O ESTUDO DAS FUNCIONALIDADES DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO: UM ENFOQUE SOBRE A ÁREA DE SÃO CRISTÓVÃO E MARACANÃ Amanda Biondino Sardella¹ Kairo da Silva Santos² Pamela Marcia Ferreira Dionisio³ Paulo Márcio Leal de Menezes4 1 – Universidade Federal do Rio de Janeiro – Departamento de Geografia ([email protected]) 2 – Universidade Federal do Rio de Janeiro – Departamento de Geografia([email protected]) 3 – Universidade Federal do Rio de Janeiro – Departamento de Geografia ([email protected]) 4 – Universidade Federal do Rio de Janeiro – Departamento de Geografia ([email protected]) RESUMO A paisagem é um aspecto importante de uma cidade, que está sempre em movimento e mudança. O presente trabalho busca levantar as funcionalidades dos bairros de São Cristóvão e Maracanã, situados na cidade do Rio de Janeiro. Por ser uma área de estudo com um amplo processo histórico de ocupação e desenvolvimento, é importante apresentar as mudanças ocorridas para um melhor entendimento da dinâmica da cidade do Rio de Janeiro. Palavras-chave: funcionalidade, centralidade e periferia. INTRODUÇÃO O bairro de São Cristóvão foi uma região valorizada durante a ocupação da Família Real. E, ao longo da segunda metade do século XIX passou por um novo período de expansão. A criação do bonde e do trem foram os principais fatores que criaram uma nova distribuição espacial na cidade. Ademais, o uso do solo no bairro passou por modificações, sendo inicialmente comercial, depois se transformando em industrial e, posteriormente, voltou a ser uma área de interesse de moradias e empresas pela nova modernização do porto do Rio de Janeiro. Há uma mudança substancial no que tange a ocupação, como evidencia ABREU (, p. 128, 1997) dizendo que “As classes “nobres”, tomam a direção dos bairros servidos por bondes (em especial aqueles da Zona sul). Por outro lado, para o subúrbio passam a se deslocar os usos “sujos” e as classes menos privilegiadas.” O Maracanã, outro bairro elencado para este estudo, constituía-se numa área que tinha como principal função o Derby Club, que era palco do esporte elitizado Turfe, sendo habitado principalmente por uma classe elitizada da cidade. A sua identidade foi caracterizada fundamentalmente pelo Rio Maracanã e, apesar de sua importância, o bairro só teve sua criação oficializada em Julho de 1981 pela Secretaria Municipal de Urbanismo. METODOLOGIA Figura 1: Localização da área de estudo A localização da área de estudo é importante para que seja possível situar-se sobre a posição geográfica dos bairros em estudo, uma vez que a sua posição irá evidenciar e/ou determinar as funcionalidades exercidas pelos mesmos. O mapa foi feito através do arcgis, com a base extraída no site do IBGE. Além disso, foi utilizado mapas históricos para se fazer as comparações necessárias. O recorte temporal escolhido se deu pelo fato de, durante esse período, sofrer modificações nas funcionalidades dos bairros. RESULTADOS Figura 2: Planta da cidade do Rio de Janeiro de 1915 e 1928 Figura 3: imagem atual retirada do Google Earth Até o século XX, os bairros tiveram uma função periférica bem definida, onde apenas morava-se, sem nenhuma outra função de maior importância. Tempos depois, os bairros passam a exercer uma centralidade referente a Zona Norte da cidade, oferecendo serviços que antes tinham que ser procurados em outros bairros da cidade. Através das análises feitas, viu-se que o bairro de São Cristóvão vem sofrendo mudanças constantemente e foi perceptível uma estagnação em relação às modificações no bairro do Maracanã atualmente. O bairro manteve sua função esportiva com a criação do Estádio de Futebol Jornalista Mario Filho, após a derrubada da Favela do Esqueleto que vinha a ocupar o espaço do antigo Derby Club. Além disso, com a derrubada do Prado Junior Jockey Club, onde ruas foram criadas, aumentou-se a sua função de bairro residencial e foi possível observar a ocupação do Morro do Telégrafo. CONCLUSÃO A cartografia histórica aliada às geotecnologias permite que se faça uma melhor análise espacial das modificações ocorridas e que vem ocorrendo ao longo do tempo. Pode-se perceber que a cidade do Rio de Janeiro deixou de ser monocêntrica para tornar-se policêntrica. Desta forma, São Cristóvão e Maracanã assumem uma função de centralidade em relação à Zona Norte, a primeira sofrendo um processo de revitalização, ao modificar novamente a sua dinâmica espacial. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, Maurício de. Evolução Urbana do Rio de Janeiro. 3ª edição. Rio de Janeiro: IPLANRIO, 1997. CORREA, R. L. 1989. O espaço urbano. São Paulo: Atica. SANTOS, M. Por uma Geografia Nova. São Paulo: Hucitec, Edusp, 1978. TUAN, Y. E. 1980. Topofilia. São Paulo: DIFEL. FARIA, T.P. Configuração do espaço urbano da cidade de Campso dos Goytacazes, após 1950: novas centralidades, velhas estruturas. Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 março de 2005 – Universidade de São Paulo. Disponível em http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal10/Geografiasocioeconomica/Geografiae spacial/10.pdf http://portalgeo.rio.rj.gov.br/bairroscariocas http://armazemdedados.rio.rj.gov.br/arquivos