Temos, entretanto, que assumir, naqueles 24% de pessoas que se infectam com mais de uma variante viral, que o vírus mutante poderia ser suplantado pelo vírus do tipo selvagem caso a infecção ocorra com misturas de vírus selvagens e resistentes. Um estudo recente conduzido pelo grupo de pesquisadores do CDC de Atlanta de fato confirmou, analisando amostras longitudinais de pacientes detectados desde a infecção aguda, que, em alguns casos, a infecção por vírus resistentes pode se dar por variantes minoritárias e ser detectada somente por metodologias mais sensíveis18. Outra potencial aplicação seria na detecção de mutações para ITRNN entre pacientes que interromperam o tratamento no passado ou que apresentaram falha virológica a esquemas contendo ITRNN. Muitas vezes, as amostras recentes desses pacientes não apresentarão mutações de resistência, o que pode‑se constituir em um problema por ocasião do planejamento de tratamento de resgate com ETR. Mesmo entre pacientes que apresentam genotipagens com mutações para resistência a ITRNN, hipoteticamente o número de mutações poderia estar subestimado e, no caso do uso da ETR, sabe‑se que a correta análise do teste de resistência depende do tipo e do número de mutações encontradas. Um estudo recente utilizando ultra deep sequencing avaliou amostras de pacientes portadores da mutação K103N, 170 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral sendo que essa era a única mutação para ITRNN detectada pelas metodologias convencionais19. Neste estudo foram analisados 13 pacientes com TDR e 20 pacientes com resistência secundária, sendo que nenhum dos 13 indivíduos com TDR apresentou outra mutação para ITRNN além da K103N, enquanto que 7 dos 20 pacientes com resistência secundária apresentaram outras mutações para ITRNN em associação a K103N. O perfil e frequência dessas mutações adicionais foram Y181C (7%), Y181C (3,6%) + G190A (3,2%), L100I, (14%), L100I (32%) + 190A (5,4%), K101E (3,8%) + G190A (4,9%), K101E (4%) + G190S, (4,8%), and G190S (3,1%). A ausência de mutações adicionais entre pacientes portadores de TDR era esperada, posto que a transmissão do HIV se dê normalmente de forma clonal, e caso outras mutações tivessem sido transmitidas, elas certamente estariam presentes de forma perceptível, mesmo com o uso dos testes convencionais para detecção de resistência. O estudo acima concluiu que alguns indivíduos portadores da mutação K103N detectadas isoladamente pelos métodos convencionais podem não ter a ETR como medicamento totalmente ativo. Outra possibilidade potencial para o uso dos testes mais sensíveis seria entre os pacientes em que houve o sequenciamento de IP. Sabe‑se que o perfil do vírus resistente pode mudar dinamicamente de acordo com a pressão seletiva dos ARVs usados. Assim, naqueles pacientes que falharam seguidamente a diversos IPs, mutações selecionadas no início da terapia podem não ser detectadas. Um exemplo claro pode ser visto quando comparamos a presença relativamente frequente da mutação N88D sem a mutação D30N entre pacientes que falharam ao NFV. Sabe‑se que a associação destas duas mutações é fundamental para a resistência ao NFV, mas a mutação D30N tem a tendência ser substituída pelo perfil selvagem mais frequentemente na ausência do NFV. Este fato obviamente pode ocorrer com outras mutações e outros IPs. Outra evidência de que isso pode ocorrer está no fato de que o desempenho do resgate usando medicamentos novos é normalmente proporcional ao número de medicamentos usados no passado. Em outras palavras, quanto maior número de medicamentos usados, menor a chance de resposta virológica, sendo que o número de medicamentos usados previamente em algumas vezes prediz melhor a resposta virológica do que o próprio perfil mutacional detectado em testes de genotipagem no pré‑tratamento20. A interpretação disso reside no fato de que o valor preditivo negativo do resultado de um teste de resistência pode ser baixo pela baixa sensibilidade na detecção de mutações presentes em populações virais minoritárias. Dessa forma, para detecção mais acurada e sobre a decisão na escolha do IP de resgate e, especialmente, para opção entre o IP não peptídico a ser usado, uma avaliação mais completa das mutações detectadas minoritariamente pode ser de valor. Outra potencial aplicação seria na detecção de variantes X4 nos testes de tropismo. Sabe‑se que a sensibilidade para detecção de X4 é fundamental na predição da resposta ao maraviroque²¹. Apesar do uso dos testes convencionais de genotropismo apresentarem desempenho comparável aos testes de fenotipagem mais sensíveis8, o uso de ultra deep sequencing para detecção de variantes X4 no pré‑tratamento parece ser promissor no intuito de predizer a resposta virológica ao maraviroque²². 171 Bibliografia 172 1. Hertogs K, de Bethune MP, Miller V, et al. A rapid method for simultaneous detection of phenotypic resistance to inhibitors of protease and reverse transcriptase in recombinant human immunodeficiency virus type 1 isolates from patients treated with antiretroviral drugs. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:269-76. 2. Harrigan PR, Montaner JS, Wegner SA, et al. World-wide variation in HIV-1 phenotypic susceptibility in untreated individuals: biologically relevant values for resistance testing. AIDS. 2001;15:1671-7. 3. Lanier ER, Ait-Khaled M, Scott J, et al. Antiviral efficacy of ABC in antiretroviral therapyexperienced adults harbouring HIV-1 with specific patterns of resistance to nucleoside reverse transcriptase inhibitors. Antivir Ther. 2004;9:37-45. 4. Munerato P, Sucupira MC, Oliveros MP, et al. HIV type 1 antiretroviral resistance mutations in subtypes B, C, and F in the City of Sao Paulo, Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses. 2010;26:265-73. 5. Harrigan PR, Wynhoven B, Brumme ZL, et al. HIV-1 drug resistance: degree of underestimation by a cross-sectional versus a longitudinal testing approach. J Infect Dis. 2005;191:1325-30. 6. Cavalieri E, Sucupira MCA, Teixeira D, et al. V3 region of gp120 genetic diversity and co-receptor use among Brazilian Clade B HIV-1 strains from individuals in whom disease progressed. International HIV & Hepatitis Virus Drug Resistance Workshop and Curative Strategies. Los Cabos, Mexico, June 7-11 2011. 7. Koot M, van Leeuwen R, de Goede RE, et al. Conversion rate towards a syncytium-inducing (SI) phenotype during different stages of human immunodeficiency virus type 1 infection and prognostic value of SI phenotype for survival after AIDS diagnosis. J Infect Dis. 1999;179:254-8. 8. McGovern RA, Thielen A, Mo T, et al. Population-based V3 genotypic tropism assay: a retrospective analysis using screening samples from the A4001029 and MOTIVATE studies. AIDS. 2010;24:2517-25. 9. Sucupira MCA, Sanabani S, Tomiyama H, et al. Faster HIV-1 Disease Progression Among Brazilian Recently Infected Individual Harboring CXCR4 Using Strains. Antivir Ther. 2010;15:A163. 10. Guimaraes AP, Sa-Filho DJ, Sucupira MC, Janini LM, Diaz RS. Profiling resistance-related mutations in the protease region of the pol gene: single genome sequencing of HIV in plasma and peripheral blood mononuclear cells. AIDS Res Hum Retroviruses. 2008;24:969-71. 11. Brenner BG, Oliveira M, Doualla-Bell F, et al. HIV-1 subtype C viruses rapidly develop K65R resistance to TFV in cell culture. AIDS. 2006;20:F9-13. 12. Doualla-Bell F, Avalos A, Brenner B, et al. High prevalence of the K65R mutation in human immunodeficiency virus type 1 subtype C isolates from infected patients in Botswana treated with didanosine-based regimens. Antimicrob Agents Chemother. 2006;50:4182-5. 13. Varghese V, Wang E, Babrzadeh F, et al. Nucleic acid template and the risk of a PCR-Induced HIV-1 drug resistance mutation. PLoS One. 2010;5:e10992. 14. Briones C, Soriano V, Dona C, Barreiro P, Gonzalez-Lahoz J. Can early failure with nevirapine be rescued with efavirenz? J Acquir Immune Defic Syndr. 2000;24:76-8. 15. Shafer R. Prioritizing Resistance in Future Therapy. 7th European HIV Drug Resistance Workshop. Stockholm, Sweden 2009. 16. Keele BF, Giorgi EE, Salazar-Gonzalez JF, et al. Identification and characterization of transmitted and early founder virus envelopes in primary HIV-1 infection. Proc Natl Acad Sci U S A. 2008;105:7552-7. 17. Jain V, Sucupira MC, Bacchetti P, et al. Differential persistence of transmitted HIV-1 drug resistance mutation classes. J Infect Dis. 2011;203:1174-81. 18. Li JF, Lipscomb JT, Wei X, et al. Detection of low-level K65R variants in nucleoside reverse transcriptase inhibitor-naive chronic and acute HIV-1 subtype C infections. J Infect Dis. 2011;203:798-802. 19. Varghese V, Shahriar R, Rhee SY, et al. Minority variants associated with transmitted and acquired HIV-1 nonnucleoside reverse transcriptase inhibitor resistance: implications for the use of second-generation nonnucleoside reverse transcriptase inhibitors. J Acquir Immune Defic Syndr. 2009;52:309-15. 20. Lalezari JP, Henry K, O’Hearn M, et al. Enfuvirtide, an HIV-1 fusion inhibitor, for drug-resistant HIV infection in North and South America. N Engl J Med. 2003;348:2175-85. 21. Vandekerckhove L, Verhofstede C, Vogelaers D. Maraviroc: perspectives for use in antiretroviral-naive HIV-1-infected patients. J Antimicrob Chemother. 2009;63:1087-96. 22. Swenson LC, Mo T, Dong WW, et al. Deep sequencing to infer HIV-1 co-receptor usage: application to three clinical trials of maraviroc in treatment-experienced patients. J Infect Dis. 2011;203:237-45. Evidências dos benefícios clínicos do uso dos testes genotípicos O resultado de dois estudos prospectivos e com divisão aleatória dos pacientes em grupos forneceram evidências muito sugestivas de que os testes genotípicos têm importância fundamental na condução terapêutica após a falha do tratamento. O estudo europeu VIRADAPT dividiu aleatoriamente 108 pacientes com falha virológica aos ARVs para modificar o tratamento de acordo com critérios clínicos ou baseados em testes de genotipagem¹. Após 6 meses, uma proporção significativamente maior de pacientes com resgate orientado pela genotipagem apresentou CV indetectável, quando comparados aos pacientes orientados somente pelas diretrizes clínicas. Isso também ocorreu com a queda média de CV entre os dois grupos. Com desenho extremamente semelhante ao VIRADAPT, o estudo americano GART², dividiu aleatoriamente 153 pacientes com falha virológica em regime contendo IP para receber a conduta clínica empírica ou baseada nos resultados de genotipagem, além da avaliação do especialista clínico. Os pacientes conduzidos com auxílio da genotipagem tiveram uma redução na CV significativamente maior do que os pacientes conduzidos sem a genotipagem (–1,17 vs –0,62 log10 cópias/mL com p = 0,0001). Houve também uma associação significativa entre o número de medicamentos ao qual o isolado viral era sensível genotipicamente e o número de medicamentos ativos do esquema de resgate. Cada medicamento ao qual o vírus era sensível proporcionou uma redução adicional de 0,28 log10 na redução da CV do paciente, porém, a chance do paciente receber um número maior de medicamentos ativos foi mais expressiva no grupo tratado com o auxílio da genotipagem. Um estudo, o VIRA3001, avaliou prospectivamente a resposta virológica em pacientes com falha, orientados ou por critérios clínicos convencionais ou com o auxilio de testes de fenotipagem. Este estudo europeu avaliou 272 pacientes em sua primeira falha virológica (CV > 2000) usando 2 ITRNs e 1 IP. A análise após 16 semanas de estudo, nesse caso, mostra que 59% dos indivíduos acompanhados com fenotipagem apresentaram CV indetectável enquanto 43% dos indivíduos orientados somente clinicamente apresentaram CV indetectável³. Quando a análise foi por intenção de tratamento (ITT, onde a perda de acompanhamento é considerada como falha), a porcentagem de pacientes com CV indetectável foi de 46% no grupo que utilizou a fenotipagem, comparado a 34% dos pacientes que não utilizaram fenotipagem (p = 0,005). Conclui-se, portanto, que o uso da fenotipagem proporcionou um benefício clínico no resgate antirretroviral desses pacientes, mas deve ser chamada a atenção ao caráter Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Capítulo 14 173 precoce da falha antirretroviral dessa casuística, na qual os pacientes encontravam-se na primeira falha, com CV relativamente baixa e sem uso prévio de ITRNN. O estudo francês NARVAL4 comparou prospectivamente o resgate antirretroviral em 541 indivíduos, dividindo-os aleatoriamente em três grupos: o grupo monitorado com testes de genotipagem, outro com fenotipagem e um terceiro grupo controle em que os pacientes eram tratados somente de acordo com a expertise clínica. Após 12 semanas de tratamento, obtiveram CV indetectável (< 200 cópias/mL) 35% dos pacientes do braço acompanhado com fenotipagem, 44% no braço da genotipagem e 36% no grupo controle. Em um seguimento desse estudo, dos 427 pacientes que alcançaram a 24ª semana, obtiveram CV indetectável 26% dos pacientes no braço da fenotipagem, 36% no braço da genotipagem e 27% no grupo controle (fenotipagem versus grupo controle p = 0,25 e genotipagem versus grupo controle p = 0,008). O pobre desempenho da fenotipagem no estudo foi posteriormente justificado pela falta na precisão da interpretação de alguns resultados. Pelo fato dos testes de fenotipagem terem origem caseira e os cortes (cut-off) não estarem bem definidos na época para alguns medicamentos, acabou-se superestimando a sensibilidade ao ddI e d4T. Um seguimento interessante desse estudo definiu quais seriam os fatores associados a um bom resgate virológico no grupo de pacientes com exposição prévia ampla aos ARVs. O estudo confirmou que o uso de EFV entre os pacientes virgens de ITRNN esteve associado a uma boa resposta virológica, enquanto que a alta CV na entrada do estudo, um grande número de mutações aos IPs e a prescrição prévia de NFV estiveram associados a uma pobre resposta virológica5. Um estudo italiano denominado Argenta dividiu aleatoriamente 174 pacientes de acordo com o número de falhas virológicas: na 1ª (50%), 2ª (25%) e 3ª ou mais (25%) falhas virológicas a serem prospectivamente resgatadas com ou sem genotipagem6. Novamente aqui, os pacientes acompanhados com genotipagem tiveram um desempenho melhor no controle da viremia, mas foi interessante notar que a 1ª ou a 2ª falha e a aderência foram variáveis independentemente associadas à boa resposta. Esses dados confirmam que, apesar de se ter a sensação de que a genotipagem pode ser prescindível em falhas mais precoces, onde haveria mais opções e o empirismo poderia ser aplicado de forma mais segura, a diferença entre uso de genotipagem e tratamento empírico torna-se mais expressiva nos grupos com falha precoce do que naqueles compostos por pacientes muito experimentados. O estudo espanhol Havana avaliou 326 pacientes em resgate acompanhados em grupos randomizados com e sem genotipagem em diversos níveis de falha (1ª, 2ª ou 3ª ou mais)7. Quando se avaliou o desempenho dos pacientes nos grupos com e sem genotipagem, observou-se que, no primeiro, 55,5% dos pacientes obtiveram CV indetectável, enquanto que essa porcentagem foi de 42,5% no segundo (p = 0,01). O mais interessante nesse estudo foi o fato de que o grupo que teve na abordagem o auxílio da genotipagem foi dividido em dois subgrupos, sendo que um deles recebia a orientação de um especialista (virologista clínico) na análise da 174 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral genotipagem. Como resultado, o grupo de pacientes cujo médico recebia a orientação do especialista na análise da genotipagem obteve 69,2% de cargas virais indetectáveis comparados com 36,4% no grupo em que o médico assistente analisava a genotipagem sem essa ajuda (p = 0,001) 8. Em outras palavras, a ausência de uma interpretação adequada ou de um “aconselhamento virológico” para interpretação da genotipagem leva a um desempenho semelhante ao do grupo que não realizou a genotipagem. Estudos prospectivos e com divisão aleatória de pacientes comparando o desempenho da fenotipagem ou genotipagem com a fenotipagem virtual concluem que esta última apresenta um desempenho igualmente bom ou melhor que as outras. Estudos prospectivos comparando o desempenho de testes de fenotipagem com testes de fenotipagem virtual em terapia de resgate demonstram uma superioridade dos testes de fenotipagem virtual9,10. Isso se deve ao fato de os testes de fenotipagem virtual na verdade serem testes de genotipagem e, desse modo, relatarem misturas populacionais virais em um determinado códon. Como exemplo, a presença da mutação M184M/V, demonstrando que existe uma mistura de populações virais do tipo selvagem que apresentam a metionina na posição 184 da TR com população viral mutante que apresenta a valina nessa posição, esta última levando à resistência. Quando se cultiva misturas de vírus mutantes e sensíveis a partir da amostra do paciente, os vírus sensíveis tendem a sobrepujar os resistentes (melhor fitness em cultura). Dessa forma, no caso citado anteriormente, somente o vírus com a metionina da posição 184 seria detectado em cultura, e a resistência ficaria subestimada nesse caso. Em casos de misturas entre vírus sensíveis e resistentes, a fenotipagem virtual considera o vírus como sendo resistente para a análise final e, assim, o resultado é mais fidedigno. Temos observado que uma das principais causas de ineficiência dos testes de resistência relaciona-se ao fato de subestimarmos a resistência. Não foi significativa a diferença no desempenho em um estudo envolvendo 338 pacientes comparando genotipagem com fenotipagem virtual¹¹. Mais impressionante, um estudo observacional avaliando a sobrevida de 2.699 pacientes de 1999 a 2005 que apresentaram em algum momento falha virológica ao tratamento antirretroviral demonstrou que o acesso a testes de genotipagem (34% dos pacientes) esteve de forma independente relacionado não só a melhor resposta virológica ao resgate, mas em aumento da sobrevida (p = 0;017), após o controle para outras variáveis como características demográficas, contagem de CD4, níveis de CV e intensidade do acompanhamento clínico¹². O sumário dos principais estudos comprovando a eficácia dos testes de resistência encontra-se na tabela 27. Como mencionado anteriormente, alguns estudos apontam que a diferença no desempenho da resposta virológica entre o resgate empírico e o resgate dirigido por genotipagem é maior quanto mais precoce é o resgate5,7. Ou seja, apesar de um resgate de uma primeira falha ser mais efetivo quando feito empiricamente do que um resgate de uma segunda falha e assim sucessivamente, a diferença no desempenho entre o uso de testes de genotipagem e o resgate empírico é maior na primeira falha, quando comparada à segunda falha, ou da segunda quando comparada a três ou 175 176 Desenho – N = 108 – CV acima de 10.000 cópias/mL – Tratados com ITRN há pelo menos 6 meses – Tratados com IP há pelo menos 3 meses – Genotipagem vs resgate empírico – N = 174 – Falha terapêutica – 25% apresentaram falha com 3 regimes prévios – 41% tinham experiência de falha com ITRNs, ITRNNs, e IPs – Genotipagem vs resgate empírico – N = 153 – Aumento > 3 vezes na CV durante a terapia – Tratados com IP há mais de 16 semanas – Genotipagem + aconselhamento do especialista vs resgate empírico – N = 326 – CV acima de 1.000 cópias/mL – HAART estável há mais de 6 meses – Genotipagem vs aconselhamento do especialista vs resgate empírico e Genotipagem + aconselhamento do especialista vs resgate empírico Viradapt ARGENTA GART Havana Genotipagem vs resgate empírico Nome do estudo (continua) – Maioria dos pacientes do braço da genotipagem com CV abaixo de 400 cópias/mL na semana 24 – Aconselhamento do especialista foi benéfico apenas entre pacientes que apresentavam falha na segunda linha ou mais de terapia na entrada – Redução significante da CV na semana 8 de acompanhamento no braço da genotipagem – Benefício obtido em 12 semanas perdido em 6 meses, resultado relacionado à adesão – Redução significante da CV nos meses 3 e 6 no braço da genotipagem – Suspendido após um ano de acompanhamento Resultados Tabela 27. Estudos clínicos randomizados que avaliaram prospectivamente os testes de resistência Desenho – N = 238 – CV acima de 400 cópias/mL – HAART estável há mais de 6 meses – Uso prévio de 1-2 IPs – Fenotipagem vs resgate empírico CCTG 575 – N = 450 – CV média entre 2,7-2,8 log cópias/mL – HAART estável há mais de 8 semanas – Histórico médio de exposição a 3,9 fármacos – Genotipagem vs fenotipagem vs resgate empírico – N = 541 – CV acima de 1.000 cópias/mL – Uso de HAART baseado em IPs – Genotipagem vs fenotipagem vs resgate empírico CERT NARVAL Genotipagem vs fenotipagem vs resgate empírico – N = 272 – CV acima de 2.000 cópias/mL – HAART com uso prévio de IP – Fenotipagem vs resgate empírico VIRA3001 Fenotipagem vs resgate empírico Nome do estudo (continua) – Sem diferenças na semana 12 entre fenotipagem e resgate empírico. Interpretação da fenotipagem superestimou sensibilidade do d4T e ddI. Vantagem no braço da genotipagem – Teste de fenotipagem aumentou significantemente o tempo até a falha virológica somente nos pacientes tratados com 4 ou mais esquemas prévios e naqueles que tinham usado ITRNN antes da entrada – Sem benefícios com o teste de genotipagem – Sem benefício nas semanas 6 ou 12 devido ao excelente desempenho do resgate empírico – Maioria dos pacientes no braço da fenotipagem com CV abaixo de 400 cópias/mL na semana 16 na avaliação por intensão de tratamento Resultados Tabela 27. Estudos clínicos randomizados que avaliaram prospectivamente os testes de resistência (continuação) Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 177 178 Desenho – N = 311 – CV acima de 2.000 cópias/mL – Em HAART – Exposição media a 7,7 drogas – Genotipagem + Fenotipagem vs genotipagem – N = 201 – CV acima de 1.000 cópias/mL – Em HAART há mais de 2 anos – HAART estável há 6 meses – Fenotipagem virtual vs fenotipagem – N = 300 – CV acima de 1.000 cópias/mL – Em HAART – Fenotipagem virtual vs fenotipagem GenPheRex RealVirFen Fenotipagem virtual vs fenotipagem real ERA Genotipagem + fenotipagem vs genotipagem Nome do estudo – Vantagem para a fenotipagem nos resultados virológicos da semana 24 – Sem diferenças significantes nos resultados virológicos na semana 48 – Sem diferenças significantes após 12 meses de acompanhamento Resultados Tabela 27. Estudos clínicos randomizados que avaliaram prospectivamente os testes de resistência (continuação) Guía para o manuseio de resistência antirretroviral mais falhas. Esses dados sugerem, portanto, que, apesar de nos parecer intuitivo que um resgate mais precoce possa prescindir de um teste de resistência, seria exatamente este o momento em que o teste nos ofereceria mais auxílio. Existe, entretanto, uma observação que se deve fazer com relação a esse conceito. Na época que estes estudos foram conduzidos, a prática do uso de IPs incrementados com pequenas doses de RTV não era tão comum. Levando-se em consideração que atualmente o tratamento inicial preferencial tem sido feito com ITRNNs, o resgate na falha desses indivíduos deverá, na maioria dos casos, conter um IP/r. Considera-se, entretanto, que a chance de supressão viral no primeiro resgate entre indivíduos virgens de IP seja bastante elevada, levando-se em conta a ação exclusiva do IP/r. É concebível, portanto, que atualmente a diferença entre a chance de sucesso no primeiro resgate entre indivíduos abordados com e sem testes de resistência possa ser semelhante. Independentemente do que foi dito acima, os testes de resistência têm um papel fundamental tanto no momento da falha aos ARVs quanto no tratamento inicial em locais de alta prevalência de TDR aos ARVs. Os testes de resistência atualmente fornecem mais segurança a médicos e pacientes no momento em que o tratamento é iniciado ou substituído. De fato, testes de resistência como genotipagem e fenotipagem virtual tem um grande impacto na conduta médica¹³. Em um estudo desenhado para avaliar a influência de testes de resistência aos ARVs na conduta do infectologista foi demonstrado que, em resgate avançado, 79% dos esquemas propostos empiricamente por médicos experientes na área seriam modificados por estes mesmos médicos por ocasião da análise de um teste de genotipagem¹³. Ao avaliar uma fenotipagem virtual, 75% dos esquemas propostos por esses médicos baseados em genotipagem comuns seriam também alterados pelos mesmos médicos. Importante também, o número de medicamentos ativos propostos no resgate aumenta de 1,8 para 2,2 quando se compara o resgate empírico com o resgate baseado em genotipagem para os mesmos pacientes (p = 0,0004) e de 2,2 para 2,8 quando se compara o resgate utilizando genotipagem comum e fenotipagem virtual (p = 0,0001). Aparentemente, a existência de parâmetros como fold change e cut-off biológicos presentes na fenotipagem virtual forneceriam maior segurança ao médico e hipoteticamente maior eficácia no resgate de acordo com o maior número de medicamentos ativos a serem utilizados. Esse mesmo estudo demonstrou que, em 51% e 145 dos casos, os médicos consideram a genotipagem muito e extremamente útil respectivamente, enquanto que, em 25 e 34% dos casos, os médicos consideram a fenotipagem virtual muito e extremamente útil respectivamente¹³. Bibliografia 1. Durant J, Clevenbergh P, Halfon P, et al. Drug-resistance genotyping in HIV-1 therapy: the VIRADAPT randomised controlled trial. Lancet. 1999;353:2195-9. 2. Baxter JD, Mayers DL, Wentworth DN, et al. A randomized study of antiretroviral management based on plasma genotypic antiretroviral resistance testing in patients failing therapy. 179 180 CPCRA 046 Study Team for the Terry Beirn Community Programs for Clinical Research on AIDS. Aids. 2000;14:F83-93. 3. Cohen CJ, Hunt S, Sension M, et al. A randomized trial assessing the impact of phenotypic resistance testing on antiretroviral therapy. AIDS. 2002;16:579-88. 4. Meynard JL, Vray M, Morand-Joubert L, et al. Phenotypic or genotypic resistance testing for choosing antiretroviral therapy after treatment failure: a randomized trial. AIDS. 2002;16:727-36. 5. Vray M, Meynard JL, Dalban C, et al. Predictors of the virological response to a change in the antiretroviral treatment regimen in HIV-1-infected patients enrolled in a randomized trial comparing genotyping, phenotyping and standard of care (Narval trial, ANRS 088). Antivir Ther. 2003;8:427-34. 6. Cingolani A, Antinori A, Rizzo MG, et al. Usefulness of monitoring HIV drug resistance and adherence in individuals failing highly active antiretroviral therapy: a randomized study (ARGENTA). AIDS. 2002;16:369-79. 7. Tural C, Ruiz L, Holtzer C, et al. Clinical utility of HIV-1 genotyping and expert advice: the Havana trial. Aids 2002,16:209-18. 8. Badri SM, Adeyemi OM, Max BE, Zagorski BM, Barker DE. How does expert advice impact genotypic resistance testing in clinical practice? Clin Infect Dis. 2003;37:708-13. 9. Mazzotta F, Lo Caputo S, Torti C, et al. Real versus virtual phenotype to guide treatment in heavily pretreated patients: 48-week follow-up of the Genotipo-Fenotipo di Resistenza (GenPheRex) trial. J Acquir Immune Defic Syndr. 2003;32:268-80. 10. Perez-Elias MJ, Garcia-Arota I, Munoz V, et al. Phenotype or virtual phenotype for choosing antiretroviral therapy after failure: a prospective, randomized study. Antivir Ther. 2003; 8:577-84. 11. Hales G, Birch C, Crowe S, et al. A randomised trial comparing genotypic and virtual phenotypic interpretation of HIV drug resistance: the CREST study. PLoS Clin Trials. 2006;1:e18. 12. Palella FJ, Jr., Armon C, Buchacz K, et al. The association of HIV susceptibility testing with survival among HIV-infected patients receiving antiretroviral therapy: a cohort study. Ann Intern Med. 2009;151:73-84. 13. Diaz RS, Sucupira MC, Vergara TR, et al. HIV-1 resistance testing influences treatment decision-making. Braz J Infect Dis. 2010;14:489-94. Indicações para testes de resistência do HIV-1 aos ARVs Sem dúvida, a maior indicação do uso dos testes de genotipagem está no grupo de pacientes em que se pratica um resgate antirretroviral. Praticamente todos os estudos prospectivos, e com divisão aleatória de pacientes comparado, principalmente os testes de genotipagem com resgate sem uso de genotipagem, revelam que o auxílio desses testes proporciona melhor eficácia no tratamento. A indicação do teste nas situações pré‑inicio de tratamento é discutida especificamente no capítulo 3, Testes de resistência antes do início do tratamento. Outra aplicação dos testes de resistência seria nos casos de profilaxia de transmissão do HIV‑1 pelo uso de ARVs. Na verdade, profilaxia de transmissão do HIV‑1 com ARVs é o único exemplo de urgência no tratamento antirretroviral. No caso da profilaxia da transmissão vertical, é fundamental que a mãe chegue pelo menos ao momento do parto com a CV mais baixa possível, preferencialmente em níveis indetectáveis. O ajuste rápido e preciso do tratamento aqui é fundamental e a genotipagem pode ter papel decisivo. Discute‑se também o uso do teste em profilaxia pós‑exposição realizado nos indivíduos fonte. Uma recomendação razoável seria a de que a realização do teste obviamente não retardasse a introdução da profilaxia, mas o resultado poderia servir para ajuste na terapêutica em um segundo momento. Nesse caso, o teste deveria ser realizado de forma urgenciada fornecendo o resultado em período de tempo curto, preferencialmente em dois ou três dias para adequado ajuste do tratamento. Deve‑se ter em mente que o valor dos testes de resistência na profilaxia pós‑exposição a acidentes profissionais é muito mais dirigido a escolha dos ITRNs. Idealmente, a profilaxia pós‑exposição deveria conter medicamentos que atuassem no período pré‑integração do HIV, posto que no momento em que ocorre a integração a infecção já está estabelecida e não poderá mais ser abortada. Dessa forma, é muito pouco razoável o uso de IP para a profilaxia em acidentes, posto que esses medicamentos ajam após a célula ter sido infectada (formação de próvirus com DNA do HIV integrado no núcleo celular). O uso de ITRNN é também bastante limitado nesses casos devido à neurotoxicidade do EFV e potencial de hepatotoxicidade da NVP em pessoas com CD4 elevado. Dessa forma, razoavelmente a profilaxia pós‑exposição em caso de acidentes deveria conter os 2 ou 3 melhores ITRNs, e, no caso de resistência muito ampla do paciente fonte com relação a esses medicamentos, inibidores da integrase ou de entrada deveriam ser cogitados. Discute‑se também o uso do teste em recém-nascidos para os quais tenha havido falha da profilaxia antirretroviral materna. O racional seria o Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Capítulo 15 181 mesmo que o discutido acima para resistência primária; levando-se em consideração, entretanto, que existem poucos dados a respeito de transmissão de cepas resistentes de mãe para filho ou sobre a seleção de mutações de resistência no recém-nascido após o tempo relativamente curto de uso de ARVs por ele com intuito profilático. Aqui, entretanto, deve-se levar em consideração que a introdução de esquema antirretroviral na criança costuma ocorrer em período de tempo relativamente mais curto do que em adultos e que o acúmulo de informação relacionado ao perfil de suscetibilidade do vírus teria utilidade potencial em um momento subsequente. Além disso, o arsenal terapêutico em pediatria é mais restrito, e a resposta virológica não é tão eficaz quanto em pessoas que apresentem o sistema imune maduro, sendo que esses fatores podem se constituir em valor agregado para realização de testes de resistência entre recém-nascidos. Diretrizes para uso de genotipagem pela RENAGENO (2011) Indicações 1. CV detectável > 1.000 cópias/mL por período superior a 6 meses na vigência de ARVs (exceção em gestantes). 2. Falha virológica confirmada. 3. Exclusão de falta de adesão ao tratamento antirretroviral. 182 Testes de resistência e subtipos genéticos do HIV-1 O HIV é subdividido geneticamente em dois tipos, HIV do tipo 1 e 2. O HIV-1, que é o mais prevalente no mundo, é subdividido em três grupos, M (main), O (outlier) e N (new). O grupo M é o mais prevalente sendo subdividido em subtipos denominados A, B, C, D, F1, F2, G, H, J, K e formas recombinantes circulantes (CRF) e formas recombinantes únicas (URF) que são híbridos formados de vírus de subtipos diferentes. Os vírus recombinantes são frutos de infecção dupla pelo HIV, sendo que as CRFs são vírus que se expandiram e se fixaram (vírus que deram certo), sendo encontrados em pessoas não relacionadas. Existem atualmente 49 CRFs cujo perfil genético pode ser visto em http://www.hiv.lanl.gov/content/sequence/HIV/ CRFs/CRFs.html. Todos esses vírus encontram‑se na África, que é o berço da pandemia, mas o vírus que circula quase com exclusividade na América do Norte e Europa Ocidental é o vírus do subtipo B, sendo que essa variante representa não mais do que 15% dos vírus circulantes no mundo. No Brasil, existe uma diversidade maior do que a encontrada na América do Norte e Europa Ocidental, onde temos cerca de 85% de vírus do subtipo B, e, em locais como São Paulo e Rio de Janeiro, podemos ter prevalência mais elevada de vírus do subtipo F. No Sul do país há uma alta prevalência de vírus do subtipo C, onde atualmente encontramos cerca de 50% deste subtipo no Rio Grande do Sul¹, enquanto a prevalência maior do subtipo F aumenta em direção ao norte do país. Um perfil com relação aos subtipos do HIV do Brasil pode ser visto na figura 48². Já existem várias CRFs descritas no Brasil como as CRF_29 e CRF_29, recombinantes entre os subtipos B e F descritas na cidade de Santos‑SP³, a CRF_31, recombinante entre os subtipos B e C descrita em Porto Alegre‑RS4, as CRF_39 e 405, recombinantes entre os subtipos B e F descritas no Rio de Janeiro‑RJ e a CRF_46, recombinante entre os subtipos B e F descrita em São Paulo‑SP6. Uma das repercussões mais óbvias desta elevada diversidade genética do HIV‑1 levando a emergência de tipos, grupos e subtipos do HIV relaciona‑se à dificuldade no desenho de uma vacina eficaz. Existem também algumas evidências de que a citopatogenicidade e ritmo de progressão da doença possam estar alterados de acordo com a infecção por estas “entidades biológicas distintas”. A diferença mais óbvia está na comparação entre os comportamentos do HIV-1 e HIV-2. Tem sido descrito que o índice de replicação, a transmissibilidade, os níveis de ativação celular e progressão da doença estão diminuídos no HIV-2 em relação ao HIV-1 7. Interessante notar que uma alteração genética que foi a duplicação de uma porção do genoma do HIV-2 conhecida como NF-κB, região esta que tem Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Capítulo 16 183 BF 4,3% F 6,4% C 2,1% B 87,2%% Manaus – 47 amostras – 8,5% TDR Salvador – 47 amostras – 19,1% TDR F 10,6% BF 4,3% C 4,3% B 80,8% * * * C 6,4% F 6,4% B 87,2% BF 3,1% Brasilia – 47 amostras – 10,6% TDR BC 1,3% B 23,5% C 64,7% * * * * Itajai – 12 amostras Porto Alegre (South) – 22 amostras – 9,0% TDR Rio de Janeiro – 47 amostras Santos – 29 amostras – 12,8% TDR F 6,6% BF 5,3% BC 1,3% D 1,3% B 85,5% Figura 48. Prevalência de subtipos genéticos do HIV-1 e TDR em cidades representantes das diversas macro-regiões do Brasil². sido relacionada com citopatogenidade do subtipo C8 e nunca antes fora descrita para o HIV-2, esteve associada à progressão rápida da doença em uma paciente brasileira infectada pelo HIV-29. Além disso, tem sido relatado que a progressão da doença entre as pessoas infectadas pelo HIV-1 dos subtipos D e C é mais rápida do que entre as pessoas infectadas pelos vírus A e recombinantes A/G (CRF_2) na África10, como também o fato do subtipo D se relacionar a um declínio acelerados dos níveis de células T CD4+ e falha virológica, comparados a vírus do subtipo B e outros vírus não B na Inglaterra¹¹. Parece ser possível que a diversidade genética do HIV possa influenciar no ritmo de mudança de tropismo de R5 para X4 desde que essa mudança ocorra muito precocemente entre as pessoas infectadas pelos vírus do subtipo D e raramente entre as pessoas infetadas pelo vírus do subtipo C12-14. Esse fato em si repercute não só no ritmo de progressão da doença entre os diversos subtipos, mas tambémno impacto potencial do tratamento com antagonistas de CCR5. O subtipo B brasileiro apresenta duas variantes que são geneticamente e antigenicamente distintas: uma delas semelhante ao vírus do subtipo B que circula no restante do mundo, e outra que apresenta um assinatura única no topo da alça hipervariável 3 da gp120 (região V3), sendo esse vírus brasileiro denominado B” e estando presente desde 1983 no Brasil15 Alguns estudos demonstram que a progressão da doença entre os brasileiros infectados pela variante B” apresentam menor ritmo de progressão da doença16,17, e outro aponta que a mudança de tropismo de R5 para X4 ocorreria com maior dificuldade nesta variante viral18. Outra repercussão da diversidade genética relaciona-se à acurácia dos testes laboratoriais que utilizam análise de ácidos nucleicos, como é o caso 184 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral dos testes de genotipagem e fenotipagem. Esses testes são otimizados para os vírus que circulam no mundo desenvolvido, no caso os vírus do subtipo B. Dessa forma, o desempenho dos testes comerciais aqui no Brasil eventualmente fica um pouco prejudicado, propiciando resultados falso negativos, pela ausência de amplificação na PCR. Portanto, um dos nossos desafios passa a ser desenhar testes específicos para os vírus que circulam em nosso meio. O mesmo pode acontecer com ARVs. É possível que haja um desempenho diferente de medicamentos que são inicialmente testadas em vírus e pacientes dos Estados Unidos e Europa Ocidental. Um dos exemplos mais claros disto está na falta de suscetibilidade do HIV-2 sos ITRNNs19. Pela estrutura conformacional da TR do HIV-2 ser distinta da do HIV-1, já seria esperada uma ação prejudicada dos medicamentos dessa classe, apesar da ETR demonstrar alguma atividade contra o HIV-220. O HIV-2 demonstra também atividade pobre com relação a ZDV19. Temos aprendido como os polimorfismos naturais dos vírus que não são do subtipo B podem alterar a suscetibilidade aos fármacos. Um dos exemplos é a possibilidade de rápida resistência a ITRNN dos vírus do subtipo C pela seleção da mutação V106M 21. Normalmente, nos vírus do subtipo B, a mutação de resistência relacionada ao códon 106 é a V106A (substituição de GTG por GCA) ou V106I (GTG por ATT, ATC ou ATA), que não emerge com facilidade. A mutação V106M (substituição de GTG por ATG) ocorre rapidamente nos vírus do subtipo C levando a alto nível de resistência22. É interessante notar com relação às vias mutacionais para resistência aos ARVs que, quando existe a pressão seletiva do NFV sobre os vírus do subtipo não B, a mutação que emerge quase que exclusivamente é a L90M, sendo muito raro o caminho pela via D30N. Essa é uma das evidências que as vias mutacionais têm relação com a estrutura do vírus e não ocorrem de uma forma puramente aleatória. Outro aspecto peculiar relaciona‑se a um polimorfismo natural em vírus do subtipo F, o L89M, que leva a uma diminuição de suscetibilidade a maior parte dos IPs, especialmente ao IDV, NFV, RTV e APV²³. Especula‑se que essa alteração nos vírus do subtipo F teria um impacto semelhante à mutação L90M na PR dos vírus do subtipo B. De fato, uma análise retrospectiva mostra que a falha antirretroviral em pacientes tratados com ZDV, 3TC e IDV é maior em pacientes infectados pelos vírus do subtipo F do que nos infectados pelos vírus do subtipo B (Accetturi, 2000)24. Entretanto, recentemente conduzimos um estudo em pacientes virgens de tratamento comparando o desempenho da combinação ZDV/3TC e LPV/r entre pacientes infectado pelos vírus dos subtipos B ou F e não encontramos nenhuma diferença na resposta virológica ou imunológica25. Um exemplo oposto ao citado anteriormente, em que um polimorfismo pode ter um impacto negativo no desempenho de um tratamento, é do polimorfismo I93L presente nos vírus do subtipo C26. A leucina na posição 93 da PR leva à hipersensibilidade ao LPV (IC50 = 0,35, significando que para inibir esse vírus são necessários 35% da quantidade de medicamento com relação ao que é preciso para inibir o vírus do tipo selvagem). Em termos de genotipagem, um dos aspectos ainda obscurecidos se relaciona à interpretação dos testes em relação ás mutações selecionadas 185 nos vírus que não são do subtipo B. É possível que a resistência aos ARVs se faça através de mutações diferentes e ainda desconhecidas, proporcionando uma falta de sensibilidade aos testes. Estudos descrevendo padrões de mutações peculiares aos subtipos não B em pacientes experimentados têm sido publicados27-30, mas estudos in vitro e clínicos prospectivos nessas populações são muito limitados. Os testes de fenotipagem, portanto, seriam de mais utilidade nos casos em que o padrão de mutação ainda é obscuro. Um estudo recente demonstra de forma interessante que os vírus do subtipo C apresentam um perfil mutacional de pacientes tratados com ITRNN que levaria à alta chance de resistência cruzada à ETR pela emergência das mutações Y181 (35,9%), K101 (20,7%), G190 (17,4%), e V108 (15,2%); entretanto, a conduta no país onde este estudo foi conduzido é de tratar as pessoas com NVP, reservando o EFV para os casos em que haja intolerância à NVP³¹. Bibliografia 186 1. Soares MA, De Oliveira T, Brindeiro RM, et al. A specific subtype C of human immunodeficiency virus type 1 circulates in Brazil. Aids. 2003;17:11-21. 2. Soares C, Vergara T, Sucupira MC, et al. Prevalence of Transmitted HIV-1 Antiretroviral Resistance among Patients Initiating ART in Brazil: A Surveillance Using Dried Blood Spots. 18th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Boston, MA, USA 2011. 3. De Sa Filho DJ, Sucupira MC, Casiero MM, Sabino EC, Diaz RS, Janini LM. Identification of two HIV type 1 circulating recombinant forms in Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses. 2006;22:1-13. 4. Santos AF, Sousa TM, Soares EA, et al. Characterization of a new circulating recombinant form comprising HIV-1 subtypes C and B in southern Brazil. AIDS. 2006;20:2011-9. 5. Guimaraes ML, Eyer-Silva WA, Couto-Fernandez JC, Morgado MG. Identification of two new CRF_BF in Rio de Janeiro State, Brazil. AIDS. 2008;22:433-5. 6. Sanabani SS, Pastena ER, Neto WK, Martinez VP, Sabino EC. Characterization and frequency of a newly identified HIV-1 BF1 intersubtype circulating recombinant form in Sao Paulo, Brazil. Virol J. 2010;7:74. 7. Cavaleiro R, Brunn GJ, Albuquerque AS, Victorino RM, Platt JL, Sousa AE. Monocyte-mediated T cell suppression by HIV-2 envelope proteins. Eur J Immunol. 2007;37:3435-44. 8. Montano MA, Novitsky VA, Blackard JT, Cho NL, Katzenstein DA, Essex M. Divergent transcriptional regulation among expanding human immunodeficiency virus type 1 subtypes. J Virol. 1997;71:8657-65. 9. Fusuma EE, Caruso SC, Lopez DF, et al. Duplication of peri-kappaB and NF-kappab sites of the first human immunodeficiency virus type 2 (HIV-2) transmission in Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses. 2005,21:965-70. 10. Kanki PJ, Hamel DJ, Sankale JL, et al. Human immunodeficiency virus type 1 subtypes differ in disease progression. J Infect Dis. 1999;179:68-73. 11. Easterbrook PJ, Smith M, Mullen J, et al. Impact of HIV-1 viral subtype on disease progression and response to antiretroviral therapy. J Int AIDS Soc. 2010;13:4. 12. Cecilia D, Kulkarni SS, Tripathy SP, Gangakhedkar RR, Paranjape RS, Gadkari DA. Absence of coreceptor switch with disease progression in human immunodeficiency virus infections in India. Virology. 2000;271:253-8. 13. Ping LH, Nelson JA, Hoffman IF, et al. Characterization of V3 sequence heterogeneity in subtype C human immunodeficiency virus type 1 isolates from Malawi: underrepresentation of X4 variants. J Virol. 1999;73:6271-81. 14. Tscherning C, Alaeus A, Fredriksson R, et al. Differences in chemokine coreceptor usage between genetic subtypes of HIV-1. Virology. 1998;241:181-8. 15. Diaz RS, Leal E, Sanabani S, et al. Selective regimes and evolutionary rates of HIV-1 subtype B V3 variants in the Brazilian epidemic. Virology. 2008;381:184-93. 16. Casseb J, Komninakis S, Abdalla L, et al. HIV disease progression: is the Brazilian variant subtype B’ (GWGR motif) less pathogenic than US/European subtype B (GPGR)? Int J Infect Dis. 2002;6:164-9. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 17. Santoro-Lopes G, Harrison LH, Tavares MD, Xexeo A, Dos Santos AC, Schechter M. HIV disease progression and V3 serotypes in Brazil: is B different from B-Br? AIDS Res Hum Retroviruses. 2000;16:953-8. 18. Leal E, Silva WP, Sucupira MC, Janini LM, Diaz RS. Molecular and structural characterization of HIV-1 subtype B Brazilian isolates with GWGR tetramer at the tip of the V3-loop. Virology. 2008;381:222-9. 19. Witvrouw M, Pannecouque C, Switzer WM, Folks TM, De Clercq E, Heneine W. Susceptibility of HIV-2, SIV and SHIV to various anti-HIV-1 compounds: implications for treatment and postexposure prophylaxis. Antivir Ther. 2004;9:57-65. 20. Andries K, Azijn H, Thielemans Tet al. TMC125, a novel next-generation nonnucleoside reverse transcriptase inhibitor active against nonnucleoside reverse transcriptase inhibitor-resistant human immunodeficiency virus type 1. Antimicrob Agents Chemother. 2004;48:4680-6. 21. Brenner B, Turner D, Oliveira M, et al. A V106M mutation in HIV-1 clade C viruses exposed to efavirenz confers cross-resistance to non-nucleoside reverse transcriptase inhibitors. AIDS. 2003;17:F1-5. 22. Loemba H, Brenner B, Parniak MA, et al. Genetic divergence of human immunodeficiency virus type 1 Ethiopian clade C reverse transcriptase (RT) and rapid development of resistance against nonnucleoside inhibitors of RT. Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2087-94. 23. Calazans A, Brindeiro R, Brindeiro P, et al. Low accumulation of L90M in protease from subtype F HIV-1 with resistance to protease inhibitors is caused by the L89M polymorphism. J Infect Dis. 2005;191:1961-70. 24. Accetturi CA, Pardini R, Novaes Pinto GH, Turcato G, Jr., Lewi DS, Diaz RS. Effects of CCR5 genetic polymorphism and HIV-1 subtype in antiretroviral response in Brazilian HIV-1-infected patients. J Acquir Immune Defic Syndr. 2000;24:399-400. 25. Diaz RS, Vasconcelos L, Hayden RL, et al. Similar efficacy of lopinavir/ritonavir-containing regimens among clades B and F HIV-1-Infected individuals in Brazil. J Acquir Immune Defic Syndr. 2008;47:399-401. 26. Gonzalez LM, Brindeiro RM, Tarin M, et al. In vitro hypersusceptibility of human immunodeficiency virus type 1 subtype C protease to lopinavir. Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:2817-22. 27. Grossman Z, Vardinon N, Chemtob D, et al. Genotypic variation of HIV-1 reverse transcriptase and protease: comparative analysis of clade C and clade B. AIDS. 2001;15:1453-60. 28. Munerato P, Sucupira MC, Oliveros MP, et al. HIV type 1 antiretroviral resistance mutations in subtypes B, C, and F in the City of Sao Paulo, Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses. 2010;26:265-73. 29. Sucupira MC, Souza IE, Costa LJ, Scheinberg MA, Diaz RS. Antiretroviral treatment failure and HIV-1 genotypic resistance in Sao Paulo, Brazil. Antivir Ther. 2001;6:263-4. 30. Soares EA, Santos RP, Pellegrini JA, Sprinz E, Tanuri A, Soares MA. Epidemiologic and molecular characterization of human immunodeficiency virus type 1 in southern Brazil. J Acquir Immune Defic Syndr. 2003;34:520-6. 31. Neogi U, Shet A, Shamsundar R, Ekstrand ML. Selection of nonnucleoside reverse transcriptase inhibitor-associated mutations in HIV-1 subtype C: evidence of etravirine cross-resistance. AIDS. 2011;25:1123-6. 187 Capítulo 17 Manipulação do paciente com vírus multirresistente Cerca de 1/3 dos pacientes brasileiros que se dirigem a RENAGENO para realização de testes de resistência apresentará resistência a três classes de medicamentos¹. Esses pacientes apresentarão níveis variáveis de resistência na PR, e, de uma forma geral, estudos demonstram que o resgate será tão mais eficaz quanto melhor a atividade do IP a ser utilizado. Na ausência de IP plenamente eficaz, um número maior de medicamentos ativos acompanhando os IPs deverá ser utilizado. Apesar dos IP/r serem considerados a base do resgate em qualquer nível, alguns estudos exploraram a possibilidade de supressão da viremia em esquemas sem o uso do IP/r e demonstraram que isso pode ser, com algumas restrições, uma estratégia factível. Um estudo piloto abordou pacientes com exposição às três classes de medicamentos, a maioria deles com resistência a essas três classes, e usou esquema de resgate contendo RAL, maraviroque e ETR². Os resultados desse estudo analisando somente 28 pacientes revelaram 92% de CV < 50 cópias/mL ao final de 48 semanas na análise dos dados observados. Outro estudo observacional avaliou um grande número de pacientes fazendo o resgate da ETR, sendo que os outros medicamentos eram escolhidos pelo pesquisador. Em associação à ETR e ITRN, os pacientes do estudo foram resgatados com esquemas contendo (a) DRV e RAL, (b) DRV, (c) RAL ou (d) somente ETR, sendo que o desempenho foi semelhante em todos os grupos³. Outro estudo contendo RAL com ou sem IP também demonstrou eficácia semelhante entre os braços, desde que houvesse um número de medicamentos ativos suficiente4. Os resultados desses estudos são, de certa forma, óbvios. Se um tratamento inicial utilizando três medicamentos sem a inclusão de IP é suficiente para suprimir a viremia em pacientes sem vírus resistentes, um esquema de resgate usando três medicamentos novos ou de classe nova, hipoteticamente também seria suficiente para suprimir a viremia de pacientes em resgate, como ocorreu com o estudo usando maraviroque, RAL e ETR². Problemas maiores terão que ser enfrentados no grupo de pacientes no qual já existe resistência a RAL, ou resistência cruzada à ETR, ou vírus que utilizem o receptor CXCR4. Para esses casos, medicamentos novos têm sido desenvolvidos, como resumido a seguir. ITRN O GS-7340 é um amidato pró-fármaco do TDF. A crescente detecção de toxicidade do TDF tem sido preocupante. Assim, esse medicamento é o próprio TDF 188 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral que se concentra quase que exclusivamente dentro dos linfócitos, com concentrações plasmáticas muito baixas. A potência desse medicamento comparada à do TDF é 400 vezes superior. Um estudo administrando, em monoterapia, por 14 dias, TDF 300 mg e GS-7340 nas doses de 50 mg e 150 mg a 30 pacientes, dez em cada grupo, demonstrou que a média de queda de CV foi de 0,54 ± 0,32 no braço do TDF comparado com 0,98 ± 0,3 no braço usando 50 mg e 1,07 ± 0,14 no braço com 150 mg. Desta forma, este novo TDF demonstrou ser muito mais potente com potencial redução de toxicidade5. Interessante notar que esse medicamento promissor começa a ser divulgado com mais ênfase no momento em que a patente do TDF expira, sendo que os primeiros estudos in vivo desse medicamento já haviam sido apresentados no início de 20024. O festinavir é um análogo timidínico com estrutura semelhante ao d4T que também parece ser mais potente e com potencial de atuação em vírus resistentes e em que se espera menor toxicidade. Monoterapia por 10 dias usando 100, 200, 300 e 500 mg levou à redução de CV média de 0,87, 0,98, 1,36 e 1,22 log10/cópias/mL respectivamente7. Estudos in vitro sugerem atividade desse medicamento contra cepas albergando o complexo Q151M, algumas TAM e K65R8. A ATC é também um novo ITRN com potencial de atividade contra vírus resistentes. Uma fase lead in demonstrou queda de 0,5 a 0,7 log10 de CV em pacientes com vírus resistentes ao ZDV, d4T, ABC e TDF. Seu desenvolvimento encontra-se temporariamente suspenso (http://www.avexa.com.au/ news/press_releases_2011/avexa). ITRNN A rilpivirina é um novo ITRNN que tem sido basicamente explorado como opção para o tratamento inicial em competição com outros ITRNNs de primeira geração. Esse medicamento, apesar de não inferior ao EFV, demonstrou pior desempenho quando a CV era superior a 100.000 cópias/mL e maior incidência de resistência, com a vantagem de menor incidência de efeitos adversos9 A mutação de resistência mais típica foi a E138K, e 90% dos pacientes com desenvolvimento de resistência à rilpivirina apresentaram resistência cruzada à ETR, enquanto que na falha ao EFV emergiu a mutação K103N com manutenção da sensibilidade à ETR. A lersivirina (UK-453061) proporciona queda de CV em monoterapia que varia entre 1,6 a 1,8 log10 após 7 dias entre pacientes virgens10. Estudos in vitro demonstram ser uma boa opção para resistência a ITRNN de primeira geração, sendo ativo em 11 de 19 cepas virais e mesma atividade em cepas com resistência à ETR, sendo ativo em 5 de 10 cepas. Esse medicamento mantém atividade inclusive contra variantes albergando a mutação Y181C. Inibidores de entrada O BMS-663068 (BMS-068) é um inibidor de entrada oral que se liga ao CD4. Um estudo apresentado recentemente descreveu os resultados em 189 50 pacientes virgens de tratamento, e 34 pacientes experientes usando o medicamento nas doses de 600 ou 1.200 mg uma ou duas vezes ao dia com ou sem RAL. Após 8 dias de monoterapia, a potência desse medicamento variou entre os grupos revelando queda de CV entre 1,22 a 1,78, sendo que os melhores resultados foram com RAL na dose 1200 duas vezes ao dia, mas com resultados bons também sem o uso do RAL¹¹. O cenicriviroc (TBR-652) é inibidor combinado do CCR5 e CCR2, que é um receptor que alternativamente pode ser usado pelo HIV também. O estudo investigando a potência e o “encontro da dose” (dose finding) avaliou 54 pacientes por 10 dias em monoterapia usando 25, 50, 75, 100 e 1509 mg e revelou queda de CV variando ente 1,4 a 1,8 log10 entre os grupos¹². Inibidores da integrase O DTG pode ser considerado o medicamento mais impressionante em desenvolvimento atualmente. Apresenta potência sem precedentes, como discutido no capítulo 6. A resistência a outro inibidor de integrase, o RAL, proporciona mutações pelas vias dos códons 155 e 143 da integrase, aos quais a sensibilidade do DTG é plenamente mantida, e pelo códon 148, onde se detecta resistência cruzada ao DTG. Um estudo de fase II tratou pacientes com a assim chamada monoterapia funcional com DTG usando o dobro da dose (50 mg 12/12h, enquanto a dose habitual é 50 mg em dose única) em pacientes com vírus apresentando a mutação no códon 148. Surpreendentemente, 23 entre 24 pacientes recebendo esse esquema indetectaram a CV, apresentando média de queda de CV de 1,57 log10 após 11 dias de tratamento¹³. Bibliografia 190 1. Munerato P, Sucupira MC, Oliveros MP, et al. HIV type 1 antiretroviral resistance mutations in subtypes B, C, and F in the City of Sao Paulo, Brazil. AIDS Res Hum Retroviruses. 2010;26:265-73. 2. Nozza S, Galli L, Visco F, et al. Raltegravir, maraviroc, etravirine: an effective protease inhibitor and nucleoside reverse transcriptase inhibitor-sparing regimen for salvage therapy in HIV-infected patients with triple-class experience. AIDS. 2010;24:924-8. 3. Towner W, Lalezari J, Sension MG, et al. Efficacy, safety, and tolerability of etravirine with and without darunavir/ritonavir or raltegravir in treatment-experienced patients: analysis of the etravirine early access program in the United States. J Acquir Immune Defic Syndr. 2010;53:614-8. 4. Skiest DJ, Cohen C, Mounzer K, et al. Similar efficacy of raltegravir when used with or without a protease inhibitor in treatment-experienced patients. HIV Clin Trials. 2010;12:131-40. 5. Markowitz M, Zolopa A, Ruane P, et al. GS-7340 Demonstrates Greater Declines in HIV-1 RNA than Tenofovir Disoproxil Fumarate During 14 Days of Monotherapy in HIV-1 Infected Subjects 18th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Boston, MA, USA 2011. 6. Lee W, He G, Mulato A, et al. In vivo and in vitro characterization of GS 7340, an isopropylalaninyl phenyl ester prodrug of tenofovir: selective intracellular activation of GS 7340 leads to preferential distribution in lymphatic tissues. 9th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Seatle, Washington 2002. 7. Cotte L, Dellamonica P, Raffi F, et al. A Phase-Ib/IIa dose-escalation study for evaluation of the safety, tolerability, and pharmacokinetics of OBP-601 (4’-ethynyl-d4T, Festinavir) in treatment-experienced, HIV-1-infected patients 50th ICAAC. Boston, MA, USA 2010. 8. Weber J, Weberova J, Vazquez AC, et al. Drug Susceptibility Profile of OBP-601, a novel NRTI, Using a Comprehensive Panel of NRTI and/or NNRTI Resistant Viruses. 15th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Boston, MA, USA 2008. 9. Cohen C, Molina JM, Cahn P, et al. Pooled Week 48 efficacy and safety results from ECHO and THRIVE, two double-blind, randomised, Phase III trials comparing TMC278 versus efavirenz in treatment-naïve, HIV-1-infected patients 18th International AIDS Conference. Vienna, Austria 2010. 10. Mori J, Westby M, Tawadrous M, van der Ryst E, Charles C. Lersivirine: a new NNRTI active across HIV-1 subtypes with a unique resistance profile. 10th International Congress on Drug Therapy in HIV Infection. Glasgow 2010. 11. Nettles R, Schurmann D, Zhu L, et al. Pharmacodynamics, Safety, and Pharmacokinetics of BMS-663068, a Potentially First-in-Class Oral HIV Attachment Inhibitor. 18th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Boston, MA, USA 2011. 12. Lalezari J, Gathe J, Brinson C, et al. Safety, Efficacy, and Pharmacokinetics of TBR-652, a CCR5/CCR2 Antagonist, in HIV-1-Infected, Treatment-Experienced, CCR5 Antagonist-Naive Subjects. J Acquir Immune Defic Syndr. 2011,;57:118-25. 13. Eron J, Kumar P, Lazzarin A, et al. DTG in Subjects with HIV Exhibiting RAL Resistance: Functional Monotherapy Results of VIKING Study Cohort II. 18th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. Boston, MA, USA 2011. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 191 Genética do hospedeiro e infecção pelo HIV Capítulo 18 Os testes em biologia molecular explorando a genética dos micro‑organismos têm sido explorados há muito tempo, como é feito rotineiramente para os testes de resistência do HIV aos ARVs. É momento agora para que passemos a utilizar os testes explorando a genética do hospedeiro no auxílio do combate à infecção e melhor usar os medicamentos. Deve‑se ressaltar, entretanto, que a genética do hospedeiro na maioria dos casos não indica necessariamente “risco certo” para um determinado desfecho, mas somente a “intenção do organismo humano” para que algo venha a ocorrer. Alguns exemplo de potencial utilidade estão abaixo: Polimorfismos genéticos relacionados à progressão da doença – – – 192 Polimorfismo do CCR51,2. Algumas pessoas poderiam ser resistentes à infecção pelo HIV, se apresentassem o alelo CCR5 ∆32 em homozigose. As possibilidades de perfil genético humano seriam: • CCR5 tipo selvagem em homozigose (WT/WT): corresponde a maioria das pessoas com perfil normal de progressão da doença e possibilidade normal de aquisição do HIV. • CCR5 WT/∆32: corresponde ao perfil genético de 15% das pessoas. Provavelmente discreta diminuição na chance de aquisição do HIV e progressão mais lenta da infecção. Apresenta melhor resposta imunológica ao tratamento antirretroviral. Potencial utilidade na decisão sobre o retardo do início de tratamento. • CCR5 delta32/delta32: resistência à infecção pelo HIV. Relevância possível na investigação de parceiros discordantes. Este teste está disponível em alguns laboratórios clínicos. Polimorfismo do CCR2. O CCR2 é um receptor alternativo a entrada do HIV nas células. A mutação CCR2‑64I está correlacionada a progressão mais lenta da doença³. Este teste está disponível em alguns laboratórios de pesquisa. Alguns perfis de HLA podem ser protetores com relação a progressão da doença, como o HLA B*57 ou HLA B*58, B*27 e C*144. A testagem de HLA de alta definição pode ser realizada em alguns laboratórios clínicos especializados. O polimorfismo do segmento conservado SDF1‑3’A da região não codificadora 3´do gene SDF‑1 pode ser protetora quando presente em homozigose (SDF1‑3’A/3’A)5. O SDF‑1 é a interleucina que se liga ao receptor CXCR4, correceptor para entrada das variantes X4 do HIV. Polimorfismos genéticos relacionados à farmacogenômica Hipersensibilidade ao abacavir O ABC é um dos ITRNs mais utilizados no mundo, especialmente na Europa. Entretanto, cerca de 5% das pessoas (entre 1 e 9%) desenvolvem hipersensibilidade potencialmente fatal que ocorre durante as 6 primeiras semanas de tratamento com desenvolvimento de uma combinação de sintomas envolvendo febre, rash, sintomas gastrintestinais, respiratórios e constitucionais6,7. A hipersensibilidade ocorre em um perfil genético distinto de hospedeiros que são os portadores do HLA B*5701 8. Alternativamente a mutação HCP5 T > G (rs2395029 SNP) é um teste adicional e mais específico para detecção dos hospedeiros que poderão ter hipersensibilidade ao ABC (valor preditivo positivo de 100% e valor preditivo negativo de 93%)9. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral – Hipersensibilidade a nevirapina A hipersensibilidade em que predomina o rash cutâneo ocorre em 5% das pessoas usando NVP10. Isto ocorreria durante as primeiras 6 semanas, sendo que a continuação pode levar à redução dos sintomas. Essa hipersensibilidade cutânea ocorrerá na presença do perfil de HLA‑Cw8¹¹. A hepatoxicicidade da NVP também é preocupante, podendo ser fatal e ocorrendo em pessoas que apresentam mutações no gene MDR1 que codifica a glicoproteina P, sendo que a substituição é conhecida como 3435C>T¹². Neurotoxicidade ao efavirenz Esta toxicidade ocorre em decorrência de níveis plasmáticos elevados pela metabolização pobre do medicamento. Isso ocorreria de forma mais intensa nos indivíduos homozigotos para o alelo CYP2B6*6 contendo ambos os polimorfismos 516G>T and 785A>G¹³. De forma semelhante, os portadores do alelo CYP2B6*16 contendo ambas os polimorfismos 983T>C e 785A>G apresentariam maior exposição ao medicamento14. Outros polimorfismos no CYP2B6 foram igualmente associados a distúrbios neuropsiquiátricos assoviados a EFV15. 193 Icterícia ao atazanavir Este efeito adverso mimetiza a síndrome de Gilbert e, de certa forma, pode ser previsível. Ocorre entre pessoas com polimorfismos no gene UTG1A1 (UTG1A1*28)16 e outros15. Tenofovir A disfunção tubular ocorre em pessoas com alterações no gene MRP2 (ABCC2) com o polimorfismo 1249G/A, sendo que a manifestação principal é tubulopatia renal proximal17 Já a pancreatite associada ao TDF associa‑se a alterações no gene CFTR e SPINK‑1 com os polimorfismos 1717‑1G/A, IVS8 5T e112C/T17. Hiperlipemia ao lopinavir Tem sido associada a alterações genéticas nos ABCA1, APOA5, APOB, APOE, APOE e alguns outros15. Bibliografia 194 1. Accetturi CA, Pardini R, Novaes Pinto GH, Turcato G, Jr., Lewi DS, Diaz RS. Effects of CCR5 genetic polymorphism and HIV-1 subtype in antiretroviral response in Brazilian HIV-1-infected patients. J Acquir Immune Defic Syndr. 2000;24:399-400. 2. Dean M, Carrington M, Winkler C, et al. Genetic restriction of HIV-1 infection and progression to AIDS by a deletion allele of the CKR5 structural gene. Hemophilia Growth and Development Study, Multicenter AIDS Cohort Study, Multicenter Hemophilia Cohort Study, San Francisco City Cohort, ALIVE Study. Science. 1996;273:1856-62. 3. Ioannidis JP, Rosenberg PS, Goedert JJ, et al. Effects of CCR5-Delta32, CCR2-64I, and SDF-1 3’A alleles on HIV-1 disease progression: An international meta-analysis of individual-patient data. Ann Intern Med. 2001;135:782-95. 4. Hendel H, Caillat-Zucman S, Lebuanec H, et al. New class I and II HLA alleles strongly associated with opposite patterns of progression to AIDS. J Immunol. 1999;162:6942-6. 5. Winkler C, Modi W, Smith MW, et al. Genetic restriction of AIDS pathogenesis by an SDF-1 chemokine gene variant. ALIVE Study, Hemophilia Growth and Development Study (HGDS), Multicenter AIDS Cohort Study (MACS), Multicenter Hemophilia Cohort Study (MHCS), San Francisco City Cohort (SFCC). Science. 1998;279:389-93. 6. Clay PG. The abacavir hypersensitivity reaction: a review. Clin Ther. 2002;24:1502-14. 7. Hetherington S, McGuirk S, Powell G, et al. Hypersensitivity reactions during therapy with the nucleoside reverse transcriptase inhibitor abacavir. Clin Ther. 2001;23:1603-14. 8. Martin AM, Nolan D, Gaudieri S, et al. Predisposition to abacavir hypersensitivity conferred by HLA-B*5701 and a haplotypic Hsp70-Hom variant. Proc Natl Acad Sci USA. 2004;101:4180-5. 9. Rodriguez-Novoa S, Cuenca L, Morello J, et al. Use of the HCP5 single nucleotide polymorphism to predict hypersensitivity reactions to abacavir: correlation with HLA-B*5701. J Antimicrob Chemother. 2010,65:1567-9. 10. Dieterich DT, Robinson PA, Love J, Stern JO. Drug-induced liver injury associated with the use of nonnucleoside reverse-transcriptase inhibitors. Clin Infect Dis. 2004;38 Suppl 2:S80-9. 11. Martin AM, Nolan D, James I, et al. Predisposition to nevirapine hypersensitivity associated with HLA-DRB1*0101 and abrogated by low CD4 T-cell counts. AIDS. 2005;19:97-9. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 12. Ritchie MD, Haas DW, Motsinger AA, et al. Drug transporter and metabolizing enzyme gene variants and nonnucleoside reverse-transcriptase inhibitor hepatotoxicity. Clin Infect Dis. 2006;43:779-82. 13. Gatanaga H, Yazaki H, Tanuma J, et al. HLA-Cw8 primarily associated with hypersensitivity to nevirapine. AIDS. 2007;21:264-65. 14. Wang J, Sonnerborg A, Rane A, et al. Identification of a novel specific CYP2B6 allele in Africans causing impaired metabolism of the HIV drug efavirenz. Pharmacogenet Genomics. 2006;16:191-98. 15. Tozzi V, Libertone R, Liuzzi G. HIV pharmacogenetics in clinical practice: recent achievements and future challenges. Curr HIV Res. 2008;6:544-54. 16. Rotger M, Taffe P, Bleiber G, et al. Gilbert syndrome and the development of antiretroviral therapy-associated hyperbilirubinemia. J Infect Dis. 2005;192:1381-86. 17. Izzedine H, Hulot JS, Villard E, et al. Association between ABCC2 gene haplotypes and tenofovir-induced proximal tubulopathy. J Infect Dis. 2006;194:1481-91. 195 Considerações práticas e conclusões Capítulo 19 Os avanços tecnológicos possibilitaram que os testes de resistência genotípica e fenotípica se tornassem factíveis para uso na prática clínica. Entretanto, a forma de interpretação dos testes deve também ser bastante criteriosa. Quando se trata dos testes de resistência genotípica, deve‑se ter em mente que, uma vez que as mutações relacionadas à resistência estejam presentes, há uma probabilidade alta de que não haja resposta virológica ao ARV implicado, revelando o que pode ser considerado como valor preditivo positivo alto do teste de resistência. Entretanto, não se deve negligenciar a atividade residual que pode existir com relação a alguns medicamentos. Por outro lado, a não detecção de mutações relacionadas à resistência nem sempre estaria correlacionada à boa resposta terapêutica, revelando, então, o que podemos chamar de valor preditivo negativo baixo desses testes. Uma das suspeitas que deve ser sempre aventada no evento de falha virológica na ausência de resistência nos testes realizados é a de que a falha seja propiciada por má adesão do paciente ao esquema antirretroviral sendo utilizado naquele momento. A suspensão do tratamento, mesmo que por períodos curtos de tempo, poderia propiciar uma perda de sensibilidade na detecção dos mutantes com resistência, em fenômeno conhecido como falsa reversão após período sem o medicamento. A ausência do medicamento possibilita a reemergência do vírus do tipo selvagem, que replica mais eficazmente nessas condições. Essa reversão da resistência com retorno do perfil selvagem do vírus ocorre de forma abrupta e rápida quando o paciente interrompe simultaneamente todos os medicamentos, mas pode ser gradual e demorada quando os medicamentos são pontualmente substituídos. Entretanto, a reemergência do vírus do tipo selvagem raramente elimina o vírus mutante dos reservatórios celulares. Na reintrodução do medicamento, rapidamente poderia haver o retorno do mutante resistente com consequente falha virológica. Uma adesão muito baixa ao tratamento também pode fazer com que não haja seleção de mutações de resistência na população viral do paciente, como pode ser visto na figura 49. A maior chance de seleção de mutações de resistência ocorre quando o paciente utiliza um esquema antirretroviral parcialmente eficaz, sendo que os esquemas bastante ou muito pouco eficazes teriam pequeno poder de seleção de mutações de resistência. Pelo discutido acima, fica claro que os testes de resistência para orientação de uma terapia de resgate devem ser realizados na vigência do tratamento antirretroviral. Desse modo, a sensibilidade na detecção de mutantes de resistência é maior, pois está sendo mantida a pressão seletiva dos medicamentos sobre o vírus testado. Se existir qualquer intuito na suspensão 196 Máxima Seleção de mutações Alguma Carga viral Supressão da replicação viral Figura 49. Modelo teórico exemplificando a probabilidade de seleção de mutantes resistentes aos ARVs. A probabilidade de fixação de mutantes resistentes aos ARVs está no eixo Y, e o grau de supressão viral propiciado pelo esquema terapêutico está no eixo X. Esquemas muito eficazes levariam à grande supressão da replicação viral com consequente baixa replicação viral, culminando com pouca emergência de resistência (lado direito do gráfico). Os esquemas com muito pouco poder de supressão alterariam muito pouco os níveis de replicação viral e teriam, também, pouco poder de seleção de mutações de resistência (à esquerda do gráfico). É exatamente quando a supressão viral é intermediária insuficiente que haverá a maior chance de seleção de mutantes de resistência, mostrada na porção central do gráfico. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Atividade antirretroviral Pouca antirretroviral de um esquema em falha, isso deveria ser feito idealmente após a coleta do exame. Um dos argumentos teóricos que poderiam motivar esta suspensão de ARV estaria no fato de que a seleção de mutações de resistência pode ser evento muito dinâmico, e, enquanto se aguarda o resultado da genotipagem, novas mutações poderiam emergir, mudando o perfil de resistência do vírus testado. A ausência de mutações de resistência na protease não necessariamente pode significar atividade do inibidor da protease em questão. Sabe‑se que mutações selecionadas na protease são normalmente acompanhadas de mutações que emergem no sitio de clivagem da PR, mutações descritas na figura 6. O princípio para que isso ocorra está no fato de que as mutações selecionadas por ARVs na PR levariam a uma dificuldade na clivagem da proteína gag (é para isso que a PR serve), e mutações no sítio de clivagem levariam a uma refacilitação no processo de clivagem com recuperação do fitness perdido. Esse é um dos motivos pelo qual as mutações da PR normalmente não remitem em caso de interrupção parcial dos ARVs, em que, seletivamente, os IPs são retirados do esquema (as mutações do gag se mantêm e as da PR teriam que se manter também). Um estudo recente demonstrou que, quando se constroem vírus com mutações no sítio de clivagem no gag e sem mutações na PR, existe resistência aos inibidores da protease¹ (mutações no sítio de clivagem do gag vistas na tabela 28). Assim, a mutação no 197 Tabela 28. Avaliação de resistência e fitness em vírus onde mutações (MUT) na PR e sítios de clivagem (gag) foram construídas e os vírus foram comparados ao perfil selvagem (WT) Protease gag Resistência Fitness WT WT Ausente Alto MUT WT Presente Baixo MUT MUT Presente Alto WT MUT Presente Alto sitio de clivagem é fundamental para manutenção do fitness do vírus e isoladamente, a mutação no sitio de clivagem leva a resistência aos IPs. A possibilidade é de que mutações no sítio de clivagem confiram vantagem à entrada do substrato natural no sítio ativo da PR em detrimento da entrada do inibidor. Dessa forma, é concebível que a resistência ocorra sem que as mutações na PR estejam presentes, e os testes de genotipagem não avaliam rotineiramente as mutações nos sítios de clivagem do gag. Da mesma forma, mutações em outra região da TR descrita como RNAse H podem coevoluir com mutações na transcriptase e contribuir ou, por si só, causar resistência aos ITRN e ITRNN². Desse modo, não é possível excluir que a resistência a ITRN e ITRNN não seja causada por mutações que estariam confinadas somente à RNase H, região que também não é avaliada em testes de resistência convencionais. Como já discutido, um teste de resistência antirretroviral reflete normalmente a história antirretroviral atual do paciente. Em outras palavras, mutações adquiridas no passado podem deixar de existir quando se alteram os ARVs usados pelo paciente. Como estes vírus podem ficar “arquivados” no reservatório celular do paciente, resultados de geno/fenotipagem anteriores devem ser levados em consideração na escolha do tratamento de resgate. A realização de genotipagem a partir do provírus (DNA viral celular) em vez do vírion (RNA viral plasmático) poderia aumentar a sensibilidade na detecção de mutantes que estariam “arquivados” e não estariam replicando ativamente naquele momento. De qualquer forma, fica relativamente claro atualmente que a resistência aos ARVs continua sendo um problema, e a escolha dos melhores medicamentos é uma arte que exige experiência e conhecimento. Como desafio, temos não só a falha virológica, mas a própria TDR que pode ser uma causa não anunciada de falha. O desenvolvimento contínuo de novos medicamentos com melhor perfil para o resgate é bastante promissor, mas, em alguns casos, a resistência cruzada pode ser um obstáculo a ser detectado e vencido. Bibliografia 198 1. Dam E, Quercia R, Glass B, et al. Gag mutations strongly contribute to HIV-1 resistance to protease inhibitors in highly drug-experienced patients besides compensating for fitness loss. PLoS Pathog. 2009;5:e1000345. 2. Delviks-Frankenberry KA, Nikolenko GN, Pathak VK. The “Connection” Between HIV Drug Resistance and RNase H. Viruses, 2010;2:1476-03. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabelas de interesse 199 200 ABC ddI – Ins 69 ou 151M/L ou del 67 ou 74V/I – 184V/I + pelo menos uma (65R/N, 74V/I, 115F) – 184V mais pelo menos 5/6 de (41L/I, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W/S, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) – (184V + 74VI) – 184V mais pelo menos 2 de (41L/I, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) – 5 ou 6 de (41L, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W/S, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) – Pelo menos 1 de (65R/N,74V/I 115F) – 184 V/I – 3 ou 4 de (41L, 67N/E/G, 69D, 70R/G/N, 210W, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) – 184V/I + 5 ou 6 de (41L, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W/S, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) – 75T ou 184V/I, 70E – Ins 69 ou 151M/L ou del 67 – 3 ou 4 de (41L/I, 67N/E/G, 69A/D/S/N/G/I 70R/G/N, 210W/S, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) – 50T ou 75M/S/A/T – 5 ou 6 de (41L/I, 67N/E/G, 69D/G, 70R/G/N, 210W/S, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) – 1 de (65R/N, 69A/D/S/N/G/I, 74V/I) – 65R/N – Ins 69 ou 151 M/L ou del 67 – 4 ou + (41L/I, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W/S, 215Y/F/D, 219Q/E/N/R) d4T – 44A/D ou 118I ou 65R/N – Ins 69 ou 151M/L ou del 67 – 184V/I ou 157S ou (44A/D + 118I) 3TC ou FTC Resistência parcial – Ins 69 ou del 67 ou 151M/L – De 1 a 3 de (40F, 41L/I, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W/S, – 4 ou + (41L, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W, 219Q/E/N/R e 215F/Y) 215C/D/S/I/E/N/V/Y/F, 219Q/E/N/R). ZDV Medicamento Resistência completa Reversão da resistência (continua) Tabela 10. Algoritmo de interpretação de resistência aos ARVs de acordo com a presença de mutações. A reversão da resistência (terceira coluna) significa o resultado da hipersuscetibilidade a um ou mais medicamentos do esquema causada por alguma mutação. Ins significa inserção e del deleção – Ins 69 – 1 de (65R ou 70E) ou 151M/L ou del 67 sem 184V/I – (41L/I ou 210W/S) mais (67N, 70R, 215Y/F/D, 219Q) desde que some 3 e não tenha o 184V/I – 1 ou mais de (A98G, L100I, K101E/P/Q/H, K103N/A/S/T/Q/H, V106A/M, V108I, V179D/E/F, Y181C/I/V, Y188L/H/C, G190A/S/E/Q/C/T/V, F227L/C, M230L) – 1 ou mais de (L100I, K101E/P/Q, K103N/A/S/T/Q/H, V106A/M, Y181C/I/V, Y188L/H/C, G190A/S/E/Q/C/T/V, P225H, M230L) NVP EFV – 184V/I + (41L ou 210) + (67N, 70R, 215Y/F/D, 219Q) somando 4 com o 184V/I – 74V – 151M/L + 65R/N + 184V/I – 65 R + 184 V/I* – (41L ou 210W) + 1 de (67N/E/G, K70R/G/E/N, 215Y/F/D, 219Q/E/N)* – (41L ou 210W) mais pelo menos 3 de (67N/E/G, 70R/G/E/N, 215Y/F/D, 219Q/E/N) TDF + 3TC – 151 M/L + 184 V/I* – L74I/V (continua) TDF – 1 de (65R ou 70E) – 215F/Y/D + 184V/I isoladamente – 184V/I ou + 2 de (41L/I, 44A/D, 67N/E/G, 70R/G/E/N, 118I, 157S, 210W/S, 215F/Y/D, 219Q/E/N/R) desde que não seja 184 + 210 + 215 – Até 3 de de (41L/I, 67N/E/G, 70R/G/E/N, 219Q/E/N/R) sem 184V/I – Ins 69 ou 151 M/L ou del 67 – 184V/I + 210W/S – 4 ou + de (41L/I, 67N/E/G, 70R/G/E/N, 219Q/E/N/R) sem o 184V/I ZDV + 3TC – Ins 69 ou 151 M/L ou del 67 Reversão da resistência Resistência parcial Medicamento Resistência completa Tabela 10. Algoritmo de interpretação de resistência aos ARVs de acordo com a presença de mutações. A reversão da resistência (terceira coluna) significa o resultado da hipersuscetibilidade a um ou mais medicamentos do esquema causada por alguma mutação. Ins significa inserção e del deleção (continuação) Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 201 202 – 2 ou mais de (L100I, K101P, Y181I/C/V, M230L) – 1 de (L100I, K101P, Y181I/C/V, M230L) + 1 de (90I, 98G, 100I, 101E/H, 106I, 138A, 179F/T/D, 190A/S) – 3 ou + de (90I, 98G, 100I, 101E/H, 106I, 138A, 179F/T/D, 190A/S) – 2 de (46I/L, 82A/F/I/S/T/M, 84V/A/C) – (46I/L ou 82A/F/I/S/T/M ou 84V/A/C) + 2 ou mais de (10I/V/R/F, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 36I/L/V, 48V, 54L/T/V, 57K, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A, 76V, 77I, 88D/S, 90M, 93L) – 4 ou + de (10I/V/R/F, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 36I/L/V, 48V, 54L/T/V, 57K, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A, 76V, 77I, 88D/S, 90M, 93L) – 8 ou + de (10I/V/R/F, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 36I/L/V, 46I/L, 48V, 54L/T/V, 57K, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A, 76V, 77I, 82A/F/I/S/T/M, 84V/A/C, 88D/S, 90M, 93L) – 82A/F/I/S/T/M e 84V/A/C – 82A/F/I/S/T ou 84V/A/C + pelo menos 2 (10I/R/V/F, 16E, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 36I/L/V, 46I/L, 48V, 53L, 54M/V/L, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 90M) – 4 ou + de (10I/R/V/F, 16E, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 36I/L/V, 46I/L, 48V, 53L, 54M/V/L, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 90M) ETR IDV IDV/R RTV Medicamento Resistência completa – 82A/F/I/S/T/M ou 84V/A/C + pelo menos 1 (10I/R/V/F, 16E, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 36I/L/V, 46I/L, 48V, 53L, 54M/V/L, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 90M) – 3 de (10I/R/V/F, 16E, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 36I/L/V, 46I/L, 48V, 53L, 54M/V/L, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 90M) – 6 e 7 de (10I/V/R/F, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 36I/L/V, 48V, 54L/T/V, 57K, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A, 76V, 77I, 82A/F/I/S/T/M, 84V/A/C, 88D/S, 90M, 93L) – 46I/L ou 82A/F/I/S/T/M ou 84V/A/C + 1 de (10I/V/R/F, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 36I/L/V, 48V, 54L/T/V, 57K, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A, 76V, 77I, 88D/S, 90M, 93L) – 3 de (10I/V/R/F, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 36I/L/V, 48V, 54L/T/V, 57K, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A, 76V, 77I, 88D/S, 90M, 93L) Resistência parcial (continua) – 2 de (90I, 98G, 100I, 101E/H, 106I, 138A, 179F/T/D, 190A/S) – 1 de (L100I, K101P, Y181C/V, M230L) Reversão da resistência Tabela 10. Algoritmo de interpretação de resistência aos ARVs de acordo com a presença de mutações. A reversão da resistência (terceira coluna) significa o resultado da hipersuscetibilidade a um ou mais medicamentos do esquema causada por alguma mutação. Ins significa inserção e del deleção (continuação) – 1 de (48V, 84V/A/C ou 90M) + 1 de (10I/R/V/F, 20M/R/T/I, 24I, 36I/L/V, 46I/L, 53L, 54L/M/V/T, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63A/I/Q/V/Y/T/P, 71V/T/I, 73S/T/C/A, 74A/S, 82A/F/I/S/T, 88D/S) – 3 de (10I/R/V/F, 20M/R/T/I, 24I, 36I/L/V, 46I/L, 53L, 54L/M/V/T, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63A/I/Q/V/Y/T/P, 71V/T/I, 73S/T/C/A, 74A/S, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S) – 2 de (48V, 84V/A/C ou 90M) – 1 de (48V, 84V/A/C ou 90M) + 2 de (10I/R/V/F, 20M/R/T/I, 24I, 36I/L/V, 46I/L, 53L, 54L/M/V/T, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63A/I/Q/V/Y/T/P, 71V/T/I, 73S/T/C/A, 74A/S, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S) – 4 ou + de (10I/R/V/F, 20M/R/T/I, 24I, 36I/L/V, 46I/L, 53L, 54L/M/V/T, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63A/I/Q/V/Y/T/P, 71V/T/I, 73S/T/C/A, 74A/S, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S) – 8 ou + de (10I/R/V/F, 20M/R/T/I, 24I, 36I/L/V, 46I/L, 53L, 54L/M/V/T, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63A/I/Q/V/Y/T/P, 71V/T/I, 73S/T/C/A, 74A/S, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S) – 50V + 84V/A/C – 50V ou 84V/A/C + 2 de (10I/V/F/R, 11I, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 35D, 41K, 43R, 46I/L, 47V, 48M, 54L/V/M/A/T/S, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 76V, 82A/F/I/T/S/M, 89V/T, 90M) – 4 ou + de (10I/V/F/R, 11I, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 35D, 41K, 43R, 46I/L, 47V, 48M, 54L/V/M/A/T/S, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 76V, 82A/F/I/T/S/M, 89V/T, 90M) – 8 ou + de (10I/V/F/R, 11I, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 35D, 41K, – 6 e 7 de (10I/V/F/R, 11I, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 35D, 41K, 43R, 43R, 46I/L, 47V, 48M, 50V, 54L/V/M/A/T/S, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 46I/L, 47V, 48M, 50V, 54L/V/M/A/T/S, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 76V, 82A/F/I/T/S/M, 89V/T, 90M) 71V/T, 73S/T/C/A, 76V, 82A/F/I/T/S/M, 84V/A/C, 89V/T, 90M) SQV SQV/R FOS-APV FOS-APV/R – 50V ou 84V/A/C + 1 de (10I/V/F/R, 11I, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 35D, 41K, 43R, 46I/L, 47V, 48M, 54L/V/M/A/T/S, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 76V, 82A/F/I/T/S/M, 89V/T, 90M) – 3 de (10I/V/F/R, 11I, 20M/R/T/I, 24I, 32I, 33F, 35D, 41K, 43R, 46I/L, 47V, 48M, 54L/V/M/A/T/S, 58E, 63A/I/P/Q/V/Y/T, 71V/T, 73S/T/C/A, 76V, 82A/F/I/T/S/M, 89V/T, 90M) – 6 e 7 de (10I/R/V/F, 20M/R/T/I, 24I, 36I/L/V, 46I/L, 53L, 54L/M/V/T, 57K, 58E, 60N/E, 62V, 63A/I/Q/V/Y/T/P, 71V/T/I, 73S/T/C/A, 74A/S, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S) Resistência parcial Medicamento Resistência completa Reversão da resistência (continua) Tabela 10. Algoritmo de interpretação de resistência aos ARVs de acordo com a presença de mutações. A reversão da resistência (terceira coluna) significa o resultado da hipersuscetibilidade a um ou mais medicamentos do esquema causada por alguma mutação. Ins significa inserção e del deleção (continuação) Guía para o manuseio de resistência antirretroviral 203 204 – 8 ou mais de 11L/I, 32I, 33F, 34V, 35G/N, 41I/T, 46I/L, 47F/V, 50V, 54L/M/A/S/T/V, 70E, 73S/T/A/C, 74E/P, 76V, 82A/T/F/S/L/M, 84V/A/C, 85V, 89V, 90M – 5 ou + de (11I, 32I, 33F, 46I/L, 47F/V, 50V, 54L/M, 74P, 76V, 82A/T, 84V, 89V) DAR/R – 6-7 de (11L/I, 15V, 32I, 33F, 34V, 35G/N, 41I/T, 46I/L, 47F/V, 50V, 54L/M/A/S/T, 70E, 73S/T/A/C, 74E/P, 76V, 82A/T/F/S/L/M, 84V/A/C, 85V, 89V, 90M) – 3 ou 4 de (11I, 32I, 33F, 46I/L, 47F/V, 50V, 54L/M, 74P, 76V, 82A/T, 84V, 89V) – 6 de 10V/F/I, 13V, 20M/R/V, 32I, 33F, 35G, 36I, 43T, 45I, 46L, 47V, 54A/M/V, 58E, 69K, 71V, 74P, 82L/T, 83D, 84V *A reversão da resistência proporcionada pela presença da mutação M184 V/I só terá efeito com a manutenção do 3TC no esquema terapêutico – 8 ou + de 10V/F/I, 13V, 20M/R/V, 32I, 33F, 35G, 36I, 43T, 45I, 46L, 47V, 54A/M/V, 58E, 71V, 74P, 82L/T, 83D, 84V TPV/R – 6 e 7 de (10I/V/F, 20R/M/I/T, 24I, 32I, 33F, 36I/L/N, 45R, 46I/L, 48V, 54L/M/V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T, 73C/S/T/A, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S, 89M, 90M) – 4 de (10I/V/F/R, 20R/M/I/T, 24I, 32I, 33F, 36I/L/V, 45R, 46I/L, – 1 de I50L, 84V/A/C, N88S 48V, 53L, 54L/M/V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T/I, 73C/S/T/A, – 5 ou + de (10I/V/F/R, 20R/M/I/T, 24I, 32I, 33F, 36I/L/V, 45R, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S/T, 89M, 90M) 46I/L, 48V, 53L, 54L/M/V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T/I, 73C/S/T/A, 82A/F/I/S/T/M, 88D/S/T, 89M, 90M) ATZ – I50L – 8 ou + de (10I/V/F, 20R/M/I/T, 24I, 32I, 33F, 36I/L/N, 45R, 46I/L, 48V, 53L, 54L/M/V, 63P/A/I/Q/V/Y/T, 71V/T, 73C/S/T/A, 82A/F/I/S/T/M, 84V/A/C, 88D/S, 89M, 90M) – 6-7 de (10I/R/V/F, 16A/E, 20 I/M/R/T, 24I/V, 32I, 33F, 34Q, 36I/V, 43T, 46I/L, 47 A/V, 48V, 50V, 53L, 54A/M//L/S/T/V, 58E, 63 A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A/P, 74S, 82A/F/I/S/T/M, 84A/C/V, 89M/V, 90M, 91S) – 8 ou mais de (10I/R/V/F, 16A/E, 20 I/M/R/T, 24I/V, 32I, 33F, 34Q, 36I/V, 43T, 46I/L, 47 A/V, 48V, 50V, 53L, 54A/M//L/S/T/V, 58E, 63 A/I/P/Q/V/Y/T, 71T/V/I, 73S/T/C/A/P, 74S, 82A/F/I/S/T/M, 84A/C/V, 89M/V, 90M, 91S) LPV ATZ/R Resistência parcial Medicamento Resistência completa Reversão da resistência Tabela 10. Algoritmo de interpretação de resistência aos ARVs de acordo com a presença de mutações. A reversão da resistência (terceira coluna) significa o resultado da hipersuscetibilidade a um ou mais medicamentos do esquema causada por alguma mutação. Ins significa inserção e del deleção (continuação) A. Códons de resistência na TR relacionados à resistência aos ITRNs. Ins significa inserção e del deleção Medicamento Códons principais ZDV M41L, D67N/E/G, K70R/G/N, L210W, T215Y/F/C/D/S/I/E/N/V, K219Q/E/N/R Códons acessórios 3TC M184V/I, E44A/D, V118I, P157S d4T I50T, V75M/S/A/T M41L, D67N/E/G, K70R, M184V/I, L210W, T215Y/F, K219Q/E/N/R ddI K65R, T69A/D/S/N/G, L74V/I M41L, D67N/E/G, K70R/G/E/N, M184V/I, L210W, T215Y/F, K219Q/E/N/R ABV Y115F, K65R, L74I/V M184I/V, M41L, D67N/E/G, K70R/, M184V/I, L210W, T215Y/F, K219Q/E/N/R TDF K65R, K70E, L74I/V M41L, D67N/E/G, K70R, L210W, K219Q/E/N/R MDR Ins 69, Q151L/M*, del 67 *A62V, 75M/S/A/T, F77L, F116Y *Códons acessórios relacionados ao códon Q151L/M B. Códons de resistência na TR relacionados à resistência aos ITRNNs Medicamento Códons NVP A98G, L100I, K101E/P, K103N/A/S/T/Q, V106A/M, V108I, V179D/E, Y181C/I/V, Y188L/H/C, G190A/E/Q, F227L/C, M230L EFV L100I, K101E/P, K103N/A/S/T/Q, V106A/M, Y181C/I/V, Y188L/H/C, G190A/E/Q, P225H, M230L ETR V90I, A98G, Y181I/C/V, G190A/S, L100I, K101E/H/P, V106I, E138A, V179F/T/D, M230L Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 11. Descrição dos códons principais e dos acessórios relacionados à resistência aos medicamentos antirretrovirais (continua) 205 Tabela 11. Descrição dos códons principais e dos acessórios relacionados à resistência aos medicamentos antirretrovirais (continuação) C. Códons de resistência na PR relacionados à resistência aos IPs Códons principais Códons acessórios IDV M46I/L, V82A/F/I/S/T, I84V/A/C L10I/R/F/V, K20M/R/T/I, L24I, V32I, E35D, M36I/L/V, G48V, I54L/T/V, R57K, Q58E, L63A/I/P/Q/V/Y/T, A71T/V, G73S/T/C/A, L76V, V77I, N88D/S, L89M/V, L90M, I93L RTV V82A/F/I/S/T, I84V/A/C L10I/R/F/V, G16E, K20M/R/T/I, L24I, V32I, L33I/F/V, E34K, M36I/L/V, G48V, F53L, I54L/T/V, Q58E, D60N, I62V, L63A/I/P/Q/V/Y/T, A71T/V, L90M SQV G48V, I84V/A/C, L90M L10I/R/F/V, T12I, K20M/R/T/I, D30N, V32I, M36I/L/V, M46I/L, F53L, I54L/T/V, R57K, Q58E, D60N, I62V, L63A/I/P/Q/V/Y/T, A71T/V, G73S/T/C/A, T74S, L76M, V82A/F/I/S/T, N88D/S NFV D30N, L90M L10I/R/F/V, I13V, K20M/R/T/I, M36I/L/V, M46I/L, G48V, I54L/T/V, Q58E, D60N, I62V, L63A/I/P/Q/V/Y/T, V77I, V82A/F/I/S/T, I84V/A/C, N88D/S, I93L FAPV I50V, I84V/A/C L10I/R/F/V, L11I, 2K0M/R/T/I, 24I, V32I, L33I/F/V, R41K, K43R, M46I/L, I47A/V, G48M, I54L/T/V, 58E, L63A/I/P/Q/V/Y/T, 71V/T, G73S/T/C/A, L76V, V82A/F/I/S/T, L89V/T, L90M LPV L10I/R/F/V, G16E, K20M/R/T/I, L24I, V32I, L33I/F/V, E34Q, M36I/L/V, K43T, M46I/L, I47A/V, G48V, I50V, F53L, I54L/T/V, Q58E, L63A/I/P/Q/V/Y/T, A71T/V, G73S/T/C/A, T74S, V82A/F/I/S/T, I84V/A/C, L89M/V, L90M, T91S ATV I50L, N88S, I84V/A/C TPV L10I/R/F/V, 13V, I15V, K20M/R/T/I, 32I, L33I/F/V, E35D, M36I/L/V, N37D, R41K, K43T, K45I, M46L, I47A/V, I54L/T/V, 58E, D60N, A71T/V, 74P, V82T, 83D, I84V/A/C DRV L11L, I15V, V32I, L33F, E34V, 35G/N, 41I/T, I47F, I50V, I5454L/M/A/S/T/V, K70E, G73S, T74E/P, L76V, V82A/T/F/S/L/M, 84V/A/C, I85V, L89V, L90M L10I/R/F/V, K20M/R/T/I, L24I, V32I, L33I/F/V, M36I/L/V, 45V, M46I/L, G48V, 53L, I54L/T/V, L63A/I/P/Q/V/Y/T, A71T/V, G73S/T/C/A, V82A/F/I/S/T, L88D/S/T, L89M/V, L90M 206 Medicamento Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas V35I In vivo ZDV, PFA: Tachedjian G, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998 Nov;42(11):3038‑43 V35M In vivo ZDV, ddI, d4T, TDF. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 T39A In vivo ZDV, PFA: Tachedjian G, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998 Nov;42(11):3038‑43. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447-55 E40F In vivo ZDV: Nijhuis M, et al., J Infect Dis. 1997 Aug;176(2):398‑405. Huigen, et al. Retrovirology 2008;5:20 M41L In vivo In vitro ZDV, ddI, d4T, TDF: Kellam, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1992;89:1934‑38. Coakley, et al., AIDS. 2000;14:F9‑15. Barrios, et al. J. Clin Microbiol. 2003;41:4421‑3. Huigen, et al. Retrovirology. 2008;5:20 K43D K43E In vivo ZDV: Nijhuis M, et al., J Infect Dis. 1997;176(2):398‑405. Shafer RW, et al. Ann Intern Med. 1998 Jun 1;128(11):906‑11. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447-55 E44A E44D In vivo In vitro ZDV, 3TC, d4T, ddI: Shafer RW, et al., Ann Intern Med. 1998;128(11):906‑11. Hertogs K, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44(3):568‑73. Montes B and Segondy M. J Med Virol. 2002 Mar;66(3):299‑303. Romano, et al., J Infect Dis. 2002;185:898‑904 S48T In vivo EFV: Jeffrey, et al., 5th Conference On Retroviruses and Opportunistic Infections 1998, Chicago IL, USA Abstract 702. Handema R, et al., AIDS Res Hum Retroviruses. 2003;19 (2):151‑60 I50T In vitro d4T: Salomon H, et al., Antivir Ther. 1998;3(3):177‑82. D57H In vitro ddI, d4T: Bossi P, et al., Res Virol. 1998;149(6):355‑61. V60I In vivo In vitro ZDV, ddI, NVP: Shafer RW, et al., J Infect Dis. 1995 172:70‑78. Precious HM., et al., AIDS. 2000 Jan 7;14(1):31‑6. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447-55 A62V In vivo In vitro Múltiplos ITRN Shirasaka T, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1995 Mar 14;92(6):2398‑402. Kavlick MF, et al., J Infect Dis. 1998 Jun;177(6):1506‑13 Deval J, et al., J Biol Chem. 2002 Nov 1;277(44):42097‑104 K65R In vivo In vitro ABV, ddC, ddI, TDF: Gu, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1994;38:275‑281. Zhang, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1994;38:282‑287. Van Rompay, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1996;40:2586‑91. Winters, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:757‑62. Miller, et al., AIDS. 2000;14:163‑71. Harrigan, et al., J. Infect Dis. 2000;181:912‑20. Margot, et al., AIDS. 2002;16:1227‑35. Margot, et al., J Acquir Immune Defic Syndr. 2003;33:15‑21. Brenner, et al. AIDS. 2006;20:F9‑F13. Tamalet, et al. AIDS. 2007;21:2551‑2 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 207 Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas K65K K66K In vitro Mutações silenciosas juntamente com análogos timidinicos. Harrigan, et al. AIDS. 2008;22:2501‑8 ∆67 In vivo In vitro ZDV, ddI, ddC, 3TC, d4T e ABC: Imamichi, et al., J. virol 2000;74:1023‑8. Ross, et al., J human Virol. 2000;3:144‑9. Masciari, et al., New Microbiol. 2002;25:83‑8 D67G In vitro ddC: Richard N, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000 May;44(5):1127‑31 D67N In vivo In vitro ZDV, ddI, d4T: Larder, et al., Science. 1989;246:1155‑8. Kellam, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1992;89:1934‑8. Coakley, et al., AIDS. 2000:14:F9‑F15 ∆68 In vitro 3TC, TDF, ABC. Schinazi, et al. Antivir. Ther 2007;12:S27. S68G S68R In vivo In vitro ZDV, ddI: Kavlick, et al., J Infect Dis 1998;98:1506‑13. Shafer, et al., J Infect Dis. 1995;172:70‑8. Winters, et al., Antimicrob Agents Chemother 1997;41:757‑62. AIDS. 1998;12:2005‑2015. Roge BT, et al., Antivir Ther. 2002;7:S114. INS69 In vivo In vitro ABV, 3TC, ZDV, d4T, ddC, ddI: Yahi, et al., J Clin Microbil 1999;37:4099‑106. Ross, et al., J Human Virol. 2000;3:144‑9. Suzuki, et al., AIDS Res Human Retrovir. 2001;17:1293‑6. Menéndez‑Airas, et al. Curr Pharm Des 2006;12:1811‑25 T69A In vivo ZDV: Lawrence, et al., J Infect Dis 1999;179:1356‑64. Winters and Merigan. Antimicrob Agents Chemother. 2001;45:2276‑79 T69D In vivo In vitro ddI, ddC: Fitzgibbon, et al., Antimicrob Agents Chemother 1992;36:153‑7. Miller, et al., J Infect Dis 1999;179:92‑100. Naugler, et al., J Infect Dis. 2002;185:448‑55. Larder and Bloor, Antivir Ther. 2001;6(supll. 1):38‑39. Masquelier, et al. Antivir Ther. 2004;9:315‑23 T69G In vivo In vitro ZDV, ddI: Imamichi, et al., J Virol. 2000;74:1023‑8. Giri J, et al., Antivir Ther. 2000 Sep;5(3):227‑8 T69I In vivo Vários ITRN: Kavlick, et al., J Infect Dis. 1998;98:1506‑13. Sato H, et al., J Virol. 2001 Jun;75(12):5604‑13 T69K In vitro Aprocitabine. Sounthby, et al. Antivir Ther. 2009;14 Suppl:A139 T69N In vivo In vitro ZDV, ddI, ddC: Srinivas, et al., Antimicrob Agents Chemother 1998;42:1484‑7. Winters MA, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2001;45(8):2276‑9. Arioshi, et al. J Acquir Imune Defic Syndr 2003;33:336‑42. T69S In vitro ZDV, ddI, ddC: Meyer PR, et al., J Virol. 2003 Mar;77(6):3871‑7. T69SX T69TX In vivo Invitro Múltiplos ITRN: Rakik, et al., J Acq Immune def Syndr. 1999;22:139‑45. van der Hoek at. al. J Virol. 2005;79:3536‑43 208 (continua) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas T69SXX T69TXX In vivo In vitro Múltiplos ITRN: De Antoni, et al., J Infect Dis 1997;176:899‑903. Tamalet, et al., AIDS. 1998;12:F161‑6. Winters, et al., J Clin Invest. 1998;102:1769‑75. De Jong, et al., AIDS. 1999;13:75‑80. Ross, et al., J Human Virol. 1999;2:290‑95. Sugiura, et al., J Human Virol. 1999;2:146‑53. Briones, et al., Virus Res. 2000;66:13‑26. Menéndez‑Airas, et al. Curr Pharm Design. 2006;12:1811‑25 T69TTRVMG In vivo Múltiplos ITRN. Lobato, et al. AIDS. 2002;18:733‑6 T69TIKKKNSE In vivo In vitro Múltiplos ITRN. Harrigan, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2007;23:895‑99 T69TSTGKKDST In vivo In vitro Múltiplos ITRN. van der Hoek at. al. J Virol. 2005;79:3536‑43 ∆70 In vivo Mutação acessória: Ross, et al. J Human Virol. 2000;3:144‑9. Hu, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2007;45:494‑500 K70E In vivo In vitro ADV: Miller MD, et al., Mol Pharmacol. 1998 Aug;54(2):291‑7. Miller, et al., J Infect Dis. 1999;179:92‑100. Ross, et al. J Human Virol. 2000;3:144‑9. Van Rompay et.al. Retrovirology. 2007;4:25 K70G In vivo TDF, emtricitabine. Bradshaw, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2007;51:4489‑91 K70N In vitro Hammond, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2005;49:3930‑2 K70R In vivo In vitro ZDV: Larder, et al. Science. 1989;246:1155‑8. Kellam, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1992;89:1934‑8. Yahi, et al., J Clin Microbil. 1999;37:4099‑106. Shulman, et al., J Acquir Immune Defic Syndro. 2001;27:377‑80 W71L In vivo ZDV, 3TC: Nijhuis, et al., J Infect Dis. 1997;176:398‑405. R72A In vitro Foscarnet: Sarafianos, et al., J Biol Chem. 1995;270:19729‑35. Kaushik N, et al., Biochemistry. 1997 Nov 25;36(47):14430‑8 R73K In vivo ADV: Srinivas, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998 L74I In vitro ZDV, ddI, d4T, ddC: Kleim, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1996;93:34‑8. Imamichi T, et al., J Virol. 2001 Apr;75(8):3988‑92. Wirden, et al. AIDS. 2009;23:95‑9 L74V In vivo In vitro ABC, ddI: St. Clair, et al., Science. 1991;253:1557‑9. Winters, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:757‑62. Holodniy, et al., J Infect Dis. 1996;174:854‑57. Miller, et al., AIDS. 2000;14:163‑71. Harrigan, et al. J Infect Dis. 2000;181:912‑920. Marcelin AG, et al., J Med Virol. 2004 Jan;72 (1):162‑5. Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 209 Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas V75A V75M V75S In vivo d4T: Bloor, et al., 2nd International Workshop on HIV Drug Resistance & Treatment Strategies. 1998, Lake Maggiore, Italy, Abstract 15. Lawrence, et al., J Infect Dis. 1999;179:1356‑64. Ariyoshi, et al., J Acquir Immune Defic Syndro. 2003;33:336‑42 V75I V75L In vivo In vitro ddI: Shirasaka, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:2398‑402. Schmit, et al., J Infect Dis. 1996;174:962‑8. Kavlick, et al., J Infect Dis. 1998;98:1506‑13. Kleim, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1996;93:34‑8. Boyer, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998:42:447‑52. Ueno T, et al., Biochemistry. 1997 Feb 4;36(5):1092‑9 V75T In vivo In vitro d4T, ddI, ddC: Schinazi, et al 5th International Workshop on HIV Drug Resistance 1996, Whistler, BC, Canada. Sirivichayakul S, et al., AIDS. 2003 Sep 5;17(13):1889‑96 F77L In vivo In vitro ITRN: Shirasaka, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:2398‑2402. Schimit, et al., J Infect Dis. 1996;174:962‑8. Kavlick, et al., J Infect Dis. 1998;98:1506‑13. Qari SH, et al., Antivir Ther. 2002 Jun;7 (2):131‑9 R83K In vivo Mutação acessória: Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 W88C In vitro Foscarnet: Meyer PR, et al., J Virol. 2003 Jun;77 (11):6127‑37 W88S In vivo In vitro Foscarnet: Mellors, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1995;39:1087‑92. Meyer PR, et al., J Virol. 2003 Jun;77 (11):6127‑37 W88G In vivo In vitro Foscarnet: Mellors, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1995;39:1087‑92. Hammond JL, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2001;45 (6):1621‑8 E89G In vitro Foscarnet: Quan, et al., J. Mol. Biol. 1998;277:237‑247. Newstein MC and Desrosiers RC. J Infect Dis. 2001 Nov 15;184(10):1262‑7 E89K In vitro Foscarnet: Meyer, et al., J Virol. 2003 Mar;77 (6):3871‑7 L92I In vitro Foscarnet: Meyer, et al., J Virol. 2003 Jun;77 (11):6127‑37 A98G In vivo In vitro NVP, DLV, EFV: Bacheler, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:2475‑84. Byrnes, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:1576‑79. Cane, et al. AID 2007;21:447‑55 A98I In vitro NVP, EFV: Loemba, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2087‑94 A98S In vivo In vitro ITRNN: McCreedy, et al., 3rd International Workshop on Drug Resistance & Treatment Strategies 1999, San Diego, CA, USA, Poster 34. Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Grossman Z, et al., AIDS. 2001 Aug 17;15(12):1453‑60 A98V In vitro ddI, d4T: Bossi P, et al., Res Virol. 1998 Nov‑Dec;149(6):355‑61 210 (continua) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas L100I In vivo In vitro EFV, Loviride: Bacheler, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:2475‑84. Staszewski, et al., Antivir Ther. 1996;1:42‑50 L100V In vivo In vitro EFV, ABC: Shulman, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2000;23:221‑6. Balzarini, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2000;16:517‑28 A101P In vitro HIV‑2: Auwerx, et al. J Virol. 2004;78:7427‑37 K101A In vitro NVP: Maass, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:2612‑7 K101E In vivo In vitro ITRNN: Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Byrnes, et al., Antimicrob Agents and Chemother. 1993;37:1576‑9. Staszewski, et al., Antivir Ther. 1996;1:42‑50. Schweighardt B, et al., AIDS. 2002 Nov 22;16(17):2342‑4. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 K101I In vitro Loviride: Balzarini, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:5470‑4. Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13 K101Q In vitro EFV, Emivirine: McCreedy, et al., 3rd International Workshop on Drug Resistance & Treatment Strategies. 1999, San Diego, CA, USA. Poster 13.J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Bacheler LT, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000 Sep;44(9):2475‑84 K101T In vivo In vitro Loviride: Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13 K102Q In vivo Emevirina: McCreedy, et al., 3rd International Workshop on Drug Resistance & Treatment Strategies 1999, San Diego, CA, USA. Poster 13 INS posições 102 e 103 Ìn vivo In vitro ITRNN: Winters, et al. Antivir Ther 2005;10:363‑366. Amiel, et al. AIDS. 2005;19:1922‑4 K103E In vivo Atevirdina: Demeter, et al., j Acquir Immune Defic Syndr Retrovirol. 1998;19:135‑44 K103G In vitro Atevirdina K103H In vivo NVP, DLV, EFV: Demeter, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:794‑7. Baldanti F, et al., AIDS. 2003 Jul 4;17(10):1568‑70 K103N In vivo In vitro Atevirdina, DLV, NVP, EFV, Loviride: Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Staszewski, et al., Antivir Ther. 1996;1:42‑50. Demeter, et al., J Acq Immun Def Syndr Human Retrovir. 1997;14:136‑44. Miller, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:3123‑3129. Kleim, et al., J Infect Dis 1999;179:709‑13. Demeter, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:794‑7. Baldanti F, et al., AIDS. 2003 Jul 4;17 (10):1568‑70 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 211 Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas K103Q In vivo In vitro L‑697661, DLV: Saag, et al., N Engl J Med. 1993;329:1065‑1072. Demeter, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:794‑7 K103R In vivo NVP, DLV, EFV: Juethner S N, et al., J Acquir Immune Defic Syndr. 2003 Feb 1;32(2):153‑6. Parkin, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2006;50:351‑4 K103S In vivo NVP, DLV, EFV: Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13 K103T In vivo In vitro NVP, DLV, EFV: Demeter, et al., J Acq Immune Def Syndr Human Retrovir. 1995;10(S3):23. Balzarini, et al., Mol Pharmacol. 1996;49:882‑90. Loemba H, et al., Antiviral Res. 2002 nov;56(2):129‑42 V106A In vivo In vitro DLV, NVP, EFV: Larder, et al Antimicrob Agents Chemother. 1992;36:2664‑9. Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Bacheler, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:2475‑84 V106I In vitro NVP: Bacheler L, et al., J Virol. 2001 Jun;75(11):4999‑5008. Zhang, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:429‑37 V106M In vivo In vitro NVP, DLV, EFV: Breener, et al. AIDS. 2002; 17(1):F1‑5. Morris, et al., AIDS. 2003;17:1698‑700 V108I In vivo In vitro NVP, DLV, EFV: Byrnes, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:1576‑9. Staszewski, et al., Antivir Ther. 1996;1:42‑50. Tachedjian, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:3038‑43. Monno, et al., J Infect Dis. 1999;180:568‑70. Simonetti SR, et al., Mem Inst Oswaldo Cruz. 2003 Sep;98(6):831‑7 V111G In vitro Jochmans, et al. Antivir Ther. 2007;12:S25 V111I In vitro HIV‑2: Damond, et al. Antivir Ther. 2005;10:861‑5. Bennett, et al. Antivir Ther. 2007;12:S120 V112E In vitro HIV‑2: Auwerx, et al. J Virol. 2004;78:7427‑37 D113E D113G In vitro Foscarnet: Larder, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1989;86:4803‑7 A114G In vitro ZDV: Larder, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1989;86:4803‑7 A114T In vivo ZDV: Nijhuis, et al., J Infect Dis. 1997;176:398‑405 A114S In vitro Foscarnet: Larder, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1989;86:4803‑7. Arion, et al J Biol Chem. 2000;275:9251‑5 Y115F In vivo In vitro ABC, TDF: Miller, et al., AIDS. 2000;14:163‑71. Ray AS, et al., J Biol Chem. 2002 Oct 25;277(43):40479‑90 Y115H Y115N In vitro ZDV, Foscarnet: Larder, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1989;86:4803‑7. Martin‑Hernandez, et al Nucleic Acids Res. 1997;25:1383‑9 212 (continua) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas F116Y In vivo In vitro Múltiplos ITRN: Shirasaka, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:2398‑402. Schmit, et al., J Infect Dis. 1996;174:962‑8. Kavlick, et al., J Infect Dis. 1998;98:1506‑13. Qari SH, et al., Antivir Ther. 2002 Jun;7(2):131‑9 S117T In vitro Foscarnet: Hammond, et al., 7th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. 2000, San Francisco, USA, Abstract 736. Meyer PR, et al., J Virol. 2003 Jun;77(11):6127‑37 V118I In vivo In vitro ZDV, 3TC: Shafer, et al., J Infect Dis 1995;172:70‑8. Shafer, et al., Ann Int Medic. 1998;128:906‑11. Re MC, et al., Int J Antimicrob Agents. 2003 Oct;22(4):388‑94. Marcelin AG, et al., J Med Virol. 2004 Jan;72 (1):162‑5 P119S In vitro Lodenosina: Tanaka, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:1313‑8 K122E In vivo Análagos timidínicos: Cane, et al. 2007;21:447‑55 I135A I135K I135L I135M I135R I135R I135V In vivo In vitro EFV, NVP, DLV: Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19. Bacheler, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2000;44:2475‑84. Fleury, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2006;22:357‑66 E138A E138Q In vitro In vivo Emivirine e ITRN: McCreedy, et al Antivir Ther. 1999;4 suppl 1:9‑10. Van Laethem, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2000;16:825‑33. Vingershoets, et al. Antivir Ther. 2008;13 suppl 3:A26 E138D E138F E138G E138Y In vitro NVP, TSAO, Emirivine, ITRN: McCreedy, et al Antivir Ther. 1999;4 suppl 1:9‑10 E138K In vitro In vivo TSAO, NVP, DLV: Balzarini, et al Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:5470‑4. Jonckheere, et al J Biol Chem. 1994;25255‑8. Miralles, et al. Antivir Ther. 2000;5 suppl 3:103‑4 E138R In vitro TSAO: Balzarini, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:5470‑4 T139I In vitro Calanolide A: Buckheit, Virology. 1995, 210:186‑93 G141E In vitro NVP, DLV: Balzarini J, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:5470‑4 Y144F In vitro Emivirine: Balzarini, et al. AIDS Res Hum retroviruses. 2000;16:517‑28 Q145L Q145M In vivo In vitro ITRNN, ITRN: Varghese, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2009;53:2196‑8 Q151H In vitro ZDV, Foscarnet: Larder, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1989;86:4803‑7 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 213 Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas Q151L In vivo In vitro 3TC. ddC, ddI, ZDV: Garcia‑Lerma, et al. J Virol. 2000;74:9339‑46. Matsumi S, et al. AIDS. 2003 May 23;17(8):1127‑37. Kulkarni, et al. Antivir Ther 2009;14:A20 Q151M In vivo In vitro Múltiplos ITRN: Shirasaka, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1995;92:2398‑402. Schmit, et al., J Infect Dis. 1996;174:962‑8. Kavlick, et al., J Infect Dis. 1998;98:1506‑13. Van Rompay, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:278‑83. Marcelin AG, et al., J Med Virol. 2004 Jan;72 (1):162‑5 Q154L In vivo ITR e II: Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19 S156A In vitro Foscarnet: Tachedjian G, et al., AIDS Res Hum Retroviruses. 1998 Aug 10;14(12):1059‑64 P157S In vitro 3TC: Smith, et al., J Virol;1998:2335‑2340. Klarmann GJ, et al., J Biol Chem. 2000 Jan 7;275 (1):359‑66 Q161L In vivo In vitro Foscarnet: Mellors, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1995;39:1087‑92. Meyer PR, et al., J Virol. 2003 Jun;77(11):6127‑37 A162Y C162W S162H In vivo Múltiplos ITRN, DLV: Kavlick, et al., J Infect Dis. 1998;98:1506‑13. Precious, et al., 7th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. 2000, San Francisco [abstract 565] S162A In vitro Restabelece capacidade de replicação com M41L: Huigen, et al. Antivir Ther. 2006;11:S113 S163N In vitro Restabelece capacidade de replicação com ZDV mutações: Jeeninga, et al. Virology. 2001;283:294‑305 M164I In vitro PFA: Hammond, et al. Antimicrob agents Chemoter. 2001;45:1621‑8 T165A Nitanda, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:3355‑60 T165I Kodama, et al. 9 Conf. On Retroviruses and oportunistics Infec. 2002. Seattle, USA. 388T T165R Kodama, et al. 9 Conf. On Retroviruses and oportunistics Infec. 2002. Seattle, USA. 388T K166R In vivo ZDV, Foscarnet: Tachedjian G, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998 Nov;42(11):3038‑43 R172K In vitro Foscarnet: Nakano, et al., AIDS Res Human Retrovir. 1997;13:563‑73 Q174K In vivo Frequente no subtipo C. Doualla‑Bell, et al. Antivir Chem Chemoter. 2004;15:189‑200 I178L In vivo ddI, d4T: Coakley, et al. AIDS. 2000;14:F9‑F15 I178M In vivo d4T: Coakley, et al., AIDS. 2000;14:F9‑F15. Garcia‑Lerma JG, et al., J Virol. 2000 Oct;74(20):9339‑46 214 (continua) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas V179D In vivo In vitro EFV: Vandamme, et al., AIDS Res Human Retrovir. 1994;10:39‑46. Byrnes, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:1576‑9. Loemba H, et al., Antiviral Res. 2002 Nov;56(2):129‑42 V179F In vitro ETV: Vingershoets, et al. Antivir Ther. 2008;13 suppl 3:A26 V179I In vivo In vitro ETV: Pillay, et al., Antivir Ther. 2000;5 suppl 3:128. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 V179E In vivo In vitro L‑697661: Byrnes, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:1576‑9. Byrnes, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:1576‑9 V179T In vivo ETV: Vingershoets, et al. Antivir Ther. 2008;13 suppl 3:A26 Y181C In vivo In vitro Atevirdina, DLV, NVP, EFV: Byrnes, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:1576‑9. Saag, et al. N Engl J Med. 1993;329:1065‑72. Richman, et al., J Virol.1994;68:1660‑6. Havlir, et al., J Virol. 1996;70:7894‑9. Demeter, et al., J Acq Immun Def Syndr Hum Retrovir. 1997;14:136‑44. Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Demeter, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:794‑7. Staszewski, et al., Antivir Ther. 1996;1:42‑50. Re MC, et al., Int J Antimicrob Agents. 2003 Oct;22(4):388‑94 Y181I In vivo In vitro NVP: Shaw, et al., 3rd International Workshop on HIV Drug Resistance, Kauai, HI, USA. Balzarini et a.l Mol Pharmacol. 1996;49:882‑90. FEBS Lett 1995;370:59‑62. Baldanti F, et al., AIDS. 2003 Jul 4;17(10):1568‑70 Y181H Y181S Y181W Y181L In vivo In vitro NVP: Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Sardana, et al.,J Biol Chem. 1992;267:17526‑30 Y181V In vitro NVP: Shih, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1991;88:9878‑82. Tambuyzer, et al. Antivir Ther. 2009;14:103‑9 M184I In vivo In vitro 3TC: Schuurman, et al., J Infect Dis. 1995;171:1411‑9. Balzarini et a.,l Mol Pharmacol. 1996;49:882‑90. Back, et al., EMBO J. 1996;15:4040‑9. Nijhuis, et al., J Infect Dis. 1997;176:398‑405. Wolf K, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003 Nov;47(11):3478‑84 M184T In vitro 3TC: Keulen, et al., J Virol. 1997;71:3346‑50 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 215 Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas M184V In vivo In vitro 3TC, ABC, ddC, ddI: Gu, et al., J Virol. 1992;66:7128‑35. Winters, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:757‑62. Schuurman, et al., J Infect Dis. 1995;171:1411‑9. Wainberg, et al., AIDS. 1995;9:351‑7. Miller, et al., J Infect Dis. 1999;179:92‑100. Miller, et al., AIDS. 2000;14:163‑71. Harrigan, et al., J Infect Dis. 2000;181:912‑920. Ray AS, et al., J Biol Chem. 2002 Oct 25;277(43):40479‑90. Yerly S, et al., Antivir Ther. 2003 Oct;8(5):411‑5. Diallo, et al. Antimicrob Agents Chemoter 2003;47:3377‑83 Y188C In vivo In vitro NVP: Richman, Antimicrob Agents Chemother. 1993;37:1207‑13. Staszewski, et al., Antivir Ther. 1996;1:42‑50. Bacheler LT, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000 Sep;44(9):2475‑84. Re MC, et al., Int J Antimicrob Agents. 2003 Oct;22(4):388‑94 Y188D In vivo In vitro NVP: Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Balzarini, et al.; AIDS Res Hum Retroviruses. 2000;16:517‑28 Y188H In vivo In vitro ZDV, Atevirdina, EFV: Demeter, et al., 3rd Workshop on Viral Resistance. 1993, Gaithesburg, MD, USA. Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Bacheler, et al., J Virol. 2001 Jun;75(11):4999‑5008 Y188L In vivo In vitro DLV, EFV: Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Bacheler, et al Antimicrob Agents Chemoter. 200;44:2475‑84. Vandamme, et al., AIDS Res Human Retrovir. 1994;10:39‑46. Shih, et al., Proc Natl Acad Sci USA. 1991;88:9878‑82. Delaugerre C, et al., J Med Virol. 2001 Nov;65(3):445‑8 Y189I In vivo In vitro DLV, NVP: Balzarini, et al., J Infect Dis. 1997;176:1392‑7. Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Fujiwara, et al., Antivir Chem Chemother. 1999;10:315‑20 G190A In vivo In vitro EFV, NVP: Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Staszewski, et al., Antivir Ther 1996;1:42‑50. Kleim, et al., Virology. 1994;200:696‑701. Vidal C, et al., Antivir Ther. 2002 Dec;7(4):283‑7. Re MC, et al., Int J Antimicrob Agents. 2003 Oct;22(4):388‑94 G190E In vivo EFV: Bacheler LT, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000 Sep;44(9):2475‑84. Re MC, et al., Int J Antimicrob Agents. 2003 Oct;22(4):388‑94 G190S In vivo In vitro EFV: Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Bacheler LT, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000 Sep;44(9):2475‑84. Juethner SN, et al., J Acquir Immune Defic Syndr. 2003 Feb 1;32(2):153‑6 216 (continua) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas G190C G190D G190F G190H G190L G190P G190Q G190R G190T G190V In vitro In vivo In vitro NVP, DLV: Richman, et al., J Virol. 1994;68:1660‑6. Kleim, et al., Virology. 1994;200:696‑701 G196E In vivo ZDV, Foscarnet: Tachedjian, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:3038‑43. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 G196R In vitro NVP: Taylor, et al., Antivir Chem Chemother. 1996;7:253‑60. T200A In vitro De Luca, et al. Antivir Ther. 2006;11:S157 I202V In vivo Múltiplos ITRN: Söderbärg, et al., Antivir Ther. 1999;4:80, poster 117. Precious, et al., AIDS. 2000;14:31‑36 E203D E203K In vivo ZDV: Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55. Desshpande, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2007;23:335‑40 Q207D Q207E In vivo In vitro ZDV/3TC: Stoeckli, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2002;46:4000‑3. Lu, et al. J Acquir Immune Defic Synd. 2005;40:20‑3 H208Y In vivo In vitro Foscarnet, ZDV/3TC: Mellors, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1995;39;1087‑92. Kemp, et al., J Virol. 1998;72:5093‑8. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑455. Clark, et al. AIDS. 2006;20:981‑4 L210W In vivo In vitro ZDV, TDF: Gurusinghe, et al., J Med Virol. 1995;46:238‑43. Hooker, et al., J Virol. 1996;8010‑8.Winters, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:757‑62. Fumero E and Podzamczer D. Clin Microbiol Infect. 2003 Nov;9(11):1077‑84.Re MC, et al., Int J Antimicrob Agents. 2003 Oct;22(4):388‑94. Fumero, et al, Clin Microbiol Infect. 2003 Nov;9(11):1077‑84. Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19. Caride, et al. Virology. 2000;275:107‑15 R211A R211D R211G R211S In vivo In vitro ddI, ZDV: Marcelin et.al. Antivir Ther. 2006;11:693‑9. De Luca, et al. Antivir Ther. 2006;11:S157 R211K In vivo In vitro ZDV/3TC: Kemp, et al., J Virol. 1998;72:5093‑8. Torti C, et al., J Acquir Immune Defic Syndr. 2001 Apr 15;26(5):514‑5. Brindeiro PA, et al., J Clin Microbiol. 2002 Dec;40(12):4512‑9. Handema, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2003;19:151‑60 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 217 Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas L214F In vivo In vitro ZDV/3TC: Kemp, et al., J Virol. 1998;72:5093‑8. Torti C, et al., J Acquir Immune Defic Syndr. 2001 Apr 15;26(5):514‑5. Sturmer M, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003 Jan;47(1):54‑61. Gashnikova N, et al., Nucleosides Nucleotides Nucleic Acids. 2003 May‑Aug;22(5‑8):991‑4. Marcelin et.al. Antivir Ther 2006;11:693‑699. Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19 T215C In vivo ZDV, ddC: Slade, et al., 2nd HIV Drug Resistance Workshop. 1993, Noordwijk, The Netherlands. Perno CF, et al., AIDS. 2002 Mar 8;16(4):619‑24 T215D T215S In vivo ZDV: Goudsmit, et al., J Virol. 1996;70:5662‑4. Goudsmit, et al., J Virol. 1996;71:4479‑84. Yerly, et al., J Virol. 1998;72:3520‑3. Uckun FM, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2002 Nov;46(11):3428‑36. Re MC, et al. Int J Antimicrob Agents. 2003 Oct;22(4):388‑94 T215I In vivo d4T: Coakley, et al. AIDS. 2000;14:F9‑F15 T215F In vivo In vitro ZDV: Larder, et al, Science. 1989;246:1155‑8. Kellam, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1992;89:1934‑8. Coakley, et al. AIDS;2000;14:F9‑F15 T215Y In vivo In vitro ZDV: Larder, et al. Science. 1989;246:1155‑8. Kellam, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1992;89:1934‑8. Coakley, et al. AIDS;2000;14:F9‑F15 T215N In vivo ZDV: De Baar, et al. AIDS. Res Hum Retroviruses. 2000;16:1385‑94 T215V In vitro Resistência d4T D218E In vivo Análogos timidínicos: Cane, et al. 2007;21:447‑55 E219D In vivo In vitro HIV‑2: Brandin, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2003;19:543‑50. K219Q In vivo In vitro ZDV: Larder, et al. Science. 1989;246:1155‑8 Kellam, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1992;89:1934‑8 K219R In vivo ZDV, Foscarnet: Tachedjian, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:3038‑43 K219W In vivo ddC, d4T: Lawrence, et al. JID. 1999;179:1356‑64 H221Y In vivo In vitro ITRNN: Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19. Cane, et al. AIDS, 2007;21:447‑55. Meteer, et al. Antivir ther. 2008;13:A5 K223E K223Q In vivo Análagos timidínicos: Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 P225H In vitro EFV: Bacheler LT, et al. Antimicrob Agents Chemothe. 2000;44:2475‑84 F227L In vitro NVP, EFV: Fujiwara, et al. Ant Ag Chem. 1998;42:1340‑5 218 (continua) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas F227C In vitro NVP: Vingershoets, et al. 11th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections. 2004; São Francisco, USA. Abstract 621 L228R L228H L228M In vivo ZDV: Kavlick, et al. J Infect Dis. 1998;98:1506‑13. Shafer, et al. J Infect Dis. 1995;172:70‑8. Tachedjian, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:3038‑43. Ceccherini‑Silberstein, et al. Antivir Ther. 2007;81:11507‑19. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 W229Y In vitro Emevirine: Pelemans, et al. Virol. 2001;287(1):143‑50 M230I In vivo In vitro HBY 097: Kleim, et al. J Infect Dis. 1999;179:709‑13 M230L In vivo In vitro ITRNN: Huang, et al. Antivir ther. 2000;5:24‑5 V233E In vivo ZDV, ATV: Demeter. J AIDS. 1998;19:135‑44 L234I In vitro AG1549: Fujiwara, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:1340‑5 P236L In vivo In vitro Atevirdina, DLV: Demeter, et al. J Acq Immun Def Syndr Human Retrovir. 1997;14:136‑44. Demeter, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2000;44:794‑7 P236A P236H P236R P236T In vitro DLV: Fan, et al., FEBS Lett. 1995;359:233‑8 D237E In vitro Juntamente com M184V. Fabrycki, et al. Antivir Ther. 2003;8: S8 K238S In vitro NVP: Hachiya, et al. Virology. 2004;327:215‑24 K238T In vivo ZDV, ATV: Demeter, et al., 3rd Workshop on Viral Resistance. 1993. Gathersburg, MD, USA. Demeter, et al., J Acquir Imune Defic Syndr Hum Retrovirol., 1998;19:135‑44 T240I In vitro DLV, NVP: Balzarini, et al., J Infect Dis. 1997;176:1392‑7. Kleim, et al., J Infect Dis. 1999;179:709‑13. Fujiwara, et al., Antivir Chem Chemother. 1999;10:315‑20 M245T In vivo ZDV: Nijhuis, et al., J Infect Dis. 1997;176:398‑405 M245V In vivo Relacionado à ausência do Alelo B*5701 que está associado com sensibilidade ao ABC. Chui., et al. Clin Infect Dis. 2007;44:1503‑8. Mallal, et al. Lancet. 2002;359:727‑32 T253S In vivo ZDV/3TC: Nijhuis, et al., J Infect Dis. 1997;176:398‑405 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 219 Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas I257A Q258A L260A G262A K263A N265A W266A In vitro ZDV: Beard, et al., J Biol Chem. 1994;269:28091‑7 N265D In vitro ITRNN susceptibilidade: Eshleman, et al. AIDS Res Hum retroviruses. 2006;22:28‑293 L283I In vivo NVP: Leigh Brown, et al. J Virol. 2000;74:10269‑73 R284K In vivo Análagos timidínicos: Waters, et al. Antivir ther. 2009;14:231‑9. Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 Y318F In vitro NVP, DLV: Harrigan PR, J Virol. 2002 Jul;76(13):6836‑40. Vingershoets, et al. J Virol. 2005;79:12773‑82 Y318W In vitro NVP: Pelemans H, J Biol Chem. 1998;18;273(51):34234‑9 S322T In vivo Análagos timidínicos: Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 G333D G333E In vivo In vitro ZDV/ 3TC, ABC: Kemp, et al., J Virol. 1998;72:5093‑8. Coakley, et al. AIDS. 2000;14:F9‑F15. Caride, et al., Virology. 2000;275:107‑15 G335C G335D In vitro ZDV: Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22 T369I In vivo ZDV: Magierowska‑Jung, et al., J Med Virol. 1997;51:48‑55 N348I In vivo In vitro ZDV, ddI: Walters, et al. Antivir Ther. 2009;14:231‑9. Hachiya, et al. J Virol. 2008;82:3261‑70 R356K In vivo Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 G359S In vivo Análagos timidínicos: Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 A360I A360T A360V In vivo In vitro Análagos timidínicos: Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55. Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22 V365I In vitro ZDV: Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22 T369I In vivo In vitro ZDV, NVP, EFV, ETV: Magierowska‑Jung, et al. J Med Virol. 19997;51:48‑55. Gupta, et al. Antivir ther. 2009;14:A140 A371V In vitro Análagos timidínicos: Cane, et al. AIDS. 2007;21:447‑55 A376S In vitro In vivo NVP: Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22. Hachiya, et al. Antiviral Res. 2009;82:115‑21 T376A In vivo ZDV, Foscarnet: Tachedjian, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:3038‑43 T377L In vivo d4T, ddC: Torti, et al. J Acquir Immune Synd 2004;36:1104‑1107. 220 (continua) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas T386I In vivo ZDV/3TC: Caride, et al. Virology. 2000;275:107‑15. Torti, et al. J Acquir Immune Synd. 2004;36:1104‑7 K390R In vivo ZDV: Santos, et al. PLoS ONE. 2008;3:e781 E399D In vitro ZDV, NVP< EFV: Gupta, et al. Antivir Ther. 2006;11: s143. Poveda, et al. AIDS. 2008;22:2395‑98 A400T In vivo Acessória análogos timidínicos: Santos, et al. PLoS ONE 2008;3:e781 K451R In vivo Pacientes experimentados: Waters, et al. Antivir Ther. 2009;14:231‑9 L469T L469I L469M L469H In vivo ITRN: Roquebert, et al. J Med Virol. 2007;79:207‑2011. Nikolenko, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2007;104:317‑22 K470P K470S K470E K470K In vivo ITRN: Roquebert, et al. J Med Virol. 2007;79:207‑2011 Q509L In vitro ZDV: Brehm, et al. J Virol. 2007;81:7852‑9 A554T A554L A554K In vivo ITRN: Roquebert, et al. J Med Virol. 2007;79:207‑2011 K558R K558G K558E In vivo ITRN: Roquebert, et al. J Med Virol. 2007;79:207‑2011 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 A. Mutações nos aminoácidos da TR que conferem resistência aos ARVs específicos. X significa a presença de qualquer aminoácido na inserção do códon 69. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 221 Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas W6R In vitro IDV: Melnick, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:3256‑65. Rose, et al. J Biol Chem. 1993;268:11939‑45 R8K In vitro NFV: Ho, et al. J Virol. 1994;68:2016‑20 R8Q In vitro RTV, IDV, SQV: Gulnik, et al. Biochemistry. 1995;34:9282‑7 L10F In vitro In vivo IDV, NFV, LPV, SQV, RTV, APV: Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39). Kempf, et al., J Infect Dis. 2004;189:51‑60. Marcelin, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600. Vora, et al. AIDS. 2006;20:35‑40 L10I In vivo In vitro SQV, RTV, IDV, NFV, LPV, TPV: Dulioust, et al. J Virol. 1999;73:850‑4. Eastman, et al. J Virol. 1998;72:5154‑64. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Markowitz, et al. J Infect Dis. 1998;177:1533‑40. Leigh Brown, et al. AIDS Res Human Retrovir. 1999;15:247‑53. Colonno, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2003;47(4):1324‑33. Parkin, et al. AIDS. 2003;17:955‑61. Vora, et al. AIDS 2006;20:35‑40. Naeger & Struble. AIDS. 2007;21:179‑85 L10R In vivo In vitro IDV, SQV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6 L10S In vivo TPV: Naeger & Struble. AIDS. 2007;21:179‑85 L10V In vivo IDV, SQV, RTV, APV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6. Ives, et al. J Antimicrob Chemother. 1997;39:771‑9. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Dulioust, et al. J Virol. 1999;73:850‑4. Marcelin, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600. Vora, et al. AIDS. 2006;20:35‑40 I11V In vitro SQV: Smidt, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:515‑22 T12A In vivo IPs: Svicher, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:2015 T12I In vitro SQV: Jacobsen, et al. Virology. 1995;206:527‑34 I13A In vivo IPs, subtipo G: Vitorino, et al. 4th European HIV drug resistance Workshop. 2006, Monaco, abstract 89 I13V In vivo NFV: Markowitz, et al. J Infect Dis. 1998;177:1533‑40. Shafer, et al. J Virol. 1999;73:6197‑202. Naeger & Struble. AIDS. 2007;21:179‑85 I15A I15V In vivo SQV: Marcelin, et al. Antivir Ther. 2007;12:247‑52 V15A In vivo IPs: De Baar, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2000;16:1385‑94 G16A In vivo LPV: Molla, et al. Antivir Ther. 2000;suppl 3:30, poster 39 G16E In vitro In vitro LPV, ATV: Vora, et al. AIDS. 2006;20:35‑40 D17N (G17N) In vitro LPV: Masse, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:3075‑80 G17GR In vitro IDV, SQV, NFV: Kim, et al. J Virol. 2001;75:11227‑33 222 (continua) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas Q18HL Q18QL Q18QI In vivo In vitro IDV: Brann, et al. J Virol. 2006;80:6136‑45 K20I In vivo In vitro LPV: Turner, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2004;48:2993‑98. Parkin, et al. AIDS. 2003;17:955‑61 K20M In vivo In vitro IDV, LPV, RTV, APV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Marcelin, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600. Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32. K20R In vivo In vitro RTV, IDV, NFV, LPV, SQV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6; Molla, et al Nature Medicine. 1996;2:760‑6. Kemp, et al., J Virol. 2001;75:7462‑9. Marcelin, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600.Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32. Bessong. Trop Med Int Health. 2008;13:144‑51 K20T In vivo In vitro NFV: Schiver, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:2015 A22AV In vivo Kim, et al. J Virol. 2001;75:11227‑33 L23V In vitro IDV: Vaca, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1994;91:4096‑100 L24I In vivo In vitro IDV, RTV, LPV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39) L24M In vivo TPV: Hall, et al. Antivir Ther. 2009;14:A53 D25DH In vivo Kim, et al. J Virol. 2001;75:11227‑33 A28S In vitro Yoshimura, et al. J Virol. 2002;76:1349‑58 D30N In vivo In vitro NFV, SQV: Patick, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:2637‑44. Markowitz, et al. J Infect Dis. 1998;177:1533‑40. Zolopa, et al. Ann Intern Med. 1999;131:813‑21. Dronda, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2001;17:211‑215. Gonzalez, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2004;48:3552‑5 L31LL In vivo Tramuto, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2005;21:420‑3 V32I In vivo In vitro IDV, APV: Condra, et al. Nature. 1995;374:569‑71. Maguire, et al., Antivir Ther. 1999;5(suppl 1)30 (poster 43). Dealaugerre, et al. AIDS. 2007;21:1210‑2 L33F In vivo RTV, ATV, TPV, DRV: Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2:760‑6. Shafer, et al. J Virol. 1999;73:6197‑202. Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39). Parkin, et al., AIDS. 2003;17:955‑61. Kozal, et al. Antivir Ther. 2006;11:457‑63.Vora, et al. AID 2006;20:35‑40. Lambert‑Niclot, et al. Antimicrob Agents Chemote 2008;52:491‑6 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 223 Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas L33I In vivo RTV, ATZ, TPV: Koch, et al. J Clin Microbiol. 1999;37:1595‑7. Naeger & Struble. AIDS. 2007;21:179‑85. Vora, et al. AIDS. 2006;20:35‑40 L33V In vivo ATV, TPV: Naeger & Struble. AIDS. 2007;21:179‑85. Vora, et al. AIDS. 2006;20:35‑40 E34K In vivo RTV: Schmit, et al. AIDS. 1996;10:995‑9 E34Q In vitro LPV: Parkin, et al., AIDS. 2003;17:955‑961. Schiver, et al. Antimicrob Agents Chemoter 2005;49:1015 E35D In vivo In vitro RTV, IDV, NFV: Shafer, et al. J Virol. 1999;73:6197‑202. Marcelin, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600. E35EG In vitro RTV, IDV, SQV, NFV, APV, LPV: Paolucci, et al. Antiviral Res. 2006;69:181‑5. Kozisek, et al. J Virol. 2008;82:5869‑78. E35ETN In vitro LPV:: Paolucci, et al. Antiviral Res. 2006;69:181‑5 E35X In vivo IPs: Deforche, et al. 3rd European HIV Drug Resistance w\Workshop. 2005; Athens Abstract 1.6 M36I M36V M36L In vivo IDV, NFV, SQV, RTV, LPV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6. Patick, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:2637‑44. Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39). Kempf, et al., J Infect Dis. 2004;189:51‑60. Handema R, et al., AIDS Res Hum Retroviruses. 2003;19 (2):151‑60 M36TNL In vivo IPs: Grant, et al. Antivir Ther. 2001;6:44. N37D In vivo In vitro LPV, RTV, SQV: Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39). Abecasis, et al. Antivir Ther. 2006;11:581‑9 S37N In vivo In vitro Polimorfismo: Bossi, et al. J Clin Microbiol. 1999;37:2910‑2. Nash‑Alexander, et al. Antivit Ther. 1999;4:13 G40GK In vivo Jordan, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2009;25:547‑50 R41K In vivo RTV, APV: Marcelin, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600 R41T In vitro DRV: De Meyer, et al. Antivir Ther. 2002;7:S5 K43T In vitro LPV: Parkin, et al., AIDS. 2003;17:955‑961. Svicher, et al. Antimicrob Agents Chemoter 2005;49:2015 E44P In vivo IPs: Torti, et al. J Med Virol. 2004;74:29‑33 K45I In vitro NFV: Ala, et al. Biochemistry. 1997;36:1573‑80. Patick, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:2637‑44 K45R In vivo NFV: Schiver, et al. Antimicrob Agents Chemote 2005;49:2015‑1015. HIV‑2: Telles, et al. Antivir Ther. 1999;4:36 M46F In vitro A7703: Kaplan, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1994;91:5597‑601 224 (continua) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas M46I In vivo In vitro IDV, NFV, LPV, SQV, RTV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑8276. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2:760‑766. Patick, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:2637‑2644. Marcelin, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600.Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39). Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32 M46L In vivo In vitro IDV, NFV, LPV, RTV, APV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑8276. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑6670. Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2:760‑766. Patick, et al. Antimicrob AgentsChemothe 1998;42:2637‑2644. Ala, et al. Biochemistr 1997;36:1573‑1580. Karmochkine, et al., Antivir Ther. 2000;47;179‑88. Vora, et al. AIDS. 2006;20:35‑40 I47A In vitro In vivo RTV, LPV: Mo, et al. J Virol. 2005;79:3329‑38. Rodés, et al. AIDS. 2006;20:127‑129. Masse, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:3075‑80 I47L In vitro IDV: Vacca, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1994;91:4096‑100 I47V In vivo In vitro LPV, APV, DRV: Carrillo, et al. J Virol. 1998;72:7532‑41. Pazhabisamy, et al. J Biol Chem. 1996;271:17979‑85. Kagan, et al., Antivir ther. 2003;8 suppl 4. Delaugerre, et al. AIDS. 2007;21:1210‑12. Descamps, et al. J Antimicrob Chemoter. 2009;69:585‑92 G48E In vitro SQV: Zimmer, et al. J Acquir Immune Defic Syndr. 2008;48:255‑62 G48V In vivo In vitro SQV, IDV, RTV, LPV, NFV: Schapiro, et al. Ann Intern Med. 1996;124:1039‑950. Ives, et al. J Antimicrob Chemother. 1997;39:771‑9. Craig, et al. AIDS. 1998;12:1611‑18. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Paulsen. AIDS Res Human Retrovir. 2002;18:1011‑9 G48M In vitro LPV: Parkin, et al., AIDS. 2003;17:955‑61 I50L In vivo In vitro ATV: Colonno, et al. Antivir Ther. 2002;7 suppl 4. Sista, et al. J Clin Virol. 2008;42:405‑8 I50V In vivo In vitro APV, LPV: Pazhanisamy, et al. J Biol Chem. 1996;271:17979‑85. Taylor, et al. Antivir Chem Chemother. 1996;7:253‑60. Delaugerre, et al. AIDS. 2007;21:1210‑12. Mo, et al. J Virol. 2005;79:3329‑38 G52S In vivo NFV: Markowitz, et al. J Infect Dis. 1998;177:1533‑540 F53L In vivo In vitro RTV, LPV: Kempf, et al., J Virol. 2001;75(16), 7462‑9. Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. Svicher, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:2015 I54L In vitro SQV, APV, LPV, RTV, DRV, NFV: Smidt, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32. Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1997;41:515‑22. Parkin, et al., AIDS. 2003;17:955‑61. Poveda, et al. Antivir Ther. 2009;14:A55. Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 225 Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas I54T In vitro IDV, RTV, LPV: Paulsen, et al. AIDS Res Hum retroviruses. 2002;18:1011‑19. Potts, et al. Antivir Chem Chemother. 1997;8:447‑56 I54V In vivo In vitro RTV, SQV, NFV, LPV, IDV: Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2:760‑6. Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑76. Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Larder, et al., AIDS. 2000;14:1943‑8 I54M In vitro LPV, RTV: Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32. Lambert‑Niclot, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2008;52:491‑6. Descamps, et al. J Antimicrob Chemoter. 2009;69:585‑92 K55R In vivo In vitro LPV: Svicher, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:2015‑2015. Margerison, et al. J Antimicrob Chemoter. 2008;61:786‑91 K57R In vitro SQV: Jacobsen, et al. Virology. 1995;206:527‑34. Abecasis, et al. Antivir Ther. 2006;11:581‑9 R57K In vivo SQV, RTV: Harrigan, et al. AIDS. 1999;13:1863‑71. Masquelier, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2003;47:3623‑6 Q58E In vivo RTV, IDV, NFV, SQV: Shafer, et al. J Virol. 1999;73:6197‑202. Pelegrin, et al. Antivir Ther. 2006;11:421‑9 D60E D60N D60Y In vivo In vitro SQV, NFV, RTV: Shafer, et al. J Virol. 1999;6197‑202. Ala, et al. Biochemistry. 1997;36:1573‑80. Vora, et al. AIDS. 2006;20:35‑40 Q61D In vivo LPV, RTV: Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39) I62V In vivo SQV, NFV, RTV: Molla, et al. 6th International Workshop on HIV Drug Resistance. 1997, St. Petersburg, FL, USA, Abstract 83. Markowitz, et al. J Infect Dis. 1998;177:1533‑1540. Sevin, et al., J Infect Dis. 2000;182:59‑67. Marcelin, et al. Antivir Ther. 2007;12:247‑52 L63A L63P L63T In vivo In vitro RTV, IDV, SQV, NFV, LPV: Bossi, et al. J Clin Microbiol. 1999;37:2910‑2. Shafer, et al. J Virol. 1999;6197‑202. Eastman, et al. J Virol. 1998;72:5154‑64. Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6. Marcelin, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47:594‑600. Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32 L63I In vivo NFV: Markowitz, et al. J Infect Dis. 1998;177:1533‑40 L63Q In vivo IDV: Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Svicher, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:2015 L63V In vitro SQV: Jacobsen, et al. Virology. 1995;206:527‑34. I64V In vivo IDV: Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6 H69N In vivo IPs: Svicher, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:2015 H69Y In vitro LPV: Carrillo, et al. J Virol. 1998;72:7532‑41 K70E In vitro DRV: DeMeyer, et al. Antivir Ther. 2002;7:S5 226 (continua) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas A71T A71V A71L In vivo In vitro IDV, RTV, NFV, LPV: Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70. Dulioust, et al. J Virol. 1999;73:73 850‑4. Molla, et al. Nature Medicina. 1996;2:760‑6. Markowitz, et al. J Infect Dis. 1998;177:1533‑40. Shafer, et al. J Virol. 1999;73:6197‑202. Harrigan, et al. AIDS. 1999;13:1863‑71. Servais, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2001;45:893‑900. Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑2932. Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32 I72L In vivo IDV: Vitorino, et al., 4th European HIV drug resistance Workshop. 2006, Monaco, abstract 89. G73A In vitro LPV: Monno, et al. J Acquir immune Defic Syndr. 2003;33:439‑47 G73S G73T In vivo In vitro IDV, SQV, ATV, APV, TPV, NFV: Zhang, et al. J Virol. 1997;71:6662‑70.Dulioust, et al. J Virol. 1999;73:850‑4.Baxter, et al 2nd International Workshop on HIV Drug Resistance & Treatment Strategies. 1998; Lake Maggiore, Italy, Abstract 91. Lawrence, et al.J Infect Dis. 1999;179:1356‑64. Lambert‑Niclot, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2008;52:491‑6 T74A T74S In vivo In vitro SQV: Shafer, et al. J Virol. 1999;73:6197‑202. Torti, et al. J Acquir Immune Synd. 2004;36:1104‑7. Soares, et al. Antivir Ther. 2009;14:A92 T74P In vivo DRV: Descamps, et al. J Antimicrob Chemoter. 2009;69:585‑92. V75I In vitro Telinavir: Moutouh, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1996;93:6106‑11 L76M In vitro SQV: Sardana, et al. Biochemistry. 1994;33:2004‑10 L76V In vivo In vitro RTV, LPV: Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39).Delaugerre, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2009;53:2934‑9 V77I In vivo In vitro RTV, NFV, IDV: Eastman, et al. J Virol. 1998;72:5154‑64. Patick, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:2637‑44. Shafer, et al. J Virol. 1999;73:6197‑202. Bossi, et al. J Clin Microbiol. 1999;37:2910‑12 T80I In vitro IPs: Wu, et al. Antivir Ther 2006;11: S152 P81S In vitro Wu, et al. Antivir Ther. 2006;11:S152 P81T In vivo In vitro Telinavir: Moutouh, et al. Proc Natl Acad Sci USA. 1996;93:6106‑11 I82A I82F I82L I82M I82T In vivo HIV‑2: Descamps, et al., Antivir Ther. 2002;7: suppl 114. Ntemgwa, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:604‑10. Camacho, et al. Antiviral Ther. 2005;10: S151 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 227 Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas V82A In vivo In vitro RTV, IDV, SQV, NFV, LPV: Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2:760‑6. Eastman, et al. J Virol. 1998;72:5154‑64. Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑7276. Zhang, et al. J virol. 1997;71:6662‑70. Winters, et al. J Virol. 1998;72:5303‑06. Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39). Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32 V82D V82E In vitro U71038: Lin, et al. Biochemistry. 1995;34:1143‑52 V82F In vivo In vitro RTV, IDV, NFV, APV, LPV: Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2:760‑6. Eastman, et al. J Virol. 1998;72:5154‑64. Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑76. Kempf, et al., J Virol, 2001;75(16):7462‑9. Colonno, et al. Antimicrob Agents Chemother. 2003;47(4):1324‑33 V82I In vitro SQV, RTV, IDV, APV Turner, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2004;48:2993‑8. Koh, et al. 14 th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections, Los Angeles, Abstract 606 V82S In vivo In vitro RTV, ATV, LPV: Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2 760‑6. V82T In vivo In vitro RTV, NFV, SQV, IDV: Molla, et al. Nature Medicine. 1996;2 760‑6. Condra, et al. J Virol. 1996;70:8270‑6. Martínez‑Picado, et al., Virology. 2000;275:318‑22. V82L In vitro In vivo TPV: McCallister, et al., Antivir Ther. 2003;8 suppl 16. Naeger & Struble. AIDS. 2007;21:179‑85 V82F V82M In vivo IPs: Descamps, et al., Antivir Ther. 2002;7: suppl 114. V82S In vivo In vitro RTV, LPV: Molla, et al., Nat Med. 1996;2:760‑6 I84A In vitro In vivo Derivados Palinavir: Croteau, et al. J Virol. 1997;71:1089‑96. Mo, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:732‑35 I84C In vitro Mo, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:732‑5 I84L In vitro SQV, APV: Markland, et al., J Virol. 2000;74:7636‑41 I84V In vivo In vitro RTV, IDV, APV, LPV, SQV, NVF, TPV: Molla, et al., Nat Med. 1996;2:760‑6.Condra, et al. J Virol 1996;70:8270‑6. Masquelier, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2002;46:2926‑32. Kempf, et al., J Virol. 2001;75:7462‑9. McCalister, et al., Antivir Ther. 2003;8(Suppl 15). Lambert‑Niclot, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2008;52:491‑6. Naeger & Struble. AIDS. 2007;21:179‑85 I85V In vivo In vitro ATV: Vora, et al. AIDS. 2006;20:35‑40. Asahchop, et al. Antivir Ther. 2009;14:A146 N88D In vivo In vitro NFV: Patick, et al. Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:2637‑44. Kempf, et al., J Virol. 2001;75:7462‑9. Mitsuya, et al. AIDS Res Hum Retroviruses. 2006;22:1300‑5 228 (continua) Aminoácido substituído Tipo de ensaio Drogas relacionadas e referências bibliográficas N88G In vivo RTV, LPV: Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 (poster 39) N88S In vitro In vivo IDV, NFV, APV: Li, et al.; Antivir Ther. 1999;4(Suppl 1):12. Lim & Parkin., Clin Infectd Dis. 2003;37:1273‑4 I89V In vitro LPV: Carrillo, et al., J Virol. 1998;72:7532‑41 L89I In vivo RTV, LPV: Molla, et al., Antivir Ther. 2000;5(suppl 3)30 [poster 39] L89M In vivo In vitro IDV, LPV: Condra, et al., J Virol. 1996;70:8270‑6. Zhang, et al., J Virol. 1997;71:6662‑0. Gonzalez, et al. J Antimicrob Chemoter. 2008;61:1201‑4. Handema R, et al., AIDS Res Hum Retroviruses. 2003;19 (2):151‑60 L89V In vivo DRV, RTV: Lambert‑Niclot, et al., Antimicrob Agents Chemoter. 2008;52:491‑6 M89I M89V In vivo Subtipos C, F e G: Abecasis, et al., AIDS. 2005;19:1799‑806. Gonzalez, et al. J Antimicrob Chemoter. 2008 L90I In vivo SQV: Ives, et al., J Antimicrob Chemother. 1997;39:771‑9 L90M In vivo In vitro SQV, NFV, RTV, IDV: Eastman, et al., Virol. 1998;72:5154‑64. Zhang, et al., J Virol. 1997;71:6662‑70. Patick, et al., Antimicrob Agents Chemother. 1998;42:2637‑44. Schapiro, et al., Ann Intern Med. 1996;124:1039‑50. Ives, et al., J Antimicrob Chemother. 1997;39:771‑9. Craig, et al., AIDS 1998;12:1611‑8. Churchill, et al., AIDS Res Human Retrovir. 1999;15:1181‑9. Harrigan, et al., AIDS. 1999;13:1863‑71. Lawrence, et al., J Infect Dis. 1999;179:1356‑64. Ives, et al., J Antimicrob Chemother. 1997;39:771‑9. Ala, et al., Biochemistry. 1997;36:1573‑80. Kempf, et al., J Virol. 2001;75(16), 7462‑9. Colonno, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2003;47(4):1324‑33. Ntemgwa, et al., Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:604‑10 T91S In vitro LPV: Carrillo, et al., J Virol. 1998;72:7532‑41 I93L In vivo IDV, NFV: Markowitz, et al., J Infect Dis. 1998;177:1533‑40. Servais, et al., Antimicrob Agents Chemother. 2001;45:893‑900. Handema R, et al., AIDS Res Hum Retroviruses. 2003;19(2):151‑60 C95F In vivo SQV, IDV: Svicher, et al., Antimicrob Agents Chemoter. 2005;49:2015 L97V In vitro DMP 323: King, et al. Antivir Chem Chemothr. 1995;6:80‑8 L99F In vitro HIV‑2: Ntemgwa, et al. Antimicrob Agents Chemoter. 2007;51:604‑10 Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 12 B. Mutações nos aminoácidos da PR que conferem resistência aos ARVs específicos. Muitos dos resultados aqui apresentados não foram incluídos em nosso algoritmo pela falta de confirmação ou reprodutibilidade (continuação) (continua) 229 Tabela 19. Aminoácidos e seus códigos de três e uma letras e os diferentes tripletes de nucleotídeos que os codificam Código de 3 letras Código de 1 letra Alanina Ala A GCT GCC GCA GCG Arginina Arg R CGT CGC CGA CGG AGA AGG Asparagina Asn N AAT AAC Ácido aspártico Asp D GAT GAC Cisteína Cys C TGT TGC Ácido glutâmico Glu E GAA GAG Glutamina Gln Q CAA CAG Glicina Gly G GGT GGC GGA GGG Histidina His H TAC CAC Isoleucina Ile I ATT ATC ATA Leucina Leu L TTA TTG CTT CTC CTA CTG Lisina Lis K AAA AAG Metionina Met M ATA Fenilalanina Phe F TTT TTC Prolina Pro P CCT CCC CCA CCG Serina Ser S TCT TCC TCA TCG AGT AGC Treonina Thr T ACT ACC ACA ACG Triptofano Trp W TGG Tirosina Tyr Y TAT TAC Val V GTT GTC GTA GTG Valina Códon de terminação 230 Nucleotídeos Stop TAA TAG TGA Aminoácido Primeiro Segundo T T C A G Terceiro C A G F Phe S Ser Y Tyr C Cys T F Phe S Ser Y Tyr C Cys C L Leu S Ser TER TER A L Leu S Ser TER W Trp G L Leu P Pro H His R Arg T L Leu P Pro H His R Arg C L Leu P Pro Q Gln R Arg A L Leu P Pro Q Gln R Arg G I Ile T Thr N Asn S Ser T I Ile T Thr N Asn S Ser C I Ile T Thr K Lys R Arg A M Met T Thr K Lys R Arg G V Val A Ala D Asp G Gly T V Val A Ala D Asp G Gly C V Val A Ala E Glu G Gly A V Val A Ala E Glu G Gly G Guía para o manuseio de resistência antirretroviral Tabela 20. Tabela identificando quais aminoácidos são codificados pelos tripletes de nucleotídeos. Primeiro significa o primeiro nucleotídeo do triplete e assim por diante (A, T, C, G). Os aminoácidos estão no centro da tabela nos códigos de uma e três letras. TER significa códon de terminação (stop codon) 231