A urgência mistagógica - Ano da Vocação Sacerdotal

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A urgência mistagógica
Em sintonia com a última assembleia ordinária da CNBB, Dom Washington Cruz, CP, arcebispo de
Goiânia, escreveu um belo artigo, falando da impotância de uma evangelização mais profunda,
levando Cristo, realmente, ao coração das pessoas. Com certeza, essa mensagem se direciona a
todos aqueles que se sentem chamados ao ministério sacerdotal, uma vez que esse ministério é
caracterizado pela mistagogia e missionariedade. Abaixo segue o artigo.
“A identidade cristã de muitos católicos é fraca e vulnerável. Há uma multidão de batizados e não
evangelizados. Ou educamos na fé, colocando as pessoas realmente em contato com Jesus Cristo e
as convidando para segui-lo, ou não cumpriremos nossa missão evangelizadora”.
Foram com essas contundentes palavras que os bispos das dioceses de toda a América Latina
pronunciaram, em 2007, na Conferência de Aparecida (n. 286 e 287), a preocupação de toda a Igreja
com o processo de formação catequética. O fato é que se formam muitos batizados, porém poucos
são verdadeira e profundamente evangelizados.
Essa constatação inicial advinda da realidade, por mais dolorosa que possa parecer, é necessária. Se
não reconhecermos nossas limitações ante a urgência da evangelização, não se terá condições de
encontrar estratégias e caminhos pastorais para uma nova catequese. O Apóstolo dos Gentios
reconheceu: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho” (1Cor 9,16), dizendo isso aos cristãos
recém-convertidos que estavam habitando a cidade de Corinto, na Grécia, um dos lugares onde o
Evangelho encontrou-se com os mais arraigados costumes e as visões teológicas presentes no antigo
paganismo.
Reconhece o Apóstolo, incorporado ao colégio episcopal posteriormente, perante os apóstolos que
compuseram o primeiro grupo dos seguidores de Cristo, que o Evangelho não é título de glória, mas,
antes, uma obrigação que se lhe impõe. Recorde-se da “imposição do Evangelho”, a ser anunciado
oportuna e inoportunamente, quando das Ordenações dos diáconos, dos presbíteros e dos bispos,
como que a dizer que todo o Corpo Místico de Cristo, juntamente e através do Ministério Ordenado,
tem o dever de permanentemente fazer com que o doce aroma do Evangelho seja misturado nos
ambientes onde as pessoas estão, que Cristo se torne o que é, qual seja o verdadeiro e único Mestre
que deve ser seguido fielmente por todos aqueles que receberam ou estão por receber o anúncio
primeiro.
Por essa fundamental razão é que a Igreja, enviada por Cristo para também tornar Sua presença
viva e atuante em todo o mundo, preocupa-se com a Evangelização das crianças, dos jovens e
também dos adultos. Não se está buscando exatamente a conversão dos que não são católicos,
mesmo que esse movimento de conversão também seja querido e esperado. Quantos católicos, que
professam a fé católica, que foram batizados na Igreja Católica, e muitos desses foram crismados e
receberam outros sacramentos da Graça, talvez, desconhecem a grandeza da Verdade da Fé da qual
a Igreja se tornou a única e fiel depositária!
Se a nossa Catequese, se o nosso Ritual de Iniciação Cristã de Adultos conseguir atingir a
consciência, o coração, formar novos valores nos católicos que se encontram mais afastados da vida
eclesial, já teremos alcançado em muito o grande objetivo de fazer com que o mundo conheça Jesus
Cristo e todo o conjunto de verdades teológicas e morais que emanam da sua vida, pregação e
missão.
A missão é de todos. Nesse tocante, todos são catequistas. E toda a catequese, mais do que um
conjunto, às vezes pobre de técnicas, deve ser verdadeiramente contagiante de toda a sociedade, de
todas as famílias, de todos em todos os lugares, convidando-os a vir participar da vida eclesial, e,
dentro das nossas igrejas, participar com consciência, vivo entusiasmo e ampla e profunda formação,
dos mistérios da fé aprendidos e dignamente celebrados.
Com a Iniciação Cristã em nossa Arquidiocese todos os organismos e pastorais devem estar
envolvidos, cada qual segundo a porção da missão específica que lhe é confiada. A formação
continuada deve tocar o coração dos adultos, tantas vezes formados com significativa competência
profissional e técnica em suas áreas, mas que se veem, como constatado em Aparecida, com uma
notória pobreza de formação cristã fundamentada e profunda que lhes assegure no mundo a
identidade de discípulos de Cristo, um dia admitidos na Sua Igreja, por meio dos sacramentos da
iniciação cristã que assinalaram em suas frontes e em seus corações a marca do Cordeiro imolado,
no qual todos são filhos e filhas do Pai Eterno.
Fonte: CNBB.net.br
http://www.anodavocacaosacerdotal.arqmariana.com.br/noticia/110/a-urgencia-mistagogica em 28/05/2017 19:07
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