376\377\000P\000r\000o\000j\000e\000t\000o\000 \000E\000x

Propaganda
Universidade Anhembi Morumbi
Curso de Rádio e Televisão
Projeto Experimental
Temas e variações: A
sexualidade contemporânea e a
metrópole.
São Paulo, maio 2007
Universidade Anhembi Morumbi
Curso de Rádio e Televisão
Projeto Experimental
Temas e variações: A
sexualidade contemporânea e a
metrópole.
O presente trabalho é parte fundamental para
a conclusão do curso de Rádio e Televisão
sob orientação do Professor: Mauricio
Monteiro.
São Paulo, maio de 2007
2
Universidade Anhembi Morumbi
Curso de Rádio e Televisão
Projeto Experimental
Temas e variações: A
sexualidade contemporânea e a
metrópole.
Turma de RTV: COS – RT – CRP – MA8-C
Alunos:
Ademir Francisco
Maíra Villamarin
Ricardo Nóbrega
Silvio Schiavon
Soraya Daniele
São Paulo, maio de 2007
3
Agradecimentos
Agradecemos a Deus;
Nossos pais pela oportunidade de estudo;
Nossos professores pela paciência, tolerância e amor a profissão,
Nossos colegas pelo apoio nesta dura empreitada;
A esta instituição de ensino pela importância dada na formação do indivíduo.
4
Banca Examinadora
5
Resumo
“ Temas e variações: A sexualidade contemporânea e a metrópole “ é um
documentário que propõe observar o sentimento e a reação das pessoas em relação
a sexualidade, sobre tudo a homossexualidade e suas formas de representação.
A proposta do estudo apóia-se naquilo que seria a maior manifestação da
homossexualidade, a parada gay brasileira, na cidade de São Paulo.
Se faz necessário, entretanto, reforçar a idéia de que essa movimentação
não será vista apenas como um elemento exótico, bizarro ou das tolerâncias, mas
sobretudo como um rito de passagem, onde a aceitação pode ser momentânea ao
circulo de articulações, inibidor.
Em outras palavras, esse projeto trata de observar o significado da parada
gay através dos dois pontos, o observador e o militante.
Consiste ainda em discutir qual seria a visão que se tem no momento da
manifestação e sobretudo, as reações posteriores que acarretam na aceitação da
homoafetividade e na repulsa social.
6
Índice
p.
Resumo ..................................................................................................................
Introdução
1 – Através dos .séculos.........................................................................................
1.1 – Parada Gay .............................................................................................
1.2 - Sexualidade ............................................................................................
1.3 - “ Estandartização “ x Carnavalização .....................................................
1.4 - Casamento homossexual .......................................................................
1.5 - O poder do dinheiro cor de rosa ...............................................................
Formato ...................................................................................................................
Publico Alvo .............................................................................................................
Recursos Operacionais e Financeiros ....................................................................
Pautas .....................................................................................................................
Divisão de Funções .................................................................................................
Roteiro .....................................................................................................................
Orçamento................................................................................................................
Equipamentos...........................................................................................................
Justificativa...............................................................................................................
Objetivo....................................................................................................................
Autorização .............................................................................................................
Bibliografia .............................................................................................................
Anexos
6
8
10
14
18
19
22
24
25
26
27
28
29
30
31
32
34
35
36
37
7
Introdução
Através dos séculos
Quando aprendemos sobre a história do 1Império Romano não há como
não ficarmos extasiados por sua magnitude e poder dos seus imperadores.
A força advinda dos exércitos e a virilidade a flor da pela não combinam
com a frase dita por um historiador inglês do século XVIII, Edward Gibbon “ dos
quinze últimos imperadores romanos, apenas o imperador Cláudio não tinha
tendências bissexuais ”.
Para muitos pode até parecer estranho mas na antiguidade da história
universal, a homossexualidade era comum e nunca tinha a conotação de
obscenidade, muito embora não fosse o caso de alguns imperadores como Júlio
César, Tibério e o famigerado Calígula.
Era muito normal a maquiagem e exuberantes perfumes nos homens.
Muitos se enfeitavam para inclusive se casarem, procedimento este
advindo através dos anos pelos imperadores.
As diversas formas de práticas sexuais eram muito comuns e exageradas
no começo do sexo II, tanto que pelo excesso, alguns conselheiros, políticos e
filósofos pregavam a abstinência sexual apoiados por médicos que diziam que a
vida do romano poderia ser reduzida aos 25 anos de idade, alegando que os
contatos corpóreos, as paixões desmedidas trariam a prisão da mente e dos
sentidos.
Assim era o Império Romano, cheio de histórias de seus imperadores e de
suas práticas sexuais. Porém com a conversão de Constantino, o paganismo foi se
fundindo a religião e as práticas sexuais comumente exploradas pelos romanos
foram postas de lado e punidas com a morte se praticadas. A partir daí começa a
perseguição dos homossexuais através dos séculos.
_____________________
1 – R, HUMBERTO. O amor entre iguais. São Paulo, Mythos, São Paulo 2004. p.25.
8
Com o advento cristão na metade do século IV, as mulheres haviam se
tornado poderosas e com extremo prestígio em Roma.
Com as novas regras de conduta sexual, os homens foram obrigados a
deixar de lado a sua bissexualidade e assumir de vez a heterossexualidade,
surgindo assim à valorização da virgindade segundo os preceitos da igreja e a
mando de Deus.
Trecho do livro Negro ou Livro da morte concebido
pela Igreja Católica a mando do papa Gregório IX
( 1227-41 ) para ser utilizado nas inquisições
“A tortura física sempre foi considerada o modo mais
eficiente e salutar para se conduzir ao arrependimento
espiritual. Por esse motivo, a escolha da forma mais
adequada a tortura é deixada para o juiz da Inquisição,
que determina de acordo com a idade, o sexo e a
constituição do acusado ... Se, apesar de todos os
métodos empregados, o desgraçado ainda nega sua
culpa, ele deve ser considerado uma vítima do diabo e
como tal não merece compaixão dos servidores de
Deus, nem a piedade e indulgência da Santa Madre
Igreja: ele é o filho da perdição. Que pereça entre os
condenados”. – Extraído do livro O amor entre iguais
de Humberto Rodrigues.
Para aqueles então que não conseguiam viver sem as travessuras
sexuais, aconselhava-se casar, tornando-se marido e mulher para sempre afim de
não contrapor os conceitos divinos e abençoados por Deus.
A supervalorização da virgindade veio a ser tabu por anos, sendo somente
repensado recentemente depois da criação do anticoncepcional.
Ao longo dos anos tudo muda e a sociedade também e quanto maior for a
sociedade, maiores serão as mudanças. Contudo as regras para a sociedade
somente serão analisadas pelas vantagens e desvantagens e com base nos novos
preceitos sexuais, percebemos que essa mudança contribuiu para levar mais adiante
ainda as práticas sexualmente proibidas à clandestinidade, o que provavelmente, fez
com que os guetos fossem a única forma para a liberdade sexual.
9
Parada Gay
Tudo começou no bairro gay de Nova Iorque chamado Greenwich Village,
onde policiais faziam batidas, prisões ilegais e ataques violentos contra os gays afim
de extorquir dinheiro.
Na noite de 28 de junho de 1969 no bar Stonewall Inn um grupo que
estava no bar se negou a pagar a propina entrando em confronto com os policiais
usando cadeiras e garrafas como forma de arma.
Os policiais acuados chamaram reforços mas por se tratar de um bairro
predominantemente gay, todos se uniram contra os policiais com palavras de ordem
e mais e mais gays juntavam-se ao protesto que se estendeu por várias ruas do
bairro.
O conflito durou três dias, marcando então a primeira resistência
homossexual pública.
No
2
Brasil, a primeira manifestação ocorreu em 1980 mediante as
investidas criminosas da policia contra os homossexuais a mando do então
delegado Richetti que intitulava a operação como limpeza social.
Assim como no Stonewall Inn, os integrantes dos guetos gay, negro e
feminista em São Paulo, se uniram formando um grupo em torno de 1000 pessoas
que percorreram várias ruas do centro da cidade de São Paulo, hasteando faixas e
cartazes em protesto pela falta de direitos e em solidariedade aos presos.
A partir daí e com total referência aos fatos ocorridos no Stonewall Inn,
nasce a primeira Parada do Orgulho Gay no Brasil em 1997, também no dia 28 de
junho, levando as ruas 2000 pessoas, movidas ao som de um fraco auto-falante,
instalado numa perua Kombi que partia de frente do prédio da Gazeta indo sentido
Consolação.
Desde então, a Parada do Orgulho Gay é realizada anualmente na
avenida Paulista em São Paulo, sendo considerada o maior evento deste gênero no
mundo, crescendo consideravelmente o número de 3participantes a cada ano,
chegando em 2006 a marca de 3.000.000 de pessoas.
_____________________
2 – N. FERNANDO COSTA, F. ISADORA LINS, F. REGINA. Parada 10 anos do Orgulho GLBT em
SP. São Paulo, Produtiva, São Paulo 2006. p.78.
3 – idem, ibidem. p.8-9.
10
Símbolo da parada, a bandeira do arco íris, pessoas e mais pessoas se
divertem brincam como crianças, se descobrem, se beijam. A magia transpassada
pelas cores da bandeira recai sobre os corpos desejados.
Sob essa
4
marca criada pelos gays em 1979 contendo seis cores,
vermelho que representa vida, laranja o poder, amarelo o sol, verde a natureza, azul
a arte e violeta o espírito, em substituição ao triângulo cor de rosa, símbolo utilizado
pelos nazistas para marcar os homossexuais nos campos de concentração, a
harmonia pode ser vista a flor da pele. Provavelmente sejam os preceitos
mitológicos da deusa Íris a influir através das cores.
A escolha dessa marca se dá através da mitologia grega da deusa Íris, a
deusa da beleza e da paixão sexual que dentre suas representações mostrava que a
função do sentimento é uma constante variação entre os opostos, uma cuidadosa
percepção das necessidades de uma situação específica com o objetivo de atingir
sempre a harmonia, sendo assim a bandeira do arco íris que mostrar que nada pode
ser discutido, nenhuma diferença pode ser apontada, sendo que o que prevalece
mesmo é a harmonia.
Realmente o Brasil é um país de muitos contrastes, pois além de ser o
maior país católico do mundo, também é o que realiza a maior Parada Gay do
planeta, que neste ano de 2007 completa 11 anos de existência.
O protesto é mundialmente divulgado tanto que turistas de diversos países
são atraídos pela alegria e exotismo da Parada Gay paulistana, movimentando de
maneira expressiva a economia da cidade.
Drag queens, gays lésbicas, homens com corpos esculpidos durante horas
nas academias exibidos ao público em trajes de banho, em cima e em baixo de trios
elétricos animam o público presente, mulheres e homens homossexuais não ficam
constrangidos em trocar carícias afetivas com seu namorado ou namorada do
mesmo sexo.
Enquanto isso nas calçadas, heterossexuais assistem o desfile “ dessas
pessoas
sexualmente
alternativas
”,
aplaudem,
cantam
e
dançam
todos
harmoniosamente, tornando o “ evento ” símbolo da tolerância, onde famílias levam
seus filhos para que participem da maior festa gay do mundo.
_____________________
4 – R, HUMBERTO. O amor entre iguais. São Paulo, Mythos, São Paulo 2004. p.25.
11
No final do percurso, vários ativistas gays ou simplesmente simpatizantes
dos homossexuais, realizam discursos contra o preconceito e a favor dos direitos
dos homossexuais.
O público aplaude, o espetáculo termina e aos poucos retornam para suas
casas, igual quando o circo é desmontado.
No dia seguinte, todos retomam suas atividades, muitos trabalham
inclusive na mesma região onde é realizada a Parada, porém o clima amistoso entre
hetero e homossexuais parece não ser mais o mesmo.
Gays evitam demonstrar carícias em seus respectivos parceiros, por medo de
retaliações da sociedade, a mesma que participava alegremente do maior evento
Gay no mundo, pois essas retaliações não são raras, sendo que a cada dia jornais
publicam algum caso novo de violência contra os homossexuais, que são
violentamente agredidos e até mesmo assassinados em praça pública, como nos
casos do amestrador de cães Edson Néris, morto na praça da República e o
professor de filosofia Alessandro Faria Araújo que por muito pouco também não
perde a vida sendo ambos os casos na cidade de São Paulo e nas regiões de maior
fluxo gay.
“ A orientação sexual de um indivíduo não pode servir
de pretexto para a discriminação ou, pior, para
agressões físicas, das quais os homossexuais ainda
são frequentemente vítimas.” – Editorial da folha de
S.Paulo. Democracia na avenida/2001
O que mais preocupa é o silêncio, obviamente os heterossexuais
presentes durante a Parada do Orgulho Gay podem não ter relação direta com
esses episódios, mas é comum observar que a aparente militância simplesmente
deixa de existir em alguns, anteriormente intitulados “ S “ de simpatizantes por que o
real significado desse dia ( Gays , Lésbicas e Simpatizantes ) parece perder a sua
força frente a tanta violência que a cada dia ganha forças pela impunidade e a falta
de direito comum.
A moral constituída na sociedade brasileira é bastante discutida, pois em
determinados momentos é adotada uma postura amoral diante de eventos como o
Carnaval e a passeata do Orgulho Gay, pois passadas algumas horas do
acontecimento o comportamento conservador torna-se redundante por toda a
sociedade sendo facilmente percebido quando o assunto é a sexualidade.
12
Diante deste cenário, os homossexuais procuram diversas formas para
serem aceitos e principalmente respeitados, sendo a parada gay um rito de
passagem em busca desta aceitação e diferentemente de outros ritos de passagem
o gay não atinge sua plenitude, pois não é visto como portador de sentimentos
humanos na vista dos preconceituosos.
13
Sexualidade
Nasce a discussão do que é sexualidade e por que esse termo cheio de
tabus é ponto forte na maioria das culturas.
Chegamos a conclusão de que sexualidade é a forma em que indivíduo
seja ele homem ou mulher explora seus desejos e suas fantasias sexuais, sendo
estes revelados de acordo com a sua cultura e vivência na sociedade, mitificando o
que é certo ou errado a ser praticado pelo gênero ou ainda os atributos relacionados
aos seres masculino e feminino.
De acordo com a 5antropologia o conceito de sexo e sexualidade vem se
aprimorando a milhões de anos, se adaptando biologicamente em todas as culturas,
tornando-se elemento para códigos sociais e morais gerando paralelos e temas que
passam da religião à arte e que podem ser vistos facilmente através dos tempos.
Nas expressões africanas por exemplo, percebemos a supervalorização
do sexo em vasos e esculturas assim como também nas telas de importantes
pintores como: Bruegel e Van der Leyden em as “ Luxurias da carne e Lot e suas
filhas “ respectivamente ou ainda numa estatueta do antigo Egito de uma mulher
carregando um enorme pênis.
Atualmente vemos essa supervalorização da sexualidade em forma
corporal de homens e mulheres em seus diversos acessórios assim como na
antiguidade sendo provavelmente a influência da própria cultura ou do outro a
interferir na formação da sexualidade.
Levando em consideração o referencial do gênero, surgem as técnicas de
relação sexual ou ainda formas para o coito que está diretamente ligado ao fator
sócio-moral sendo o fetiche o maior fator propulsor para o ato.
Segundo o dicionário Aurélio, fetiche é o objeto que se atribui poder
sobrenatural ou mágico, sendo este animado ou não, feito pelo homem ou ainda o
que se cultua. Já segundo o dicionário Larrouse, a palavra é de origem francesa e
se refere a fabricação de um artefato ou trabalho que dá referência a “ signos “. A
palavra fetiche também tem em sua variação a conotação de feitiço.
_____________________
5 – G, EDGAR. Práticas Sexuais - A história da sexualidade humana. São Paulo, Livraria Roca Ltda,
Botucatu 1983. p.01-70.
14
Já a 6psicanálise intitula o Fetiche ao ato de atribuir valores simbólicos em
determinados objetos que é considerado uma atitude geradora de desejo ou ainda
prévia sexual sendo muitas vezes mais valorizados que o ato sexual em si.
O Fetiche assim como o conhecemos, teve o seu significado a partir do
pensador francês Alfred Binet, que foi o primeiro a utilizar a palavra da maneira
como a entendemos, sendo referenciado em 1987 num dos seus artigos “ Lê
Fetichismo dans Lámour “ ( O Fetichismo no amor )
Afim de melhor explicitar as nuances sexuais e o envolvimento fetichista
em cada indivíduo, seguiremos as pesquisas do antropólogo 7Luiz Mott em seu texto
sobre a sexualidade humana que relata desde os primórdios a relação homem-sexosexualidade, dividindo o sexo em 6 pontos fundamentais para formação do caráter
sexual do indivíduo.
Estas divisões são tituladas da seguinte forma:
•
Sexo genético – é aquele recebido pelos cromossomas XX e XY;
•
Sexo gonodal – é a composição hormonal característica do
gênero, ou seja testosterona para homens e progesterona para
mulheres;
•
Sexo anatômico – a formação determinante na genitalha;
•
Sexo psicológico – conhecido como identidade sexual, ou ainda é
a forma como cada individuo percebe e reconhece sua própria
condição existencial enquanto pertence ao universo masculino e
feminino;
•
Sexo social: também chamado de “ papel de gênero “ é a forma
específica como a pessoa representa a personagem a ele
incumbida de acordo com cada cultura através do processo de
socialização.
•
Sexo erótico: referido como “ orientação sexual “, ou seja o objeto
do desejo em que o ser humano direciona a sua libido, alternando
entre homossexual, heterossexual, e bissexual.
_____________________
6 -R. RAPPAPORT, CLARA. Temas Básicos de Psicologia – Teorias da Personalidade em Freud,
Reich e Jung – São Paulo, Pedagógica e Universitária Ltda – São Paulo, 2001, p. 90
7 - M, LUIZ. Teoria Antropológica e Sexualidade Humana – Bahia, Mundo do Saber – Salvador,
1999, p. 24-37.
15
Uma das mais 8antigas referências históricas que se tem noticia sobre as
nuances sexuais pode ser encontrada na mitologia grega clássica onde a deusa
Vênus Castina se preocupa e simpatiza com os anseios de almas femininas presas
em corpos masculinos.
Como exemplo disso podemos citar os transexuais Roberta Close e o
escritor Inglês 9James Morris que depois de anos de brigas e desafios, decidiram
fazer cirurgia corretiva para troca do gênero, sendo inclusive o procedimento
avalizado e custeado pelo Sistema de Saúde brasileiro, o INSS.
Ainda sob os conceito de Mott, o sistema de gênero é definido como um
conjunto de arranjos pelos quais a sociedade transforma o sexo biológico em
produtos psico-sociais diferenciados, tendo como referencial do gênero:
•
- identidade do gênero;
•
- papel sexual
•
- papel do gênero
•
- escolha do objeto sexual
•
- identidade sexual
Daí nos apropriamos das experiências e relatos das alunas de jornalismo
da universidade Metodista de São Paulo em seu primoroso projeto experimental de
conclusão de curso intitulado Rainhas e Dragões que trata do universo das Drag
Queens.
Os indícios das
10
Drag Queen no Brasil segundo os comentários de
Rainhas e Dragões é que chegaram com a caravana de Dom João VI e a cultura
cristã do século XIII que jamais admitia mulheres por sobre os palcos em
representações teatrais, alías nem o homens brancos estavam autorizados, pela
feminilidade dos personagens sendo restrito então aos negros e mulatos escravos.
De acordo com João Silvério Trevisan, realizador de extensas pesquisas
sobre os hábitos homossexuais no Brasil colônia, os homens que faziam esse papel
no teatro eram tão bons que se profissionalizaram, recebendo então o título de
atores, imitadores do “ belo sexo “.
_____________________
8 - M, LUIZ. Teoria Antropológica e Sexualidade Humana – Bahia, Mundo do Saber – Salvador,
1999, p. 39.
9 – G, EDGAR. Práticas Sexuais – A história da sexualidade humana - São Paulo, Livraria Roca
Ltda, Botucatu, 1983. p. 71
10 – P, AMANDA; S, ROSANA VILLAR DE. Rainhas e Dragões – Uma viagem pelo universo Drag de
São Paulo, 2006. p.18-19.
16
Ainda segundo Trevisan, esse costume teatral tomou dois caminhos
distintos: Um voltado totalmente para o lúdico e aos dias de folia carnalavesca, o
outro para os palcos teatrais dos guetos gays onde os travestis reinavam absolutos
pelos seus admiradores até meados da década de 60.
Nesse momento, aconteceu uma virada do cenário Cross Dresser, que
entendia toda a espécie, que de alguma maneira, mudava a aparência do seu sexo
original, em parte pelo aumento da tolerância, mesmo que embora muito pequena.
“ Quando comecei, um pouco depois elas, as primeiras
Drags de São Paulo, isso já existia há pelo menos dez
anos. A idéia era um homem se vestir de mulher e se
parecer o mais possível como uma. – Nesse cenário
glamuroso e de ruas úmidas de sereno noturno, gente
agitada a noite toda e intensa produção cultural, as
Drags fizeram o seu lar”. – Kaká Di Polly, Drag Queen
– Rainha e Dragões – Uma viagem pelo universo Drag
de São Paulo.
Em total concordância com divisão feita por Trevisan, percebemos a
importância da tolerância e respeito pela identidade do indivíduo conforme as
menções de Mott, isso por que o personagem de Drag Queen pode ser interpretado
por qualquer tipo de homem, seja ela gay ou não, restando o diferencial de que ele o
artista leva uma vida “normal” quando não paramentado, e não tendo esses
conceitos por base, ficam as travestis mais expostas a agressões, o que nas
estatísticas, são as que têm morte mais violenta pelo simples fato de não poderem
tirar a máscara.
17
“Estandartização” x Carnavalização
A Parada Gay de São Paulo, a princípio, é a uma manifestação de
igualdade social entre homossexuais e heterossexuais, porém, com o passar dos
anos o viés político foi sendo inundado pelo espírito "festeiro", tão comum no Brasil.
Essa abundância de festividades distancia o evento de seu papel
fundamental: a expressão de uma parte da sociedade que procura demonstrar de
forma politizada seu papel como cidadão, porém sem segregar nem marginalizar.
A importância de uma manifestação dessa, que hoje está em sua décima
primeira edição, é enorme pelo seu papel social, pela extensa cobertura da mídia,
pelo fato de ser um evento que mobiliza uma multidão e pela localização (a Av.
Paulista, onde o evento é celebrado, num dos maiores pólos empresariais,
educacionais, culturais e está rodeada de emissoras de televisão e rádio, facilitando
o acesso da imprensa).
É nesse exato ponto onde opiniões se divergem, com a constante
inserção de elementos carnavalescos (trios elétricos, carros alegóricos, fantasias) o
caráter do evento muda de foco e facilmente cai na cilada de ser transmitida na
mídia uma visão diferente do intuito inicial.
Essa visão deturpada coloca os homossexuais como uma seção da
sociedade não-vinculada com a politização da luta pela “estandartização” das
opções sexuais, e se torna motivo de piadas em programas humorísticos quando
personagens caricatos são retratados como porta-vozes dos participantes do
evento.
Esse erro é de grande relevância para todos os envolvidos, pois, uma vez
veiculado dessa forma em um grande meio de comunicação, torna-se facilmente
solidificado no senso comum do telespectador mediano, porém, definir o limite,
tênue de onde deve terminar a festa e começar a manifestação vai muito além da
quantidade de trios elétricos na avenida.
É preciso desde o início que os organizadores sejam claros em sua
mensagem, e que os participantes, sejam eles homo ou heterossexuais, saibam
que a sua participação individual endossa uma idéia a ser defendida, cabendo aos
organizadores definir onde acaba o estandarte da causa gay e começa o carnaval.
18
Casamento Homossexual
Ao longo da história vimos que a intolerância sexual ignora as
singularidades, mesmo quando essas são exercidas com o consentimento mútuo
entre adultos, sem constrangimentos físicos ou psicológicos, como acontece nas
relações e variações homossexuais.
Somente estando muito próximos dos homossexuais é que podemos ter
uma ínfima noção do dia a dia desses excluídos no Brasil, um país de critério
religioso conservador e opressor além de preconceituoso.
A maior parte do mundo ocidental, não olha mais os homossexuais como
doentes ou criminosos, mas paradoxalmente não há nenhum estatuto que assegure
plenamente assegurado seus direitos e uma das explicações é que pessoas com
este tipo de comportamento subvertem as leis de Deus.
Afim de conquistar a igualdade e o direito a todos, os ativistas gays
continuam a lutar pelo fim do preconceito, e pelo respeito em relação a seus direitos
civis.
A luta referente aos direitos civis dos homossexuais já existe a muitos
anos na maioria dos países, pelo fato dos homossexuais não serem amparados por
lei.
Desde o
11
final da década de 60 a questão do reconhecimento social e
jurídico em relação aos relacionamentos homossexuais, vem ganhando espaço
político no mundo ocidental, mas somente no final da década de 80 é que se passa
a ter uma visibilidade social maior.
A forte influência negativa das igrejas e dos conservadores em relação ao
assunto consegue - se é que seja possível -, transformar o preconceito ainda maior.
Mesmo com todos os contras, também é possível notar que as famílias de
um modo geral vêm sofrendo mudanças no Brasil e no mundo, e é neste aspecto
que a luta dos homossexuais pelo fim do preconceito e pelo reconhecimento social
em relação a seus parceiros amorosos, apontam para um questionamento sobre os
fundamentos estruturadores do ideário de família conjugal.
_____________________
11 - MELLO, LUIZ. Novas famílias. Conjugalidade homossexual no Brasil contemporâneo – Rio de
Janeiro, Garamond - Rio de Janeiro, 2005, p. 26-70.
19
No Brasil até a metade da década de 1990, as reivindicações dos
homossexuais eram em relação à proibição e a discriminação pela orientação sexual
e não pelos direitos civis.
Em 1994, por exemplo, o então candidato a presidência da república Luiz
Inácio Lula da Silva possuía em sua proposta do programa de governo, muitas
idéias referente ao amparo legal às uniões homossexuais, mas devido às reações
negativas, principalmente da igreja católica com o argumento que tais idéias jamais
poderiam ser aprovadas pelo Poder Executivo, devendo passar pelo Congresso
Nacional, o PT reconheceu o equívoco de “campanha” e retirou qualquer referência
beneficiária aos homossexuais em seu programa presidencial de governo.
No entanto no mesmo período de campanha política, outros defendiam os
direitos gays, sem serem homossexuais, sendo conhecidos como “bancada gay”,
formada então pelos deputados Fernando Gabeira, Marta Suplicy, Telma de Souza e
José Fortunati.
A idéia dessa bancada era legalizar o que já existia, ou seja, deixar de
fingir que não existiam homossexuais e garantir assim os direitos civis em casos
como o falecimento do companheiro ou companheira por exemplo, primando por
assegurar os direitos ao planos de saúdes privados, direito a herança, entre outros.
Mesmo assim, algumas questões como a adoção de crianças por casais
homossexuais não fazia parte das pautas, até mesmo porque a sociedade não
estava preparada, pois segundo Marta Suplicy, não era possível saber como as
crianças criadas por casais gays seriam recebidas pela sociedade, muito embora
tivessem a oportunidade de terem uma boa educação devido ao fator sócio
econômico em muitos casos.
Essa falta de discussão fez com que fosse descaracterizado o título de
casal homossexual como unidade familiar.
Só no final da década de 90, o Congresso Nacional assim como toda a
sociedade brasileira reconheceu a existência de casais homossexuais, fazendo com
que novamente a repercussão dos conservadores viesse à tona, onde se alegava
imoralidade e falência da família brasileira, porém o mesmo período ficou
definitivamente marcado pelos homossexuais, tanto nas ruas como na política
nacional, dado ao fato do primeiro movimento iniciado em São Paulo, que deu início
a primeira passeata do Orgulho Gay no Brasil.
20
Mas mesmo apesar de todo esse reconhecimento e da mídia falar sobre
as canções de Renato Russo em seu álbum Equilíbrio Distante, de Maddona expor
em seus clips sua bissexualidade, da cantora Cássia Eller falar abertamente sobre o
seu relacionamento com Maria Eugênia e ficar grávida afim de realmente
estabelecer uma família completa, desde 1995 tramita no Congresso Nacional o
Projeto de Parceria Civil entre pessoas do mesmo sexo, intitulado Projeto de Lei nº
1.151 quem tem por objetivo garantir sob forma de lei os direitos do homossexual em
saúde, moradia, bens e consumo em igualdade de partilha assim como os
heterossexuais têm ao se casarem que infelizmente não sai do papel.
Isso se deve a vários fatores, entre eles está o mais clássico de todos que
é a discriminação que os homossexuais sempre enfrentam que é sempre de uma
forma velada e com justificativas que tentam ser legítimas mas que na realidade não
passam de puro e total preconceito.
Entre eles está a argumentação de inconstitucionalidade da união entre
pessoas do mesmo sexo, a visão estereotipada dos homossexuais dado a
exuberância de comportamento e vestimenta de alguns e ainda de eles levam uma
vida totalmente promíscua levando assim a uma instabilidade sexual e emocional.
21
O Poder do Dinheiro Rosa
Tivemos recentemente em São Paulo a 10ª edição da Parada do Orgulho
Gay, que já é a maior do mundo em número de participantes, além de ser o principal
evento da cidade, deixando para trás até o milionário circo da Fórmula 1, segundo a
São Paulo Turismo (SPTuris), órgão oficial de turismo da capital paulista.
Cerca de três milhões de pessoas compareceram na av. Paulista, ponto
de partida da parada, entre elas gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e
simpatizantes. A parada atrai ainda cerca de 600 mil turistas que vêm para participar
da manifestação, fazer compras e se divertir nos bares, restaurantes e casas
noturnas paulistanas.
Essas pessoas, ao contrário do que é divulgado pela mídia, não vêm
apenas para participar da parada, elas vêm geralmente uma semana antes e
permanecem na cidade até o final do evento, o que obviamente gera uma renda
extra para a cidade.
Fora transporte e hospedagem, gastam no comércio local de 180 a 200
milhões de reais o que não é nada pouco para a cidade.
Segundo o IBGE, 10% da população do Brasil é homossexual e pela visão
corporativa, são 18 milhões de consumidores com potencial e dispostos a gastar o
dinheiro que têm, já que segundo o mesmo órgão, os gays gastam 30% mais que os
heterossexuais.
É sabido que os gays têm um nível de escolaridade bem acima da média
da população sendo que 57% têm ensino superior e 83% pertencem às classes A e
B.
Com base nesses dados, as empresas estão “acordando” para um nicho
comercial pouco explorado até então, e dando maior atenção a esse público,
apostando no chamado “Dinheiro Rosa” e percebendo que já era hora de quebrar o
tabu existente com relação aos homossexuais.
Um grande exemplo dessa quebra de tabu é a IBM, multinacional da área
de informática que estuda a possibilidade de abrir uma gerência de vendas exclusiva
para lidar com consumidores gays, "já existem quatro gerências dessas nos Estados
22
Unidos", diz Eleonora Campi, gerente de vendas para América Latina e presidente
do Comitê de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (GLBT) da IBM.
O comitê é formado por funcionários e sua função é promover a
diversidade dentro da empresa tendo como objetivo a inovação.
“ É importante ter a diversidade dentro da companhia, pois assim temos
diferentes visões sobre um mesmo tema ", diz Eleonora. É isso, segundo ela, que
favorece a inovação.
É sobre esse aspecto que se torna tão importante à aprovação do Projeto
de Lei de Parceria Civil entre pessoas do mesmo sexo.
Um grupo social que tem tanto poder econômico não pode ficar sem uma
regulamentação sobre esse poder, porém, parece que quando se trata de romper
barreiras, preconceitos e tabus, o dinheiro rosa parece perder força, ele está inserido
em um mundo paralelo ao das legislações e isso não pode mais ser negado.
O fato é que, fazendo uma análise dessa questão do dinheiro rosa,
percebemos que de certa forma, ele se institui como uma espécie de “proteção”
contra o preconceito, já que o comércio e outros tipos de instituições econômicas
estão tendo que tomar atitudes com relação ao tratamento que é dado aos
homossexuais para poderem usufruir desse dinheiro que, diante das estatísticas
apresentadas, se mostra um filão muito interessante a ainda ser explorado.
Dois dos maiores hotéis de luxo da cidade podem ser usados como
exemplo disso, pois de olho no aumento de hospedagem que acontece na época da
Parada Gay, eles estão oferecendo cursos aos seus funcionários de como lidar de
forma adequada a situações que fogem da rotina como atender a um casal de
namorados gays, por exemplo.
Com base num discurso supostamente liberal e politicamente correto, que
é a aceitação da diversidade, as empresas estão abocanhando a capacidade de
consumo que essa parcela da população, antes ignorada, tem a oferecer e isso de
maneira nenhuma incomoda aos homossexuais, pelo contrário, eles, assim como
está acontecendo com os negros, por exemplo, finalmente estão se sentindo
reconhecidos e valorizados, mesmo que seja por questões meramente econômicas.
Isso dá um fôlego a mais para que a luta pela concretização da Lei de Parceria Civil
siga adiante.
23
Formato
Decidimos por elaborar um produto audiovisual em documentário
televisivo, inclusive por uma melhor exposição.
Trataremos então da disparidade entre os gêneros partindo de um
personagem central afim de referenciar as abordagens do tema.
24
Público Alvo
Adultos e jovens a partir dos 16 anos de idade, sem padrão de renda
familiar definido, pois o projeto quer abranger todo o público homo e heterossexual
de acordo com a faixa etária estipulada.
Sabemos que, no caso de um documentário, a veiculação fica um pouco
mais restrita às classes A, B e, pequena parte da classe C (só os mais
interessados). Infelizmente temos consciência de que não conseguiremos divulgar
nosso projeto para todos, mas que fique clara a nossa vontade de difundir e expor
ao máximo nossa visão documental da situação abordada.
25
Recursos Operacionais
O documentário contará com a estrutura de profissionais qualificados e
capacitados a assumirem as seguintes funções:
Roteirista
Diretor
Produtor
Assistente de produção
Operador de Câmera
Operador de Áudio
Editor
26
Pautas
- Quando você descobriu que era homossexual? Você aceitou bem e sua família,
como reagiu?
- Você sofreu algum tipo de preconceito? Qual?
- Como é sua relação social com os heterossexuais? Eles respeitam sua opção?
- E com os homossexuais? Você se mantém em algum tipo de grupo?
- Você defende a causa gay e se interessa pelos movimentos e manifestações?
- Você freqüenta ou já freqüentou a Parada Gay e qual o seu interesse nela?
- Você acha que a Parada Gay é uma manifestação importante para seu público gay
ou você acredita que aqui no Brasil, ela já tenha se tornado mais um evento de
confraternização e/ou bagunça e está perdendo o seu foco pela amplitude que
atingiu ?
27
Divisão das funções
Roteiro: Ademir, Maíra, Ricardo
Direção: Ademir
Produção: Ricardo Nóbrega
Assistente de produção: Ricardo e Soraya
Edição: Silvio e Soraya
Pesquisa: Ademir, Maíra, Ricardo, Silvio, Soraya
Operador de câmera: Grupo
Operador de áudio: Grupo
28
Roteiro
Por se tratar de um documentário não existe a pré concepção de um
roteiro.
29
Orçamento
Transporte
50,00
Alimentação
70,00
Disco de mídias
40,00
Material Gráfico
80,00
Capa de DVD
15,00
Etiqueta de DVD
30,00
Impressões
35,00
Total
320,00
30
Equipamentos
3 Microfones de lapela
2 Câmeras pd ou mini dv
4 fitas dv cam ou mini dv (depende da câmera utilizada)
Sun Gun + cinturão de baterias
1 Monitor
31
Justificativa
A falta de apoio e a indiferença sofridas pelos homossexuais, faz com
que o medo e o desânimo se instalem nesses indivíduos.
A vergonha obriga o jovem a se recolher, sentir-se desapoiado e o leva a
se culpar por suas escolhas e atitudes. Essa exclusão resulta, muitas vezes, no
abandono dos estudos e na sua possível opção pelo mundo do tráfico e da
prostituição.
Através de uma peça audiovisual, procuramos abordar o lado humano
dessas pessoas, cuja opção sexual se vê transformada, na maioria das vezes, num
motivo de reportagens e matérias sensacionalistas por parte da mídia em geral.
Podemos constatar nos programas humorísticos, comerciais, e mesmo em
programas supostamente sérios, um certo viés preconceituoso – quando não de
zombaria e deboche – ao mostrar alguém cuja sexualidade não se insere nos
padrões ditos “normais” pela sociedade.
Como é comum na sociedade, tudo aquilo que não corresponde aos
preceitos considerados “aceitáveis”, seja pela sociedade civil, política ou
eclesiástica, costuma ser execrado e condenado, muitas vezes, sem ao menos uma
razão plausível.
Isso gera um preconceito descabido e que deságua em manifestações
agressivas explícitas ou veladas por parte de grupos radicais, como os skinheads, os
neonazistas, e das pessoas que se dizem politicamente corretas, mas que, em
determinadas situações sociais não se furtam a rir ou divulgar uma piada
debochando de gays.
A mídia tem uma enorme importância social, pois tanto pode fomentar um
preconceito como ajudar a mitigá-lo, tudo vai depender do enfoque da abordagem.
Na qualidade de profissionais da mídia, consideramos de vital importância
lutar para que essas visões deturpadas não prevaleçam sobre posturas mais
corretas e socialmente aceitáveis em função de uma suposta audiência ou da
exteriorização de sentimentos obscuros e condenáveis por parte de certos
profissionais que, em nome da carreira abraçada por opção, deveriam, acima de
32
tudo, ter a capacidade e o discernimento necessário para evitar manifestar todo e
qualquer tipo de preconceito seja ele de cunho religioso, racial ou sexual.
33
Objetivo
Pretendemos através deste trabalho desenvolver um documentário que
mostre a igualdade entre o homo e o heterossexual e a visão de cada um.
O grupo tentará acompanhar as características comportamentais dos
homossexuais, a distorção de valores e o preconceito que se formou ao longo dos
séculos. Dessa forma, buscaremos compreender e mostrar o cotidiano de alguns
jovens gays que se deparam diariamente com o preconceito e a discriminação e
lutam pelos seus direitos e pelo respeito por parte da sociedade.
Nossa proposta buscará acompanhar o dia-a-dia de um homossexual,
apresentando sua rotina de vida, estudos e trabalho. A intenção é mostrar para a
sociedade que esses jovens levam uma vida honesta e normal como qualquer outro
e merecem ser respeitados.
Nosso principal objetivo é construir um documentário que exiba a vida
desse jovem gay complementado por depoimentos de pessoas envolvidas direta ou
indiretamente com as diversas áreas citadas neste trabalho, a saber, experiências
de outros jovens gays, depoimentos de profissionais envolvidos na parada gay ou
em ONGs de apoio aos homossexuais, bem como outros aspectos vinculados a
esse universo.
Temos consciência de que o nosso trabalho constata apenas uma
realidade muito difundida no nosso país devido às suas raízes coloniais e ao caráter
machista dos latinos em geral e que muito precisará ser feito para erradicar de vez –
principalmente da mídia – esse caráter tendencioso e abominável refletido por todo o
tipo de manifestação preconceituosa.
34
Autorização
TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM E VOZ
Pelo presente instrumento eu, _________________________________________.
( nome completo )
________________ , ____________________, ___________________________,
( nacionalidade )
( estado civil )
( profissão )
portador(a) da Cédula de Identidade RG nº. ___________________________ e
inscrito(a) no CPF/MF sob o nº. ____________________________, autorizo a
Zepelin Produções, sediada à _________________________________________
( endereço )
Inscrita no CNPJ/MF 12.345.678/0001-10, a usar, reproduzir e exibir no Brasil e/ou
no exterior, minha imagem e voz, captadas em vídeo, fotografia ou outros meios
materiais aptos à reprodução, sem limites de cópias, podendo a Zepelin Produções
editá-las, alterá-las, adaptá-las a seu exclusivo critério, sincronizá-las com músicas
ou outros sons e fixá-las em qualquer outro suporte material apto à reprodução, tais
como DVD, CD-Rom, DVD-Audio, Super Áudio CD etc.
A presente autorização é conferida por prazo indeterminado e a título
gratuito, definitivo, irrevogável e irretratável, abrangendo o uso, a reprodução e a
exibição da imagem e voz acima mencionadas em todos os veículos de
comunicação existentes, nada podendo se reclamado em pagamento ou em
autorização a qualquer título, obrigando-o por si e por seus herdeiros.
São Paulo,
de
de 2006.
_______________________________________
( Assinatura )
35
Bibliografia
ALMEIDA, V. de; RIOS, L. F.; PARKER, R. [Orgs.]. Ritos e ditos de jovens gays.
Rio de Janeiro: ABIA, 2002. p. 1-84.
Brasil sem Homofobia. Manual de combate à violência e à discriminação contra
GLBT e de promoção da cidadania homossexual – Presidência da República –
Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Grupo Arco Íris de Conscientização Homossexual do Rio de janeiro – Pesquisa da
8ª parada Gay do Rio de Janeiro, 2006. p.1-27
H, RODRIGUES. O amor entre iguais. São Paulo, Mythos, São Paulo 2004. p. 11231
LUIZ
MOTT.
[online]
Disponível
http://br.geocities.com/luizmottbr/artigos05.html
na
internet:
M, LUIZ. Teoria Antropológica e Sexualidade Humana – Bahia, Mundo do Saber –
Salvador, 1999, p. 24-37.
N. FERNANDO COSTA, F. ISADORA LINS, F. REGINA. Parada 10 anos do
Orgulho GLBT em SP. São Paulo, Produtiva, São Paulo 2006. p1-88.
P, AMANDA; S, ROSANA VILLAR DE. Projeto experimental de conclusão de curso
da universidade Metodista de São Paulo – Curso de jornalismo, turma de 2006
R. RAPPAPORT, CLARA.
Temas Básicos de Psicologia – Teorias da
Personalidade em Freud, Reich e Jung – São Paulo, Pedagógica e Universitária
Ltda – São Paulo, 2001, p. 90
STIC. Piso salarial dos profissional de audiovisual [online]. Disponível na internet:
http://www.stic.com.br/home.asp?ver+pisosalarial&id=748&pisosalarial=1
S, SUPLICY. Sexo para adolescentes. São Paulo, FTD, São Paulo 1988, p. 112116
36
Download