APRESENTAÇÃO São aqui apresentadas trinta i oitu notas gramaticais (38) acompanhadas de frases exemplos, para ajudar os professores e os alunos da terceira fase do Ensino Básico Unificado (EBU), que na Guiné-Bissau são os alunos da Quinta e Sexta Classe. Os objectivos são dois: 1. Ajudar a reflectir sobre a Língua Crioula Guineense e a perceber melhor a sua estrutura gramatical, que muitas vezes é um “calco” ou “empréstimo” de aspectos gramaticais das línguas africanas presentes no meio ambiente do Crioulo Guineense. 2. Continuar a demonstrar “que o Crioulo Guineense apresenta os requisitos para ajudar o ensino primário a sair da crise. Houve também uma declaração do Conselho dos Ministros, em 1989, para implementar o programa da “adoção de uma metodologia do ensino do Português (língua oficial) como lígua segunda, tendo em conta as bases linguísticas existentes no País e as experiências dos Projectos CEEF e DEA já em curso” (“Estratégia para o Desenvolvimento do Sector da Educação”, Soronda, Bissau, INEP, p. 87) Os Capítulos são divididos em Lições (19): muito do material, especialmente os exemplos, é tirado de trabalhos precedentes sobre o Crioulo Guineense que agora está gravado no Computador sob o título KORPUS DO CRIOULO GUINEENSE. Este KORPUS, cujo tamanho é de um milhão de “ocorrências”, compreende material escrito por vários autores (já editado ou não ainda) ou Programas das Rádios Emissoras da Guiné-Bissau (gravados e transcritos) ou Entrevistas (gravadas e transcritas). __________________ Nota Bibliográfica: - Para conhecer melhor alguns temas gramaticais do CrG, os professores podem consultar o meu Livro, editado pela Editora Colibri de Lisboa, no ano 1999: Dicionário do Guineense, vol. I: Introdução e Notas Gramaticais. - Para a Lista do KORPUS do Guineense, consultar o Livro editado pela FASPEBINovagráfica de Bissau, em 2002: Dicionário do Guineense, vol. II: DICIONÁRIO GUINEENSE-PORTUGUÊS – disionariu guinensi-purtuguis. 1 ÍNDICE APRESENTAÇÃO ÍNDICE Introdução A GRAMÁTICA A) FONOLOGIA 1. Alfabeto do CrG e do Português a) A escolha deste tipo de Alfabeto b) Alguns Alfabetos em uso na Guiné-Bissau c) Sistema fonológico do CrG d) Algumas regras ortográficas específicas do CrG e) Exemplo de escritura Crioulo Guineense-Português: Inu Nasional 2. Definiçao de som e fonema 3. Sinopse dos fonemas e grafemas B) MORFOLOGIA E SINTAXE LIÇÃO I. OS PRONOMES PESSOAIS SUJEITO 1. Pronomes pessoais sujeito a) Forma principal b) Forma secundária c) Outras formas LIÇÃO II. OS ADVÉRBIOS DE LUGAR LI/LA E OS PRONOMES PESSOAIS COMPLEMENTO 2. Advérbios de Lugar LI/LA a) Formas LI/LA b) Formas ALIN LI/ALAL LA 3. Pronomes pessoais complemento a) Objecto directo b) Objecto obliquo c) Duplo complemento LIÇÃO III. AS FRASES INTERROGATIVAS 4. Frases interrogativas directas 5. Frases interrogativas indirectas 6. Adjectivos e pronomes possessivos VOCABULÁRIO “Os trabalhos” LIÇÃO IV. O GÉNERO, O NÚMERO E A FORMAÇÃO DOS NOMES 7. O género e o número 8. Formação dos nomes ou substantivos VOCABULÁRIO “A Família” LIÇÃO V. OS ADVÉRBIOS DE LUGAR E OS DEMONSTRATIVOS 9. Advérbios de lugar 10. Os demonstrativos LIÇÃO VI. OS VERBOS 11. Os Verbos a) Tempo simultâneo ou presente b) Tempo anterior ou passado c) Tempo posterior ou futuro d) Modo possível/impossível e) Verbos semiauxiliares f) As vozes do verbo (transitivo/intransitivo; causativo directo/indirecto; PÁGINA 1 2 5 6 6 6 6 7 7 9 10 10 11 12 12 12 12 12 13 14 14 14 14 14 14 14 15 16 16 16 17 17 18 18 18 20 21 21 21 23 23 23 24 24 25 25 2 passivo; reflexo; recíproco) LIÇÃO VII. OS ADJECTIVOS E OS SEUS GRAUS 12. Os adjectivos 13. Graus dos adjectivos a) O superlativo b) O comparativo 14. Os adjuntos de intensidade VOCABULÁRIO “Os dias da semana” VOCABULÁRIO “Vestes” VOCABULÁRIO “As cores” VOCABULÁRIO “Os adjuntos de intensidade” LIÇÃO VIII. OS NUMERAIS E OS INDEFINIDOS 15. Os Numerais a) Numerais cardinais b) Numerais ordinais c) Numerais multiplicativos d) Numerais fraccionários e) Numerais colectivos 16. Adjectivos e pronomes indefinidos VOCABULÁRIO “Hortaliça” VOCABULÁRIO “Fruta” LIÇÃO IX. O IMPERATIVO 17. O imperativo a) Imperativo afirmativo b) Imperativo negativo 18. O tempo anterior (aspecto contínuo) VOCABULÁRIO “As refeições do dia” LIÇÃO X. PARTICULARIDADES DE ALGUNS VERBOS 19. Verbos I/SEDU 20. Verbos STA/STA NA 21. Verbos TEN/TENE 22. Sufixos -SI/-SA VOCABULÁRIO “Os peixes” VOCABULÁRIO “As partes do corpo humano” VOCABULÁRIO “Algumas doenças” LIÇÃO XI. A ESTRUTURA DA FRASE 23. Estrutura da frase 24. Focalização ou Topicalização VOCABULÁRIO “Os utensílios da cozinha” LIÇÃO XII. OS ADVÉRBIOS 25. Advérbios a) Advérbios de afirmação b) Advérbios de negação c) Advérbios de tempo d) Advérbios de dúvida e) Advérbios de exclusão f) Advérbios de inclusão g) Advérbios de modo h) Advérbios de quantidade LIÇÃO XIII. AS FRASES RELATIVAS E OS POSSESSIVOS 26. Frases relativas 27. Resumo das principais formas verbais a) Verbos de acção 26 28 28 28 29 29 30 30 30 30 31 32 32 32 32 32 32 33 33 33 33 34 34 34 34 34 35 36 36 36 36 37 37 37 37 39 39 39 40 41 41 41 41 41 42 42 42 42 42 43 43 43 43 3 b) Verbos de estado VOCABULÁRIO “Trabalhos agrícolas” LIÇÃO XIV. AS FRASES SUBORDINATIVAS 28. Frases subordinativas a) Subordinativas de temporalidade b) Subordinativas de causalidade c) Subordinativas de finalidade d) Subordinativas declarativas e) Subordinativas de concessão f) Subordinativas condicionais LIÇÃO XV. AS PREPOSIÇÕES 29. Preposições 30. Preposição NA 31. Preposições PA/PAR LIÇÃO XVI. SEMÂNTICA DO CrG 32. Semântica a) MINDJER DI KOR b) ORA c) RONIA 33. Verbos com mais significados a) SINA b) PISTA c) LUGA d) RENDA LIÇÃO XVII. A HOMONÍMIA E A CONTRACÇÃO 34. Alguns casos de homonímia a) Palavra I b) Palavra E c) Palavra SIBI d) Palavra TISI e) Palavra BIDA 35. A contracção ou crase LIÇÃO XVIII. AS INTERJEIÇÕES 36. Algumas interjeições LIÇÃO XIX. COMPOSIÇÃO DE TEXTOS 37. Composição de textos 38. Dois exemplos de textos 39. Frases LIÇÃO XX. TEXTOS VÁRIOS 40. I ka ten metadi ermondadi 41. Si bu misti bida, ka bu djingui us di no garandis 42. Nhambi di matu 43. Kurpu umanu di matcu ku femia 44. Palabras di Amilcar Cabral CONCLUSÃO. SKOLA BILINGUI 43 43 45 45 45 45 45 46 46 46 47 47 47 48 49 49 49 49 49 49 49 49 50 50 51 51 51 51 51 51 51 51 52 52 53 53 53 53 55 55 55 56 56 57 58 4 INTRODUÇÃO O Crioulo Guineense (CrG) é a língua nacional da Guiné Bissau, porque é a língua falada pela maioria dos Guineenses espalhados por todo o território, e porque, depois da Independência, foi capaz de assumir o papel de símbolo nacional. No que diz respeito a sua orígem, acho interessante lembrar o que escreveu Marcelino Marques de Barros, nos seus artigos “O Guineense”: “Os povos Mandingas de Dandu, os Colincas de Geba, Farim e Casamance, e alguns Beafadas foram os primeiros a conhecer e a ‘crioulizar’ a língua da gente branca, numa altura em que ninguém aprendia línguas, mas somente o vocabulário” (Revista Lusitana, 1897-99, p. 181). Depois da Independência o CrG, apesar do pouco valor enquanto “lingua” que lhe foi reconhecido pelas autoridades oficiais da então Colónia, como escreveu Pinto Bull no seu livro O Crioulo da Guiné-Bissau, Filosofia e Sabedoria (1989, p. 22), tem sido a língua veicular dos 27 grupos étnicos presentes num território tão pequeno. Face a dificuldade da língua Portuguesa em assumir o papel de língua de comunicação inter-étnica e á improbabilidade de uma das línguas étnicas preencher o vazio, até agora o Guineense tem demonstrado a potencialidade de cumprir esta função. Nas escolas da Guiné-Bissau há uma situação pouco adequada do ponto de vista da didáctica de línguas: os alunos falam Crioulo e são obrigados a escrever o Português, sem um conhecimento gramatical das diferenças e semelhanças das duas línguas: pela maioria dos estudantes a consequências são prevesíveis: incapacidade de escrever de maneira correcta nas duas línguas e maior dificuldade em aprender o Português, que é ainda a única língua utilizada nos documentos oficiais. Os apontamentos gramaticais que seguem têm como objectivo apresentar algumas regras gramaticais (utilizando a “metalinguagem” da língua Portuguesa, que os alunos deviam já ter aprendido o que são obrigados agora a aprender, para começar a reflectir sobre a própria língua, o CrG, que já aprenderam a falar e a escrever nos primeiros quatro anos escolares). A metodologia adoptada é de escrever frases e depois reflectir sobre algumas regras utilizadas pelo locutor: o professor pode guiar os alunos a reflectir sobre outras regras que ele achar oportunas para os seus alunos. 5 A GRAMÁTICA A língua é um meio de comunicação entre pessoas humanas, que utiliza signos (as palavras) e regras aceites pelos locutores a fim de ter um código comum. A gramática é uma reflexão sobre a língua para esplicar este código numa maneira simples e adequada e para ajudar a falar e escrever numa maneira mais clara, eficiente e bela. Na linguística moderna, que teve início nos anos trinta do século passado, com a descoberta dos “fonemas” (o conceito de “sons de uma língua”) a gramática divide-se em três partes: a) A FONOLOGIA: é o estudo dos sons e dos fonemas que formam sílabas e palabras b) A MORFOLOGIA: estuda a maneira de formar palavras e classifica os tipos de palavras (nomes, verbos, adjectivos, advérbios, artigos, pronomes, preposições e conjunções, interjeições e adjuntos de intensidade…) c) A SINTAXE: estuda como as várias palavras unem-se para formar frases, paragráfos e textos. A) FONOLOGIA O ser humano (pekadur, odjóko, alánte…) para comunicar com os outros seres humanos utiliza sons, produzidos pelo aparelho fonador (pulmões, cordas vogais, garganta, língua, boca e nariz). Cada língua tem um sistema próprio de sons, os quais são de número o mais reduzido possível para cumprir a lei da “melhor eficiência com o menor esforço”, que se aplica muito bem numa operação tão complexa como é a linguagem humana. Há duas grandes categorias de sons, as Vogais e as Consoantes: para formar vogais o ar sai da boca de maneira contínua, sem interrupcão; ao contrário, para formar consoantes, o ar para totalmente (consoantes oclusivas, como “k”, “p”) ou parcialmente (consoantes fricativas, como “s” e nasais, como “m”) nalgumas partes do aparelho fonador. Entre as Consoantes há uma grande distinção, não adoptada por todas as línguas: consoantes sonoras (o ar “bate” nas cordas vogais que vibram, como “g” e “d”) e consoantes surdas (o ar passa pelas cordas vogais que estão abertas, como “k” e “t”) 1. ALFABETO DO CrG E DO PORTUGUÊS a) A escolha deste tipo de alfabeto O CrG e o Português são duas línguas utilizadas nas escolas da Guiné-Bissau, as quais apresentam dois sistemas de sons semelhantes, mas com algumas diferenças. Tendo em consideração esta realidade dos dois sistemas fonológicos foi adoptada uma grafia do CrG (maneira de escrever) que tomasse em consideração o conjunto dos signos alfabéticos do Português (já fixados, antes da descoberta dos fonemas). Por exemplo, entre os dois alfabetos não há contradição de significação entre os signos: um signo representa o mesmo som nos dois alfabetos e quando o Português apresenta mais que um signo para o mesmo som (fonema), é escolhido para o CrG o mais conveniente (por exemplo “s” por os quatros signos “ç, c, s, x” do Português que representam /s/). Isso porque o alfabeto do CrG é fonémico (por cada som um signo) e aquele do Português, fixado há muito tempo, teve de adoptar outros princípios (por 6 exemplo, o princípio etimológico ou a orígem das palavras), enquanto o princípio fonémico, mais económico, é uma escolha didáctica recente, proposta pela linguística moderna e adoptada em muitos países africanos. Um motivo muito forte tem sido também a adopcão pela Língua de Cabo Verde (LCV) do alfabeto ALUPEC (Alfabeto Unificado para a Escrita do Caboverdiano), que têm caractéristicas muitos semelhantes com o nosso alfabeto (A, B, S, D, E, F, G, H, I, J, DJ, L, LH, M, N +¨, NH, N, O, P, K, R, T, U, V, X, TX, Z). b) Alguns alfabetos em uso na Guiné-Bissau Os alfabetos mais comuns são aquele proposto pelo Ministério da Educação, Cultura e Desporto (1987) e o outro utilizado pela Igreja Evangélica, que é o mesmo com acrescentados alguns signos gráficos do CrG moderno que não estavam presentes no CrG antigo. Nós não adoptámos de propósito alguns desses signos pelas seguintes razões: ou são em contradicção com o alfabeto do Ptg ou utilizam os “signos chapéu” (^ ~ ¨), que não são necessários e, às vezes, obrigam a utilizar um teclado especial. Eis os signos: (a, b, c, d, e, f, g, i, j, k, l, m, n, ñ, n+¨, o, p, r, s, t, u, v, w, y) e os outros acrescentados pelos linguistas Igreja Evangélica (s+^, z+^). É de salientar também, que os linguistas que ajudaram a elaborar este tipo de alfabeto seguiram o IPA (Alfabeto Internacional Africano), que é um alfabeto muito prático para linguistas (o mesmo signo para o mesmo fonema para todas as línguas africanas), mas que no sector da alfabetização tem encontrado dificuldades, enquanto cada país tem já uma tradição escrita mais antiga que é preciso ter em consideração. Para outros alfabetos que decalcam mais ou menos a escrita do Ptg (como a escrita adoptada nos Cartazes, nalguns Jornais e Revistas, nos escritos das várias ONG e nalguns textos da liturgia da Igreja Católica) posso dizer que são alfabetos que não são fundamentados pela análise linguística: o seu objectivo é de escrever de qualquer maneira para comunicar, como tem acontecido na Europa também antes da oficialização da escrita. c) Sistema fonológico do Crioulo Guineense É composto de 22 consoantes, 2 semivogais (ou “soantes” ou “glides”) e 9 vogais, num total de 33 fonemas. No alfabeto, aqui adoptado, são suficientes 27 grafemas (ou signos gráficos) para representar os 33 fonemas: - 5 vogais: os dois fonemas das semivogais e os nove fonemas das vogais são escritos com os cinco grafemas “a”, “e”, “i”, “o”, “u”. - 22 consoantes: 19 representam fonemas equivalentes ao Português e ao Crioulo-Guineense; 3 são específicas do Crioulo-Guineense, as duas africativas surda e sonora pré-palatais (escritas respectivamente com os grafemas “tc” e “dj”) e a nasal velar (escrita com o grafema n’). É preciso lembrar as diferenças também entre som e fonema: o som linguístico é uma realização concreta da fala de um indivíduo (por exemplo, há muitos sons da “consoante p”, conforme a qualidade de sons que a seguem); o fonema é um conceito, “a mais pequena segmentação de um som que distingue duas palavras” (por exemplo, o fonema /p/ resume todos os sons da “consoante p”, e distingue dua palavras do CrG (“kapa” e “kara”), ou do Português (“pai” e “cai”). 7 22 CONSOANTES Grafia CrG pape p tiu t kusa k kin k batata b dana d gosta g guera gu fatu f seku s segu s kalsa s splika s cha ch chelin ch vivi v zinka z kaza z izami z beju j jeral j tcuba tc djuda dj mame m nobu n nha nh n’ na bai n’ n'oroto libru l vanjeliu li rema r fixa [fiksa] x 2 SEMIVOGAIS uaga u iagu i ioga i 9 VOGAIS Misa i i (breve) misa lagua u sera e e (aberto) sera a (breve) kala kala a bota o o (aberto) bota PORTUGUÊS PAI P TIO T COISA C QU QUEM BATATA B DANAR D GOSTAR G GUERRA GU FATO F SECO S CEGO C CALÇA Ç EXPLICAR X CHÁ CH XELIM X VIVER V ZINCAR Z CASAR S EXAME X BEIJO J GERAL G CHUVA -AJUDAR -MÃE M NOVO N MINHA NH EU VOU -FOICE -LIVRO L EVANGELHO LH REMAR R FIXAR X --Y ESPALHAR ÁGUA YOGA I -U E E -A O O MISSA MIJAR LAGOA CERA SERRAR TRANÇA CALAR BOTAR BOTA 8 d. Algumas regras ortográficas específicas do CrG Acento Na grafia do CrG não se utiliza o acento: o contexto da frase e a categoria gramatical da palavra são suficientes para ajudar o leitor nos casos de homonímia, como nas palavras pa, prep., (PARA), e 'pa, n., (PÁ). Pronome pessoal complemento directo As formas da 1ª, 2ª, 3ª singular e 1ª plural do pronome pessoal complemento directo são escritas como sufixos e formam uma única palavra com o verbo: I diskisin; I diskisiu; I diskisil; I diskisinu. Morfemas ta, na, ka Os morfemas ta, na, ka são escritos como palavras autónomas: N' ta kanta, bu ka ta kanta; N' na kanta, bu ka na kanta. Vogais e Semivogais Os cinco signos gráficos (“a”, “e”, “i”, “o”, “u”) são suficientes para representar os nove fonemas das vogais e os dois das semivogais [w, y]. Nasal velar /N/ O fonema /N/, consoante silábica que marca o pronome pessoal 1ª singular, é escrito o signo n’ (n + apóstrofo + espaço) quando é pronome pessoal 1ª sg. e o signo n’ (n + apóstrofo) nas palavras com a sequência /NV/ Em todos os outros casos, o fonema /N/ é escrito com a letra "n" (ou a letra "m" diante das oclusivas bilabiais [p], [b]), isso porque as consoantes nasais do Guineense são homorgânicas, quer dizer elas realizam-se com o mesmo ponto de articulação da consoante sucessiva. A nasal final é sempre escrita com a letra "n". Palatal líquida // No CrG moderno o som Português [lh] realiza-se com os dois sons [li]: portanto é melhor substituir a antiga escrita lh com li: vanjeliu/apareliu/orguliu. Morfema -ba O morfema -ba que indica o tempo passado é escrito como sufixo e forma uma única palavra com o verbo ou adjectivo: isso para evitar a confusão com o verbo "ba", como nos dois exemplos: verbo bai: Bo kunsa ba ta sumia; morfema -ba: Bo kunsaba sumia dja. 9 e. Exemplo de escritura Crioulo Guineense-Português: Inu Nasional Sol ku kalur ku berdi ku mar Manga di anu di dur ku spransa Es i tera di no dona Sol, suor, o verde e o mar Séculos de dor e esperança Esta é a terra dos nossos avós Frutu di no mon Flur di no sangui Es i no patria amadu! Fruto das nossas mãos Da flor do nosso sangue Esta é a nossa pátria amada! Koru: Viva Patria gloriozu Bandera di no luta soronda na seu. No pintcha pa kaba ku dominason strandjeru, Pa no kumpu pas ku prugresu Na Patria ki ka ta muri (bis) Coro: Viva a Pátria gloriosa Floriu nos céus a bandeira da luta Avante contra o jugo estrangeiro Nós vamos construir na Pátria imortal A paz e o progresso (bis) Ramus di memu tronku Udjus di memu lus Es i forsa di no unidadi E na kanta mar ku tera Mandurgada ku sol Ki no luta pui lastra Koru: Viva Patria gloriozu… (bis) Ramos do mesmo tronco Olhos da mesma luz Esta é a força da nossa união Cantam o mar e a terra A mandurgada e o sol Que a nossa luta fecundou Coro: Viva a Pátria gloriosa… (bis) 2. DEFINIÇÃO DE SOM E DE FONEMA Uma última reflexão sobre a definição de fonema, que ajudará a fixar melhor as diferenças entre os dois alfabetos: cada fonema (“conceito” ou “segmento” de um som específico da língua) compreende três características principais (como, por exemplo, o conceito de maçã compreende estas três características rpincipais: “fruto comestível da macieira, redondo e carnudo”): - Modo de articulação: como o ar passa através da cavidade bocal, por exemplo, “com interrupção do ar” ou “sem interrupção do ar”; - Lugar de articulação: geralmente onde a língua toca, se nos lábios (consoantes labiais), se nos dentes (consoantes dentais)…; - Sonoras/surdas: por exemplo se “as cordas vogais vibram quando o ar passa” (consoantes sonoras) ou “não vibram” (consoantes surdas). Em resumo podemos dizer: numa língua há muitos sons de [B], muitos sons de [A], conforme o tipo de palavras, mas há somente um fonema /B/, um fonema /A/. 10 3. SINOPSE DOS FONEMAS E GRAFEMAS (entre parênteses os grafemas com grafia diferente dos fonemas) MODO DE ARTI- bilaCULAÇÃO bial Oclusiva surda sonora Fricativa surda sonora Africativa surda sonora Nasal Líquida lateral nãovibrante SEMIVOGAIS VOGAIS alta média baixa labiodental p b f v PONTO DE ARTICULAÇÃO denalveoprépalatal lar palatal tal velar t d k g (gu) s z (ch) Z (j) x (tc) Z (dj) m n ¯ (nh) l (li) N (n’) r w (u) anterior-palatal i e (e) y (i) média-central i (i) (a) a posterior-velar u o (o) 11 B) MORFOLOGIA E SINTAXE Na análise do CrG (língua crioulo guineense) é mais fácil notar as semelhanças que as diferenças para com o Ptg (língua portuguesa). De facto, muitos dos elementos do CrG, especialmente no léxico), derivaram da estrutura do Ptg. Todavia há diferenças, conforme os princípios de outras línguas Crioulas, como a ausência do artigo, da flexão dos verbos, da nasalização das vogais e outras. Contudo, sobretudo na estrutura dos verbos, o CrG tem muitos traços que são originais ou derivados das línguas africanas, como o privilegiar mais a categoria do aspecto do que a categoria do tempo, a forma do causativo, a mudança semântica de algumas palavras, e outras. LIÇÃO I. PRONOMES PESSOAIS SUJEITO EXEMPLOS - Bon dia! Bon dia! - Kuma? Bu sta bon? N' sta bon obrigadu. - Kuma? Kuma di familia? E sta ben. - Kuma di kurpu? Kurpu sta bon. - Djon, kuma di bu ermon? I sta ben. - Kuma di bos? No na ndjenha. - Aos, bo ka lanta sedu. - Bu durmi diritu? GRAMÁTICA 1. Pronomes pessoais sujeito : o pronome (que significa estar em lugar do nome) indica uma unidade de palavra que se emprega em substituição do nome. No CrG os pronomes pessoais têm duas formas, a forma principal e a forma secundária. a) forma principal 1ª sg. 2ª sg. 3ª sg. N’ BU I 1ª pl. 2ª pl. 3ª pl. NO BO E b) forma secundária - Kuma ki bu nomi? Ami, nha nomi i Pedru. - Abo i kal rasa? Ami i Mandjaku, abo gora? - Ami i Purtuguis. Djon, i ke? El i Balanta. - Ami n’ pensa kuma i el. - Abos i ke ? Anos i Fransis. - Abos i Guinensi? Nau, anos i Senegalis, ma no pape, el i Gambianu. - Elis e tene novi anus e sta na tersera klas. - I ami/I ka ami. - I ka bardadi? I el. 1ª sg. 2ª sg. 3ª sg. AMI ABO EL 1ª pl. 2ª pl. 3ª pl. ANOS ABOS ELIS A forma secundária, que têm a função de dar mais ênfase ao sujeito, quando for presente, precede a forma principal. A forma secundária é usada sozinha somente com a função predicativa. 12 c) outras formas - Kuma di nhu? Nhu sta bon? N’ sta bon, obrigadu. - Karnaval i un festa ku banhus ku banhas pudi bai tudu. 3ª sg. m. f. NHU NHA 3ª pl. m. 3ª pl. f. BANHU(S) BANHA(S) São derivadas das palavras portuguesas SENHOR(ES) E SENHORA(S) e do prefixo ba- que nas línguas africanas indica pluralidade 13 LIÇÃO II. OS ADVÉRBIOS DE LUGAR LI/LA E OS PRONOMES PESSOAIS COMPLEMENTO 2. Os advérbios de lugar LI/LA (Advérbios de designação) a) Formas LI/LA - Aonti, Mariu tciga li, di tardinhu. - Nunde katcur? N’ ka sibi. I staba li gosi. - Katcur kuri i firma la lundju i kunsa ladra. Alal la. - LI indica o sítio perto do locutor (Ptg AQUI) - LA indica o sítio afastado do locutor (Ptg LÁ, ALÍ, AÍ) - Alinu li, kal tarbadju ku bu tene? - Bon dia, bu sta bon? Alin li. - Ali nha amigu. - Nunde Mariu? Alil li. b) Formas ALIN LI/ALAL LA Aos advérbios ALI/ALA são sufixados os pronomes pessoais complementos. 3. Pronomes pessoais complemento . a) Objecto directo - Gosi mininu na sinanu brinka karnaval. - Fereru ferdia elis radi. - Un mindjer bidjugu patin bon pratu di bianda di lingron ku siti. - N’ pidi bos fabur di limpa skola, bo nega. - Omi garandi na patiu kabra si bu labral orta. - Nha mame patin pon. - Djon, dan kil bola. - I ka pirsisa di mi aos. - Ka bu sibi di mi. - Dia dumingu no na sta mas ku bos. - No studa djuntu ku bo. - N’ kunsi bu tia, aonti propi n’ bai fera ku el. - Es karpinteru bin Bubaki pa tarbadja pa nos. - N’ fasil parel. - Kau ku n’ staba nel i bonitu. - Mininu toma kaneta ki ka di sil. - Mindjeris ka pudi kudji kadju ki ka di (colocam-se imediatamente depois do verbo principal e os primeiros quatro são sufixados ao verbo com a consequente mudança de acento tónico para a sílaba final): -N (i odjan) -U (n’ na odjau) -L (n’ ka kunsil) -NU (i mostranu) BOS (i na odja bos) ELIS (i na odja elis) b) Objecto oblíquo MI BO EL (SIL) NOS BOS ELIS (SELIS) Dianti di EL/ELIS as preposições DI/NA elidem a vogal. 14 selis. SIL/SELIS são regidas pela preposição DI - Djubi pa e ka danau el. - Bo dal el? - I da si fidju (indirecto) kumida (directo) - I tenta dal el pa bibi. - Nunde garafa? Dan el. c) Duplo complemento (a estrutura do crioulo coloca o complemento oblíquo ou indirecto, antes do complemento directo) 15 LIÇÃO III. AS FRASES INTERROGATIVAS E OS POSSESSIVOS Otca n' tciga kasa, nha fidjus tudu na djusiaba: kin ki tene kulpa? I el ki tene kulpa; i na konta mintida, i el ki sutan purmeru. In, ma el i kebran dus dinti. Kin ki ka tene fidju, ka ta kansa! Ke ke mininu na brinka? E na djuga bola. Na nha tabanka, djinti ta djuga baradju. Bu pudi dama? Sin, ma n' mistiba sina doli. - Kin ki bu misti odja? - Ke ki na fasi la? - Kal ki bu tarbadju? Ami i pulisia. - Ke ku manda e na bin? - Kal ku bu na toma? - Kin ki tciga aonti? - Bakin ku staba na sukuru? - Abo i kin? - Kil omiba i kin? 4. Frases interrogativas directas: são introduzidas por: - pronomes interrogativos KIN?/KIN KI?/BAKIN? KE?/KE KI?/KE KU? KAL? REGRA GERAL: normalmente os conectores interrogativos colocam-se no início da frase, mas em presença da cópula “i” tomam a posição imediatamente após o verbo. - Nunde ku bu ta tarbadja? N' ta tarbadja na sugunda skuadra. - Kantu ku bu ta risibi? Kada mis, n' ta risibi sinkuenta mil franku. - Nunde ku bu mora nel? N' mora na bairu di Ajuda, abo gora? N' mora na Pilun. - Pa nunde ku na bai? - Di nunde ki tciga? - Kal dia ku bu na kaba? - Kantu ki na kusta? - Kuma ki nomi di bu mindjer? - os advérbios interrogativos são classificados, no que diz respeito ao significado, como: - I falal kuma i na bai studa. - No ten ki pasia un bokadu nos no ta otca algun kusa. - Puntal si djintis ta padidu tciu na Guine. - Nos Titu splora bos? 5. Frases interrogativas indirectas : são introduzidas por: KUMA NOS SI de causa: PABIA?/PABIA DI KE?/KE KU MANDA? de lugar: NUNDE? de modo: KUMA?/KUMA KE?/KE? de quantidade: KANTU? de tempo:KAL ORA?/KAL DIA?/KAL ANU?/KAL TEMPU? 16 6. Adjectivos e pronomes possessivos - Nha omi garandi sta mandinti. - Bu pape na labra orta. - Si mame bai fera. - Dus pedreru kumpu no kasa. - Bo pursoris kumpra djá se bisikleta. - Tudu omi bidjugu dibi di tene se ridia di mon. - Djubi es nha dus fidju. - Os adjectivos possessivos têm a função de determinar a posse de objecto em relação ao possuidor. NHA BU SI NO BO SE Nota: Colocam-se antes do nome e do adjectivo qualificativo. mas depois do demonstrativo. - O Pronome possessivo substitui o sintagma sobre o qual recai a posse. DI + pron. pessoal oblíquo - Di mi, i ma mindjor, purba son! - Es li i di mi. - Gatu i ka di mi, i di bo. um possuidor DI MI DI BO DI SIL vários possuidores - Kamisa i di bos. DI NOS - Elis e kumpu di selis, ami n’ na kumpu di DI BOS mi. DI SELIS VOCABULÁRIO OS TRABALHOS : alfaiati/bakiadur/bidera/fereru/pulisia; pursor/mekaniku/kondutor/sapateru; piskadur/bisiadur/labadera/labradur; nfermeru (nfurmeru)/kantadur/partera; pedreru/karpinteru/kusinheru/pintor; labadera/pintcadur di kareta/grasadur. 17 LIÇÃO IV. O GÉNERO, O NÚMERO E A FORMAÇÃO DOS NOMES 7. O género e o número - Maria padi son dus fidju matcu, si ermon femia ka tciga di padi inda. - Nha ermon femia ka tene omi. - Nha ermon bindi tris baka matcu. - Ami n’ ka tene mindjer, nha pape tene dus mindjeris. - Aonti nha dona fasi aniversariu: si netus ku si netas patil manga di tabaku ku kana. - Kal djinti ki bin? - Manga di djintis bai mati festa di kasamenti di nha tiu. - Pekadur bali si ta rispita utru pekaduris. - Toma e fosis, i pa bo. - Normalmente o género é marcado por MATCU/FEMIA: fidju matcu/fidju femia gatu matcu/gatu femia ermon matcu, ermon femia - Há também poucos casos com distinção de género como no Ptg: rapas/badjuda omi/mindjer netu/neta - Plural/singular: o número é marcado utilizando um quantitativo, como os adjectivos de quantidade, um advérbio ou um numeral: TUDU/TCIU/MANGA DI - Alguns acrescentam a marca do plural – s/-is: djinti/djintis dia/dias pekadur/pekaduris fos/fosis Conselho: o –s não se usa quando é uma realidade colectiva: N’ kumpra kamati ou é já indicada pelo numeral : tris kabra - Na matu balion djurmenta: li anos ki na manda. - Kau di BaDjon. - GanBiafada (moransa di Biafada). - Os prefixos BA-/GAN- indicam plural: é a maneira, derivada das línguas africanas da região, de indicar o plural de humanos (BA-) ou de lugares (GAN-): - Fumu di sigaru ta dana bof-bof di pekadur. - Há redobros com valor de plural: bof-bof (OS PULMÕES) - Kuma di bu kasa? I sta bon. - Mostran bu kasa? Alil li. - Bu tene mindjer? In! N' kasaba dus, ma un son muri. - Kantu fidju ku bu tene? N' padi kuatru, un matcu ku tris femia. 8. Formação dos nomes ou substantivos Os nomes são palavras que nomeiam os seres (pessoas, coisas ou animais) ou as ideias (qualidades, estados, acções) No CrG muitos nomes são derivados do Ptg, por isso a formação das palavras do CrG segue muitas das regras do Ptg. 18 - Bu kunsi fidju di Gomis? N' kunsil. Nha kode kasal. Nta, Gomis i bu kunhadu! - Kunsada ku kabantada. - Bu bonitasku na matan nan! - Kantiga di mandjuandadi. - Na kil moransa i ten un kasa ku dingui. - Bariga pega kirsi tok i bin fika barigona. - Mario diskunfiadu dimas. - Atividadi kabalidu. - Há sufixos que formam nomes: -ada: kabantada (kabanta + ada) -asku: bonitasku (bonitu + asku) -dur: tarbadjadur (tarbadja + dur) -eru: kabaleru (kabalu + eru) -esa: djiresa (djiru + esa) -menti: kasamenti (kasa + menti) -ndadi: mandjuandadi (mandjua + ndadi -nsa: moransa (mora +nsa) -on: porton (porta + on) -ona: barigona (bariga + ona) -sinhu: bentusinhu (bentu + sinhu) -uda: fartuda (fartu + uda) - Há prefixos que formam nomes: dis-: diskunfiadu (dis + kunfiadu) anti-: antkolonialista (anti + kolonialista) ka-: kabalidu (ka + balidu) - Mariu i bon pekadur. - Bu kaba kebra arus? - Storia di lubu ku kebri. - Lagartu i un limaria pirigozu. - Kau sta lundju. - Riba ka ten. - há palavras derivadas do Ptg que têm um significado diferente no CrG: pekadur (PESSOA/PECADOR) kebra (CEIFAR/QUEBRAR) lubu (HIENA/LOBO) lagartu (CROCODILO/LAGARTO) kau (SÍTIO/CABO) riba (REGRESSAR/ARRIBAR) - Nunde ku bu na notsi aos? Na Kacheu. - Nunde ku bu mansi? N’ mansi na Bula. - Kil mindjer padi dus fidju/Kil pe di mangu tene manga di fidju. - há palavras derivadas do Ptg que têm um significado mais amplos no CrG: - notsi (PASSAR O DIA e ANOITECER) - mansi (PASSAR A NOITE e AMANHECER) - fidju (FILHO e FRUTO e REBENTO) - Bu fasi alguin djanfa, kila ka bali dianti di Deus. - I tambur kumpridu ki ta djamu kabarus ora ke na badja Há palavras que são derivadas das línguas africanas: - djambakus (Banhum “djambakos”) - djamu (Mandinga “jàmun”) - djanfa (Mandinga “jànfaa”) - badjuda (Banhum-Cassanga “badjude”) - oriki (Pepel “orik”) Hoje o CrG mais falado é o da população de Bissau, onde se concentram todas as línguas e culturas do país, e não só: nesse ambiente linguístico são detectadas as seguintes influências: 19 - Ami gora, pasta di Ministru di Agrikultura i ta djustan rek ! - Pa bu bai la, i son pa bu sedu un bon boi feradu. - Asembleia Nasional Popular tene sen diputadu. - Toka-toka ta rosolbi manga di purblemas di djintis di bairus di Bissau, nunde ki taxi ta nega bai nel. - Nde Guine mindjor? Nada, i trosa son, matabitcu ka ten, sia ka ten, un tiru son, djanta!. - Kil joven, nunde ki mora nel? - aumento de palavras de origem africana: rek/ampagai - aumento de novas palavras de várias origens: - boi feradu/boi kiridu - diputadu - toka-toka - influência da camada estudantil que substitui palavras antigas com outras aportuguesadas: - pekenu almosu/matabitcu - joven/djoben - paludismu/febri - vida/bida - nunde/nde VOCABULÁRIO A FAMÍLIA TIPO AFRICANO pape, mame, fidju, ermon; dona, netu, kunhadu; papesinhu (padrastu), mamesinhu (madrasta), fidjastu, kumbosa; kode, mana, manu, prima, primu. TIPO EUROPEU pape, mame, fidju, primu; tiu, tia. dona femia, dona matcu, sogru, sogra, kunhadu; subrinhu. TEXTO Nha tuturdona muri dja, nha dona sta na tera, nha pape ku nha mame sta ku mi, nha ermon sta fora di tera, i ba randja bida. I laganta noba di mininu ki padidu, pabia i kiril tciu. Kil utru gora ki na studa, i bu ermon tan? Suma ki bu fala. i nha ermon di pape. I sinta djuntu ku no kunhadu, omi di no ermon femia garandi. Nten, es i nha mamesinhu, kumbosa di nha mame, si nomi i Badjuda. Anta, kantu mindjeris ki bu pape tene? Parsi e rindi? Nau, i son dus: nha mame ku noiba ki nha mame da nha pape pa i kasa. 20 LIÇÃO V. OS ADVÉRBIOS DE LUGAR E OS DEMONSTRATIVOS - Nunde ki no sta nel? N' ka rapara nha kaminhu. Li i Santa-Lusia. - Nunde ki fera di Bande sta? Bai di kumpridu: la, bu ta bai pa skerda, ma lundju bu dibi di bai pa direta. - Gatu sta bas di kau di sinta. - Nta, fera lundju di li? I lundju un bokadu. - Djubi kil katcu la riba. - Nha kamisa sta la bas. - Kaminhu sta bu dianti. - I mora filadu ku mi. - Bu pudi odjal na e kasa, la tras. - Tcabi sta na porta. - Nha mindjer sta na kasa. - N' ka tene nada na nha bolsu. - Sai la fora. - N' ta tarbadja lundju. - Pon sta riba di mesa. - Manga di alunu fika fora di sala. - Nha ermon femia mora pertu di bu kasa. - Filadu ku porta. - Lungu di porta. - Kuma ku no pudi sibi kin ku na ianda dentru di matu? - Fos sta pertu di fugareru. - Basora sta tras di kasa. - Kuma ki e Dimingu ku Sugunda-fera kuri? - N' ka kunsi kil omi. - E bistidu burmedju. - Djon, e tcepen ka djustau. - Ki arus, kila ta da te pa dus anu. - Toma, bu bibi e iagu. - Nha tiu kumpra ki uiski na fera di Prasa. - Kil bu badjuda bonitu dimas. 9. Advérbios de lugar (locativos): são palavras que indicam lugar ou posição: em gramática distinguem-se os advérbios (que modificam os verbos) das preposições (que unem palavras ou frases) e normalmente, são seguidas pela preposição DI) BAS/BAS DI DENTRU/DENTRU DI DIANTI/DIANTI DI FILADU KU FORA/FORA DI LUNDJU/LUNDJU DI LUNGU/LUNGU DI NA NA DIRETA, NA MON DIRETU NA RODA DI NA SKERDA, NA MON SKERDU NINKAU NUNDE PALI PERTU/PERTU DI RIBA/RIBA DI TRAS/TRAS DI 10. Os Demonstrativos A função é de colocar no espaço e tempo o determinado. O GCr apresenta duas formas (perto e afastado) e o Ptg apresenta três formas. - adjectivos demonstrativos: E/ES (perto) Ptg ESTE KI/KIL (afastado) Ptg ESSE/AQUELE Nota: as duas formas E/ES e KI/KIL são usadas indiferentemente com palavras que iniciam com uma vogal ou consoante. Parece porèm que em frente de palavras que iniciam com uma semivogal são usadas somente as formas E/KI: Nota: o demonstrativo precede todos os 21 outros adjectivos - Kila tudu i brinka Karnaval? - Esis e ta sutadu di tudu koldadi manera. - Es i nha bistidu. - Kilis ki tene e ta konsigui kusas mas bonitu ku mas karu. - N' ka kunsi kilas. - Garandi kuma kin ku mandurga, urbadju ta modjal. - pronomes demonstrativos: ES/ESIS KILA/KILAS/ KIL/KILIS Há outra forma de pronome demonstrativo: KIN KI - Kila la ka na atraza ninguin. Nota: Para dar ênfase acrescenta-se LI/LA TEXTO N' baiba djubiu tras di kasa didime bu sta li dianti di bemba. Es galinha djiru tok i pasanta: i ta durmi bas di pe di kadju, aos ki no misti panhal pa mata i bai durmi riba di pe di mangu. Abos bo tene manga di limarias na bo kau, e galinha tene frangas bonitu. I bardadi, djubi gora kil gatu, suma i el son, i ka ta sai na metadi di litons; no limarias sta tudu ora na roda di kasa. Purmeruba kumbosa sta pertu n'utru, kadakin ta misti sta lungu di si kumpanher; ma gosi mundu rabida, pabia di kasa dus o di kasa tris ki sta na moda, kadakin ta misti sta lundju di si kumpanher. N' kontenti manera ki bo mora filadu ku nos. Djintis ku mora na mon direta e ka ta sinta, kilis di mon skerda ka riba inda di ferias. 22 LIÇÃO VI. OS VERBOS TEXTO - Aonti, no bai Farim, no toma kandonga na fera di Bande, no paga dus mil franku. Na Mansaba, roda fura, pregu ki fural. Na Farim, no kamba riu, djangada ki kambantanu. 11. Os verbos (indicam acções ou estado) O texto apresenta dois períodos que indicam uma acção acabada e uma inacabada: o verbo com a partícula NA indica o aspecto inacabado. Para entender os tempos gramaticais em CrG é preciso inventar um esquema “sui - Gosi no na bai Bafata, no na toma generis”, porque as línguas latinas e kandonga na fera di Bande, no na paga dus escritas privilegiam o tempo, o CrG e as mil i kinhentus franku. línguas orais privilegiam o aspecto ou o “processo” indicado pelo verbo, como a - Nunde ki no odja n' utru? duração, o desenvolvimento ou Dianti di porta di Koreiu. acabamento (aspecto incoativo, Bu odja nunde ki kandonga para? N' na progressivo, resultativo) de uma acção. perau la. outra característica importante do CrG é - I ku kin ki no dibi di bai Bulama? a distinção entre dois grupos de verbos: Ami gora n' medi bias di mar, i maron ki ta kansan tciu. - verbos de acção Maron kunsa son, n' ka panha pe di nha FAZER/FASI kabesa. Aonti, bias ka kuri diritu, manga COMER/KUME di djintis ramasa! - verbos de estado ESTAR APAIXONADO/KIRI PODER/PUDI ANÁLISE DOS VERBOS Do ponto de vista do falante a acção (ou o estado) expressos pelo verbo, pode acontecer: A) no presente (tempo simultâneo) B) no passado (tempo anterior) C) no futuro (tempo posterior) D) na possibilidade/impossibilidade A) tempo simultâneo (presente) - Maria kume - Maria badja - aspecto realizado (acabado) marca 0 + verbo (existe somente para os verbos de acção) - Maria na kume. - Maria na badja. - aspecto não-realizado (inacabado): NA + verbo (verbos de acção) 23 - Teresa pudi - Djon kiri Binta. - Teresa i duenti. - Luis ta kume un tiru son. - Utru ta kiri badjuda sin dicha pape sibi. - Mindjeris di li ta bambu se mininu. - Ora ki tcami, i ta bida mau. - Na nha tabanka, djintis ta djuga baradju tciu. - Dia sabadu di tardi ku dia dimingu, no ka ta tarbadja. - Nha mindjer ta labra kamati. - Kuatru sumana ta fasi un mis. marca 0 + verbo (verbos de estado) - aspecto habitual (exprime a ideia de hábito ou de repetição): TA + verbo (não existe distinção entre verbos de acção e de estado) B) tempo anterior (passado) - Ami n’ kumeba dja anti di bu tciga. - Nta, bu odja bindidur di alfasi? N' odjal aonti na fera ma n' ka kumpra nada, n' diskisiba nha dinheru na kasa. - aspecto realizado (acabado) marca 0 + verbo + -BA (existe somente para os verbos de acção) O sufixo –BA escreve-se ligado ao verbo (badjudas kunsaba sumia dja) para poder distinguir-se da forma verbal BA (badjudas, bo kunsa ba ta sumia) - Ami n’ na kumeba kil ora ki bu tciga. - aspecto não realizado (inacabado) NA + verbo + -BA (verbo de acção) - Otranu Djon kiriba Binta. - Oranu Teresa duensiba. marca 0 + verbo + -BA (verbos de estado) - Otranu Luis ta tarbadjaba na Pescarte. - Oranu Teresa ta duensiba tudu sumana - Mis ki pasa Joana ta baiba fera (tudu dia). - I ta mistiba kume restus ku ta sobra. - aspecto habitual TA + verbo + -BA) (não existe distinção entre verbos de acção e de estado) C) tempo posterior (futuro) - Ami n’ na bin kume. - Maria na bin badja. - Utru anu nha fidju na bin bai skola. - aspecto realizado (acabado) e aspecto não realizado (inacabado) NA BIN/NA BA + verbo (verbos de acção) Nota: No tempo posterior não existe a distinção entre aspecto acabado e inacabado. - Djon na kiri Binta. - Bu ka na sedu prasa pikininu. NA + verbo (verbos de estado) 24 - Jokin, bu na ba ta djubi orta tudu dia. - Bu na ta tcomadu Sefas. - No na bin ba obi Elizabeti. - N’ na bin bin kanta. - N’ bin kume. - N’ bin bin kume. - N’ bin baiba sinema. - aspecto habitual NA TA/NA BA TA + verbo (não existe distinção entre verbos de acção e de estado) Se o futuro é distante acrescenta-se a marca BIN (NA BIN BIN/NA BIN BA) O semiauxiliar BIN tem também a função específica de advérbio de tempo (Ptg DEPOIS) e indica o distanciamento da acção no tempo. D) Modo possível/impossível - Na kil sala di sinema, si kau di sinta ten, i puku. - Tugas pensa kuma si no tudjidu arus, no ta sai fora di matu, no ta bin nterga. - Si i na bin, bu kontan. - a possibilidade é somente com os tempos simultâneo e posterior: a frase condicional é introduzida por SI SI KONTRA NA KAZU KE - Si omi tambi ta prenhaba no ta tiralba responsabilidadi? - Si n’ sibiba, n’ ta baiba. - Si n' sibilba, n' ta kontauba. - a impossibilidade ou irrealidade utiliza a marca do tempo anterior –BA sufixada aos verbos da frase principal e da frase condicional. E) OS VERBOS SEMIAUXILIARES - No djumna aviza bos sobri es pirigu. - I iara kai. - Kontra i kaba fala sin son, i pirdi fala. - Rostu kiri tene inda garasa. - I kunsa na tcora. - Mame pega djanan na tcora. - N’ tarda kontal kuma ami n’ mas el. - Es tarda seduba dja un kustumu di nos. - N’ tene un kabra la manga di tempu, i tciga dja padi. - I torna na sina elis. - Floresta na torna pobri. - Dinheru kaba. Se, no CrG chamamos as marcas TMA (tempo/modo/aspecto: NA, TA, -BA) verbos auxiliares, há também um grupo de verbos que na frase têm a função de exprimir o modo ou o aspecto da acção do verbo principal. - DJUMNA - IARA - KABA - KIRI - KUNSA - PEGA - TARDA - TCIGA - TORNA Estes verbos precedem o verbo principal com as marcas TMA. Nota: os mesmos verbos comportam-se também como verbos principais, por isso são chamados semi-auxiliares, quer dizer 25 auxiliares a tempo parcial. F) AS VOZES (DIÁTESE) DO VERBO Conforme a disposição ou colocação dos participantes da frase os verbos são divididos em: - I kusnha bianda. - E bindi se kasa e bai Fransa. - Bai buskan nha tabaku. - transitivos/intransitivos O verbo é transitivo quando precisa de um complemento directo para completar o sentido. - Dinheru pirdi. - Es dus li, tudu ora e ta djusia. - Bu katcur kapli. O verbo é intransitivo quando não precisa de um complemento para completar o sentido. - I kema kasa/ Kasa kema. Há verbos utilizados transitivamente e intransitivamente. - Utru ta gueria pabia di klientis. - Tcabis di Jose pirdi/Jose pirdinti si tcabis. - I sintanda elis tudu na un kau. - Taxista tciganta pasajerus atrazadu na si kompromis. - Utru ora i ta firbinti kombe i tira si iagu i pul na tceben. - Es karu ta kuri. - N’ kansa pabia n’ kurinti karu tciu. - Manga di banana bindidu aos. - Bo tciga la, bo kusnhadu bianda. - Bibiron pudi fasi mininu mal, si i ka firbintidu diritu. - N’ padidu dia sinku di Marsu. - I kau frekentadu prinsipalmenti pa - causativo directo (nome + -IA) O agente causa directamente a acção: GUERIA (GUERA + IA) MANDUKIA (MANDUKU + IA) - causativo indirecto (verbo + -NTA/NTI/-NDA) O agente causa indirectamente a acção: SINTANDA (SINTA + NDA TCIGANTA (TCIGA + NTA) FIRBINTI (FIRBI + NTI Em muitos casos a forma do causativo trasforma a forma do intransitivo no transitivo. KURI/KURINTI - passivo (verbo transitivo ou causativo + -DU) No CrG há uma forma muito frequente de verbos passivos onde o sujeito é o paciente da frase e o agente pode não ser expresso: BINDIDU (BINDI + DU) FIRBINTIDU (FIRBINTI + DU) PADIDU (PADI +DU) A frase passiva com agente expresso regido pela preposição PA/PAR deve ser considerada como influência do Ptg: de 26 bibiduris./Prinsipalmenti bibiduris ku ta frekenta kil kau. - I fidi (si) kabesa. - E mata (se) kabesa. - Bu punta bu kabesa. - I bisti ropa bonitu. - Aos, n’ lanta sedu. - Baka pirdi na matu. - No ten di djuda n’utru. - Nha fidjus laba n' utru. - No na korta n' utru kabelu. facto, quando o agente for conhecido o CrG prefere usar a forma activa, com o paciente sujeito. - reflexo (verbo transitivo ou causativo + KABESA) Na frase reflexa o complemento confundese com o sujeito. O reflexo não é muito usado em CrG, porque muitos verbos exprimem já a forma reflexa: bisti lanta pirdi - recíproco (N’UTRU) Os actantes/participantes são autores e, ao mesmo tempo, os destinatários da acção. DJUMBAI Un alguin ka pudi djumbai el son, pabia i troka di palabras di dus o manga di djintis. Ora ki djintis na djumbai, e ta sinta djuntu na un kau kadakin ku si banku, e sindi vela o kanderu, kil ki alguin tene, si lus tan i ta sindil, si i ka tene tan e ta sinta na sukuru, si kontra e na djumbai di noti. Djintis ta djumbai di dia si kontra e ka tene tarbadju di fasi, pabia bu ka na disa bu tarbadju pa ba sinta djumbai. Normalmenti djintis mas ta djumbai di noti: i ta kontra nada ka ten e ta sinta djumbai tok sonu tene elis e ta lanta e bai dita e durmi. Si djintis sinta djumbai, kadakin ta da si pasada, ke ki odjaba dja, ke ku pasa ku el o ku utru, sempri kusas di garasa pa utrus ba ta ri, si alguin odjaba dja un kusa di garasa i ta kontal si kumpanheris, kilis ta ri. Ora tan ki kansa i ta para, utru tan kunsa di sil, utrus konta istoria, kantiga, i dipindi di ke ki alguin misti fasi. Se misti e ta randja binhu e djumbai ku el, utrus ta randja kualker kusa di kume, utrus ta djumbai sin nada. Na djumbai ninguin ka ta tene kara di raiba i son garasa. 27 LIÇÃO VII. OS ADJECTIVOS E OS SEUS GRAUS - E panu burmedju i kantu? Dus mil franku. I karu, e utru li gora? Kil panu azul? Tris mil Franku. Panu burmedju mas azul baratu. - Dimingu ma utru dia kansadu pa kumpra panu bonitu na fera di prasa. 12. Os Adjectivos São palavras com que se nomeiam qualidades ou estados existentes nos seres ou nas ideias. Ele têm duas funções: - Kamati karu. - Patin kil panu azul. - N’ ka misti e panu bonitu. - função ad-nominal (qualifica o nome) O adjectivo segue o nome. - Badjuda i na bonituba. - I ta sedu difisil sibi nunde ki kusa sertu kaba nel ku nunde ki mintida kunsa. - predicativa (com o verbo predicativo ou cópula) I/SEDU + adj. - Pedru na bin gros. - E panu burmedju. - Kil badjuda kumpridu. - E mindjer frakuba. bonitu/fiu, garandi/pikininu kumpridu/kurtu magru/gros fraku/forti karu/baratu kinti/friu limpu/susu pisadu/lebi dos/malgos moli/risu branku/pretu/amarelu/burmedju/verdi - Kil badjuda na magruba. - Otca n’ pikininuba, n’ ta tcoraba tudu dia. - E odja kuma baka bonitu te i gurdu. A cópula pode não ser expressa e o adjectivo toma as características das formas verbais. bonituba (bonitu + ba) - Ora ki (ki + i) na garandi, i na djiru. - Es ki (ki + i) garandi mandamentu. Muitas vezes a Cópula combina-se (crase) com a vogal dos pronomes pessoais (I/E) e dos pronomes relativos (KI/KE/KU). 13. Graus do Adjectivo - normal/superlativo absoluto e ralativo: normal é o grau zero e superlativo é o grau elevado: 28 a) O superlativo - I garaandi! - Aonti, n’ lanta seedu! - Es omi kumpridu dimas, ma e mindjer pikininu i pasanta. superlativo absoluto: - redobro da vogal tónica garaandi seedu - adj. + (I) PASANTA - Po tudu garandi-ki-garandi, mantcadu ta durbal. - adj. + KI + adj. verbo + KI + verbo bonitu-ki-bonitu tarda-ki-tarda - Ki badjuda i bonitu dimas. - Bentu tciu dimas. - Abo, bu muitu djiru! - MUITU + adj. adj. + DIMAS adj. (nome) + TCIU DIMAS - Bistidu branku fandan - Iagu limpu pus. - adj. + adjunto de intensidade pretu nok branku fandan limpu pus - Nha Baifas i mindjer ma garandi di tabanka. Orelia i badjuda ma amonton di tudu utru badjudas. superlativo relativo - MA(S) + adj. + DI + 2º termo de comp. - Bu galinhas gros, ma di mi ma ta bota ovu. - Pedru ma Djon kumpridu. - Abo bu mas mi djiru. - Tcoka mas lebri djiru. O comparativo estabelece uma comparação, que pode ser de: b) O Comparativo superioridade: MA(S) + 2º termo de comparação + adj. - Ntoni ma riku di ki Djon. Há tambem: MA(S) + Adj. + DI KI + 2º termo de comparação. - Tciko djiru suma si ermon. - Maria ka bonitu suma purmeru. - Ki parti di bu terenu ku djusta ku iagu. - Luis ta studa dimas suma Antonio. igualdade: SUMA DIMAS SUMA TCIU SUMA DJUSTA KU - Djon ma António djiru. - Antonio ka djiru suma Djon. inferioridade: Normalmente o GCr muda os termos de comparação, exprimindo a mesma ideia invertendo os valores, quer dizer por meio do comparativo de superioridade ou por meio de um comparativo de igualdade com frase negativa. 29 14. Adjuntos de intensidade É uma classe de palavras, derivadas das línguas africanas, com as duas funções de marcar o grau superlativo (vd. n. 14: superlativo absoluto), e de: - I kudi din. - I kume fep/I kume buk/I kume bik. - I san kenkeren/Sol mansi kenkeren. - I nega far. - especificar o sentido dos verbos, nomes ou adjectivos: bik buk din fep Nota: Diferentemente dos advérbios, eles não têm mobilidade e seguem o nome/adjectivo/verbo. - Kadakin me ku si manera di iasa bentana. - Os adjuntos de intensidade ME/NAN: - Galinhas patcari tciu nes kapuera: anta ME acrescenta ao verbo o sentido de algun delis ta bota me? dúvida. - Kusa ten nan! - Bisenti kunsa tciga nan. NAN acrescenta ao verbo o sentido de certeza absoluta. TEXTO - Kuatru sumana ta fasi un mis; dozi mis ta fasi un anu, seti dia i un sumana. In! Ma na Kantcungu fera garandi ta ten kada seis dia: seis dia i antigu sumana di Mandjakus. VOCABULÁRIO OS DIAS DA SEMANA: - sumana tene seti dia: dia dimingu, sugunda fera, tersa fera, kuarta fera, kinta fera, sesta fera, dia sabadu. VESTES: ropa/kamisa/kalson/kalsa/tcakual/trus; komple/sition/bikini/blusa/ispera; saia/panu/bistidu/kalsinha/lensu; kamisola/kamisola di friu/kasaku; tcepen (tcapeu)/sumbia/bariti/sintu; sapatu/chinelu/meia/bota/plastiku; kamisoti/fundinhu/sapatilia/sandalia. AS CORES: branku/pretu/amarelu/verdi (birdi); 30 burmedju/burmedju uak/azul; kastanhu/kor di roza/kor di lach; sinzentu (kor di sinza). VOCABULÁRIO ADJUNTOS DE INTENSIDADE - Pretu nok/branku fandan/burmedju uak. - Intci kun/farta kunkurun/intci tep. - Kaba fep - Limpu pus/susu putcuk/seku kan. - Taka mus. - Risu kabesa tok. - Kinti uit/fria iem/kala iem. - Ianda fas/pasa fit/pasa fat/sai fut. 31 LIÇÃO VIII. OS NUMERAIS E OS INDEFINIDOS 15. Os Numerais: a função é determinar o número, a quantidade, a ordem, a multiplicação, a fracção ou então um conjunto. O CrG utiliza o sistema do Ptg: - E kamati i kantu? Sen franku. - Es, kantu ku na bindil? Es i sinkuenta franku, ma kil gros i sentu i sinkuenta franku. - Kila, i kantu? Bobra i kinhentus franku. Dan dus. - N' misti un pakoti di sigaru, un kacha di fos, un garafa di binhu, un lata di liti. Liti ka ten, fos ka ten tambi. - N’ fika na kintu lugar. - Mininus ta kirsi kinti kinti gosi; nha purmeru fidju ma mi di un kabesa kumpridu. - Si sirbis mas ta karu, i dus bias mas di ki utrus. - E dibi di kobradu un pres dus bias mas altu. a) numerais cardinais UN/DUS/ TRIS/KUATRU/SINKU SEIS/SETI/OITU/NOVI/DES ONZI (DES KU UN) DOZI/TREZI/KATORZI KINZI (DES KU SINKU) DISASEIS/DISASETI/DISAOITU/ DISANOVI (DES KU NOVI) VINTU UN/VINTI DUS TRINTA/KUARENTA/SINKUENTA SESENTA/SETENTA/OITENTA NOVENTA/SEN/KINHENTUS/MIL b) numerais ordinais PURMERU/SUGUNDU/TERSERU KUARTU/KINTU/SESTU SETIMU/OITAVU/NONU DESIMU/DESIMU PURMERU c) numerais multiplicativos (numero cardinal + BIAS) DUS BIAS TRIS BIAS Existem também as formas derivadas do Ptg: DOBRU TRIPLU - I paga kil panu dobru di si kustu normal. d) Numerais fraccionários: indicam a fracção de um todo ou de uma parte: Se o numerador é a unidade (cardinal + BIAS MAS PIKININU) - Oitu bias mas pikininu. - N’ kumpra un radiu ki kustan dus tersu di nha vensimentu. Nos outros casos segue-se a forma do Ptg (cardinal + ordinal) DUS TERSU TRIS KINTU 32 - Kolera mata dja vida di dizenas di no parenti. - Un duzia di ovus. - Un sentena di mangu. e) Numerais colectivos DIZENA DUZIA SENTENA 16. Adjectivos e pronomes indefinidos São derivados do Ptg. - Tudu kusa bonitu. - Bu odja algun kusa? - Puku djintis bai mati tcur di omi garandi. - Os adjectivos colocam-se diante do substantivo: algun/kada/kualker ka tciu/manga del/nin un/puku tudu/utru - Kadakin ku si tarbadju. - Ninguin ka bin. - Eis alguns com função de pronome: alguin/ninguin/un son nada/tudu/utru kadaun/kadakin/nin un VOCABULÁRIO HORTALIÇA: mandioka/batata inglis/batata dos; nhambi/arus/sabola/sukulbembe; midju basil/midju pretu/midju kabalu; mankara tombali/mankara bidjugu; tceben; nhambi; fison; bobra/repoliu; pipinu/alfas/djakatu/brinjela/tifa; baguitc/malgueta/adju/sebola/kandja; manfafa. FRUTA: banana/mangu/kadju/kukuneti/mizeria; pinha/goiaba/ananas/papaia/mampatas; limon/laranja/turanja/tanjerina/foroba; kola/masa/melansia/melon/furta-pon; foli/foli lifanti/mandipli/manganas; mandjendji/banana santcu; tambakumba/mankuba. 33 LIÇÃO IX. O IMPERATIVO - Bin, no kume. Obrigadu, n' farta, n' kume dja na kau di ba-Djon. Ke ku kume la? N' kume suma bos, kaldu di mankara. - Djubi bu fidju, i na brinka ku kaleron! - Mininu, ka bu pui mon, sai la! - Sindi fugu! - Toma sintidu nunde ku na pui pe. - Sua ranhu! - No bibi! - Bo ialsa kabesa! - Bo rianta kabesa! - Abos dus, bo lanta! - Falal pa i iabri porta. - Bai kumpra karbon. - Sinta, bu pera. - Kala, bu kume. 17. Imperativo O sujeito é sempre expresso, excepto com a segunda pessoa do singular da frase afirmativa (com um só verbo). a) afirmativo 0 + verbo (sindi) NO + verbo (no sindi) BO + verbo (bo sindi) Também na segunda pessoa do singular o sujeito é expresso no verbo das frases successivas. - Ka bu pui mon na fos! - Ka bu lebsin! - Ka bu chatia! - Ka bu sinta li! b) negativo KA coloca-se diante do sujeito, o qual é sempre expresso. KA BU + verbo (ka bu sindi) KA NO + verbo (ka no sindi) KA BO + verbo (ka bo sindi) - Nhu, pera! - Nhu, bai djubi! Há uma forma de respeito com os pronomes pessoais NHU/NHA 18. O tempo anterior aspecto contínuo - Aonti i buska-buskaba si amigu na fera. - I na buska-buska si amigu na fera. Quando falámos dos verbos ao n. 10, no tempo anterior foi omitido o aspecto contínuo (uma acção que acontece uma só vez mas com uma certa duração no tempo) como estratégia didáctica. Existe com os verbos de acção e a regra de formação é a seguinte: marca 0 + Redobro do verbo + -BA (verbos de acção) Com a mesma característica do redobro do verbo, existe também no tempo simultâneo: marca NA + Redobro 34 (como ao n. 20, o tempo contínuo pode ser expresso também com o verbo semiauxiliar STA NA) EXERCÍCIO (coloque as frases no aspecto contínuo, tempo anterior e tempo simultâneo) - Nha mindjer ta labra kamati. __________________________ - N' odjal na fera. _____________________ - I na korta si fidju kabelu. ________________________ - No misti bai fera. __________________ - N' kume bianda tok n' farta. ___________________________ - N' ka pudi ianda, n' molostra. ___________________________ - Bu pape ta fuma kanhutu. _________________________ - No na kumpra tabaku di fera. __________________________ VOCABULÁRIO AS REFEIÇÕES DO DIA: mata-bitcu/djanta/sia; un tiru (son djanta) 35 LIÇÃO X. PARTICULARIDADES DE ALGUNS VERBOS - Abo i marinheru? Nau, ami i piskadur. - Aos i ten pis di bindi. Bu tene pis di bindi? N' tene un bokadu, djubi. Kantu ku ta bindi bentana? Duzentus franku kada un son. Mbe! Pis karu gora! Rapatil un bokadu! N' ka na rapatil, abo bu riku! - I ami. - I e utru li. - I kil utru la. - E katcur i di mi. - Kil kanhutu i di si pape. - Kil katcur i ka di mi. - Anos i kantu? - Kin ki sedu? 19. Verbos I/SEDU (Pgt SER) - Nha pape seduba montiadur, nha tiu ka seduba djambakus. - Tempo anterior (passado): SEDUBA - Nha fidju na bin sedu pursor, i ka na bin sedu marinheru. Eles têm a função predicativa e indicam uma situação ou qualidade permanente: - Tempo posterior (futuro): NA BIN SEDU 20. Verbo STA (Ptg ESTAR) - Kaminhu sta bu dianti. - Kusa sta diritu. - Es li tudu sta sertu. - N’ sta li. - N’ na punta nha kabesa nunde ki badjudasinhu sta. Seguido do adjectivo ou advérbio, ele tem a função predicativa, informando acerca do sujeito e indica uma situação ou qualidade temporária. - Karnaval sta na pirdi si balur (Tudu dia Karnaval na pirdi-pirdi si balur). - STA NA se verbo semiauxiliar (indica o aspecto contínuo da acção). - Nodas sta na bu kamisa. se verbo normal (diante de um nome) significa ENCONTRAR-SE EM. TEXTO Na roda di mar, no ta odja ostras, kombe ku kamaron. Parmanha, i ta bindidu pertu di Kinhamel. Na kaminhu, mindjeris ta bindi tambe pis, manga di bias i bentana. Na portu, piskaduris ta tisi teinhas, bagri, pis banda, sareia ku linguadu. 36 21. Verbos TEN/TENE - I ten tris mis ki sai di prasa. - Sumu ten, fos ka ten, siti falta. - I ten djintis ku ta fala kuma nha mindjer ka sibi kusnha. - No ka tene fiansa nel. - Dus o tris sala di sinema ki ten na Bissau i ka tene spasu sufisienti pa risibi manga di publiku. - I tene bis findidu. - N' odja Pedru, n' kuda i duensi. Ke ki tenel? Febri panhal, i ka pudi. - Sinhor, ten pena di nos! - Ten pasensa, disanu fidjus! - I furta uru di tia Maria Tombon, i ka ten ton! - Na mundu di aos kin ki ten kabesa ta safa, pabia di si djiresa. - N’ gostaba di tene kabesa pa n’ pudiba djusta ku futuserus. TEN indica a ideia de existência TENE exprime a ideia de posse - Há também casos que não parecem seguir a regra jeral: TEN PENA TEN PASIENSA TEN TON - Nota a diferença entre TEN KABESA (SER INTELIGENTE) TENE KABESA (SER VIDENTE) 22. Sufixo –SI/-SA Sufixos acrescentado a alguns adjectivos ou verbos para: - I na intcisin kopu. - N’ na seksa fonti. - Si pele pretusi. - I fraksi tok i ka pudi papia diritu - N’ kuda n’ febrisi. - formar o causativo: INTCI/INTCISI SEKU/SEKUSA/SEKSA - formar o aspecto incoativo(começar a/tornar-se): PRETU/PRETUSI FRAKU/FRAKSI VOCABULÁRIO PEIXES: bagri/bentana/teinha/rabu burmedju; bika/pis reia/linguadu/pis-banda/sareia; kaudu/pis-berga o pis martel/pis-sera; pis-tinta/kombe/ostra/lingron/kamaron; kakri/karanguis/bentaninha/pis gudja; rebenta konta/iskilon/djafal/kor-kor; iaiboi/karapau/pis matcadu/korbina; ndjoto/katcureta/pis kunga. 37 VOCABULÁRIO AS PARTES DO CORPO HUMANO kabesa/totis/kaku/testa/kabelu; barba/dinguinhu/kesada/kabelu di barba; boka/bis/dinti/lingu/seu di boka; djindjirba;kabelu di udju; oredja/naris/udju/kuku di udju; mama/biku di mama/kosta/bariga; mon/palmu di mon/dedu/sabaku/dedu; pata di pe/pe/perna/djudju/brasu; korson/bof-bof/figadu/tripa/bichiga/biku. ALGUMAS DOENÇAS katar/febri/panga bariga/sarampu/tusi; kantimbon/tuberkulozi/sida/mpintcu/siflis; paludismu o malaria o sison; materia o pus o maldadi; durba-kabesa o epilepsia o mal di volta. TEXTO I - Mariu duensi propi. Sin! Bariga na del tan. I dibi di bai nunde mediku! N' na lebal amanha si i ka sinti mindjoria. Kuma di bu fidju? I duensi sumana pasada, gosi i mindjoria, ma i ka san inda. - I kunsi nha nomi, ma n' ka kunsi di sil. - N' misti un pakoti di sigaru. - Ami, n' sibi subia. - N' pirsisa di skova pa n' laba dinti. TEXTO II - Kabesa na den, n' lanha mon, n' tene pe pisadu. Andju tene naris ki na tcubi. I rinkadu dinti. I miskitu ki murdil na udju. Ora ku alguin bedju, i ta pirdi kabelu. - Anta, bu odja Djon parmanha? Nau, n' ka odjal inda. - Nunde Kamara? I fika na si kasa. I kansa? I sta duenti? Nau, i kansa nan son. TEXTO III - N’ tene sedi. Ami tambi, no ba pidi iagu. - Tia, bondia; tia, patinu iagu! - Nha fidjus, bo bin bibi! - Obrigadu tia, te logu! - Kal disiplina ku bo tene es anu? No tene Matimatika, Fisika, Kimika, Purtuguis, Istoria, Siensias Sosiais, Disenhu, Jografia. Kada dia no ta tene kuatru tempu. Dia di Sabadu no tene son dus tempu. 38 LIÇÃO XI. A ESTRUTURA DA FRASE Maria na finka kaleron na fugu, i na pui un bokadu di siti, dipus i na buri sabola, ora ki sabola kusidu, i na buri iagu. Na fin, i na pui padas di bobra, kamati ku kandja. Baguitc ta firbintidu, i ta pangadu, kandja ta piladu, i ta pangadu ku baguitc. I ta bulbuli kaleron ku kalma. - No kontra ku alguin i na tcora. - I entra ninguin ka odjal. - Anos ku ta da elis djanta ku gasidja elis tambi. - Tcoka firma ma i ka odja lebri. - Un omi kasaba un mindjer, didime i futseru. - N’ ka sibi si n’ dibi di ngabau o kritikau. 23. A estrutura da Frase. - A estrutura da Frase é SVO: sujeito + verbo + complemento O sujeito é sempre expresso (excepto a 2ª pessoa singular do Imperativo afirmativo). O complemento objecto segue o verbo (excepto nos casos de focalização). - Duas ou mais frases formam as frases complexas, ligadas por meio da justaposição, das conjunções coordenativas ou subordinativas (n. 28). - No CrG, em geral, as frases são ligadas pelo sistema da justaposição (sem nada a uni-las), sendo o sujeito sempre expresso. - Utiliza-se também o sistema de conjunções coordenativas: KU (aditiva) MA (adversativa) DIDIME (adversativa, Ptg PORÉM) O (alternativa) TEXTO Kuma ki siti ta kumpudu Ora ki tceben burmedju, si katcu ta kortadu, i ta pantcidu, i ta nhikidu, dispus i ta firbintidu na un tanki garandi. Ora ki siti boia, no ta panhal. No tene siti. Ma si no kua iagu di tceben, no ta fika ku kandjirba, no ta tira karus, no ta mundul, no ta sekal i ta sirbi pa fasi kaldu. 24. Focalização (Topicalização) A ordem SVO (sujeito + verbo + complemento) da frase não é mantida quando o locutor quer focalizar a atenção sobre alguns elementos da frase. O elemento focalizado coloca-se ao início da frase e, às vezes, é repetido por meio do pronome (pronome anafórico). - Kil kasa ki Mariu ta mora nel. - Kil studu ke dan otca n’ bai la. - E baldu, dal el! - focalização do complemento: pa povu (complemento) ku no na luta par el (pronome anafórico) 39 - I ka pabia branku tene dinheru ki dibi di sploradu. - Baga-baga, ora ku bu kortal, sol mansi i ta torna na forma. - N’ fia kuma duensa ku no na buska. - La ku no durmi nel. - I Djon ki tciga. - I sopa ki ta kumedu ku kudjer. - I ku kudjer ki sopa ta kumedu. - I amanha parmanha ku n’ na kunsa tarbadja. VOCABULÁRIO OS UTENSÍLIOS DA COZINHA Kaleron/panela/kasarola/fritadera; kalma/kudjer/garfu/faka/tijela/funil; pilon/po di pila/kabas/baldu/fugareru; pedra di fugon/fugon primu/fos/fugon; po di buli/kudjer di tira/konja/iasadera. - focalização do sujeito: salariu (sujeito) el (pronome anafórico) ki ta rosolbi tudu purblema di pais. - Outra maneira de pôr em evidência o sujeito ou o complemento: I…KI PROVÉRBIO Saku limpu ka ta firma! TEXTO I Aos, Maria lanta sedu, i kusnha sabi. Ora ki sta prontu, i da si fidju kumida. Dipus, i laba ropa, i limpa kasa tudu. Di tardi i lisa ropa. E baldu i pa fasi ke? I pa ieki ropa. Noda di binhu ka ta sai. Si bu pui sal, i ta sai. Asin son, gosi? Nau, i ka asin. Dipus, ora ku bu na laba. Pedru na laba kurpu. Si mindjer na laba ropa. Di tardi, i na ngoma ropa, ora ki seku. TEXTO II Pratu kafriela - Kuma ki kafriela ta fasidu? Bu ta panha galinha, bu matal, bu penal, bu sapa-sapal. - Bu sibi fasi es tudu? Nau. - Anta, kuma ku pudi fasi iasa gora? - Kuma ki galinha ta tiradu si pena? Pa pena galinha, ba ta djunda pena. Nau sinhora, i ta mitidu na iagu kinti purmeru, si ka sin, pena ka ta sai. 40 LIÇÃO XII. OS ADVÉRBIOS TEXTO - Tudu dia, ora ki Maria korda, i ta lanta, i ta bari kau, i ta laba kurpu, i ta pintia kabelu, i ta bisti. Aos i dimingu. I na bisti si panu bonitu. E panu burmedju, i kumpral na fera garandi: la panu baratu. 25. Advérbios No CrG são palavras invariáveis que se juntam a outras (verbos, frases, adjectivos e mesmo advérbios) para modificarem o sentido ou exprimirem as circumstâncias de uma acção, de uma qualidade ou de um estado. O Advérbio não tem colocação fixa e recebe as marcas de tempo, aspecto e modo como os verbos. - Io! N’ na tisil. - Sertamenti e obi. a) Advérbios de afirmação IO!/SIN/SIN PROPI NAN/NAN TAN SERTAMENTI/STA SERTU - Nunka n’ ka na sedu riku. - Nin bu ka bin djubin. - Nunka n’ ka bai Bissau. b) Advérbios de negação NAU NIN NUNKA/NUNKA MAS Nota sobre a Negação: KA + verbo KA é sempre expresso, também na presença de outros advérbios de negação na frase. - I bin dja. - I ka bin inda. DJA/INDA o advérbio DJA utiliza-se com as frases afirmativas e INDA com as negativas. - Bu ka bai piska? Sin (Eu não fui a pescar) - Bu ka bai piska? Nau (Eu fui a pescar) Nas respostas às frases interrogativas negativas a resposta é em harmonia com a interrogação (e não com o sentido real da resposta). - N' ta lanta sedu parmanha. - I ka bardadi, aonti n' konki porta, oitu ora, bu na durmiba inda. - Unturdia no bibiba tciu, i el ki manda. c) Advérbios de tempo AOS/AONTI/UNTURDIA/AMANHA ANTIGAMENTI/PARANU ES ANU/OTRANU/UTRU ANU 41 - Na tempu antigu, na tabankas, omis ta montiaba, mindjeris ta labraba bulanha e ta kusnha e ta laba ropa. - E mindjer bonituba, ma i padi sinku bias, gosi i larga kurpu. MANDURGADA/PARMANHA NUNKA/NUNKA MAS GOSI/GOS-GOSI/DJANAN/DIPUS LOGU/ERMON DI AMANHA d) Advérbios de dúvida - Kau kala: anta ke ki tene es pumba? - Iar i tene utru kumbidadu di mas katiguria. - Parsi gosi no tene kondisons pa papia ku es ovinti! ANTA IAR/KIN-KI-ODJA TALBES PARSI/NOS TAMBI - Aonti n’ ka papia sika ku bo! - Nin un son i ka nha karu, fora des. - I papia son ke ki sibiba. FORA SIKA SON e) Advérbios de exclusão - No ta odja kuma te mininu pikininu sibiba kal ki balur di Cabral! - Tisi nha tambor, suma tambi nha siko, pa dia di toka tcur. - Djustu di ba tcur, ka ta tciga karga don. - Didime bu ka misti mata ki gazela; kila kria de! - Na Afrika, omi garandi i suma biblioteka. - Pratikamenti tudu padida pudi mamanta si fidju. - Kil mindjer ta papia tciu dimas! - Kila ta djudaba floresta bastanti. - No sta kuas riba di ora. TEXTO I - Anta, bu kunsi kandja? Sin, n' kunsil, ma n' ka ta kumel. - N' mistiba djudau, ma n' ka pudi. Si n' pudiba djudau, n' ta kontauba. - Kontra n' padidu, nha pape muriba dja. TEXTO II - Aos, n' tene feria. Amanha, n' na bai djubi nha parentis. - Sumana pasadu i tcubi tciu. Sumana ki na bin, n' na bai nunde nha tiu pa djudal labra. - Amanha, i na ten fera na Kantcungu. No na bai amanha parmanha sedu. Lun'a ka odjadu e di noti. - N' kume dja, n' farta. Iagu di e fonti ta bibidu? f) Advérbios de Inclusão SUMA TAMBI/ TAN/TAMBI TE g) Advérbios de Modo DJUSTU DI/DIRITU KINTI-KINTI DIDIME (Ptg AFINAL) SUMA adjectivo + -menti h) Advérbios de quantidade DIMAS/TCIU/MANGA DI BASTANTI/PUKU KUAS/NADA 42 LIÇÃO XIII. AS FRASES RELATIVAS - Mankara rinkadu dja, kebur di arus pertu dja. - No pabi dja, no pertu bin labra. - Bo ta kema padja? Menus ki no pudi, ma utru bias no ten di fasil. - I dubu gora, bo ta pul? In, no tene dubu di tera. - Ke ki kumpudu kel? I ma sedu padja djakasidu ku koko di baka. - Kal koldadi di arus ki ma pudu e anu? Kil di lugar, iagu ka tcigaba na bulanhas. - Punta kantu ora kil alguin ki (ki + i) na pasa na kaminhu. - Mindjer ki (ku) ta laba ropa duensi. - Ali karbon ku (ki) n' kumprau. - N' na punta ke ku (ki) no na odja dentru di e kasa. - Nau, i ka dinheru ki (ki + i) pirdintin sintidu. - Kal ora ku (ki + bu) na bai fera? - Kin ku (ki + bu) misti odja i ka sta. 26. Frases relativas: KE KU KI (a escolha de uma forma ou outra depende mais da contracção (crase) com a forma do pronome sujeito 2º singular (BU) 3ª singular/plural (I/E) e da harmonia vocálica com a palavra seguinte) Diferentemente das frases complexas ligadas por conjunções subordinativas, os pronomes relativos têm uma dupla função: são elo de ligação das frases e desempenham um papel sintáctico com um determinado antecedente (nome ou frase). 27. Resumo das principais formas verbais: - I bai/i baiba/i na bai/i kunsa bai. - I ka bai/i ka baiba/I na baiba. - I ka na bai/i ka na baiba. - I na bin bai/ i ka na bin bai. - I bai dja/i ka bai inda. - E ta bai skola/e ka ta bai skola/e ta baiba skola. a) verbos de acção KUME IANDA FASI PAPIA b) verbos de estado - I sibi/i ka sibi. - I sibiba/i na sibi/i na bin sibi. - I sibi dja/i ka sibi inda/i ka na sibi. KIRI SIBI MISTI TENE SINTI STA 43 VOCABULÁRIO TRABALHOS AGRÍCOLAS bulanha/lugar/orta/ponta/matu; regua/oriki/reguadur/manguera; sumia/padi/soronda/korta/disrama; kebra/monda/kebur/bisia; radi/tarsadu/mantcadu/intcada; simintera/kuku/dubu. TEXTO - Ka bu ba ta regua bas di sol. Ba ta regua parmanha sedu. - N' pirsisa di reguadur pa nha orta. Reguadur di bindi ka ta falta. - E anu, n' sumia batata inglis ku fison. Aonti, n' risibi kuku di fison pa sumia. 44 LIÇÃO XIV. AS FRASES SUBORDINATIVAS Ermon kudi, ermon kudi! Si na bin, bu kontan. Si ka na bin, bu kontan. Ermon, fiansa: Ninguin ka na bin. Si bu odja no na kuda Sinta, bu sukuta. Sirifo fala kuma pubis tudu na n'uni-n'uni. Si garandi di kasa ta tcami, Fidju tudu na n'orn'ori. Flema di korson, flema di korson, nin dutur ka pudi kural. Son si garafa di binhu, son si garafa di binhu. 28. FRASES SUBORDINATIVAS - Ora ku (ki) n' ka na bin sta li, bu ta da galinha di kume. - Ora ku no tene dus fidjus na un bias, kila i djemias. - Ora ku no ka ta sukuta, no ka ta sibi nada. - Dedi ki padidu, i surdu. - Kontranuba mininu no ta djugaba bola. - N' tcomal tok i para. - Disal na fugu tok iagu firbi. As frases complexas subordinativas são frases ligadas por conjunções subordinativas: elas têm a função de completar o sentido da frase principal. - Otca ke tciga na matu, lebri fala montiadur pa i mara lagartu. - Ora ki garandesa tciga, bida dibi di muda. Há diferença no uso das conjunções KONTRA/OTCA KE (tempo passado) e ORA KU/OKI (tempo simultâneo ou posterior) - I ta lebsi djinti, pabia i malkriadu. - Maria ka na pui mas si mandidja, pabia i pirdinti brinku ki ta bai kel (ku el). - Ke ku manda Maria ka ta pui mas si mandidja? I pirdinti brinku ki ta bai kel, el ku manda i ka na pui mas si mandidja. - I sedu dimas pa sindi lampada. - I misti pa n' kasa si fidju. - E baldu i pa fasi ke? - N' pirsisa di gudja ku linha pa kusi un a) Subordinativas de temporalidade KONTRA/OTCA KE ORA KE/OKI DEDI TEMENTI TOK b) Subordinativas de causalidade PABIA KU MANDA c) Subordinativas de finalidade PA/PAR 45 bistidu. - Pa no sibi na kankra, no pirsisa di skada. - Deus kuma “pui mon, n’ djudau”. - I sedu kuma djintis ta padidu tciu na Guiné, ma e ta muri tambi tciu. - Djon kuma i na bin amanha. d) Subordinativas declarativas KUMA (deriva da língua Mandinga com o significado do verbo FALA) - Nin ki tcuba na tcubi, djinti ta firma son pa djubi djugu. Às vezes KUMA segue os seguintes verbos: FALA OBI KONTA FIA e) Subordinativas de concessão APEZAR (DI) NIN KI - Si bu iara, e ka na fasiu trosa. - Si bu tene dipresa, bai a pe! f) Subordinativas condicionais A condição é introduzidas pelas conjunções: SI/SI KONTRA NA KAZU KE - Anta, i falaba kuma i na peranuba e di tardi? - N' obi kuma li i ten pis di bindi. - N' ka fia kuma es i bon kaminhu. - Ria na kil po: si ka sin n’ na sutau. - Si bu misti bianda sabi, bu ten ki kansa. - Si n’ sibiba, n’ ta baiba. Como foi explicado ao n. 11, D), do ponto de vista semântico, o CrG exprime a possibilidade somente com os tempos simultâneo e posterior e a impossibilidade com o tempo passado (-BA sufixado ao verbo). 46 LIÇÃO XV. AS PREPOSIÇÕES TEXTO I Kal limaria ma garandi di matu? I lifanti, ma nunka n' ka odjal. N' fia kuma i ka sobra mas na e ladus, ma tudu lingu di tera ta kunsi si nomi. I bardadi, purmedu i tenba li. I suma onsa, gosi i ka ten mas. I pabia djintis ta montia tciu, matu ta kemadu tciu tambi. - Ka bu peral dianti di kasa. - Ka bu kuspi na tcon. - Bai buskan iagu na fonti. - Bu bistidu i bonitu, ma di Dulsi tambi bonitu. - Bu gosta di kusnha ku siti burmedju? - Bu misti obi Kriol dipresa? Anta, ba ta papia ku djintis. - Bu na bin prasa ku nos? - Bu na bin tira mudju ku kalma. - Djangada ta kunsa tarbadja dedi seti ora. - N’ na laba tijela dipus di sia. - Bai buska buli dianti di palmera. - No pidi tudu djinti pa e djudanu na es obra. (COM) - Tempu antigu puku djinti ta viajaba na taxi. (DE) - E ntergan na pulisia. (A) - Bo sai na matu! (DE) - Lagartu sta na iagu. (DENTRO DE) - Disfili ku puku ropa na kurpu tciga ku televizon. (SOBRE) - I sinta na mesa. (A) - Nha mindjer sta na kasa. (EM) - I pui na ombra i na bai. (SOBRE) - Kumunikadu di tcur ki sta na no mesa di tarbadju. (SOBRE) - Manera di tarbadja di fora di tera tciga na Bissau. (A) 29. AS PREPOSIÇÕES têm a função de ligar dois termos de uma frase, de maneira que o sentido do primeiro é explicado ou completado pelo sentido do segundo: NA/KU/PA/DI KONTRA/TE/ENTRI DEDI/ANTI DI/DIPUS DI/DIANTI DI Precedentemente ao n. 9, foram apresentadas algumas junto com os advérbios locativos: a maioria das preposições derivam do Ptg, mas o seu comportamento é, às vezes, muito diferente, porque o espaço, o tempo e a maneira de conceber a realidade mudam com as culturas. Aqui apresentamos algumas destas diferenças. 30. Preposição NA É a preposição mais usada do CrG e traduz várias preposições equivalentes do Ptg, como: EM/NA SOBRE DE PARA/A POR/PELO COM ATRÁS DE DENTRO DE 47 - “Fera garandi” i garandi na nomi ki dadu ma pikininu na tamanhu. (PELO) - Na tradison ki bin di Senegal. (COM) - Rapas di badjuda, o si amigu, sugundi na maskara. (ATRÁS DE) - I leba merkaduria pa si kasa. (PARA) - Pa entra pa frontera pa Senegal. (POR) - Dipus di anu setenta i seis pa li. (POR) - Pa entrada di bulanha i ten un tubu (POR) - Un mediku pa seti mil abitantis. (POR) 31. Preposição PA/PAR No CrG ela traduz as duas preposições do Ptg: PARA POR - Pa i fitca porta. - Pa n’ katau iagu? PA introduz também uma frase que exprime um desejo ou até uma ordem. PROVÉRBIO Kobra kuma riba tras ka ta kebra kosta. TEXTO II Na no kau no ta feki ku tagara. Ami gora n’ ta feki son ku balai. Anta balai ku tagara, kal ki ma sabi uerengui ku el? N’ ka sibi, ma n ‘ ma ta balia diritu ku balai. Kal un delis ki ma tene sirbintia? Tagara ma tene sirbintia di ki balai: i ta tarbadjadu kel suma balai, i ta fasidu tambi kabas di kume, bu pudi lebal mar pa ba buska kombe, lingron, ostra. Anos no na ba pila, abos bo ba ta feki. Ma ka bo diskisi ioi arus anti di kusinhal, pabia i tciu pedras. Ke ku n’ ma gosta del na pila i tcin-tcin. Purmeruba no ta amiga ku n’utru, ma gosi kila ka ten. 48 LIÇÃO XVI. SEMÂNTICA DO CrG TEXTO Si bu obi Purtuguis, bu ka kansadu sina Kriol. Es dus lingu i diferenti. No ten di pui atenson pa diskubri kuma ke diferenti kuma ke parsi. Ninguin ka pudi obi un lingu kinti-kinti. Ma ami, n' misti obi dipresa. Anta, ba ta papia ku djintis. Obi kriol un bokadu ku obil dritu i ka djuntu. 32. SEMÂNTICA No estudo do CrG nota-se algumas diferenças ao nível da semântica, porque o léxico derivado do Ptg tem sofrido uma transformação também de significado (nível semântico), dependente da cultura dos locutores ou de outras necessidades de comunicação. Eis alguns exemplos: - Ba punta kil mindjer di kor. a) MINDJER DI KOR No Ptg DE COR, quando referido a um ser humano, designa “pessoa de pele escura” ou não pertencente à raça branca: ao contrário, no CrG DI KOR indica “a pessoa cuja cor da pele não é escura”. - I sai na rua dedi kuatru ora di tardi te meb) ORA noti. No CrG indica não somente a “hora”, - Patin ora. mas também o relógio. - Alguin ora ki misti pabi, i na ronia inda i kunsa ba pabi. - Si purmeru dinti di mininu i di riba, ronia ta fasidu, pabia Bidjugu ta fala kil kusa ka bali. c) RONIA Deriva do adjectivo Ptg ERRÓNEO, enquanto os locutores cristãos do CrG antigo julgavam falsas as cerimónias religiosas da então Religião Tradicional Africana. 33. Verbos com mais significados - Cabral ta falanuba kuma pekadur ma buru ku ten na mundu, i kil ku pensa kuma i pudi sibi sin i ka sina./Pabia di kila, tudu kil ku sibi dibi di sina kil ku ka sibi inda. - Bo fasi ben, bo pista, ka bo pera pagamentu./Bu pudi pista un lona garandi a) SINA (APRENDER/ENSINAR) b) PISTA (EMPRESTAR/PEDIR EMPRESTADO) 49 pa pui riba di tudu pa i panha umidadi. - I luga labraduris kil orta./Mauritanianus ta bin son e luga e bai e ka na kumpu nada. - I renda un alguin si kasa i bai Lisboa./Paulu mora dus anu intidu na kil kasa ki renda. c) LUGA (DAR DE ALUGUER/TOMAR DE ALUGUER) d) RENDA (DAR DE ALUGUER/TOMAR DE ALUGUER) PROVÉRBIO - Djugude ka bai fanadu, ma i kunsi udju dentru di bariga di si mame. 50 LIÇÃO XVII. A HOMONÍMIA E A CONTRACÇÃO 34. A Homonimia São considerados homónimos os vocábulos que têm a mesma escrita mas o seu significado é diferente. No CrG há muitos, como acontece em todas as línguas. Eis alguns exemplos: - Mursegu kuma i na pupu riba di kabesa di nhor Deus; i ba kai riba di si kabesa. - Guera i nhambi iasadu. - Fulanu fala kuma el i sabi boka suma bunda di baguera. - El i (i + i) nha amigu. - Na bardadi elis e ka mati na e luta kontra kolera. a) I é cópula (SER) é pronome pessoal 3ª sing. (ELE) é contraçção I + I b) E é pronome pessoal 3ª pl. (ELES) é adjectivo demonstrativo (ESTES) c) SIBI - Bu ka ta sibi kuma ki bu na fasi. - Santcu sina kabra sibi po. - No bai korta fodja di sibi pa djunta ku padja. (SABER) (SUBIR) (PLANTA) d) TISI - Manera di tisi arus ka ten. - Fluris ta kirsi na matu, e ka ta tarbadja nin e ka ta tisi panu. (TRAZER) (TECER) e) BIDA - Kil bairus bida fonti di duensas. - Si bu misti bida, ka bu djingui us di no garandis. - Aonti n’ mata mburta di bida na kintal. (VIDA) (VIRAR/TRANSFORMAR-SE) (RÉPTIL) 35. A Contracção (Crase) Em alguns casos o encontro de duas vogais comporta a elisão de uma delas. - Kil pe di mangu ke (ki + e) ta sibi nel (na Eis os exemplos mais comuns: + el). ke/ki/ku + i/e = KI/KE - Ke ki (ki + i) misti? ke/ki/ku + bu = KU - Su (si + bu) dan es libru, n’ na bin dau un di + el/elis = DEL/DELIS kusa sabi dimas! di + e/es = DE/DES - Nunde ku (ki bu) na bai? si + i/e = SI/SE - Ria na kil po: si (si + i) ka sin n’ na si + el/elis = SEL/SELIS sutau. si + bu = SU - Nunde nha buli? Alil li, i sta nes (na + na + el/elis = NEL/NELIS es) memu kau ku bu ta sugundi nel. na + e/es = NE/NES - Li (li i) na tcera sabi. li + i = li 51 LIÇÃO XVIII. AS INTERJEIÇÕES 36. Algumas Interjeições - Kiredi! Tok n’ panta! - I bardadi me? paransa deus!, n’ kansa dja. - Uaioo!, Kumadri!, i nha omi ku ta kai son! - Uai!, anta, asin ku no kombersaba kil dia? - Alo! Bon dia! - Mbe!, es un farfana, tris tabanka? - Ten pasensa, disanu fidjus. São palavras frases com a função de indicar emoções e sentimentos. Eis alguns exemplos: ah!/n’uu/kireedi! (admiração) ioh! (alegria) no pintca!/forsa! (animação) apoiadu!/ mbon!/muitu bon! (aplauso) djubila!/paransa deus!/tamara deus (desejo) ai!/oi!/uaioo! (dor) uai!/u(n)! (impaciência) alo (sin)!/ e(i)! (invocação) kaladu!/silensiu! (silêncio) pardos! (súplica) mbe!/pardos! (surpresa) basta!/ten pasensa (suspensão) uh!/ai! (terror) 52 LIÇÃO XIX. COMPOSIÇÃO DE TEXTOS 37. Composição de Textos: Até aqui foram apresentados exemplos de frases. Um exercício muito interessante para melhorar a própria capacidade de Composição é de escrever textos. Na Coluna a esquerda são apresentadas algumas frases em lista alfabética. Como exercício o estudante deve ler uma frase (por exemplo a primeira “ALI NHA OSPRI”) e utilizá-la como título da própria composição: 38. Dois exemplos: ALI NHA OSPRI Aos n’ bai prasa pa kumpra dus panu pa nha fidju femia. Na kaminhu tcuba kunsa kai ku forsa. Manera ku n’ pertuba kasa di nha amigu Mario, n’ purbita pa ba falal mantenha. I risibin kontenti i falan mantenha. Dipus i tcoma si amigu ki kunsa tciga di Bissau i falan: Ali nha ospri, i bin djubin pa kunsi tcon di Bidjugu…(continua) Com outra maneira alguém podia escrever: ALI NHA OSPRI Aos n’ lanta sedu, pabia n’ tene ospri na kasa, n’ mistiba bai piska pa buska bon mafe. N’ purpara nha ridia di mon, n’ tcoma nha katcur, n’ pega kaminhu di praia ku nha ospri. Pertu di praia n’ odja di lundju nha tiu Oringa ki na baiba fura na matu. N’ tcomal. N’ bai pertu del n’ falal: “Ali nha ospri”. Oringa falal mantenha, dipus i falanu: “Bo sinta bo djumbai, n’ na ientra na matu pa buska bos un bon garafa di binhu… (continua) 39. FRASES - Ali nha ospri. - Anta, i tarda ki bo sta la? Nau i fasi dus dia ki no tciga. - Anta, kal bistidu ku bu na bisti? - Aos, n' na djanta na kau di ba Carlos. - Balantas na badja di noti; e na tene tambur, biola ku balafon. - Bu bindidur na dibiu mil franku: bu misti pa i dau un galinha? - Bu pudi nada, abo? Nau, n' ka osa nada, n' medi iagu. - Bu tene bu faka, ami n’ tene di mi. - Disa elis e papia! Diskulpa, n' iara. - Djanti, n' na perau li. - Djubi dritu si fugu paga. - Dona gosta di konta istoria; di noti, i ta djumbai ku mininu. El ku manda i ka na pudi gasidja bos. - Friu ki tenen un bokadu. 53 - I bai sin i ka dispidin. - I dibi di tudji si fidju furta. - I djumnan bai; i bai anti di mi. N’ bai dipus di Bisenti. - I el propi ki kontan el, pabia ami i si ermon. - I es ku na buska? - I fala “konta”: ke ki “konta”? Djubi, e mindjer pui konta. - I fola djudju otca i kai. - I ka sibi ke ki na fala. - I ku lenha ki no ta kusnha, i ka ku karbon. - I misti kasa nha fidju. - I na bai korta un ramu i tira si padja, i na bida po. - I na buli kaleron ku kalma. - I na korta karni ku faka moku. - I na mamantaba mininu. - I na peganda fugu, bu paga lus. - I na tciga na utru Sabadu. - I tarda ku no kontal el. - I ten roson di pidi si dinheru, ma i ka dibi di panha raiba. - Kal koldadi di limaria ki bu ta kria? - Ke ki manda bu na guirta risu? - Ke ki na spurmenta fasi? I na tenta pila baguitc, ma i ka sibi pila dritu. - Ki alguin ki bindin e siti, nganan. - Kila i konta di antigu na kiriol. - Kriol i kansadu nan propi! - Larga es, i ka pa bo ku n' tisil. - Li, mindjeris ta karga manga di kusa na kabesa. - Mininu tene fomi; tisil iagu, sedi di iagu tenel. - N' dibi di pintia anti di n' sai. - N' ka gosta di si bistidu branku, n' kuda i kumpridu dimas. - N' ka na para, alguin na peran. - N' ka sibi kuma ku n' na kontal. - N' ka tene tempu, n' tene tarbadju tciu. - N' lebal kasa, n' lebal na si kasa propi. - N' manda mininu kumpra fodja di tabaku. - N' pirdinti nha faka, pistan di bo. - N' tciga si kasa kontra i na tarbadjaba na kampu. - N' tene baguitc, ma n' ka tene kandja. - N’ bin otca des kilu di arus. - N’ ka fia kuma n’ na bai fera amanha, n’ tene tudu ku n’ pirsisa na kasa. - N’ pudi lisa e kamisa ami propi. - Nau, i ka nha orlodju. - Nha ermon femia ta kanta dritu dimas. - Nha fidju ta gostaba tciu di fasi luta. - No pape muri otranu. - No pera li pa tcuba pasa. - Para kosa! - Pega nha tras, n' na bai asin. - Si no baiba bibi kualker kusa? N' ka na bai nin un kau. - Sonu tenen, n' na bai diskansa. 54 LIÇÃO XX. TEXTOS VÁRIOS 40. I KA TEN METADI ERMONDADI I ka ten "metadi ermondadi": o i sedu o i ka sedu, nin primus ka ten, pabia elis tambi e ermons, na djorson tudu djintis i ermons. Purmeru, pabia i asin ki Deus mistil. Deus misti pa tudu djintis mama, na djorson ki e sta nel: pa kila i da kada mindjer dus mama, un son pa i mamanta fidju ki el i finka djudju i padi; kil utru i pa mamanta fidjus ki utru finka djudju i padi, ma i bin ka pudi mamantal. Kin ki ka fasi sin si dunu i padida di un mama: i ta mamanta son kilis ki i finka djudju i padi, i kaba i nega kil utrus ki ka finka djudju i padi. Garandis kuma Deus ta da di manga di manera: i ta da firmadu, na tarbadju o na kontentamenti, i da djungutudu, na kansera, na kasabi o na padi, i ta da te ditadu, diskansu, duensa o na mortu. Sugundu, pabia i asin ki garandis mistil: tudu kin ki firmanta un djorson i ta didja pudi riba nes mundu un dia: kusa ki i pudi fasi son na un di si familia: kualker alguin ki si sangui na kuri nel. Terseru, pabia nunka ninguin ka firma pa si kabesa ora ki kau fenhi i mas el, nunka ninguin ka firma pa si kabesa ora ki i dita na kama di duensa, nunka ninguin ka firma pa si kabesa ora ki i dita na stera di mortu. Kin ki firma pa bo i kila ki di bo. Bambaran i un don di Deus. Tudu mindjer di si bambaran i un mindjer di si kontentamenti, ma tudu mindjer ki ka tene bambaran ta sufri tciu, si kasabi ta garandi. Deus misti pa tudu djintis padi, pa e padi tciu pabia di balur di bambaran. Anos tudu no dibi di sibi seta e garandesa di kerensa di Deus ki ta danu fidjus di tudu koldadi manera. Pa no garandis, balur di tene fidjus i un manera di nega muri na es mundu. Balur di garandesa sta na sibi toma konta di un djorson pa krial nes mundu, suma tambi di pidi pa es djorson nunde Nhor Deus, ora ki mortu leba si dunu pa utru mundu. (Pe. Jorge Soares) 41. SI BU MISTI BIDA, KA BU DJINGUI US DI NO GARANDIS Bu ten roson, ma un kusa i skola utru i ke ki no na papia del. Ma es tambi i suma skola: kusas di no garandis ki no dibi di kunsi. Pa ka no bai lundju, na skola ke ki ta konta i djiresa: tudu kil ki utru sibi, ami tambi n' pudi sibil; si n' ka kaba panha n' pudi punta pa n' ma sibi diritu. Ma kombersa di no garandis, sin disa di sedu skola, i ka skola, i bida: anos tudu no ta vivi nes mundu sin sibi pabia di ke, ma no dibi di sibi kuma ki no dibi di vivi, nin omis garandi. Son garandis ki pudiba kontanu pabia di ke, ma e ka sta dja na es mundu. Kuma gora ki djintis ianda e sibi es kusas tudu? Garandis tambi vivi na es mundu. E kunsiba manga di kusas di manera di vivi ki no ka kunsi gosi. E konta se fidjus kuma ki e pudi vivi pa e odja gardisimentu dianti di Deus. I des manera ki es us ku konsidjus pasa pasa di djorson pa djorson, sin punta pabia. Ka no diskisi kuma us i bida, ma skola gora kila i djiresa. Si bu misti bida dianti di garandis ku dianti di Deus, obi bu buska fasi ke ki garandis fala. Si bu misti djiru, sina bu punta pabia di ke, ke ki manda i sin, pa bu ma djiru. Na bardadi kombersas di no garandis pudi ndianta ku skola ki no tisidu, ma pa kila sedu, no ten ki da kada kusa si balur no kaba no pui kada un son na si lugar. 55 Sabura garandi pa kil alguin ki sibi fasi pa kombersas di no garandi pui na un mon ku djiresa di skola, na si bida. (Pe. Jorge Soares) 42. NHAMBI DI MATU E kumida ta sta na matu, ninguin ka ta sumial, el ku ta nasi ku si kabesa, djintis ta ba kobal. I ka ta kobadu kualker tempu, son na tempu di seku, na mis di Marsu ku Abril. Ora ku alguin bai koba nhambi na matu, i tisil kasa i raspal ku kaska di kombe pa kil kaska di riba sai, dipus i ta korta-kortal padas-padas, i sekal na sol tok i seku. I ta lebal pa mar pa bai nteral, i na buska un kau ki tene pedra i koba un koba i toma padja di palmera i pui na ki koba, dipus i pui nhambi i kumpu-kumpul diritu i toma mas utru padja di palmera i kubril i toma pedra i pui riba del pa ka iagu salgadu rastal, i ta disal la tok i fasi un mis. Dipus di un mis i ta kontra i kusidu dja i ta ba tiral i labal tok i limpu na iagu salgadu, i lebal pa kasa i bai ripiti sekal tok i seku, i ta tomal i pui na pilon i pilal tok i moku, ora ki moku i tiral i mundul, mundus djustadu, i pul mas na sol duranti un sumana pa i pudi seku diritu pa pudi guarda na bemba te ora ki misti kusinhal i ta ba tiral. Ora ku alguin misti kusinhal i ta tomal i pul na iagu dos i iekil, ora ki fasi me-ora di tempu na iagu dos, i ta tomal i kua iagu bas del, i pirmil tok i seku i pul na pilon i pilal pa i pudi padjiga tudu suma forinha, i tiral i finka i toma lingron i iabril tudu i pul na kaleron i pul na fugu pa i firbi dipus i ta toma tceben i firbinti i lofil, i labal i kual i finkal i toma kaleron di lingron i torna na fugu, ora ki ranka firbi son i ta toma kil nhambi ki forinhaduba dja i ier-ieril riba di lingron, dipus i toma kil tceben ki kuadu i pul riba del te ora ki na sai riba, i ta kubril i disal pa firbi tok; i ta bulil i kubril mas pa i bafa i kusidu son ku brasa. Ora ki kusidu bu misti kumel ku asukar, bu ta toma asukar bu pui bu toma siti burmedju bu ier-ieri riba bu michi-michil bu sirbil bu kume. Nhambi mas ta kumedu na tempu di tcuba ora ku arus kaba. (Linda Nene Montenegro) 43. KURPU UMANU DI MATCU KU FEMIA Kurpu umanu sta divididu na tris parti: kabesa tronku, membru. Na kabesa i sta kabelu, rostu, rostu tene testa, udju, riba di udju i sta sobrinsela i sta pistana, naris, boka tene bis, dinti ku lingua, barba, kesada; riba di boka di matcu bigodi ku kabelu di barba, oredja, totis ku garganti ku sta na metadi di kabesa ku membru superior. Na tronku i sta ombra ku dividi tronku ku membrus superior, pitu ku tene mama, pontada tene kostelas, bariga ku tene biku, ku stomagu, bariga, sintura, rabada, koramentu, dipus i sta sexu ku ta diferensia matcu ku femia, femia tene femiandadi. Matcu tene matcundadi. I sta tan dus kusa ku ta tcomadu kuku di obu. Membrus superioris ki brasu di mon, bas di sabaku, kutuvelu, tcabi di mon, palmu di mon, dedus di mon ku unhas. Membru inferioris sta pes ku tene pernas, djudjus, butcus, kanelas, pata di pe, pitu di pe, kalkanhada, udjus di pe, dedus di pe ku unhas. Esis i kusa ku sta fora di kurpu umanu ku no pudi odja sin no ka usa kualker makina. (Linda Nene Montenegro) 56 44. PALABRAS DI AMILCAR CABRAL Kila ki pulitika di no Partidu: no dibi di fasi tudu ke ki pusivel na no tera, suma na no luta manera ku no tenta fasi. Ma no dibi di riforsa kada dia mas pa lantanda ikonomia di no tera: lantandal pa no pudi mindjoria no bida, no tera, pa no fasi forsa, mas ku no pudi, pa kada dia no pruduzi kusa ki gosi no manda buska fora di no tera, pa no buskal anos propi, pa bastanda no kabesa. Partidu da palabras di ordi importanti na sintidu di no disinvolvi no agrikultura, di mindjoria no pruduson, omenta pruduson di agrikultura, fasi utru kusa suma obra di artisanatu, memu pa fasi sabon dentru di no tera, buska disinvolvi tudu industria kasera di no populason. Konvensi fidjus di no tera kuma se tarbadju di tcon ka dibi di dispresadu, i un tarbadju mas puru, mas san, di balur mas garandi na no tera aos un dia. I forti na no kabesa di Afrikanu: ianda tarbadju, no ta odja kuma i un kusa ku ka bali, sobritudu inda labur di tcon, pabia kil ku ta labra i ta otca son kil ki ta tcigal pa i kume, pabia i tarbadju di disgrasa. Ma no ten di sedu kapas, na kuadru di no resistensia ikonomiku, di fasi un tarbadju pulitiku garandi, pa konvensi no povu, no populason, kadaun di nos, kuma labra tcon, kultiva planta, i ka son pa kume, ma tambi pa no pudi tene tciu prudutu pa sporta, bindi, torkia ku utru prudutu. Kila la i un tarbadju mas importanti, mas dignu di rispitu na no tera, Kamaradas! (gravason di un transmison di Rádio Nacional) 57 CONCLUSÃO: SKOLA BILINGUI Skola bilingui miti na nsinu un pedagojia nobu i ka son na ke ki ta faladu di lingua (Kriol di Guine), mas tambi na utru fatoris, suma didatika, ligason ku kumunidadi ku filosofia di disinvolvimentu. Novu metodolojia misti fala: - Un manera mas animadu di da aulas: alunus dibi di atua djuntu ku nsinu di pursoris, i dibi di pudi ruspundi di un manera mas ativu, pudi fasi purguntas, pabia el i ka un ser paradu, obrigadu ripiti o skirbi ke ki pursor fala o pul na kuadru. El ku manda, pursor dibi di purpara kada aula sedu, anti di bai dal, i dibi di nventa nsinu konformu ambienti ku kapasidadi di alunus. - Novu relason na metadi alunus: randja tarbadju ki alunus na tarbadja djuntu pa e pirsibi kal ki balur di koperason ku di asosiativismu. El ku manda, i mas bon pa kada klas purpara Jornal Skolar, nunde ki alunus ku pursor na skirbi notisias, disenha e da se opinions. - Atua bilinguismu kompletu (papia ku skribi): un di eru di skolas na Tcon di Bidjugu i kuma alunus ku pursoris ka sibi skirbi se lingua propi ke mama, e ta skirbi Purtuguis mal, pabia e ka sinadu distingui ke ki Kriol, ke ki Purtuguis (na skola, alunu ta papia Kriol i ta skirbi Purtuguis: didatika ki sta ben i sina papia ku skirbi Kriol ku Purtuguis). Manera ki Purtuguis i lingua ofisial di Guine-Bisau, i responsabilidadi di pursor fasi forsa tudu dia di sina Purtuguis (obi radiu, lei jornal ku livru, skirbi algun karta) pa i pudi sina alunus mas diritu. - Valorisason di disiplinas pratikus: na ikonomia di subsistensia ki sta na Tcon di Bidjugu, alunu dibi di sina utru kusas ki ka lei, skirbi, fasi konta, i dibi di sina tambi teknika pratiku pa mindjoria o nventa meius di pruduson novu na rispitu di kau ke sta nel. - Djunta mon Kumunidadi ku Governu: i bardadi kuma skola sta bas di ordi di governu ki ta manda pursoris i prova programa, ma kau di mora dibi di dadu pa pursoris mora diritu, tene nteres na prutiji skola ku matirial skolar, da konsidjus pa programa sedu mas bon pa alunus. - Ntindi filosofia di adjuda pa Disinvolvimentu: Disinvolvimentu signifika mindjoria nivel di vida di kumunidadi ntidu. Nivel di vida i tene kusas di kume, tene saudi ku kau di mora na kasa bonitu limpu, tene idukason ku kumunikason ku mundu, sta na ermondadi ku visinhus, djunta sforsu pa nventa novu inisiativa di produson. Ki adjuda di dinheru o matirial i pontu di partida pa buri ku bu sforsu ku kapasidadi kil ku bu risibi, pa ka tene mas nesesidadi di adjuda, pa sedu tambi kapas di da adjuda pa utru djintis. 58