CIVILIZAÇÕES CLÁSSICAS GRÉCIA ANTIGA 1. Introdução Legado Cultural Greco-Romano Grego: racionalismo; valorização do homem; filosofia; democracia; teatro; jogos olímpicos Romano: república; direito; latim; cristianismo 2. Periodização Pré – homérico (século XX a.C. – XII a.C.) • Formação das sociedades cretense e micênicas • Invasão dos povos aqueus, eólios e jônios Homérico (século XII a.C. – VIII a.C.) • Invasão dos dórios • Guerra de Tróia • Poemas épicos Arcaico (VIII a.C. – VI a.C.) • Desenvolvimento das Cidades-Estados • Emigração e fundação de colônia gregas em regiões distantes Clássico (VI a.C. – IV a. C.) • Apogeu da civilização grega • Formação do Império ateniense sob o governo democrático de Péricles • Guerras Greco-Pérsicas (490 - 448 a.C.) • Guerra do Peloponeso (431 – 404 a.C.) Helenístico (IV a.C. – I a.C.) • Enfraquecimento das cidades – estados gregas • Conquista pelo Império Macedônico e posteriormente pelos romanos 3. Formação do Povo Grego Aqueus Eólios Jônios Dórios 4. Colonização Grega Razões: Solo árido e clima seco com poucas terras férteis nas quais se cultivava a vinha (vinho) e a oliveira (azeite) Desenvolvimento do comércio Concentração de terras nas mãos da nobreza gerando grande tensão social • Meio de obter terras para o sustento de parte da população marginalizada socialmente e economicamente • Oportunidade de afastar indivíduos ou grupos que representassem uma ameaça à ordem social e ao poder organizado 5. Cidades - Estados 5.1. Esparta Organização social rígida e militarista devido à necessidade de estabelecer o processo de dominação • Esparciatas: pertencentes à nobreza controlavam as atividades e instituições políticas e econômicas, sendo preparados desde crianças para o exercício destas funções • Periecos: homens livres sem direitos políticos, que detinham propriedades e se dedicavam ao comércio e artesanato • Hilotas: escravos estatais não podiam ser expulsos ou vendidos pelos donos das terras que trabalhavam. 5.1. Esparta Organização política oligárquica (governo de uma minoria) o Eforado: conselho formado por cinco membros eleitos pela Apella (assembleia) que exercia de fato o poder controle das finanças públicas convoca e preside a Apella responsável pela ordem interna o Diarquia: dois reis mediação com consultando os oráculos durante a guerra exercia poderes governamentais sendo considerados chefes supremos do exército os deuses oferecendo sacrifícios e 5.1. Esparta Organização política oligárquica (governo de uma minoria) o Gerúsia: conselho de anciões (28 membros com mais de 60 anos) presidido pelos reis responsável pela política exterior elaboravam projetos de lei submetidos à apela juízes em crimes graves (homicídios e alta traição) e atmia (perda de direitos políticos) o Apella: assembleia com função consultiva 5.2. Atenas 5.2. Atenas o Origem: fusão de vários povos o Evolução Política: de monarquia à democracia localização litorânea facilitou o intercâmbio com outros povos e a troca de ideias flexibilidade e liberdade fazia com que os estrangeiros fossem aceitos na sociedade centro comercial desenvolvido tornou Atenas uma cidade cosmopolita 5.2. Atenas o Escravismo Origem Prisioneiros de guerra * visto como ser humano * não tinham personalidade jurídica Escravos por dívida * camponeses pobres Consequências Deslocamento dos proprietários de escravos para o exército, política, artes, ciências, filosofia, ... Desprestígio do trabalho manual 6. Construção da Democracia Inicialmente exercida de forma completa pelos eupátridas (nobres, donos de terras e descendentes dos antigos habitantes) Inicialmente exercida de forma incompleta pelos georgoi (pequenos agricultores e proprietários de pequenos lotes de terras) Inicialmente exercida de forma incompleta pelos demiurgos (trabalhadores livres: artesãos, artífices, proprietários de pequenas oficinas, profissionais liberais) Demos (povo) = georgoi + demiurgos 6. Construção da Democracia Razão: A expansão comercial e artesanal diminuíram a riqueza e o poder dos eupátridas A reorganização do exército contribuiu para uma pressão no sentido de uma maior participação política A intensificação dos conflitos sociais contribuem para reformas no sentido da construção da democracia Processo: Reformas de Sólon (fim do século VII a. C): reformas políticas que pretendia estabelecer a igualdade de todos perante a lei Seisachteia: fim da escravidão por dívida 6. Construção da Democracia Processo: Divisão censitária em 4 tribos possibilitando a participação nas instituições políticas Revogação do Código de Dracon: conjunto de leis severas que incluíam a pena de morte Reorganização da estrutura de poder Heliae = tribunal popular Bulé = conselho dos quatrocentos Eclésia = assembleia que reunia a totalidade dos cidadãos As reformas de Sólon desagradam a aristocracia (devido a perda de privilégios) e o povo (que esperava reformas mais profundas) Os conflitos entre aristocracia e povo contribuíram para o surgimento da Tirania 6. Construção da Democracia Os Governos da Tirania (561 a 527 a.C) Pisístrato, Híppias e Hiparco Características O indivíduo que se apossava do poder por um processo contra a lei e tradição O governo não era necessariamente autoritário e ditatorial As medidas governamentais possibilitaram apoio popular Medidas Divisão da propriedade fundiária Urbanização e embelezamento da polis Construção de templos, estrada, fortificações e portos 6. Construção da Democracia Reformas de Clístenes fortaleceu as instituições democráticas Heliae = supremo órgão judiciário Bulé = aumentou o número de membros (quinhentos) Eclésia = regulamentou esta instituição Ostracismo = medida contra a tirania que bania da polis e suspendia os direitos políticos por dez anos os indivíduos perigosos à sobrevivência do regime 6. O Apogeu da Democracia Governo de Péricles (461 a 431 a.C.) Estratego: general com poderes políticos sobre o governo da cidade Reforma política estabeleceu que cidadão passa a ser apenas os filhos de pais e mães atenienses Amplia os direitos políticos dos cidadãos Remuneração para todos os cargos e funções públicas (mistoforia) Exclui do processo político • Mulheres • Metecos: estrangeiros residente em Atenas que são homens livres, não proprietários, que se dedicam ao comércio e a manufatura • Escravos 7. As Guerras do Período Clássico 7.1. As Guerras Greco – Pérsicas ou Médicas (490 a.C. – 448 a.C.) Conflito entre o expansionismo persa (medos) e as atividades comerciais principalmente nas colônias gregas da Ásia Menor e na própria Grécia Continental 7.1. As Guerras Greco – Pérsicas ou Médicas (490 a.C. – 448 a.C.) Revolta das colônias gregas da Ásia Menor, contra a dominação persa, recebe o apoio de Atenas. O contra ataque do imperador persa, Dario I, é contido na Batalha de Maratona (490 a.C.) Os persas, sob o comando do novo rei Xerxes, ataca novamente os gregos em 480 a.C. As forças persas são contidas no Desfiladeiro de Termópilas por 300 hoplitas (infantaria espartana) liderados pelo rei Leônidas Persas rompem o cerco e avançam sobre Atenas que é incendiada e ocupada, mas sua população já havia sido retirada pela marinha grega Reação grega força o recuo dos persas e a paz em 448 a.C. Os persas não atacariam as cidades da Ásia Menor e da Costa do Mar Egeu Os gregos não atacariam as cidades persas Em 478 a.C. para combater os persas foi criada a Liga de Delos sob a liderança de Atenas As cidades pertencentes à Liga deveriam fornecer homens, navios ou dinheiro para Atenas 7.2. A Guerra do Peloponeso (431 a. C - 404 a. C) O domínio ateniense provoca insatisfação de diversas cidades da Liga de Delos, como também de cidades aristocráticas do Peloponeso. Esparta lidera a Liga do Peloponeso contra a hegemonia de Atenas A população grega aproxima-se de Atenas enquanto a nobreza aproxima-se de Esparta Após anos de lutas, Esparta derrota Atenas, mas o enfraquecimento da península grega favorece o domínio macedônico e posteriormente romano. 8. Período Macedônico ou Helenístico Em 338 a.C., na Batalha de Queronia, Felipe II domina a Grécia. Alexandre, o Grande, filho de Felipe II, cria um vasto império que se expande entre o ocidente e oriente. A cultura helenística se tornou uma fusão da cultura grega e persa (que já eram influenciados pelos egípcios e mesopotâmicos), buscando uma cultura universal O ocidente recebeu valores políticos (a ideia de um rei-deus), religiosos (o zoroastrismo) e descobertas científicas do oriente O oriente recebeu a língua, a escrita e os valores filosóficos e padrões artísticos gregos A morte de Alexandre (323 a.C.) levou à divisão do império macedônico e ao posterior domínio romano 9. Cultura Grega A cultura grega foi um produto de trocas entre os gregos, fenícios, egípcios, etc... Os elementos culturais gregos foram difundidos durante o império de Alexandre e apropriados pelos romanos tornando-se a base da cultura ocidental Características: A cultura antropocêntrica, sendo o homem o centro de interesses, valorizando-se o homem e suas realizações O equilíbrio, a harmonia, a simetria, a valorização das formas geométricas são constantes nas realizações arquitetônicas, nas esculturas, nas realizações poéticas e teatrais gregas. O racionalismo Religião Deuses eram projeções do ser humano, tendo sentimentos e atitudes humanas. A religiosidade era permeada de festas e rituais que reforçavam a solidariedade social Teatro Comédia: satiriza o cotidiano, a política e personalidades importantes Tragédia: retrata temas grandiosos, heróis e heroínas em luta contra as instituições sociais e o destino implacável Filosofia Amigo ou amante do saber. Busca explicações racionais para os fenômenos Ciências Gregas Estudo da natureza e de tudo que a razão humana pudesse compreender como objeto de investigação Desenvolvimento da matemática (Tales de Mileto e Pitágoras), medicina, anatomia, geometria, dinâmica História Heródoto e Tucídides: primeiros registros do passado com base racional Toma por base testemunhas e procura investigar fatos e relações de poder Esportes Celebravam o ideal estético de beleza simétrica através do corpo dos atletas Os jogos davam vazão às rivalidades e ao gosto pelas lutas demonstrando beleza e força Mitologia Mitos são narrativas transmitidas por gerações e criadas para dar sentido a elementos da realidade sem explicações científicas Deuses, semideuses, heróis e ninfas são humanizados representando sentimentos, comportamentos humanos