INTRODUÇÃO Heinrich Rheinboldt (1

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MODALIDADE DE TRABALHO:
PESQUISA ACADÊMICA
Pensando a formação docente de química sob a ótica de Heinrich Rheinboldt (1891 1955).
Ivoni Freitas-Reis1(PQ); Ingrid Derossi2(PQ)
Universidade Federal de Juiz de Fora; 2Universidade Federal de Juiz de Fora
1
Palavras Chave: Currículo, História da Química, Formação de Professores.
INTRODUÇÃO
Heinrich Rheinboldt (1891-1955) nasceu em Karlsruhe na Alemanha. Sua vida
acadêmica foi muito influenciada pelo seu avô Heinrich Caro, químico e um dos
fundadores da “Badische Anilin und Sodafabrik”. Em 1934 mudou-se para o Brasil a
convite do professor Teodoro Ramos para organizar e dirigir o curso de química da
então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras em São Paulo1.
Nos registros de seus alunos é possível perceber que a metodologia de ensino de
Rheinboldt era diferenciada, neles, os estudantes elogiam a dedicação e clareza de
suas explicações sempre acompanhadas de experimentos e focada no aluno.
Segundo Rheinboldt, “para a química, a questão é compreender e não acumular
saber inanimado”, de acordo com ele, os alunos deveriam aprender a pensar através
dos fenômenos, repetindo-os quantas vezes fosse necessário para que o estudante
se familiarizasse e passasse a pensar quimicamente, evitando decorar coisas
desconexas e fatos isolados2.
O objetivo deste trabalho é apresentar e debater a visão de Rheinboldt sobre o
currículo químico para aqueles que pretendiam ou não seguir a carreira acadêmica,
através de documentos de sua autoria e de seus alunos e quais as possíveis
influências e consequências desta perspectiva no currículo atual dos cursos de
química.
METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho foram analisados textos da época em que Heinrich
Rheinboldt estruturou e criou o primeiro curso de química na Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras em São Paulo, hoje, Universidade de São Paulo, catalogados na
mesma instituição.
RESULTADOS E DISCUSSÂO
Na separata do Anuário da faculdade de filosofia, Ciências e Letras de 1934-1935,
Rheinboldt escreveu um artigo retratando o que ele considerava como sendo um
III SMEQ / UFJF – 18, 19 e 20 de Setembro de 2015
MODALIDADE DE TRABALHO:
PESQUISA ACADÊMICA
resumo de como o ensino de química estava disposto e os planos que possuía para
o futuro do ensino dessa ciência, que considerava de grande importância para o
entendimento de outras disciplinas, bem como para a realização de diferentes
profissões3.
Para o estudioso, a base da aprendizagem de química estaria centrada em entender
o fenômeno, como pode ser visto no seguinte trecho retirado de seu artigo
anteriormente citado “A base do ensino de química é a intuição; o aluno precisa ser
educado a fim de aprender a pensar por fenômenos. Para isto, porém, é preciso que
ele mesmo tenha visto os fenômenos muitas vezes, até que se tenha familiarizado
bem com eles”3. (p.48)
Sendo assim, elaborou um curso com intuito de formar professores para o ensino
superior, que era constituído das seguintes disciplinas: Aula experimental sobre
química geral e inorgânica, Aula experimental sobre química orgânica, Aula
experimental sobre físico-química, Preleção sobre química orgânica especial e
bioquímica, Aula teórica sobre química inorgânica especial. E segue dizendo que o
professor não necessitaria de ser um excelente analista, mas deveria conhecer os
princípios dos métodos, focar na montagem e na execução de experiências
importantes para o ensino, concluindo o curso com um trabalho experimental voltado
para o âmbito escolar3.
CONCLUSÃO
Pode ser observado que o curso estruturado por Rheinboldt não deixou muitas
reminiscências para o curso de química licenciatura durante muitos anos, porém, o
que constatamos atualmente com as reformulações do curso é que a tendência é de
voltarmos a ter um curso com disciplinas mais voltadas para o ensino, como foi
proposto pelo estudioso. Não apenas aprender a química pura, mas como que ela
deve ser levada para dentro da sala de aula.
REFERÊNCIAS
1. SENISE, P. Rheinboldt, o pioneiro. Centenário de Heinrich Rheinboldt 1891-1991, São Paulo,
1993, 3-11.
2. GIESBRECHT, E. A atividade Científica do Professor Rheinboldt no Brasil. Depoimentos de
antigos alunos Centenário de Heinrich Rheinboldt 1891-1991, São Paulo, 1993, 13-44.
3. RHEINBOLDT, H. Orientação do Ensino da Química na Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras da Universidade de São Paulo (Brasil). Separata do Anuário da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras 1934-1935, São Paulo, 1937, 47-59.
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