Parecer CEC - PRÓ

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Processo nº 0245-11.00/15-4
Parecer nº 063/2015 CEC/RS
O projeto “
FRONTEIRA – LIMITE E ENCONTRO” é aprovado.
Produtor: SALIS E SALIS LTDA ME (CEPC: 4330)
Locais realização:
PORTO ALEGRE – Theatro São Pedro, ACEGUÁ – Paisagens, CHUÍ - Paisagens, BAGÉ –Paisagens,
SANTANA DO LIVRAMENTO – Paisagens, URUGUAIANA – Paisagens, RIO GRANDE – Paisagens, SÃO
JOSÉ DO NORTE – Paisagens, BARRA DO QUARAÍ – Paisagens, SÃO BORJA – Paisagens, ITAQUI –
Paisagens, PORTO LUCENA – Paisagens, BOM JESUS – Paisagens, VACARIA – Paisagens, TORRES –
Paisagens.
1. “O projeto ‘FRONTEIRAS – LIMITE E ENCONTRO’ objetiva a produção de um livro de fotografias e textos
tendo como foco o externo sul do Brasil, a fronteira do Rio Grande do Sul que possui como limites o estado
de Santa Catarina ao norte, o oceano Atlântico ao leste, o Uruguai ao sul e a Argentina a oeste. Irá mostrar
a linha invisível que demarca esta fronteira, a sua mística, sua linguagem, seus personagens, sua geografia,
os pontos de encontros de culturas sulistas. O produto final será um livro de excelência gráfica com 168
páginas em papel couchê opaco de 150g e impressão em 4 cores. O formato 20 x 21 cm será mais um
diferencial do projeto gráfico. A tiragem do livro será de 3.000 exemplares, que serão distribuídos a escolas,
bibliotecas e instituições do Estado do Rio Grande do Sul, entre outros. Uma exposição de banners com
parte das imagens do livro será apresentada em seu lançamento, a ser realizado no Theatro São Pedro.
A fronteira Brasil-Uruguai do sul do estado do Rio Grande do Sul se estende por 985 km desde a tríplice
fronteira Brasil-Argentina-Uruguai a oeste até a foz do Arroio Chuí, ponto extremo Sul do Brasil. No trecho
oeste, a fronteira é marcada pelo rio Quaraí, afluente do Rio Uruguai, e pelas ‘Coxilhas de Santana’.
No trecho mais a leste, pelo Rio Jaguarão, que deságua na Lagoa Mirim e pela porção sul dessa lagoa até
o Chuí. Aqui é o extremo sul, o início e o fim do Brasil. O livro FRONTEIRAS vai mostrar a linha invisível
que demarca essa fronteira, vamos mostrar a sua mística, sua linguagem, seus personagens, sua geografia.
A fronteira do sul como ponto de encontro. Os paisanos, as divisas, a fronteira seca do contrabando, o rio
Uruguai que une países, memória e cultura. Fronteira do encontro, nascimento de uma saga: a linha que
une e uniu países através das Missões. Um ponto de integração, de união de identidades. Os poetas,
cantadores e narradores fronteiriços. Tudo isto será mostrado através de fotografias e textos, e entrevistas
com moradores destes locais, tudo será especialmente produzidos para o livro FRONTEIRAS, documentação
para registrar traços da identidade cultural dos povos que vivem no extremo sul, publicação inédita no
gênero para registrar a memória e identidade de um Brasil fronteiriço, onde inicia nosso país. A
documentação em livro deste legado é de extrema importância para o desenvolvimento cultural do Estado,
como referência para estudos e preservação da memória para as futuras gerações. A vida em comum: como
vivem esses povos, suas origens semelhantes. No riscar do mapa, são quilômetros de contornos, nuances,
peculiaridades. Começa na mitologia da terra de ninguém, os campos neutrais planos que levam ao Chuí,
último reduto do mapa.
A fronteira guarnecida e seus fortes, como Jaguarão, espectro de pampa e águas da Mirim. A união pelas
águas, o rio missioneiro chamado Uruguai, que junta São Borja e Santo Tomé, que faz a tríplice fronteira
em Uruguaiana, Libres e Barra do Quarai. A saga e heranças, o dilema guarani em Porto Xavier e Missiones,
a herança charrua nos campos de Artigas e Quarai, coração ancestral da nação de índios pampeanos.
Povos e puebleros perdidos no mapa, o longínquo Aceguá e seus campos de fartura, a terra das forragens
naturais e gado gordo, os mitológicos cavalos de La Invernada em Melo, no Uruguai. Onde se juntam e se
separam essa gente e essas fronteiras? O que trazem de herança cultural?
Quem são esses tipos? O que é a fronteira no mapa e na vida dos brasileiros do sul? O resultado da
pesquisa e das imagens será um retrato importante da sociedade gaúcha, evidenciando as suas
características e registrando a sua memória do trabalho e a pesquisa inicial de fontes para entrevistas,
constatou-se que o material pesquisado poderia ser de interesse de escolas e universidades. Por isso,
optou-se por produzir uma versão mais econômica do livro, em formato menor , bem como exposição com as
fotos mais relevantes do trabalho em formato de banners. Além disso, será criado hotsite para ampliar o
acesso aos conteúdos produzidos.”
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Objetivo Geral
O projeto FRONTEIRAS – LIMITE E ENCONTRO objetiva a produção de um livro de fotografias e textos
tendo como foco o externo sul do Brasil, a fronteira do Rio Grande do Sul que possui como limites o estado
de Santa Catarina ao norte, o oceano Atlântico ao leste, o Uruguai ao sul e a Argentina a oeste. Mostrará a
linha invisível que demarca esta fronteira, a sua mística, sua linguagem, seus personagens, sua geografia,
os pontos de encontros de culturas sulistas. A tiragem do livro será de 3.000 exemplares e a distribuição,
gratuita.
O projeto pretende promover e estimular a regionalização da produção cultural e artística brasileira, com a
valorização dos conteúdos locais.
Documentar os principais aspectos da identidade e da memória da região da Fronteira.
Preservar e difundir o patrimônio artístico, cultural e histórico mediante a contribuição aos acervos de
bibliotecas, museus e outras organizações governamentais.
Atingir direta ou indiretamente público equivalente a 6.000 pessoas.
Metas
Publicação de livro de fotografia, em formato 20 x 21 cm, 4x4 cores, 168 pags, miolo couchet 150g.
Unidades: 3000
Realização de lançamento do livro no Theatro São Pedro
Plano de Distribuição Destino Quantidade de livros
Sedac: 300
Patrocinadores:
300
Acervo do proponente e do autor: 300
Divulgação / Imprensa: 300
Rede pública de ensino: 1000
Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas: 500
Instituições culturais: 300
CUSTOS
Pesquisa: R$ 4500.00 - MinC
Coordenação Gráfica:- 7000.00 - MinC
Coordenação geral: 12000.00 - MinC
Custo de distribuição para bibliotecas:
1050.00 - MinC
Hospedagem com alimentação: 14000.00 - MinC
Fotografia artística:
38000.00 - MinC
Tratamento de imagem: 18200.00 - MinC
Tradutor
6000.00 MinC
Impressão - formato 30x28 : 141900.00 - MinC
Impressão livreto – formato 20x21cm, 4x4 cores, 176 pags,miolo couchet : 64800.00 - LIC-RS
Produção de
texto livro1: 38000.00 - MinC
Projeto Gráfico :1 4000.00 -
LIC-RS
Projeto gráfico de banners para exposição: 1500.00 - LIC-RS
Hotsite – criação e desenvolvimento:
3000.00 -
LIC-RS
Produção de Conteúdo: 2000.00 - LIC-RS
Produção de banners: 1000.00 - LIC-RS
Produção de textos para exposição fotográfica;
2 de 4
4000.00 - LIC-RS
Projeto
gráfico e finalização de folders:
500.00 - LIC-RS
Folders de lançamento : 2380.00 - LIC-RS
Marcadores de página : 3000.00 - LIC-RS
Fiscalização Presencial Sedac:
Tarifas bancárias Banrisul:
INSS:
2000.00 -
600.00 -
300.00 -
LIC-RS
LIC-RS
LIC-RS
Análise do orçamento
Produção/Execução 442.367,00
Divulgação 34.880,00
Administração 82.600,00
Imp./Taxas/Seguros 2.900,00
Financiamento
Receitas originárias do MinC: R$ 414.050,00 73,58
Financiamento Sistema LIC/RS: R$ 148.697,00
TOTAL 562.747,00
O processo deu entrada no sistema em 04/12/14, foi habilitado pelo SAT em 09/12/14, tendo chegado às
mãos deste relator em 09/02/15.
É o relatório.
2. Duas
questões postas pelo oportuno projeto Fronteiras são:
“Onde se juntam e se separam essa gente e essas fronteiras? O que é a fronteira no mapa e na vida dos
brasileiros do sul?”
Os novos e fantásticos meios de comunicação de que atualmente a humanidade dispõe praticamente
eliminaram dois fatores que acompanharam nossa civilização desde os seus primórdios: o tempo e o espaço.
Até a metade do século XX, um cidadão de classe média, durante toda sua vida, dispunha de limitadas
informações – cerca de uma centena – sobre o que se passava no mundo. Hoje, temos um número muito
maior enquanto tomamos café da manhã vendo TV. E, durante todo o dia, milhares de notícias veiculadas
pelos eufemísticos meios de comunicação invadem nossos espaços e nossa mente sem nos pedir permissão
e sem termos quaisquer armas para nos defender. Daí que como diz Žižek, “Não pensamos, os meios
nos pensam”.
E quem pensa os meios?
Aí vem a observação de McLuhan: “As mensagens são os meios, isto é, o conteúdo das mensagens devem
ser pensados e avaliados de acordo com a credibilidade dos diferentes meios”. Como não temos critérios
para tanto, em geral tudo o que divulgam é aceito sem ser por nós pensado. Assim como as fronteiras
físicas dos países, os espaços de ideias individuais criativas foram eliminados.
E o tempo? Segundo alguns economistas – Thomas Piketty, entre outros –, sabendo-se que o PIB mundial
está avaliado em cerca de 15 trilhões de dólares, correm nas infovias diariamente cerca de 50 trilhões das
mais diversas origens lícitas e ilícitas das quais nenhum governo mundial tem qualquer poder de
fiscalização. E isso pode ocorrer devido à velocidade das comunicações, que em segundos transferem
quantias gigantescas de dinheiro de um mercado para outro, entre bolsas mundiais que manipulam taxas e
juros segundo critérios que ninguém pode regular exceto os manipuladores incógnitos do mercado financeiro
globalizado. E sem pagar quaisquer impostos.
Portanto, se as fronteiras físicas entre países foram eliminadas pelos meios de comunicação de alcance
planetário, o tempo foi reduzido pela velocidade da luz da tecnologia computacional que, como se sabe, em
um segundo dá sete voltas no planeta.
Em conclusão, como resultado da abolição das fronteiras entre países, também estão sendo abolidos hábitos
de vida, costumes, falares e culturas, que produziam a diversidade desses fatores, tão necessários para
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manter a pluralidade de ideias, de ideologias, de interpretações dos homens e do mundo, isto é, a
democracia.
O projeto FRONTEIRA – LIMITE E ENCONTRO é oportuno e bem pensado no sentido de que irá estudar e
divulgar as citadas diversidades humanas, o que resultará – pelo menos é o que o projeto objetiva – na
obtenção “de um acervo de documentação dos principais aspectos da identidade e da memória da região da
Fronteira. E na preservação e difusão do patrimônio artístico, cultural e histórico mediante a contribuição
aos acervos de bibliotecas, museus e outras organizações governamentais”.
Na análise dos valores para a execução necessária do projeto, estes se colocam dentro dos parâmetros
normais dos custos de tais eventos.
De resto, o processo encontra-se corretamente instruído, nele
para sua análise.
constando toda a documentação
necessária
3. Em conclusão o projeto “FRONTEIRA – LIMITE E ENCONTRO” é aprovado por seus méritos, relevância e
oportunidade, podendo vir a receber incentivos fiscais até o valor de R$ 103.880,00 (cento e quarenta e oito
mil seiscentos e noventa e sete reais) do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades
Culturais – Pró-Cultura RS.
Porto Alegre, 16 de março de 2015.
Franklin Cunha
Conselheiro Relator
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