Pigmalião e Galateia

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Escola Secundária de Manuel Teixeira Gomes – Portimão - 2010/2011
Aluno: Mafalda Guedes Miguel І e-mail: [email protected] І Nº: 17
Grego І Curso Científico-Humanístico de Línguas e Humanidades
12º Ano de escolaridade І Turma: E
Pigmalião e Galateia
- Descrição de Pigmalião e Galateia
- A sua história
François Boucher, Pigmalião e Galateia, 1767. Hermitage, St Petersburg, Rússia
Há duas personagens com o nome de Pigmalião e ambas de origem semita. A
que neste caso nos interessa é a figura homónima de um rei de Chipre, que se
apaixonara por uma estátua esculpida por si.
Havia duas personagens com o nome Galateia, cuja etimologia evoca a brancura
do leite.
A primeira reza a lenda de uma donzela branca que habitava o mar tranquilo, que
foi objecto do amor de Polifemo, um Ciclope siciliano monstruoso. Mas ela havia-se
enamorado de belo Ácis, filho do deus Pã e de uma ninfa. Ao vê-los, Polifemo, cheio de
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ciúmes, lança uma rocha que esmaga Ácis. Galateia restituiu a Ácis a natureza da sua
mãe, a ninfa, e converteu-o num rio de águas límpidas. A outra Galateia é uma cretense,
filha de Eurítio, casada com Lampro, um homem de boas famílias mas pobre. Assim que
soube que Galateia estava grávida, disse-lhe que só queria um filho e que se desse à luz
uma filha, esta deveria ser exposta. Enquanto Lampro estava na montanha com o seu
rebanho, Galateia deu à luz uma menina, mas não foi capaz de a expor. Aconselhada
pelos adivinhos, chamou à criança Leucipo e escondeu o facto ao marido. Com o passar
dos anos, a donzela tornara-se muito bonita e não era possível continuar a esconder
mais o segredo. Galateia, com medo, dirigiu-se ao santuário de Leto e pediu à deusa que
mudasse o género da filha, e assim foi. Mas a Galateia que vamos retratar é a famosa
estátua que ganhou vida depois de um homem, Pigmalião, se apaixonar por ela.
Reza a lenda que Pigmalião, um exímio escultor cipriota, indignado com a
prostituição a que se entregavam as mulheres da cidade, optou por viver isolado e
entregar-se à sua arte, desprezando o casamento, pois afirmava que nenhuma mulher
viva poderia ser tão bela como aquelas que ele criava com as suas próprias mãos. Foi
então que começou a trabalhar muito arduamente e depositou muito do seu amor numa
estátua de marfim, que esculpiu à imagem de uma mulher. A figura esculpida era de uma
beleza tão grande, trabalhada com tanta arte e parecia tão viva, que o escultor
apaixonou-se pela sua obra, de tal forma que estava continuamente a aperfeiçoar a sua
imagem e todo o dia e noite ansiava pelo dom de a poder transformar em carne e
sangue. Galateia foi o nome que apaixonadamente lhe deu. Tentou de tudo, para que a
imagem se avivasse, acariciava-a, ornamentava-a com jóias e tecidos caros e ainda
cingiu a sua cabeça fria com flores de todas as cores, mas tudo se revelou em vão.
Chegaram as festas de Afrodite, grande deusa da ilha. Pigmalião, levando-lhe
ricas oferendas, rogou-lhe que lhe fosse permitido encontrar uma mulher igual à que ele
esculpira, visto não ser possível a sua Galateia ganhar vida.
Estas foram as palavras proferidas a Afrodite na sua súplica, “Rainha de amor,
tem pena de alguém que por tempo de mais desprezou o teu poder! Dá-me como noiva a
obra de minhas próprias mãos; ou, se tal não puder ser, uma donzela terrena tão
encantadora como a minha Galateia!”
A deusa do amor, comovida pelas súplicas do desventurado, benévola, atendeu
ao seu pedido e animou a estátua com fogo de vida. Pigmalião apressou-se a ir para
casa e rapidamente se apercebeu de que Galateia já não tinha um olhar fixo nem vazio e
que nas suas veias corria sangue, o que o deixou muito feliz mas por um instante
receoso, mas ao dar-lhe a mão e sentir o seu toque, viu que não era engano. A sua
Galateia, mulher dos seus sonhos, estava ali para amá-lo. Casaram e tiveram um filho a
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que deram o nome de Pafos, que fundou a cidade do mesmo nome, dedicada ao amor
em algumas fontes, acrescenta-se ainda que tiveram uma filha, cujo nome era Metarme.
Em mais fontes consultadas deparei-me com outros factos, como por exemplo, o
de que Vénus se sentira ofendida com a atitude de Pigmalião, ao reprovar as atitudes de
certas mulheres da cidade e tentar criar uma que não se equiparasse a uma mera mortal.
Para se vingar dele, fez com que ele se apaixonasse loucamente por uma estátua de
marfim, prodígio de graça e de beleza elaborada a partir de meras mãos, a que Afrodite
havia dado o nome de Galateia.
Noutra fonte, afirmava-se que Pigmalião, filho de Belo, não se contentava com
nenhuma mortal, pois estava enamorado de Afrodite, e só nela pensava mas para seu
infortúnio esta não respondia a tão profundo amor. Então, saiu pela cidade à procura do
marfim mais branco, mais belo e brilhante que pudesse encontrar. Ao chegar o marfim,
esculpe a figura mais bela de Afrodite que jamais se houvera visto, mesmo fidedigna.
Então, quando Pigmalião estava dormindo, Afrodite penetra na estátua, fazendo-se
passar por Galateia, muito mais que uma vulgar imagem humana e transforma-a numa
mulher viva, dotada de pensamento e emoção. Assim ganhou vida a estátua inanimada
de Galateia. Galateia e Pigmalião tiveram dois filhos, Pafos e Metarme. Pafos, o sucessor
de Pigmalião, foi o pai de Ciniras que fundou a cidade cipriota de Pafo, que aí mandou
construir um magnífico templo em honra de Afrodite.
Referências Bibliográficas:
1 - Grimal, Pierre (1992). Dicionário de Mitologia Grega e Romana. Tradução de Victor Jabouille. Lisboa: Difel.
2 – Graves, Robert (1990). Os Mitos Gregos I. Tradução de Fernanda Branco. Lisboa: Publicações Dom Quixote.
3 - Moncrieff, A. R. Hope (1992). Mitologia Clássica – Guia Ilustrado A. R. Hope Moncrieff. Tradução de M. F. Gonçalves de
Azevedo. Copyright: Studio Editions Ltd. Para língua portuguesa: Editorial Estampa, Lda.
4 - http://www.infopedia.pt/$pigmaliao-e-galateia
5 - http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0655
6 - http://galateia.tripod.com/id10.html
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