volume ii

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ISBN 978-85-8015-053-7
Cadernos PDE
VOLUME I I
Versão Online
2009
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS
DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
Produção Didático-Pedagógica
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E
PROGRAMAS EDUCACIONAIS
COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE
ALIETE MARTINS DIAS NEGRI
Produção Didática Pedagógica:
UNIDADE DIDÁTICA
FANTÁSTICA VIAGEM PELO SISTEMA DIGESTÓRIO: EXPERIMENTOS
COM MATERIAIS ALTERNATIVOS
UMUARAMA – PR
2010
1- IDENTIFICAÇÃO
a) INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: UEM
b) ÁREA/DISCIPLINA: CIÊNCIAS
c) PROFESSOR PDE: ALIETE MARTINS DIAS NEGRI
d) PROFESSOR ORIENTADOR: Profª Dra. ANGELA MARIA PEREIRA ALVES
e) NRE: UMUARAMA
f) ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO: COLÉGIO ESTADUAL
DOURADINA - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
g) PÚBLICO ALVO: 7ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL.
h)TÍTULO:
FANTÁSTICA
VIAGEM
PELO
EXPERIMENTOS COM MATERIAIS ALTERNATIVOS
SISTEMA
DIGESTÓRIO:
SUMÁRIO
1- Identificação ....................................................................................................................... 1
2- Introdução ........................................................................................................................... 3
3- Sistema digestório ............................................................................................................... 5
4- Prancha para colorir ........................................................................................................... 13
5- Modelo anatômico .............................................................................................................. 13
6- Dinâmica da digestão e absorção – experimentos .............................................................. 15
6.1- A ação da saliva ............................................................................................................... 16
6.2- É importante mastigar bem ............................................................................................. 17
6.3- Sentindo os sabores .......................................................................................................... 17
6.4- O movimento da digestão ................................................................................................ 18
6.5- A acidez do suco gástrico ................................................................................................ 19
6.6- O detergente da digestão ................................................................................................. 19
6.7- Quebrando as proteínas ................................................................................................... 20
6.8- Absorção da água pelo corpo .......................................................................................... 21
7- Sugestões de filmes ............................................................................................................ 22
8- Sugestões de site ................................................................................................................ 22
Referências bibliográficas ....................................................................................................... 23
2- INTRODUÇÃO
O nosso corpo precisa da energia proveniente dos alimentos para crescer e se
reconstituir. Sem alimento, esta elaborada máquina deixaria de trabalhar rapidamente. A
fim de cumprir rigorosamente esta missão, os alimentos precisam ser decompostos, para
que o sangue os possa transportar para todas as células do corpo. Ao colocar o alimento na
boca, dá-se o início a uma viagem fabulosa por uma cadeia de órgãos distintos; e à medida
que percorre esse grande caminho, o alimento sofre várias interferências, dentre as quais
estão elencadas a ingestão, a digestão e a absorção. Nelas, podemos observar os fenômenos
físicos (mastigação dos alimentos, mistura e processamento do bolo alimentar no estômago
e nos intestinos) e químicos (atuação da saliva e sucos: gástrico, pancreático e biliar).
Desse modo, deparamo-nos com uma parceria interessante que acontece entre estes
diferentes órgãos: a digestão começando na boca, continuando no estômago e seguindo
pelo intestino; e nesse segmento, surge outro fenômeno no qual, proteínas, carboidratos e
gorduras transformam-se em moléculas mais simples após serem clivadas por numerosas
enzimas. Esses elementos estruturais podem ser transportados em direção às células e para
dentro dessas, para serem usados como matéria prima. Os produtos alimentares não
digeridos são eliminados (fezes). O bom funcionamento do sistema digestório não
contribui apenas para a manutenção da boa forma, mas de modo geral, para a preservação
da saúde e da vida.
A unidade didática Fantástica viagem pelo sistema digestório: experimentos
com materiais alternativos apresenta algumas atividades experimentais destinadas à 7ª
série do ensino fundamental. O grande fator motivador dessa produção é o desafio de
inserir e manejar um conteúdo extenso e complexo como o sistema digestório, de maneira
que seja possível propiciar a construção de significados, indagações, hipóteses e
investigações que favoreçam a assimilação desse conteúdo. Essa motivação é um ponto de
apoio essencial para o desenvolvimento de capacidades que auxiliam na tomada de atitudes
autênticas e funcionais diante das dificuldades que permeiam a realidade de muitas escolas
em nosso País. Desse modo, esta metodologia alternativa desenvolvida para o estudo do
sistema digestório é de fundamental importância para a construção de conhecimentos do
indivíduo, ao permitir a experimentação prática através do uso de materiais alternativos
simples que possibilitem ampliar a exploração tátil, a coordenação motora fina, a
imaginação e o contato com o tridimensionalismo, sendo um excelente elemento para a
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descoberta de habilidades, bem como, de promoção da sociabilização entre os alunos e,
sobretudo de interação aluno-professor. Considerando esse contexto, a proposição das
atividades desta unidade obtida a partir de literatura pertinente e adaptada à faixa etária a
que se destina.
3- SISTEMA DIGESTÓRIO
Atividade 1
Abordagem teórica
Objetivo:
Perscrutar os conhecimentos prévios que os alunos da 7ª série detêm sobre o
conteúdo de sistema digestório como ponto de partida para a execução da aula teórica.
Tempo de execução: 10 aulas
Material:
• Texto impresso
• Esquema do sistema digestório
Desenvolvimento:
Nesta primeira aula, o professor deve abordar o conteúdo estruturante Sistemas
Biológicos – sistema digestório. Posteriormente à sondagem dos conhecimentos obtidos
dos alunos, o professor deve incitá-los à concordância de viajar pelo sistema digestório
para sedimentar as informações adquiridas sobre a anatomia dos órgãos componentes desse
sistema e os processos envolvidos na digestão dos alimentos ao longo do tubo digestório.
A elaboração de perguntas, tais como: Em quais órgãos acontece o processo de digestão?
Quais recomendações são importantes para se obter uma boa digestão? Qual é o caminho
percorrido pelo alimento dentro do sistema digestório? Deve fazer parte desse processo de
instigação que antecede a abordagem teórica do conteúdo a ser administrado pelo
professor.
O professor conversa com os alunos sobre a importância do conteúdo sistema
digestório para a vida do ser humano, conteúdo esse que deve ser estudado com seriedade,
também os orientam para que durante as discussões perguntem e questionem o professor
sempre que for necessário.
O professor organiza a leitura do texto abaixo, pedindo para que um aluno de cada
vez leia um parágrafo, em seguida o professor discute e tira as dúvidas que surgirem no
decorrer da leitura.O professor precisa sempre associar a leitura com o esquema do sistema
digestório que no momento da aula deve estar fixado no quadro negro.
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Abordagem teórica (texto)
Durante a sua evolução, os procariontes tiveram a necessidade de desenvolver uma
fonte de energia para suprir seus processos metabólicos. Diversos estudos apontam para
fortes indícios de que a primeira forma de obtenção de energia foi a fermentação, visto que
é o processo mais simples de obtenção de energia. Subsequentemente sobrevieram a
fotossíntese e a respiração aeróbia. Esta última surgiu às expensas da fotossíntese, a qual
foi provedora do oxigênio necessário para a respiração aeróbia. A partir dessas evoluções
surgiram os eucariontes com maior complexidade estrutural. Esses seres tinham como
fonte de energia a fotossíntese e a respiração aeróbia e graças a sua organização celular
desenvolveram a meiose e a reprodução sexuada. Além disso, à medida que foi
sobrepujando a complexidade das espécies animais, surgiram sistemas organizados tais
como, o nervoso, digestório, urinário, circulatório, respiratório e endócrino a fim de manter
as exigências requeridas para ajustar a sua maior adaptação ao meio.
Além da organização celular, os organismos para se manterem vivos precisam de
energia, que é o combustível necessário para que o ser vivo possa realizar suas funções
vitais. O homem à semelhança dos outros animais é heterótrofo, ou seja, não é capaz de
produzir os próprios alimentos, e por isso se alimenta de produtos animais ou vegetais, que
lhe fornecem a energia necessária à manutenção da vida. Assim, os alimentos ingeridos
percorrem o sistema digestório e sofrem um conjunto de transformações físicas e químicas,
até que os nutrientes neles contidos sejam reduzidos a pequenas moléculas, capazes de
atravessar a camada de células epiteliais presente na parede do sistema digestório e entrar
nos capilares sanguíneos e linfáticos para serem distribuídos por todo o corpo. Os
nutrientes que alcançam os capilares sanguíneos ganham as veias intestinais e seguem em
direção ao fígado pela veia porta. Após percorrer o leito capilar do fígado alcança as veias
hepáticas e posteriormente a veia cava inferior, chegando ao lado direito do coração. A
seguir o sangue é impulsionado para os pulmões, e após o processo de hematose (troca
gasosa) retorna para o lado esquerdo do coração, de onde é bombeado pela aorta e seus
sucessivos ramos até atingir o leito capilar, quando finalmente pode realizar trocas com o
líquido intercelular, garantindo, dessa forma, a chegada de nutrientes a todas as células do
corpo.
Dentre os nutrientes que chegam às células está a glicose, que é reduzida
(queimada) na presença do oxigênio para fornecer a energia necessária ao corpo. Com base
nisso pode-se afirmar que o sistema digestório é tão importante para a respiração celular
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quanto o sistema respiratório, pois se um provê o organismo com um comburente
(oxigênio), o outro o provê com o combustível (glicose). Esses dois sistemas contam com o
sistema circulatório para promover o encontro e a distribuição dessas substâncias.
Para melhor compreensão desse processo, deve-se inicialmente conhecer o sistema
digestório, que é formado por um longo tubo, com glândulas anexas, as quais participam
do processo de transformação dos alimentos; os restos desse processo são eliminados no
final do tubo, por meio das fezes. O tubo digestório apresenta a seguinte seqüência de
órgãos: cavidade oral, faringe, esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso; e suas
glândulas associadas: salivares maiores e menores, fígado e pâncreas, além de outras
glândulas, distribuídas em determinadas camadas de alguns segmentos do tubo digestório.
A cavidade oral é responsável pelas modificações físicas dos alimentos, por meio
da ação mecânica dos dentes, pela mastigação, e ainda por iniciar a digestão química, pela
ação da saliva.
A digestão mecânica que ocorre na boca é denominada mastigação, a qual envolve
todas as estruturas da cavidade oral e tem por finalidade a diminuição do tamanho dos
alimentos, aumentando dessa forma a superfície dos mesmos, a fim de expô-la aos agentes
da digestão química, as enzimas.
Os dentes, que cortam e trituram o alimento, estão inseridos no espaço ósseo
chamado alvéolo dental, formando com o osso uma articulação. Cada dente possui: a coroa
do dente (parte visível), o colo do dente (parte intermediária) recoberta pela gengiva e a
parte que fixa os dentes aos ossos (raiz).
Os dentes incisivos têm a borda cortante, e servem para cortar o alimento; os
caninos têm a borda pontiaguda, e servem para dividir alimentos em partes menores, já os
pré-molares e molares, com coroa mais desenvolvida, amassam, moem e trituram os
alimentos. A primeira dentição, que surge na infância, constitui-se de 20 dentes, sendo
chamada dentição decídua (8 incisivos, 4 caninos e 8 molares). A segunda é constituída de
32 dentes, conhecida como dentição permanente (8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12
molares). Cabe destacar que os primeiros dentes permanentes a irromper são os primeiros
molares mandibulares, e a seguir os primeiros molares maxilares.
A saliva, lançada na cavidade oral, é produzida pelas glândulas salivares, maiores e
menores. As maiores são as parótidas, submandibulares e sublinguais. Essas glândulas são
localizadas fora da cavidade oral e mantêm contato com a mesma através de seus ductos.
As glândulas salivares menores estão distribuídas no interior das bochechas, dos lábios e
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na mucosa da língua. As principais funções da saliva são: lubrificar o bolo alimentar,
facilitando seu transporte sem irritar as paredes do tubo digestório; iniciar a digestão do
amido; manter a cavidade oral limpa; e proporcionar o paladar da maior parte dos
alimentos.
A maior glândula salivar é a glândula parótida, que é par e localiza-se
anteriormente à orelha externa. A glândula submandibular, também par, localiza-se abaixo
do terço médio da mandíbula, abaixo dos músculos do assoalho da boca. O par de
glândulas sublinguais, localizadas no assoalho da boca, pode ser percebido abaixo da
língua, como duas saliências.
Ainda na cavidade oral encontra-se a língua, órgão muscular e móvel, que participa
da mastigação, fonação, sucção, deglutição, e tem papel importantíssimo no paladar. A
língua apresenta uma parte fixa, posterior, chamada de raiz da língua, e sua parte maior
livre e móvel é o corpo da língua. A extremidade anterior é denominada ápice da língua.
Em toda sua parte livre, na região chamada de dorso da língua, encontram-se pequenos
grupos de terminações nervosas, as papilas linguais, que são capazes de perceber o sabor
dos alimentos através de um estímulo químico. As papilas podem ser divididas em 4 tipos:
circunvaladas, foliadas, filiformes e fungiformes. As papilas circunvaladas, localizadas na
região posterior da língua, em forma de “V”, são as principais responsáveis pela sensação
do sabor amargo, motivo pelo qual muitos alimentos ou líquidos que não parecem amargos
durante a ingestão tornam-se assim, na deglutição. As papilas foliadas estão dispostas nas
margens laterais da língua, e percebem o sabor ácido (azedo). O dorso da língua é
recoberto pelas papilas filiformes e fungiformes, responsáveis pela sensação de doce e
salgado. As papilas filiformes se distribuem por todo o dorso da língua; são alongadas e
apresentam-se muito próximas umas às outras. As papilas fungiformes têm forma de
cogumelo, e distribuem-se espaçadamente pelo dorso da língua. Abaixo da língua estão os
vasos sublinguais (artérias, veias e vasos linfáticos). As veias sublinguais, numerosas,
possibilitam absorção de medicamentos que são dissolvidos nesse ponto.
A mastigação e a salivação são processos controlados pelo sistema nervoso.
Imagine-se tomando uma refeição saborosa, bonita e bem variada. É bem provável que
haja a sensação de “boca cheia de água” ao imaginar esses alimentos; isso ocorre porque as
glândulas salivares se antecipam à ingestão dos alimentos e já começam a produzir saliva.
Essa produção de saliva é considerada como a primeira fase da digestão, chamada de
“cefálica” (vem de encéfalo), de grande importância na digestão dos alimentos.
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A região das fauces está localizada entre a cavidade oral e a faringe, popularmente
conhecida como garganta. Nessa região encontram-se as tonsilas faríngeas, órgãos
linfóides que atuam na defesa do organismo.
A faringe é um órgão formado por músculos e membranas, com uma cavidade no
seu interior. A faringe é dividida em três partes: a parte nasal da faringe, que faz a
comunicação com a cavidade nasal e permite a passagem de ar; a parte oral da faringe, que
se comunica com a cavidade oral e permite tanto a passagem do alimento como do ar; e a
parte laríngea da faringe, que faz comunicação da faringe com a laringe e com o esôfago,
possibilitando a passagem de ar e alimento.
Após a deglutição, o alimento percorre o esôfago, um tubo basicamente muscular
com cerca de 20 a 25 centímetros de comprimento, que liga a faringe (parte laríngea da
faringe) ao estômago. Localiza-se inicialmente no pescoço, estende-se pelo tórax e atinge o
abdome, após atravessar o músculo diafragma. A contração de suas fibras musculares
produz movimentos peristálticos, que conduzem o alimento em direção ao estômago. No
ponto de junção entre o esôfago e o estômago (cavidade abdominal), há concentração de
fibras musculares lisas que tem a finalidade de impedir o refluxo do “suco gástrico”
(secreção ácida do estômago) para o esôfago, evitando, desse modo, o surgimento de
esofagite de refluxo. A esofagite manifesta-se através de azia duradoura, comum em
recém-nascidos, fumantes, obesos, gestantes e mulheres com mais de 50 anos de idade.
O alimento que foi transportado rapidamente do esôfago chega ao estômago, que é
o segmento mais alargado do tubo digestório, localizado na cavidade abdominal, tendo a
curvatura maior voltada para o lado esquerdo, e a curvatura menor voltada para o lado
direito. Esse órgão realiza digestão química e mecânica, e também possui a função de
absorção de algumas substâncias, como álcool e alguns medicamentos.
O estômago é um órgão revestido internamente por uma mucosa gástrica que é
espessa e rica em glândulas que produzem muco e suco gástrico (líquido formado por
substâncias importantes para a digestão química), dentre elas o pepsinogênio, que no meio
ácido do estômago transforma-se na enzima pepsina, potente na digestão de proteínas. O
muco cobre a mucosa gástrica, impedindo a autodigestão das paredes do estômago. Além
disso, o estômago apresenta uma camada espessa de fibras musculares lisas que possibilita
ao órgão realizar uma série de movimentos que misturam o bolo alimentar com suas
secreções, o que é fundamental à digestão.
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O limite entre o esôfago e o estômago é chamado de cárdia, e o limite entre o
estômago e o duodeno (primeira parte do intestino delgado que se segue ao estômago), de
piloro, o qual é marcado por uma concentração de fibras musculares circulantes, que
formam o músculo esfíncter do piloro. O estômago funciona de forma coordenada com o
duodeno. O músculo esfíncter do piloro somente se abre quando o duodeno está vazio e
pronto a promover a digestão de mais conteúdo gástrico. Quando o duodeno se enche,
ficando repleto, ocorre então o fechamento do músculo esfíncter do piloro.
Quando a produção do ácido clorídrico é intensa, ou quando a proteção do muco é
defeituosa, pode ocorrer um quadro de irritação do estômago denominado gastrite, que
pode se agravar e evoluir para úlcera gástrica.
À semelhança de um portal, o esfíncter do piloro permite a passagem do alimento
que estava no estômago para o intestino delgado, um longo tubo dobrado sobre si mesmo,
localizado na cavidade abdominal, o qual é dividido em intestino delgado e intestino
grosso.
O intestino delgado possui de 4 a 5 metros de comprimento e sua mucosa possui
numerosas vilosidades e microvilosidades que aumentam sua superfície de contato com o
alimento favorecendo a absorção dos nutrientes. Esse segmento é o local terminal de
digestão dos alimentos, absorção de nutrientes e secreção do suco entérico. O intestino
delgado consiste em três segmentos: duodeno, jejuno e íleo.
O primeiro segmento do intestino delgado é o duodeno, com cerca de 25 cm, num
formato de “C”. É nesse lugar que ocorre a maior parte da digestão, e também participa da
absorção. O duodeno recebe a bile e o suco pancreático.
A bile é produzida de forma contínua pelas células do fígado e armazenada numa
pequena bolsa chamada vesícula biliar. A bílis chega ao duodeno pelo ducto colédoco. À
medida que a vesícula biliar se contrai, expulsa a bile que realiza a emulsificação das
gorduras.
Os principais constituintes da bile são: água, sais biliares, bilirrubina, colesterol,
ácidos graxos, lecitina e eletrólitos. A bile possui ação de detergente sobre as partículas de
gordura, quebrando-as em gotículas pequenas, o que favorece a ação enzimática e,
consequentemente a digestão. A ação dos sais biliares é ainda necessária para a absorção
de ácidos e vitaminas lipossolúveis. Na ausência de bile, cerca de 40% da gordura é
excretada pelas fezes, assim como as vitaminas A, D, E e K.
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O fígado é um órgão localizado na cavidade abdominal, do lado direito do corpo e
possui muitas funções de extrema importância para o corpo humano. É coberto pelo
músculo diafragma, e situa-se acima do intestino. Como glândula exócrina, produz e
secreta a bile, além de exercer outras funções, tais como, o armazenamento de glicogênio,
síntese de diversos compostos orgânicos, metabolização e excreção de substâncias tóxicas
endógenas ou ingeridas como alimentos e medicamentos.
O pâncreas é uma glândula mista, possuindo uma porção exócrina (ácinos
pancreáticos) e uma porção endócrina (ilhotas de Langerhans). É um órgão com formato
alongado, ligado ao duodeno e situado posteriormente ao estômago. Sua porção endócrina
produz a insulina e o glucagon, ambos relacionados com o metabolismo da glicose,
enquanto sua porção exócrina produz suco pancreático, rico em enzimas digestivas, que
são lançadas no duodeno por meio da papila de Vater.
A ação das secreções do pâncreas (suco pancreático), das secreções do próprio
intestino (suco entérico) e do fígado (bile) sobre o quimo resulta na formação do quilo, fase
final da digestão, quando já existem substâncias modificadas a ponto de serem absorvidas.
A flexura duodeno-jejunal marca a transição do duodeno para o jejuno, segmento
que mede aproximadamente 2,5 m e está em continuidade com o íleo, que mede cerca de
3,5 m. O jejuno e o íleo são os principais responsáveis pela absorção de aminoácidos,
glicose, ácidos graxos, sais minerais e, em menor quantidade, de água.
Ambos os segmentos são constituídos pelas alças intestinais, que ocupam a maior
parte do volume da cavidade abdominal e prendem-se a parede posterior do corpo por meio
do mesentério.
Após a absorção no intestino delgado, o que restou dos alimentos é impelido para o
intestino grosso, o qual tem por funções principais absorver água e eletrólitos,
determinando a consistência do bolo fecal, e atuar na formação, no transporte e na
expulsão das fezes.
O intestino grosso mede cerca de 1,5 m de comprimento; emoldura o abdome com
sua sequência de segmentos, que são: ceco, colo ascendente, transverso, descendente,
sigmóide, reto e canal anal.
A primeira porção do intestino grosso é o ceco, um órgão dilatado em fundo cego e
conectado à sua parte inferior existe um órgão tubular chamado de apêndice vermiforme,
cujo comprimento é bastante variável, tendo em média 5 – 10 cm.
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Seguindo-se ao ceco, estão os colos ascendente, transverso, descendente e
sigmóide. O intestino grosso está bem adaptado para exercer suas funções: absorção de
água, fermentação, formação de massa fecal e produção de muco.
O reto é a parte do intestino grosso localizado na cavidade pélvica e que possui uma
região mais dilatada chamada de ampola do reto, local que permite o armazenamento
temporário de fezes. A última e menor parte do intestino grosso é o canal anal que
atravessa a região perineal e possibilita a eliminação das fezes; sendo sua abertura
conhecida como ânus.
Após a abordagem teórica, realizar a atividade abaixo:
Vamos fazer uma fantástica viagem pelo túnel da digestão!!!!
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/
Atividade 2
Prancha para colorir - sistema digestório
Objetivo:
•
Identificar a localização dos órgãos pertinentes ao sistema digestório
Tempo de execução: 01 aula
Material:
• Papel impresso
• Lápis de cor
Desenvolvimento:
•
Ampliar a prancha;
•
Distribuir o material impresso ( prancha);
•
Orientar os alunos que a atividade será individual;
•
Colorir cada órgão com uma determinada cor de acordo com a legenda;
•
Ao terminar a atividade pedir para os alunos fixar a prancha no caderno.
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1- boca
2- faringe
3- esôfago
4- estômago
intestino delgado:
5- duodeno
6- jejuno-íleo
intestino grosso:
7- ceco
7A - apêndice vermiforme
8- colo ascendente
9- colo transverso
10- descendente
11- colo sigmóide
12- reto
13- canal anal
Órgãos acessórios:
14- dentes
15- lingua
Figura 1
Esquema baseado em NETO, M.H.M
[ORG]. Anatomia humana: aprendizagem
dinâmica. 3ª. ed..rev.maringá: gráfica editora
Clichetec, 2008. pág.174. Reeleitura feita por
Aliete Martins Dias Negri
Glândulas anexas:
16- sublingual
17- submandibular
18- parótida
19- fígado
20- pâncreas
Atividades para colorir, além de reforçar conceitos já estudados, servem para
proporcionar um mínimo de memorização mecânica e um máximo de satisfação. Colorir é
um dos métodos de aprendizagem mais eficazes e agradáveis, útil para o aprendizado e à
revisão de conceitos. Além de desenvolver as habilidades motoras finas, a coordenação
motora e a criatividade, ma pintura de figuras e a montagem de legendas ensinam a
terminologia e os detalhes visuais morfológicos, relacionando-os a outros conceitos, como
fisiológicos, estruturais e sistêmicos. Nesse sentido, o processo de colorir e legendar
terminologias acabam por levar a um aprendizado divertido, descontraído e relaxante para
os alunos (KAPIT e ELSON, 2004).
Atividade 3
Modelo anatômico: confecção do boneco “Paulinho”
Objetivos:
•
Explorar o processo de digestão envolvido nos diferentes segmentos do sistema
digestório;
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•
Estimular de forma criativa o conhecimento da anatomia do sistema digestório;
•
Identificar o posicionamento anatômico dos órgãos que compõem o sistema digestório.
Tempo de execução: 08 aulas
Materiais:
•
Dentadura móvel de plástico;
•
2 metros de mangueira amarela do tipo "conduit" 1/4;
•
1 metro de mangueira amarela do tipo "conduit" ¾
•
1 vidro plástico de 500 ml;
•
20 cm de mangueira usada no motor de carro;
•
1 garrafa plástica de 400 ml;
•
1 garrafa plástica de 200 ml;
•
1 garrafa plástica de 100 ml;
•
10 metros de mangueira fina e transparente (utilizada nas bombinhas de aquário);
•
0,5 metro de tubo de PVC de 1 polegada
•
5 seringas de 15 ml;
•
23 cintas plásticas
•
1 tábua para fixar o boneco Paulinho
•
Esquema do sistema digestório
Desenvolvimento:
Na aula que antecede a atividade proposta o professor deverá solicitar que os alunos
tragam para a próxima aula os materiais necessários para a realização da atividade.
•
Organizar os alunos em grupo (com 5 alunos);
•
Orientar a atividade e sanar as dúvidas que surgirão no decorrer da atividade. Estimular
a criatividade dos alunos na execução da mesma, porém não interfirir nas decisões do
grupo;
•
Dar um nome ao modelo produzido.
•
Ao terminar a atividade pedir aos grupos para apresentar o trabalho para a turma
abordando aspectos como: dificuldades que tiveram para identificar e nomear os
órgãos, dificuldades enfrentadas para realizar a atividade. Como foi a coleta dos
15
materiais alternativos para realização da atividade? O que vocês consideraram mais
importante e interessante durante a atividade?
•
Após a apresentação de todos os grupos solicitar que fixem os trabalhos em local
apropriado na escola (sala de aula, biblioteca, laboratório, etc.)
•
Os trabalhos podem ser guardados. Os alunos poderão apresentar o conhecimento
adquirido para os demais alunos, professores, comunidade e funcionários da escola.
Modelo anatômico “Paulinho”
Legenda
1- boca
2- faringe
3- esôfago
4- estômago
5- fígado
6- vesícula biliar
7- pâncreas
8- duodeno
9- intestino delgado
10- intestino grosso
11- reto
12- ânus
13- apêndice vermiforme
A- glândula salivar - ptialina
B- estômago -pepsina
C- pâncreas -suco
pâncreático
D- fígado -bile
E- intestino delgado -suco
entérico
Foto 1 Autora: Aliete Martins Dias Negri
Atividade 4
BATERIA DE EXPERIMENTOS
Todos os experimentos relacionados abaixo devem ser realizados em grupo compostos
por quatro alunos e direcionado pelo professor.
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Dinâmica da digestão e absorção – experimentos
Objetivo Geral:
Entender como acontece o processo de digestão nos diferentes segmentos do
sistema digestório a fim de demonstrar a necessidade da digestão e absorção no
organismo.
1º experimento
A ação da saliva
Fonte http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/por
tal/corpohumano/images/Sdigestivo/CORglandul
a.JPG
Tempo de execução: 2 aulas
Material:
•
Vidro conta-gotas com tintura de iodo
•
2 copos plásticos de café
•
2 tubos de ensaio numerados
•
Água
•
Amido
Desenvolvimento:
Coloque água em um dos copos, acrescente amido, mexa e despeje dois dedos da
mistura em cada tubo de ensaio. No outro copo, recolha um pouco de saliva, passe-a para
um dos tubos e agite. Espere 30 minutos e pingue uma gota de iodo em cada tubo.
Conclusão
O amido, ao reagir com o iodo, apresenta uma coloração roxa, mas a mistura com
saliva não fica roxa por causa da atuação da enzima ptialina. Ela transforma o amido em
maltose, que não reage com o iodo.
17
2º experimento
É importante mastigar bem
Fonte - ttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/cor…
Tempo de execução: 1 aula
Material:
2 copos com água
2 comprimidos efervescentes
Desenvolvimento:
Triture um dos comprimidos sobre uma folha de papel. Coloque simultaneamente o
tablete inteiro em um copo com água e o triturado no outro.
Conclusão
O triturado se dissolve bem mais rápido. Essa é uma das características da digestão:
quanto menores os pedaços de alimento, mais rapidamente os nutrientes presentes nele são
absorvidos pelo organismo.
3ºexperimento: Sentindo os sabores
Fonte - http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive
Tempo de execução: 2 aulas
Material:
4 conta-gotas com: suco de limão, água com açúcar, água com sal e chá de carqueja
açúcar
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Colher
Desenvolvimento:
Pingue os líquidos em diferentes regiões da língua. Depois, coloque açúcar na
língua seca de um aluno, esse procedimento pode ser feito com voluntários.
Diga aos alunos que algumas regiões da língua são mais sensíveis a certos gostos
que outras
Conclusão
Sentimos o gosto dos alimentos porque o cérebro interpreta as informações
captadas pelos sensores presentes na língua. Se ela estiver seca, não sentimos gosto algum,
pois a saliva ajuda a desprender dos alimentos partículas que sensibilizam o paladar.
4º experimento
O movimento da digestão
Tempo de execução: 1 aula
Material:
•
Meia fina
•
Bolinha de isopor ou de tênis
•
Bolacha
Desenvolvimento:
Os alunos devem colocar a mão no pescoço. Ao engolir uma bolacha, eles sentirão
o movimento peristáltico feito pelos músculos do esôfago. Coloque a bolinha (que
representa a comida) dentro da meia fina (o esôfago). Faça a bolinha deslizar pela meia
empurrando-a com os dedos.
Conclusão
Os músculos do esôfago se contraem de forma parecida com a meia para levar o
alimento ao estômago. Esses movimentos ocorrem em todos os órgãos do sistema
digestório.
19
5º experimento
A acidez do suco gástrico
Tempo de execução: 1 aula
Fonte - ttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/cor…
Material:
1 copo plástico de café
Leite
Vinagre ou suco de limão
Desenvolvimento:
Coloque leite no copo e adicione vinagre.
Conclusão
O vinagre talha o leite da mesma maneira que o suco gástrico, produzido pelo
estômago, quebra as moléculas grandes dos alimentos em partículas menores. Isso ocorre
porque o suco é composto de ácido clorídrico, enzimas e muco.
6º experimento
O detergente da digestão
Tempo de execução:1 aula
Fonte - ttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/cor…
Material:
• Dois copos com água
20
•
Óleo de cozinha
•
Detergente
Desenvolvimento:
Coloque óleo nos dois copos com água. Em um deles, acrescente detergente e agite.
Conclusão
Assim como o detergente, a bile, produzida pelo fígado, é um suco ácido que
transforma as gorduras em gotículas muito pequenas, facilitando a digestão.
7º experimento
Quebrando as proteínas
Tempo de execução: 3 aulas
Material:
•
clara de ovo cozido
•
4 tubos de ensaio numerados
•
Água
•
suco de mamão, de limão e de abacaxi
•
algodão
Desenvolvimento:
Coloque água no tubo 1, suco de mamão no tubo 2, de limão no tubo 3 e de abacaxi
no tubo 4. Corte a clara de ovo em cubinhos iguais e coloque um em cada tubo. Tampe
com algodão e deixe em repouso por três dias.
Conclusão
Apenas no tubo 4 será possível perceber a diminuição da clara de ovo, já que a
bromelina, enzima presente no abacaxi, provocou a quebra da proteína albumina. No
estômago e no intestino delgado as proteínas também são quebradas pelas enzimas.
21
8º experimento
Absorção da água pelo corpo
Fonte - ttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/cor…
Tempo de execução: 1 aula
Material:
•
copo com água
•
esponja
Desenvolvimento:
Coloque a esponja seca no copo com água.
Conclusão
A esponja age da mesma maneira que o intestino grosso, pois ele absorve vitaminas
e sais minerais de parte da água que estava nos alimentos ou que foi ingerida com eles.
Esses nutrientes depois são levados pelo sangue para as células.
22
Sugestões de vídeos:
Video sobre o funcionamento do Sistema Digestório editado para exibição para o Evento
"Desvelando
a
Ciência",
para
a
divisão
"O
Corpo
Humano”
www.youtube.com/watch?v=Ii1BqYbtqpU –
Vídeos Educativos
Sistema Digestório Humano
www.portalsaofrancisco.com.br/.../index-videos.php
- Vídeo: APARELHO DIGESTIVO – A fábrica de energia. Discovery
Channel. Vídeos Abril. Super Interessante Coleções.1995. Duração aproximada: 25
minutos.
- A QUÍMICA DA DIGESTÃO. Produção de Coronet Films. São Paulo: Didak, 1980.
Este material mostra os processos que ocorrem com os alimentos durante o processo
digestório.
Sugestões de site
1-http://revistaescola.abril.com.br/multimidia/animacoes/anima.shtml?185_digestao.swf
2-http://www.brasilescola.com/biologia/sistema-digestivo.htm
3-http://www.webciencia.com/11_22doencas.htm
4-Atividade Ática Educacional - Sistema Digestório
www.aticaeducacional.com.br/htdocs/.../index.htm
5- O mundo de beakman. Site traduzido pelo CDCC/ USP, com vários experimentos e
curiosidades.
6- http:// educar.sc.usp.br/youcan/
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALCANTE, Meire. A química que dá gosto aprender. Nova Escola. Ano XX, Nº185. Abril, Setembro
de 2005.
MELLO, j.m et.al. Instrumentos para apoio ao ensino-aprendizagem de
Embriologia Humana. Máthesis- Rev. De Educação-v. 8n. 2-p. 93. jul./dez.2007.
MARCHETTO, Maria Carolina Nasser & ELEUTÉRIO, Ana Alice Aguiar, Et al;
Instrumentação para o Ensino de ciências: Aparelho Digestório: Dentição e Higiene
Bucal. Disponível em <www.ib.usp.br/iec/apresentacao.html>: acessado em: 5/12/2009.
NETO, Marcilio Hubner de Miranda; Anatomia humana: aprendizagem dinâmica/ org.;
Renato Paulo Chopard [colaborador]...ET. AL. –3. ED.REV. Maringá : Gráfica Editora
Clichetec, 2008.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de
Ciências para o ensino fundamental. (2008). Curitiba: SEED. Paulo: Cortez, 1991.
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