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DIVERSIDADE E ECOLOGIA PRELIMINAR DE SAMAMBAIAS
E LICÓFITAS OCORRENTES NA RESTINGA DO LITORAL MÉDIO DO
RIO GRANDE DO SUL – RS
Felipe Gonzatti, Eduardo Valduga, Luciana Scur, Cassiano F. Marchett, Alois E. Schäfer, Ronaldo Adelfo Wasum Orientador
Introdução e Objetivos
As Samambaias e Licófitas representam cerca de 4% das espécies de plantas vasculares do mundo. O Brasil é um
hotspots de diversidade, contendo os maiores índices de endemismos da América. Nas restingas o grupo é pouco estudado
devido sua complexidade taxonômica, restringindo-se a catálogos florísticos. Este trabalho visa fazer um levantamento
florístico e uma caracterização ecológica das samambaias e licófitas ocorrentes no litoral médio do estado do RS.
Metodologia
O estudo vem sendo desenvolvido nos municípios de Cidreira,
Balneário Pinhal e Palmares do Sul, situados no litoral médio do
estado do RS (Figura 1). Os espécimes são coletados por varredura
das áreas, e posteriormente herborizados e tombados no acervo do
herbário HUCS. Informações biológicas são analisadas como:
hábito, forma de vida e substrato preferencial. As espécies são
também classificadas de acordo com o ecossistema em que vivem
em: comunidades aquáticas, banhados, áreas campestres, matas
paludosas e matas de restinga seca, além das áreas antropizadas.
Figura 1. Mapa de localização dos municípios em estudo no litoral médio gaúcho.
Resultados e Discussão
Até o momento encontrou-se uma diversidade de 35
táxons de 14 famílias botânicas, sendo 3 licófitas e 32
samambaias. As famílias mais representativas foram
Polypodiaceae, Blechnaceae e Pteridaceae, totalizando
60% das espécies encontradas (Gráfico 1). Os hábitos mais
foram plantas terrícolas com cerca de 70% das espécies e
corticícolas com 26%. Somente dois táxons apresentaram
desenvolvimento aquático e outros dois com duplicidade de
substrato crescendo em solo e córtex.
Dentre as formas de crescimento, observou-se a
ocorrência predominante das hemicriptófitas rosetadas e
reptantes totalizando 55%. Os epífitos reptantes aparecem
em terceiro lugar com cinco espécies, seguidos das demais
formas de vida (Gráfico 2). Em relação à distribuição nos
ecossistemas, as áreas antropizadas tiveram maior
diversidade específica com 8 espécies. Uma parte das
espécies (11%) tem desenvolvimento em mais de um
ecossistema, enquanto as formações florestais são
responsáveis por abrigar 9% das espécies.
Gráfico 2: Formas de vida e crescimento predominantes nas espécies amostradas.
Gráfico 1: Riqueza específica de samambaias e licófitas por família botânica.
Considerações Finais
Os dados indicam alta diversidade para a região, mais do
encontrado por outros autores em municípios próximos. A
hegemonia da família Polypodiaceae condiz com alta
ocorrência de epifitismo nas restingas do RS.
As formas de crescimento hemicriptófito rosetado e
reptante explicam a abundância de espécies terrícolas. A
distribuição de espécies em áreas antropizadas e em mais de
um ecossistema sugerem que a maioria dos táxons possui
alta plasticidade ecológica e ampla distribuição geográfica.
Outras considerações só poderão ser concretizadas no
término do estudo.
Gráfico 3: Riqueza específica em cada ecossistema amostrado.
Referências Bibliográficas
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IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 61, n.2, p. 63-71, jan./dez. 2006.
SEHNEM, A. As filicíneas do sul do Brasil, sua distribuição geográfica, sua ecologia e suas rotas de migração. Pesquisas, São Leopoldo, v. 31, p. 1-108, 1977.
SHARPE, Joanne M. Fern Ecology. New York: Cambridge Uni. Press, 2010.
SMITH, Alan R. et al. A classification for extant ferns. TAXON, 55 (3). p. 705–731, 2006.
TRYON, R.M.; TRYON, A.F. Ferns and allied plants wilh special reference to Tropical America. Springer – Verlag, Berlin, Heidelberg, New York: 1982.
WINDISCH, Paulo G. Pteridófitas da região Norte-Ocidental do Estado de São Paulo: guia para estudo e excursões. 2 ed. São José do Rio Preto: UNESP, 1992.
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