Doenças Parasitárias e Infecciosas

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Doenças Parasitárias e
Infecciosas
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Saúde e Doença
Saúde: é o estado completo de bem estar físico e comportamental, não meramente a
ausência de defeito ou doença (segundo a OMS), ou seja, quando todas as funções vitais
(digestão, circulação, respiração, reprodução...) se realizam de forma harmoniosa e sem
transtornos.
Doença: oposto do estado de saúde, desvio. Quando há desequilíbrio.
Etiologia: causas. Motivos que ocasionam a doença.
Período de Incubação: período que compreende o contágio ao aparecimento dos
primeiros sintomas.
Sintomas: são os sinais, ocasionados, pela doença.
Ex.: Febre, diarréia, tosse...
Clínicos: quando aparecem de forma evidente
Sub-clínicos: quando não se apresentam de forma evidente
Assintomático: ausência dos sintomas
Convalescência: após controle ou cura da doença, é o momento que o animal leva para a
recuperação.
Infestação: (ação) estado ocasionado pela presença dos parasitas externos ou internos.
Infecção: (ação) estado ocasionado pelos agentes infecciosos, que podem ser: bactérias,
vírus, fungo, protozoários...
Parasitas: seres vivos que dependem de outro animal para viver e na relação estabelecida
ocasionam mal ao outro ser vivo.
Hospedeiro: vertebrado capaz de albergar, na intimidade do organismo ou em sua
superfície, um determinado agente etiológico, com o qual estabelece relação.
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Doenças Parasitárias:
Parasitas Externos:
São aqueles que se localizam na parte externa do hospedeiro
1) Pulgas: São ectoparasitos (insetos) sugadores de sangue, principalmente dos cães e
gatos, que podem causar prurido irritativo, além de outras conseqüências. As 2 sps
mais comumente encontradas é a Ctenocephalides felis e a C. canis. Alimentam-se
nos cães, gatos e ocasionalmente no homem.
Exigem calor e umidade para o bom desenvolvimento de seu ciclo de vida.
A pulga, essa criaturinha minúscula, pode pôr até 2.000 ovos em sua vida!! Esses ovos
passam por uma série de transformações que chamamos de ciclo da pulga.
Em seu ciclo, a pulga assume quatro formas:
Ovo
Apesar de serem depositados na pelagem do hospedeiro (um cachorro), os ovos não
aderem nem à pele nem aos pêlos do cachorro. Como são escorregadios, eles caem
logo no chão, ficando nas frestas do piso, cerdas dos tapetes e carpetes do ambiente.
Portanto, podem ser encontrados em qualquer lugar por onde passe um cachorro
infestado por pulgas. Os ovos da pulga adulta se transformam em larvas.
Larva
As larvas de pulgas evitam a luz, se movimentando para baixo. Portanto, ficam bem
escondidas num nível mais profundo dos tapetes, frestas e camas dos cachorros,
assim como os ovos. Ao eclodirem, elas passam por duas mudas (transformações) e
depois se transformam em pupas. A larva madura transforma-se em pupa.
Pupa
Pouco falamos nesta forma, mas ela é muito importante! A pupa é uma forma dentro de
um casulo capaz de sobreviver no ambiente por mais de 6 meses. Por ser viscoso, o
casulo é rapidamente coberto com resíduos do ambiente que servem para camuflá-lo.
A pupa também se esconde da luz e na maioria das vezes fica tão escondida que por
mais que se limpe a casa ou utilize aspirador de pó, é muito difícil acabar com ela.
Pulga Adulta
A pulga adulta é a que vemos geralmente no cachorro. Ela também pode estar na
casinha, na cama ou na coberta do cachorro. A pulga põe ovos e se alimenta de
sangue, sendo que sua preferência é pelo sangue dos cachorros que é mais quente
que o do ser humano. Ao contrário das larvas, as pulgas recém-eclodidas se movem
em direção à luz, ou seja, para a parte superior dos pêlos dos tapetes e da cama dos
animais e ficam à espera de um hospedeiro, por exemplo, um cachorro. Também
podem subir em capas de sofás, pernas de cadeiras, cortinas e outros móveis.
Condições ideais de temperatura e umidade fazem com que a pupa se transforme em
pulga, ou seja, na forma que você vê, que é a pulga adulta. Isso acontece em períodos
de calor e umidade! É por isso que notamos a presença de pulgas muito mais no verão!
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Mas essa á a infestação da forma visível, ou seja, da pulga adulta. Nos outros períodos
do ano também ocorre infestação com as outras formas, ou seja, a pupa, a larva e os
ovos.
Tratamento e controle: de difícil realização, não existindo soluções fáceis, sendo que
as infestações persistentes necessitam de várias frentes, importante conhecer o ciclo
de vida do parasita para estabelecer a melhor ação conforme a situação.
Sempre conjugar o tratamento do animal com produtos específicos somado ao
tratamento ambiental.
Na casa: dedetização, 2 aplicações com intervalos de 3 a 4 semanas, ou uso semanal,
no ambiente, de produtos anti-pulgas da linha veterinária (consulte o seu veterinário),
até acabar com a infestação. No caso de optar por uma empresa que faça a
dedetização, procure retirar o animal do local por 48 horas, no mínimo.
No cão: banhos anti-pulga semanais e aplicação de produtos anti-pulga tópicos de
longa duração, a critério do seu veterinário.
Importante:
- nunca aplique em seu animal produtos que são utilizados na casa contra insetos e
baratas;
- filhotes, fêmeas gestantes e gatos, não devem ser banhados com produtos
inseticidas;
- CONSULTE O VETERINÁRIO antes de usar qualquer produto anti-pulgas;
- banhos anti-pulgas devem ser dados com o cuidado do animal não lamber o produto
durante o banho. O mesmo para o uso de talcos. A ingestão do produto pode causar
intoxicação;
- animais com ferimentos abertos (feridas ou queimaduras) não devem ser tratados
com produtos anti-pulgas tópicos (para passar, banhar ou aspergir).
O controle da infestação por pulgas se faz através de medidas simples:
- banhos antipulgas freqüentes (quando for possível);
- uso de produtos anti-pulgas de longa duração em gotas para aplicar topicamente,
spray ou por via oral (comprimidos);
- deve-se evitar o uso do carpete em casas que têm animais. Pisos "frios" e bem
rejuntados, sem frestas, evitam a proliferação das pulgas;
- usar produtos antipulgas nas casinhas dos cães periodicamente. Tapetes ou
cobertores de uso dos animais devem ser lavados com freqüência;
- tosar os animais nas épocas mais quentes, para se controlar melhor as pulgas e
facilitar os banhos;
- alguns locais como praças, canteiros e jardins, podem ter focos de pulgas, por serem
freqüentados por muitos animais. Se você perceber que o cão volta se coçando dos
passeios, evite esses locais.
Sempre que seu animal tiver uma infestação de pulgas, você deve consultar o seu
veterinário para que ele prescreva um vermífugo. As pulgas podem transmitir vermes e
causar anemia, além de perturbar e até mudar, temporariamente, o comportamento do
seu animal, que vai ficar mais irritado, impaciente e exausto de tanto se coçar. Alguns
cães chegam até a se mutilar, causando ferimentos graves pela coceira, além de poder
causar doenças.
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2) Carrapatos: Os carrapatos causam grande transtorno para os animais de
estimação. São ectoparasitas muito comuns em nosso meio, principalmente em locais
de clima quente.
Os carrapatos são pequenos artrópodes que se fixam na pele dos cachorros, causando
desde problemas de pele (alergia) até a transmissão de doenças graves, como a febre
maculosa, erliquiose canina, a babesiose canina e a doença de Lyme. Algumas dessas
doenças são zoonoses, ou seja, são transmitidas dos animais para os seres humanos,
e podem causar graves problemas de saúde para as pessoas. O controle da infestação
por carrapatos é muito importante para a saúde e o bem-estar dos cachorros. Eles
vivem de sugar o sangue dos animais, podem andar quilômetros para encontrar
alimento e se alojam sem pedir licença. Além disso, os carrapatos podem transmitir
doenças fatais para os animais e seres humanos. Os carrapatos também podem ser
trazidos por roedores e aves, como os ratos e pombos.
O foco de infestação pode estar em frestas, lugares escondidos da casa, terrenos
baldios ou em praças perto de sua casa.
Então, os adultos
infestam os animais
para se alimentar de
seu sangue,
reproduzir-se e
começar um novo ciclo
de vida.
Os carrapatos não têm por
hábito fixar residência em
um
único animal. Eles
procuram
cachorros, gatos, seres
humanos
ou qualquer outro animal
para se alimentar, voltando
para o ambiente, onde
colocam seus ovos e,
assim,
desenvolvem seu ciclo.
Depois, já com 4 pares de
patas, a ninfa torna a
procurar um animal para se
alimentar e volta ao
ambiente onde se
transforma em adulto
(macho ou fêmea).
No ambiente, a
larva se
transforma em
ninfa,
ganhando mais
um par de
patas.
Logo após
sair do ovo a
larva procura
um animal
para se
alimentar e
retornar ao
ambiente ap
após alguns
dias.
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Fonte: Merial Saúde Animal Ltda.
Um controle eficaz ao carrapato inclui:
No animal:
- banhos carrapaticidas. Quando a infestação é grande, repetir os banhos a cada 15 dias;
- produtos carrapaticidas de longa duração, em gotas para aplicação tópica (local) ou spray,
podem ser aplicados, a critério do veterinário.
No ambiente:
- uso de carrapaticidas: aplicar nos canis, casinha dos cães, em plantas e canteiros, atentando
para frestas nas paredes ou pisos e ralos. O forro da casa não deve ser esquecido. Repetir o
tratamento a cada 15 dias;
- em canis de alvenaria, o uso da "vassoura de fogo" é muito eficaz. O calor produzido pela
chama do fogo irá destruir todas as fases de vida do carrapato. Repetir o tratamento a cada 15
dias;
- se possível, fechar todas as frestas existentes nos canis ou paredes dos quintais, assim como
no piso;
- mude de produto a cada 2 ou 3 aplicações, para que o carrapato não desenvolva resistência
e o tratamento passe a ser ineficaz.
Importante:
- filhotes, fêmeas gestantes e gatos não devem ser banhados com produtos carrapaticidas;
- CONSULTE O VETERINÁRIO antes de usar qualquer produto;
- banhos carrapaticidas devem ser dados com o cuidado de não permitir ao animal lamber o
produto durante o banho. A ingestão pode causar intoxicação grave;
- animais com ferimentos abertos (feridas ou queimaduras) não devem ser tratados;
- existem carrapaticidas para uso em cães, porém, muitas vezes são recomendados produtos
de uso em bovinos e cavalos. AS DOSAGENS SÃO DIFERENTES. Consulte o seu veterinário
antes de usar esses produtos;
- retire os animais do ambiente que irá receber o tratamento contra carrapatos até que o
produto usado seque completamente.
O combate ao carrapato deve ser intensivo e durante um longo período de tempo. Nos meses
mais quentes, a infestação pode voltar e os cuidados devem ser redobrados. Nas áreas em
que há carrapatos em qualquer época do ano, o tratamento deve ser constante.
3) Bernes: Os bernes são larvas de moscas (Dermatobia hominis) que se desenvolvem no
tecido subcutâneo de animais. É comum o seu aparecimento em pessoas que vivem ou
freqüentam o campo.
O berne desenvolve no local e a lesão não é invasiva, ou seja, a larva permanece todo o tempo
no lugar por onde penetrou.
Esse inseto (mosca) vive por apenas 24 horas. Na época da postura, que ocorre nas estações
mais quentes do ano (presença de temperatura e umidade ideais), a mosca "captura" um outro
inseto, normalmente uma outra espécie de mosca, e nele deposita seus ovos na região do
abdômen.
Quando o inseto veiculador pousa sobre os pêlos do animal, as larvas imediatamente se
projetam para fora do ovo, caminham por entre os pêlos até atingirem a pele. Ali criam uma
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pequena perfuração por onde penetram. É nesse local que a larva irá se desenvolver.
Em cerca de 1 semana, a larva já aumentou 8 vezes de tamanho, podendo permanecer por 40
dias ou mais na pele do hospedeiro, crescendo continuamente.
O orifício por onde a larva penetrou continua aberto durante todo o tempo, pois é através dele
que a larva respira. A lesão é um nódulo subcutâneo com um orifício bem visível na superfície
da pele.
As larvas possuem o corpo recoberto por pequenos espinhos. Sua movimentação dentro do
orifício causa dor e incômodo. Alguns animais apresentam diversos bernes espalhados por
todo o corpo, não sendo poupadas as orelhas, a cauda, a região entre os dedos.As larvas
devem ser extraídas para livrar o animal da dor, caso contrário, o cão tentará mordiscar a pele
a todo momento tentando retirá-las.
Caso o berne venha a morrer antes de completar seu ciclo, o orifício de respiração se fecha. O
nódulo sob a pele pode ou não ser absorvido pelo organismo.
A morte da larva também costuma ocorrer quando pessoas sem experiência tentam "espremer"
o berne para forçá-lo a sair. Existe a maneira correta de fazer isso e é melhor pedir auxílio ao
veterinário. Dependendo da região onde o berne está, o cão precisará receber uma pequena
dose de sedativo para suportar o procedimento de retirada da larva.
Para evitar os bernes, é preciso manter as moscas afastadas. Remova as fezes do cão várias
vezes ao dia, lave diariamente o local onde ele urina e mantenha o lixo da casa sempre bem
fechado.
Algumas gotas de essência de citronela espalhadas pela pelagem do cão podem evitar que
insetos pousem.
Existem medicamentos por via oral que, ao mesmo tempo em que controlam a infestação de
pulgas, impedem o desenvolvimentos de larvas de moscas sob a pele. Informe-se com o seu
veterinário.
É preciso salientar que, embora os bernes ocorram com mais freqüência no verão, eles podem
aparecer em qualquer outra época do ano. Basta que haja condições favoráveis (ocorrência de
dias quentes no inverno, por exemplo). Daí os cuidados no combate às moscas devam ser
contínuos.
4) Bicheira/ miíase: A proliferação de larvas de mosca em tecidos vivos é chamada de
miíase ou bicheira. As moscas causadoras da "bicheira" são conhecidas como "varejeiras"
(Cochliomyia hominivorax).
Quando o animal sofre um ferimento ou corte mais profundo, devemos tratar a ferida com
antissépticos e, algumas vezes, antibióticos tópicos, importante proteger o local contra as
moscas. Ao pousarem sobre a ferida, as moscas depositam dezenas de ovos que irão eclodir,
transformando-se em inúmeras larvas que se alimentarão de tecido vivo. As larvas cavam
túneis sob a pele, causando lesões e um incômodo muito grande ao animal. As lesões podem
ser tão profundas que conseguem atravessar a musculatura do animal, indo atingir órgãos
vizinhos.
As larvas de moscas podem se proliferar também em tecidos não lesados. Quando a pele
apresenta dermatites com presença de líquido, ou naqueles animais sem condições de higiene,
cujos pêlos estejam sempre molhados por urina, a "bicheira" pode aparecer.
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O local acometido deve ser lavado com soluções antissépticas, e o veterinário deve examinar o
local à procura de larvas em tecidos mais profundos. Produtos repelentes devem ser aplicados
em todos os ferimentos abertos, em regiões onde é freqüente a ocorrência de moscas
varejeiras ("moscas verdes").
5) Sarnas: A sarna do cão é uma doença de pele causada por um pequeno ácaro chamado
Sarcoptes Scabiei. O parasita cava túneis nas camadas mais profundas da pele causando
intensa coceira.O animal pare de comer pelo incomodo, a sarna causa perda de pêlos,
descamações e crostas na cabeça, orelhas e patas, podendo alastrar-se para todo o corpo do
animal, se não for tratada.
No gato, a sarna é causada por um outro ácaro, o Notroedis cati. Os sintomas são
praticamente os mesmos que nos cães, porém, encontramos lesões principalmente na cabeça
e orelhas.
Os animais podem pegar sarna no contato direto com outros cães ou gatos doentes, também
pelo contato indireto através de cobertores, roupinhas, toalhas, escovas, etc., contaminados.
Por isso, no tratamento da doença, é importante não apenas tratar o animal, mas também os
objetos usados por ele, lavando-os com água quente e, se possível, passando a ferro em
temperatura alta.
A escabiose não deve ser confundida com demodicose ou "sarna negra". Essa última é
causada por outro agente, não é transmissível de um animal para outro, mas sim da mãe para
o filhote. Enquanto a escabiose pode ser tratada, a sarna negra não tem cura, mas controle.
Uma dúvida freqüente é sobre a possibilidade dos animais passarem a sarna para o homem.
Embora exista um tipo de ácaro da escabiose para cada espécie (cães, gatos, homem, etc.), a
sarna dos animais pode, eventualmente, contaminar as pessoas também.
Para diagnosticar a sarna é preciso raspar as lesões da pele do animal, especialmente as
áreas com descamações. A escabiose pode ser confundida com algumas dermatites que
também causam coceira, como as alergias. Assim, antes de iniciar um tratamento contra sarna,
o veterinário deve ser consultado para confirmar se realmente trata-se dessa doença.
Parasitas Internos
Vermes intestinais:
Áscaris: são encontrados em cães e gatos, principalmente nos filhotes. Das três espécies Toxocara canis, Toxascaris leonina e Toxocara cati - a mais importante é o T. canis, pois, além
de suas larvas migrarem no homem, podem levar a infecções fatais em filhotes de cães. O T.
Leonina ocorre mais em cães adultos e menos em gatos.
Os áscaris são hóspedes habituais do intestino delgado. Periodicamente expulsam ovos pelas
fezes. Quando um exame de fezes em seu animal der negativo, não quer dizer que ele esteja
livre dos parasitas, pois, talvez um dia antes, ele já tenha eliminado os ovos. O ideal é repetir o
exame.
Os ovos são ingeridos por um hospedeiro como o cão. A larva se libera no intestino e cai na
corrente sangüínea. Em sua migração chega aos brônquios, passa pela traquéia, é expulsa e
deglutida de novo, indo novamente para o intestino onde atinge sua maturidade. Em fêmeas
grávidas, as larvas são mobilizadas, migram para o feto em desenvolvimento e, eventualmente,
alcançam o intestino dentro de uma semana após o nascimento.
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No homem, as larvas, principalmente a T. canis, são associadas a lesões no fígado, rins,
pulmões, cérebro e olhos. Nos animais, os principais sintomas, varia conforme a infestação,
são pêlos eriçados, emagrecimento e falha no crescimento dos filhotes.Os vermes saem nas
fezes ou através do vômito. Podem ocorrer lesões pulmonares levando a uma pneumonia. Os
animais se cansam com facilidade, ficam anêmicos. As fezes podem ter muco e são pastosas.
Podem ocorrer também sintomas nervosos como ataques convulsivos, movimentos circulares
contínuos. Geralmente o animal mantém o apetite.
Ancilostomas: Os mais comuns são Ancylostoma caninum em cães e Ancylostoma
tubaeforme em gatos, que podem ser adquiridos pela ingestão de água ou alimentos
contaminados e pela penetração das larvas através da pele. Filhotes podem pegar A. caninum
através do leite da cadela.
Os ovos do ancilostoma podem ser encontrados nas fezes do hospedeiro, cerca de 15 a 18
dias após a infestação oral inicial. Os vermes adultos alimentam-se da mucosa intestinais.
Esse parasitismo resulta em numerosas hemorragias da mucosa do intestino.Os animais
perdem sangue continuamente. Os principais sintomas são emagrecimento, anemia grave,
fraqueza, fezes escuras e fluidas (diarréia).
Cestóides: o que comumente infesta cães e gatos é o Dipylidium caninum. Tais animais
adquirem a infecção ingerindo pulgas. Cestódeos em cães e gatos também podem infectar o
homem, por isso sua importância em saúde pública. Você pode ver esses vermes na forma de
proglotes grávidas (cheias de ovos), quando se destacam dos cestóides e saem nas fezes. As
proglotes se movem lentamente nas fezes ou no períneo dos animais, semelhantes a um grão
de arroz. Os sinais clínicos em altas infestações podem variar de debilidade, mal estar,
irritabilidade, apetite inconstante, pêlos ásperos, cólicas, diarréia suave e ataques epilépticos.
O diagnóstico de todas essas espécies de vermes é feito através do exame de fezes ou
visualização e reconhecimento dos mesmos.
O tratamento é feito através de vermífugos que existem no mercado e que são determinados
pelo veterinário que irá escolher o melhor para cada caso. As seqüelas advindas da verminose
também devem ser tratadas pelo veterinário. A vermifugação não deve ser feita somente
quando o animal estiver infectado. Deve ser instituída uma rotina preventiva para animais com
os mesmos vermífugos que são utilizados no tratamento. Para canis e gatis isso deve ser uma
prioridade.
Dirofilariose: A dirofilariose é uma doença causada por um verme (Dirofilária) que se
desenvolve dentro do coração dos cães, e que pode atingir até 35 cm de comprimento.
Por habitar o coração e grandes vasos sanguíneos, a dirofilária causa obstrução à passagem
do sangue. Para compensar o problema, o coração terá que trabalhar mais e com mais força.
Com o decorrer do tempo, haverá enfraquecimento do músculo cardíaco que irá dilatar-se. Em
consequência disso, sinais de doença cardíaca como perda de peso, cansaço, tosse,
dificuldade de respirar, falta de ânimo e abdômen grande, estarão presentes numa fase mais
adiantada da doença.
O cão pode adquirir a dirofilária se for picado por um mosquito infectado. E o mosquito, por sua
vez, infecta-se ao picar um cão que já tenha a doença. As formas infectantes do verme que o
mosquito transporta e transmite ao cão podem levar até 6 meses para se desenvolverem em
larvas adultas. O cão pode conviver com o verme durante anos sem apresentar qualquer sinal.
Porém, quando esses sintomas aparecem, a doença já está avançada.
Existe tratamento para a dirofilariose, mas o ideal é que se diagnostique a doença antes dos
sinais clínicos aparecerem. Para isso, existem exames específicos que detectam a presença
de larvas jovens da dirofilária (microfilárias) na corrente sanguínea. Se existem larvas jovens,
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isso indica a presença do verme adulto e aí o tratamento é iniciado. Porém, mesmo eliminando
o verme, os danos que ele causou ao coração podem ser irreversíveis.
A melhor maneira de se evitar a dirofilariose é fazer um esquema preventivo de tratamento.
Alguns medicamentos de uso contínuo para controle de pulgas e vermes já possuem efeito
contra as larvas jovens. O tratamento é simples, administrado por via oral.
Como a dirofilariose está presente em áreas litorâneas, animais que habitam ou freqüentam o
litoral devem receber o tratamento preventivo desde filhotes. Outras áreas também podem
apresentar a doença.
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Doenças Infecciosas:
Viroses em cães
Doenças ocasionadas por vírus. São as principais responsáveis pela morte de filhotes, mas
podem atingir também cães adultos. As viroses mostradas aqui NÃO atingem o ser humano.
Os animais se contaminam através de urina, fezes e secreções de cães doentes. Pelo fato de
muitos desses vírus sobreviverem por até 1 ano em condições ambientais, o local onde um cão
doente esteve abrigado deve ser evitado por filhotes e cães não vacinados durante esse
período de tempo. Mesmo que ocorra a desinfecção do ambiente, o risco de contaminação
ainda é considerável.
Alguns vírus continuam a ser eliminados pela urina dos animais que conseguiram sobreviver à
doença, por vários meses.
Deixar de vacinar um cão e levá-lo para as ruas é um risco muito grande. Da mesma forma, os
filhotes só podem ter contato com o meio exterior e com outros cães após terminada a fase de
vacinação.
A vacinação é o único meio de evitá-las.
Cinomose
É uma doença que atinge os cães, não transmissível ao homem, altamente contagiosa,
causada por um vírus bastante resistente ao meio ambiente. Animais de todas as idades
podem ser acometidos.
O período de incubação da cinomose pode chegar a 10 dias. O animal apresenta febre, apatia,
perda de apetite, vômitos, secreção nasal e ocular e sinais neurológicos, dentre outros. A
doença pode apresentar-se de várias formas, inclusive com sinais neurológicos apenas, o que
significa um estágio mais avançado.
O vírus da cinomose atinge vários órgãos: rins, pulmões e, principalmente, o sistema nervoso,
daí os sintomas:andar cambaleante, ataques convulsivos, etc. Uma vez diagnosticada a
doença através dos sintomas, histórico e exames laboratoriais, o animal recebe tratamento de
suporte.
O curso da doença é variável. O animal pode passar por todos os estágios ou rapidamente
apresentar os sintomas neurológicos, que são irreversíveis, mesmo que ele atinja a cura. A
morte ocorre com freqüência. Se o cão atingir a cura, ele ficará apenas temporariamente
imunizado, e deverá continuar sendo vacinado anualmente.
Parvovirose
A parvovirose é uma doença muito comum e causadora de 80% de morte nos filhotes
contaminados. Ela pode atingir cães em todas as idades, daí o cuidado em se manter o cão
vacinado anualmente.
Os sinais são febre, apatia, perda de apetite, vômitos e diarréia profusa. O animal solta as
fezes na forma de jatos, de odor fétido e com muito sangue. O cão desidrata rapidamente e
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deve receber cuidados imediatos. Muitos necessitam de internação, O tratamento, como no
caso de outras viroses, visa dar suporte aos animais para que eles consigam reagir. O período
de incubação pode chegar a 12 dias, e o animal que sobreviver à doença ficará imunizado
temporariamente.
A parvovirose não deixa seqüelas, e o animal curado ganha peso e volta a se desenvolver
rapidamente.
O diagnóstico deve ser feito também através de exames laboratoriais, pois existem algumas
verminoses e intoxicações que podem ser confundidas com a parvovirose, se muito intensas.
Coronavirose
É um vírus muito similar ao vírus da parvovirose, causando sintomas semelhantes. É muito
difícil diferenciar as duas doenças apenas pelos sintomas. São necessários exames
laboratoriais, embora nem sempre essa diferenciação seja necessária, pois o tratamento das
duas doenças é semelhante.
A coronavirose pode ser considerada mais branda que a parvo, porém, pode levar à morte
muitos animais. Os sinais clínicos são: febre, inapetência, apatia, vômitos e diarréia na forma
de jatos. Os animais recebem tratamento sintomático.
Hepatite Viral Canina
Sua ocorrência é bem menos freqüente que a cinomose e a parvovirose, e a mortalidade
também não é tão alta. O período de incubação é de 2 a 5 dias. O vírus atinge o fígado e
outros órgãos, especialmente os rins.
O animal pode apresentar desde sintomas leves até um quadro bastante severo. Os sinais
clínicos incluem febre, apatia, inapetência, vômitos amarelo-esverdeados, diarréia e, em uma
pequena porcentagem de cães, uma alteração ocular denominada "olho azul" (edema da
córnea), reversível na maioria dos casos.
O tratamento é sintomático, e visa dar condições de reação ao organismo.
Parainfluenza
É um dos agentes causadores da chamada "tosse dos canis". O vírus, não contagioso ao
homem, causa uma tosse não produtiva (sem catarro), com febre baixa ou ausência dela. O
quadro persiste por 2 semanas e o prognóstico é bom. Os animais se contaminam pelo contato
direto com cães infectados. O período de incubação é de nove dias. A associação de outros
agentes (bordetella, adenovirus ou mycoplasma) com a parainfluenza é comum, e pode causar
um quadro mais severo, como perda de apetite, apatia, tosse dolorosa e febre alta.
Protozoarioses e bacterioses
Babesiose: é uma doença causada por um protozoário não transmissível ao homem. A
transmissão da doença ao cão se dá pela picada de um carrapato infectado (Rhipicephalus
sanguineus).
O carrapato pica um cão doente, se infecta e vai picar um cão sadio, transmitindo assim a
doença. O parasita infecta os glóbulos vermelhos do sangue, local onde se multiplica.
Há rompimento desses glóbulos (momento em que ocorre febre), e os parasitas vão se alojar
em novas células e assim por diante
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A destruição de um grande número de células vermelhas irá causar a anemia. Assim, um cão
doente apresentará como sinais clínicos: perda de apetite, desânimo, letargia, icterícia
(amarelão) ou palidez nas mucosas (gengivas e conjuntiva), típicos de um cão anêmico.
O diagnóstico é feito através dos sinais clínicos, histórico de infestação por carrapatos e um
exame de sangue, que detectará o parasita (pesquisa de hematozoários).
O tratamento é eficaz e a mortalidade é baixa quando o cão é tratado a tempo. Em alguns
casos é necessária a transfusão sanguínea, quando o quadro de anemia é bastante grave. O
cão fica curado, mas nada impede dele ter a doença outras vezes, se for picado por um
carrapato contaminado. O controle do carrapato é importantíssimo para se evitar a doença.
Erliquiose é uma doença infecciosa severa que acomete os cães, causada por bactérias do
gênero Ehrlichia, sendo a principal a Ehrlichia canis. Sua incidência vem aumentando
significativamente nos últimos anos, em todas as regiões do Brasil.
A transmissão entre animais se faz pela inoculação de sangue proveniente de um cão
contaminado para um cão sadio, por intermédio do carrapato. O parasita irá infectar os
glóbulos brancos do sangue, ou seja, as células de defesa do organismo.
O principal vetor da enfermidade é o carrapato marrom do cão (Rhipicephalus sanguineus). No
entanto, a infecção também poderá ocorrer no momento de transfusões sangüíneas, através
de agulhas ou instrumentais contaminados. O mesmo carrapato pode transmitir a babesiose,
que em algumas situações pode ocorrer juntamente com a Erliquiose.
Os sinais clínicos podem ser divididos em três fases: aguda (início da infecção), subclínica
(geralmente assintomática) e crônica (nas infecções persistentes). Nas áreas endêmicas,
observa-se freqüentemente a fase aguda da doença caracterizada por: febre (39,5 - 41,5 oC),
perda de apetite e de peso, fraqueza muscular. Menos freqüentemente observam-se secreção
nasal, perda total do apetite, depressão, sangramentos pela pele, nariz e urina, vômitos,
dificuldade respiratória ou ainda edema nos membros. Este estágio pode perdurar por até 4
semanas e, ocasionalmente pode não ser percebido pelo proprietário. A fase subclínica é
geralmente assintomática, podendo ocorrer algumas complicações tais como depressão,
hemorragias, edema de membros, perda de apetite e palidez de mucosas. Caso o sistema
imune do animal não seja capaz de eliminar a bactéria, o animal poderá desenvolver a fase
crônica da doença. Nesta fase, a doença assume as características de uma doença auto
imune, com o comprometimento do sistema imunológico. Geralmente o animal apresenta os
mesmos sinais da fase aguda, porém atenuados, e com a presença de infecções secundárias
tais como pneumonias, diarréias, problemas de pele dentre outras. O animal pode também
apresentar sangramentos crônicos devido ao baixo número de plaquetas (células responsáveis
pela coagulação do sangue), ou cansaço e apatia devidos à anemia.
O diagnóstico é difícil no início da infecção, pois os sintomas são semelhantes a várias outras
doenças. A presença do carrapato e a ocorrência de outros casos da doença na região podem
ser importantes para se confirmar a suspeita clínica. O diagnóstico pode ser feito através da
visualização da bactéria em um esfregaço de sangue (exame que pode ser realizado na clínica
veterinária) ou através de testes sorológicos mais sofisticados, realizados em laboratórios
especializados.
O objetivo do tratamento é curar os animais doentes e prevenir a manutenção e a transmissão
da doença pelos portadores assintomáticos (fase sub-clínica e crônica). Realizar
antibióticoterapia.
Os critérios para o tratamento variam de acordo com a precocidade do diagnóstico, da
severidade dos sintomas clínicos e da fase da doença que o paciente se encontra quando do
início do tratamento. O tratamento na fase aguda pode durar até 21 dias e na fase crônica até 8
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semanas.
Quanto mais cedo se diagnostica e se inicia o tratamento, melhores são as chances de cura.
Em cães nas fases iniciais da doença, observa-se melhora do quadro clínico após 24 a 48
horas do início do tratamento.
A prevenção da doença é muito importante nos canis e no locais de grande concentração de
animais. Devido a inexistência de vacina contra esta enfermidade, a prevenção é realizada
através do tratamento dos animais doentes e do controle do vetor da doença: o carrapato. Para
tanto, produtos carrapaticidas ambientais e de uso tópico são bastante eficazes.
Doenças Infecciosas nos gatos
Complexo Respiratório Viral Felino
Os dois tipos de vírus mais comuns nas doenças respiratórias dos felinos são: o Herpesvirus e
o Calicivirus. Ambos provocam sintomas muito semelhantes. O Herpesvirus causa uma doença
chamada rinotraqueíte, conhecida como "a gripe do gato", pois os sintomas são parecidos com
os de uma gripe. Os animais afetados com um destes vírus apresentam espirros, conjuntivite
(podendo ou não ter úlceras na córnea), febre, falta de apetite, tosse, lesões na boca (úlceras),
pneumonia.
Gatos de qualquer idade podem ser afetados, mas os filhotes são mais susceptíveis e ficam
mais debilitados, podendo vir a óbito ou ficar cegos em decorrência das lesões oculares. As
úlceras na boca causam dor e impedem o animal de comer, portanto, quanto mais cedo se
iniciar o tratamento melhor as chances de recuperação do animal.
A transmissão ocorre através do contato direto entre gatos saudáveis e doentes, e o espirro é a
maior fonte de infecção, pois libera partículas virais para uma área de até meio metro. Os
animais que se recuperam tornam-se portadores do vírus, podendo apresentar recidivas
freqüentes da doença, principalmente após períodos de stress.
Para o controle deve-se manter o ambiente limpo e desinfetado, com densidade populacional
baixa e o local onde os animais permanecem deve ser bem ventilado. Os gatos doentes devem
ser isolados dos saudáveis. A doença não é transmissível para cães ou pessoas. A vacina é o
melhor meio de prevenção contra os dois tipos de vírus, e somente animais saudáveis devem
ser vacinados.
É muito difícil diferenciar qual dos dois vírus está afetando o gato, mas o tratamento é o
mesmo. O importante é que ele se inicie o mais rápido possível, portanto, assim que você
observar seu gato espirrando e/ou com os olhos lacrimejando, leve-o imediatamente ao
veterinário.
Panleucopenia
É uma doença causada por um vírus bastante resistente, que pode sobreviver no meio
ambiente por um ano.
O vírus penetra no animal através da boca ou focinho. A seguir, ele vai pela corrente
sanguínea infectar órgãos cujas células se multiplicam velozmente, como medula óssea,
intestinos e gânglios linfáticos.
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Os sinais da doença são: falta de apetite, apatia, febre, diarréia, vômitos, e desidratação.
Ocorre uma diminuição nas células de defesa do organismo, os leucócitos, daí o nome da
doença, panleucopenia.
Gatinhos muito novos podem morrer em 2 ou 3 dias. Em gatos adultos, a doença pode
manifestar-se de uma forma branda ou bastante grave. Quando a doença acomete uma fêmea
gestante, pode haver morte do feto ou o filhote pode nascer com o cerebelo pouco
desenvolvido. Essa região é responsável pelo equilíbrio. Assim, alguns gatinhos que foram
infectados durante a gestação com o vírus da panleucopenia podem apresentar ataxia
(incoordenação). Esse "defeito", algumas vezes, pode ser compensado pelo animal, sendo
compatível com a vida.
A contaminação se dá pelo contato direto com animais doentes ou indireto, através da saliva,
vômito, fezes e urina de gatos doentes. Animais convalescentes podem eliminar vírus por
vários meses após a recuperação. As fêmeas transmitem a doença para os filhotes através da
placenta.
O diagnóstico é feito através dos sinais clínicos e exame de sangue. O tratamento consiste em
dar condições para que o animal vença a doença, combatendo os sintomas (vômito, diarréia,
desidratação, infecções oportunistas).
A única maneira segura de prevenir a doença e através da vacinação. Mesmo com a vacina,
deve-se evitar o contato com animais doentes, animais que adoeceram há poucos meses e
ambientes que abrigaram gatos doentes.
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Zoonoses
Doenças ou Infecções naturalmente transmissíveis entre as diversas espécies animais e o
homem.
Raiva
A raiva é uma doença transmissível causada por um vírus que pode afetar os animais
(mamíferos) e o homem.
A transmissão se dá através do contato com a saliva de um animal doente, principalmente pela
mordedura.É necessário que o animal seja portador do vírus para que haja a transmissão da
doença.
Na natureza, o morcego hematófago - que se alimenta de sangue - é um dos mais importantes
transmissores da raiva para outras espécies animais e para o homem.
Os principais sinais clínicos da raiva são: mudança de hábitos e/ou comportamento (o animal
passa a se esconder ou agir de maneira diferente do usual), agressividade, sialorréia (o animal
baba muito) e paralisia. No caso dessa doença, ocorre paralisia dos músculos faciais, o que
impede a deglutição da saliva, daí a impressão do animal estar babando. Animais intoxicados
por alguns tipos de venenos (inseticidas, etc.) também podem salivar abundantemente, mas
sem qualquer relação com a raiva.
Os sinais clínicos nos humanos são bem parecidos com os que ocorrem em animais.
A raiva é uma doença incurável, portanto, deve haver um controle rigoroso da vacinação dos
animais domésticos e do campo. A vacina é a única maneira de controlar a doença.
Se uma pessoa é mordida ou arranhada por um cão ou gato que não esteja vacinado, ou de
origem desconhecida (cão ou gato de rua), esse animal deve ser capturado e permanecer em
observação por 10 dias.
Caso ele não apresente sinais clínicos da doença durante o período de observação, não será
necessário nenhum procedimento ou tratamento para a vítima. Porém, se o animal morrer
(mesmo sem ter apresentado sinais da doença), desaparecer ou não puder ser capturado para
cumprir o período de observação, a pessoa deve se dirigir imediatamente a um posto de saúde
para receber o tratamento contra a raiva.
Uma vez manifestados os sintomas de raiva no humano, o tratamento é ineficaz, e levará a
pessoa à morte. Por isso, o atendimento médico deve ser feito prontamente para avaliação dos
riscos.
O tratamento preventivo não está disponível para animais. No caso de um animal doméstico
não vacinado ser mordido por um outro animal portador do vírus da raiva, ele certamente
adoecerá e morrerá num prazo de 10 dias.
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As campanhas de vacinação são importantíssimas no controle da raiva. Mas se o animal já
recebe a vacina anti-rábica anualmente, em clínicas veterinárias, não é necessário revaciná-lo
nas campanhas, desde que a vacina esteja em dia.
Além dos cães, gatos e morcegos, que apresentam alto risco de transmissão da raiva, outros
animais também podem ser transmissores, como eqüinos, bovinos, caprinos e ovinos, que
podem ser vacinados e apresentam um grau médio de transmissão da raiva para humanos.
Diante de uma caso de mordedura ou arranhadura por qualquer animal, deve-se lavar o
ferimento com água e sabão/detergente.Após isso, capturar o animal, se possível, e procurar
um posto de saúde. O médico, com a ajuda do veterinário, irá avaliar o risco que o animal
agressor apresenta e se é necessário fazer o tratamento anti-rábico no paciente.
Leishmaniose
É uma doença causada por um protozoário (microorganismo) denominado Leishmania. Ela
acomete cães, canídeos (lobos), roedores silvestres e o homem. Raramente os gatos são
afetados. A transmissão ocorre através da picada de insetos específicos (Lutzomyia
longipalpis) conhecidos no Brasil como mosquito-palha, birigüi e outros.
A leishmaniose apresenta-se no cão com sinais de emagrecimento progressivo, aumento do
baço e fígado, crescimento exagerado das unhas e ferimentos na pele que nunca cicatrizam.
Nem sempre todos esses sintomas estão presentes, e o animal pode ter leishmaniose sem
manifestar sinal algum. Por isso, apenas com exames laboratoriais é possível diagnosticar a
leishmaniose. Somente o exame clínico pode levar a afirmações precipitadas.
No ser humano, a leishmaniose apresenta diversas manifestações (na pele ou orgãos). Se
diagnosticada a tempo, pode ser tratada com grandes chances de recuperação para o
paciente.
O tratamento nos cães existe e é utilizado a décadas em países europeus. No entanto, ele é
caro, prolongado, exige o comprometimento total do proprietário do animal, e ainda há
divergências quanto aos resultados. No Brasil, apenas alguns cães são tratados, e há
resistência de órgãos públicos quanto a isso. A alegação é que animais que recebem
tratamento podem continuar como reservatórios da doença depois de curados. Por esse
motivo, o sacrifício dos doentes e portadores é indicado pela lei.
Para acatar essa difícil medida legal, a eutanásia, o dono tem o direto de requerer a
confirmação do exame positivo para leishmaniose, através de novos testes. Em caso positivo,
Como medidas preventivas, a vacina contra a leishmaniose, desenvolvida no Brasil por
pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é comercializada em regiões onde a
doença é comum. Os veterinários são orientados quanto a uso do produto que querer exame
prévio para saber se o cão já está infectado. Se estiver, a vacina não terá valor, pois é
preventiva, ela não irá curar o cão.
Produtos repelentes que afastam os mosquitos e, portanto, impedem que o cachorro seja
picado, também são eficazes para o controle da leishmaniose. Existe a coleira à base de
deltametrina 4% (Scalibor), única recomendada pela Organização Mundial de Saúde para
evitar a transmissão da doença. Ela protege o animal por 6 meses. Existem outros repelentes,
na forma de talco, spray e gotas, que agem de forma similar, porém eles possuem período de
proteção menor. Em todos os casos, o princípio ativo fica impregnado na pele e pelagem do
cão, repelindo os insetos. O produto deve ser utilizado continuamente para garantir proteção ao
animal.
Um outro aspecto importante na prevenção da doença é o vetor, o "mosquito" que transmite a
leishmaniose. Acabar com os cães doentes e portadores é uma medida ineficaz, se o
transmissor continuar a existir. Diferente do "mosquito da dengue", o flebótomo (inseto que
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veicula a leishmaniose) não se reproduz exclusivamente na água, o que facilitaria o seu
combate. As matas úmidas, margens de rios e locais com matéria orgânica (terrenos baldios
com depósito de lixo), são os locais onde o inseto coloca seus ovos.
De tamanho pequeno e hábitos noturnos, o "mosquito" transmissor da leishmaniose deve ser
combatido de todas as formas: limpeza do terreno, evitar acúmulo de lixo, uso de inseticidas no
ambiente e repelentes nos animais domésticos.
Os cães suspeitos de leishmaniose devem ser submetidos a um exame de sangue específico
que revelará ou descartará a doença através da pesquisa de anticorpos (sorologia). A
biópsia/punção de medula ou linfonodos (gânglios), e o raspado das lesões da pele também
são usados no diagnóstico. A cada dia os métodos têm se tornado mais confiáveis para a
detecção da leishmania.
Em regiões onde a leishmaniose pode ocorrer pela presença de fatores de risco (mosquito
transmissor e cães/pessoas infectados), além do combate ao vetor, a vacinação dos animais e
uso de repelentes são medidas preventivas importantes. Deve-se evitar que o cão doméstico
fique solto a partir do final da tarde e tenha acesso a áreas como matagais, depósitos de lixo e
terrenos baldios.
Leptospirose
Os roedores são os grandes responsáveis pela transmissão da doença através de sua urina.
Mas para transmitir, eles precisam estar contaminados pela bactéria. Portanto, se o seu cão
matou um rato, isso não quer dizer que ele, necessariamente, vá contrair leptospirose. É
preciso saber com veterinários da região se há muitos casos da doença e se eles aconselham
tratar o animal preventivamente. Nem sempre é necessário.
Os ratos têm atração pela ração dos animais e podem contaminá-la ao urinar nas
proximidades. Por isso, é importante deixar o comedouro dos cães em locais altos, assim como
armazenar os sacos de ração em recipientes bem fechados ou em locais inacessíveis aos
roedores.
O cão contaminado pela leptospirose apresentará falta de apetite, vômito, febre e um sintoma
bastante característico, a urina de cor amarronzada. A bactéria atinge os rins e o fígado do
animal. Alterando a função hepática, a leptospirose causará a icterícia, notada pelo
amarelamento das mucosas como olhos, gengivas, etc..
O tratamento da leptospirose é feito com antibióticos e há chance de cura, porém, ele deve ser
iniciado o mais rápido possível ou a vida do animal ficará sob risco.
Para evitar a leptospirose, é importante vacinar anualmente os cães. As vacinas múltiplas mais
modernas protegem os animais contra quatro tipos de leptospirose, aqueles que mais
comumente afetam os cães. No entanto, há vários outros tipos que acometem outras espécies
e podem, mais raramente, atingir também o homem e o cão. Em regiões endêmicas, ou seja,
onde sempre há casos de leptospirose, é necessário vacinar o cão duas vezes por ano contra
a doença.
Na prevenção, também é importante evitar a contaminação da água e alimentos pela urina do
rato. Não acumule lixo no interior ou na porta de casa, pois isso atrai os roedores. Em épocas
de chuvas, evite o contato com as águas de enchentes, pois elas afloram de bueiros que estão
infestados de ratos.
O homem deve tomar as mesmas precauções para não se contaminar com a doença. Também
deve evitar o contato direto com a urina e sangue de seu animal, se ele estiver com suspeita de
leptospirose. Os casos de leptospirose em cães devem ser notificados às autoridades
sanitárias (vigilância sanitária) pelo seu potencial de transmissão ao homem.
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Vacine cão e tome todos os cuidados para ele não se contaminar com a leptospirose,
principalmente na época das chuvas.
Toxoplasmose
A toxoplasmose é uma doença causada por um protozoário, um microorganismo chamado
Toxoplasma Gondii, que pode infectar o homem e diversas espécies animais, como cães,
gatos, aves, porcos, carneiros e bovinos.
A forma mais comum de contrair a doença é pela ingestão de água e alimentos contaminados.
A ingestão de carne crua ou mal passada, por exemplo, é um grande risco tanto para o homem
como para os animais domésticos carnívoros, como os cães e os gatos.
Erroneamente, costuma-se atribuir aos gatos a culpa pela transmissão da toxoplasmose ao
homem. No entanto, sabe-se que é bem pouco provável que os animais domésticos sejam os
culpados, na maioria das vezes.
No caso do gato, o animal pode ter a doença desde o seu nascimento (assim como o homem),
mas, ao contrário de outras espécies, não irá manifestar sinais clínicos. Ele só irá transmitir a
doença caso tenha uma queda de resistência. Nesse caso, irá eliminar o protozoários pelas
fezes, oocistos ('ovos') que demoram de 1 a 5 dias no ambiente para serem infectantes, ou
seja, poderem infectar outros indivíduos. Assim, acariciar o gato e conviver com ele, mantendo
o mínimo de cuidados como lavar as mãos após limpar a caixa de areia e não dormir com o
animal na cama são medidas suficientes para evitar a transmissão. Não há relatos de
transmissão pela lambedura ou arranhadura do gato, o toxoplasma é eliminado pelas fezes.
No caso de mulheres grávidas, não é necessário se desfazer do animal da casa, temendo a
doença. Basta tomar os cuidados descritos acima. O maior cuidado deve ser com a ingestão
de alimentos e água. A doença em mulheres gestante realmente é preocupante, pois a
toxoplasmose quando contraída no primeiro trimestre da gestação, pode causar problemas ao
feto.
Os pombos, até pouco tempo eram incriminados pela transmissão da toxoplasmose pelas
fezes. Porém, estudos mais recentes mostram que apenas a ingestão da carne crua ou mal
passada de pombos é que pode transmitir a doença. A inalação de poeira com fezes secas de
pombos contaminados podem transmitir criptococose, histoplasmose e ornitose para o homem.
A salmonelose também pode ser transmitida pelas fezes desses animais.
Assim, é muito fácil termos contato com o parasita causador da toxoplasmose: consumo de
água, frutas e legumes contaminados, alimentos mal cozidos, principalmente carne bovina e
aves. Mesmo com a grande exposição à doença, apenas uma minoria desenvolve a
toxoplasmose.
A pessoa ou animal contaminado pelo Toxoplasma, à exceção dos gatos, que raramente têm
sintomas, apresenta febre, gânglios aumentados, sinais diversos, como órgãos aumentados e
sinais neurológicos, como transtorno visual. Mas como explicado, a maioria das pessoas não
desenvolve a doença, criando anticorpos contra ela.
A Toxoplasmose pode ser tratada, se descoberta a tempo. É preciso desmistificar a
culpa do gato na transmissão da doença e olharmos as outras formas de transmissão,
muito mais comuns e importantes.
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