2 Contabilidade de Custos

Propaganda
Custo gerado pela célula de IPTO de uma empresa
do ramo metal mecânico de Caxias do Sul – RS e a
margem de contribuição e preço de venda ideal de
seus produtos
Andressa Basso
Brasil
Universidade do Rio dos Sinos – UNISINOS
[email protected]
Eloi Almiro Brandt
Brasil
Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC
[email protected]
Palavras-chave: Custos. Margem de contribuição. Formação do preço de venda
Tema del Trabajo: GESTION ESTRATÈGICA DE COSTOS
RESUMO
Em meio à forte turbulência que o mercado global vem passando nos últimos anos, e a
alta concorrência que as empresas vêm sofrendo umas com as outras, estas buscam de
toda forma maneiras de se manter fortes e competitivas. A contabilidade de custos auxilia
na gestão das empresas fornecendo ferramentas no cálculo do custo, como por exemplo,
a margem de contribuição bem como o cálculo do Mark-up na formação do preço de
venda. Com base nisso, o estudo tem o objetivo de levantar e identificar qual o custo
gerado pela célula de IPTO (Independent Power Take Off) de uma empresa do ramo
metal mecânico de Caxias do Sul – RS, bem como analisar se seus produtos fornecem
margem de contribuição suficiente para cobertura dos custos fixos e retorno desejado
para a empresa, buscando um preço adequado para seus produtos. Esta pesquisa
caracteriza-se como um estudo de caso, sendo que no delineamento de pesquisa
caracteriza-se tanto pelo método qualitativo como quantitativo. Também se pode dizer
que é um estudo exploratório e descritivo. Diante disso, através da pesquisa bibliográfica
realizada, foi possível atingir os objetivos deste estudo, onde inicialmente obtiveram-se as
informações necessárias com a empresa em questão, permitindo de esta forma chegar
ao custo unitário, margem de contribuição unitária e preço de venda ideal de cada
produto da célula de IPTO. Verificando-se por fim que apesar de alguns dos produtos da
célula de IPTO não estarem trazendo o retorno desejado pelos sócios, no seu total
mostra resultados positivos à empresa.
1 Introdução
O mercado atual está cada vez mais competitivo e, consequentemente, os
gestores das empresas exigem custo acessível e preço adequado para seus produtos, a
fim de conquistar maior número de clientes.
A preocupação das organizações em manter um custo mínimo a fim de alcançar
o lucro desejado, vem fazendo com que estas utilizem ferramentas que possibilitem a
geração de informações úteis e confiáveis para a tomada de decisão. Segundo Maher
(2001, p. 539), “os clientes compram o produto da companhia que cobra o menor preço;
assim, ter custos baixos é fundamental para que a organização mantenha uma forte
vantagem competitiva”.
Neste âmbito, a contabilidade de custos fornece diversos padrões de cálculo e
análise que possibilitam as empresas avaliar se seus custos estão de acordo, assim
como, se o preço praticado consegue cobrir todos os gastos, oferecendo o retorno
esperado pelos sócios e acionistas.
No mercado atual nenhuma empresa sobrevive se não tiver uma sistemática de
custos apropriada. O cálculo inadequado dos gastos incorridos por uma empresa, uma
linha de produtos, ou até mesmo apenas por um produto, pode estar onerando sua
margem, assim como, originando perdas de valor e a prática de um preço inapropriado
de seus produtos.
Dentre as diversas ferramentas disponibilizadas pela contabilidade de custos, a
margem de contribuição é de grande importância na tomada de decisões, esta permite
verificar quanto o resultado após os custos e despesas variáveis, contribuirão para cobrir
o pagamento dos custos e despesas fixas e gerar lucro ou prejuízo para a empresa. Ao
mesmo tempo, a margem de contribuição possibilita uma melhor análise na gestão de
redução de custos, bem como na formação do preço de venda.
Na visão de Bornia (2010, p.55) “a razão de contribuição é a margem de
contribuição dividida pela receita, ou a margem de contribuição unitária dividida pelo
preço de venda. Representa igualmente a parte das vendas que cobrirá os custos fixos e
originará o lucro, porém em termos percentuais, isto é, representa a parcela com que
cada unidade monetária obtida com a venda dos produtos contribuirá para cobrir os
custos fixos ou para formar o lucro. Esses conceitos são de enorme ajuda para o
planejamento de estratégias e para tomadas de decisão em geral”.
Com base nisso, percebe-se que a adequada gestão e planejamento dos custos
têm essencial importância no bom andamento financeiro de uma empresa, tornando-a
assim competitiva e permanente no mercado global.
2 Contabilidade de Custos
2.1 Objetivos
Nas últimas décadas, o objetivo inicial da contabilidade de custos que era fornecer
ferramentas para a avaliação dos estoques e apuração do resultado, passou a ter
funções primordiais na contabilidade gerencial, ou seja, o uso das informações de custos
para auxílio ao controle e tomada de decisões (VICECONTI e NEVES, 2013).
Na visão de Biasio (2012, p.8) a contabilidade de custos é de extrema importância
na classificação e distribuição dos custos. “Sem a contabilidade de custos não seria
possível identificar a parcela de gastos com materiais diretos, mão de obra direta e,
principalmente, os custos gerais de fabricação, que deveriam ser alocados a cada
produto fabricado”.
O mesmo autor salienta ainda que a contabilidade de custos é utilizada para
diversos fins, possibilitando o auxilio nas demais áreas da companhia. Tem por finalidade
a determinação do custo dos produtos, onde suas ferramentas podem ser utilizadas de
diversas formas.
2.2 Nomenclatura de Custos
2.2.1 Gastos
Segundo Martins (2010), gasto é a compra de um bem, mercadoria ou serviço
onde há um desembolso de dinheiro, ou também a entrega de um bem ativo ao invés do
valor monetário. Pode-se exemplificar como gastos, o gasto com a compra de matériaprima, gasto com mão-de-obra, gasto com compra de ativo imobilizado, gastos com
honorários, gasto com aluguel, gasto com energia, entre outros.
Na visão de Leone e Leone (2010) o termo gasto constitui uma movimentação
financeira, seja ela na redução do disponível ou na troca de um bem de investimento ou
bem de consumo. Dessa forma pode-se classifica-los como gastos de investimento e
gastos de consumo. Já para Viceconti e Neves (2013), o gasto só se consolida quando o
produto ou serviço adquirido passa a ser de posse da empresa.
2.2.2 Custos
Custos são os gastos referentes a bens ou serviços utilizados na produção de
outros bens e serviços, ou seja, são todos os gastos ligados a atividade de produção
(VICECONTI e NEVES, 2013).
Segundo Martins (2010), o custo também pode ser considerado como gasto,
porém, só é efetivado como custo quando os fatores de produção são utilizados na
produção de um produto ou serviço. O autor exemplifica o custo da matéria-prima, onde
no momento de sua aquisição é considerado como gasto, mas no instante que essa
matéria-prima é utilizada na fabricação de um bem ela passa a ser um custo integrante
do produto que está sendo produzido.
De acordo com Silva e Lins (2014, p.7) os “custos são incorridos (consumidos)
para produzir benefícios presentes ou futuros. Ou seja, ativos (produtos) que foram
produzidos são sacrificados em troca de um valor que se espera seja superior ao que foi
sacrificado”.
Desta forma nota-se que ambos os autores citados anteriormente concordam que
o custo só é considerado custo no instante em que o gasto de um bem está sendo
utilizado na produção de outro bem. E este só afetará o resultado da empresa ao final do
processo, ou seja, após transformar-se em produto acabado, e sua venda ser efetivada,
compondo assim o custo dos produtos vendidos.
2.2.3 Despesas
Despesa é o valor gasto com bens ou serviços consumidos direta ou
indiretamente no processo de obtenção de receitas e na conservação dos negócios da
empresa, diferentemente dos custos, que são gastos para produzir bens e serviços (ATZ,
2011).
Para Leone e Leone (2010, p.32), despesas “definem os gastos imediatamente
consumidos ou o consumo lento dos gastos de investimentos à medida que estes vão
sendo utilizados pelas operações”. Os autores complementam que na visão deles o
conceito de despesa mais utilizado é o conceito contábil, ou seja, a despesa é um gasto
na aquisição de uma receita.
Segundo Biasio (2012), as despesas reduzem o patrimônio líquido, e influenciam
no resultado, onde ao serem deduzidas das receitas, determinam lucro ou prejuízo no
final do período. O autor diz ainda que toda e qualquer despesa um dia foi considerada
como gasto, porém alguns gastos não se transformam em despesa, ao exemplo de
imobilizados que não tem depreciação, como é o caso de terrenos, ou só se transformam
em despesa no momento da venda.
Portanto, despesas diferentemente dos custos, não estão ligadas a produção, e
sim na geração de receitas. Geralmente as despesas são associadas a áreas
administrativas, como vendas, financeiro, contabilidade entre outras. Podem-se citar
como exemplo as despesas financeiras ou as com venda em garantia.
2.2.4 Perdas
Perda nada mais é que um produto ou serviço que são consumidos de forma
atípica, ou seja, algo involuntário. Diferentemente da despesa, a perda não tem
característica de obtenção de receita, no entanto, é uma conta que vai diretamente para o
resultado (MARTINS, 2010).
Santos et al (2015, p. 9) citam que “perdas incluem, por exemplo, as que resultam
de sinistros como incêndio e inundações, assim como as que decorrem da venda de
ativos não circulantes. A definição de despesas também inclui as perdas não realizadas”.
Segundo Silva e Lins (2014), existem dois tipos de perdas, as perdas normais e
as anormais. As perdas normais são aquelas que não são possíveis evitar e são
intrínsecas a fabricação do produto. Um exemplo são as rebarbas que ficam ao cortar um
tubo de aço, estas são consideradas como perdas, pois incorporam o custo do produto.
No caso das perdas anormais, estas não compõe custo do produto, elas vão diretamente
para o resultado como despesas no momento em que ocorrerem. Pode-se considerar
como exemplo a peça defeituosa ocasionada por um problema na máquina.
Viceconti e Neves (2013, p.15), consideram a perda como “um gasto não
intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da
empresa”.
2.3 Classificação de Custos
2.3.1 Custos Fixos
De acordo com Biasio (2012), os custos fixos são aqueles que permanecem os
mesmos, independente da alteração do grau da atividade da empresa. Pode-se dizer
também que os custos fixos fazem referência aos gastos, que dentro de uma escala de
produção, continuam os mesmos, não importando a quantidade produzida.
Para Leone e Leone (2010, p.41), custos fixos “são custos (ou despesas) que não
variam com a variabilidade da atividade escolhida. Isto é, o valor total dos custos
permanece igual ao mesmo que a base de volume selecionada como referencial varie”.
Dentre os conceitos destacados, pode-se então, dar como exemplo típico de custo
fixo o valor de aluguel de um prédio fabril, onde independente se a empresa fabricar
5.000 ou 10.000 unidades totais de produtos, o valor do aluguel será o mesmo, isso
porque o aluguel independe do volume de produção.
2.3.2 Custos Variáveis
Os custos variáveis são aqueles que mudam de acordo com a variação da
quantidade produzida em um determinado período. Esses custos seguem o aumento do
volume de produção na mesma proporção, ou seja, quanto maior o volume na fabricação
de produtos, maior será o custo variável total, e quanto menor o volume de produção,
menor será o custo variável total (BIASIO, 2012).
Conforme Leone e Leone (2010, p. 39) “definir “custo variável” como aquele custo
que varia com as unidades produzidas está certo, mas não é uma definição
generalizada”. Os autores comentam que preferem definir esse tipo de custo “como
aquele que varia com o volume de qualquer atividade que tenha sido escolhida como
referência”. Os mesmos ainda enfatizam que o custo variável no total é variável, no
entanto, quando e considerado como unitário, este passa a ser fixo diante do quantitativo
da base de volume.
Na visão de Guerra (2014) os custos variáveis são compostos normalmente pela
matéria-prima consumida e a mão de obra direta que é aplicada na fabricação dos bens
de uma empresa, bem como as embalagens utilizadas.
2.3.3 Custos Diretos
Os custos diretos são aqueles atribuídos a um produto específico, onde não é
necessário fazer-se uso de distribuições proporcionais, sua apropriação é realizada
diretamente ao produto. Esses custos são normalmente representados por dois grupos:
material direto (exemplo: matéria-prima, embalagem,...) e mão de obra direta (BIASIO,
2012).
Segundo Leone e Leone (2010, p. 35) o conceito de custos diretos define-se como
“aqueles custos (ou despesas) que podem ser facilmente identificados com o objeto de
custeio. São os custos diretamente identificados a seus portadores. Para que seja feita a
identificação, não há necessidade de rateio”.
2.3.4 Custos Indiretos
Ao contrário dos custos diretos, os custos indiretos são aqueles que não são
corretamente mensuráveis e de difícil identificação ao produto, devido a isso, necessitam
de critérios para sua alocação, ou seja, bases de rateio para a distribuição dos custos
(BIASIO, 2012).
Na visão de Leone e Leone (2010, p. 35) “os custos indiretos são aqueles custos
que não são facilmente identificados com o objeto do custeio. Às vezes, por causa de sua
não relevância, alguns custos são alocados aos objetos de custeio através de rateios”.
Pode-se se citar como exemplos de custos indiretos de uma empresa o custo de aluguel,
energia elétrica, salários dos supervisores da produção, dentre outros.
Depois de verificado a classificação dos custos, é necessário ter conhecimento de
como estes devem ser alocados aos produtos, ou seja, qual o método de custeio mais
adequado para determinada empresa, o qual será comentado a seguir.
2.4 Métodos de Custeio
2.4.1 Custeio por Absorção
De acordo com Martins (2010), o custeio por absorção é um método que consiste
na alocação de todos os custos gerados na produção e somente na produção, aos bens
produzidos. Todo gasto originado ao esforço de fabricação dos produtos, são distribuídos
para todos os produtos ou serviços realizados.
O custeio por absorção é o único sistema aceito para cálculo do custo de produto
para fins contábeis e fiscais. Segundo Fontoura (2013) esse método é válido para
apresentação de demonstrações financeiras e pagamento de Imposto de Renda, isso
porque é um método que segue os princípios contábeis, fazendo com que todos os
custos, diretos ou indiretos, sejam alocados aos produtos.
Na visão de Biasio (2012), devido o método por absorção considerar tanto custos
fixos como variáveis no cálculo do custo do produto, este pode variar no custo total, bem
como no custo unitário. A alteração no custo variável total se dá pela variação do volume.
No caso do custo fixo total, não varia de acordo com o volume, o mesmo permanecerá
igual independente de variações, no entanto o custo fixo unitário terá variações.
Observa-se então que o método de custeio por absorção é uma ferramenta
utilizada pelas empresas para alocação de todos os custos fixos e variáveis, bem como
os diretos e indiretos gerados na produção. Sendo que o custo direto é alocado
diretamente ao produto, e o indireto necessita de um critério de rateio para depois ser
alocado ao produto, isto porque este não é diretamente relacionado ao produto.
2.4.2 Custeio Variável
O custeio variável, diferentemente do custeio absorção, não é aceito legalmente.
Conforme Leone e Leone (2010, p. 321) “as disposições legais que tratam da apuração
dos custos de produtos e serviços são unânimes em impor o uso do critério do custeio
por absorção”. Os autores ainda complementam dizendo que “dois de nossos mais
importantes diplomas legais – a Lei das Sociedades por Ações e o Regulamento do
Imposto de Renda – obrigam explicitamente as empresas a usar o custo por absorção,
ainda que de forma parcial”.
Segundo os mesmos autores (2010) o custeio variável baseia-se no conceito de
que os custos e as despesas que são inventariáveis, ou seja, debitados aos produtos
prontos e em elaboração, serão somente aqueles diretamente identificados com a
atividade produtiva e que estes sejam variáveis a uma medida, seja ela volume, base, ou
outra.
No método do custeio variável, como o próprio nome diz, são somente alocados
aos produtos os custos variáveis, sendo os fixos considerados como despesas do
período, caindo diretamente no resultado, afirmam Martins e Rocha (2015).
Como citado anteriormente, a utilização do sistema de custeio variável não é
aceito para fins contábeis e fiscais, no entanto é de grande utilização na geração de
informações para fins de gestão e para a tomada de decisão, lembra Biasio (2012).
Dentre essas informações podem-se destacar a margem de contribuição, o ponto de
equilíbrio, a margem de segurança, entre outras.
2.4.3 Custeio Padrão
Ao contrário do custeio por absorção e do variável, o custeio padrão ou custo
padrão não é um método a ser utilizado sozinho. Mas este pode ser utilizado em conjunto
tanto com o custeio por absorção, como com o custeio variável, afirma Martins (2010).
Segundo Viceconti e Neves (2013, p.159) o custo padrão é “um custo
estabelecido pela empresa como meta para os produtos de sua linha de fabricação,
levando-se em consideração as características tecnológicas do processo produtivo de
cada um, a quantidade e os preços dos insumos necessários para a produção e o
respectivo volume desta”.
Na visão de Leone e Leone (2010, p.283) os custos padrão têm como principal
objetivo “estabelecer uma medida planejada que será usada para compará-los com os
custos reais ou históricos (aqueles que aconteceram e foram registrados pela
Contabilidade) com a finalidade de revelar desvios que serão analisados e corrigidos”.
Após apresentados alguns dos métodos de custeio utilizados na contabilidade de
custos, no próximo capítulo será apresentada uma importante ferramenta utilizada pelos
gestores na formação do resultado, a qual se denomina margem de contribuição.
2.5 Margem de Contribuição
A margem de contribuição é “a diferença entre o preço de venda e a soma das
despesas e dos custos variáveis de um produto ou serviço. Essa margem ainda deve
cobrir os gastos fixos da empresa e proporcionar a formação do resultado” afirma Atz
(2011, p. 32).
Para Fontoura (2013), a margem de contribuição significa o valor de uma unidade
de um produto após serem deduzidas, do seu preço de venda os custos e despesas
variáveis, referente a este produto. Baseado neste conceito pode-se definir como fórmula:
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (MC) = PV – CV – DV
Onde:
MC = Margem de Contribuição
PV = Preço de Venda
DV = soma das despesas variáveis
CV = soma dos custos variáveis
Para Ribeiro (2011), é importante ressaltar que no cálculo da margem de
contribuição só são considerados os custos de cada produto, os diretos (variáveis), bem
como suas despesas variáveis que são segregadas por produto. No caso dos custos
indiretos (fixos) e as despesas fixas, estes não são divididos por produto, mas sim
alocados em conjunto. Desta forma, a soma das margens de contribuição de todos os
produtos será confrontada com o total dos custos e despesas fixas, a fim de se obter a
margem de lucro.
Considerando os conceitos citados anteriormente, pode-se afirmar que a margem
de contribuição é uma ferramenta de extrema importância na geração de informações
para os gestores na tomada de decisões. Crepaldi e Crepaldi (2014, p.133) asseguram
que “a análise da margem de contribuição indica como melhorar a utilização da
capacidade da empresa, como formular o preço para uma concorrência e se deve aceitar
um pedido mesmo que o preço de venda seja menor do que o preço normal”.
2.6 Formação do Preço de Venda
O objetivo principal das empresas é gerar lucro, e para isso, essas buscam um
preço de venda para seus produtos que lhe dê o retorno desejado. No entanto, não basta
apenas presumir um lucro desejado e trabalhar com preços máximos, isso porque se seu
concorrente vender a preços mínimos, seu volume de vendas com certeza reduzirá.
Segundo Paim (2014), a formação do preço de venda de um produto ou serviço
não é uma tarefa fácil, fatores como a concorrência do mercado podem fazer com que as
empresas tomem decisões precipitadas no mundo empreendedor, a fim de manter um
nível de competitividade satisfatório perante seus concorrentes.
Para a formação do preço de venda existem algumas metodologias que podem
ser aplicadas, dentre as tantas existentes, serão tratadas aqui somente a determinação
de preço com base no custo pleno e no custo variável. Também se pode considerar na
formação de preço o mark-up multiplicador e divisor.
2.6.1 Formação do preço com base no custo pleno
Na formação do preço com base no custo pleno, os preços são formados com
base nos custos plenos, ou seja, os custos totais de produção, somado as despesas de
administração, vendas e a margem de lucro desejada, afirmam Bruni e Famá (2012).
Na visão de Silva e Lins (2014), os produtos menos competitivos no mercado se
enquadram melhor na formação do preço pelo custo pleno, isso porque este método é
utilizado para definir qual a lucratividade dos produtos.
Segundo os mesmos autores (2014, p.239), a principal vantagem da
determinação do preço com base no custo pleno “é que ele assegura, em princípio, a
recuperação total dos custos e a elaboração de uma margem planejada de lucro”.
Entretanto, esse método também tem suas desvantagens, segundo o mesmo autor, esse
método não considera a concorrência de mercado, isto é, a empresa pode utilizar um
valor irreal, obtendo assim rejeição no mercado.
2.6.2 Formação do preço com base no custo variável
Os custos variáveis são aqueles que podem ser diretamente alocados aos
produtos. Diferentemente do pleno, cuja pretensão é que o preço de venda cubra todos
os custos variáveis e fixos, no variável são apenas considerados os custos variáveis,
então, a diferença desses custos e o preço de venda será o valor considerado para cobrir
os gastos fixos e gerar lucro (SILVA e LINS, 2014).
Segundo Megliorini (2011, p.238), na determinação do preço pelo custo variável “o
custo do produto corresponde apenas a seus custos variáveis: matéria-prima, mão de
obra direta e custos indiretos variáveis. Os custos indiretos fixos [...] são somados aos
impostos, comissões, despesas administrativas, despesas de vendas e lucro”.
Uma das vantagens do método da formação do preço de venda pelo custo
variável é permitir avaliar o desempenho por produto ou por linha, assim como, permite
evidenciar quais são os custos mais importantes para os gestores na tomada de decisão,
afirmam Silva e Lins (2014).
2.6.3 Formação do preço utilizando o Mark-up
O mark-up é um índice ou percentual aplicado sobre o custo do produto onde este
é adicionado aos custos e despesas, para a formação do preço de venda, afirma Bernardi
(2010).
Para Sardinha (2013, p.96), “esse método do Mark-Up, também chamado de cost
plus pricing ou Preço-Margem, consiste basicamente em “somar-se ao custo unitário do
produto uma margem fixa para obter-se o preço de venda””.
Conforme Paim (2014) existem duas formas de determinar o preço de venda pelo
mark-up: o mark-up multiplicador e o mark-up divisor, calculados pelas seguintes
equações:
Mark-up Multiplicador = 1 / (1 - % custos indiretos + % tributos + % do lucro)
Mark-up Divisor = 1 – (% custos indiretos + % tributos + % do lucro)
O mesmo autor cita que o mark-up multiplicador é denominado dessa forma
porque após resolver a equação, o resultado encontrado é multiplicado pelos custos
diretos. Já o mark-up divisor é denominado dessa forma porque após resolver a equação,
o resultado encontrado é dividido pelos custos diretos.
Após a revisão de conceitos abordados no capítulo 2 desta pesquisa, entende-se
que o aprofundamento deste foi de extrema importância para dar continuidade ao estudo
de caso em questão. O adequado conhecimento dos conceitos apresentados é essencial
para a análise correta dos dados disponibilizados pela empresa, bem como para
apuração do resultado final da pesquisa.
3 Estudo de Caso em uma Empresa do ramo Metal Mecânico
3.1 Histórico da empresa
A empresa objeto deste estudo de caso é uma indústria do ramo metal mecânico
que deu início com suas atividades em 1974, sendo uma sociedade de capital aberto que
tinha como objetivo fabricar válvulas direcionais, bombas hidráulicas e cilindros
hidráulicos. Esta inicialmente foi instalada em um pavilhão alugado, no entanto, com a
ampliação das operações, a empresa necessitou de aumento de seu parque fabril e de
modernizações tecnológicas anos depois.
Com o lançamento da linha de cilindros hidráulicos para freios de colheitadeiras
agrícolas, a empresa deu um grande salto, em 1984, que culminou na linha de cilindros
especiais de simples e duplo efeito. Em 1996, iniciou-se a fabricação de cilindros
hidráulicos para equipamentos de exploração submarina de petróleo, ano em que as
exportações da empresa ultrapassaram meio milhão de dólares.
Em 2001, a empresa foi adquirida por um grupo americano, líder mundial na
fabricação de cilindros hidráulicos. Esta aquisição fez com que a empresa deixasse de
produzir válvulas e freios e vendesse a planta de fabricação destes produtos. Após se
passarem 10 anos, a empresa e todo o grupo americano foram novamente vendidos,
desta vez para um grupo alemão com fábricas por diversos países ao redor do mundo.
Com o intuito de manter a liderança na produção de cilindros e a expansão de
novos mercados, o grupo alemão adquiriu uma área quatro vezes maior de onde a
empresa está situada, sede de sua nova morada no Brasil.
3.2 Custos gerados pela Célula de IPTO
A empresa objeto deste estudo de caso é uma indústria cujo principal ramo é a
fabricação de cilindros hidráulicos. Sua fábrica é dividida em diversas células, que são:
célula hastes, IPTO, componentes, simples ação, retro, flexível, agrícola, velha, especial
e pesada, sendo que cada célula produz cilindros com diferentes especificações.
Visto a quantidade de produtos fabricados por cada célula e a inviabilidade de
calcular o custo de todos os produtos, para fins deste trabalho foi escolhida a célula de
menor quantidade de produtos, mas que representa valor significativo diante do todo, ou
seja, a célula de IPTO (Independent Power Take Off). Esta célula é responsável pela
fabricação de cinco produtos apenas, são eles:
Tabela 1 – Produtos produzidos na Célula de IPTO
Produto
Cód. Prod
Descrição
Prod. 1
11071338 Tampa do IPTO Conf. Desenho
Prod. 2
2503856
Tampa do IPTO - ,0100
Prod. 3
3503855
Conjunto do IPTO - ,0100
Prod. 4
4503361
Conjunto do IPTO - ,0100
Prod. 5
538683
Conjunto suporte do IPTO 000
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
Os produtos da célula de IPTO em sua maioria são componentes comprados de
terceiros e somente montados e testados na empresa, formando assim o chamado
Conjunto de IPTO que é uma peça utilizada no sistema de freio de tratores. A seguir será
demonstrada a apropriação dos custos de produção.
3.2.1 Apropriação dos custos de produção da Célula de IPTO
Conforme citado anteriormente, o custeio por absorção é um método utilizado na
alocação dos custos fixos e variáveis, bem como os diretos e indiretos gerados na
fabricação dos produtos, sendo que o custo direto é alocado diretamente ao produto, e o
indireto necessita de um critério de rateio para ser distribuído aos produtos.
As análises realizadas pelo departamento de custos da empresa objeto deste
estudo de caso são baseadas nos centros de custos diretos, indiretos, administrativos e
comerciais. Os centros de custos indiretos não estão ligados diretamente ao processo
produtivo, no entanto são considerados parte do desenvolvimento do produto e dos
demais setores auxiliares de produção.
A célula de IPTO é composta por três centros de custos, ou seja, o centro 951102
referente à máquina de gravar e prensar, o centro de custo 951201 referente o processo
de montagem e o centro de custo 952301 referente o processo de teste. A seguir, na
tabela 2, serão demonstrados os custos de mão de obra gerados pela célula de IPTO
antes dos custos indiretos serem alocados aos centros de custos.
Tabela 2 – Custos gerado pela Célula de IPTO
Máq. Gravar
Centro de Custo
Montagem
Teste
/Prensar
TOTAL
Salários Diretos + Enc. (Fixo)
59.435,82 156.642,70 128.011,63 344.090,15
Total Custos Diretos
59.435,82 156.642,70 128.011,63 344.090,15
Salários Indiretos + Enc. (Fixo)
147.467,61
Aluguel (Fixo)
18.900,57
Depreciação (Fixo)
43.031,14
Manut. de Máq/Equip. (Variável)
5.118,64
Energia Elétrica (Variável)
20.060,40
Outros Custos Indir. (Variável)
47.603,45
Total Custos Indiretos
0,00
0,00
0,00 282.181,81
TOTAL
59.435,82 156.642,70 128.011,63 626.271,96
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
Após apurados os custos indiretos da célula de IPTO estes serão alocados aos
três centros de custos por meio de critérios de rateio definidos pela empresa objeto deste
estudo de caso, lembrando que os valores considerados aqui são aqueles contabilizados
somente nos centros de custos da célula de IPTO.
Os salários dos setores auxiliares de produção, como por exemplo, engenharia de
processos, qualidade, manutenção, expedição, entre outros, são alocados aos centros de
custos de acordo com as horas trabalhadas como se pode ver na tabela 3.
Tabela 3 – Rateio Salários + Encargos Indireto
Critério de Rateio: Horas/Trab
H/trab.
% Rateio
Salário+Enc. Indireto
951102 - Gravar/Prensar
1.031
13,24%
19.529,75
951201 – Montar
4.269
54,84%
80.865,67
952301 – Testar
2.485
31,92%
47.072,19
Total
147.467,61
7.785
100,00%
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
Os demais custos indiretos foram rateados utilizando a mesma sistemática dos
salários indiretos, no entanto o cálculo considerou bases de rateio diferentes. Por
exemplo, o aluguel utilizou a área ocupada pela célula de IPTO como base de rateio. No
caso da depreciação, energia e manutenção de máquinas e equipamentos, o critério de
rateio utilizado foram as horas máquinas do período.
Já o valor composto pelo grupo outros custos indiretos, que se refere a demais
valores não mensuráveis por produto, como por exemplo, custo com combustíveis e
lubrificantes, aferição, inspeção de produtos, serviços de terceiros, entre outros, utilizouse das horas trabalhadas como base.
Depois de realizado o rateio dos custos indiretos de fabricação pode-se verificar
na tabela 4 quanto foi o custo desembolsado por cada centro de custo da célula de IPTO.
Tabela 4 – Custo minuto da Célula de IPTO por Centro de Custo
Máq. Gravar
Centro de Custo
Montagem
Teste
/Prensar
Salários Diretos + Encargos (Fixo)
59.435,82 156.642,70
Total Diretos
59.435,82 156.642,70
Salários Indiretos + Enc. (Fixo)
19.529,75 80.865,67
Aluguel (Fixo)
8.046,44
4.964,82
Depreciação (Fixo)
6.254,88 20.018,23
Manut. de Máq/Equip. (Variável)
744,03
2.381,21
Energia Elétrica (Variável)
2.915,92
9.332,16
Outros Custos Indiretos (Variável)
6.304,32 26.103,93
Total Indiretos
43.795,34 143.666,03
TOTAL
103.231,16 300.308,73
Total Horas Trabalhadas
1031
4269
Custo Hora por Centro de Custo
100,13
70,35
Custo Minuto por C. de Custo
1,67
1,17
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
128.011,63
128.011,63
47.072,19
5.889,31
16.758,03
1.993,40
7.812,31
15.195,19
94.720,44
222.732,06
2485
89,63
1,49
TOTAL
344.090,15
344.090,15
147.467,61
18.900,57
43.031,14
5.118,64
20.060,40
47.603,45
282.181,81
626.271,96
7785
Com a alocação dos custos diretos e indiretos aos centros de custos, e com o
total de horas trabalhadas por centro, foi possível então calcular o custo hora e custo
minuto por centro de custo, conforme demonstrado na tabela 4. Apurados esses dados,
para se chegar ao custo unitário de cada produto da célula de IPTO, é necessário ainda
verificar qual o custo de matéria-prima gasto para a fabricação de cada produto.
Para o cálculo do custo de matéria-prima por produto, o sistema utilizado pela
empresa gera automaticamente as necessidades de compra de componentes para cada
produto pelo MRP (Material Requirement Planning), este se baseia na lista técnica dos
produtos, onde diz quais os componentes e qual a quantidade necessária para produzir
cada produto.
No caso da célula de IPTO como a maioria de seus componentes são comprados
prontos e não sofrem nenhuma transformação foi possível identificar com maior facilidade
o valor gasto com estes. Bastaram verificar a quantidade de compras dos componentes
pela lista técnica de cada produto da célula de IPTO feita no período de 2015, gerado um
relatório no sistema das mesmas e deduzido os impostos que a empresa tomou crédito
nessas compras, ou seja, ICMS de 17%, 12% e 4%, PIS de 1,65% e COFINS de 7,60%.
Para a fabricação dos produtos da célula em questão não foi utilizado nenhum
material importado. Os custos relacionados a frete nessas compras também já estão
inclusos no relatório gerado pelo sistema. Após ter conhecimento das informações de
compras e do que foi produzido durante o mês foi possível verificar qual o custo direto da
matéria-prima gasto para fabricar cada produto e o total gasto no período analisado,
como se pode ver na tabela 5.
Tabela 5 – Custo da matéria-prima por unidade produzida
Produto
Custo Matéria-Prima
Qtde Prod.
Total Matéria-Prima
Prod. 1
204,45
8887
1.816.947,15
Prod. 2
205,68
4301
884.629,68
Prod. 3
136,18
24
3.268,32
Prod. 4
198,00
20
3.960,00
Prod. 5
12,76
39
497,64
Total
2.709.302,79
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
Cabe salientar que a empresa objeto deste estudo de caso não tem estoque de
produtos prontos, só é produzido o que realmente foi solicitado pelo cliente. Neste caso, o
que foi produzido foi totalmente vendido no período em questão. Depois de identificado e
realizado a distribuição dos custos diretos e indiretos de fabricação é possível então
calcular o custo unitário por produto, como será visto a seguir.
3.2.2 Alocação dos custos aos produtos
Apurados os custos diretos e indiretos de produção, verificado o valor gasto com
matéria-prima por produto e o custo minuto por centro de custo da célula de IPTO, com
base no tempo de produção de cada item é possível então chegar ao custo unitário por
produto.
O controle do tempo que cada produto leva em cada operação foi verificado no
roteiro de produção de cada um deles, por exemplo, o produto 1 leva 2,79 minutos para
receber a gravação e 3,42 minutos para ser prensado, totalizando 6,21 minutos no centro
de custo da máquina de gravar/prensar. O mesmo acontece para o centro da montagem
e do teste, um leva 5,83 minutos e o outro 3,31 minutos, respectivamente. A seguir na
tabela 6 será demonstrado o tempo de produção de cada produto por centro de custo.
Tabela 6 – Tempo de produção por produto (em minutos)
951102
951201
952301
Centro de Custo
TOTAL
Gravar Prensar
Montar
Testar
Prod. 1
2,79
3,42
5,83
Prod. 2
3,49
4,04
6,25
Prod. 3
3,36
Prod. 4
1,24
2,92
4,42
Prod. 5
3,14
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
3,21
4,27
2,28
3,96
2,19
15,25
18,05
5,64
12,54
5,33
Com o levantamento do tempo de produção deve-se multiplicar então o custo
minuto de cada centro de custo pelo tempo de produção de cada produto em cada
centro, obtendo-se assim o custo de mão de obra por produto. Por conseguinte, soma-se
ainda o custo de matéria-prima encontrado para cada produto, chegando por fim ao custo
unitário de fabricação de cada item.
Tabela 7 – Custo do Produto (R$ por unidade produzida)
Prod. 1 Prod. 2 Prod. 3 Prod. 4 Prod. 5
Gravar
4,66
5,82
0,00
2,07
0,00
Prensar
5,71
6,74
0,00
4,87
0,00
Montar
6,84
7,33
3,94
5,18
3,68
Testar
4,80
6,38
3,41
3,27
3,27
Total Mão de Obra
21,99
26,27
7,35
15,40
6,95
(+) Matéria-prima
204,45
205,68
136,18
198,00
12,76
(=) Custo Unitário
226,44 231,95 143,53 213,40
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
19,71
De acordo com a tabela 7 pode-se verificar então que o produto que gera maior
custo de produção para a empresa é o produto 2, seguidamente do 1 e após do produto
4. Percebe-se que o produto 3 e 5 são os que geram menor custo para ser produzido,
isso porque ambos não passam pelo processo de gravar e prensar.
Enfim na tabela 8 podemos verificar o valor total gasto com a fabricação dos
produtos na célula de IPTO no ano de 2015.
Tabela 8 – Custo Total de Fabricação
CUSTO DE FABRICAÇÃO
TOTAL
Salários Diretos + Encargos (Fixo)
344.090,15
Matéria-Prima (Variável)
2.709.302,79
Total Diretos
3.053.392,94
Salários Indiretos + Encargos (Fixo)
147.467,61
Aluguel (Fixo)
18.900,57
Depreciação (Fixo)
43.031,14
Manutenção de Máq/Equip. (Variável)
5.118,64
Energia Elétrica (Variável)
20.060,40
Outros Custos Indiretos (Variável)
47.603,45
Total Indiretos
282.181,81
TOTAL
3.335.574,75
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
O valor desembolsado pela empresa com despesas administrativas e comerciais
não agregam o custo de produção, isso porque estes são alocados diretamente no
resultado. As despesas comerciais incluem despesas com viagens, publicidade e
propaganda, entre outros, totalizando no período R$ 25.128,00. Já nas despesas
administrativas são considerados os desembolsos com material de expediente, telefone,
despesas com sistemas, despesas com manutenção de móveis e utensílios, entre outros,
totalizando R$ 84.498,95.
Após identificados custos e despesas, a seguir será utilizado uma ferramenta do
método de custeio variável, ou seja, será calculado a margem de contribuição a fim de
verificar quanto cada produto consegue sobrar para pagar seus custos fixos.
3.3 Margem de Contribuição
A margem de contribuição é uma ferramenta na qual se pode verificar o quanto
um produto contribui para pagar seus custos e despesas fixas, e, por conseguinte na
formação do lucro. Vale salientar que a margem de contribuição não apropria os custos
fixos, fazendo com que cada produto leve apenas o gasto com que o mesmo gerou na
sua produção.
Partindo do pressuposto que a margem de contribuição deve ser calculada por
produto e apenas com os custos e despesas variáveis, foi necessário então recalcular o
custo minuto por centro de custo apenas destes, como se pode ver na tabela 9.
Tabela 9 – Custos/Desp. Variáveis Indiretos: Custo minuto por Centro de Custo
Máq Gravar
Centro de Custo
Montagem
Teste
TOTAL
/Prensar
Manut de Máq/Equip. (Variável)
744,03
2.381,21
1.993,40 5.118,64
Energia Elétrica (Variável)
2.915,92
9.332,16
7.812,31 20.060,40
Outros Custos Indiretos (Variável)
6.304,32 26.103,93
TOTAL Custos/Desp Var. Indir.
9.964,27 37.817,31
Total Horas Trabalhadas
1031
4269
Custo Hora por Centro de Custo
9,66
8,86
Custo Minuto por C. de Custo
0,16
0,15
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
15.195,19 47.603,45
25.000,91 72.782,49
2485
7785
10,06
0,17
Visto que os custos e despesas variáveis são compostos pela matéria-prima,
manutenção de máquinas e equipamentos, energia elétrica e outros custos indiretos, e
que já se sabe o valor gasto com matéria-prima por produto, resta então, após ter o valor
do custo minuto dos variáveis, apenas multiplicar pelo tempo de cada processo conforme
mostrado anteriormente na tabela 6.
Identificados os custos e despesas variáveis por produto, foi possível então
calcular a margem de contribuição, ou seja, considera-se o preço de venda e diminuemse os valores com custos e despesas variáveis, conforme demonstrado na tabela 10.
Ressalta-se que o preço de venda utilizado aqui foi o preço líquido, repassado pela
empresa, por isso não foram considerados impostos no cálculo.
Tabela 10 – Margem de Contribuição Unitária por produto
Manut Máq /
Preço Líq.
Marg. de
Produto
Matéria-Prima
Energia / Outros
Venda
Contr. Unit.
CIF
Prod. 1
334,20
204,45
2,40
127,35
Prod. 2
341,31
205,68
2,85
132,78
Prod. 3
290,41
136,18
0,88
153,35
Prod. 4
257,45
198,00
1,99
57,46
Prod. 5
30,71
12,76
0,83
17,12
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
%
38,11%
38,90%
52,80%
22,32%
55,75%
Calculadas as margens por produto, é possível verificar que os produtos com
maior margem de contribuição são os produtos 5 e 3, ou seja, após pagar todos seus
custos e despesas variáveis, ainda sobram 55,75% e 52,80%, respectivamente, para
pagar seus custos fixos.
Observa-se que os dois produtos com maior margem são aqueles que passam
por menos etapas durante o processo produtivo, gerando menos custo. Cabe salientar
também que nenhum dos produtos tem margem negativa, todos ficam acima de 20% o
que é de extrema importância para a empresa.
No entanto, resta ainda saber se os produtos da célula de IPTO tem margem
suficiente para pagar seus custos fixos. Para isso é necessário ter um preço de venda
adequado que consiga cobrir todos os custos e ainda ao final sobrar o lucro desejado.
3.4 Formação do Preço de Venda
A formação do preço de venda é de extrema importância para o bom andamento
financeiro de uma empresa, a má gestão dos preços pode trazer consequências sérias à
sua vida financeira, e na maioria das vezes os efeitos disso não se faz sentir de imediato.
Qualquer empresa precisa saber determinar com precisão seus preços de venda, a fim
de evitar perder mercado para seus concorrentes ou sofrer prejuízo pela venda de seus
produtos com um preço abaixo de seu custo.
No ano de 2015, devido à troca de sistema em abril de 2014, a mudança nos
processos e a forte turbulência na configuração e operação do novo sistema, a empresa
objeto do estudo de caso já não tinha mais certeza na formação dos seus preços. Ou
seja, se os preços que vinham sendo praticados, estavam conseguindo pagar seus
custos, e ao mesmo tempo se estes conseguiam contribuir para geração de lucro ou não.
De acordo com os preços praticados no período de análise pelos produtos da
célula de IPTO, como se pode ver na tabela 11, será calculado então, com base no Markup multiplicador, qual o real resultado dos mesmos, ou seja, qual seria o preço ideal de
venda comparando-os com os praticados atualmente.
Tabela 11 – Preço de Venda Praticado
Preço de Venda
Preço de Venda
Produto
Líquido
com Impostos
Prod. 1
334,20
425,27
Prod. 2
341,31
434,32
Prod. 3
290,41
369,55
Prod. 4
257,45
327,61
Prod. 5
30,71
39,08
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
Conforme visto na fundamentação teórica, a formação do preço de venda pelo
Mark-up é baseada no custo do produto, ou seja, é estruturado conforme a incidência de
impostos, as despesas variáveis de venda e o lucro desejado na venda.
De acordo com as informações repassadas pela empresa foram então
considerados os percentuais de impostos e despesas conforme a tabela 12 para cálculo
do Mark-up e do índice multiplicador. Quanto ao lucro desejado, foram considerados
quatro percentuais para melhor verificação do preço ideal, ou seja, lucro nulo ou
percentual de 0%, lucro de 5%, 10% e 20%.
Tabela 12 – Cálculo do Mark-up Multiplicador
Impostos/Despesas
Lucro 0% Lucro 5% Lucro 10% Lucro 20%
ICMS
18,00
PIS
1,65
COFINS
7,60
Comissão
3,00
Despesas comerciais
5,00
Despesas administrativas
7,00
Lucro desejado
0,00
5,00
10,00
20,00
Mark-up
42,25
47,25
52,25
62,25
Índice Multiplicador
1,73
1,90
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
2,09
2,65
Após apurados os índices do Mark-up multiplicador com base nos impostos,
despesas e lucro desejado, é necessário então multiplicar ao custo de cada produto, para
assim chegar ao preço de venda. Para cada produto da célula de IPTO foi realizado o
cálculo com o índice multiplicador dos quatros percentuais de lucro projetados para
simulação do melhor preço de venda como se pode verificar na tabela 13.
Tabela 13 – Preço de Venda Ideal baseado no Lucro desejado
Preço de Venda
Produtos Custo Unit.
Lucro 0% Lucro 5%
Lucro 10%
Lucro 20%
Prod. 1
226,44
392,10
429,27
474,22
599,84
Prod. 2
231,95
401,65
439,72
485,76
614,44
Prod. 3
143,53
248,54
272,09
300,59
380,21
Prod. 4
213,40
369,52
404,55
446,91
565,30
Prod. 5
19,71
34,13
37,36
41,28
52,21
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
De acordo com o custo unitário de cada produto e o índice multiplicador obtido a
partir das informações repassadas pela empresa foi possível então calcular um novo
preço de venda como foi visto na tabela 13. Para uma melhor análise dos preços
praticados pela empresa versus os novos preços se fez necessário verificar qual a
diferença entre ambos os valores, demonstrados assim na tabela 14.
Tabela 14 – Diferença entre Preço Praticado x Preço Ideal
Preço de Venda
Produto
Lucro 0% Lucro 5%
Lucro 10%
Lucro 20%
Prod. 1
7,80%
-0,94%
-11,51%
-41,05%
Prod. 2
7,52%
-1,24%
-11,84%
-41,47%
Prod. 3
32,75%
26,37%
18,66%
-2,89%
Prod. 4
-12,80%
-23,49%
-36,42%
-72,55%
Prod. 5
12,66%
4,38%
-5,63%
-33,61%
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
Considerando-se os dados obtidos, percebe-se então que com exceção de um
produto, o restante dos itens fabricados na célula de IPTO consegue pagar seus custos e
ainda sobram um pouco para contribuir na geração do lucro. Ou seja, quatro produtos
geram um resultado positivo na projeção do lucro zero comparando com o preço de
venda praticado pela empresa.
No entanto, um dos produtos, o produto 4, está sendo vendido atualmente com
um preço abaixo de seus custos, gerando prejuízo, isso porque enquanto seu preço ideal
de venda deveria ser de R$ 369,52 o mesmo está sendo oferecido ao mercado por
apenas R$ 327,61, gerando 12,80% de prejuízo. Neste caso, o que ocorre é que o
produto 4 precisa da ajuda dos outros produtos para conseguir cobrir todos seus custos.
Ao analisar o preço de venda baseado em um lucro de 5%, pode-se verificar
então que diferentemente do lucro zero, agora apenas dois produtos, após pagar todos
seus custos, conseguem contribuir com mais de 5% no lucro, sobrando um valor acima
do esperado para essa projeção de ganho. O produto 3 é o que mais se destaca na
contribuição do lucro, na projeção de 5% ainda restam 26,37% para ajudar no resultado.
Já o produto 5 dentro desta mesma projeção, gera 4,38% a mais por produto, além dos
5%.
Verificando as projeções de 10% e 20% os dados já não são tão satisfatórios
quanto às simulações anteriores, agora apenas um produto consegue atingir um lucro de
10%, sendo que nenhum chega a 20%. O produto 3 é o único que contribui com um lucro
superior a 10%, gerando 18,66% a mais desta projeção.
Em uma visão geral da célula de IPTO a grande maioria de seus produtos
consegue cobrir seus custos e ajudar na geração de lucro. Apenas um produto vem
gerando prejuízo, o que acaba roubando parte do lucro dos outros produtos para cobrir
os custos deste. No entanto, no geral a célula não gera prejuízo, pois mesmo tendo um
produto com preço inadequado, no total da célula os produtos conseguem equilibraremse uns aos outros chegando a um lucro positivo.
Analisados os preços dos produtos da célula de IPTO, a empresa em questão
deveria de alguma forma tentar rever seus custos e talvez processos, para trabalhar com
um preço de venda de no mínimo 10% de lucro. Isso porque não basta chegar a um lucro
zero e não gerar prejuízo, para a sobrevivência de uma companhia é necessário ter
dinheiro para fazer a empresa andar, investir em novas tecnologias, investir em marketing
na busca de novos clientes, entre outros. De modo que essas variáveis ajudariam a
empresa a se manter competitiva no mercado e crescer ao longo dos anos.
Certamente, conforme já dito anteriormente, a empresa objeto deste estudo de
caso não é composta apenas pela célula de IPTO, mas também por outras células que
fazem com que a empresa se mantenha no mercado. Com base nisso é interessante
verificar quanto à célula de IPTO representa no todo da empresa, para assim averiguar o
quanto a mesma contribui com seus produtos para o resultado da companhia.
3.5 Célula de IPTO x Demais Células da empresa
A empresa objeto deste estudo de caso é uma indústria cujo principal ramo é a
fabricação de cilindros hidráulicos, e este trabalho tem seu foco em apenas uma das
células da empresa, ou seja, a célula de IPTO. No entanto a empresa se divide em outras
nove células que são: célula hastes, componentes, simples ação, retro, flexível, agrícola,
velha, especial e pesada.
A partir das informações repassadas pela empresa referente ao faturamento do
ano de 2015 foi possível analisar quanto à célula de IPTO representa se comparado ao
restante das células instaladas na empresa. No entanto a informação obtida foi apenas
do total de vendas da célula de IPTO e o total de vendas restantes, e não o total vendido
por cada célula.
O total do faturamento da empresa objeto do estudo de caso no ano de 2015 foi
de quase 62 milhões, sendo que a célula de IPTO vendeu R$ 5.664.312,74 e as outras
nove células da empresa totalizam em R$ 56.178.599,64. Para melhor análise pode se
verificar na figura 1 o gráfico onde representa o percentual que a célula de IPTO
contribuiu no total das vendas comparado as demais células no ano de 2015.
Figura 1 – Gráfico referente Vendas da empresa em 2015
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da empresa
Analisando o gráfico da figura 1 podemos ver que a célula de IPTO participa com
quase 10% nas vendas de toda a empresa, o que se mostra um valor significativo
contando que a mesma é a menor célula da empresa e esta produz apenas 5 produtos.
Diante disso, entende-se que a célula de IPTO é geradora de uma participação
significativa nas vendas, visto que a quantidade de produtos vendidos por ela é
considerável e o total de seu faturamento no ano mostra um valor expressivo. Com uma
análise adequada dos custos e dos processos da célula de IPTO por parte da empresa, e
talvez readequação dos mesmos, a empresa teria a oportunidade de chegar ao seu preço
ideal de venda com um lucro estimado a 10%, conseguindo assim alcançar o resultado
esperado ao final do período.
4 Conclusão
Diante do estudo realizado é possível perceber a importância da contabilidade de
custos na gestão financeira de uma empresa, bem como na identificação e composição
dos custos de um processo produtivo. A má gestão de custos pode trazer problemas
sérios à situação financeira da companhia.
A realização desta pesquisa tomou como base para estudo uma empresa do ramo
metal mecânico de Caxias do Sul – RS, contudo, visto a dificuldade e a impossibilidade
de analisar a empresa pelo todo devido ao tempo estimado para a pesquisa, se utilizou
apenas uma célula, ou seja, a célula de IPTO. O estudo tomou como premissa a
dificuldade e a inconfiabilidade de informações que a empresa vem tendo no cálculo de
custos de seus produtos após a troca de sistemas realizada na companhia no ano de
2014, desta forma o período analisado na pesquisa foi o ano de 2015.
Com base nisso, o estudo em questão objetivou de forma inicial fazer o
levantamento dos custos da célula de IPTO, onde foi possível verificar qual o custo direto
e indireto bem como fixo e variável por centro de custo dentro desta célula. Desta forma
conseguiu-se calcular o custo minuto por centro de custo, chegando ao valor de mão de
obra por produto, que juntamente com o gasto de matéria prima apurado foi possível
chegar ao custo unitário por produto de cada item da célula de IPTO.
Diante dos custos apurados por produto e da informação de preço de venda
repassados pela empresa, foi possível então calcular a margem de contribuição por
produto. Vale salientar que a margem de contribuição é uma ferramenta de extrema
importância para uma boa gestão dos custos, ela permite verificar quanto cada produto
consegue após pagar todos seus custos variáveis, sobrar para pagar os fixos e ainda
contribuir na formação do lucro.
Com o cálculo da margem de contribuição por produto pode concluir-se que
nenhum produto gera margem negativa, ou seja, todos os itens da célula de IPTO têm
margem positiva suficiente para pagar seus custos variáveis, contribuindo no pagamento
dos custos fixos e na geração de resultado. Percebeu-se também que todos os itens
ficaram com margem acima de 20% e os produtos que geraram maior margem são
aqueles que passam por menos etapas durante seu processo produtivo, ou seja, produto
5 e 3, com 55,75% e 52,80%, respectivamente.
Com o intuito de atender aos objetivos da pesquisa buscou-se ainda calcular o
preço de venda ideal com base no índice do mark-up multiplicador comparando-o ao
preço de venda praticado no ano de 2015 pela empresa. Para uma melhor análise do
preço foi projetado quatro percentuais de lucro no cálculo do mark-up multiplicador, ou
seja, lucro nulo, 5%, 10% e 20%.
De acordo com os novos preços obtidos, foi possível então compará-los com o
preço praticado e verificar que com exceção de um produto, os demais itens da célula de
IPTO conseguem chegar a um lucro zero e ainda sobrar para contribuir na formação do
lucro. Contudo, nesta primeira análise da projeção de lucro zero o produto 4 ganha
destaque, pois o mesmo gera 12,80% de prejuízo, o que significa que no período
analisado o mesmo foi vendido por um preço abaixo de seu custo, ou seja, enquanto seu
preço ideal de venda deveria ser de R$ 369,52 o mesmo está sendo oferecido ao
mercado por apenas R$ 327,61. Neste caso, o que ocorre é que o produto 4 precisa da
ajuda dos outros produtos para conseguir cobrir todos seus custos.
Na projeção do preço de venda com lucro a 5% verificou-se que apenas dois
produtos após pagar todos seus custos, conseguem contribuir com mais de 5% no lucro,
sobrando um valor acima do esperado para essa projeção de ganho. Onde o produto que
se destaca é o item 3, gerando 26,37% acima do lucro projetado.
Tomando como base as projeções de lucro de 10% e 20% os resultados não
foram satisfatórios, isso porque apenas um produto conseguiu atingir um lucro de 10% e
nenhum produto chega a 20%. O produto 3 é o único que contribui com um lucro superior
a 10%, gerando 18,66% a mais desta projeção.
Tendo em vista que o produto 4 é o único que não contribui para geração do lucro
e não consegue cobrir seus próprios gastos, a empresa deveria revisar os custos por ele
gerados e tentar de alguma forma reduzir os mesmos, como por exemplo, tentar cotar
novos fornecedores com preços mais baixos. De forma a conseguir lançar o produto ao
mercado com um preço que no mínimo chegasse a um lucro nulo ou 5%. Talvez um dos
motivos da empresa não ter dado a devida atenção para este item é por ele não ter um
número significativo de vendas, apenas 20 unidades em um período de um ano, sendo
que o mesmo não chega a R$ 1.000,00 de perda no ano, mas este não deixa der ser
menos importante que os outros.
De forma geral conclui-se que a grande maioria dos produtos da célula de IPTO
consegue cobrir seus custos e ajudar na geração de lucro. Apenas um produto vem
gerando prejuízo, o que acaba roubando parte do lucro dos outros produtos para cobrir
os custos deste. Contudo, não basta apenas ter uma boa margem, se os custos fixos são
elevados e o preço oferecido no mercado não consegue suprir todos esses gastos.
É relevante também lembrar que conforme análise realizada, a célula de IPTO
mesmo sendo a menor célula da empresa em tamanho e em quantidade de produtos, em
questão de faturamento esta representa aproximadamente 10% do total da empresa. Isto
quer dizer que se a empresa focasse na redução de custos dos itens desta célula e em
um preço adequado de venda, esta poderia contribuir significativamente na formação do
lucro do período.
Como sugestão, entende-se que a empresa em questão deveria de alguma forma
tentar rever seus custos, não só da célula de IPTO, mas também em um futuro próximo,
fazer uma revisão de custos nas demais células da empresa para trabalhar com um
preço de venda de no mínimo 10% de lucro. Isso porque não basta chegar a um lucro
zero e não gerar prejuízo, para a sobrevivência de uma companhia é necessário ter
dinheiro para fazer a empresa andar, investir em novas tecnologias, investir em marketing
na busca de novos clientes, entre outros. De modo que essas variáveis ajudariam a
empresa a se manter competitiva no mercado e crescer ao longo dos anos.
Diante disso, entende-se que o estudo, além de contribuir no levantamento e
evidenciação dos custos dos produtos da célula de IPTO junto à empresa objeto deste
estudo de caso, também contribui academicamente, pois evidencia a importância de se
usar um método e um acompanhamento apropriado no cálculo de custo e na formação
de um preço de venda adequado, a fim de obter o lucro desejado ao final do período.
Bibliografia
ATZ, Fernando. Gestão e análise de custos. São Leopoldo: Unisinos, 2011. ISBN:
9788574314358.
BERNARDI, Luiz Antonio. Manual de formação de preços: políticas, estratégias e
fundamentos. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2010. ISBN: 9788522460786.
BIASIO, Roberto. Contabilidade de custos: para o exame de suficiência do CFC. São
Paulo: EDIPRO, 2012. ISBN: 9788572837866.
BORNIA, Antônio Cezar. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas.
3. Ed. São Paulo: Atlas, 2010. ISBN 9788522459582.
BRUNI, Adriano Leal. FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preços: com
aplicações na calculadora HP 12C e Excel. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2012. ISBN:
9788522474288.
CREPALDI, Silvio Aparecido. CREPALDI, Guilherme Simões. Contabilidade Gerencial:
teoria e prática. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2014. ISBN: 9788522490349.
FONTOURA, Fernando Batista Bandeira da. Gestão de custos: uma visão integradora e
prática dos métodos de custeio. São Paulo: Atlas, 2013. ISBN: 9788522483716.
GUERRA, Luciano. Manual de custos para o exame de suficiência. São Paulo: Atlas,
2014. ISBN: 9788522490691.
LEONE, George Sebastião Guerra. LEONE, Rodrigo José Guerra. Curso de
contabilidade de custos. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2010. ISBN: 9788522460816
MAHER, Michael. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São
Paulo: Atlas, 2001. 905 p. ISBN 9788522429806.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10. Ed. São Paulo: Atlas. 2010. ISBN:
9788522459407.
MARTINS, Eliseu. ROCHA, Welington. Métodos de custeio comparados: custos e
margens analisados sob diferentes perspectivas. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2015. ISBN:
9788522498307.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 3. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2011. ISBN: 9788576059646.
PAIM, Wilson Moisés. Custos e orçamento em serviços de hospitalidade: uma visão
operacional. 1. Ed. São Paulo: Érica. 2014. ISBN: 9788536513225.
SANTOS, José Luiz dos. SCHMIDT, Paulo. PINHEIRO, Paulo Roberto. NUNES, Marcelo
Santos. Manual de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2015. ISBN:
9788522495375.
SARDINHA, José Carlos. Formação de preço, uma abordagem prática por meio da
análise custo-volume-lucro. São Paulo: Atlas, 2013. ISBN: 9788522479603.
SILVA, Raimundo Nonato Souza. LINS, Luiz dos Santos. Gestão de Custos:
contabilidade, controle e análise. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2014. ISBN 9788522488353.
VICECONTI, Paulo. NEVES, Silvério das. Contabilidade de Custos. 11. Ed. São Paulo:
Saraiva, 2013.
Download