índice de gestantes portadoras de hiv em uma regional de

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ÍNDICE DE GESTANTES PORTADORAS DE HIV EM UMA REGIONAL DE
SAÚDE NO ESTADO DO PARANÁ
RESUMO
Resumo:
A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um dos problemas de saúde
pública a nível mundial, infectando principalmente mulheres em idade reprodutiva e
aumentando assim a probabilidade de transmissão vertical.A pesquisa tem por finalidade fazer
uma análise do índice de gestantes portadoras de HIV, notificadas no Sistema de Informação
de Agravos de Notificação (SINAN), da Oitava Regional de Saúde de Francisco BeltrãoParaná, correlacionando ainda os casos com níveis socioeconômicos, dados do pré-natal e do
parto. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Paranaense (UNIPAR) e Plataforma Brasil de acordo com a resolução 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde (CNES) e aprovado sob o protocolo n° 239.907. A amostra foi constituída
por 21 gestantes HIV positivas, notificadas na Oitava Regional de Saúde de Francisco
Beltrão- Paraná pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN. Referente a
dados demográficos a faixa etária predominante foi 21 a 30 anos (57,1%), com escolaridade
prevalente no ensino fundamental (52,4%). O município com maior incidência foi Francisco
Beltrão (19,0%), seguido após por Ampére e Santa Izabel do Oeste (14,2%), a maioria
realizou pré-natal (90,5%), assim como a profilaxia antirretroviral (85,7%). A descoberta da
infecção pelo HIV nas gestantes em sua na maioria, no primeiro trimestre de gestação
(38,3%) seguida do segundo trimestre (33,3%). No que se refere à assistência ao parto,
destaca-se o parto cesárea eletiva (81.0%),que é o mais indicado em caso de HIV positivas. E
quanto à evolução da gravidez a maior porcentagem é de nascidos vivos (90.5%).Diante
disso, pode-se observar que o índice de gestantes HIV positivas notificadas no SINAN da
Oitava Regional de Saúde de Francisco Beltrão – Paraná mostrou-se inferior aos estudos
relatados na literatura, em consequência a melhora na qualidade da assistência prestada as
gestantes. Entretanto, através deste estudo, percebe-se que os anos de escolaridade das
pacientes são muito baixos, e que, ás vezes, a infecção pelo HIV pode estar associada à falta
de conhecimento e informação. Portanto, para que o enfermeiro possa desenvolver boa
assistência a gestante HIV, devem ser implantadas ações e políticas públicas que visam
melhor qualidade de vida as portadoras do vírus, enfatizando-se a atuação de uma equipe
interdisciplinar voltada aos cuidados preventivos, paliativos e ao acolhimento dessa
população.
Descritores: HIV, gestantes, vírus.
INDEX OF HIV IN PREGNANCY BEARERS OF A REGIONAL HEALTH IN PARANÁ
STATE
ABSTRACT
The infection with virus human immunodeficiency (HIV) is one of the problems Public Health,
mainly, infected women of reproductive age and increasing likelihood vertical transmission.
2
The sample consisted of 21 HIV-positive mothers, notified the “Oitava Regional de Saúde de
Francisco Beltrão- Paraná by Information System on Diseases of Compulsory Declaration –
SINAN: Regarding demographics the predominant age group was 21-30 years (57.1%),
schooling prevalent in primary (52.4%). The municipality with the highest incidence was
Francisco Beltrão (19.0%), most pre-natal care (90.5%) and antiretroviral prophylaxis
(85.7%). Through this work, the data obtained indicated that actions at the primary and the
formulation of public policies helped the good prognosis of both the pregnant woman and the
child, contributing to improve the quality of life of this population.
Descriptors: HIV, pregnant women, virus.
ÍNDICE DE VIH EN PORTADORES DE EMBARAZO DE UNA SALUD REGIONAL
EN EL ESTADO DE PARANÁ
RESUMEN
La infección con virus de inmunodeficiencia humana (VIH) es un problema de salud pública
en todo el mundo, infectando principalmente a las mujeres de edad reproductiva y por lo
tanto el aumento de la probabilidad de transmisión. La muestra estuvo conformada por 21
madres VIH-positivas, notificó a la Regional de Salud Octava Francisco Beltrán, Sistema de
Información de Enfermedades de Declaración Obligatoria Parana - SINAN. En cuanto a la
demografía del grupo de edad predominante fue 21 a 30 años (57,1%), la escolaridad común
en primaria (52,4%). El municipio con mayor incidencia fue Francisco Beltrán (19,0%), la
mayor atención prenatal (90,5%) y la profilaxis antirretroviral (85,7%). A través de este
estudio, los datos indicaron que las acciones en los niveles primario y la formulación de
políticas públicas de ayuda en el buen pronóstico de la mujer embarazada y el niño, lo que
contribuye a mejorar la calidad de vida de esta población.
Descriptores: VIH, mujeres embarazadas, virus.
3
INTRODUÇÃO
A incidência do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) no mundo se apresenta em
grande porcentagem, estima-se que hoje existam 33,2milhões de pessoas portadoras do vírus.
O que mais preocupa é que a maioria desses indivíduos são mulheres em idade reprodutiva,
que consequentemente podem contribuir com o aumento também da quantidade de crianças
infectadas pelo HIV. Devido a isso, o Ministério da Saúde implantou como rotina no prénatal, exames que possibilitam o diagnóstico do vírus HIV. Essa conduta foi positiva, pois em
caso de gestantes HIV, pode-se fazer o uso de medicações antirretrovirais ainda no início da
gestação diminuindo a possibilidade de transmissão vertical(1).
Em um estudo feito sobre as probabilidades de como pode ocorrer a transmissão
vertical, revelou que 65% dos casos acontecem durante o parto, 35% ainda intra-útero e 7% a
22% ocorre através da amamentação. Relata ainda a efetividade da medicação antirretroviral
zidovudina durante a gestação, na redução da transmissão vertical (67,5%)(2).
Devido à cobertura de realização de testes para o HIV no pré-natal estarem sendo
menores do que o desejado, o Ministério da Saúde lançou em 2003 o Projeto Nascer
Maternidade. Este visa atuar em maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS) localizadas
em municípios que atendam mais de 500 partos por ano, preconizando a diminuição da
transmissão vertical e orientando a todas as gestantes a importância do acompanhamento por
profissionais de saúde durante a gestação. Para aquelas que por algum motivo não realizaram
o pré-natal e, portanto não tenham feito o teste anti-HIV, podem realizá-lo na maternidade(3).
A assistência à gestante durante o pré-natal é de extrema importância para que se tenha
uma diminuição dos casos de transmissão vertical. É necessária a realização de todos os
exames no início da gestação. Em caso da gestante ser HIV positiva, deve fazer o uso de
medicações antirretrovirais o mais precoce possível, reduzindo assim a possibilidade de
contaminação do feto(4).
4
Com isso, o presente estudo teve como objetivo fazer uma análise do índice de
gestantes portadoras de HIV, notificadas no Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN), da Oitava Regional de Saúde de Francisco Beltrão- Paraná,
correlacionando ainda os casos com níveis socioeconômicos, dados do pré-natal e do parto.
METODOLOGIA
O presente estudo de caráter documental, quantitativo, retrospectivo, utilizou o
programa do Ministério da Saúde, Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN), analisando fichas de notificação de gestantes HIV, fornecidos pela Oitava Regional
de Saúde do estado do Paraná (8ª RS-PR) localizada no município de Francisco Beltrão, no
intuito de analisar o Índice de Gestantes Portadoras do HIV em uma Regional de Saúde no
Estado do Paraná.
O SINAN é alimentado pelos setores de Vigilância em Saúde das Secretarias
Municipais de Saúde, estas, enviam periodicamente os dados processados para as Secretarias
Estaduais, que por sua vez, enviam os dados para o Ministério da Saúde. Este programa
contém informações sobre todos os agravos de notificação compulsória no Brasil, com o
objetivo de fornecer dados para caracterizar o perfil de morbidade vigente. Serve para
notificar diversos tipos de agravos além de controlar o registro e o processamento desses
dados em todo o território nacional, fornecendo informações para análise do perfil da
morbidade e contribuindo, desta forma, para a tomada de decisões em nível municipal,
estadual e federal.
No caso particular do HIV, as informações que alimentam o SINAN são provenientes
das notificações de casos confirmados. O sistema contém informações epidemiológicas
relevantes, que tem sido utilizado para caracterizar a dinâmica temporal da epidemia do vírus,
assim como para subsidiar as ações de vigilância, prevenção e controle da doença no Brasil.
5
Embora apresente problemas de atraso na notificação de casos após o diagnóstico, o sistema
tem sido bem monitorado desde o inicio da epidemia e contém informações de 1980 até o
presente. Também é fonte de dados disponível para se conhecer aspectos importantes da
transmissão materno-infantil.
A 8ª RS-PR abrange 27 municípios, atendendo aproximadamente 337.750 habitantes
da região Sudoeste do Paraná, sendo estes Ampére, Barracão, Bela Vista da Caroba, Boa
Esperança do Iguaçu, Bom Jesus do Sul, Capanema, Cruzeiro do Iguaçu, Dois Vizinhos,
Enéas Marques, Flor da Serra do Sul, Francisco Beltrão, Manfrinópolis, Marmeleiro, Nova
Esperança do Sudoeste, Nova Prata do Iguaçu, Pérola D’Oeste, Pinhal de São Bento, Planalto,
Pranchita, Realeza, Salgado Filho, Salto do Lontra, Santa Izabel do Oeste, Santo Antonio do
Sudoeste, São Jorge D’Oeste e Verê(5) .
Foram coletados dados de 21 gestantes HIV positivas pertencentes a 8ª RS-PR, do
período de janeiro de 2008 a dezembro de 2012.
Foram coletados dos bancos de dados os campos correspondentes aos objetivos da
pesquisa, segundo a ficha de notificação das gestantes HIV positivas. As variantes analisadas
foram: Sócio demográficas (Idade, escolaridade e raça/cor); Assistência pré-natal (Idade
gestacional de primeira consulta, evolução da gravidez, período da realização do exame anti
HIV, início do uso de antirretroviral na gestação); Dados do Parto (Uso de antirretroviral
durante o parto e evolução da gravidez).
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Paranaense (UNIPAR) e Plataforma Brasil de acordo com a resolução 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde (CNES) e aprovado sob o protocolo n° 239.907.
Para a coleta de dados, foram anotadas as informações contidas no SINAN em
planilha do Excel®. Os dados foram tratados através de estatística descritiva e análise de
freqüência, para dados categorizados a fim de verificar prevalência. As análises foram
6
desenvolvidas com a utilização do software específico IBM Statistical Package for the Social
Science (SPSS) versão 17.0 (Windows; Chicago, IL, USA).
RESULTADOS
No que se refere a dados demográficos das gestantes portadoras do vírus HIV da 8ª
RS-PR, observou-se que 71,4% das gestantes são de raça branca, com escolaridade
predominante no ensino fundamental (52,4%) e com faixa etária em média de 27 anos (Tabela
1).
Tabela 1- Distribuição das características sócio-demográficas de gestantes HIV+, 2008 a
2012, da 8ª Regional de Saúde de Francisco Beltrão– Paraná.
Variável
N
%
16 a 20
3
14,3%
21 a 30
12
57,1%
31 a 40
6
28,6%
Branca
15
71,4%
Parda
6
28,6%
Branco/Ignorado
1
4,8%
Ensino fundamental completo
11
52,4%
Ensino médio
8
38,0%
Ensino Superior
1
4,8%
Idade (anos) (n=21)
Raça (cor) (n=21)
Escolaridade (n=21)
7
Ao analisarmos o índice de gestantes HIV positivas distribuídas por município da 8ª
RS-PR, podemos observar que a porcentagem maior se concentra em Francisco Beltrão
(19,0%), seguido após por Ampére e Santa Izabel do Oeste (14,2% respectivamente) (Tabela
2).
Tabela 2-Distribuição de gestantes HIV positivas notificadas por municípios no SINAN,
2008 a 2012, da 8ª Regional de Saúde, Francisco Beltrão – Paraná.
Município
N=21
%
Ampére
3
14,2%
Capanema
1
4,8%
Dois Vizinhos
2
9,5%
Francisco Beltrão
4
19,0%
Marmeleiro
2
9,5%
Pranchita
1
4,8%
Realeza
1
4,8%
Renascença
1
4,8%
Salto do Lontra
1
4,8%
Santa Izabel do Oeste
3
14,2%
Santo Antonio do Sudoeste
1
4,8%
Verê
1
4,8%
Ao analisarmos os dados relacionados à assistência à gestante, observa-se que a
grande maioria delas realizou pré-natal (90,5%), e o diagnóstico de HIV positivo tido durante
a realização do mesmo apresentou-se em 61,9% dos casos, tendo também uma quantidade
relevante de pacientes que já tinham o diagnóstico antes de iniciarem as consultas do pré-natal
8
(33,3%). A descoberta da infecção pelo HIV nas gestantes em sua na maioria, no primeiro
trimestre de gestação (38,3%) seguida do segundo trimestre (33,3%). Vale destacar que,
grande parte realizou profilaxia antirretroviral (85,7%) (Tabela 3).
Tabela 3- Distribuição da frequência dos dados da assistência pré-natal e realização do teste
anti-HIV em gestantes HIV positivas, 2008 a 2012, 8ª Regional de Saúde, Francisco Beltrão Paraná.
Variável
N
%
Sim
19
90.5%
Não
2
9.5%
Antes do pré-natal
7
33,3%
Durante o pré-natal
13
61,9%
Durante o parto
1
4,8%
1° trimestre
8
38,1%
2° trimestre
7
33,3%
3° trimestre
4
19,0%
4° trimestre
2
9,5%
Ignorado/Branco
3
14,3%
Sim
18
85,7%
Fez pré-natal (n=21)
Evidencia laboratorial (n=21)
Diagnóstico trimestre da gestação (n=21)
Profilaxia ARV
9
No que se refere à assistência ao parto, destacou-se o parto cesárea eletiva (81.0%),
que é o mais indicado em caso de HIV positivas. E quanto à evolução da gravidez a maior
porcentagem é de nascidos vivos (90.5%).
Tabela 4- Distribuição da freqüência da assistência ao parto em gestantes HIV positivas,
2008 a 2012, 8ª Regional de Saúde, Francisco Beltrão - Paraná.
Variável
N
%
Ignorado/branco
2
9,4%
Vaginal
1
4,8%
Cesárea eletiva
17
81,0%
Cesárea de urgência
1
4,8%
Ignorado/branco
2
9,5%
Nascido vivo
19
90,5%
Tipo de parto (n=21)
Evolução da gravidez (n=21)
DISCUSSÃO
Esta pesquisa foi realizada na Oitava Regional de Saúde do Estado do Paraná, foram
coletados dados de 21 gestantes HIV positivas, cadastradas no SINAN no período de 2008 a
2012.
Constata-se que a prevalência de gestantes HIV positivas sofreu oscilações no período
estudado. Nos anos de 2008 a 2010 houve três casos, a partir de 2011 pode-se observar um
aumento significativo, em apenas dois anos o índice passou para 17 casos. Este aumento,
provavelmente, ocorreu devido a uma maior quantidade de notificações realizadas, motivadas
10
a partir de programas de atenção a gestante HIV positiva. Pode-se citar como exemplo, o
Programa Nascer Maternidade que tem por objetivo diminuir a transmissão vertical do HIV,
orientando a todas as gestantes a importância do pré-natal no acompanhamento da gestação e
sua evolução, através de consultas e exames conforme preconizado pelo Ministério da
Saúde(6).
No que se refere a dados demográficos das gestantes portadoras do vírus HIV da 8ª
RS-PR observou-se que a maioria é de raça branca (71,4%; n=21) e com faixa etária em
média de 27 anos, em que se percebe também uma quantidade significativa de gestantes com
idade entre 16 e 23 anos, são gestantes com uma faixa etária muito jovem.
Estudo realizado com 168 fichas de notificação de gestantes HIV em Itajaí – SC
encontrou resultados bem semelhantes, em que 10,8% das pacientes eram adolescentes(7).
Esses resultados podem ser explicados, pois atualmente, devido à primeira relação sexual
estar ocorrendo cada vez mais precoce entre os adolescentes, muitas vezes, pela falta de
informação ou até mesmo pela mídia que representa estímulo aos jovens em ter uma relação
sem compromisso e colocando na moda o termo “ficar”.
Alguns autores relatam que em média a primeira relação sexual ocorre aos 15 anos de
idade, onde 72,7% referem à primeira vez como um ato “simplesmente acontecido”(8). Dessa
forma, podemos observar crescimento progressivo de indivíduos portadores de HIV, que pela
falta de conhecimento acabam não usando algum método de barreira ou substituem o
preservativo por métodos hormonais, que protegem apenas da gravidez e não das doenças
sexualmente transmissíveis.
No Brasil houve um aumento na incidência de casos de gestantes na faixa etária
próxima aos 15 anos, ficando entre 14 a 22%
(8).
Em um estudo feito em um hospital de São
Paulo no período de julho de 2001 e novembro de 2002, pôde-se observar 4.108 internações
11
no centro obstétrico, das quais 24,4% eram pacientes gestantes adolescentes, com idade média
de 17 anos(9).
Durante o período de 2000 a 2007, foram realizadas 36.300 notificações em gestantes
HIV no Brasil, com maior porcentagem na faixa etária média de 13 anos, e infecção devido à
contaminação materno-infantil(10).
No que se refere à escolaridade das pacientes notificadas na 8ª RS-PR, predominou o
ensino fundamental completo (52,4%; n=21). E um estudo realizado através de informações
no Estudo-Sentinela Parturiente, os autores observaram que 64% das pacientes HIV+ tinham
ensino fundamental completo(11). Corroborando com estas informações, em outro estudo
realizado no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), situado na zona norte do Rio
de Janeiro, com 51 gestantes HIV positivas, relatou que 61,9% tem ensino fundamental, e
estudaram de 5 a 7 anos(12).
Autores realizaram um pesquisa com indivíduos de ambos os sexos, com idade entre
16 a 65 anos, moradores nas áreas urbanas de 169 microrregiões do Brasil, apresentou que
indivíduos com faixa etária maior e com melhor nível de educação, apresentaram mais
conhecimento sobre formas de prevenção do HIV/AIDS, do que aqueles que estudaram
menos e tem uma faixa etária menor(13).
Através destes estudos, podemos observar que os anos de escolaridade das pacientes
são muito baixos, em que, ás vezes, a infecção pelo HIV pode estar associada à falta de
conhecimento e informação.
Quanto ao índice de gestantes HIV positivas distribuído por município da 8ª RS-PR, a
porcentagem maior se concentra em Francisco Beltrão (19,0%), seguido por Ampére e Santa
Izabel do Oeste (14,2%). Esta concentração de casos no município de Francisco Beltrão pode
estar ocorrendo devido à migração de indivíduos para esta cidade, em busca de emprego e
melhor qualidade de vida, porém de alguma forma acabam contraindo o vírus HIV e
12
retornando para casa, e com isso podendo incorrer em transmissão do vírus a outros
indivíduos. Acredita-se que essa transmissão, não seja pela falta de informações e sim pelo
descuido, pelo não uso de preservativo em todas as relações sexuais(14).
Na figura 1 pode-se observar o município em que se concentra maior quantidade de
casos de gestantes com HIV, notificadas na 8ª RS-PR.
Figura 1- Distribuição de maior porcentagem de gestantes HIV+ notificadas no SINAN, 2008
a 2012, da 8ª Regional de Saúde, Francisco Beltrão – Paraná.
Fonte: Secretaria Estadual de Saúde, 2013.
Em relação aos dados da 8ª RS-PR cogitados à assistência à gestante, observa-se que a
grande maioria delas realizou pré-natal (90,5%), e o diagnóstico de HIV+ ocorreu durante a
realização do mesmo (61,9%), uma quantidade significativa de pacientes já tinham o
diagnóstico antes de iniciarem as consultas do pré-natal (33,3%). A descoberta da infecção
pelo HIV nas gestantes ocorreu em sua maioria durante o primeiro trimestre de gestação
(38,3%) seguido do segundo trimestre (33,3%).
No Recife estudo com 612 gestantes, mostra que a cobertura de pré-natal foi de
96,1%, em que a média de consultas foi de 5,3(15). Dados semelhantes foram encontrados em
13
estudo realizado com 54 gestantes HIV-positivo, do Hospital Municipal Universitário de São
Bernardo do Campo- SP, onde 94% das gestantes estudadas fizeram acompanhamento prénatal(16).
Estes resultados apresentam-se satisfatórios, visto que representa uma maior atenção a
saúde da gestante, devido à implantação pelo Ministério da Saúde, em 1986, do Programa de
Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), com o objetivo de reduzir a
morbimortalidade da mulher e da criança, através da assistência ao ciclo gravídico puerperal:
pré-natal, parto e puerpério. Dentre as suas várias funções, o programa prioriza a atenção à
população feminina, no planejamento familiar e reprodução humana e cuidados durante o prénatal(17).
No que se refere ao diagnóstico do HIV, em um estudo feito em Itajaí-SC, relatou que
55% das mulheres pesquisadas, tiveram o conhecimento de serem portadoras do vírus durante
o pré-natal e 41% dos casos já estava definido antes da gestação(18). Em uma pesquisa
realizada em um hospital de Alto Risco de Belo Horizonte- MG com 90 gestantes, concluindo
que 60% tiveram o diagnóstico do HIV durante alguma de suas gestações, através da
realização do pré-natal(19).
Em uma entrevista com 138 gestantes HIV+ de maternidades públicas de Fortaleza,
em que 48,6% relataram que foram diagnosticadas durante a gravidez e 35,5% já tinham
conhecimento do vírus antes da gestação(20). Analisando estes estudos, nota-se que a maioria
das pacientes teve o diagnóstico de HIV, durante o primeiro trimestre da gestação através de
exames solicitados no pré-natal. Mesmo sendo um diagnóstico a tempo para as medidas de
tratamento, o correto seria ter conhecimento da patologia antes da gravidez. Devido à
possibilidade de transmissão vertical ser grande, é de extrema importância o conhecimento da
patologia, quando constatada no início da gestação é possível fazer um tratamento com
14
medicações antirretrovirais a partir da 14ª semana e durante o parto, aumentando assim a
possibilidade de não ocorrer transmissão vertical e da criança nascer sem o vírus.
Sobre profilaxia antirretroviral em pacientes notificadas na 8ª RS-PR, observa-se que a
grande maioria das gestantes fez uso dessas medicações durante o período gestacional
(85,7%).
No que se refere à assistência ao parto, tem-se como grande maioria a realização de
cesárea eletiva (81,0%), a mais indicada em caso de HIV positivo. E quanto à evolução da
gravidez a maior porcentagem é de nascidos vivos (90,5%).
CONCLUSÃO
A partir da presente pesquisa, pode-se observar que o índice de gestantes HIV
positivas notificadas no SINAN da Oitava Regional de Saúde de Francisco Beltrão – Paraná
encontrou-se em quantidade inferior a de outros estudos relatados na literatura. No entanto,
em comparação com anos anteriores, observou-se um aumento de gestantes notificadas,
acredita-se que este fato seja devido à implantação de programas pelo Ministério da Saúde
que visam melhor qualidade no atendimento e na assistência as gestantes.
Outro resultado importante apresentado foi que grande parte das pacientes, no
primeiro trimestre de gestação, descobriram através de exames solicitados serem portadoras
de HIV, embora tenha ocorrido uma demora no diagnóstico, sabe-se que quanto antes tiver
conhecimento desta patologia menor são as chances de transmissão vertical, e que há
possibilidade de tratamento antirretroviral diminuindo as chances desta contaminação.
Através de pesquisas elaboradas afirma-se também que a educação é um fator
socioeconômico relacionada com a incidência do HIV, nota-se a importância do
desenvolvimento de uma educação ativa à população. Atualmente, grande parte dos
indivíduos levam os relacionamentos como algo sem compromisso, com vários parceiros e,
15
muitas vezes, não utilizam método de barreira ou substituem o preservativo por métodos
hormonais, que protegem apenas da gravidez e não das doenças sexualmente transmissíveis.
Contudo, para que o enfermeiro possa desenvolver boa assistência a gestante HIV,
devem ser implantadas ações e políticas públicas que visam melhor qualidade de vida as
portadoras do vírus, enfatizando-se a atuação de uma equipe interdisciplinar voltada aos
cuidados preventivos, paliativos e ao acolhimento dessa população.
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