Gramática do Crioulo Guineense

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APRESENTAÇÃO
São aqui apresentadas trinta i oitu notas gramaticais (38) acompanhadas
de frases exemplos, para ajudar os professores e os alunos da terceira fase
do Ensino Básico Unificado (EBU), que na Guiné-Bissau são os alunos da
Quinta e Sexta Classe.
Os objectivos são dois:
1. Ajudar a reflectir sobre a Língua Crioula Guineense e a perceber melhor
a sua estrutura gramatical, que muitas vezes é um “calco” ou “empréstimo”
de aspectos gramaticais das línguas africanas presentes no meio ambiente
do Crioulo Guineense.
2. Continuar a demonstrar “que o Crioulo Guineense apresenta os
requisitos para ajudar o ensino primário a sair da crise. Houve também uma
declaração do Conselho dos Ministros, em 1989, para implementar o
programa da
“adoção de uma metodologia do ensino do Português (língua oficial)
como lígua segunda, tendo em conta as bases linguísticas existentes
no País e as experiências dos Projectos CEEF e DEA já em curso”
(“Estratégia para o Desenvolvimento do Sector da Educação”,
Soronda, Bissau, INEP, p. 87)
Os Capítulos são divididos em Lições (19): muito do material,
especialmente os exemplos, é tirado de trabalhos precedentes sobre o
Crioulo Guineense que agora está gravado no Computador sob o título
KORPUS DO CRIOULO GUINEENSE.
Este KORPUS, cujo tamanho é de um milhão de “ocorrências”,
compreende material escrito por vários autores (já editado ou não ainda) ou
Programas das Rádios Emissoras da Guiné-Bissau (gravados e transcritos)
ou Entrevistas (gravadas e transcritas).
__________________
Nota Bibliográfica:
- Para conhecer melhor alguns temas gramaticais do CrG, os professores podem
consultar o meu Livro, editado pela Editora Colibri de Lisboa, no ano 1999:
Dicionário do Guineense, vol. I: Introdução e Notas Gramaticais.
- Para a Lista do KORPUS do Guineense, consultar o Livro editado pela FASPEBINovagráfica de Bissau, em 2002:
Dicionário do Guineense, vol. II: DICIONÁRIO GUINEENSE-PORTUGUÊS –
disionariu guinensi-purtuguis.
1
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO
ÍNDICE
Introdução
A GRAMÁTICA
A) FONOLOGIA
1. Alfabeto do CrG e do Português
a) A escolha deste tipo de Alfabeto
b) Alguns Alfabetos em uso na Guiné-Bissau
c) Sistema fonológico do CrG
d) Algumas regras ortográficas específicas do CrG
e) Exemplo de escritura Crioulo Guineense-Português: Inu Nasional
2. Definiçao de som e fonema
3. Sinopse dos fonemas e grafemas
B) MORFOLOGIA E SINTAXE
LIÇÃO I. OS PRONOMES PESSOAIS SUJEITO
1. Pronomes pessoais sujeito
a) Forma principal
b) Forma secundária
c) Outras formas
LIÇÃO II. OS ADVÉRBIOS DE LUGAR LI/LA E OS PRONOMES PESSOAIS
COMPLEMENTO
2. Advérbios de Lugar LI/LA
a) Formas LI/LA
b) Formas ALIN LI/ALAL LA
3. Pronomes pessoais complemento
a) Objecto directo
b) Objecto obliquo
c) Duplo complemento
LIÇÃO III. AS FRASES INTERROGATIVAS
4. Frases interrogativas directas
5. Frases interrogativas indirectas
6. Adjectivos e pronomes possessivos
VOCABULÁRIO “Os trabalhos”
LIÇÃO IV. O GÉNERO, O NÚMERO E A FORMAÇÃO DOS NOMES
7. O género e o número
8. Formação dos nomes ou substantivos
VOCABULÁRIO “A Família”
LIÇÃO V. OS ADVÉRBIOS DE LUGAR E OS DEMONSTRATIVOS
9. Advérbios de lugar
10. Os demonstrativos
LIÇÃO VI. OS VERBOS
11. Os Verbos
a) Tempo simultâneo ou presente
b) Tempo anterior ou passado
c) Tempo posterior ou futuro
d) Modo possível/impossível
e) Verbos semiauxiliares
f) As vozes do verbo (transitivo/intransitivo; causativo directo/indirecto;
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passivo; reflexo; recíproco)
LIÇÃO VII. OS ADJECTIVOS E OS SEUS GRAUS
12. Os adjectivos
13. Graus dos adjectivos
a) O superlativo
b) O comparativo
14. Os adjuntos de intensidade
VOCABULÁRIO “Os dias da semana”
VOCABULÁRIO “Vestes”
VOCABULÁRIO “As cores”
VOCABULÁRIO “Os adjuntos de intensidade”
LIÇÃO VIII. OS NUMERAIS E OS INDEFINIDOS
15. Os Numerais
a) Numerais cardinais
b) Numerais ordinais
c) Numerais multiplicativos
d) Numerais fraccionários
e) Numerais colectivos
16. Adjectivos e pronomes indefinidos
VOCABULÁRIO “Hortaliça”
VOCABULÁRIO “Fruta”
LIÇÃO IX. O IMPERATIVO
17. O imperativo
a) Imperativo afirmativo
b) Imperativo negativo
18. O tempo anterior (aspecto contínuo)
VOCABULÁRIO “As refeições do dia”
LIÇÃO X. PARTICULARIDADES DE ALGUNS VERBOS
19. Verbos I/SEDU
20. Verbos STA/STA NA
21. Verbos TEN/TENE
22. Sufixos -SI/-SA
VOCABULÁRIO “Os peixes”
VOCABULÁRIO “As partes do corpo humano”
VOCABULÁRIO “Algumas doenças”
LIÇÃO XI. A ESTRUTURA DA FRASE
23. Estrutura da frase
24. Focalização ou Topicalização
VOCABULÁRIO “Os utensílios da cozinha”
LIÇÃO XII. OS ADVÉRBIOS
25. Advérbios
a) Advérbios de afirmação
b) Advérbios de negação
c) Advérbios de tempo
d) Advérbios de dúvida
e) Advérbios de exclusão
f) Advérbios de inclusão
g) Advérbios de modo
h) Advérbios de quantidade
LIÇÃO XIII. AS FRASES RELATIVAS E OS POSSESSIVOS
26. Frases relativas
27. Resumo das principais formas verbais
a) Verbos de acção
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b) Verbos de estado
VOCABULÁRIO “Trabalhos agrícolas”
LIÇÃO XIV. AS FRASES SUBORDINATIVAS
28. Frases subordinativas
a) Subordinativas de temporalidade
b) Subordinativas de causalidade
c) Subordinativas de finalidade
d) Subordinativas declarativas
e) Subordinativas de concessão
f) Subordinativas condicionais
LIÇÃO XV. AS PREPOSIÇÕES
29. Preposições
30. Preposição NA
31. Preposições PA/PAR
LIÇÃO XVI. SEMÂNTICA DO CrG
32. Semântica
a) MINDJER DI KOR
b) ORA
c) RONIA
33. Verbos com mais significados
a) SINA
b) PISTA
c) LUGA
d) RENDA
LIÇÃO XVII. A HOMONÍMIA E A CONTRACÇÃO
34. Alguns casos de homonímia
a) Palavra I
b) Palavra E
c) Palavra SIBI
d) Palavra TISI
e) Palavra BIDA
35. A contracção ou crase
LIÇÃO XVIII. AS INTERJEIÇÕES
36. Algumas interjeições
LIÇÃO XIX. COMPOSIÇÃO DE TEXTOS
37. Composição de textos
38. Dois exemplos de textos
39. Frases
LIÇÃO XX. TEXTOS VÁRIOS
40. I ka ten metadi ermondadi
41. Si bu misti bida, ka bu djingui us di no garandis
42. Nhambi di matu
43. Kurpu umanu di matcu ku femia
44. Palabras di Amilcar Cabral
CONCLUSÃO. SKOLA BILINGUI
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INTRODUÇÃO
O Crioulo Guineense (CrG) é a língua nacional da Guiné Bissau, porque é a língua
falada pela maioria dos Guineenses espalhados por todo o território, e porque, depois da
Independência, foi capaz de assumir o papel de símbolo nacional.
No que diz respeito a sua orígem, acho interessante lembrar o que escreveu Marcelino
Marques de Barros, nos seus artigos “O Guineense”:
“Os povos Mandingas de Dandu, os Colincas de Geba, Farim e Casamance, e alguns
Beafadas foram os primeiros a conhecer e a ‘crioulizar’ a língua da gente branca,
numa altura em que ninguém aprendia línguas, mas somente o vocabulário” (Revista
Lusitana, 1897-99, p. 181).
Depois da Independência o CrG, apesar do pouco valor enquanto “lingua” que lhe foi
reconhecido pelas autoridades oficiais da então Colónia, como escreveu Pinto Bull no
seu livro O Crioulo da Guiné-Bissau, Filosofia e Sabedoria (1989, p. 22), tem sido a
língua veicular dos 27 grupos étnicos presentes num território tão pequeno.
Face a dificuldade da língua Portuguesa em assumir o papel de língua de comunicação
inter-étnica e á improbabilidade de uma das línguas étnicas preencher o vazio, até agora
o Guineense tem demonstrado a potencialidade de cumprir esta função.
Nas escolas da Guiné-Bissau há uma situação pouco adequada do ponto de vista da
didáctica de línguas: os alunos falam Crioulo e são obrigados a escrever o Português,
sem um conhecimento gramatical das diferenças e semelhanças das duas línguas: pela
maioria dos estudantes a consequências são prevesíveis: incapacidade de escrever de
maneira correcta nas duas línguas e maior dificuldade em aprender o Português, que é
ainda a única língua utilizada nos documentos oficiais.
Os apontamentos gramaticais que seguem têm como objectivo apresentar algumas
regras gramaticais (utilizando a “metalinguagem” da língua Portuguesa, que os alunos
deviam já ter aprendido o que são obrigados agora a aprender, para começar a reflectir
sobre a própria língua, o CrG, que já aprenderam a falar e a escrever nos primeiros
quatro anos escolares).
A metodologia adoptada é de escrever frases e depois reflectir sobre algumas regras
utilizadas pelo locutor: o professor pode guiar os alunos a reflectir sobre outras regras
que ele achar oportunas para os seus alunos.
5
A GRAMÁTICA
A língua é um meio de comunicação entre pessoas humanas, que utiliza signos (as
palavras) e regras aceites pelos locutores a fim de ter um código comum.
A gramática é uma reflexão sobre a língua para esplicar este código numa maneira
simples e adequada e para ajudar a falar e escrever numa maneira mais clara, eficiente e
bela.
Na linguística moderna, que teve início nos anos trinta do século passado, com a
descoberta dos “fonemas” (o conceito de “sons de uma língua”) a gramática divide-se
em três partes:
a) A FONOLOGIA: é o estudo dos sons e dos fonemas que formam sílabas e palabras
b) A MORFOLOGIA: estuda a maneira de formar palavras e classifica os tipos de
palavras (nomes, verbos, adjectivos, advérbios, artigos, pronomes, preposições e
conjunções, interjeições e adjuntos de intensidade…)
c) A SINTAXE: estuda como as várias palavras unem-se para formar frases, paragráfos
e textos.
A) FONOLOGIA
O ser humano (pekadur, odjóko, alánte…) para comunicar com os outros seres humanos
utiliza sons, produzidos pelo aparelho fonador (pulmões, cordas vogais, garganta,
língua, boca e nariz).
Cada língua tem um sistema próprio de sons, os quais são de número o mais reduzido
possível para cumprir a lei da “melhor eficiência com o menor esforço”, que se aplica
muito bem numa operação tão complexa como é a linguagem humana.
Há duas grandes categorias de sons, as Vogais e as Consoantes: para formar vogais o
ar sai da boca de maneira contínua, sem interrupcão; ao contrário, para formar
consoantes, o ar para totalmente (consoantes oclusivas, como “k”, “p”) ou parcialmente
(consoantes fricativas, como “s” e nasais, como “m”) nalgumas partes do aparelho
fonador.
Entre as Consoantes há uma grande distinção, não adoptada por todas as línguas:
consoantes sonoras (o ar “bate” nas cordas vogais que vibram, como “g” e “d”) e
consoantes surdas (o ar passa pelas cordas vogais que estão abertas, como “k” e “t”)
1. ALFABETO DO CrG E DO PORTUGUÊS
a) A escolha deste tipo de alfabeto
O CrG e o Português são duas línguas utilizadas nas escolas da Guiné-Bissau, as quais
apresentam dois sistemas de sons semelhantes, mas com algumas diferenças. Tendo em
consideração esta realidade dos dois sistemas fonológicos foi adoptada uma grafia do
CrG (maneira de escrever) que tomasse em consideração o conjunto dos signos
alfabéticos do Português (já fixados, antes da descoberta dos fonemas).
Por exemplo, entre os dois alfabetos não há contradição de significação entre os signos:
um signo representa o mesmo som nos dois alfabetos e quando o Português apresenta
mais que um signo para o mesmo som (fonema), é escolhido para o CrG o mais
conveniente (por exemplo “s” por os quatros signos “ç, c, s, x” do Português que
representam /s/). Isso porque o alfabeto do CrG é fonémico (por cada som um signo) e
aquele do Português, fixado há muito tempo, teve de adoptar outros princípios (por
6
exemplo, o princípio etimológico ou a orígem das palavras), enquanto o princípio
fonémico, mais económico, é uma escolha didáctica recente, proposta pela linguística
moderna e adoptada em muitos países africanos. Um motivo muito forte tem sido
também a adopcão pela Língua de Cabo Verde (LCV) do alfabeto ALUPEC (Alfabeto
Unificado para a Escrita do Caboverdiano), que têm caractéristicas muitos semelhantes
com o nosso alfabeto (A, B, S, D, E, F, G, H, I, J, DJ, L, LH, M, N +¨, NH, N, O, P, K,
R, T, U, V, X, TX, Z).
b) Alguns alfabetos em uso na Guiné-Bissau
Os alfabetos mais comuns são aquele proposto pelo Ministério da Educação,
Cultura e Desporto (1987) e o outro utilizado pela Igreja Evangélica, que é o
mesmo com acrescentados alguns signos gráficos do CrG moderno que não estavam
presentes no CrG antigo. Nós não adoptámos de propósito alguns desses signos pelas
seguintes razões: ou são em contradicção com o alfabeto do Ptg ou utilizam os “signos
chapéu” (^ ~ ¨), que não são necessários e, às vezes, obrigam a utilizar um teclado
especial.
Eis os signos: (a, b, c, d, e, f, g, i, j, k, l, m, n, ñ, n+¨, o, p, r, s, t, u, v, w, y) e os outros
acrescentados pelos linguistas Igreja Evangélica (s+^, z+^).
É de salientar também, que os linguistas que ajudaram a elaborar este tipo de alfabeto
seguiram o IPA (Alfabeto Internacional Africano), que é um alfabeto muito prático para
linguistas (o mesmo signo para o mesmo fonema para todas as línguas africanas), mas
que no sector da alfabetização tem encontrado dificuldades, enquanto cada país tem já
uma tradição escrita mais antiga que é preciso ter em consideração.
Para outros alfabetos que decalcam mais ou menos a escrita do Ptg (como a escrita
adoptada nos Cartazes, nalguns Jornais e Revistas, nos escritos das várias ONG e
nalguns textos da liturgia da Igreja Católica) posso dizer que são alfabetos que não são
fundamentados pela análise linguística: o seu objectivo é de escrever de qualquer
maneira para comunicar, como tem acontecido na Europa também antes da oficialização
da escrita.
c) Sistema fonológico do Crioulo Guineense
É composto de 22 consoantes, 2 semivogais (ou “soantes” ou “glides”) e 9 vogais, num
total de 33 fonemas. No alfabeto, aqui adoptado, são suficientes 27 grafemas (ou signos
gráficos) para representar os 33 fonemas:
- 5 vogais: os dois fonemas das semivogais e os nove fonemas das vogais são escritos
com os cinco grafemas “a”, “e”, “i”, “o”, “u”.
- 22 consoantes:
19 representam fonemas equivalentes ao Português e ao Crioulo-Guineense;
3 são específicas do Crioulo-Guineense, as duas africativas surda e sonora pré-palatais
(escritas respectivamente com os grafemas “tc” e “dj”) e a nasal velar (escrita com o
grafema n’).
É preciso lembrar as diferenças também entre som e fonema:
o som linguístico é uma realização concreta da fala de um indivíduo (por exemplo, há
muitos sons da “consoante p”, conforme a qualidade de sons que a seguem);
o fonema é um conceito, “a mais pequena segmentação de um som que distingue duas
palavras” (por exemplo, o fonema /p/ resume todos os sons da “consoante p”, e
distingue dua palavras do CrG (“kapa” e “kara”), ou do Português (“pai” e “cai”).
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22 CONSOANTES
Grafia CrG
pape
p
tiu
t
kusa
k
kin
k
batata
b
dana
d
gosta
g
guera
gu
fatu
f
seku
s
segu
s
kalsa
s
splika
s
cha
ch
chelin
ch
vivi
v
zinka
z
kaza
z
izami
z
beju
j
jeral
j
tcuba
tc
djuda
dj
mame
m
nobu
n
nha
nh
n’ na bai
n’
n'oroto
libru
l
vanjeliu
li
rema
r
fixa [fiksa]
x
2 SEMIVOGAIS
uaga
u
iagu
i
ioga
i
9 VOGAIS
Misa
i
i (breve)
misa
lagua
u
sera
e
e (aberto) sera
a (breve) kala
kala
a
bota
o
o (aberto) bota
PORTUGUÊS
PAI
P
TIO
T
COISA
C
QU QUEM
BATATA
B
DANAR
D
GOSTAR
G
GUERRA
GU
FATO
F
SECO
S
CEGO
C
CALÇA
Ç
EXPLICAR
X
CHÁ
CH
XELIM
X
VIVER
V
ZINCAR
Z
CASAR
S
EXAME
X
BEIJO
J
GERAL
G
CHUVA
-AJUDAR
-MÃE
M
NOVO
N
MINHA
NH
EU VOU
-FOICE
-LIVRO
L
EVANGELHO
LH
REMAR
R
FIXAR
X
--Y
ESPALHAR
ÁGUA
YOGA
I
-U
E
E
-A
O
O
MISSA
MIJAR
LAGOA
CERA
SERRAR
TRANÇA
CALAR
BOTAR
BOTA
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d. Algumas regras ortográficas específicas do CrG
Acento
Na grafia do CrG não se utiliza o acento: o contexto da frase e a categoria gramatical da
palavra são suficientes para ajudar o leitor nos casos de homonímia, como nas palavras
pa, prep., (PARA), e 'pa, n., (PÁ).
Pronome pessoal complemento directo
As formas da 1ª, 2ª, 3ª singular e 1ª plural do pronome pessoal complemento directo são
escritas como sufixos e formam uma única palavra com o verbo:
I diskisin;
I diskisiu;
I diskisil;
I diskisinu.
Morfemas ta, na, ka
Os morfemas ta, na, ka são escritos como palavras autónomas:
N' ta kanta, bu ka ta kanta;
N' na kanta, bu ka na kanta.
Vogais e Semivogais
Os cinco signos gráficos (“a”, “e”, “i”, “o”, “u”) são suficientes para representar os nove
fonemas das vogais e os dois das semivogais [w, y].
Nasal velar /N/
O fonema /N/, consoante silábica que marca o pronome pessoal 1ª singular, é escrito o
signo n’ (n + apóstrofo + espaço) quando é pronome pessoal 1ª sg. e o signo n’ (n +
apóstrofo) nas palavras com a sequência /NV/
Em todos os outros casos, o fonema /N/ é escrito com a letra "n" (ou a letra "m" diante
das oclusivas bilabiais [p], [b]), isso porque as consoantes nasais do Guineense são
homorgânicas, quer dizer elas realizam-se com o mesmo ponto de articulação da
consoante sucessiva.
A nasal final é sempre escrita com a letra "n".
Palatal líquida //
No CrG moderno o som Português [lh] realiza-se com os dois sons [li]: portanto é
melhor substituir a antiga escrita lh com li: vanjeliu/apareliu/orguliu.
Morfema -ba
O morfema -ba que indica o tempo passado é escrito como sufixo e forma uma única
palavra com o verbo ou adjectivo: isso para evitar a confusão com o verbo "ba", como
nos dois exemplos:
verbo bai: Bo kunsa ba ta sumia;
morfema -ba: Bo kunsaba sumia dja.
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e. Exemplo de escritura Crioulo Guineense-Português: Inu Nasional
Sol ku kalur ku berdi ku mar
Manga di anu di dur ku spransa
Es i tera di no dona
Sol, suor, o verde e o mar
Séculos de dor e esperança
Esta é a terra dos nossos avós
Frutu di no mon
Flur di no sangui
Es i no patria amadu!
Fruto das nossas mãos
Da flor do nosso sangue
Esta é a nossa pátria amada!
Koru:
Viva Patria gloriozu
Bandera di no luta soronda na
seu.
No pintcha pa kaba ku dominason
strandjeru,
Pa no kumpu pas ku prugresu
Na Patria ki ka ta muri (bis)
Coro:
Viva a Pátria gloriosa
Floriu nos céus a bandeira da luta
Avante contra o jugo estrangeiro
Nós vamos construir na Pátria imortal
A paz e o progresso (bis)
Ramus di memu tronku
Udjus di memu lus
Es i forsa di no unidadi
E na kanta mar ku tera
Mandurgada ku sol
Ki no luta pui lastra
Koru:
Viva Patria gloriozu… (bis)
Ramos do mesmo tronco
Olhos da mesma luz
Esta é a força da nossa união
Cantam o mar e a terra
A mandurgada e o sol
Que a nossa luta fecundou
Coro:
Viva a Pátria gloriosa… (bis)
2. DEFINIÇÃO DE SOM E DE FONEMA
Uma última reflexão sobre a definição de fonema, que ajudará a fixar melhor as
diferenças entre os dois alfabetos: cada fonema (“conceito” ou “segmento” de um som
específico da língua) compreende três características principais (como, por exemplo, o
conceito de maçã compreende estas três características rpincipais: “fruto comestível da
macieira, redondo e carnudo”):
- Modo de articulação: como o ar passa através da cavidade bocal, por exemplo, “com
interrupção do ar” ou “sem interrupção do ar”;
- Lugar de articulação: geralmente onde a língua toca, se nos lábios (consoantes
labiais), se nos dentes (consoantes dentais)…;
- Sonoras/surdas: por exemplo se “as cordas vogais vibram quando o ar passa”
(consoantes sonoras) ou “não vibram” (consoantes surdas).
Em resumo podemos dizer: numa língua há muitos sons de [B], muitos sons de [A],
conforme o tipo de palavras, mas há somente um fonema /B/, um fonema /A/.
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3. SINOPSE DOS FONEMAS E GRAFEMAS
(entre parênteses os grafemas com grafia diferente dos fonemas)
MODO
DE ARTI- bilaCULAÇÃO bial
Oclusiva
surda
sonora
Fricativa
surda
sonora
Africativa
surda
sonora
Nasal
Líquida
lateral
nãovibrante
SEMIVOGAIS
VOGAIS
alta
média
baixa
labiodental
p
b
f
v
PONTO DE ARTICULAÇÃO
denalveoprépalatal
lar
palatal
tal
velar
t
d
k
g (gu)
s
z
 (ch)
Z (j)
x
 (tc)
Z (dj)
m
n
¯ (nh)
l
 (li)
N (n’)
r
w (u)
anterior-palatal
i
e
 (e)
y (i)
média-central
i (i)
 (a)
a
posterior-velar
u
o
 (o)
11
B) MORFOLOGIA E SINTAXE
Na análise do CrG (língua crioulo guineense) é mais fácil notar as semelhanças que as
diferenças para com o Ptg (língua portuguesa). De facto, muitos dos elementos do CrG,
especialmente no léxico), derivaram da estrutura do Ptg. Todavia há diferenças,
conforme os princípios de outras línguas Crioulas, como a ausência do artigo, da flexão
dos verbos, da nasalização das vogais e outras. Contudo, sobretudo na estrutura dos
verbos, o CrG tem muitos traços que são originais ou derivados das línguas africanas,
como o privilegiar mais a categoria do aspecto do que a categoria do tempo, a forma do
causativo, a mudança semântica de algumas palavras, e outras.
LIÇÃO I. PRONOMES PESSOAIS SUJEITO
EXEMPLOS
- Bon dia! Bon dia!
- Kuma? Bu sta bon? N' sta bon obrigadu.
- Kuma? Kuma di familia? E sta ben.
- Kuma di kurpu? Kurpu sta bon.
- Djon, kuma di bu ermon? I sta ben.
- Kuma di bos? No na ndjenha.
- Aos, bo ka lanta sedu.
- Bu durmi diritu?
GRAMÁTICA
1. Pronomes pessoais sujeito :
o pronome (que significa estar em lugar
do nome) indica uma unidade de palavra
que se emprega em substituição do nome.
No CrG os pronomes pessoais têm duas
formas, a forma principal e a forma
secundária.
a) forma principal
1ª sg.
2ª sg.
3ª sg.
N’
BU
I
1ª pl.
2ª pl.
3ª pl.
NO
BO
E
b) forma secundária
- Kuma ki bu nomi? Ami, nha nomi i
Pedru.
- Abo i kal rasa? Ami i Mandjaku, abo
gora?
- Ami i Purtuguis. Djon, i ke? El i Balanta.
- Ami n’ pensa kuma i el.
- Abos i ke ? Anos i Fransis.
- Abos i Guinensi? Nau, anos i Senegalis,
ma no pape, el i Gambianu.
- Elis e tene novi anus e sta na tersera klas.
- I ami/I ka ami.
- I ka bardadi? I el.
1ª sg.
2ª sg.
3ª sg.
AMI
ABO
EL
1ª pl.
2ª pl.
3ª pl.
ANOS
ABOS
ELIS
A forma secundária, que têm a função de
dar mais ênfase ao sujeito, quando for
presente, precede a forma principal.
A forma secundária é usada sozinha
somente com a função predicativa.
12
c) outras formas
- Kuma di nhu? Nhu sta bon? N’ sta bon,
obrigadu.
- Karnaval i un festa ku banhus ku banhas
pudi bai tudu.
3ª sg. m.
f.
NHU
NHA
3ª pl. m.
3ª pl. f.
BANHU(S)
BANHA(S)
São derivadas das palavras portuguesas
SENHOR(ES) E SENHORA(S) e do
prefixo ba- que nas línguas africanas
indica pluralidade
13
LIÇÃO II. OS ADVÉRBIOS DE LUGAR LI/LA E OS PRONOMES PESSOAIS
COMPLEMENTO
2. Os advérbios de lugar LI/LA
(Advérbios de designação)
a) Formas LI/LA
- Aonti, Mariu tciga li, di tardinhu.
- Nunde katcur? N’ ka sibi. I staba li gosi.
- Katcur kuri i firma la lundju i kunsa
ladra. Alal la.
- LI indica o sítio perto do locutor (Ptg
AQUI)
- LA indica o sítio afastado do locutor
(Ptg LÁ, ALÍ, AÍ)
- Alinu li, kal tarbadju ku bu tene?
- Bon dia, bu sta bon? Alin li.
- Ali nha amigu.
- Nunde Mariu? Alil li.
b) Formas ALIN LI/ALAL LA
Aos advérbios ALI/ALA são sufixados os
pronomes pessoais complementos.
3. Pronomes pessoais complemento
.
a) Objecto directo
- Gosi mininu na sinanu brinka karnaval.
- Fereru ferdia elis radi.
- Un mindjer bidjugu patin bon pratu di
bianda di lingron ku siti.
- N’ pidi bos fabur di limpa skola, bo nega.
- Omi garandi na patiu kabra si bu labral
orta.
- Nha mame patin pon.
- Djon, dan kil bola.
- I ka pirsisa di mi aos.
- Ka bu sibi di mi.
- Dia dumingu no na sta mas ku bos.
- No studa djuntu ku bo.
- N’ kunsi bu tia, aonti propi n’ bai fera ku
el.
- Es karpinteru bin Bubaki pa tarbadja pa
nos.
- N’ fasil parel.
- Kau ku n’ staba nel i bonitu.
- Mininu toma kaneta ki ka di sil.
- Mindjeris ka pudi kudji kadju ki ka di
(colocam-se imediatamente depois do
verbo principal e os primeiros quatro são
sufixados ao verbo com a consequente
mudança de acento tónico para a sílaba
final):
-N (i odjan)
-U (n’ na odjau)
-L (n’ ka kunsil)
-NU (i mostranu)
BOS (i na odja bos)
ELIS (i na odja elis)
b) Objecto oblíquo
MI
BO
EL (SIL)
NOS
BOS
ELIS (SELIS)
Dianti di EL/ELIS as preposições DI/NA
elidem a vogal.
14
selis.
SIL/SELIS são regidas pela preposição
DI
- Djubi pa e ka danau el.
- Bo dal el?
- I da si fidju (indirecto) kumida (directo)
- I tenta dal el pa bibi.
- Nunde garafa? Dan el.
c) Duplo complemento
(a estrutura do crioulo coloca o
complemento oblíquo ou indirecto, antes
do complemento directo)
15
LIÇÃO III. AS FRASES INTERROGATIVAS E OS POSSESSIVOS
Otca n' tciga kasa, nha fidjus tudu na
djusiaba: kin ki tene kulpa?
I el ki tene kulpa; i na konta mintida, i el
ki sutan purmeru. In, ma el i kebran dus
dinti.
Kin ki ka tene fidju, ka ta kansa!
Ke ke mininu na brinka? E na djuga bola.
Na nha tabanka, djinti ta djuga baradju.
Bu pudi dama? Sin, ma n' mistiba sina
doli.
- Kin ki bu misti odja?
- Ke ki na fasi la?
- Kal ki bu tarbadju? Ami i pulisia.
- Ke ku manda e na bin?
- Kal ku bu na toma?
- Kin ki tciga aonti?
- Bakin ku staba na sukuru?
- Abo i kin?
- Kil omiba i kin?
4. Frases interrogativas directas: são
introduzidas por:
- pronomes interrogativos
KIN?/KIN KI?/BAKIN?
KE?/KE KI?/KE KU?
KAL?
REGRA GERAL: normalmente os
conectores interrogativos colocam-se no
início da frase, mas em presença da
cópula “i” tomam a posição
imediatamente após o verbo.
- Nunde ku bu ta tarbadja? N' ta tarbadja
na sugunda skuadra.
- Kantu ku bu ta risibi? Kada mis, n' ta
risibi sinkuenta mil franku.
- Nunde ku bu mora nel? N' mora na bairu
di Ajuda, abo gora? N' mora na Pilun.
- Pa nunde ku na bai?
- Di nunde ki tciga?
- Kal dia ku bu na kaba?
- Kantu ki na kusta?
- Kuma ki nomi di bu mindjer?
- os advérbios interrogativos são
classificados, no que diz respeito ao
significado, como:
- I falal kuma i na bai studa.
- No ten ki pasia un bokadu nos no ta otca
algun kusa.
- Puntal si djintis ta padidu tciu na Guine.
- Nos Titu splora bos?
5. Frases interrogativas indirectas : são
introduzidas por:
KUMA
NOS
SI
de causa: PABIA?/PABIA DI KE?/KE
KU MANDA?
de lugar: NUNDE?
de modo: KUMA?/KUMA KE?/KE?
de quantidade: KANTU?
de tempo:KAL ORA?/KAL DIA?/KAL
ANU?/KAL TEMPU?
16
6. Adjectivos e pronomes possessivos
- Nha omi garandi sta mandinti.
- Bu pape na labra orta.
- Si mame bai fera.
- Dus pedreru kumpu no kasa.
- Bo pursoris kumpra djá se bisikleta.
- Tudu omi bidjugu dibi di tene se ridia di
mon.
- Djubi es nha dus fidju.
- Os adjectivos possessivos têm a função
de determinar a posse de objecto em
relação ao possuidor.
NHA
BU
SI
NO
BO
SE
Nota: Colocam-se antes do nome e do
adjectivo qualificativo. mas depois do
demonstrativo.
- O Pronome possessivo substitui o
sintagma sobre o qual recai a posse.
DI + pron. pessoal oblíquo
- Di mi, i ma mindjor, purba son!
- Es li i di mi.
- Gatu i ka di mi, i di bo.
um possuidor
DI MI
DI BO
DI SIL
vários possuidores
- Kamisa i di bos.
DI NOS
- Elis e kumpu di selis, ami n’ na kumpu di DI BOS
mi.
DI SELIS
VOCABULÁRIO
OS TRABALHOS :
alfaiati/bakiadur/bidera/fereru/pulisia;
pursor/mekaniku/kondutor/sapateru;
piskadur/bisiadur/labadera/labradur;
nfermeru (nfurmeru)/kantadur/partera;
pedreru/karpinteru/kusinheru/pintor;
labadera/pintcadur di kareta/grasadur.
17
LIÇÃO IV. O GÉNERO, O NÚMERO E A FORMAÇÃO DOS NOMES
7. O género e o número
- Maria padi son dus fidju matcu, si ermon
femia ka tciga di padi inda.
- Nha ermon femia ka tene omi.
- Nha ermon bindi tris baka matcu.
- Ami n’ ka tene mindjer, nha pape tene
dus mindjeris.
- Aonti nha dona fasi aniversariu: si netus
ku si netas patil manga di tabaku ku kana.
- Kal djinti ki bin?
- Manga di djintis bai mati festa di
kasamenti di nha tiu.
- Pekadur bali si ta rispita utru pekaduris.
- Toma e fosis, i pa bo.
- Normalmente o género é marcado por
MATCU/FEMIA:
fidju matcu/fidju femia
gatu matcu/gatu femia
ermon matcu, ermon femia
- Há também poucos casos com distinção
de género como no Ptg:
rapas/badjuda
omi/mindjer
netu/neta
- Plural/singular: o número é marcado
utilizando um quantitativo, como os
adjectivos de quantidade, um advérbio ou
um numeral:
TUDU/TCIU/MANGA DI
- Alguns acrescentam a marca do plural –
s/-is:
djinti/djintis
dia/dias
pekadur/pekaduris
fos/fosis
Conselho: o –s não se usa quando é uma
realidade colectiva: N’ kumpra kamati
ou é já indicada pelo numeral : tris kabra
- Na matu balion djurmenta: li anos ki na
manda.
- Kau di BaDjon.
- GanBiafada (moransa di Biafada).
- Os prefixos BA-/GAN- indicam plural:
é a maneira, derivada das línguas
africanas da região, de indicar o plural de
humanos (BA-) ou de lugares (GAN-):
- Fumu di sigaru ta dana bof-bof di
pekadur.
- Há redobros com valor de plural:
bof-bof (OS PULMÕES)
- Kuma di bu kasa? I sta bon.
- Mostran bu kasa? Alil li.
- Bu tene mindjer? In! N' kasaba dus, ma
un son muri.
- Kantu fidju ku bu tene? N' padi kuatru,
un matcu ku tris femia.
8. Formação dos nomes ou substantivos
Os nomes são palavras que nomeiam os
seres (pessoas, coisas ou animais) ou as
ideias (qualidades, estados, acções)
No CrG muitos nomes são derivados do
Ptg, por isso a formação das palavras do
CrG segue muitas das regras do Ptg.
18
- Bu kunsi fidju di Gomis? N' kunsil. Nha
kode kasal. Nta, Gomis i bu kunhadu!
- Kunsada ku kabantada.
- Bu bonitasku na matan nan!
- Kantiga di mandjuandadi.
- Na kil moransa i ten un kasa ku dingui.
- Bariga pega kirsi tok i bin fika barigona.
- Mario diskunfiadu dimas.
- Atividadi kabalidu.
- Há sufixos que formam nomes:
-ada: kabantada (kabanta + ada)
-asku: bonitasku (bonitu + asku)
-dur: tarbadjadur (tarbadja + dur)
-eru: kabaleru (kabalu + eru)
-esa: djiresa (djiru + esa)
-menti: kasamenti (kasa + menti)
-ndadi: mandjuandadi (mandjua +
ndadi
-nsa: moransa (mora +nsa)
-on: porton (porta + on)
-ona: barigona (bariga + ona)
-sinhu: bentusinhu (bentu + sinhu)
-uda: fartuda (fartu + uda)
- Há prefixos que formam nomes:
dis-: diskunfiadu (dis + kunfiadu)
anti-: antkolonialista (anti +
kolonialista)
ka-: kabalidu (ka + balidu)
- Mariu i bon pekadur.
- Bu kaba kebra arus?
- Storia di lubu ku kebri.
- Lagartu i un limaria pirigozu.
- Kau sta lundju.
- Riba ka ten.
- há palavras derivadas do Ptg que têm
um significado diferente no CrG:
pekadur (PESSOA/PECADOR)
kebra (CEIFAR/QUEBRAR)
lubu (HIENA/LOBO)
lagartu (CROCODILO/LAGARTO)
kau (SÍTIO/CABO)
riba (REGRESSAR/ARRIBAR)
- Nunde ku bu na notsi aos? Na Kacheu.
- Nunde ku bu mansi? N’ mansi na Bula.
- Kil mindjer padi dus fidju/Kil pe di
mangu tene manga di fidju.
- há palavras derivadas do Ptg que têm
um significado mais amplos no CrG:
- notsi (PASSAR O DIA e ANOITECER)
- mansi (PASSAR A NOITE e
AMANHECER)
- fidju (FILHO e FRUTO e REBENTO)
- Bu fasi alguin djanfa, kila ka bali dianti
di Deus.
- I tambur kumpridu ki ta djamu kabarus
ora ke na badja
Há palavras que são derivadas das
línguas africanas:
- djambakus (Banhum “djambakos”)
- djamu (Mandinga “jàmun”)
- djanfa (Mandinga “jànfaa”)
- badjuda (Banhum-Cassanga “badjude”)
- oriki (Pepel “orik”)
Hoje o CrG mais falado é o da população
de Bissau, onde se concentram todas as
línguas e culturas do país, e não só: nesse
ambiente linguístico são detectadas as
seguintes influências:
19
- Ami gora, pasta di Ministru di
Agrikultura i ta djustan rek !
- Pa bu bai la, i son pa bu sedu un bon boi
feradu.
- Asembleia Nasional Popular tene sen
diputadu.
- Toka-toka ta rosolbi manga di purblemas
di djintis di bairus di Bissau, nunde ki taxi
ta nega bai nel.
- Nde Guine mindjor? Nada, i trosa son,
matabitcu ka ten, sia ka ten, un tiru son,
djanta!.
- Kil joven, nunde ki mora nel?
- aumento de palavras de origem africana:
rek/ampagai
- aumento de novas palavras de várias
origens:
- boi feradu/boi kiridu
- diputadu
- toka-toka
- influência da camada estudantil que
substitui palavras antigas com outras
aportuguesadas:
- pekenu almosu/matabitcu
- joven/djoben
- paludismu/febri
- vida/bida
- nunde/nde
VOCABULÁRIO
A FAMÍLIA
TIPO AFRICANO
pape, mame, fidju, ermon;
dona, netu, kunhadu;
papesinhu (padrastu), mamesinhu
(madrasta), fidjastu, kumbosa;
kode, mana, manu, prima, primu.
TIPO EUROPEU
pape, mame, fidju, primu;
tiu, tia. dona femia, dona matcu, sogru,
sogra, kunhadu; subrinhu.
TEXTO
Nha tuturdona muri dja, nha dona sta na
tera, nha pape ku nha mame sta ku mi, nha
ermon sta fora di tera, i ba randja bida. I
laganta noba di mininu ki padidu, pabia i
kiril tciu.
Kil utru gora ki na studa, i bu ermon tan?
Suma ki bu fala. i nha ermon di pape. I
sinta djuntu ku no kunhadu, omi di no
ermon femia garandi.
Nten, es i nha mamesinhu, kumbosa di nha
mame, si nomi i Badjuda.
Anta, kantu mindjeris ki bu pape tene?
Parsi e rindi? Nau, i son dus: nha mame ku
noiba ki nha mame da nha pape pa i kasa.
20
LIÇÃO V. OS ADVÉRBIOS DE LUGAR E OS DEMONSTRATIVOS
- Nunde ki no sta nel? N' ka rapara nha
kaminhu. Li i Santa-Lusia.
- Nunde ki fera di Bande sta? Bai di
kumpridu: la, bu ta bai pa skerda, ma
lundju bu dibi di bai pa direta.
- Gatu sta bas di kau di sinta.
- Nta, fera lundju di li? I lundju un bokadu.
- Djubi kil katcu la riba.
- Nha kamisa sta la bas.
- Kaminhu sta bu dianti.
- I mora filadu ku mi.
- Bu pudi odjal na e kasa, la tras.
- Tcabi sta na porta.
- Nha mindjer sta na kasa.
- N' ka tene nada na nha bolsu.
- Sai la fora.
- N' ta tarbadja lundju.
- Pon sta riba di mesa.
- Manga di alunu fika fora di sala.
- Nha ermon femia mora pertu di bu kasa.
- Filadu ku porta.
- Lungu di porta.
- Kuma ku no pudi sibi kin ku na ianda
dentru di matu?
- Fos sta pertu di fugareru.
- Basora sta tras di kasa.
- Kuma ki e Dimingu ku Sugunda-fera
kuri?
- N' ka kunsi kil omi.
- E bistidu burmedju.
- Djon, e tcepen ka djustau.
- Ki arus, kila ta da te pa dus anu.
- Toma, bu bibi e iagu.
- Nha tiu kumpra ki uiski na fera di Prasa.
- Kil bu badjuda bonitu dimas.
9. Advérbios de lugar (locativos):
são palavras que indicam lugar ou
posição: em gramática distinguem-se os
advérbios (que modificam os verbos) das
preposições (que unem palavras ou frases)
e normalmente, são seguidas pela
preposição DI)
BAS/BAS DI
DENTRU/DENTRU DI
DIANTI/DIANTI DI
FILADU KU
FORA/FORA DI
LUNDJU/LUNDJU DI
LUNGU/LUNGU DI
NA
NA DIRETA, NA MON DIRETU
NA RODA DI
NA SKERDA, NA MON SKERDU
NINKAU
NUNDE
PALI
PERTU/PERTU DI
RIBA/RIBA DI
TRAS/TRAS DI
10. Os Demonstrativos
A função é de colocar no espaço e tempo o
determinado.
O GCr apresenta duas formas (perto e
afastado) e o Ptg apresenta três formas.
- adjectivos demonstrativos:
E/ES (perto) Ptg ESTE
KI/KIL (afastado) Ptg ESSE/AQUELE
Nota: as duas formas E/ES e KI/KIL são
usadas indiferentemente com palavras que
iniciam com uma vogal ou consoante.
Parece porèm que em frente de palavras
que iniciam com uma semivogal são
usadas somente as formas E/KI:
Nota: o demonstrativo precede todos os
21
outros adjectivos
- Kila tudu i brinka Karnaval?
- Esis e ta sutadu di tudu koldadi manera.
- Es i nha bistidu.
- Kilis ki tene e ta konsigui kusas mas
bonitu ku mas karu.
- N' ka kunsi kilas.
- Garandi kuma kin ku mandurga, urbadju
ta modjal.
- pronomes demonstrativos:
ES/ESIS
KILA/KILAS/
KIL/KILIS
Há outra forma de pronome
demonstrativo:
KIN KI
- Kila la ka na atraza ninguin.
Nota: Para dar ênfase acrescenta-se
LI/LA
TEXTO
N' baiba djubiu tras di kasa didime bu sta
li dianti di bemba.
Es galinha djiru tok i pasanta: i ta durmi
bas di pe di kadju, aos ki no misti panhal
pa mata i bai durmi riba di pe di mangu.
Abos bo tene manga di limarias na bo kau,
e galinha tene frangas bonitu.
I bardadi, djubi gora kil gatu, suma i el
son, i ka ta sai na metadi di litons; no
limarias sta tudu ora na roda di kasa.
Purmeruba kumbosa sta pertu n'utru, kadakin ta misti sta lungu di si kumpanher; ma
gosi mundu rabida, pabia di kasa dus o di
kasa tris ki sta na moda, kadakin ta misti
sta lundju di si kumpanher.
N' kontenti manera ki bo mora filadu ku
nos. Djintis ku mora na mon direta e ka ta
sinta, kilis di mon skerda ka riba inda di
ferias.
22
LIÇÃO VI. OS VERBOS
TEXTO
- Aonti, no bai Farim, no toma kandonga
na fera di Bande, no paga dus mil franku.
Na Mansaba, roda fura, pregu ki fural.
Na Farim, no kamba riu, djangada ki
kambantanu.
11. Os verbos (indicam acções ou estado)
O texto apresenta dois períodos que
indicam uma acção acabada e uma
inacabada: o verbo com a partícula NA
indica o aspecto inacabado.
Para entender os tempos gramaticais em
CrG é preciso inventar um esquema “sui
- Gosi no na bai Bafata, no na toma
generis”, porque as línguas latinas e
kandonga na fera di Bande, no na paga dus escritas privilegiam o tempo, o CrG e as
mil i kinhentus franku.
línguas orais privilegiam o aspecto ou o
“processo” indicado pelo verbo, como a
- Nunde ki no odja n' utru?
duração, o desenvolvimento ou
Dianti di porta di Koreiu.
acabamento (aspecto incoativo,
Bu odja nunde ki kandonga para? N' na
progressivo, resultativo) de uma acção.
perau la.
outra característica importante do CrG é
- I ku kin ki no dibi di bai Bulama?
a distinção entre dois grupos de verbos:
Ami gora n' medi bias di mar, i maron ki ta
kansan tciu.
- verbos de acção
Maron kunsa son, n' ka panha pe di nha
FAZER/FASI
kabesa. Aonti, bias ka kuri diritu, manga
COMER/KUME
di djintis ramasa!
- verbos de estado
ESTAR APAIXONADO/KIRI
PODER/PUDI
ANÁLISE DOS VERBOS
Do ponto de vista do falante a acção (ou o
estado) expressos pelo verbo, pode
acontecer:
A) no presente (tempo simultâneo)
B) no passado (tempo anterior)
C) no futuro (tempo posterior)
D) na possibilidade/impossibilidade
A) tempo simultâneo (presente)
- Maria kume
- Maria badja
- aspecto realizado (acabado)
marca 0 + verbo
(existe somente para os verbos de acção)
- Maria na kume.
- Maria na badja.
- aspecto não-realizado (inacabado):
NA + verbo (verbos de acção)
23
- Teresa pudi
- Djon kiri Binta.
- Teresa i duenti.
- Luis ta kume un tiru son.
- Utru ta kiri badjuda sin dicha pape sibi.
- Mindjeris di li ta bambu se mininu.
- Ora ki tcami, i ta bida mau.
- Na nha tabanka, djintis ta djuga baradju
tciu.
- Dia sabadu di tardi ku dia dimingu, no ka
ta tarbadja.
- Nha mindjer ta labra kamati.
- Kuatru sumana ta fasi un mis.
marca 0 + verbo (verbos de estado)
- aspecto habitual (exprime a ideia de
hábito ou de repetição):
TA + verbo
(não existe distinção entre verbos de
acção e de estado)
B) tempo anterior (passado)
- Ami n’ kumeba dja anti di bu tciga.
- Nta, bu odja bindidur di alfasi? N' odjal
aonti na fera ma n' ka kumpra nada, n'
diskisiba nha dinheru na kasa.
- aspecto realizado (acabado)
marca 0 + verbo + -BA
(existe somente para os verbos de acção)
O sufixo –BA escreve-se ligado ao verbo
(badjudas kunsaba sumia dja) para
poder distinguir-se da forma verbal BA
(badjudas, bo kunsa ba ta sumia)
- Ami n’ na kumeba kil ora ki bu tciga.
- aspecto não realizado (inacabado)
NA + verbo + -BA (verbo de acção)
- Otranu Djon kiriba Binta.
- Oranu Teresa duensiba.
marca 0 + verbo + -BA (verbos de estado)
- Otranu Luis ta tarbadjaba na Pescarte.
- Oranu Teresa ta duensiba tudu sumana
- Mis ki pasa Joana ta baiba fera (tudu
dia).
- I ta mistiba kume restus ku ta sobra.
- aspecto habitual
TA + verbo + -BA)
(não existe distinção entre verbos de
acção e de estado)
C) tempo posterior (futuro)
- Ami n’ na bin kume.
- Maria na bin badja.
- Utru anu nha fidju na bin bai skola.
- aspecto realizado (acabado) e aspecto
não realizado (inacabado)
NA BIN/NA BA + verbo
(verbos de acção)
Nota: No tempo posterior não existe a
distinção entre aspecto acabado e
inacabado.
- Djon na kiri Binta.
- Bu ka na sedu prasa pikininu.
NA + verbo (verbos de estado)
24
- Jokin, bu na ba ta djubi orta tudu dia.
- Bu na ta tcomadu Sefas.
- No na bin ba obi Elizabeti.
- N’ na bin bin kanta.
- N’ bin kume.
- N’ bin bin kume.
- N’ bin baiba sinema.
- aspecto habitual
NA TA/NA BA TA + verbo
(não existe distinção entre verbos de
acção e de estado)
Se o futuro é distante acrescenta-se a
marca BIN (NA BIN BIN/NA BIN BA)
O semiauxiliar BIN tem também a função
específica de advérbio de tempo (Ptg
DEPOIS) e indica o distanciamento da
acção no tempo.
D) Modo possível/impossível
- Na kil sala di sinema, si kau di sinta ten, i
puku.
- Tugas pensa kuma si no tudjidu arus, no
ta sai fora di matu, no ta bin nterga.
- Si i na bin, bu kontan.
- a possibilidade é somente com os tempos
simultâneo e posterior: a frase
condicional é introduzida por
SI
SI KONTRA
NA KAZU KE
- Si omi tambi ta prenhaba no ta tiralba
responsabilidadi?
- Si n’ sibiba, n’ ta baiba.
- Si n' sibilba, n' ta kontauba.
- a impossibilidade ou irrealidade utiliza a
marca do tempo anterior –BA sufixada
aos verbos da frase principal e da frase
condicional.
E) OS VERBOS SEMIAUXILIARES
- No djumna aviza bos sobri es pirigu.
- I iara kai.
- Kontra i kaba fala sin son, i pirdi fala.
- Rostu kiri tene inda garasa.
- I kunsa na tcora.
- Mame pega djanan na tcora.
- N’ tarda kontal kuma ami n’ mas el.
- Es tarda seduba dja un kustumu di nos.
- N’ tene un kabra la manga di tempu, i
tciga dja padi.
- I torna na sina elis.
- Floresta na torna pobri.
- Dinheru kaba.
Se, no CrG chamamos as marcas TMA
(tempo/modo/aspecto: NA, TA, -BA)
verbos auxiliares, há também um grupo de
verbos que na frase têm a função de
exprimir o modo ou o aspecto da acção do
verbo principal.
- DJUMNA
- IARA
- KABA
- KIRI
- KUNSA
- PEGA
- TARDA
- TCIGA
- TORNA
Estes verbos precedem o verbo principal
com as marcas TMA.
Nota: os mesmos verbos comportam-se
também como verbos principais, por isso
são chamados semi-auxiliares, quer dizer
25
auxiliares a tempo parcial.
F) AS VOZES (DIÁTESE) DO VERBO
Conforme a disposição ou colocação dos
participantes da frase os verbos são
divididos em:
- I kusnha bianda.
- E bindi se kasa e bai Fransa.
- Bai buskan nha tabaku.
- transitivos/intransitivos
O verbo é transitivo quando precisa de um
complemento directo para completar o
sentido.
- Dinheru pirdi.
- Es dus li, tudu ora e ta djusia.
- Bu katcur kapli.
O verbo é intransitivo quando não precisa
de um complemento para completar o
sentido.
- I kema kasa/ Kasa kema.
Há verbos utilizados transitivamente e
intransitivamente.
- Utru ta gueria pabia di klientis.
- Tcabis di Jose pirdi/Jose pirdinti si
tcabis.
- I sintanda elis tudu na un kau.
- Taxista tciganta pasajerus atrazadu na si
kompromis.
- Utru ora i ta firbinti kombe i tira si iagu i
pul na tceben.
- Es karu ta kuri.
- N’ kansa pabia n’ kurinti karu tciu.
- Manga di banana bindidu aos.
- Bo tciga la, bo kusnhadu bianda.
- Bibiron pudi fasi mininu mal, si i ka
firbintidu diritu.
- N’ padidu dia sinku di Marsu.
- I kau frekentadu prinsipalmenti pa
- causativo directo (nome + -IA)
O agente causa directamente a acção:
GUERIA (GUERA + IA)
MANDUKIA (MANDUKU + IA)
- causativo indirecto (verbo + -NTA/NTI/-NDA)
O agente causa indirectamente a acção:
SINTANDA (SINTA + NDA
TCIGANTA (TCIGA + NTA)
FIRBINTI (FIRBI + NTI
Em muitos casos a forma do causativo
trasforma a forma do intransitivo no
transitivo.
KURI/KURINTI
- passivo (verbo transitivo ou causativo
+ -DU)
No CrG há uma forma muito frequente de
verbos passivos onde o sujeito é o paciente
da frase e o agente pode não ser expresso:
BINDIDU (BINDI + DU)
FIRBINTIDU (FIRBINTI + DU)
PADIDU (PADI +DU)
A frase passiva com agente expresso
regido pela preposição PA/PAR deve ser
considerada como influência do Ptg: de
26
bibiduris./Prinsipalmenti bibiduris ku ta
frekenta kil kau.
- I fidi (si) kabesa.
- E mata (se) kabesa.
- Bu punta bu kabesa.
- I bisti ropa bonitu.
- Aos, n’ lanta sedu.
- Baka pirdi na matu.
- No ten di djuda n’utru.
- Nha fidjus laba n' utru.
- No na korta n' utru kabelu.
facto, quando o agente for conhecido o
CrG prefere usar a forma activa, com o
paciente sujeito.
- reflexo (verbo transitivo ou causativo +
KABESA)
Na frase reflexa o complemento confundese com o sujeito.
O reflexo não é muito usado em CrG,
porque muitos verbos exprimem já a
forma reflexa:
bisti
lanta
pirdi
- recíproco (N’UTRU)
Os actantes/participantes são autores e,
ao mesmo tempo, os destinatários da
acção.
DJUMBAI
Un alguin ka pudi djumbai el son, pabia i
troka di palabras di dus o manga di djintis.
Ora ki djintis na djumbai, e ta sinta djuntu
na un kau kadakin ku si banku, e sindi vela
o kanderu, kil ki alguin tene, si lus tan i ta
sindil, si i ka tene tan e ta sinta na sukuru,
si kontra e na djumbai di noti.
Djintis ta djumbai di dia si kontra e ka tene
tarbadju di fasi, pabia bu ka na disa bu
tarbadju pa ba sinta djumbai.
Normalmenti djintis mas ta djumbai di
noti: i ta kontra nada ka ten e ta sinta
djumbai tok sonu tene elis e ta lanta e bai
dita e durmi. Si djintis sinta djumbai,
kadakin ta da si pasada, ke ki odjaba dja,
ke ku pasa ku el o ku utru, sempri kusas di
garasa pa utrus ba ta ri, si alguin odjaba
dja un kusa di garasa i ta kontal si
kumpanheris, kilis ta ri.
Ora tan ki kansa i ta para, utru tan kunsa di
sil, utrus konta istoria, kantiga, i dipindi di
ke ki alguin misti fasi. Se misti e ta randja
binhu e djumbai ku el, utrus ta randja
kualker kusa di kume, utrus ta djumbai sin
nada.
Na djumbai ninguin ka ta tene kara di
raiba i son garasa.
27
LIÇÃO VII. OS ADJECTIVOS E OS SEUS GRAUS
- E panu burmedju i kantu? Dus mil
franku. I karu, e utru li gora? Kil panu
azul? Tris mil Franku. Panu burmedju mas
azul baratu.
- Dimingu ma utru dia kansadu pa kumpra
panu bonitu na fera di prasa.
12. Os Adjectivos
São palavras com que se nomeiam
qualidades ou estados existentes nos seres
ou nas ideias.
Ele têm duas funções:
- Kamati karu.
- Patin kil panu azul.
- N’ ka misti e panu bonitu.
- função ad-nominal (qualifica o nome)
O adjectivo segue o nome.
- Badjuda i na bonituba.
- I ta sedu difisil sibi nunde ki kusa sertu
kaba nel ku nunde ki mintida kunsa.
- predicativa (com o verbo predicativo ou
cópula)
I/SEDU + adj.
- Pedru na bin gros.
- E panu burmedju.
- Kil badjuda kumpridu.
- E mindjer frakuba.
bonitu/fiu,
garandi/pikininu
kumpridu/kurtu
magru/gros
fraku/forti
karu/baratu
kinti/friu
limpu/susu
pisadu/lebi
dos/malgos
moli/risu
branku/pretu/amarelu/burmedju/verdi
- Kil badjuda na magruba.
- Otca n’ pikininuba, n’ ta tcoraba tudu
dia.
- E odja kuma baka bonitu te i gurdu.
A cópula pode não ser expressa e o
adjectivo toma as características das
formas verbais.
bonituba (bonitu + ba)
- Ora ki (ki + i) na garandi, i na djiru.
- Es ki (ki + i) garandi mandamentu.
Muitas vezes a Cópula combina-se (crase)
com a vogal dos pronomes pessoais (I/E) e
dos pronomes relativos (KI/KE/KU).
13. Graus do Adjectivo
- normal/superlativo absoluto e ralativo:
normal é o grau zero e superlativo é o
grau elevado:
28
a) O superlativo
- I garaandi!
- Aonti, n’ lanta seedu!
- Es omi kumpridu dimas, ma e mindjer
pikininu i pasanta.
superlativo absoluto:
- redobro da vogal tónica
garaandi
seedu
- adj. + (I) PASANTA
- Po tudu garandi-ki-garandi, mantcadu ta
durbal.
- adj. + KI + adj.
verbo + KI + verbo
bonitu-ki-bonitu
tarda-ki-tarda
- Ki badjuda i bonitu dimas.
- Bentu tciu dimas.
- Abo, bu muitu djiru!
- MUITU + adj.
adj. + DIMAS
adj. (nome) + TCIU DIMAS
- Bistidu branku fandan
- Iagu limpu pus.
- adj. + adjunto de intensidade
pretu nok
branku fandan
limpu pus
- Nha Baifas i mindjer ma garandi di
tabanka.
Orelia i badjuda ma amonton di tudu utru
badjudas.
superlativo relativo
- MA(S) + adj. + DI + 2º termo de comp.
- Bu galinhas gros, ma di mi ma ta bota
ovu.
- Pedru ma Djon kumpridu.
- Abo bu mas mi djiru.
- Tcoka mas lebri djiru.
O comparativo estabelece uma
comparação, que pode ser de:
b) O Comparativo
superioridade:
MA(S) + 2º termo de comparação + adj.
- Ntoni ma riku di ki Djon.
Há tambem: MA(S) + Adj. + DI KI + 2º
termo de comparação.
- Tciko djiru suma si ermon.
- Maria ka bonitu suma purmeru.
- Ki parti di bu terenu ku djusta ku iagu.
- Luis ta studa dimas suma Antonio.
igualdade:
SUMA
DIMAS SUMA
TCIU SUMA
DJUSTA KU
- Djon ma António djiru.
- Antonio ka djiru suma Djon.
inferioridade:
Normalmente o GCr muda os termos de
comparação, exprimindo a mesma ideia
invertendo os valores, quer dizer por meio
do comparativo de superioridade ou por
meio de um comparativo de igualdade
com frase negativa.
29
14. Adjuntos de intensidade
É uma classe de palavras, derivadas das
línguas africanas, com as duas funções de
marcar o grau superlativo (vd. n. 14:
superlativo absoluto), e de:
- I kudi din.
- I kume fep/I kume buk/I kume bik.
- I san kenkeren/Sol mansi kenkeren.
- I nega far.
- especificar o sentido dos verbos, nomes
ou adjectivos:
bik
buk
din
fep
Nota: Diferentemente dos advérbios, eles
não têm mobilidade e seguem o
nome/adjectivo/verbo.
- Kadakin me ku si manera di iasa bentana. - Os adjuntos de intensidade ME/NAN:
- Galinhas patcari tciu nes kapuera: anta
ME acrescenta ao verbo o sentido de
algun delis ta bota me?
dúvida.
- Kusa ten nan!
- Bisenti kunsa tciga nan.
NAN acrescenta ao verbo o sentido de
certeza absoluta.
TEXTO
- Kuatru sumana ta fasi un mis; dozi mis ta
fasi un anu, seti dia i un sumana. In! Ma
na Kantcungu fera garandi ta ten kada seis
dia: seis dia i antigu sumana di
Mandjakus.
VOCABULÁRIO
OS DIAS DA SEMANA:
- sumana tene seti dia:
dia dimingu, sugunda fera, tersa fera,
kuarta fera, kinta fera, sesta fera, dia
sabadu.
VESTES:
ropa/kamisa/kalson/kalsa/tcakual/trus;
komple/sition/bikini/blusa/ispera;
saia/panu/bistidu/kalsinha/lensu;
kamisola/kamisola di friu/kasaku;
tcepen (tcapeu)/sumbia/bariti/sintu;
sapatu/chinelu/meia/bota/plastiku;
kamisoti/fundinhu/sapatilia/sandalia.
AS CORES:
branku/pretu/amarelu/verdi (birdi);
30
burmedju/burmedju uak/azul;
kastanhu/kor di roza/kor di lach;
sinzentu (kor di sinza).
VOCABULÁRIO
ADJUNTOS DE INTENSIDADE
- Pretu nok/branku fandan/burmedju
uak.
- Intci kun/farta kunkurun/intci tep.
- Kaba fep
- Limpu pus/susu putcuk/seku kan.
- Taka mus.
- Risu kabesa tok.
- Kinti uit/fria iem/kala iem.
- Ianda fas/pasa fit/pasa fat/sai fut.
31
LIÇÃO VIII. OS NUMERAIS E OS INDEFINIDOS
15. Os Numerais: a função é determinar
o número, a quantidade, a ordem, a
multiplicação, a fracção ou então um
conjunto.
O CrG utiliza o sistema do Ptg:
- E kamati i kantu? Sen franku.
- Es, kantu ku na bindil? Es i sinkuenta
franku, ma kil gros i sentu i sinkuenta
franku.
- Kila, i kantu? Bobra i kinhentus franku.
Dan dus.
- N' misti un pakoti di sigaru, un kacha di
fos, un garafa di binhu, un lata di liti. Liti
ka ten, fos ka ten tambi.
- N’ fika na kintu lugar.
- Mininus ta kirsi kinti kinti gosi; nha
purmeru fidju ma mi di un kabesa
kumpridu.
- Si sirbis mas ta karu, i dus bias mas di ki
utrus.
- E dibi di kobradu un pres dus bias mas
altu.
a) numerais cardinais
UN/DUS/
TRIS/KUATRU/SINKU
SEIS/SETI/OITU/NOVI/DES
ONZI (DES KU UN)
DOZI/TREZI/KATORZI
KINZI (DES KU SINKU)
DISASEIS/DISASETI/DISAOITU/
DISANOVI (DES KU NOVI)
VINTU UN/VINTI DUS
TRINTA/KUARENTA/SINKUENTA
SESENTA/SETENTA/OITENTA
NOVENTA/SEN/KINHENTUS/MIL
b) numerais ordinais
PURMERU/SUGUNDU/TERSERU
KUARTU/KINTU/SESTU
SETIMU/OITAVU/NONU
DESIMU/DESIMU PURMERU
c) numerais multiplicativos
(numero cardinal + BIAS)
DUS BIAS
TRIS BIAS
Existem também as formas derivadas do
Ptg:
DOBRU
TRIPLU
- I paga kil panu dobru di si kustu normal.
d) Numerais fraccionários: indicam a
fracção de um todo ou de uma parte:
Se o numerador é a unidade
(cardinal + BIAS MAS PIKININU)
- Oitu bias mas pikininu.
- N’ kumpra un radiu ki kustan dus tersu di
nha vensimentu.
Nos outros casos segue-se a forma do
Ptg (cardinal + ordinal)
DUS TERSU
TRIS KINTU
32
- Kolera mata dja vida di dizenas di no
parenti.
- Un duzia di ovus.
- Un sentena di mangu.
e) Numerais colectivos
DIZENA
DUZIA
SENTENA
16. Adjectivos e pronomes indefinidos
São derivados do Ptg.
- Tudu kusa bonitu.
- Bu odja algun kusa?
- Puku djintis bai mati tcur di omi garandi.
- Os adjectivos colocam-se diante do
substantivo:
algun/kada/kualker
ka tciu/manga del/nin un/puku
tudu/utru
- Kadakin ku si tarbadju.
- Ninguin ka bin.
- Eis alguns com função de pronome:
alguin/ninguin/un son
nada/tudu/utru
kadaun/kadakin/nin un
VOCABULÁRIO
HORTALIÇA:
mandioka/batata inglis/batata dos;
nhambi/arus/sabola/sukulbembe;
midju basil/midju pretu/midju kabalu;
mankara tombali/mankara bidjugu;
tceben; nhambi; fison; bobra/repoliu;
pipinu/alfas/djakatu/brinjela/tifa;
baguitc/malgueta/adju/sebola/kandja;
manfafa.
FRUTA:
banana/mangu/kadju/kukuneti/mizeria;
pinha/goiaba/ananas/papaia/mampatas;
limon/laranja/turanja/tanjerina/foroba;
kola/masa/melansia/melon/furta-pon;
foli/foli lifanti/mandipli/manganas;
mandjendji/banana santcu;
tambakumba/mankuba.
33
LIÇÃO IX. O IMPERATIVO
- Bin, no kume. Obrigadu, n' farta, n' kume
dja na kau di ba-Djon. Ke ku kume la? N'
kume suma bos, kaldu di mankara.
- Djubi bu fidju, i na brinka ku kaleron!
- Mininu, ka bu pui mon, sai la!
- Sindi fugu!
- Toma sintidu nunde ku na pui pe.
- Sua ranhu!
- No bibi!
- Bo ialsa kabesa!
- Bo rianta kabesa!
- Abos dus, bo lanta!
- Falal pa i iabri porta.
- Bai kumpra karbon.
- Sinta, bu pera.
- Kala, bu kume.
17. Imperativo
O sujeito é sempre expresso, excepto com
a segunda pessoa do singular da frase
afirmativa (com um só verbo).
a) afirmativo
0 + verbo (sindi)
NO + verbo (no sindi)
BO + verbo (bo sindi)
Também na segunda pessoa do singular o
sujeito é expresso no verbo das frases
successivas.
- Ka bu pui mon na fos!
- Ka bu lebsin!
- Ka bu chatia!
- Ka bu sinta li!
b) negativo
KA coloca-se diante do sujeito, o qual é
sempre expresso.
KA BU + verbo (ka bu sindi)
KA NO + verbo (ka no sindi)
KA BO + verbo (ka bo sindi)
- Nhu, pera!
- Nhu, bai djubi!
Há uma forma de respeito com os
pronomes pessoais NHU/NHA
18. O tempo anterior aspecto contínuo
- Aonti i buska-buskaba si amigu na fera.
- I na buska-buska si amigu na fera.
Quando falámos dos verbos ao n. 10, no
tempo anterior foi omitido o aspecto
contínuo (uma acção que acontece uma
só vez mas com uma certa duração no
tempo) como estratégia didáctica.
Existe com os verbos de acção e a regra
de formação é a seguinte:
marca 0 + Redobro do verbo + -BA
(verbos de acção)
Com a mesma característica do redobro
do verbo, existe também no tempo
simultâneo:
marca NA + Redobro
34
(como ao n. 20, o tempo contínuo pode
ser expresso também com o verbo
semiauxiliar STA NA)
EXERCÍCIO
(coloque as frases no aspecto contínuo,
tempo anterior e tempo simultâneo)
- Nha mindjer ta labra kamati.
__________________________
- N' odjal na fera.
_____________________
- I na korta si fidju kabelu.
________________________
- No misti bai fera.
__________________
- N' kume bianda tok n' farta.
___________________________
- N' ka pudi ianda, n' molostra.
___________________________
- Bu pape ta fuma kanhutu.
_________________________
- No na kumpra tabaku di fera.
__________________________
VOCABULÁRIO
AS REFEIÇÕES DO DIA:
mata-bitcu/djanta/sia;
un tiru (son djanta)
35
LIÇÃO X. PARTICULARIDADES DE ALGUNS VERBOS
- Abo i marinheru? Nau, ami i piskadur.
- Aos i ten pis di bindi. Bu tene pis di bindi?
N' tene un bokadu, djubi. Kantu ku ta bindi
bentana? Duzentus franku kada un son. Mbe!
Pis karu gora! Rapatil un bokadu! N' ka na
rapatil, abo bu riku!
- I ami.
- I e utru li.
- I kil utru la.
- E katcur i di mi.
- Kil kanhutu i di si pape.
- Kil katcur i ka di mi.
- Anos i kantu?
- Kin ki sedu?
19. Verbos I/SEDU (Pgt SER)
- Nha pape seduba montiadur, nha tiu ka
seduba djambakus.
- Tempo anterior (passado):
SEDUBA
- Nha fidju na bin sedu pursor, i ka na bin
sedu marinheru.
Eles têm a função predicativa e indicam
uma situação ou qualidade
permanente:
- Tempo posterior (futuro):
NA BIN SEDU
20. Verbo STA (Ptg ESTAR)
- Kaminhu sta bu dianti.
- Kusa sta diritu.
- Es li tudu sta sertu.
- N’ sta li.
- N’ na punta nha kabesa nunde ki
badjudasinhu sta.
Seguido do adjectivo ou advérbio, ele
tem a função predicativa, informando
acerca do sujeito e indica uma situação
ou qualidade temporária.
- Karnaval sta na pirdi si balur (Tudu dia
Karnaval na pirdi-pirdi si balur).
- STA NA
se verbo semiauxiliar (indica o aspecto
contínuo da acção).
- Nodas sta na bu kamisa.
se verbo normal (diante de um nome)
significa ENCONTRAR-SE EM.
TEXTO
Na roda di mar, no ta odja ostras, kombe ku
kamaron.
Parmanha, i ta bindidu pertu di Kinhamel.
Na kaminhu, mindjeris ta bindi tambe pis,
manga di bias i bentana.
Na portu, piskaduris ta tisi teinhas, bagri, pis
banda, sareia ku linguadu.
36
21. Verbos TEN/TENE
- I ten tris mis ki sai di prasa.
- Sumu ten, fos ka ten, siti falta.
- I ten djintis ku ta fala kuma nha mindjer ka
sibi kusnha.
- No ka tene fiansa nel.
- Dus o tris sala di sinema ki ten na Bissau i
ka tene spasu sufisienti pa risibi manga di
publiku.
- I tene bis findidu.
- N' odja Pedru, n' kuda i duensi. Ke ki tenel?
Febri panhal, i ka pudi.
- Sinhor, ten pena di nos!
- Ten pasensa, disanu fidjus!
- I furta uru di tia Maria Tombon, i ka ten
ton!
- Na mundu di aos kin ki ten kabesa ta safa,
pabia di si djiresa.
- N’ gostaba di tene kabesa pa n’ pudiba
djusta ku futuserus.
TEN indica a ideia de existência
TENE exprime a ideia de posse
- Há também casos que não parecem
seguir a regra jeral:
TEN PENA
TEN PASIENSA
TEN TON
- Nota a diferença entre
TEN KABESA (SER INTELIGENTE)
TENE KABESA (SER VIDENTE)
22. Sufixo –SI/-SA
Sufixos acrescentado a alguns
adjectivos ou verbos para:
- I na intcisin kopu.
- N’ na seksa fonti.
- Si pele pretusi.
- I fraksi tok i ka pudi papia diritu
- N’ kuda n’ febrisi.
- formar o causativo:
INTCI/INTCISI
SEKU/SEKUSA/SEKSA
- formar o aspecto incoativo(começar
a/tornar-se):
PRETU/PRETUSI
FRAKU/FRAKSI
VOCABULÁRIO
PEIXES:
bagri/bentana/teinha/rabu burmedju;
bika/pis reia/linguadu/pis-banda/sareia;
kaudu/pis-berga o pis martel/pis-sera;
pis-tinta/kombe/ostra/lingron/kamaron;
kakri/karanguis/bentaninha/pis gudja;
rebenta konta/iskilon/djafal/kor-kor;
iaiboi/karapau/pis matcadu/korbina;
ndjoto/katcureta/pis kunga.
37
VOCABULÁRIO
AS PARTES DO CORPO HUMANO
kabesa/totis/kaku/testa/kabelu;
barba/dinguinhu/kesada/kabelu di barba;
boka/bis/dinti/lingu/seu di boka;
djindjirba;kabelu di udju;
oredja/naris/udju/kuku di udju;
mama/biku di mama/kosta/bariga;
mon/palmu di mon/dedu/sabaku/dedu;
pata di pe/pe/perna/djudju/brasu;
korson/bof-bof/figadu/tripa/bichiga/biku.
ALGUMAS DOENÇAS
katar/febri/panga bariga/sarampu/tusi;
kantimbon/tuberkulozi/sida/mpintcu/siflis;
paludismu o malaria o sison;
materia o pus o maldadi;
durba-kabesa o epilepsia o mal di volta.
TEXTO I
- Mariu duensi propi. Sin! Bariga na del tan.
I dibi di bai nunde mediku! N' na lebal
amanha si i ka sinti mindjoria. Kuma di bu
fidju? I duensi sumana pasada, gosi i
mindjoria, ma i ka san inda.
- I kunsi nha nomi, ma n' ka kunsi di sil.
- N' misti un pakoti di sigaru.
- Ami, n' sibi subia.
- N' pirsisa di skova pa n' laba dinti.
TEXTO II
- Kabesa na den, n' lanha mon, n' tene pe
pisadu.
Andju tene naris ki na tcubi.
I rinkadu dinti. I miskitu ki murdil na udju.
Ora ku alguin bedju, i ta pirdi kabelu.
- Anta, bu odja Djon parmanha? Nau, n' ka
odjal inda.
- Nunde Kamara? I fika na si kasa. I kansa? I
sta duenti? Nau, i kansa nan son.
TEXTO III
- N’ tene sedi. Ami tambi, no ba pidi iagu.
- Tia, bondia; tia, patinu iagu!
- Nha fidjus, bo bin bibi!
- Obrigadu tia, te logu!
- Kal disiplina ku bo tene es anu? No tene
Matimatika, Fisika, Kimika, Purtuguis,
Istoria, Siensias Sosiais, Disenhu, Jografia.
Kada dia no ta tene kuatru tempu. Dia di
Sabadu no tene son dus tempu.
38
LIÇÃO XI. A ESTRUTURA DA FRASE
Maria na finka kaleron na fugu, i na pui un
bokadu di siti, dipus i na buri sabola, ora
ki sabola kusidu, i na buri iagu.
Na fin, i na pui padas di bobra, kamati ku
kandja.
Baguitc ta firbintidu, i ta pangadu, kandja
ta piladu, i ta pangadu ku baguitc.
I ta bulbuli kaleron ku kalma.
- No kontra ku alguin i na tcora.
- I entra ninguin ka odjal.
- Anos ku ta da elis djanta ku gasidja elis
tambi.
- Tcoka firma ma i ka odja lebri.
- Un omi kasaba un mindjer, didime i
futseru.
- N’ ka sibi si n’ dibi di ngabau o kritikau.
23. A estrutura da Frase.
- A estrutura da Frase é SVO:
sujeito + verbo + complemento
O sujeito é sempre expresso (excepto a 2ª
pessoa singular do Imperativo afirmativo).
O complemento objecto segue o verbo
(excepto nos casos de focalização).
- Duas ou mais frases formam as frases
complexas, ligadas por meio da
justaposição, das conjunções
coordenativas ou subordinativas (n. 28).
- No CrG, em geral, as frases são ligadas
pelo sistema da justaposição (sem nada a
uni-las), sendo o sujeito sempre expresso.
- Utiliza-se também o sistema de
conjunções coordenativas:
KU (aditiva)
MA (adversativa)
DIDIME (adversativa, Ptg PORÉM)
O (alternativa)
TEXTO
Kuma ki siti ta kumpudu
Ora ki tceben burmedju, si katcu ta
kortadu, i ta pantcidu, i ta nhikidu, dispus i
ta firbintidu na un tanki garandi.
Ora ki siti boia, no ta panhal. No tene siti.
Ma si no kua iagu di tceben, no ta fika ku
kandjirba, no ta tira karus, no ta mundul,
no ta sekal i ta sirbi pa fasi kaldu.
24. Focalização (Topicalização)
A ordem SVO (sujeito + verbo +
complemento) da frase não é mantida
quando o locutor quer focalizar a atenção
sobre alguns elementos da frase.
O elemento focalizado coloca-se ao início
da frase e, às vezes, é repetido por meio
do pronome (pronome anafórico).
- Kil kasa ki Mariu ta mora nel.
- Kil studu ke dan otca n’ bai la.
- E baldu, dal el!
- focalização do complemento:
pa povu (complemento) ku no na luta
par el (pronome anafórico)
39
- I ka pabia branku tene dinheru ki dibi di
sploradu.
- Baga-baga, ora ku bu kortal, sol mansi i
ta torna na forma.
- N’ fia kuma duensa ku no na buska.
- La ku no durmi nel.
- I Djon ki tciga.
- I sopa ki ta kumedu ku kudjer.
- I ku kudjer ki sopa ta kumedu.
- I amanha parmanha ku n’ na kunsa
tarbadja.
VOCABULÁRIO
OS UTENSÍLIOS DA COZINHA
Kaleron/panela/kasarola/fritadera;
kalma/kudjer/garfu/faka/tijela/funil;
pilon/po di pila/kabas/baldu/fugareru;
pedra di fugon/fugon primu/fos/fugon;
po di buli/kudjer di tira/konja/iasadera.
- focalização do sujeito:
salariu (sujeito) el (pronome anafórico) ki
ta rosolbi tudu purblema di pais.
- Outra maneira de pôr em evidência o
sujeito ou o complemento:
I…KI
PROVÉRBIO
Saku limpu ka ta firma!
TEXTO I
Aos, Maria lanta sedu, i kusnha sabi. Ora
ki sta prontu, i da si fidju kumida.
Dipus, i laba ropa, i limpa kasa tudu.
Di tardi i lisa ropa.
E baldu i pa fasi ke? I pa ieki ropa.
Noda di binhu ka ta sai. Si bu pui sal, i ta
sai. Asin son, gosi? Nau, i ka asin. Dipus,
ora ku bu na laba.
Pedru na laba kurpu. Si mindjer na laba
ropa. Di tardi, i na ngoma ropa, ora ki
seku.
TEXTO II
Pratu kafriela
- Kuma ki kafriela ta fasidu? Bu ta panha
galinha, bu matal, bu penal, bu sapa-sapal.
- Bu sibi fasi es tudu? Nau.
- Anta, kuma ku pudi fasi iasa gora?
- Kuma ki galinha ta tiradu si pena? Pa
pena galinha, ba ta djunda pena.
Nau sinhora, i ta mitidu na iagu kinti
purmeru, si ka sin, pena ka ta sai.
40
LIÇÃO XII. OS ADVÉRBIOS
TEXTO
- Tudu dia, ora ki Maria korda, i ta lanta, i
ta bari kau, i ta laba kurpu, i ta pintia
kabelu, i ta bisti.
Aos i dimingu. I na bisti si panu bonitu. E
panu burmedju, i kumpral na fera garandi:
la panu baratu.
25. Advérbios
No CrG são palavras invariáveis que se
juntam a outras (verbos, frases, adjectivos
e mesmo advérbios) para modificarem o
sentido ou exprimirem as circumstâncias
de uma acção, de uma qualidade ou de um
estado.
O Advérbio não tem colocação fixa e
recebe as marcas de tempo, aspecto e
modo como os verbos.
- Io! N’ na tisil.
- Sertamenti e obi.
a) Advérbios de afirmação
IO!/SIN/SIN PROPI
NAN/NAN TAN
SERTAMENTI/STA SERTU
- Nunka n’ ka na sedu riku.
- Nin bu ka bin djubin.
- Nunka n’ ka bai Bissau.
b) Advérbios de negação
NAU
NIN
NUNKA/NUNKA MAS
Nota sobre a Negação:
KA + verbo
KA é sempre expresso, também na
presença de outros advérbios de negação
na frase.
- I bin dja.
- I ka bin inda.
DJA/INDA
o advérbio DJA utiliza-se com as frases
afirmativas e INDA com as negativas.
- Bu ka bai piska? Sin (Eu não fui a
pescar)
- Bu ka bai piska? Nau (Eu fui a pescar)
Nas respostas às frases interrogativas
negativas a resposta é em harmonia com a
interrogação (e não com o sentido real da
resposta).
- N' ta lanta sedu parmanha.
- I ka bardadi, aonti n' konki porta, oitu
ora, bu na durmiba inda.
- Unturdia no bibiba tciu, i el ki manda.
c) Advérbios de tempo
AOS/AONTI/UNTURDIA/AMANHA
ANTIGAMENTI/PARANU
ES ANU/OTRANU/UTRU ANU
41
- Na tempu antigu, na tabankas, omis ta
montiaba, mindjeris ta labraba bulanha e ta
kusnha e ta laba ropa.
- E mindjer bonituba, ma i padi sinku bias,
gosi i larga kurpu.
MANDURGADA/PARMANHA
NUNKA/NUNKA MAS
GOSI/GOS-GOSI/DJANAN/DIPUS
LOGU/ERMON DI AMANHA
d) Advérbios de dúvida
- Kau kala: anta ke ki tene es pumba?
- Iar i tene utru kumbidadu di mas
katiguria.
- Parsi gosi no tene kondisons pa papia ku
es ovinti!
ANTA
IAR/KIN-KI-ODJA
TALBES
PARSI/NOS TAMBI
- Aonti n’ ka papia sika ku bo!
- Nin un son i ka nha karu, fora des.
- I papia son ke ki sibiba.
FORA
SIKA
SON
e) Advérbios de exclusão
- No ta odja kuma te mininu pikininu
sibiba kal ki balur di Cabral!
- Tisi nha tambor, suma tambi nha siko, pa
dia di toka tcur.
- Djustu di ba tcur, ka ta tciga karga don.
- Didime bu ka misti mata ki gazela; kila
kria de!
- Na Afrika, omi garandi i suma
biblioteka.
- Pratikamenti tudu padida pudi mamanta
si fidju.
- Kil mindjer ta papia tciu dimas!
- Kila ta djudaba floresta bastanti.
- No sta kuas riba di ora.
TEXTO I
- Anta, bu kunsi kandja? Sin, n' kunsil, ma
n' ka ta kumel.
- N' mistiba djudau, ma n' ka pudi. Si n'
pudiba djudau, n' ta kontauba.
- Kontra n' padidu, nha pape muriba dja.
TEXTO II
- Aos, n' tene feria. Amanha, n' na bai
djubi nha parentis.
- Sumana pasadu i tcubi tciu. Sumana ki
na bin, n' na bai nunde nha tiu pa djudal
labra.
- Amanha, i na ten fera na Kantcungu. No
na bai amanha parmanha sedu. Lun'a ka
odjadu e di noti.
- N' kume dja, n' farta. Iagu di e fonti ta
bibidu?
f) Advérbios de Inclusão
SUMA TAMBI/
TAN/TAMBI
TE
g) Advérbios de Modo
DJUSTU DI/DIRITU
KINTI-KINTI
DIDIME (Ptg AFINAL)
SUMA
adjectivo + -menti
h) Advérbios de quantidade
DIMAS/TCIU/MANGA DI
BASTANTI/PUKU
KUAS/NADA
42
LIÇÃO XIII. AS FRASES RELATIVAS
- Mankara rinkadu dja, kebur di arus pertu
dja.
- No pabi dja, no pertu bin labra.
- Bo ta kema padja? Menus ki no pudi, ma
utru bias no ten di fasil.
- I dubu gora, bo ta pul? In, no tene dubu
di tera.
- Ke ki kumpudu kel? I ma sedu padja
djakasidu ku koko di baka.
- Kal koldadi di arus ki ma pudu e anu?
Kil di lugar, iagu ka tcigaba na bulanhas.
- Punta kantu ora kil alguin ki (ki + i) na
pasa na kaminhu.
- Mindjer ki (ku) ta laba ropa duensi.
- Ali karbon ku (ki) n' kumprau.
- N' na punta ke ku (ki) no na odja dentru
di e kasa.
- Nau, i ka dinheru ki (ki + i) pirdintin
sintidu.
- Kal ora ku (ki + bu) na bai fera?
- Kin ku (ki + bu) misti odja i ka sta.
26. Frases relativas:
KE
KU
KI
(a escolha de uma forma ou outra depende
mais da contracção (crase) com a forma
do pronome sujeito 2º singular (BU) 3ª
singular/plural (I/E) e da harmonia
vocálica com a palavra seguinte)
Diferentemente das frases complexas
ligadas por conjunções subordinativas, os
pronomes relativos têm uma dupla função:
são elo de ligação das frases e
desempenham um papel sintáctico com um
determinado antecedente (nome ou frase).
27. Resumo das principais formas verbais:
- I bai/i baiba/i na bai/i kunsa bai.
- I ka bai/i ka baiba/I na baiba.
- I ka na bai/i ka na baiba.
- I na bin bai/ i ka na bin bai.
- I bai dja/i ka bai inda.
- E ta bai skola/e ka ta bai skola/e ta baiba
skola.
a) verbos de acção
KUME
IANDA
FASI
PAPIA
b) verbos de estado
- I sibi/i ka sibi.
- I sibiba/i na sibi/i na bin sibi.
- I sibi dja/i ka sibi inda/i ka na sibi.
KIRI
SIBI
MISTI
TENE
SINTI
STA
43
VOCABULÁRIO
TRABALHOS AGRÍCOLAS
bulanha/lugar/orta/ponta/matu;
regua/oriki/reguadur/manguera;
sumia/padi/soronda/korta/disrama;
kebra/monda/kebur/bisia;
radi/tarsadu/mantcadu/intcada;
simintera/kuku/dubu.
TEXTO
- Ka bu ba ta regua bas di sol. Ba ta regua
parmanha sedu.
- N' pirsisa di reguadur pa nha orta.
Reguadur di bindi ka ta falta.
- E anu, n' sumia batata inglis ku fison.
Aonti, n' risibi kuku di fison pa sumia.
44
LIÇÃO XIV. AS FRASES SUBORDINATIVAS
Ermon kudi, ermon kudi!
Si na bin, bu kontan.
Si ka na bin, bu kontan.
Ermon, fiansa:
Ninguin ka na bin.
Si bu odja no na kuda
Sinta, bu sukuta.
Sirifo fala kuma pubis tudu na n'uni-n'uni.
Si garandi di kasa ta tcami,
Fidju tudu na n'orn'ori.
Flema di korson, flema di korson, nin
dutur ka pudi kural.
Son si garafa di binhu, son si garafa di
binhu.
28. FRASES SUBORDINATIVAS
- Ora ku (ki) n' ka na bin sta li, bu ta da
galinha di kume.
- Ora ku no tene dus fidjus na un bias, kila
i djemias.
- Ora ku no ka ta sukuta, no ka ta sibi
nada.
- Dedi ki padidu, i surdu.
- Kontranuba mininu no ta djugaba bola.
- N' tcomal tok i para.
- Disal na fugu tok iagu firbi.
As frases complexas subordinativas são
frases ligadas por conjunções
subordinativas:
elas têm a função de completar o sentido
da frase principal.
- Otca ke tciga na matu, lebri fala
montiadur pa i mara lagartu.
- Ora ki garandesa tciga, bida dibi di
muda.
Há diferença no uso das conjunções
KONTRA/OTCA KE (tempo passado)
e ORA KU/OKI (tempo simultâneo ou
posterior)
- I ta lebsi djinti, pabia i malkriadu.
- Maria ka na pui mas si mandidja, pabia i
pirdinti brinku ki ta bai kel (ku el).
- Ke ku manda Maria ka ta pui mas si
mandidja? I pirdinti brinku ki ta bai kel, el
ku manda i ka na pui mas si mandidja.
- I sedu dimas pa sindi lampada.
- I misti pa n' kasa si fidju.
- E baldu i pa fasi ke?
- N' pirsisa di gudja ku linha pa kusi un
a) Subordinativas de temporalidade
KONTRA/OTCA KE
ORA KE/OKI
DEDI
TEMENTI
TOK
b) Subordinativas de causalidade
PABIA
KU MANDA
c) Subordinativas de finalidade
PA/PAR
45
bistidu.
- Pa no sibi na kankra, no pirsisa di skada.
- Deus kuma “pui mon, n’ djudau”.
- I sedu kuma djintis ta padidu tciu na
Guiné, ma e ta muri tambi tciu.
- Djon kuma i na bin amanha.
d) Subordinativas declarativas
KUMA
(deriva da língua Mandinga com o
significado do verbo FALA)
- Nin ki tcuba na tcubi, djinti ta firma son
pa djubi djugu.
Às vezes KUMA segue os seguintes
verbos:
FALA
OBI
KONTA
FIA
e) Subordinativas de concessão
APEZAR (DI)
NIN KI
- Si bu iara, e ka na fasiu trosa.
- Si bu tene dipresa, bai a pe!
f) Subordinativas condicionais
A condição é introduzidas pelas
conjunções:
SI/SI KONTRA
NA KAZU KE
- Anta, i falaba kuma i na peranuba e di
tardi?
- N' obi kuma li i ten pis di bindi.
- N' ka fia kuma es i bon kaminhu.
- Ria na kil po: si ka sin n’ na sutau.
- Si bu misti bianda sabi, bu ten ki kansa.
- Si n’ sibiba, n’ ta baiba.
Como foi explicado ao n. 11, D), do ponto
de vista semântico, o CrG exprime a
possibilidade somente com os tempos
simultâneo e posterior e a impossibilidade
com o tempo passado (-BA sufixado ao
verbo).
46
LIÇÃO XV. AS PREPOSIÇÕES
TEXTO I
Kal limaria ma garandi di matu? I lifanti,
ma nunka n' ka odjal.
N' fia kuma i ka sobra mas na e ladus, ma
tudu lingu di tera ta kunsi si nomi.
I bardadi, purmedu i tenba li. I suma onsa,
gosi i ka ten mas.
I pabia djintis ta montia tciu, matu ta
kemadu tciu tambi.
- Ka bu peral dianti di kasa.
- Ka bu kuspi na tcon.
- Bai buskan iagu na fonti.
- Bu bistidu i bonitu, ma di Dulsi tambi
bonitu.
- Bu gosta di kusnha ku siti burmedju?
- Bu misti obi Kriol dipresa? Anta, ba ta
papia ku djintis.
- Bu na bin prasa ku nos?
- Bu na bin tira mudju ku kalma.
- Djangada ta kunsa tarbadja dedi seti ora.
- N’ na laba tijela dipus di sia.
- Bai buska buli dianti di palmera.
- No pidi tudu djinti pa e djudanu na es
obra. (COM)
- Tempu antigu puku djinti ta viajaba na
taxi. (DE)
- E ntergan na pulisia. (A)
- Bo sai na matu! (DE)
- Lagartu sta na iagu. (DENTRO DE)
- Disfili ku puku ropa na kurpu tciga ku
televizon. (SOBRE)
- I sinta na mesa. (A)
- Nha mindjer sta na kasa. (EM)
- I pui na ombra i na bai. (SOBRE)
- Kumunikadu di tcur ki sta na no mesa di
tarbadju. (SOBRE)
- Manera di tarbadja di fora di tera tciga na
Bissau. (A)
29. AS PREPOSIÇÕES têm a função de
ligar dois termos de uma frase, de
maneira que o sentido do primeiro é
explicado ou completado pelo sentido do
segundo:
NA/KU/PA/DI
KONTRA/TE/ENTRI
DEDI/ANTI DI/DIPUS DI/DIANTI DI
Precedentemente ao n. 9, foram
apresentadas algumas junto com os
advérbios locativos: a maioria das
preposições derivam do Ptg, mas o seu
comportamento é, às vezes, muito
diferente, porque o espaço, o tempo e a
maneira de conceber a realidade mudam
com as culturas.
Aqui apresentamos algumas destas
diferenças.
30. Preposição NA
É a preposição mais usada do CrG e
traduz várias preposições equivalentes do
Ptg, como:
EM/NA
SOBRE
DE
PARA/A
POR/PELO
COM
ATRÁS DE
DENTRO DE
47
- “Fera garandi” i garandi na nomi ki dadu
ma pikininu na tamanhu. (PELO)
- Na tradison ki bin di Senegal. (COM)
- Rapas di badjuda, o si amigu, sugundi na
maskara. (ATRÁS DE)
- I leba merkaduria pa si kasa. (PARA)
- Pa entra pa frontera pa Senegal. (POR)
- Dipus di anu setenta i seis pa li. (POR)
- Pa entrada di bulanha i ten un tubu
(POR)
- Un mediku pa seti mil abitantis. (POR)
31. Preposição PA/PAR
No CrG ela traduz as duas preposições do
Ptg:
PARA
POR
- Pa i fitca porta.
- Pa n’ katau iagu?
PA introduz também uma frase que
exprime um desejo ou até uma ordem.
PROVÉRBIO
Kobra kuma riba tras ka ta kebra kosta.
TEXTO II
Na no kau no ta feki ku tagara. Ami gora
n’ ta feki son ku balai.
Anta balai ku tagara, kal ki ma sabi
uerengui ku el? N’ ka sibi, ma n ‘ ma ta
balia diritu ku balai.
Kal un delis ki ma tene sirbintia? Tagara
ma tene sirbintia di ki balai: i ta tarbadjadu
kel suma balai, i ta fasidu tambi kabas di
kume, bu pudi lebal mar pa ba buska
kombe, lingron, ostra.
Anos no na ba pila, abos bo ba ta feki. Ma
ka bo diskisi ioi arus anti di kusinhal,
pabia i tciu pedras.
Ke ku n’ ma gosta del na pila i tcin-tcin.
Purmeruba no ta amiga ku n’utru, ma gosi
kila ka ten.
48
LIÇÃO XVI. SEMÂNTICA DO CrG
TEXTO
Si bu obi Purtuguis, bu ka kansadu sina
Kriol. Es dus lingu i diferenti. No ten di
pui atenson pa diskubri kuma ke diferenti
kuma ke parsi.
Ninguin ka pudi obi un lingu kinti-kinti.
Ma ami, n' misti obi dipresa.
Anta, ba ta papia ku djintis.
Obi kriol un bokadu ku obil dritu i ka
djuntu.
32. SEMÂNTICA
No estudo do CrG nota-se algumas
diferenças ao nível da semântica, porque o
léxico derivado do Ptg tem sofrido uma
transformação também de significado
(nível semântico), dependente da cultura
dos locutores ou de outras necessidades
de comunicação.
Eis alguns exemplos:
- Ba punta kil mindjer di kor.
a) MINDJER DI KOR
No Ptg DE COR, quando referido a um
ser humano, designa “pessoa de pele
escura” ou não pertencente à raça
branca: ao contrário, no CrG DI KOR
indica “a pessoa cuja cor da pele não é
escura”.
- I sai na rua dedi kuatru ora di tardi te meb) ORA
noti.
No CrG indica não somente a “hora”,
- Patin ora.
mas também o relógio.
- Alguin ora ki misti pabi, i na ronia inda i
kunsa ba pabi.
- Si purmeru dinti di mininu i di riba, ronia
ta fasidu, pabia Bidjugu ta fala kil kusa ka
bali.
c) RONIA
Deriva do adjectivo Ptg ERRÓNEO,
enquanto os locutores cristãos do CrG
antigo julgavam falsas as cerimónias
religiosas da então Religião Tradicional
Africana.
33. Verbos com mais significados
- Cabral ta falanuba kuma pekadur ma
buru ku ten na mundu, i kil ku pensa kuma
i pudi sibi sin i ka sina./Pabia di kila, tudu
kil ku sibi dibi di sina kil ku ka sibi inda.
- Bo fasi ben, bo pista, ka bo pera
pagamentu./Bu pudi pista un lona garandi
a) SINA (APRENDER/ENSINAR)
b) PISTA (EMPRESTAR/PEDIR
EMPRESTADO)
49
pa pui riba di tudu pa i panha umidadi.
- I luga labraduris kil orta./Mauritanianus
ta bin son e luga e bai e ka na kumpu nada.
- I renda un alguin si kasa i bai
Lisboa./Paulu mora dus anu intidu na kil
kasa ki renda.
c) LUGA (DAR DE ALUGUER/TOMAR
DE ALUGUER)
d) RENDA (DAR DE ALUGUER/TOMAR
DE ALUGUER)
PROVÉRBIO
- Djugude ka bai fanadu, ma i kunsi udju
dentru di bariga di si mame.
50
LIÇÃO XVII. A HOMONÍMIA E A CONTRACÇÃO
34. A Homonimia
São considerados homónimos os
vocábulos que têm a mesma escrita mas o
seu significado é diferente.
No CrG há muitos, como acontece em
todas as línguas.
Eis alguns exemplos:
- Mursegu kuma i na pupu riba di kabesa
di nhor Deus; i ba kai riba di si kabesa.
- Guera i nhambi iasadu.
- Fulanu fala kuma el i sabi boka suma
bunda di baguera.
- El i (i + i) nha amigu.
- Na bardadi elis e ka mati na e luta kontra
kolera.
a) I
é cópula (SER)
é pronome pessoal 3ª sing. (ELE)
é contraçção I + I
b) E
é pronome pessoal 3ª pl. (ELES)
é adjectivo demonstrativo (ESTES)
c) SIBI
- Bu ka ta sibi kuma ki bu na fasi.
- Santcu sina kabra sibi po.
- No bai korta fodja di sibi pa djunta ku
padja.
(SABER)
(SUBIR)
(PLANTA)
d) TISI
- Manera di tisi arus ka ten.
- Fluris ta kirsi na matu, e ka ta tarbadja
nin e ka ta tisi panu.
(TRAZER)
(TECER)
e) BIDA
- Kil bairus bida fonti di duensas.
- Si bu misti bida, ka bu djingui us di no
garandis.
- Aonti n’ mata mburta di bida na kintal.
(VIDA)
(VIRAR/TRANSFORMAR-SE)
(RÉPTIL)
35. A Contracção (Crase)
Em alguns casos o encontro de duas
vogais comporta a elisão de uma delas.
- Kil pe di mangu ke (ki + e) ta sibi nel (na Eis os exemplos mais comuns:
+ el).
ke/ki/ku + i/e = KI/KE
- Ke ki (ki + i) misti?
ke/ki/ku + bu = KU
- Su (si + bu) dan es libru, n’ na bin dau un di + el/elis = DEL/DELIS
kusa sabi dimas!
di + e/es = DE/DES
- Nunde ku (ki bu) na bai?
si + i/e = SI/SE
- Ria na kil po: si (si + i) ka sin n’ na
si + el/elis = SEL/SELIS
sutau.
si + bu = SU
- Nunde nha buli? Alil li, i sta nes (na +
na + el/elis = NEL/NELIS
es) memu kau ku bu ta sugundi nel.
na + e/es = NE/NES
- Li (li i) na tcera sabi.
li + i = li
51
LIÇÃO XVIII. AS INTERJEIÇÕES
36. Algumas Interjeições
- Kiredi! Tok n’ panta!
- I bardadi me? paransa deus!, n’ kansa
dja.
- Uaioo!, Kumadri!, i nha omi ku ta kai
son!
- Uai!, anta, asin ku no kombersaba kil
dia?
- Alo! Bon dia!
- Mbe!, es un farfana, tris tabanka?
- Ten pasensa, disanu fidjus.
São palavras frases com a função de
indicar emoções e sentimentos.
Eis alguns exemplos:
ah!/n’uu/kireedi! (admiração)
ioh! (alegria)
no pintca!/forsa! (animação)
apoiadu!/ mbon!/muitu bon! (aplauso)
djubila!/paransa deus!/tamara deus
(desejo)
ai!/oi!/uaioo! (dor)
uai!/u(n)! (impaciência)
alo (sin)!/ e(i)! (invocação)
kaladu!/silensiu! (silêncio)
pardos! (súplica)
mbe!/pardos! (surpresa)
basta!/ten pasensa (suspensão)
uh!/ai! (terror)
52
LIÇÃO XIX. COMPOSIÇÃO DE TEXTOS
37. Composição de Textos:
Até aqui foram apresentados exemplos de frases. Um exercício muito interessante para
melhorar a própria capacidade de Composição é de escrever textos.
Na Coluna a esquerda são apresentadas algumas frases em lista alfabética.
Como exercício o estudante deve ler uma frase (por exemplo a primeira “ALI NHA
OSPRI”) e utilizá-la como título da própria composição:
38. Dois exemplos:
ALI NHA OSPRI
Aos n’ bai prasa pa kumpra dus panu pa nha fidju femia. Na kaminhu tcuba
kunsa kai ku forsa.
Manera ku n’ pertuba kasa di nha amigu Mario, n’ purbita pa ba falal mantenha.
I risibin kontenti i falan mantenha. Dipus i tcoma si amigu ki kunsa tciga di Bissau
i falan:
Ali nha ospri, i bin djubin pa kunsi tcon di Bidjugu…(continua)
Com outra maneira alguém podia escrever:
ALI NHA OSPRI
Aos n’ lanta sedu, pabia n’ tene ospri na kasa, n’ mistiba bai piska pa buska bon
mafe.
N’ purpara nha ridia di mon, n’ tcoma nha katcur, n’ pega kaminhu di praia ku
nha ospri.
Pertu di praia n’ odja di lundju nha tiu Oringa ki na baiba fura na matu. N’
tcomal. N’ bai pertu del n’ falal:
“Ali nha ospri”.
Oringa falal mantenha, dipus i falanu:
“Bo sinta bo djumbai, n’ na ientra na matu pa buska bos un bon garafa di binhu…
(continua)
39. FRASES
- Ali nha ospri.
- Anta, i tarda ki bo sta la? Nau i fasi dus dia ki no tciga.
- Anta, kal bistidu ku bu na bisti?
- Aos, n' na djanta na kau di ba Carlos.
- Balantas na badja di noti; e na tene tambur, biola ku balafon.
- Bu bindidur na dibiu mil franku: bu misti pa i dau un galinha?
- Bu pudi nada, abo? Nau, n' ka osa nada, n' medi iagu.
- Bu tene bu faka, ami n’ tene di mi.
- Disa elis e papia! Diskulpa, n' iara.
- Djanti, n' na perau li.
- Djubi dritu si fugu paga.
- Dona gosta di konta istoria; di noti, i ta djumbai ku mininu. El ku manda i ka na pudi
gasidja bos.
- Friu ki tenen un bokadu.
53
- I bai sin i ka dispidin.
- I dibi di tudji si fidju furta.
- I djumnan bai; i bai anti di mi. N’ bai dipus di Bisenti.
- I el propi ki kontan el, pabia ami i si ermon.
- I es ku na buska?
- I fala “konta”: ke ki “konta”? Djubi, e mindjer pui konta.
- I fola djudju otca i kai.
- I ka sibi ke ki na fala.
- I ku lenha ki no ta kusnha, i ka ku karbon.
- I misti kasa nha fidju.
- I na bai korta un ramu i tira si padja, i na bida po.
- I na buli kaleron ku kalma.
- I na korta karni ku faka moku.
- I na mamantaba mininu.
- I na peganda fugu, bu paga lus.
- I na tciga na utru Sabadu.
- I tarda ku no kontal el.
- I ten roson di pidi si dinheru, ma i ka dibi di panha raiba.
- Kal koldadi di limaria ki bu ta kria?
- Ke ki manda bu na guirta risu?
- Ke ki na spurmenta fasi? I na tenta pila baguitc, ma i ka sibi pila dritu.
- Ki alguin ki bindin e siti, nganan.
- Kila i konta di antigu na kiriol.
- Kriol i kansadu nan propi!
- Larga es, i ka pa bo ku n' tisil.
- Li, mindjeris ta karga manga di kusa na kabesa.
- Mininu tene fomi; tisil iagu, sedi di iagu tenel.
- N' dibi di pintia anti di n' sai.
- N' ka gosta di si bistidu branku, n' kuda i kumpridu dimas.
- N' ka na para, alguin na peran.
- N' ka sibi kuma ku n' na kontal.
- N' ka tene tempu, n' tene tarbadju tciu.
- N' lebal kasa, n' lebal na si kasa propi.
- N' manda mininu kumpra fodja di tabaku.
- N' pirdinti nha faka, pistan di bo.
- N' tciga si kasa kontra i na tarbadjaba na kampu.
- N' tene baguitc, ma n' ka tene kandja.
- N’ bin otca des kilu di arus.
- N’ ka fia kuma n’ na bai fera amanha, n’ tene tudu ku n’ pirsisa na kasa.
- N’ pudi lisa e kamisa ami propi.
- Nau, i ka nha orlodju.
- Nha ermon femia ta kanta dritu dimas.
- Nha fidju ta gostaba tciu di fasi luta.
- No pape muri otranu.
- No pera li pa tcuba pasa.
- Para kosa!
- Pega nha tras, n' na bai asin.
- Si no baiba bibi kualker kusa? N' ka na bai nin un kau.
- Sonu tenen, n' na bai diskansa.
54
LIÇÃO XX. TEXTOS VÁRIOS
40. I KA TEN METADI ERMONDADI
I ka ten "metadi ermondadi": o i sedu o i ka sedu, nin primus ka ten, pabia elis tambi e
ermons, na djorson tudu djintis i ermons.
Purmeru, pabia i asin ki Deus mistil.
Deus misti pa tudu djintis mama, na djorson ki e sta nel: pa kila i da kada mindjer dus
mama, un son pa i mamanta fidju ki el i finka djudju i padi; kil utru i pa mamanta fidjus
ki utru finka djudju i padi, ma i bin ka pudi mamantal.
Kin ki ka fasi sin si dunu i padida di un mama: i ta mamanta son kilis ki i finka djudju i
padi, i kaba i nega kil utrus ki ka finka djudju i padi.
Garandis kuma Deus ta da di manga di manera: i ta da firmadu, na tarbadju o na
kontentamenti, i da djungutudu, na kansera, na kasabi o na padi, i ta da te ditadu,
diskansu, duensa o na mortu.
Sugundu, pabia i asin ki garandis mistil: tudu kin ki firmanta un djorson i ta didja pudi
riba nes mundu un dia: kusa ki i pudi fasi son na un di si familia: kualker alguin ki si
sangui na kuri nel.
Terseru, pabia nunka ninguin ka firma pa si kabesa ora ki kau fenhi i mas el, nunka
ninguin ka firma pa si kabesa ora ki i dita na kama di duensa, nunka ninguin ka firma pa
si kabesa ora ki i dita na stera di mortu. Kin ki firma pa bo i kila ki di bo.
Bambaran i un don di Deus.
Tudu mindjer di si bambaran i un mindjer di si kontentamenti, ma tudu mindjer ki ka
tene bambaran ta sufri tciu, si kasabi ta garandi. Deus misti pa tudu djintis padi, pa e
padi tciu pabia di balur di bambaran. Anos tudu no dibi di sibi seta e garandesa di
kerensa di Deus ki ta danu fidjus di tudu koldadi manera.
Pa no garandis, balur di tene fidjus i un manera di nega muri na es mundu. Balur di
garandesa sta na sibi toma konta di un djorson pa krial nes mundu, suma tambi di pidi
pa es djorson nunde Nhor Deus, ora ki mortu leba si dunu pa utru mundu.
(Pe. Jorge Soares)
41. SI BU MISTI BIDA, KA BU DJINGUI US DI NO GARANDIS
Bu ten roson, ma un kusa i skola utru i ke ki no na papia del.
Ma es tambi i suma skola: kusas di no garandis ki no dibi di kunsi.
Pa ka no bai lundju, na skola ke ki ta konta i djiresa: tudu kil ki utru sibi, ami tambi n'
pudi sibil; si n' ka kaba panha n' pudi punta pa n' ma sibi diritu. Ma kombersa di no
garandis, sin disa di sedu skola, i ka skola, i bida: anos tudu no ta vivi nes mundu sin
sibi pabia di ke, ma no dibi di sibi kuma ki no dibi di vivi, nin omis garandi. Son
garandis ki pudiba kontanu pabia di ke, ma e ka sta dja na es mundu.
Kuma gora ki djintis ianda e sibi es kusas tudu?
Garandis tambi vivi na es mundu. E kunsiba manga di kusas di manera di vivi ki no ka
kunsi gosi. E konta se fidjus kuma ki e pudi vivi pa e odja gardisimentu dianti di Deus. I
des manera ki es us ku konsidjus pasa pasa di djorson pa djorson, sin punta pabia.
Ka no diskisi kuma us i bida, ma skola gora kila i djiresa. Si bu misti bida dianti di
garandis ku dianti di Deus, obi bu buska fasi ke ki garandis fala. Si bu misti djiru, sina
bu punta pabia di ke, ke ki manda i sin, pa bu ma djiru.
Na bardadi kombersas di no garandis pudi ndianta ku skola ki no tisidu, ma pa kila
sedu, no ten ki da kada kusa si balur no kaba no pui kada un son na si lugar.
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Sabura garandi pa kil alguin ki sibi fasi pa kombersas di no garandi pui na un mon ku
djiresa di skola, na si bida.
(Pe. Jorge Soares)
42. NHAMBI DI MATU
E kumida ta sta na matu, ninguin ka ta sumial, el ku ta nasi ku si kabesa, djintis ta ba
kobal. I ka ta kobadu kualker tempu, son na tempu di seku, na mis di Marsu ku Abril.
Ora ku alguin bai koba nhambi na matu, i tisil kasa i raspal ku kaska di kombe pa kil
kaska di riba sai, dipus i ta korta-kortal padas-padas, i sekal na sol tok i seku.
I ta lebal pa mar pa bai nteral, i na buska un kau ki tene pedra i koba un koba i toma
padja di palmera i pui na ki koba, dipus i pui nhambi i kumpu-kumpul diritu i toma mas
utru padja di palmera i kubril i toma pedra i pui riba del pa ka iagu salgadu rastal, i ta
disal la tok i fasi un mis.
Dipus di un mis i ta kontra i kusidu dja i ta ba tiral i labal tok i limpu na iagu salgadu, i
lebal pa kasa i bai ripiti sekal tok i seku, i ta tomal i pui na pilon i pilal tok i moku, ora
ki moku i tiral i mundul, mundus djustadu, i pul mas na sol duranti un sumana pa i pudi
seku diritu pa pudi guarda na bemba te ora ki misti kusinhal i ta ba tiral.
Ora ku alguin misti kusinhal i ta tomal i pul na iagu dos i iekil, ora ki fasi me-ora di
tempu na iagu dos, i ta tomal i kua iagu bas del, i pirmil tok i seku i pul na pilon i pilal
pa i pudi padjiga tudu suma forinha, i tiral i finka i toma lingron i iabril tudu i pul na
kaleron i pul na fugu pa i firbi dipus i ta toma tceben i firbinti i lofil, i labal i kual i
finkal i toma kaleron di lingron i torna na fugu, ora ki ranka firbi son i ta toma kil
nhambi ki forinhaduba dja i ier-ieril riba di lingron, dipus i toma kil tceben ki kuadu i
pul riba del te ora ki na sai riba, i ta kubril i disal pa firbi tok; i ta bulil i kubril mas pa i
bafa i kusidu son ku brasa.
Ora ki kusidu bu misti kumel ku asukar, bu ta toma asukar bu pui bu toma siti burmedju
bu ier-ieri riba bu michi-michil bu sirbil bu kume. Nhambi mas ta kumedu na tempu di
tcuba ora ku arus kaba.
(Linda Nene Montenegro)
43. KURPU UMANU DI MATCU KU FEMIA
Kurpu umanu sta divididu na tris parti: kabesa tronku, membru.
Na kabesa i sta kabelu, rostu, rostu tene testa, udju, riba di udju i sta sobrinsela i sta
pistana, naris, boka tene bis, dinti ku lingua, barba, kesada; riba di boka di matcu bigodi
ku kabelu di barba, oredja, totis ku garganti ku sta na metadi di kabesa ku membru
superior.
Na tronku i sta ombra ku dividi tronku ku membrus superior, pitu ku tene mama,
pontada tene kostelas, bariga ku tene biku, ku stomagu, bariga, sintura, rabada,
koramentu, dipus i sta sexu ku ta diferensia matcu ku femia, femia tene femiandadi.
Matcu tene matcundadi. I sta tan dus kusa ku ta tcomadu kuku di obu.
Membrus superioris ki brasu di mon, bas di sabaku, kutuvelu, tcabi di mon, palmu di
mon, dedus di mon ku unhas.
Membru inferioris sta pes ku tene pernas, djudjus, butcus, kanelas, pata di pe, pitu di pe,
kalkanhada, udjus di pe, dedus di pe ku unhas.
Esis i kusa ku sta fora di kurpu umanu ku no pudi odja sin no ka usa kualker makina.
(Linda Nene Montenegro)
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44. PALABRAS DI AMILCAR CABRAL
Kila ki pulitika di no Partidu: no dibi di fasi tudu ke ki pusivel na no tera, suma na no
luta manera ku no tenta fasi.
Ma no dibi di riforsa kada dia mas pa lantanda ikonomia di no tera: lantandal pa no pudi
mindjoria no bida, no tera, pa no fasi forsa, mas ku no pudi, pa kada dia no pruduzi kusa
ki gosi no manda buska fora di no tera, pa no buskal anos propi, pa bastanda no kabesa.
Partidu da palabras di ordi importanti na sintidu di no disinvolvi no agrikultura, di
mindjoria no pruduson, omenta pruduson di agrikultura, fasi utru kusa suma obra di
artisanatu, memu pa fasi sabon dentru di no tera, buska disinvolvi tudu industria kasera
di no populason.
Konvensi fidjus di no tera kuma se tarbadju di tcon ka dibi di dispresadu, i un tarbadju
mas puru, mas san, di balur mas garandi na no tera aos un dia.
I forti na no kabesa di Afrikanu: ianda tarbadju, no ta odja kuma i un kusa ku ka bali,
sobritudu inda labur di tcon, pabia kil ku ta labra i ta otca son kil ki ta tcigal pa i kume,
pabia i tarbadju di disgrasa. Ma no ten di sedu kapas, na kuadru di no resistensia
ikonomiku, di fasi un tarbadju pulitiku garandi, pa konvensi no povu, no populason,
kadaun di nos, kuma labra tcon, kultiva planta, i ka son pa kume, ma tambi pa no pudi
tene tciu prudutu pa sporta, bindi, torkia ku utru prudutu.
Kila la i un tarbadju mas importanti, mas dignu di rispitu na no tera, Kamaradas!
(gravason di un transmison di Rádio Nacional)
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CONCLUSÃO: SKOLA BILINGUI
Skola bilingui miti na nsinu un pedagojia nobu i ka son na ke ki ta faladu di lingua
(Kriol di Guine), mas tambi na utru fatoris, suma didatika, ligason ku kumunidadi ku
filosofia di disinvolvimentu.
Novu metodolojia misti fala:
- Un manera mas animadu di da aulas: alunus dibi di atua djuntu ku nsinu di pursoris,
i dibi di pudi ruspundi di un manera mas ativu, pudi fasi purguntas, pabia el i ka un ser
paradu, obrigadu ripiti o skirbi ke ki pursor fala o pul na kuadru. El ku manda, pursor
dibi di purpara kada aula sedu, anti di bai dal, i dibi di nventa nsinu konformu ambienti
ku kapasidadi di alunus.
- Novu relason na metadi alunus: randja tarbadju ki alunus na tarbadja djuntu pa e
pirsibi kal ki balur di koperason ku di asosiativismu. El ku manda, i mas bon pa kada
klas purpara Jornal Skolar, nunde ki alunus ku pursor na skirbi notisias, disenha e da
se opinions.
- Atua bilinguismu kompletu (papia ku skribi): un di eru di skolas na Tcon di
Bidjugu i kuma alunus ku pursoris ka sibi skirbi se lingua propi ke mama, e ta skirbi
Purtuguis mal, pabia e ka sinadu distingui ke ki Kriol, ke ki Purtuguis (na skola, alunu
ta papia Kriol i ta skirbi Purtuguis: didatika ki sta ben i sina papia ku skirbi Kriol ku
Purtuguis). Manera ki Purtuguis i lingua ofisial di Guine-Bisau, i responsabilidadi di
pursor fasi forsa tudu dia di sina Purtuguis (obi radiu, lei jornal ku livru, skirbi algun
karta) pa i pudi sina alunus mas diritu.
- Valorisason di disiplinas pratikus: na ikonomia di subsistensia ki sta na Tcon di
Bidjugu, alunu dibi di sina utru kusas ki ka lei, skirbi, fasi konta, i dibi di sina tambi
teknika pratiku pa mindjoria o nventa meius di pruduson novu na rispitu di kau ke sta
nel.
- Djunta mon Kumunidadi ku Governu: i bardadi kuma skola sta bas di ordi di
governu ki ta manda pursoris i prova programa, ma kau di mora dibi di dadu pa pursoris
mora diritu, tene nteres na prutiji skola ku matirial skolar, da konsidjus pa programa
sedu mas bon pa alunus.
- Ntindi filosofia di adjuda pa Disinvolvimentu: Disinvolvimentu signifika mindjoria
nivel di vida di kumunidadi ntidu. Nivel di vida i tene kusas di kume, tene saudi ku kau
di mora na kasa bonitu limpu, tene idukason ku kumunikason ku mundu, sta na
ermondadi ku visinhus, djunta sforsu pa nventa novu inisiativa di produson. Ki adjuda
di dinheru o matirial i pontu di partida pa buri ku bu sforsu ku kapasidadi kil ku bu
risibi, pa ka tene mas nesesidadi di adjuda, pa sedu tambi kapas di da adjuda pa utru
djintis.
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