Universidade Anhembi Morumbi Curso de Rádio e Televisão Projeto Experimental Temas e variações: A sexualidade contemporânea e a metrópole. São Paulo, maio 2007 Universidade Anhembi Morumbi Curso de Rádio e Televisão Projeto Experimental Temas e variações: A sexualidade contemporânea e a metrópole. O presente trabalho é parte fundamental para a conclusão do curso de Rádio e Televisão sob orientação do Professor: Mauricio Monteiro. São Paulo, maio de 2007 2 Universidade Anhembi Morumbi Curso de Rádio e Televisão Projeto Experimental Temas e variações: A sexualidade contemporânea e a metrópole. Turma de RTV: COS – RT – CRP – MA8-C Alunos: Ademir Francisco Maíra Villamarin Ricardo Nóbrega Silvio Schiavon Soraya Daniele São Paulo, maio de 2007 3 Agradecimentos Agradecemos a Deus; Nossos pais pela oportunidade de estudo; Nossos professores pela paciência, tolerância e amor a profissão, Nossos colegas pelo apoio nesta dura empreitada; A esta instituição de ensino pela importância dada na formação do indivíduo. 4 Banca Examinadora 5 Resumo “ Temas e variações: A sexualidade contemporânea e a metrópole “ é um documentário que propõe observar o sentimento e a reação das pessoas em relação a sexualidade, sobre tudo a homossexualidade e suas formas de representação. A proposta do estudo apóia-se naquilo que seria a maior manifestação da homossexualidade, a parada gay brasileira, na cidade de São Paulo. Se faz necessário, entretanto, reforçar a idéia de que essa movimentação não será vista apenas como um elemento exótico, bizarro ou das tolerâncias, mas sobretudo como um rito de passagem, onde a aceitação pode ser momentânea ao circulo de articulações, inibidor. Em outras palavras, esse projeto trata de observar o significado da parada gay através dos dois pontos, o observador e o militante. Consiste ainda em discutir qual seria a visão que se tem no momento da manifestação e sobretudo, as reações posteriores que acarretam na aceitação da homoafetividade e na repulsa social. 6 Índice p. Resumo .................................................................................................................. Introdução 1 – Através dos .séculos......................................................................................... 1.1 – Parada Gay ............................................................................................. 1.2 - Sexualidade ............................................................................................ 1.3 - “ Estandartização “ x Carnavalização ..................................................... 1.4 - Casamento homossexual ....................................................................... 1.5 - O poder do dinheiro cor de rosa ............................................................... Formato ................................................................................................................... Publico Alvo ............................................................................................................. Recursos Operacionais e Financeiros .................................................................... Pautas ..................................................................................................................... Divisão de Funções ................................................................................................. Roteiro ..................................................................................................................... Orçamento................................................................................................................ Equipamentos........................................................................................................... Justificativa............................................................................................................... Objetivo.................................................................................................................... Autorização ............................................................................................................. Bibliografia ............................................................................................................. Anexos 6 8 10 14 18 19 22 24 25 26 27 28 29 30 31 32 34 35 36 37 7 Introdução Através dos séculos Quando aprendemos sobre a história do 1Império Romano não há como não ficarmos extasiados por sua magnitude e poder dos seus imperadores. A força advinda dos exércitos e a virilidade a flor da pela não combinam com a frase dita por um historiador inglês do século XVIII, Edward Gibbon “ dos quinze últimos imperadores romanos, apenas o imperador Cláudio não tinha tendências bissexuais ”. Para muitos pode até parecer estranho mas na antiguidade da história universal, a homossexualidade era comum e nunca tinha a conotação de obscenidade, muito embora não fosse o caso de alguns imperadores como Júlio César, Tibério e o famigerado Calígula. Era muito normal a maquiagem e exuberantes perfumes nos homens. Muitos se enfeitavam para inclusive se casarem, procedimento este advindo através dos anos pelos imperadores. As diversas formas de práticas sexuais eram muito comuns e exageradas no começo do sexo II, tanto que pelo excesso, alguns conselheiros, políticos e filósofos pregavam a abstinência sexual apoiados por médicos que diziam que a vida do romano poderia ser reduzida aos 25 anos de idade, alegando que os contatos corpóreos, as paixões desmedidas trariam a prisão da mente e dos sentidos. Assim era o Império Romano, cheio de histórias de seus imperadores e de suas práticas sexuais. Porém com a conversão de Constantino, o paganismo foi se fundindo a religião e as práticas sexuais comumente exploradas pelos romanos foram postas de lado e punidas com a morte se praticadas. A partir daí começa a perseguição dos homossexuais através dos séculos. _____________________ 1 – R, HUMBERTO. O amor entre iguais. São Paulo, Mythos, São Paulo 2004. p.25. 8 Com o advento cristão na metade do século IV, as mulheres haviam se tornado poderosas e com extremo prestígio em Roma. Com as novas regras de conduta sexual, os homens foram obrigados a deixar de lado a sua bissexualidade e assumir de vez a heterossexualidade, surgindo assim à valorização da virgindade segundo os preceitos da igreja e a mando de Deus. Trecho do livro Negro ou Livro da morte concebido pela Igreja Católica a mando do papa Gregório IX ( 1227-41 ) para ser utilizado nas inquisições “A tortura física sempre foi considerada o modo mais eficiente e salutar para se conduzir ao arrependimento espiritual. Por esse motivo, a escolha da forma mais adequada a tortura é deixada para o juiz da Inquisição, que determina de acordo com a idade, o sexo e a constituição do acusado ... Se, apesar de todos os métodos empregados, o desgraçado ainda nega sua culpa, ele deve ser considerado uma vítima do diabo e como tal não merece compaixão dos servidores de Deus, nem a piedade e indulgência da Santa Madre Igreja: ele é o filho da perdição. Que pereça entre os condenados”. – Extraído do livro O amor entre iguais de Humberto Rodrigues. Para aqueles então que não conseguiam viver sem as travessuras sexuais, aconselhava-se casar, tornando-se marido e mulher para sempre afim de não contrapor os conceitos divinos e abençoados por Deus. A supervalorização da virgindade veio a ser tabu por anos, sendo somente repensado recentemente depois da criação do anticoncepcional. Ao longo dos anos tudo muda e a sociedade também e quanto maior for a sociedade, maiores serão as mudanças. Contudo as regras para a sociedade somente serão analisadas pelas vantagens e desvantagens e com base nos novos preceitos sexuais, percebemos que essa mudança contribuiu para levar mais adiante ainda as práticas sexualmente proibidas à clandestinidade, o que provavelmente, fez com que os guetos fossem a única forma para a liberdade sexual. 9 Parada Gay Tudo começou no bairro gay de Nova Iorque chamado Greenwich Village, onde policiais faziam batidas, prisões ilegais e ataques violentos contra os gays afim de extorquir dinheiro. Na noite de 28 de junho de 1969 no bar Stonewall Inn um grupo que estava no bar se negou a pagar a propina entrando em confronto com os policiais usando cadeiras e garrafas como forma de arma. Os policiais acuados chamaram reforços mas por se tratar de um bairro predominantemente gay, todos se uniram contra os policiais com palavras de ordem e mais e mais gays juntavam-se ao protesto que se estendeu por várias ruas do bairro. O conflito durou três dias, marcando então a primeira resistência homossexual pública. No 2 Brasil, a primeira manifestação ocorreu em 1980 mediante as investidas criminosas da policia contra os homossexuais a mando do então delegado Richetti que intitulava a operação como limpeza social. Assim como no Stonewall Inn, os integrantes dos guetos gay, negro e feminista em São Paulo, se uniram formando um grupo em torno de 1000 pessoas que percorreram várias ruas do centro da cidade de São Paulo, hasteando faixas e cartazes em protesto pela falta de direitos e em solidariedade aos presos. A partir daí e com total referência aos fatos ocorridos no Stonewall Inn, nasce a primeira Parada do Orgulho Gay no Brasil em 1997, também no dia 28 de junho, levando as ruas 2000 pessoas, movidas ao som de um fraco auto-falante, instalado numa perua Kombi que partia de frente do prédio da Gazeta indo sentido Consolação. Desde então, a Parada do Orgulho Gay é realizada anualmente na avenida Paulista em São Paulo, sendo considerada o maior evento deste gênero no mundo, crescendo consideravelmente o número de 3participantes a cada ano, chegando em 2006 a marca de 3.000.000 de pessoas. _____________________ 2 – N. FERNANDO COSTA, F. ISADORA LINS, F. REGINA. Parada 10 anos do Orgulho GLBT em SP. São Paulo, Produtiva, São Paulo 2006. p.78. 3 – idem, ibidem. p.8-9. 10 Símbolo da parada, a bandeira do arco íris, pessoas e mais pessoas se divertem brincam como crianças, se descobrem, se beijam. A magia transpassada pelas cores da bandeira recai sobre os corpos desejados. Sob essa 4 marca criada pelos gays em 1979 contendo seis cores, vermelho que representa vida, laranja o poder, amarelo o sol, verde a natureza, azul a arte e violeta o espírito, em substituição ao triângulo cor de rosa, símbolo utilizado pelos nazistas para marcar os homossexuais nos campos de concentração, a harmonia pode ser vista a flor da pele. Provavelmente sejam os preceitos mitológicos da deusa Íris a influir através das cores. A escolha dessa marca se dá através da mitologia grega da deusa Íris, a deusa da beleza e da paixão sexual que dentre suas representações mostrava que a função do sentimento é uma constante variação entre os opostos, uma cuidadosa percepção das necessidades de uma situação específica com o objetivo de atingir sempre a harmonia, sendo assim a bandeira do arco íris que mostrar que nada pode ser discutido, nenhuma diferença pode ser apontada, sendo que o que prevalece mesmo é a harmonia. Realmente o Brasil é um país de muitos contrastes, pois além de ser o maior país católico do mundo, também é o que realiza a maior Parada Gay do planeta, que neste ano de 2007 completa 11 anos de existência. O protesto é mundialmente divulgado tanto que turistas de diversos países são atraídos pela alegria e exotismo da Parada Gay paulistana, movimentando de maneira expressiva a economia da cidade. Drag queens, gays lésbicas, homens com corpos esculpidos durante horas nas academias exibidos ao público em trajes de banho, em cima e em baixo de trios elétricos animam o público presente, mulheres e homens homossexuais não ficam constrangidos em trocar carícias afetivas com seu namorado ou namorada do mesmo sexo. Enquanto isso nas calçadas, heterossexuais assistem o desfile “ dessas pessoas sexualmente alternativas ”, aplaudem, cantam e dançam todos harmoniosamente, tornando o “ evento ” símbolo da tolerância, onde famílias levam seus filhos para que participem da maior festa gay do mundo. _____________________ 4 – R, HUMBERTO. O amor entre iguais. São Paulo, Mythos, São Paulo 2004. p.25. 11 No final do percurso, vários ativistas gays ou simplesmente simpatizantes dos homossexuais, realizam discursos contra o preconceito e a favor dos direitos dos homossexuais. O público aplaude, o espetáculo termina e aos poucos retornam para suas casas, igual quando o circo é desmontado. No dia seguinte, todos retomam suas atividades, muitos trabalham inclusive na mesma região onde é realizada a Parada, porém o clima amistoso entre hetero e homossexuais parece não ser mais o mesmo. Gays evitam demonstrar carícias em seus respectivos parceiros, por medo de retaliações da sociedade, a mesma que participava alegremente do maior evento Gay no mundo, pois essas retaliações não são raras, sendo que a cada dia jornais publicam algum caso novo de violência contra os homossexuais, que são violentamente agredidos e até mesmo assassinados em praça pública, como nos casos do amestrador de cães Edson Néris, morto na praça da República e o professor de filosofia Alessandro Faria Araújo que por muito pouco também não perde a vida sendo ambos os casos na cidade de São Paulo e nas regiões de maior fluxo gay. “ A orientação sexual de um indivíduo não pode servir de pretexto para a discriminação ou, pior, para agressões físicas, das quais os homossexuais ainda são frequentemente vítimas.” – Editorial da folha de S.Paulo. Democracia na avenida/2001 O que mais preocupa é o silêncio, obviamente os heterossexuais presentes durante a Parada do Orgulho Gay podem não ter relação direta com esses episódios, mas é comum observar que a aparente militância simplesmente deixa de existir em alguns, anteriormente intitulados “ S “ de simpatizantes por que o real significado desse dia ( Gays , Lésbicas e Simpatizantes ) parece perder a sua força frente a tanta violência que a cada dia ganha forças pela impunidade e a falta de direito comum. A moral constituída na sociedade brasileira é bastante discutida, pois em determinados momentos é adotada uma postura amoral diante de eventos como o Carnaval e a passeata do Orgulho Gay, pois passadas algumas horas do acontecimento o comportamento conservador torna-se redundante por toda a sociedade sendo facilmente percebido quando o assunto é a sexualidade. 12 Diante deste cenário, os homossexuais procuram diversas formas para serem aceitos e principalmente respeitados, sendo a parada gay um rito de passagem em busca desta aceitação e diferentemente de outros ritos de passagem o gay não atinge sua plenitude, pois não é visto como portador de sentimentos humanos na vista dos preconceituosos. 13 Sexualidade Nasce a discussão do que é sexualidade e por que esse termo cheio de tabus é ponto forte na maioria das culturas. Chegamos a conclusão de que sexualidade é a forma em que indivíduo seja ele homem ou mulher explora seus desejos e suas fantasias sexuais, sendo estes revelados de acordo com a sua cultura e vivência na sociedade, mitificando o que é certo ou errado a ser praticado pelo gênero ou ainda os atributos relacionados aos seres masculino e feminino. De acordo com a 5antropologia o conceito de sexo e sexualidade vem se aprimorando a milhões de anos, se adaptando biologicamente em todas as culturas, tornando-se elemento para códigos sociais e morais gerando paralelos e temas que passam da religião à arte e que podem ser vistos facilmente através dos tempos. Nas expressões africanas por exemplo, percebemos a supervalorização do sexo em vasos e esculturas assim como também nas telas de importantes pintores como: Bruegel e Van der Leyden em as “ Luxurias da carne e Lot e suas filhas “ respectivamente ou ainda numa estatueta do antigo Egito de uma mulher carregando um enorme pênis. Atualmente vemos essa supervalorização da sexualidade em forma corporal de homens e mulheres em seus diversos acessórios assim como na antiguidade sendo provavelmente a influência da própria cultura ou do outro a interferir na formação da sexualidade. Levando em consideração o referencial do gênero, surgem as técnicas de relação sexual ou ainda formas para o coito que está diretamente ligado ao fator sócio-moral sendo o fetiche o maior fator propulsor para o ato. Segundo o dicionário Aurélio, fetiche é o objeto que se atribui poder sobrenatural ou mágico, sendo este animado ou não, feito pelo homem ou ainda o que se cultua. Já segundo o dicionário Larrouse, a palavra é de origem francesa e se refere a fabricação de um artefato ou trabalho que dá referência a “ signos “. A palavra fetiche também tem em sua variação a conotação de feitiço. _____________________ 5 – G, EDGAR. Práticas Sexuais - A história da sexualidade humana. São Paulo, Livraria Roca Ltda, Botucatu 1983. p.01-70. 14 Já a 6psicanálise intitula o Fetiche ao ato de atribuir valores simbólicos em determinados objetos que é considerado uma atitude geradora de desejo ou ainda prévia sexual sendo muitas vezes mais valorizados que o ato sexual em si. O Fetiche assim como o conhecemos, teve o seu significado a partir do pensador francês Alfred Binet, que foi o primeiro a utilizar a palavra da maneira como a entendemos, sendo referenciado em 1987 num dos seus artigos “ Lê Fetichismo dans Lámour “ ( O Fetichismo no amor ) Afim de melhor explicitar as nuances sexuais e o envolvimento fetichista em cada indivíduo, seguiremos as pesquisas do antropólogo 7Luiz Mott em seu texto sobre a sexualidade humana que relata desde os primórdios a relação homem-sexosexualidade, dividindo o sexo em 6 pontos fundamentais para formação do caráter sexual do indivíduo. Estas divisões são tituladas da seguinte forma: • Sexo genético – é aquele recebido pelos cromossomas XX e XY; • Sexo gonodal – é a composição hormonal característica do gênero, ou seja testosterona para homens e progesterona para mulheres; • Sexo anatômico – a formação determinante na genitalha; • Sexo psicológico – conhecido como identidade sexual, ou ainda é a forma como cada individuo percebe e reconhece sua própria condição existencial enquanto pertence ao universo masculino e feminino; • Sexo social: também chamado de “ papel de gênero “ é a forma específica como a pessoa representa a personagem a ele incumbida de acordo com cada cultura através do processo de socialização. • Sexo erótico: referido como “ orientação sexual “, ou seja o objeto do desejo em que o ser humano direciona a sua libido, alternando entre homossexual, heterossexual, e bissexual. _____________________ 6 -R. RAPPAPORT, CLARA. Temas Básicos de Psicologia – Teorias da Personalidade em Freud, Reich e Jung – São Paulo, Pedagógica e Universitária Ltda – São Paulo, 2001, p. 90 7 - M, LUIZ. Teoria Antropológica e Sexualidade Humana – Bahia, Mundo do Saber – Salvador, 1999, p. 24-37. 15 Uma das mais 8antigas referências históricas que se tem noticia sobre as nuances sexuais pode ser encontrada na mitologia grega clássica onde a deusa Vênus Castina se preocupa e simpatiza com os anseios de almas femininas presas em corpos masculinos. Como exemplo disso podemos citar os transexuais Roberta Close e o escritor Inglês 9James Morris que depois de anos de brigas e desafios, decidiram fazer cirurgia corretiva para troca do gênero, sendo inclusive o procedimento avalizado e custeado pelo Sistema de Saúde brasileiro, o INSS. Ainda sob os conceito de Mott, o sistema de gênero é definido como um conjunto de arranjos pelos quais a sociedade transforma o sexo biológico em produtos psico-sociais diferenciados, tendo como referencial do gênero: • - identidade do gênero; • - papel sexual • - papel do gênero • - escolha do objeto sexual • - identidade sexual Daí nos apropriamos das experiências e relatos das alunas de jornalismo da universidade Metodista de São Paulo em seu primoroso projeto experimental de conclusão de curso intitulado Rainhas e Dragões que trata do universo das Drag Queens. Os indícios das 10 Drag Queen no Brasil segundo os comentários de Rainhas e Dragões é que chegaram com a caravana de Dom João VI e a cultura cristã do século XIII que jamais admitia mulheres por sobre os palcos em representações teatrais, alías nem o homens brancos estavam autorizados, pela feminilidade dos personagens sendo restrito então aos negros e mulatos escravos. De acordo com João Silvério Trevisan, realizador de extensas pesquisas sobre os hábitos homossexuais no Brasil colônia, os homens que faziam esse papel no teatro eram tão bons que se profissionalizaram, recebendo então o título de atores, imitadores do “ belo sexo “. _____________________ 8 - M, LUIZ. Teoria Antropológica e Sexualidade Humana – Bahia, Mundo do Saber – Salvador, 1999, p. 39. 9 – G, EDGAR. Práticas Sexuais – A história da sexualidade humana - São Paulo, Livraria Roca Ltda, Botucatu, 1983. p. 71 10 – P, AMANDA; S, ROSANA VILLAR DE. Rainhas e Dragões – Uma viagem pelo universo Drag de São Paulo, 2006. p.18-19. 16 Ainda segundo Trevisan, esse costume teatral tomou dois caminhos distintos: Um voltado totalmente para o lúdico e aos dias de folia carnalavesca, o outro para os palcos teatrais dos guetos gays onde os travestis reinavam absolutos pelos seus admiradores até meados da década de 60. Nesse momento, aconteceu uma virada do cenário Cross Dresser, que entendia toda a espécie, que de alguma maneira, mudava a aparência do seu sexo original, em parte pelo aumento da tolerância, mesmo que embora muito pequena. “ Quando comecei, um pouco depois elas, as primeiras Drags de São Paulo, isso já existia há pelo menos dez anos. A idéia era um homem se vestir de mulher e se parecer o mais possível como uma. – Nesse cenário glamuroso e de ruas úmidas de sereno noturno, gente agitada a noite toda e intensa produção cultural, as Drags fizeram o seu lar”. – Kaká Di Polly, Drag Queen – Rainha e Dragões – Uma viagem pelo universo Drag de São Paulo. Em total concordância com divisão feita por Trevisan, percebemos a importância da tolerância e respeito pela identidade do indivíduo conforme as menções de Mott, isso por que o personagem de Drag Queen pode ser interpretado por qualquer tipo de homem, seja ela gay ou não, restando o diferencial de que ele o artista leva uma vida “normal” quando não paramentado, e não tendo esses conceitos por base, ficam as travestis mais expostas a agressões, o que nas estatísticas, são as que têm morte mais violenta pelo simples fato de não poderem tirar a máscara. 17 “Estandartização” x Carnavalização A Parada Gay de São Paulo, a princípio, é a uma manifestação de igualdade social entre homossexuais e heterossexuais, porém, com o passar dos anos o viés político foi sendo inundado pelo espírito "festeiro", tão comum no Brasil. Essa abundância de festividades distancia o evento de seu papel fundamental: a expressão de uma parte da sociedade que procura demonstrar de forma politizada seu papel como cidadão, porém sem segregar nem marginalizar. A importância de uma manifestação dessa, que hoje está em sua décima primeira edição, é enorme pelo seu papel social, pela extensa cobertura da mídia, pelo fato de ser um evento que mobiliza uma multidão e pela localização (a Av. Paulista, onde o evento é celebrado, num dos maiores pólos empresariais, educacionais, culturais e está rodeada de emissoras de televisão e rádio, facilitando o acesso da imprensa). É nesse exato ponto onde opiniões se divergem, com a constante inserção de elementos carnavalescos (trios elétricos, carros alegóricos, fantasias) o caráter do evento muda de foco e facilmente cai na cilada de ser transmitida na mídia uma visão diferente do intuito inicial. Essa visão deturpada coloca os homossexuais como uma seção da sociedade não-vinculada com a politização da luta pela “estandartização” das opções sexuais, e se torna motivo de piadas em programas humorísticos quando personagens caricatos são retratados como porta-vozes dos participantes do evento. Esse erro é de grande relevância para todos os envolvidos, pois, uma vez veiculado dessa forma em um grande meio de comunicação, torna-se facilmente solidificado no senso comum do telespectador mediano, porém, definir o limite, tênue de onde deve terminar a festa e começar a manifestação vai muito além da quantidade de trios elétricos na avenida. É preciso desde o início que os organizadores sejam claros em sua mensagem, e que os participantes, sejam eles homo ou heterossexuais, saibam que a sua participação individual endossa uma idéia a ser defendida, cabendo aos organizadores definir onde acaba o estandarte da causa gay e começa o carnaval. 18 Casamento Homossexual Ao longo da história vimos que a intolerância sexual ignora as singularidades, mesmo quando essas são exercidas com o consentimento mútuo entre adultos, sem constrangimentos físicos ou psicológicos, como acontece nas relações e variações homossexuais. Somente estando muito próximos dos homossexuais é que podemos ter uma ínfima noção do dia a dia desses excluídos no Brasil, um país de critério religioso conservador e opressor além de preconceituoso. A maior parte do mundo ocidental, não olha mais os homossexuais como doentes ou criminosos, mas paradoxalmente não há nenhum estatuto que assegure plenamente assegurado seus direitos e uma das explicações é que pessoas com este tipo de comportamento subvertem as leis de Deus. Afim de conquistar a igualdade e o direito a todos, os ativistas gays continuam a lutar pelo fim do preconceito, e pelo respeito em relação a seus direitos civis. A luta referente aos direitos civis dos homossexuais já existe a muitos anos na maioria dos países, pelo fato dos homossexuais não serem amparados por lei. Desde o 11 final da década de 60 a questão do reconhecimento social e jurídico em relação aos relacionamentos homossexuais, vem ganhando espaço político no mundo ocidental, mas somente no final da década de 80 é que se passa a ter uma visibilidade social maior. A forte influência negativa das igrejas e dos conservadores em relação ao assunto consegue - se é que seja possível -, transformar o preconceito ainda maior. Mesmo com todos os contras, também é possível notar que as famílias de um modo geral vêm sofrendo mudanças no Brasil e no mundo, e é neste aspecto que a luta dos homossexuais pelo fim do preconceito e pelo reconhecimento social em relação a seus parceiros amorosos, apontam para um questionamento sobre os fundamentos estruturadores do ideário de família conjugal. _____________________ 11 - MELLO, LUIZ. Novas famílias. Conjugalidade homossexual no Brasil contemporâneo – Rio de Janeiro, Garamond - Rio de Janeiro, 2005, p. 26-70. 19 No Brasil até a metade da década de 1990, as reivindicações dos homossexuais eram em relação à proibição e a discriminação pela orientação sexual e não pelos direitos civis. Em 1994, por exemplo, o então candidato a presidência da república Luiz Inácio Lula da Silva possuía em sua proposta do programa de governo, muitas idéias referente ao amparo legal às uniões homossexuais, mas devido às reações negativas, principalmente da igreja católica com o argumento que tais idéias jamais poderiam ser aprovadas pelo Poder Executivo, devendo passar pelo Congresso Nacional, o PT reconheceu o equívoco de “campanha” e retirou qualquer referência beneficiária aos homossexuais em seu programa presidencial de governo. No entanto no mesmo período de campanha política, outros defendiam os direitos gays, sem serem homossexuais, sendo conhecidos como “bancada gay”, formada então pelos deputados Fernando Gabeira, Marta Suplicy, Telma de Souza e José Fortunati. A idéia dessa bancada era legalizar o que já existia, ou seja, deixar de fingir que não existiam homossexuais e garantir assim os direitos civis em casos como o falecimento do companheiro ou companheira por exemplo, primando por assegurar os direitos ao planos de saúdes privados, direito a herança, entre outros. Mesmo assim, algumas questões como a adoção de crianças por casais homossexuais não fazia parte das pautas, até mesmo porque a sociedade não estava preparada, pois segundo Marta Suplicy, não era possível saber como as crianças criadas por casais gays seriam recebidas pela sociedade, muito embora tivessem a oportunidade de terem uma boa educação devido ao fator sócio econômico em muitos casos. Essa falta de discussão fez com que fosse descaracterizado o título de casal homossexual como unidade familiar. Só no final da década de 90, o Congresso Nacional assim como toda a sociedade brasileira reconheceu a existência de casais homossexuais, fazendo com que novamente a repercussão dos conservadores viesse à tona, onde se alegava imoralidade e falência da família brasileira, porém o mesmo período ficou definitivamente marcado pelos homossexuais, tanto nas ruas como na política nacional, dado ao fato do primeiro movimento iniciado em São Paulo, que deu início a primeira passeata do Orgulho Gay no Brasil. 20 Mas mesmo apesar de todo esse reconhecimento e da mídia falar sobre as canções de Renato Russo em seu álbum Equilíbrio Distante, de Maddona expor em seus clips sua bissexualidade, da cantora Cássia Eller falar abertamente sobre o seu relacionamento com Maria Eugênia e ficar grávida afim de realmente estabelecer uma família completa, desde 1995 tramita no Congresso Nacional o Projeto de Parceria Civil entre pessoas do mesmo sexo, intitulado Projeto de Lei nº 1.151 quem tem por objetivo garantir sob forma de lei os direitos do homossexual em saúde, moradia, bens e consumo em igualdade de partilha assim como os heterossexuais têm ao se casarem que infelizmente não sai do papel. Isso se deve a vários fatores, entre eles está o mais clássico de todos que é a discriminação que os homossexuais sempre enfrentam que é sempre de uma forma velada e com justificativas que tentam ser legítimas mas que na realidade não passam de puro e total preconceito. Entre eles está a argumentação de inconstitucionalidade da união entre pessoas do mesmo sexo, a visão estereotipada dos homossexuais dado a exuberância de comportamento e vestimenta de alguns e ainda de eles levam uma vida totalmente promíscua levando assim a uma instabilidade sexual e emocional. 21 O Poder do Dinheiro Rosa Tivemos recentemente em São Paulo a 10ª edição da Parada do Orgulho Gay, que já é a maior do mundo em número de participantes, além de ser o principal evento da cidade, deixando para trás até o milionário circo da Fórmula 1, segundo a São Paulo Turismo (SPTuris), órgão oficial de turismo da capital paulista. Cerca de três milhões de pessoas compareceram na av. Paulista, ponto de partida da parada, entre elas gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e simpatizantes. A parada atrai ainda cerca de 600 mil turistas que vêm para participar da manifestação, fazer compras e se divertir nos bares, restaurantes e casas noturnas paulistanas. Essas pessoas, ao contrário do que é divulgado pela mídia, não vêm apenas para participar da parada, elas vêm geralmente uma semana antes e permanecem na cidade até o final do evento, o que obviamente gera uma renda extra para a cidade. Fora transporte e hospedagem, gastam no comércio local de 180 a 200 milhões de reais o que não é nada pouco para a cidade. Segundo o IBGE, 10% da população do Brasil é homossexual e pela visão corporativa, são 18 milhões de consumidores com potencial e dispostos a gastar o dinheiro que têm, já que segundo o mesmo órgão, os gays gastam 30% mais que os heterossexuais. É sabido que os gays têm um nível de escolaridade bem acima da média da população sendo que 57% têm ensino superior e 83% pertencem às classes A e B. Com base nesses dados, as empresas estão “acordando” para um nicho comercial pouco explorado até então, e dando maior atenção a esse público, apostando no chamado “Dinheiro Rosa” e percebendo que já era hora de quebrar o tabu existente com relação aos homossexuais. Um grande exemplo dessa quebra de tabu é a IBM, multinacional da área de informática que estuda a possibilidade de abrir uma gerência de vendas exclusiva para lidar com consumidores gays, "já existem quatro gerências dessas nos Estados 22 Unidos", diz Eleonora Campi, gerente de vendas para América Latina e presidente do Comitê de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (GLBT) da IBM. O comitê é formado por funcionários e sua função é promover a diversidade dentro da empresa tendo como objetivo a inovação. “ É importante ter a diversidade dentro da companhia, pois assim temos diferentes visões sobre um mesmo tema ", diz Eleonora. É isso, segundo ela, que favorece a inovação. É sobre esse aspecto que se torna tão importante à aprovação do Projeto de Lei de Parceria Civil entre pessoas do mesmo sexo. Um grupo social que tem tanto poder econômico não pode ficar sem uma regulamentação sobre esse poder, porém, parece que quando se trata de romper barreiras, preconceitos e tabus, o dinheiro rosa parece perder força, ele está inserido em um mundo paralelo ao das legislações e isso não pode mais ser negado. O fato é que, fazendo uma análise dessa questão do dinheiro rosa, percebemos que de certa forma, ele se institui como uma espécie de “proteção” contra o preconceito, já que o comércio e outros tipos de instituições econômicas estão tendo que tomar atitudes com relação ao tratamento que é dado aos homossexuais para poderem usufruir desse dinheiro que, diante das estatísticas apresentadas, se mostra um filão muito interessante a ainda ser explorado. Dois dos maiores hotéis de luxo da cidade podem ser usados como exemplo disso, pois de olho no aumento de hospedagem que acontece na época da Parada Gay, eles estão oferecendo cursos aos seus funcionários de como lidar de forma adequada a situações que fogem da rotina como atender a um casal de namorados gays, por exemplo. Com base num discurso supostamente liberal e politicamente correto, que é a aceitação da diversidade, as empresas estão abocanhando a capacidade de consumo que essa parcela da população, antes ignorada, tem a oferecer e isso de maneira nenhuma incomoda aos homossexuais, pelo contrário, eles, assim como está acontecendo com os negros, por exemplo, finalmente estão se sentindo reconhecidos e valorizados, mesmo que seja por questões meramente econômicas. Isso dá um fôlego a mais para que a luta pela concretização da Lei de Parceria Civil siga adiante. 23 Formato Decidimos por elaborar um produto audiovisual em documentário televisivo, inclusive por uma melhor exposição. Trataremos então da disparidade entre os gêneros partindo de um personagem central afim de referenciar as abordagens do tema. 24 Público Alvo Adultos e jovens a partir dos 16 anos de idade, sem padrão de renda familiar definido, pois o projeto quer abranger todo o público homo e heterossexual de acordo com a faixa etária estipulada. Sabemos que, no caso de um documentário, a veiculação fica um pouco mais restrita às classes A, B e, pequena parte da classe C (só os mais interessados). Infelizmente temos consciência de que não conseguiremos divulgar nosso projeto para todos, mas que fique clara a nossa vontade de difundir e expor ao máximo nossa visão documental da situação abordada. 25 Recursos Operacionais O documentário contará com a estrutura de profissionais qualificados e capacitados a assumirem as seguintes funções: Roteirista Diretor Produtor Assistente de produção Operador de Câmera Operador de Áudio Editor 26 Pautas - Quando você descobriu que era homossexual? Você aceitou bem e sua família, como reagiu? - Você sofreu algum tipo de preconceito? Qual? - Como é sua relação social com os heterossexuais? Eles respeitam sua opção? - E com os homossexuais? Você se mantém em algum tipo de grupo? - Você defende a causa gay e se interessa pelos movimentos e manifestações? - Você freqüenta ou já freqüentou a Parada Gay e qual o seu interesse nela? - Você acha que a Parada Gay é uma manifestação importante para seu público gay ou você acredita que aqui no Brasil, ela já tenha se tornado mais um evento de confraternização e/ou bagunça e está perdendo o seu foco pela amplitude que atingiu ? 27 Divisão das funções Roteiro: Ademir, Maíra, Ricardo Direção: Ademir Produção: Ricardo Nóbrega Assistente de produção: Ricardo e Soraya Edição: Silvio e Soraya Pesquisa: Ademir, Maíra, Ricardo, Silvio, Soraya Operador de câmera: Grupo Operador de áudio: Grupo 28 Roteiro Por se tratar de um documentário não existe a pré concepção de um roteiro. 29 Orçamento Transporte 50,00 Alimentação 70,00 Disco de mídias 40,00 Material Gráfico 80,00 Capa de DVD 15,00 Etiqueta de DVD 30,00 Impressões 35,00 Total 320,00 30 Equipamentos 3 Microfones de lapela 2 Câmeras pd ou mini dv 4 fitas dv cam ou mini dv (depende da câmera utilizada) Sun Gun + cinturão de baterias 1 Monitor 31 Justificativa A falta de apoio e a indiferença sofridas pelos homossexuais, faz com que o medo e o desânimo se instalem nesses indivíduos. A vergonha obriga o jovem a se recolher, sentir-se desapoiado e o leva a se culpar por suas escolhas e atitudes. Essa exclusão resulta, muitas vezes, no abandono dos estudos e na sua possível opção pelo mundo do tráfico e da prostituição. Através de uma peça audiovisual, procuramos abordar o lado humano dessas pessoas, cuja opção sexual se vê transformada, na maioria das vezes, num motivo de reportagens e matérias sensacionalistas por parte da mídia em geral. Podemos constatar nos programas humorísticos, comerciais, e mesmo em programas supostamente sérios, um certo viés preconceituoso – quando não de zombaria e deboche – ao mostrar alguém cuja sexualidade não se insere nos padrões ditos “normais” pela sociedade. Como é comum na sociedade, tudo aquilo que não corresponde aos preceitos considerados “aceitáveis”, seja pela sociedade civil, política ou eclesiástica, costuma ser execrado e condenado, muitas vezes, sem ao menos uma razão plausível. Isso gera um preconceito descabido e que deságua em manifestações agressivas explícitas ou veladas por parte de grupos radicais, como os skinheads, os neonazistas, e das pessoas que se dizem politicamente corretas, mas que, em determinadas situações sociais não se furtam a rir ou divulgar uma piada debochando de gays. A mídia tem uma enorme importância social, pois tanto pode fomentar um preconceito como ajudar a mitigá-lo, tudo vai depender do enfoque da abordagem. Na qualidade de profissionais da mídia, consideramos de vital importância lutar para que essas visões deturpadas não prevaleçam sobre posturas mais corretas e socialmente aceitáveis em função de uma suposta audiência ou da exteriorização de sentimentos obscuros e condenáveis por parte de certos profissionais que, em nome da carreira abraçada por opção, deveriam, acima de 32 tudo, ter a capacidade e o discernimento necessário para evitar manifestar todo e qualquer tipo de preconceito seja ele de cunho religioso, racial ou sexual. 33 Objetivo Pretendemos através deste trabalho desenvolver um documentário que mostre a igualdade entre o homo e o heterossexual e a visão de cada um. O grupo tentará acompanhar as características comportamentais dos homossexuais, a distorção de valores e o preconceito que se formou ao longo dos séculos. Dessa forma, buscaremos compreender e mostrar o cotidiano de alguns jovens gays que se deparam diariamente com o preconceito e a discriminação e lutam pelos seus direitos e pelo respeito por parte da sociedade. Nossa proposta buscará acompanhar o dia-a-dia de um homossexual, apresentando sua rotina de vida, estudos e trabalho. A intenção é mostrar para a sociedade que esses jovens levam uma vida honesta e normal como qualquer outro e merecem ser respeitados. Nosso principal objetivo é construir um documentário que exiba a vida desse jovem gay complementado por depoimentos de pessoas envolvidas direta ou indiretamente com as diversas áreas citadas neste trabalho, a saber, experiências de outros jovens gays, depoimentos de profissionais envolvidos na parada gay ou em ONGs de apoio aos homossexuais, bem como outros aspectos vinculados a esse universo. Temos consciência de que o nosso trabalho constata apenas uma realidade muito difundida no nosso país devido às suas raízes coloniais e ao caráter machista dos latinos em geral e que muito precisará ser feito para erradicar de vez – principalmente da mídia – esse caráter tendencioso e abominável refletido por todo o tipo de manifestação preconceituosa. 34 Autorização TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM E VOZ Pelo presente instrumento eu, _________________________________________. ( nome completo ) ________________ , ____________________, ___________________________, ( nacionalidade ) ( estado civil ) ( profissão ) portador(a) da Cédula de Identidade RG nº. ___________________________ e inscrito(a) no CPF/MF sob o nº. ____________________________, autorizo a Zepelin Produções, sediada à _________________________________________ ( endereço ) Inscrita no CNPJ/MF 12.345.678/0001-10, a usar, reproduzir e exibir no Brasil e/ou no exterior, minha imagem e voz, captadas em vídeo, fotografia ou outros meios materiais aptos à reprodução, sem limites de cópias, podendo a Zepelin Produções editá-las, alterá-las, adaptá-las a seu exclusivo critério, sincronizá-las com músicas ou outros sons e fixá-las em qualquer outro suporte material apto à reprodução, tais como DVD, CD-Rom, DVD-Audio, Super Áudio CD etc. A presente autorização é conferida por prazo indeterminado e a título gratuito, definitivo, irrevogável e irretratável, abrangendo o uso, a reprodução e a exibição da imagem e voz acima mencionadas em todos os veículos de comunicação existentes, nada podendo se reclamado em pagamento ou em autorização a qualquer título, obrigando-o por si e por seus herdeiros. São Paulo, de de 2006. _______________________________________ ( Assinatura ) 35 Bibliografia ALMEIDA, V. de; RIOS, L. F.; PARKER, R. [Orgs.]. Ritos e ditos de jovens gays. Rio de Janeiro: ABIA, 2002. p. 1-84. Brasil sem Homofobia. Manual de combate à violência e à discriminação contra GLBT e de promoção da cidadania homossexual – Presidência da República – Secretaria Especial dos Direitos Humanos Grupo Arco Íris de Conscientização Homossexual do Rio de janeiro – Pesquisa da 8ª parada Gay do Rio de Janeiro, 2006. p.1-27 H, RODRIGUES. O amor entre iguais. São Paulo, Mythos, São Paulo 2004. p. 11231 LUIZ MOTT. [online] Disponível http://br.geocities.com/luizmottbr/artigos05.html na internet: M, LUIZ. Teoria Antropológica e Sexualidade Humana – Bahia, Mundo do Saber – Salvador, 1999, p. 24-37. N. FERNANDO COSTA, F. ISADORA LINS, F. REGINA. Parada 10 anos do Orgulho GLBT em SP. São Paulo, Produtiva, São Paulo 2006. p1-88. P, AMANDA; S, ROSANA VILLAR DE. Projeto experimental de conclusão de curso da universidade Metodista de São Paulo – Curso de jornalismo, turma de 2006 R. RAPPAPORT, CLARA. Temas Básicos de Psicologia – Teorias da Personalidade em Freud, Reich e Jung – São Paulo, Pedagógica e Universitária Ltda – São Paulo, 2001, p. 90 STIC. Piso salarial dos profissional de audiovisual [online]. Disponível na internet: http://www.stic.com.br/home.asp?ver+pisosalarial&id=748&pisosalarial=1 S, SUPLICY. Sexo para adolescentes. São Paulo, FTD, São Paulo 1988, p. 112116 36