Ferramenta Computacional para Avaliação de Tratamento de Reabilitação de Mão Utilizando Técnicas de Realidade Virtual Bruno Bezzon Araujo¹, Leonardo Castro Botega¹, Cristina Quaggio² ¹ Computing and Information Systems Research Lab., Centro Universitário Eurípides de Marília Marília-SP, Brasil ² Universidade Sagrado Coração Bauru-SP, Brasil Email: [email protected], [email protected], [email protected] Abstract — This project presents the development of a tool that will assist professionals of Hand Rehabilitation, more specifically occupational therapists, to measure the evolution of the force exerted by the patient's hands during the phases of the rehabilitation treatment. Also, it is introduced as a low cost alternative which can obtain results similar to the originals and complement it by generating a virtual simulation of such measurement. Keywords: Occupational Therapy; Virtual Reality; Hand Rehabilitation Introdução — Esse projeto apresenta o desenvolvimento de uma ferramenta que auxiliará os profissionais da Reabilitação da Mão, mais precisamente os terapeutas ocupacionais, a medir a evolução da força exercida pelas mãos do paciente durante a fase do tratamento de reabilitação. Além disso, é apresentado como uma alternativa de baixo custo obtendo-se resultados similares aos originais e complementá-los, gerando uma simulação virtual dessa mensuração. Palavras-chaves: Terapia Ocupacional; Realidade Virtual; Reabilitação da mão dos dedos. Este tipo de pinça é utilizado em atividades bem especiais que requerem uma maior precisão. A pinça lateral, também conhecida como pinça de chave, é aquela que é executada utilizando a lateral dos dedos. A pinça palmar é a mais utilizada nas atividades diárias, pois utiliza-se a maior parte da superfície da face volar dos dedos e do polegar [3]. Após o diagnóstico, o terapeuta determina o melhor tratamento para a reabilitação do paciente, e periodicamente, realizam-se estas avaliações novamente para verificar se houve melhora do paciente. Todas essas avaliações são realizadas manualmente e os equipamentos que as auxiliam possuem um custo elevado de aquisição [4]. Desta maneira, o presente trabalho propõe a criação de uma ferramenta auxiliar à avaliação de pinça e preensão, não substituindo as ferramentas existentes, porém com baixo custo, pois as medições poderão ser realizadas utilizando objetos encontrados no dia-a-dia, e com um resultado semelhante ao real. Complementando esta medição, a ferramenta proporciona a visualização de uma simulação virtual da mão realizando o movimento correspondente à medição da força realizada. II. I. INTRODUÇÃO A crescente evolução da computação, aumentando o processamento das máquinas e melhorando a eficácia dos softwares, estimulou o uso de técnicas de Realidade Virtual (RV) na realização de várias pesquisas nas mais diversas áreas, tais como: educação, saúde, teatros, cinema, indústrias e muitas outras [1]. É possível dizer que devido ao grande uso que a RV tem nestas áreas, ela é utilizada não somente para o estudo de um ambiente em específico, mas também para a visualização do mesmo depois de realizada uma ação sobre o ambiente em questão. Na área da saúde, a RV é muito utilizada para a realização de simulações, já que por não utilizar um paciente vivo, é possível explorar repetidamente as estruturas de interesse separando-as e agrupando-as das mais diferentes formas de visualização, imersão e exploração [1][2]. Na Reabilitação da Mão, o profissional responsável deve, primeiramente, realizar um diagnóstico da mão antes de iniciar o tratamento. Neste diagnostico, o terapeuta ocupacional realiza várias avaliações, dentre elas a avaliação motora. No processo desta avaliação, é realizada a medição da força de pinça e preensão para saber as limitações, em relação à força, que este paciente possui. Existem três tipos básicos de pinça: a de ponta, a lateral e a palmar. A pinça de ponta é aquela realizada com as pontas ESTRUTURAÇÃO METODOLÓGICA O desenvolvimento da ferramenta até a obtenção do resultado final foi definido em quatro fases. A Figura 1 demonstra a divisão de todas as fases para a construção da ferramenta. Figura 1. Diagrama de blocos, demonstrando cada fase do desenvolvimento. A primeira fase do desenvolvimento consistiu no levantamento de requisitos para a construção da ferramenta. Nesta fase, o processo com maior importância foi à aquisição do sensor de força utilizado pela ferramenta proposta [5]. A segunda fase do desenvolvimento da ferramenta consistiu em escolher os objetos que serão utilizados na medição da força do paciente para cada um dos tipos de pinça que poderão ser realizadas. Estes objetos podem ser encontrados no dia-a-dia dos pacientes, podendo ser dos mais diversos tamanhos, formas e formatos. Após escolhido o objeto, anexa-se o sensor de força permitindo que seja realizada a medição da força. A terceira fase do desenvolvimento da ferramenta consistiu em fazer medições de força de pinça e preensão em várias pessoas que não possuem nenhuma limitação com relação ao movimento e a força exercida pela mão, utilizando o valor da força encontrado como máscara para a comparação com a força exercida pelo paciente. A figura 2 demonstra a instalação do sensor e a forma que é realizada à medição. Figura 4. Visualização virtual de 60% à 100% da força gerada para uma mensuração de pinça lateral Após visualizar virtualmente o movimento que corresponde a força aplicada pelo usuario comparado com a máscara, os dados obtidos são armazenados em um histórico e na medida em que o paciente vai realizando o tratamento e refazendo estas avaliações, é possível determinar se o tratamento está obtendo sucesso. IV. Figura 2. Anexando o sensor em uma chave de carro e pressionando o mesmo Após obter as máscaras, é possível realizar as medições no paciente, iniciando a quarta fase do desenvolvimento da ferramenta, que é a realização e a visualização virtual da medição. III. RESULTADOS Definido o paciente, o objeto que servirá para o paciente aplicar sua força e o tipo de medição que será realizada, é feita a medição no paciente. A Figura 3 mostra como a ferramenta executa esta operação. CONCLUSÃO No processo de reabilitação da mão, é necessário realizar, periodicamente, diversas avaliações que determinam o melhor tratamento a ser aplicado e se o tratamento esta adequado para a readaptação dos movimentos do paciente. Estas avaliações normalmente são realizadas manualmente ou com o uso de aparelhos de custo elevado. A ferramenta proposta apresentou uma alternativa complementar, aos profissionais da área da Terapia Ocupacional, para auxiliar na realização das avaliações de força de pinça e preensão, necessárias para passar um tratamento adequado ao paciente. A visualização virtual da medição é uma complementação à ferramenta, sendo uma forma do paciente verificar por si mesmo se o tratamento está surtindo resultados. Até o presente momento foram realizados testes em pessoas saudáveis, obtendo resultados satisfatórios. Para simular um paciente com alguma limitação da força na região da mão, algumas dessas pessoas não aplicaram o máximo de sua força. Este projeto pode estimular o número de pesquisas para inserir tecnologia nos tratamentos de reabilitação de mão, melhorando a qualidade do tratamento e diminuindo o tempo do mesmo. REFERÊNCIAS [1] Figura 3. Inserindo dados para realizar a medição Ao final da medição é encontrado o valor da força aplicada pelo paciente e é possível gerar a visualização virtual do tipo de medição escolhida, porém realizando o movimento referente a porcentagem que a força aplicada pelo paciente representa comparado com o valor da máscara. Para a visualização, é possível representar 10 níveis referentes a cada medição realizada. Cada nível representa um intervalo de 10% do valor mensurado no paciente comparando com a máscara. A Figura 4 mostra um exemplo onde é realizada a mensuração da pinça lateral mostrando a diferença entre os níveis da visualização, desde 60% até 100% da força exercida em comparação à máscara. [2] [3] [4] [5] A. Cardoso, E. Lamounier Jr., "Aplicações de RV e RA na Educação e Treinamento", in “Livro do pré-simpósio, XI Symposium on Virtual and Augmented Reality”, Cap. 3, pp. 53-68, Editora SBC, Porto Alegre, 2009 F. L. S. Nunes, L. S. Machado, R. M. E. Moraes, "Desenvolvendo aplicações RVA para saúde: imersão, realismo e motivação", in ”Livro do pré-simpósio, XIII Symposium on Virtual and Augmented Reality”. Uberlândia: SBC, 2011. P. P. Freitas, "Reabilitação da Mão". Editora Atheneu, São Paulo, 2005. B. Bezzon, L. C. Botega, C. Quaggio, “Ferramenta Computacional para Avaliação de Tratamento da Mão utilizando técnicas de Realidade Virtual”, “Workshop of Undergraduate Work” in Symposium on Computer Graphics and Image Processing, Maceió, 2011 Phidgets, Disponível em: http://www.phidgets.com/index.php, Acessado em: 20 de outubro de 2011