Proteínas Enovelamento, Desnaturação e Função Rafael Mesquita Ligação peptídica – limitações estruturais Limitações estruturais impostas pelas ligações peptídicas • Impedimento estérico Rafael Mesquita Radical – limitações estruturais Limitações estruturais impostas pelo radical • Volume (impedimento estérico) • Repulsões de carga Rafael Mesquita Enovelamento Rafael Mesquita Enovelamento • A estrutura tridimensional das proteínas é determinada diretamente pela estrutura primária • Existem forças que direcionam o enovelamento • Predição puramente computacional ainda não é viável http://www.wiley.com/legacy/college/boyer/0470003790/animations/protein_folding/ protein_folding.htm Rafael Mesquita Enovelamento O Paradoxo de Levinthal, 1968: Uma proteína não pode experimentar todas as possíveis conformações entre o estado desenovelado e o estado nativo. Imagine uma proteína com 150 aa que experimentam apenas as 3 conformações previstas no plote de Ramachandran. Cada conformação se interconverteria na outra em picoseg (10-12s). Essa proteína, então, possuiria 3150 possíveis conformações (= 1068). Para experimentar todas essas conformações seriam necessários 1068 x 10-12 seg = 1056 seg = 1048 anos !!! O enovelamento demora de 0.1 a 1000 seg in vivo e in vitro. O enovelamento é, portanto, dirigido passando por rotas cinéticas e intermediários bem definidos escapando de conformações irrelevantes. Rafael Mesquita Rafael Mesquita Rafael Mesquita Os três mecanismos clássicos de enovelamento Rafael Mesquita A. Fersht and V. Daggett, 2002, Cell Enovelamento: Estado nativo e Estabilidade Rafael Mesquita Problemas que dificultam a passagem I → N • agregação devido a superfícies hidrofóbicas expostas • formação de pontes dissulfeto incorretas • isomerização dos resíduos de prolina ê Proteínas Chaperones Proteína-dissulfeto-isomerase Proteína-peptidil-prolil-cis-trans-isomerase Rafael Mesquita Enovelamento Assistido : Chaperonas • São caixas de enovelamento • Antes de enovelar, algumas proteínas expõem segmentos hidrofóbicos que tendem a agregar • as chaperones podem ser induzidas pelo choque térmico • chaperones são chamadas de heat shock proteins • DNA K (Hsp 70) • GroEL e GroES (Hsp 60 e 10) chamada de chaperoninas -se ligam a polipeptídeos desenovelados ou parcialmente enovelados - são promíscuos Rafael Mesquita Enovelamento Assistido : Chaperonas - GroEL • 14 subunidades que formam 2 anéis com uma cavidade central • cada subunidade tem 3 domínios: equatorial, intermediário e apical • contem 7 sítios de ligação a ATP • Gro ES se liga formando um tampa Rafael Mesquita Paul Sigler and Arthur Horwich,1994 Enovelamento Assistido : GroEL + GroES Rafael Mesquita Enovelamento Assistido : Dissulfeto isomerases • Nas bactérias existem as Dsb (disulfide-bridge forming enzimes) que ficam no periplasma • Em eucariotos existem as PDI (protein-disulfide isomerases) no retículo endoplasmático que corrigem proteínas com pontes incorretas Exemplo de enzima que precisa deste “serviço”: BPTI (bovine pancreatic tripsin inhibitor): possui 6 resíduos de cisteína que formam 3 pontes de S (58 aa). 30-51 Rafael Mesquita 5-55 14-38 Enovelamento: Peptidil-prolil-cis-trans-isomerase • Na forma trans, os peptídeos são mais estáveis (C=O e N-H apontando para direções opostas) • para a maioria dos petídeos, a forma cis é 1000 vezes mais instável que a forma trans Rafael Mesquita Enovelamento: Peptidil-prolil-cis-trans-isomerase • Entretanto, quando existem prolinas, a forma cis é apenas 4 vezes mais instável que a forma trans • em algumas proteínas as prolinas aparecem na forma cis • a isomerização cis-trans é muito lenta in vitro. • in vivo, a proteína peptidil prolil isomerase (procariotes e eucariotes) aumenta a isomerização de prolinas em 1.000.000 de vezes • essa proteína está envolvida na imunosupressão inibindo a proliferação das células T (chamada de ciclofilina, pois liga ciclosporina A) Rafael Mesquita Mudança de estrutura do príon Rafael Mesquita Desnaturação • “As proteínas são marginalmente estáveis” (10-20 kcal/ mol) • Isso é importante pois garante turnover das proteínas e flexibilidade • Interações que mantém a estrutura nativa • pontes de hidrogênio • interações iônicas - entre resíduos carregados • interações hidrofóbicas - entre resíduos apolares • pontes dissulfeto Rafael Mesquita Desnaturação • Perda da estrutura X solubilidade X atividade • Reversibilidade • Agentes desnaturantes: – pH – Força iônica – Temperatura – Polaridade – Meio redutor (pontes dissulfetos) – Agentes caotrópicos (uréia, guanidina, etc) Rafael Mesquita Experimento de Christhian Anfinsen (década de 50) Ribonuclease: 124 aa com 4 pontes de S Rafael Mesquita Desnaturação térmica e química Rafael Mesquita Desnaturação: pH e força iônica Rafael Mesquita Proteínas: Estrutura e Função As proteínas são macromoléculas e têm funções muito variadas Rafael Mesquita Exemplo de funções de proteínas Rafael Mesquita Colágeno Aproximadamente 25% do total das proteínas do nosso corpo é colágeno Rafael Mesquita Mioglobina Rafael Mesquita Hemoglobina Heme Rafael Mesquita Transporte e Transferência de O2 Cooperatividade da hemoglobina Rafael Mesquita Mutação e anemia falciforme Rafael Mesquita Mutação e anemia falciforme Rafael Mesquita Queratina Rafael Mesquita Mudança de estrutura do príon Perda da função fisiológica è dano celular Rafael Mesquita Endereçamento de proteínas: Rafael Mesquita Endereçamento de proteínas: Peptídeo sinal Rafael Mesquita http://www.cbs.dtu.dk/services/ >SALSA_197631813 CATHEPSIN D [SALMO SALAR] MKVLYLCLFAALALASDALVRIPLRKFRSIRRTLTDSGRAAEELLAGKEHTKYNNLGFPSSSNGPTPETLKNFMDAQYYG EIGLGTPAQTFTVVFDTGSSNLWVPSVHCSFTDIACLLHHKYNGAKSSTYVKNGTAFAIQYGSGSLSGYLSQDTCTIG GLSIEEQVFGEAIKQPGVAFIAAKFDGILGMAYPRISVDGVAPPFDNIMSQKKVEQNVFSFYLNRNPESEPGGELLLGGT DPKYYSGDFQYLNVSRQAYWQVHMDGMGVGSQLSLCKGGCEAIVDTGTSLITGPTAEVKALQKAIGATPLIQGEYMV NCDKIPTMPDITFNLGGQSYSLTAEQYVLKESQAGKTICLSGFMGLDIPAPAGPLWILGDVFIGQYYTVFDRDNNRVGF AKSK Rafael Mesquita Rafael Mesquita Modificações pós-traducionais: Glicosilação Rafael Mesquita http://www.cbs.dtu.dk/services/ Modificações pós-traducionais: Fosforilação • Quinases são enzimas responsáveis pela adição de um grupamento fosfato em resíduos de Ser, Thr e Tyr de proteínas. • Fosfatases são enzimas responsáveis pela remoção do fosfato. ATP PO3 4- Kinase Proteína Fosfatase Proteína PO3 4Rafael Mesquita http://www.cbs.dtu.dk/services/ Agradecimentos: Glória Braz (slides de estrutura-função de proteínas) Ana Paula Salerno (slides de enovelamento e desnaturação) Rafael Mesquita