11º Simpósio Mineiro de Enfermagem e Farmácia em Oncologia Segurança na Terapia Intravenosa Bruno Viana de Andrade Enfermeiro do Serviço de Oncologia do Hospital Mater Dei Belo Horizonte – MG 2014 História da terapia intravenosa • Renascimento (1438-1660) – Descoberta do sistema circulatório – Invenção da primeira agulha hipodérmica – Transfusão animal/homem • Século XIX – Transfusão homem/homem – Uso de solução salina intravenosa – Lavagem das mãos e luva de borracha – Primeira companhia farmacêutica História da terapia intravenosa • Século XX – Descoberta do grupo ABO e fator Rh – Cateter intravenoso flexível – Utilização de PICC em UTIs – Publicação de diretrizes para terapia IV – Desenvolvido cateter central tuneilizado – Desenvolvido cateter totalmente implantado Terapia intravenosa • A terapia intravenosa integra o cotidiano da enfermagem no tratamento dos agravos à saúde, sendo definida como um conjunto de conhecimentos e técnicas que visam à administração de soluções e fármacos no sistema circulatório. • Processo complexo onde se destaca a punção venosa que requer habilidade técnica e conhecimento científico. Conhecimentos e princípios • Cuidados necessários – Preparo do paciente – Escolha e obtenção de acesso venoso periférico – Cálculo, preparo e administração de fármacos e soluções – Monitoração das infusões – Troca das soluções e dos dispositivos de infusão – Realização de curativos – Retirada de cateteres • Capacitação em biossegurança aos funcionários e fornecimento de EPIs específicos. Conhecimentos e princípios • • • • • • • • • Anatomia e fisiologia Função do sistema vascular Farmacologia SAE Protocolos de tratamentos Desenvolvimento de habilidades Tecnologia Compreensão, sensibilidade, integralidade... Liderança Terapia intravenosa • Para realizar a terapia IV com eficácia, o enfermeiro precisa saber a anatomia e a fisiologia da pele e do sistema venoso, além de estar familiarizado com a espessura e a consistência da pele de vários locais. • Realizar uma punção venosa com eficácia requer conhecimento e domínio da terapia de infusão, bem como habilidade psicomotora. Acesso venoso • O acesso intravenoso é responsável por cerca de 1,9% de todas as infecções adquiridas no hospital • Qualidade do material • Complicações (físicos e químicos) • Experiência da equipe de enfermagem • Tecnologia (USG, Sistema infravermelho) Etapas da terapia medicamentosa • • • • • • • Prescrição Transcrição Dispensação Distribuição Preparo Administração Monitorização Erros de medicação A administração de medicamentos é considerada uma atividade complexa e suscetível a erros que podem comprometer o sucesso do tratamento, principalmente quando há erros de dose. Estudos apontam que um ou mais erros ocorrem na preparação e/ou administração medicamentos IV (taxa de erro: 49%) Análise do erro • • • • Causa Raiz Ishikawa Ações corretivas Ações preventivas • Matriz de Risco Medicação segura • • • • • • • • • Paciente certo Medicamento certo Dose certa Via certa Hora certa Tempo certo Forma certa Checagem e registro certo Orientação e resposta certa Complexidade dos protocolos de terapia de infusão Complexidade dos protocolos de terapia de infusão • Deficiências e falta de qualidade na formação dos profissionais impedem melhores resultados e colocam em risco a vida dos pacientes. • Evidências científicas indicam que longas jornadas de trabalho afetam as relações pessoais, aumento de licenças médicas, insatisfação com o trabalho, rotatividade e ineficiência. Administração de terapias antineoplásicas Considerada um procedimento complexo devido às características da classe farmacológica e de sua utilização, o estreito índice terapêutico dos medicamentos, regimes de tratamento complexos como a poliquimioterapia, variação das doses entre os pacientes, uso de bombas de infusões, uso associado de terapias de suporte e vulnerabilidade das pessoas. Eventos adversos • Os medicamentos antineoplásicos são administrados por meio de um processo especializado e complexo, que exige responsabilidade e conhecimento atualizado por parte dos membros da equipe de enfermagem, pois expõe pacientes e profissionais a sérios riscos. • Na administração desses medicamentos, o enfermeiro deve estar atento aos fatores individuais e/ou sistêmicos que podem promover falhas na prática profissional e, consequentemente, causar eventos adversos evitáveis durante a assistência. Complicações • Hematoma • Trombose • Flebite – Mecânica – Química – Bacteriana – Pós-infusão • Tromboflebite • Infiltração • Extravasamento • Infecção local • Espasmo venoso Cuidados na terapia intravenosa • A via endovenosa é considerada a via de administração mais segura no que se refere à absorção e manutenção do nível sérico da droga. • Cuidados especiais relacionados à toxicidade local, vascular e dermatológica, causada por grande parte dos quimioterápicos. • O conhecimento específico da medicação e administração é de suma importância assim como o tratamento das complicações e precauções padrão. Cuidados na terapia intravenosa • • • • • • Diluição Velocidade Bolus Sinais flogísticos Curativo Orientação Cuidados na administração • A rede endovenosa é uma das principais vias para administração de quimioterápicos e requer um cuidado especial na prevenção de extravasamento. • Sinais e sintomas tem que ser valorizados – Dor – Eritema – Desconforto – Edema – Queimação Extravasamento • Há dois grupos de agentes antineoplásicos que causam alterações locais: – Irritantes que causam desconforto local ao longo da veia associado à hiperemia local. – Vesicantes que leva a fixação da droga ao DNA da célula produzindo lesão celular imediata, provocando irritação severa, podendo formar vesículas e subseqüente necrose tecidual. Extravasamento Cuidados na terapia • Uso do mesmo sítio para múltiplas punções ou em pequenos intervalos de tempo • Garroteamento por tempo excessivo • Calibre do vaso • Velocidade e tempo de infusão • Transfixação de vasos • Deslocamento do cateter • Tempo prolongado de uso do mesmo sítio • Excesso e a falta de fixação • Umidade ou sujidade no curativo de punção Cuidados na terapia • • • • • • Agulha própria (Huber) Troca da agulha e curativo conforme protocolo Punção correta e segura Testes de infusão positivo Utilização de seringas de 10mL ou superior Observar edema, dor ou qualquer queixa durante a infusão • Atentar para possíveis complicações • Heparinização mensal Promovendo a segurança • • • • • • • Atitude segura Trabalho em equipe Comunicação efetiva Construção do ambiente seguro Tecnologia Gestão de risco Educação continuada Referências • CAMERINI, F. G. et al. Preparo e administração de medicamentos intravenoso pela enfermagem: garantindo a segurança junto aos pacientes críticos. Dissertação. Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2010. • MURASSAKI, A. C. Y. et al. Avaliação de cuidados na terapia intravenosa: desafio para a qualidade na enfermagem. Esc Anna Nery, v. 17, n. 1, 2013. • COSTA, E. C. Segurança na administração de medicamentos antineoplásicos: conhecimentos e ações de profissionais de enfermagem. Dissertação. Universidade Federal de Goiás. 2012. REIS, P. E. D. et al. Efeitos adversos identificados em local de infusão intravenosa periférica por drogas quimioterápicas. Ciencia y Enfermeria, v. 14, n. 2, 2008. • • ADAMI, N. P. et al. Extravasamento de drogas antineoplásicas. Notificação e cuidados prestados. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 47, n. 2, 2001. • MELLO, A. P. Boas práticas na administração de medicamentos. VI Simpósio Internacional de Enfermagem. Hospital Israelita Albert Einstein. São Paulo. 2012. • SWERTS, C. 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