CAPITULO 05 CIRCUITOS RL E RC RESPOSTA NATURAL Prof. SILVIO LOBO RODRIGUES PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 5.1 INTRODUÇÃO Estudaremos neste capítulo os circuitos mais simples contendo resistores e capacitores ou resistores e indutores e que não tenham nenhuma fonte. Obteremos para estes circuitos uma equação diferencial linear homogênea de 1ª ordem ou um sistema de equações de 1ª ordem para circuitos que contenham mais de um indutor ou mais de um capacitor dispostos de maneira tal que não permitam uma associação série ou paralela de modo direto. Uma solução será obtida ao encontrarmos, para a variável dependente, uma expressão que satisfaça a equação diferencial e a distribuição de energia nos indutores e capacitores num determinado instante de tempo t = 0. A solução da equação diferencial representa a resposta do circuito. Quando o circuito não é alimentado continuamente por uma fonte independente a resposta é chamada de resposta natural, ou transitória uma vez que ela depende apenas da natureza dos elementos do circuito e desaparece ao longo do tempo pela dissipação da energia armazenada nos capacitores ou indutores se transformando em calor nos resistores do circuito. 5.2 CIRCUITO RL MAIS SIMPLES Consideremos o CKT da figura 5.1 no qual a corrente no indutor em t = 0 é I0. t=0 R vR + i + vL i(0) = I0 - Figura 5.1 - Circuito RL simples. Do circuito temos: vL + vR = L di + Ri = 0 dt di R + i=0 dt L (5.1) Esta é a equação diferencial de 1ª ordem representativa do circuito. Professor Silvio Lobo Rodrigues 2 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Devemos, pois, obter uma solução para i(t) que satisfaça esta equação e a condição inicial i(0) = Io. Uma solução para esta equação é obtida pelo método de separação de variáveis e integração direta. di R = − dt i L i(t ) di R t ∫Io i = − L ∫0 dt i(t ) ln (i ) I o t R = − t L 0 ln (i ) − ln ( I o ) = − R t L i R ln = − t L Io e i ln Io =e R − t L R − t i =e L Io Donde finalmente chegamos à expressão que representa a resposta natural em termos da corrente i(t) em um circuito RL simples. i ( t ) = Ioe R − t L (5.2) Este tipo de solução é um pouco limitado uma vez que nem sempre se podem separar as variáveis. O método mais utilizado, entretanto consiste em se admitir uma forma de solução e testar a hipótese substituindo nas equações e testar as condições iniciais. Voltemos ao nosso exemplo. Da equação (5.1): di R + i=0 dt L i (0) = Io Admitimos como solução uma solução exponencial: i ( t ) = Aes1t Professor Silvio Lobo Rodrigues (5.3) 3 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Levando na equação diferencial: d R Aes1t + Aes1t = 0 dt L R As1es1t + Aes1t = 0 L R As1es1t + s1 = 0 L ( ) Temos três soluções possíveis: A=0 s1 = - ∞ s1 = − ou R L As duas primeiras não nos interessam, pois levam a soluções nulas ou triviais. Logo, R L A nossa solução hipótese fica: s1 = − i ( t ) = Ae − (5.4) R t L Resta determinar a constante A que é obtida pela condição inicial i(0) = I0. i ( 0 ) = I o = Ae0 Logo, i ( t ) = I oe A = Io R − t L A potência dissipada no resistor é: PR ( t ) = Ri ( t ) = R ( Io ) e 2 2 − 2R t L A energia transformada em calor ao longo do tempo: ∞ ∞ 0 0 2 − W = ∫ p ( t )dt = ∫ R ( I o ) e W = −R (Io ) 2 2R t L dt ∞ t L − 2R ⋅ e L 2R 0 1 2 W = L (Io ) 2 Professor Silvio Lobo Rodrigues (5.5) 4 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I O resultado concorda com a energia inicialmente armazenada no indutor. 5.3 PROPRIEDADES DA RESPOSTA EXPONENCIAL Consideremos o gráfico da figura 5.2. i (t ) I0 1 0,638 θ θ’ t(s) ϒ Figura 5.2 – Corrente num CKT RL (resposta natural). Quando R não se altera, a curva decresce constantemente à medida que t aumenta. L A razão inicial do decaimento é dada pela derivada em t = 0. d i Io dt R − RL t =− e L =− t =0 (5.6) R L t =0 Da figura 5.2: d i I tgθ' = o dt =− R L tgθ = 1 γ t =0 Como θ é o suplemento de θ’ tgθ = −tgθ' 1 R = γ L Professor Silvio Lobo Rodrigues 5 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I L Logo γ = R (s) (5.7) E representa o tempo necessário para que i caia de 1 a 0. Io A constante γ é chamada de constante de tempo do circuito. Quando t = γ : i (t ) Io i (t ) Io =e R − t L = e −1 = 0, 368 Logo i(t) = 36,8%.Io Para t = 2γ: Para t = 3γ: Para t = 4γ: Para t = 5γ: i (t ) Io i (t ) Io i (t ) Io i (t ) Io = e −2 = 0,135 = e −3 = 0, 0498 = e −4 = 0, 0183 = e −5 = 0, 0067 Conclui-se que para t = 5γ a corrente no circuito é praticamente nula pois i(t)=0,67%.Io. Em termos da constante de tempo: i (t ) = Ioe − t γ Professor Silvio Lobo Rodrigues (5.8) 6 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 5.4 ESTUDO DE UM CKT RL MAIS ELABORADO Analisemos a figura 5.3 na qual é conhecida iL(0). R3 i1 iL i2 R1 L R2 R4 Figura 5.3 – Circuito RL mais geral. R eq = R 3 + R 4 + R1 ⋅ R 2 R1 + R 2 A constante de tempo do circuito: γ= L R eq A corrente iL(t) pode ser escrita: iL (t ) = iL (0) e − Re q L t = i L ( 0) e − t γ (5.9) Se quisermos i2, por exemplo, fazemos o divisor de corrente. i2 = − R1 ⋅ iL R1 + R 2 Então: t − R1 ⋅ i L ( 0) e γ i 2 (t ) = − R1 + R 2 (5.10) Se não for conhecido iL(0) e for conhecido i1(0+), por exemplo, teremos: Professor Silvio Lobo Rodrigues 7 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I ( ) ( ) (0 ) = RR i (0 ) R 1i1 0 + = R 2 i 2 0 + i2 + 1 1 + 2 ( ) = − i (0 ) + i (0 ) iL 0 + 1 + 2 + R i L 0+ = − i1 0+ + 1 i1 0 + R2 R + R1 + i L 0+ = − 2 ⋅ i1 0 R2 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) (5.11) A equação (5.10) para i2(t) fica então: t − R i 2 ( t ) = 1 ⋅ i1 0+ e γ R2 ( ) (5.12) 5.5 CIRCUITO RC MAIS SIMPLES Consideremos a figura 5.4 na qual v(0) = V0. R C + v(t) v(0) = v0 - Figura 5.4 – Circuito RC simples. A corrente total deixa o nó superior em t = 0. dv v + =0 dt R dv v + =0 dt RC C Professor Silvio Lobo Rodrigues 8 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Comparando com de i por v e R por 1 . L RC di R + i = 0 , verificamos que se trata da equação dual pela substituição dt L A solução deve ser portanto o dual da solução para CKT RL. Logo: v ( t ) = V0e − t RC (5.13) Vamos supor que selecionamos i(t) e não v(t) como variável para o CKT RC. v (t 0 ) + 1 idt + Ri = 0 C∫ Derivando: i (t ) C +R di =0 dt Como i = v dv v + =0 → R dt RC Teremos novamente: v ( t ) = Voe − t RC 5.6 PROPRIEDADES DA RESPOSTA EXPONENCIAL (CKT RC) v V0 1 0,638 θ θ’ ϒ t Figura 5.5 – Tensão num circuito RC (resposta natural). Professor Silvio Lobo Rodrigues 9 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 1 Quando não se altera, a curva decresce constantemente à medida que t aumenta. A razão RC inicial do decaimento é dada pela derivada em t = 0. d v Vo dt =− t 1 − RC e RC =− t =0 1 RC t =0 tgθ' = − tgθ = − 1 γ 1 1 = γ RC Logo γ = RC (s) (5.14) E representa o tempo necessário para que v caia de 1 a 0. Vo Quando t = γ : v ( t ) = e −1 = 0, 368 Vo v (t ) Para t = 2γ: Vo v (t ) Para t = 3γ: Vo v (t ) Para t = 4γ: Vo v (t ) Para t = 5γ: Vo = e −2 = 0,135 = e −3 = 0, 0498 = e−4 = 0, 0183 = e−5 = 0, 0067 Conclui-se que a tensão no circuito, para t = 5γ, é praticamente cula pois v(t)=0,67%.Vo. Em termos da constante de tempo: v ( t ) = Vo e − t γ Professor Silvio Lobo Rodrigues (5.15) 10 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 5.7 ESTUDO DE UM CKT RC MAIS ELABORADO Consideremos o CKT da figura 5.6 em que v(0) = Vo. i1 R2 i R1 R3 + v - C Figura 5.6 – CKT RC mais geral. R eq = R 2 + v ( t ) = V0e − R1 ⋅ R 3 R1 + R 3 t Re q C γ = R eq C Qualquer voltagem ou corrente na parte resistiva da rede será da forma A ⋅ e −t γ Por exemplo: ( ) i1 ( t ) = i1 0+ e −t γ E i(0+) deve ser obtido da condição inicial dada. Para o divisor de corrente: ( ) ( ) i1 0+ = i 0+ ⋅ ( )= Mas. i 0 + R3 R1 + R 3 ( )= v 0+ V0 R eq R 1R 3 R2 + R1 + R 3 ( ) + Então, i1 0 = = V0 ( R1 + R 3 ) R1R 2 + R 2 R 3 + R1R 3 R3 ⋅ v 0+ R1 R 2 + R 2 R 3 + R1R 3 Professor Silvio Lobo Rodrigues ( ) (5.16) 11 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 5.8 CKT RL E RC GERAIS Um circuito com vários indutores ou capacitores geralmente não permite a simplificação para 1 indutor ou 1 capacitor associado a uma resistência equivalente. Temos sempre nestes casos mais de uma exponencial negativa associada ao circuito. Tais problemas envolvem a solução de um sistema de equações diferenciais de 1ª ordem e o circuito terá mais de uma constante de tempo, associada a descarga da energia armazenada nos capacitores ou indutores. Exemplo: seja o circuito da figura 5.7 para o qual conhecemos i1(0) e i2(0). Seja i1(0) = 11A e i2(0) = 11A. 2H 1Ω 2Ω 3H i1 i2 Figura 5.7 – Circuito a dois indutores – Exemplo de aplicação. Temos duas correntes de laço e cada uma delas será representada pela soma de duas exponenciais e cada exponencial tem como incógnita uma amplitude e uma constante de tempo. Teremos 6 incógnitas a determinar: Escrevendo as equações de laço: di1 di −3 2 = 0 dt dt di di −3 1 + 3 2 + 2i 2 = 0 dt dt i1 + 5 (1) (2) A nossa hipótese de solução é: i1 = Aes1t +Bes2t (3) i 2 = Ces1t +Des2t (4) Professor Silvio Lobo Rodrigues 12 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Substituindo i1 e i2 nas equações diferenciais: Aes1t +Bes2 t +5As1es1t -3Cs1es1t +5Bs 2es2 t -3Ds 2es2 t =0 −3As1es1t − 3Bs 2es2 t + 3Cs1es1t + 3Ds 2es2t + 2Ces1t + 2Des2t = 0 ( A + 5As1 − 3Cs1 ) es t + (B + 5Bs2 − 3Ds 2 ) es2 t = 0 ( −3As1 + 3Cs1 + 2C ) es t + ( −3Bs2 + 3Ds 2 + 2D ) es2 t = 0 1 1 1 1 A solução para este sistema obriga que todos os termos entre parêntesis sejam nulos. A (1 + 5s1 ) − 3Cs1 = 0 B (1 + 5s 2 ) − 3Ds2 = 0 C ( 2 + 3s1 ) − 3As1 = 0 D ( 2 + 3s 2 ) − 3Bs 2 = 0 (5) (6) (7) (8) Da equação (5): A = 3C s1 1 + 5s1 Levando na equação (7): 6s12 + 13s1 + 2 = 0 Donde s1 = −1 6 , s 2 = -2 Da equação (6): B = 3D s2 1 + 5s 2 Levando na equação (8): 6s 2 2 + 13s 2 + 2 = 0 Donde s1 = −1 6 , s 2 = -2 Escolhemos para solução: s1 = −1 6 e s 2 = -2 i1 = Ae i 2 = Ce −t 6 + Be−2t −t 6 + De−2t Professor Silvio Lobo Rodrigues 13 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Aplicando as condições iniciais: i1 ( 0) = A + B = 11 i 2 ( 0) = C + D = 11 (9) (10) Estas duas equações não são suficientes para determinar A, B, C e D. Utilizamos então duas equações diferenciais. Por exemplo as equações (5) e (6): A (1 + 5s1 ) − 3Cs1 = 0 B (1 + 5s 2 ) − 3Ds 2 = 0 Como s1 = −1 6 , s 2 = -2 A + 3C = 0 −9B + 6D = 0 (11) (12 ) A solução das equações (9) a (12) fornece: A=3 B=8 C = −1 e D = 12 A solução final fornece: i1 = 3e −t 6 + 8e−2t −t 6 + 12e−2t i 2 = −e As constantes de tempo do circuito são: γ1 = − 1 s1 γ 1 = 6s γ2 = − 1 s2 1 γ2 = s 2 Professor Silvio Lobo Rodrigues 14 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I A representação gráfica das correntes sobre os indutores é dada na figura 5.8. i1 (t) [A] i1 (t) – i2 (t) [A] 11 11 10 10 8 8 6 6 4 4 2 2 1 2 3 4 5 t (s) 1 2 3 4 5 t (s) Figura 5.8 – Resposta em corrente para o CKT RL a dois indutores. 5.9 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1. A fonte independente no circuito da figura abaixo é 140V para t < 0 e 0V para t > 0. Determine i(t) e vo(t). 2µF 70Ω vs 420Ω 20Ω 80Ω 60Ω i(t) Professor Silvio Lobo Rodrigues + v0(t) - 15 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Solução: 140 A vo ( t ) = 0 490 Para t > 0: R eq = ( 70 // 420 ) + ( 80 // 80 ) = 60 + 40 = 100Ω Para t < 0: i ( t ) = γ = R eqC = 100 × 2 × 10−6 = 2 × 10−4 s vc (0+ ) = 420 × i(0− ) = 420 × + vc (t) = vc (0 )e − t 140 = 120V 490 (2⋅10 ) 120e−5000t t > 0 = −4 + vc(t) ic(t) 40Ω 60Ω dv c = −2 × 10−6 × 120 × 5000e−5000t dt i c ( t ) = −1, 2 × e−5000t A t>0 ic (t ) = C i (t ) = i c ( t ) × 70 = 1, 2 × 70 −5000t e 490 490 i ( t ) = −0,171e−5000t t>0 v o ( t ) = 60 × i R60 i R60 = − i c ( t ) × 80 = 0, 6 × e−5000t A 160 v o ( t ) = 60 × 0, 6 × e −5000t V vo ( t ) = 36e−5000t V → t > 0 Professor Silvio Lobo Rodrigues 16 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 2. Após estar fechada por um longo tempo, a chave no circuito da figura que segue é aberta em t = 0. Determine v(t) para t > 0. ix 2kΩ t=0 0,3V 0,6mA + 1kΩ 5µF v(t) - Solução: Chamando ix a corrente no resistor de 2KΩ para t < 0 temos: ( 0, 3 = 2000i x + 1000 i x + 0, 6 × 10−3 ix = ) 0, 3 − 0, 6 −0, 3 = = −0,1mA 3000 3000 Logo: ( ) v ( 0 ) = v ( 0 ) = 0, 5V v 0− = 1000 ( 0, 6 − 0,1) × 10−3 = 0, 5V − + ( ) Para t > 0: v ( t ) = v 0 + − t e (1000×5×10 ) −6 v ( t ) = 0, 5e−200t V Professor Silvio Lobo Rodrigues 17 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 3. A chave do circuito da figura que segue fecha-se em t = 0. Determine i1(t) e i2(t) para t > 0. 6H 3Ω 12H i2 i1 18A 4,5Ω t=0 2Ω 6Ω Para t < 0: 18 × 4, 5 = 9A 4, 5 + 3 + 1, 5 9 × 2 18 9 = = i 2 (t ) = 6+2 8 4 i1 ( t ) = Para t > 0: i1 3i1 + 6 12H 6H 3Ω 2Ω i2 6Ω di1 + 2 ( i1 − i 2 ) = 0 dt di 2 + 6i 2 + 2 ( i 2 − i1 ) = 0 dt di 5i1 + 6 1 − 2i 2 = 0 dt di −2i1 + 8i 2 + 12 2 = 0 dt 12 Professor Silvio Lobo Rodrigues 18 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I A nossa solução hipótese é: i1 = Aes1t + Bes2t i 2 = Ces1t + Des2t 5Aes1t + 5Bes2 t + 6As1es1t + 6Bs2es2 t − 2Ces1t − 2Des2 t = 0 −2Aes1t − 2Bes2t + 12Cs1es1t + 12Ds 2es2t + 8Ces1t + 8Des2t = 0 es1t ( 5A + 6As1 − 2C ) + es2t ( 5B + 6Bs 2 − 2D) = 0 es1t ( −2A + 12Cs1 + 8C ) + es2t ( −2B + 12Ds 2 + 8D) = 0 (5 + 6s1 ) A − 2C = 0 (5 + 6s 2 ) B − 2D = 0 (8 + 12s1 ) C − 2A = 0 (8 + 12s2 ) D − 2B = 0 (1) (2) (3) (4) Combinando (1) com (3): De (1) : 5 + 6s1 2 A = C Aplica em (3): 2s12 + 3s1 + 1 = 0 s1 = − 1 e -1 2 Combinando (2) com (4): De (2) : 5 + 6s 2 2 B = D Aplica em (4): 2s 2 2 + 3s 2 + 1 = 0 s2 = − 1 e -1 2 Professor Silvio Lobo Rodrigues 19 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Escolhendo para solução: s1 = − 1 e s 2 = -1 2 i1 = Ae i 2 = Ce −t 2 + Be− t −t 2 + De− t Quando t = 0 : i1 ( 0 ) = A + B = 9 i 2 ( 0) = C + D = 9 (5) 4 (6) Escolhendo as equações (1) e (2): (5 + 6s1 ) A − 2C = 0 → s1 = −1 2 (5 + 6s 2 ) B − 2D = 0 → s 2 = −1 2A − 2C = 0 − B − 2D = 0 (7) (8) Resolvendo o sistema das equações (5), (6), (7) e (8): 9 2 9 B= 2 9 C= 2 A= 9 4 9 −t 9 i1 (t) = e 2 + e− t 2 2 9 −t 9 i 2 (t) = e 2 − e− t 2 4 D=− Professor Silvio Lobo Rodrigues 20 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I As constantes de tempo são: γ 1 = 2s γ 2 = 1s 4. A chave do circuito abaixo está em a por muito tempo. Em t = 0 ela é movida para b e, em t = 1s é movida para c. Para que instante t, v = 1V? 25kΩ a b c t=0 100kΩ 5V 100kΩ + v 10µF Solução: Com a chave em a o capacitor se carrega e em t = 0-: ( ) v 0− = 100000 ⋅ 5 = 4V 25000 + 100000 Com a chave na posição b, 0 < t < 1: v ( t ) = Voe −t RC = 4e − t 105 ⋅10−5 = 4e− t V Em t = 1s: v (1) = 4e−1 = 1, 472V Professor Silvio Lobo Rodrigues 21 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Com a chave na posição c, t > 1: − (10 v ( t ) = v (1) e 5 t ) // 105 ⋅10−5 = 1, 472e−2t 1 = 1, 472e−2t 1 = e−2t 1,472 1 ln = −2t 1,472 t = 0,193s Assim o instante em que ocorre v = 1 é: t = 1 + 0,193 = 1,193s 5. Com referência ao circuito mostrado a seguir sabe-se que v(0) = 9V. Determine i(t) para t > 0. i(t) 15Ω a + 6i 50µF 10Ω v(t) - b Solução: Para se obter a tensão v(t) e i(t) precisamos do equivalente resistivo (Thévenin) ligado ao capacitor. Assim obtém-se o equivalente Thévenin visto de ab. i 15Ω ix 6i i’ a 10Ω 1V b Professor Silvio Lobo Rodrigues 22 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 1 = 0,1A 10 −1 + 15i x + 6i = 0 i' = i + i x + i' = 0 1 = 15i x + 6i −0,1 = i x + i i x = −0,1 − i 1 = 15 ( −0,1 − i ) + 6i 1 + 1, 5 = −9i 2, 5 −9 i = −0, 2777A i= 1 1 = 3, 6Ω R TH = − = i 0, 2777 Assim: i + 3,6Ω vc 50µF vc ( t ) = 9e − t 3,6×50×10−6 - vc ( t ) = 9e−5555,5t V i (t ) = − vc dv = C c = −50 × 10−6 × 9 × 5555, 5e−5555,5t 3, 6 dt i ( t ) = −2, 5e−5555,5t A Professor Silvio Lobo Rodrigues 23 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 6. As duas chaves do circuito que segue são fechadas em t = 0. Determine i1(t), i2(t) e i3(t) para t > 0. i2 10Ω 10Ω 0,2V + vL t=0 i 0,8H - 40Ω 20Ω i1 0,3V t=0 i3 Solução: a) Antes de t = 0 com o inductor em curto vL = 0: ( ) i 3 0− = 0 −0, 2 + 10i 2 + 10i 2 + v L = 0 −0, 3 + 20i1 + 40i1 + v L = 0 i = i 2 + i1 = 0, 015A i 2 = 0, 01A i1 = 0, 005A b) Após o fechamento das chaves o indutor fica em paralelo com as resistências de 10Ω e 40Ω e as fontes deixam de alimentar o indutor. Assim: i3 = 0, 2 = 0, 02A 10 t>0 i 40//10 = 8Ω 0,8H i ( t )3 = I o e R − t L Professor Silvio Lobo Rodrigues = 0, 015e − 8 t 0,8 = 0, 015e−10t A 24 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I c) i2 é obtido de i(t) por divisão de corrente para t > 0. i2 10Ω 40Ω 0,8H i2 = − i 40 ⋅ i = −0, 8 × 0, 015e−10 = −0, 015e−10t A 40 + 10 7. A chave da esquerda no circuito que segue é fechada em t = 0. a) Determinar iL(t) e i1(t) para 0 < t < 0,15. b) A chave do lado direito é fechada em t = 0,15. Determine iL(t) e i1(t) para t > 0,15. 2Ω 4Ω 6Ω iL(t) t=0 24V t=0,15s 0,6H i1(t) Solução: a) Para t < 0: ( ) (0 ) = 2 +244 + 6 = 2A i1 0− = 0 iL − Professor Silvio Lobo Rodrigues 25 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Para 0 < t < 0,15 com a chave da esquerda fechada: i L ( t ) = Ioe i1 ( t ) = − 10 t 0,6 = 2e−16,67t 24 − i L ( t ) = 12 − 2e−16,67t 2 c) Para t > 0,15: i1 ( t ) = 24 = 12A 2 i L ( t ) = i L ( 0,1) ⋅ e − 6 t 0,6 = 2e−1,667 ⋅ e−10t i L ( t ) = 2 × 0,1888e−10t i L ( t ) = 0, 3776e−10t 8. Após ter estado fechada por um longo tempo, a chave no circuito abaixo é aberta em t = 0. Determine v(t) para t > 0. i1 t=0 2kΩ i 0,3V 0,6mA 1kΩ 5µF + vc(t) - Solução: Para t = 0- o capacitor está carregado e em aberto: ( ) v c 0− = 1000i (1) 0, 3 = 2000i1 + 1000i (2) i1 + 0, 6 × 10−3 = i → i1 = i − 0, 006 (3) Professor Silvio Lobo Rodrigues 26 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Levando (3) em (2): 0, 3 = 2000 ( i − 0, 0006) + 1000i 0, 3 = 3000i − 1, 2 i= 1, 5 = 0, 5 × 10−3 A 3000 ( ) ( ) vc 0− = 1000 × 0, 5 × 10−3 = 0, 5V = vc 0+ Para t > 0: ( ) vc ( t ) = vc 0 e + − t 10 3 × 5×10 −6 = 0, 5e−200t V 9. Um capacitor de precisão de valor 1µF tem como dielétrico (isolante entre as placas condutoras) um material com resistividade muito elevada. O capacitor é carregado até 1V em t = 0 e é, então, desligado da fonte. Observa-se que a voltagem cai a 0,9V em 100 horas. Determine a resistência de isolação: v ( t ) = Voe 0, 9 = 1e 0, 9 = e − − −t RC t R×10−6 106 t R − 10 t ln ( 0, 9) = ln e R 106 t −0,1053605 = − R t = 100 × 3600 = 36 × 104 s 6 R= 106 × 36 × 104 = 3, 4168 × 1012 Ω 0,1053605 Professor Silvio Lobo Rodrigues 27 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 10. As voltagens iniciais nos capacitores, do circuito que segue, são: v1(0) = 10V e v2(0) = 4V. Para que valor de t, i = 0? + v1 i(t) 1µF - 3µF i1 2MΩ i2 v2 + 2MΩ Solução: i1 ( t ) − i 2 ( t ) = i ( t ) Quando i ( t ) = 0 → i1 ( t ) = i 2 ( t ) Como os resistores são de igual valor a corrente i(t) será nula quando v1(t) = v2(t). v1 ( t ) = 10e v 2 ( t ) = 4e 10e e e e − t 2 t − 6 − t 3 − t 2 = = 4e − − t 6 − t 6 t 2 4 10 = 0, 4 −t ln e 3 = ln ( 4 ) − t = −0, 91629 → t = 2, 74887s 3 Professor Silvio Lobo Rodrigues 28