relatório técnico sobre a localização do regolfo da albufeiro

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RELATÓRIO TÉCNICO SOBRE A LOCALIZAÇÃO DO
REGOLFO DA ALBUFEIRO DE ALQUEVA
Instituto da Água - Direcção de Serviços de Recursos Hídricos
Sónia Fernandes, Ana Catarina Mariano, Maria Teresa Álvares, Maria Teresa Pimenta,
Maria Raquel Veríssimo, Francisco Negrão e Brito Calrão
1. Objectivo
O presente trabalho pretende fazer a localização instantânea do regolfo da Albufeira de Alqueva, após o
encerramento das comportas da barragem de Alqueva no dia 8 de Fevereiro de 2002, além disso foi também feito
um reconhecimento da área, bem como a recolha de informação topográfica existente e de apoio à obra.
2. Enquadramento/Introdução
Após uma breve visita às instalações da Empresa de Desenvolvimento das Infra-estruturas do Alqueva (EDIA),
tomámos conhecimento da existência de um levantamento aéro-topográfico recente, de toda a área abrangida pela
albufeira e anterior ao desenvolvimento das obras da barragem, pelo que de imediato foi requisitado para posterior
utilização em estudos de erosão e transporte. Verificámos também que tinham sido construídos seis marcos,
coordenados a partir da rede de geodesia nacional, situados em redor da barragem como mostra a Figura 2.1 e cujas
coordenadas estão apresentados no Quadro 2.1.
Quadro 2.1 – Coordenadas dos marcos.
COORDENADAS (m)
PONTO
VII
VIII
XI
XII
XIII
XIV
M
255854.712
255514.603
255030.927
255685.837
256224.340
255814.453
P
137060.590
136983.890
136746.430
136647.820
136564.610
136472.910
Ponto XIII
COTAS
(m)
123.126
142.325
130.856
153.804
162.470
117.344
Ponto XIV
Para o levantamento topográfico por nós realizado
foi utilizado um Sistema de Posicionamento
Diferencial
Differential
Global
em
tempo
Position
real
System)
(DGPS
Ponto XII
Global
Ponto XI
para
determinar as posições e as cotas de água, tendo
como referência um dos referidos marcos.
Assim, foi escolhido o ponto VII para estacionar a
referência GPS, por se encontrar a montante da
barragem e o acesso ser fácil. Os marcos da rede
nacional de geodesia não foram utilizados, porque
como o nível da água ainda estava relativamente
baixo, não havia a garantia de que houvesse
Ponto VII
Ponto VIII
comunicação via rádio entre o GPS instalado num
destes marcos e o GPS móvel usado no
Figura 2.1 –Extracto do levantamento topográfico.
levantamento.
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3. Equipamento
O INAG possui um sistema de posicionamento diferencial (DGPS) para funcionar em tempo real e com
inicialização em movimento (dupla frequência) composto por dois receptores SR9500 e um sistema de rádio
modem, da marca LEICA (). Este sistema GPS permite obter, para medições de fase, precisões na ordem dos 5 a 10
mm + 1 ppm em modo estático e em modo cinemático - tempo real, valores de 10 mm + 2 ppm, em posicionamento
horizontal. A precisão altimétrica é menor aproximadamente cerca de 2 vezes a planimétrica.
Para a execução destas medições utilizou-se o GPS em modo estático e para se obter um levantamento com posições
precisas (erros de 2, 3 centímetros) é necessário:
•
uma constelação de satélites com um número mínimo de 5 satélites, com uma geometria favorável, ou seja,
bem distribuídos relativamente ao utilizador, com valores de GDOP (Geometrical Dilution of Precision)
baixos;
•
que a distância entre receptores (referência e móvel), não seja superior a 10 km.
Figura 3.1 - Marco geodésico com o GPS que serve de referência para os levantamentos topográficos.
4. Levantamento Topográfico
A primeira medição da cota de água realizou-se no dia 28 de Fevereiro, na margem direita, perto do coroamento da
barragem (Figura 4.1). Efectuou-se uma missão GPS estática, com o equipamento de referência estacionado no
marco geodésico da Sobreira de Cima situado também na margem direita do rio Guadiana. Para além desta medição
foi realizada uma outra, numa zona denominada “Moinho da Estrela”, por aí existir um moinho de água que já
estava a ficar submerso com a subida do nível da água, o que indicava que o regolfo estaria perto desta zona. Neste
ponto foi também efectuada uma missão estática com o GPS de referência estacionado no marco da Estrela, que se
localiza um pouco a Norte da freguesia de Póvoa de São Miguel, perto da aldeia da Estrela.
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Após o processamento dos dados chegou-se ao valor de cota de água de 92.23 metros, que era coincidente com a
leitura feita na escala à mesma hora.
Devido às dificuldades encontradas neste dia, foi necessário ir de novo à Albufeira de Alqueva com um barco, para
que a acessibilidade aos pontos onde se pretendia medir as cotas de água, fosse mais fácil e rápida.
No dia 15 de Março de 2002 voltou-se novamente a este local, onde foram feitas várias leituras da escala como se
apresenta na Tabela 4.1 e medições da cota de água em vários pontos como está representado na Figura 4.2.
Tabela 4.1 – Leituras na escala da Barragem.
hh:mm
Cotas (m)
12:30
97.340
13:15
97.370
14:45
97.440
19:00
97.630
Salienta-se ainda o facto de nesse dia terem ocorrido
condições atmosféricas pouco favoráveis para este
tipo de trabalho, nomeadamente períodos de chuva
intensa, trovoadas e vento a soprar de noroeste, que
influenciavam as medições que eram feitas em cada
uma das margens e com o decorrer das horas os
valores das cotas de água eram cada vez maiores.
Figura 4.1 - Medição da cota de água com GPS (unidade móvel).
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Figura 4.2 - Medições das cota de água com GPS, ao longo do dia 15 de Março de 2002.
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5. Conclusões
Pela observação da Figura 4.2, comparando as cotas medidas com as leituras na escala da barragem, pode-se
concluir que estivemos muito perto do regolfo da albufeira e que só não o atingimos na plenitude devido às
condições atmosféricas adversas ocorridas nesse dia.
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