DISCIPLINA: ARTES COLÉGIO DELTA – 35 ANOS “APAIXONADO PELA EDUCAÇÃO” Prof.: CONSUELO ANO: 1º APS ( X ) DATA: 24/02/2017 Nome: ______________________________________________________ Arte no Paleolítico e Neolítico Um dos períodos mais fascinantes da história da humanidade é a Pré história. Esse período não foi registrado por nenhum documento escrito, pois é exatamente a época anterior à escrita. Tudo que sabemos dos homens que viveram nesse tempo é resultado da pesquisa de antropólogos e historiadores, que reconstituíram a cultura do homem da Idade da Pedra a partir dos objetos encontrados em várias partes do mundo, e de pinturas achadas no interior de muitas cavernas na Europa, Norte da África e Ásia. Como a duração da Pré-História foi muito longa, os historiadores a dividiram em três períodos: Paleolítico Inferior (cerca de 50.000 a.C.), Paleolítico Superior (aproximadamente 30.000 a.C.) e Neolítico (por volta do ano 10.000 a. C. ). ARTE PALEOLÍTICA As primeiras expressões da arte eram muito simples. Consistiam em traços feitos nas paredes de argila das cavernas ou das "mãos em negativo". A principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada, nome pelo qual também é conhecido o Paleolítico Superior, é o naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista a captava. A principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada (Paleolítico Superior) é onaturalismo. O artista pintava os seres, um animal por exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista captava. Pintura Rupestre: Mão em Negativo É importante notar que esses desenhos já revelam uma elaboração por parte do artista. Por isso, não existe neles qualquer traço que possa nos levar a compará-los com os desenhos infantis. Essa arte era realizada por caçadores, e faziam parte de um processo de magia por meio do qual procurava-se interferir na captura de animais. Ou seja, o pintor-caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que possuísse a sua -1- Colégio Delta www.colegiodelta.com.br imagem. Acreditava que poderia matar o animal verdadeiro desde Como AM trabalhavam os artistas pré-históricos: que o representasse ferido mortalmente num desenho. Em suas pinturas, o homem da caverna usava óxidos minerais, ossos carbonizados, carvão, vegetais e sangue de animais. Os elementos sólidos eram esmagados e dissolvidos na gordura dos animais caçados. NEOLÍTICO Por Ana Lucia Santana O período neolítico, também conhecido por Idade da Pedra Polida (aproximadamente entre 12000 a.C. e 4000 a.C.), por conta do uso de ferramentas produzidas com pedras lascadas e polidas, marcou o aparecimento da agricultura e, consequentemente, do Outro aspecto que chama a atenção de quem observa as pinturas sedentarismo. Ao retirar seus alimentos do solo, os homens sentem rupestres, isto é, feitas em rochedos e paredes de cavernas, é a a necessidade de fixar-se na terra, construindo casas e, assim, capacidade de seus criadores interpretarem a natureza. constituindo-se nos primeiros arquitetos da história da humanidade. Esse avanço histórico e econômico do ser das cavernas leva os historiadores a chamar essa época de Revolução Neolítica ou Revolução Agrária, um momento de transição para a História, uma vez que esta era termina justamente com o surgimento da escrita. Esse desenvolvimento marcante da humanidade propicia o nascimento de instituições como a família, e em seu seio a divisão do trabalho. Com os rituais religiosos substituindo a magia, a constatação de que forças sobrenaturais regem o comportamento da natureza, a percepção de que as mudanças climáticas influem As imagens que representam animais temidos estão carregadas de traços que revelam força e movimento. Assim estão retratados os no cultivo da terra, o homem institui os cultos, a adoração aos ídolos, amuletos e símbolos sagrados, que podem ser invocados nos momentos mais difíceis. Assim, os homens assumem as bisontes e outras feras. Mas nas imagens que representam renas e funções mágicas e sacerdotais – arte sagrada - e as mulheres as cavalos, tarefas artesanais, ou arte profana. os traços revelam leveza e fragilidade. Erguem-se neste período os monumentos megalíticos, construídos sobre blocos de pedra monumentais e verticais – do grego mega, megalos, grande, e lithos, pedra -, com fins simbólicos e religiosos, mas principalmente funerários. Um exemplo desta construção é o Santuário de Stonehenge, na Inglaterra, uma das primeiras obras arquitetônicas da história – um imenso círculo de pedras, com dois outros círculos interiores a ele, voltado para o ponto onde nasce o sol no solstício de verão. Provavelmente era um local onde se cultuava o sol. Surge também na era neolítica a produção do fogo, da cerâmica, a fiação, -2- a tecelagem, uma arte que evolui para parâmetros Colégio Delta www.colegiodelta.com.br geométricos, contrastando com o naturalismo realista do Paleolítico. Na criação das formas, o artista opta pelo abstracionismo, pois os seus sentidos não precisam mais se concentrar na caça, podem assim se voltar para as imagens representadas em sua mente, ou seja, para o abstrato, o racional, produzindo um estilo não mais figurativo, mas mais condizente com o fruto de suas reflexões. AM investigadores, coleccionadores e mesmo o olhar amador. A partir do momento em que se decifram os hieróglifos na Pedra de Roseta é possível dar passos seguros a caminho da compreensão dacultura, história, mentalidade, modo de vida e naturalmente da motivação artística dos antigos egípcios.A arte egipcia foi surgida em 3000 A arte do antigo Egito serve políticos e religiosos. Para Afinal, ele agora reserva seus momentos de repouso para as compreender a que nível se expressam estes objetivos é atividades artísticas. necessário ter em conta a figura dosoberano absoluto, o faraó. Ele é dado como representante de Deus na Terra e é este seu aspecto Os temas das representações artísticas também não são os divino que vai vincar profundamente a manifestação artística. mesmos. Ao contrário do homem do Paleolítico, que expressava Deste nas a constantemente o faraó e as diversas divindades da mitologia sobrevivência, ou seja, a caça, o artista neolítico, que começa a se egípcia, sendo aplicada principalmente a peças ou espaços paredes das cavernas suas preocupações com organizar socialmente, expressa sua vivência inicial do coletivo, seus primeiros passos no convívio com o outro. Esta arte tem a marca das comunidades camponesas, de seu tradicionalismo, suas modo a arte representa, exalta e homenageia relacionados com o culto dos mortos, isto porque a transição da vida à morte é vista, antecipada e preparada como um momento de passagem da vida terrena à vida após a morte, à vida eterna e suprema. convenções, seu tempo, que é o dos ciclos da Natureza, portanto do próprio trabalho agrícola, intrinsecamente dependente dos movimentos da terra. O faraó é imortal e todos seus familiares e altos representantes da sociedade têm o privilégio de poder também ter acesso à outra vida. Os túmulos são, por isto, dos marcos mais representativos da arte egípcia, lá são depositados as múmias ou estátuas (corpo Fontes: físico que acolhe posteriormente a alma, ka) e todos os bens físicos http://www.historiadaarte.com.br/linha/prehistoria.html do cotidiano que lhe serão necessários à existência após a morte. http://www.eba.ufmg.br/alunos/kurtnavigator/arteartesanato/artetrab Estilo e normas alho.html A arte egípcia refere-se civilização do antigo à arte desenvolvida e aplicada Egito localizada no vale pela do rio Nilo no Norte da África. Esta manifestação artística teve a sua supremacia na religião durante um longo período de tempo, estendendo-se aproximadamente pelos últimos 3000 anos antes de Cristoe clarificação demarcando das diferentes épocas que diferentes auxiliam variedades Pintura de oferendas na câmara tumular de Menna. na estilísticas adoptadas: Período Arcaico, Império Antigo, Império Médio, Império Novo, Época Baixa, Período Ptolemaico e vários períodos intermédios, mais ou menos curtos, que separam as grandes épocas, e que se denotam pela turbulência e obscuridade, tanto social e política como artística. Mas embora sejam reais estes diferentes momentos da história, a verdade é que incutem somente pequenas nuances na manifestação artística que, de um modo geral, segue sempre uma vincada continuidade e homogeneidade. O tempo e os acontecimentos históricos encarregaram-se de ir Pintura na câmara tumular de Nefertari, mulher de Ramsés II. eliminando os vestígios desta arte ancestral, mas, mesmo assim, foi possível redescobrir algo do seu legado no século XIX, em que Todas as representações artísticas estão repletas de significados escavações sistemáticas trouxeram à luz obras capazes de fascinar que -3- ajudam a caracterizar figuras, a estabelecer níveis Colégio Delta www.colegiodelta.com.br hierárquicos e a descrever situações. Do mesmo modo a AM Amarelo (ketj): para criarem o amarelo, os Egípcios "simbologia" serve à estruturação, à simplificação e clarificação da recorriam ao óxido de ferro hidratado (limonite). Dado que o sol mensagem transmitida criando um forte sentido de ordem e e o ouro eram amarelos, os Egípcios associaram esta cor à racionalidade extremamente importantes. eternidade. As estátuas dos deuses eram feitas a ouro, assim A harmonia e o equilíbrio devem ser mantidos, qualquer perturbação neste sistema é, consequentemente, um distúrbio na como os objetos funerários do faraó, como as máscaras. vida após a morte. Para atingir este objetivo de harmonia são utilizadas linhas simples, formas estilizadas, níveis retilíneos de estruturação de espaços, manchas de cores uniformes que Verde (uadj): era produzido a partir da malaquite do Sinai. Simboliza a regeneração e a vida; a pele do deus Osíris poderia ser também pintada a verde. Azul (khesebedj): obtido a partir da azurite (carbonato de cobre) ou recorrendo-se ao óxido de cobalto. Estava associado transmitem limpidez e às quais se atribuem significados próprios. ao rio Nilo e ao céu. preto A hierarquia social e religiosa traduz-se, na representação artística, Lei da Frontalidade na atribuição de diferentes tamanhos às diferentes personagens, consoante a sua importância. Como exemplo, o faraó será sempre Embora seja uma arte estilizada é também uma arte de atenção ao a maior figura numa representação bidimensional e a que possui pormenor, de detalhe realista, que tenta apresentar o aspecto mais estátuas e espaços arquitetônicos monumentais. Reforça-se assim revelador o sentido simbólico, em que não é a noção de perspectiva (dos ângulos de visão. Para esta representação são só possíveis três diferentes níveis de profundidade física), mas o poder e a pontos de vista pela parte do observador: de frente, de perfil e de importância que determinam a dimensão. cima, e que cunham o estilo de um forte componente de estática, de As cores de determinada entidade, uma embora com restritos imobilidade solene. O corpo humano, especialmente o de figuras importantes, é A arte egípcia, à semelhança da arte grega, apreciava muito as representado utilizando dois pontos de vista simultâneos, os que cores. As estátuas, o interior dos templos e dos túmulos eram oferecem profusamente coloridos. Porém, a passagem do tempo fez com que personagem: os olhos, ombros e peito representam-se vistos de se perdessem as cores originais que cobriam as superfícies dos frente; a cabeça e as pernas representam-se vistos de lado. objetos e das estruturas. maior informação e favorecem a dignidade da O fato de, ao longo de tanto tempo, esta arte pouco ter variado e se As cores não cumpriam apenas a sua função primária decorativa, terem verficado poucas inovações, deve-se aos rígidos cânones e mas encontravam-se carregadas de simbolismo, que se descreve normas a que os artistas deveriam obedecer e que, de certo modo, de seguida: impunham barreiras ao espírito criativo individual. A conjugação de todos estes elementos marca uma arte robusta, Preto (kem): era obtido a partir do carvão de madeira ou de pirolusite (óxido de manganésio do deserto do Sinai). Estava associado à noite e à morte, mas também poderia sólida, solene, criada para a eternidade. O artista representar a fertilidade e a regeneração. Este último aspecto encontra-se relacionado com as inundações anuais do Nilo, que trazia uma terra que fertilizava o solo (por esta razão, os Egípcios chamavam Khemet, "A Negra", à sua terra). Na arte o preto era utilizado nas sobrancelhas, perucas, olhos e bocas. O deus Osíris era muitas vezes representado com a pele negra, assim como a rainha deificada Amósis-Nefertari. Branco (hedj): obtido a partir da cal ou do gesso, era a cor da pureza e da verdade. Como tal era utilizado artísticamente nas vestes dos sacerdotes e nos objetos rituais. As casas, as flores e os templos eram também pintados a branco. Ilustração de Imhotep, o primeiro arquiteto conhecido. Vermelho (decher): obtido a partir de ocres. O seu significado era ambivalente: por um lado representava a Os criadores do legado egípcio chegam aos nossos dias anônimos, energia, o poder e a sexualidade, por outro lado estava sendo que só em poucos casos se conhece efetivamente o nome associado ao maléfico deus Set, cujos olhos e cabelo eram do artista. Tão pouco se sabe sobre o seu carácter social e pessoal, pintados a vermelho, bem como ao deserto, local que os que se crê talvez nem ter existido tal conceito no grupo artístico de Egípcios evitavam. Era a vermelho que se pintava a pele dos então. Por regra, o artista egípcio não tem um sentido de homens. individualidade da sua obra, ele efetua um trabalho consoante uma -4- Colégio Delta www.colegiodelta.com.br AM encomenda e requisições específicas e raramente assina o trabalho final. Também as limitações de criatividade impostas pelas normas estéticas, e as exigências funcionais de determinado empreendimento, reduzem o seu campo de atuação individual e, juntamente com o facto de ser considerado um executor da vontade divina, fazem do artista um elemento de um grupo anónimo que leva a cabo algo que o transcende. O trabalho é efetuado em oficinas, onde se reúnem os executores e os seus mestres nas diferentes tipologias artísticas, escultores, pintores, carpinteiros e mesmo embalsamadores. Nestes locais trabalha-se em série e os trabalhos Pirâmides de Gizé saem em série. A III dinastia é remetida por alguns autores já para o início do No entanto é possível identificar diferenças entre distintas obras e Império Antigo. Com a transição para a pedra surge também estilos que refletem traços individuais de determinados artistas, a arquitectura monumental e a vincada noção egípcia de eternidade onde se observam, por exemplo, inovações a nível de composição vinculada ao faraó. A mastaba assume-se como o túmulo para decorativa. Do mesmo modo tanto é possível reconhecer artistas particulares por excelência, inicialmente em forma quadrangular ou com talento, genialidade e perfeito conhecimento dos materiais em de pirâmide truncada (mais tarde a pirâmide de degraus). As obras de grande qualidade, como artistas que se limitam a fazer proporções cópias. mais equilibradas eharmoniosas, cresce a atenção ao pormenor. É do corpo humano tornam-se também desta altura Imhotep, o nome do primeiro construtor a ficar Mas o artista é também visto como um indivíduo com uma tarefa divina importante. Mesmo que se trate de um executor ele necessita de contato com o mundo divino para poder receber a sua força criadora. Sem ele não seria possível tornar visível registrado, responsável pelo uso da pedra talhada e da sua aplicação, não só a uma função, como também a objetivos expressivos. A edificação assume um objetivo simbólico. o conteúdo espiritual, o invisível. O próprio termo para designar este Com o Império Antigo estabelece-se a calma e a segurança, bases executor, s-ankh, significa o que dá vida. ao próspero e veloz desenvolvimento da sociedade onde se estabelecem Variantes temporais hierarquias dinastia edificam-se A arte egípcia prima, de um modo geral, pela constante homogeneidade e expressa um mundo pictórico e formal únicos. Esta característica cunha a arte de tal modo, que a identificação de determinada obra como pertencente a este grande movimento estilístico não oferece dificuldade. Contudo existem algumas nuances no seu eixo estruturador que são, em grande parte, as governamentais. Durante a IV monumentais pirâmides faraónicas de Gizé (Quéfren, Quéops e Miquerinos) que fascinam pela sua impressionante construção. Talha-se a Esfinge perto da pirâmide de Quefren em dimensões monumentais, assumindo-se e homenageando-se o poder faraónico, embora na V dinastia se reduzam as dimensões monumentais para proporções mais humanas. É também nesta altura que se impulsiona o gosto pelas estátuas-retrato de grande robustez pelo seu volume cúbico e resultado da sucessão de acontecimentos históricos. imobilidade. As figuras apresentam-se de pé (em que a perna Período Arcaico ou Tinita esquerda avança ligeiramente à frente) ou sentadas (na V dinastia Durante o Período Arcaico, e após a descoberta da escrita, o Egipto surge também a posição do escriva sentado de pernas cruzadas) e está unido e o seu desenvolvimento acelera, estabelecendo-se e denota-se cristalizando-se já aqui os traços principais do que será a arte masculinas (mais escura) e femininas (mais clara). Em termos de egípcia. Pouco sobreviveu desta época, mas alguns túmulos e o decoração tumular propagam-se as representações realistas do seu respectivo recheio possibilitam uma ideia da arte da época. cotidiano Perde-se o primitivismo formal e são ainda presentes algumas Escultura influências da arte mesopotâmica, especialmente nas fachadas de templos, e domina ainda o uso do adobe cozido ao sol, substituído no final do período pela pedra. Império Antigo] -5- a diferente coloração da pele usada nas figuras Colégio Delta www.colegiodelta.com.br AM Império Médio Após o período de decadência do poder central e de instabilidade política que foi o Primeiro Período Intermediário (e que se refletiu na arte com o abandono dos cânones estabelecidos) inicia-se o Império Médio que corresponde à XI e XII dinastias. Arquitetura Na arquitetura adaptam-se os padrões estilísticos anteriores ao nível da construção, procurando-se retomar a construção de pirâmides. Contudo, estas pirâmides não atingem a grandeza das pirâmides do Império Antigo. Construídas com materiais de baixa qualidade e com técnicas deficientes, o que resta hoje destas construções é praticamente um monte de escombros. As mais altas pirâmides construídas nesta época foram a de Sesóstris III (78 metros) e a de Amenemés III (75 metros). Mentuhotep, monarca que reunificou o Egito após o Primeiro Período Intermediário, manda construir na região de Tebas Ocidental o seu complexo funerário, no qual se detectam elementos Uma tríade de Miquerinos da arquitetura do Império Antigo, como um templo do vale que No que diz respeito à escultura podem ser estabelecidas diferenças conduz através de um caminho processional ao templo funerário de concepção entre a estatuária real e a estatuária de particulares. junto à rocha. Na primeira verifica-se um desejo de imponência, enquanto que a segunda tende para um maior realismo, detectável em trabalhos Pintura e estrutura A principal característica da pintura e baixos-relevos egípcios é a como o grupo escultórico de Rahotep e Nofret (IV dinastia). representação de figuras humanas segundo a lei da frontalidade, ou A estátua do rei Djoser colocada no serdab do seu complexo funerário em Sakara revela ainda ligações com a arte do período anterior, mas como o rei Khafré e a sua conhecida estátua em diorite na qual o deus-falcão Hórus protege com as suas asas, oriunda do seu templo funerário em Gizé, nota-se já uma evolução. Do rei Miquerinos chegaram até aos dias de hoje as chamadas díades e tríades. As primeiras consistem em estátuas do rei com a sua esposa, a rainha Khamerernebti II. Quanto às tríades, o rei surge representado com a deusa Hathor e uma personificação de um nomo. seja, com a cabeça e os pés de perfil e o resto do corpo de frente. Da escultura egípcia destaca-se o contraste entre estátuas colossais, rígidas e sem expressão dos faraós e as estatuetas de particulares, tais como funcionários e escribas, as quais apresentavam expressividade e naturalismo de movimentos. A expressão humana na escultura vai ganhar uma nova dimensão e realismo nesta época, passando-se a representar nas estátuas reais o envelhecimento. Mesmo a representação bidimensional perde a sua dependência dos cânones adoptando uma maior naturalidade e mesmo noções de profundidade tridimensional. Do tempo da V dinastia são escassas as estátuas de reis, mas em Nesta época criam-se esfinges reais nas quais o rosto do monarca compensação abundam as estátuas de particulares. São desta surge emoldurado por uma juba, como é o caso de uma esfinge de época as várias estátuas de escribas que se encontram hoje em dia Amenemés III. Os locais onde a Pintura do Antigo Egito melhor se no Museu Egípcio do Cairo e no Museu do Louvre, que retratam manifestou foram os túmulos dos governadores dos nomos, em estes funcionários na pose de pernas cruzadas, uma forma de cujas paredes se recriam cenas de caça, pesca, banquetes ou representação que se manterá até à Época Greco-Romana. danças. Seguindo a tradição anterior, o dono do túmulo surge Os materiais utilizados na escultura deste período foram diorite, granito, xisto, basalto, calcário e alabastro. representado em tamanho superior às outras personagens. A pintura é realizada sobre estuque fresco ou sobre relevo. Artes decorativas e outras artes Primeiro Período Intermediário Os tempos políticos conturbados refletem-se também na arte tornando-a quase inexistente e com uma maior incidência nos textos literários, que expressam a revolução espiritual da época. Através das pilhagens de túmulos, a arte restrita dos faraós e figuras de maior importância passa para a mão do homem “mortal” que acredita ter o mesmo privilégio da vida eterna. -6- Colégio Delta www.colegiodelta.com.br AM se um fracasso: dos túmulos desta era apenas chegaram intactos até à época contemporânea o de Tuntankhamon, o do casal Iuia e Tuia (genros do rei Amenófis III e pais da rainha Tié) e dos dignitários Sennedjem e Khai. Num local conhecido como Deir el-Bahari encontra-se o templo funerário da rainha Hatchepsut, mandando construir pelo seu arquiteto Senemut. O templo enquadra-se perfeitamente na falésia de calcário em que se encontra, situando-se junto ao vizinho templo de Mentuhotep II, construído quinhentos anos antes. A arte de Amarna Hipopótamo em faiança As artes decorativas do Império Médio conhecem uma das épocas mais importantes, sobretudo no que diz respeito aos trabalhos de joalheria. Os amuletos, os pentes, os espelhos, as caixas e as candeiais caracterizam-se pela sua beleza. São bastante conhecidos os pequenos hipopótamos em faiança decorados com Mas ainda na XVIII dinastia dá-se, com Amenófis IV (que mudou o nome para Akhenaton), uma revolução religiosa, em que o faraó proclama um "monoteísmo" com o culto de uma só divindade, o disco solar Aton. Nesta altura propaga-se o chamado “Estilo Akhenáton” ou Estilo Amarniano (em função do nome moderno da cidade mandada construir por Aquenáton, Amarna), que se motivos vegetais. caracteriza por ser muito naturalista, em que se tenta quebrar com A literatura desenvolve o gosto pelo provérbio, o romance, as regras anteriores da solidez e imobilidade. As obras deste a história, passa também a obedecer a outras funções como as de período têm maior fluidez e flexibilidade. Principalmente na influenciar a política, homenagear faraós e mesmo descrever e escultura assumem-se formas orgânicas e pouco geométricas, que caracterizar profissões. Mas também a cunhar este momento está a atingem por vezes aspectos de caricatura. Os membros da família inquietude herdada do período anterior. real são representados em cenas da vida familiar (aspecto completamente novo na arte egípcia) com crânios alongados, que não se sabe se seriam representações veristas da família (avançando alguns autores a hipótese de que a família real sofreria de síndrome de Marfan) ou apenas uma espécie de vanguarda artística. Apesar dos eventuais excessos, data deste período o famoso busto da esposa de Akhenaton, Nefertiti, descoberto em 1922por uma equipa arqueológica alemã na casa do seu autor, o escultor Tutmés. O gosto pela representação do mundo animal e vegetal está igualmente presente. Os sucessores de Akhenaton devolvem a arte Templo de Hatchepsut aos padrões anteriores e com Tutancámon está-se já, de novo, No Império Novo dá-se de novo a unificação do Egito e a arte volta no politeísmo. ter mais uma das suas épocas de ouro, com um novo começo em que se vão reavivar as tradições do passado e em que as forças criadoras vão erguer vários edifícios de pedra de construção arrojada e que ainda hoje podem ser admirados. Foi na capital do Império Novo, a cidade de Tebas, que se ergueram os grandes edifícios desta época. A divindade da cidade era Amon e seu principal centro de culto era o Templo de Karnak, ao qual praticamente todos os monarcas do Império Novo procuram Busto de Akhenaton acrescentar estruturas como pilones. No Império Novo os reis abandonaram a tradição de serem sepultados em pirâmides, optando por mandar escavar os seus túmulos nos rochedos próximos, num local que é hoje designado como Vale dos Reis. Nesta atitude são seguidos pelos altos dignitários. A principal razão para esta mudança estaria relacionada com uma tentativa de evitar os saques. Porém, a intenção revelou- -7- Colégio Delta www.colegiodelta.com.br AM A época que se seguiu ao reinado de Ramsés III foi marcada pela progressiva desagregação do poder faraónico, sendo os últimos soberanos da XX dinastia meros reis fantoches. O Terceiro Período Intermediário, época que compreende cerca de trezentos e cinquenta anos e que corresponde à XXI até à XIV dinastias, vai continuar no essencial a arte desenvolvida no Império Novo. Deste período destaca-se a perfeição alcançada no trabalho dos Busto de Nefertiti metais, que se detecta em trabalhos como as máscaras funerárias dos reis Psusennes I e Chechonk II, no pendente em ouro de Osorkon II e na estátua em bronze da adoradora divina de Amon Karomama. [1] Época Baixa A XXVI dinastia conseguiu reunificar o Egito, dando início à Época Baixa que se desenrola até à XXX dinastia, embora a presença de povos estrangeiros, como líbios, núbios e persas seja constante Duas filhas de Akhenaton neste período. Durante a Época Baixa, o centro do poder real vai localizar-se na região do Delta, onde se encontram as capitais das várias dinastias, como Sais, Mendes e Sebenitos. É nestas cidades que se ordenam os grandes trabalhos arquitectónicos. Na escultura da Época Baixa verifica-se um arcaísmo, uma inspiração nos modelos da época do Império Antigo. Na XXVI dinastia nota-se igualmente o apuro na polidez da pedra, dando origem a trabalhos que alguns autores denominam como "arte lambida". Uma filha de Akhenaton, talvez Meketaton Egito ptolemaico Da XIX dinastia egípcia é de referir Ramsés II que impulsionou diversas construções. Neste momento dá-se o pico da pintura e do relevo e a literatura abandona o pessimismo voltando-se para o relato ligeiro de histórias mitológicas, fábulas, épicos de guerra e também para poesia romântica. Até ao final deste período vão-se impor estilos variados não representativos, que retomam antigas tradições, especialmente a nível da escultura. Terceiro Período Intermediário Templo de Filas, em Assuão. Em 343 a.C. o Egito assiste ao segundo período de dominação persa que termina em 332 a.C., quando Alexandre Magno conquistou o Egito. Após a sua morte será fundada no país das Duas Terras, por um dos seus generais, Ptolemeu I, uma dinastia que governará o país até à conquista romana de 30 a.C.. Apesar da sua origem macedónia, a dinastia ptolemaica adoptou as formas artísticas dos Egípcios. Os reis ptolemaicos foram representados nos templos como os antigos faraós. Das obras que ainda hoje se podem visitar no Egito permaneceram, em maior Pendente em ouro deOsorkon II, que representa uma tríade de parte, as do período grego onde a arte adquire a forte influência da deuses composta por Osíris (ao centro), Hórus e Ísis harmonia helenística. São desta época os conhecidos templos de Ísis em Filas, o templo de Hórus em Dendera e o templo de Edfu. -8-